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O Caminhãozinho de Madeira e o Coelhinho de Pelúcia estavam

conversando pertinho da entrada do País dos Brinquedos, quando


ouviram um �psiu�. Foram olhar e encontraram um �ivro de Capa �zul
que estava com a cara mais triste do mundo.
� Por acaso voc�s sabem como eu fa�o para encontrar a Fada
dos Brinquedos? � perguntou o �ivro, en�ugando uma lágrima
� �u sei que as crian�as gostam muito de voc�s e queria que
gostassem de mim do mesmo jeito. Será que a Fada concorda
em me transformar num brinquedo?
A Bola vinha chegando e, ao ouvir o que o Livro tinha dito, contestou:
— Ué! Mas você é um brinquedo tanto quanto nós! As crianças adoram
ler suas histórias!
Mas o Livro não se convenceu:
— Você diz isso só para me consolar! Ah, quem me dera ser um trenzinho,
ou uma boneca!... E então? Vocês sabem onde posso encontrar a Fada?
— Ela mora láááááá longe - explicou o coelhinho, apontando para um
morro coberto de árvores. — Nós nunca vamos até sua casa, porque é muito
difícil atrevessar a floresta.

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— Desista dessa ideia, Livro! - aconselhou o Caminhãozinho. — Fique
morando aqui com a gente!
Mas o livro ficou olhando na direção da floresta, como se estivesse
pensando numa maneira de chegar ao outro lado.
Naquele instante, a Corda de Pular e a Boia Inflável chegaram contando
as novidades:
— A Pipa acaba de avisar que vai chegar de viagem hoje. Desta vez ela voou
até um deserto muito, muito quente, e está trazendo um amigo de lá!
— Disse que esse amigo é uma planta chamada Cacto! - completou a Boia.
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Os brinquedos, que não sabiam o que era um cacto, ficaram curiosos e
a conversa ficou animada. Cada um dava a ideia mais maluca sobre o
tamanho, a forma e a cor daquele novo amigo da Pipa.
A Bola virou-se para onde estava o Livro e perguntou:
— E você, Livro? Sabe o que é um ca... Ué! Cadê o Livro?
O Livro tinha sumido! O Coelhinho logo adivinhou:
— Tenho certeza de que ele foi atravessar a floresta para encontrar a Fada
dos Brinquedos! Ficamos tão distraídos que nem percebemos quando ele
saiu. A estas horas, deve estar perdido!
— Precisamos ir atrás dele! - disse a Corda de Pular.

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Todos concordaram e foram chamar mais brinquedos para ir junto.
Logo, todos caminhavam em direção à floresta. Na frente, ia o
Caminhãozinho, que, apesar de andar aos solavancos por ter uma
rodinha rachada, ainda era quem melhor conhecia os caminhos.
A mata foi ficando fechada e as dificuldades eram muitas, mas ninguém
queria desistir.
Depois de andarem bastante, encontraram o Livro, que estava
todo enrolado num cipó e não conseguia se soltar. O Serrote
de Plástico, num instante, resolveu o problema.

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O Livro ficou muito agradecido e reconheceu que tinha feito bobagem:
– Desculpem, amigos. Eu que conheço tantas histórias, como
“Chapeuzinho Vermelho” e “João e Maria”, devia ter lembrado que é
perigoso entrar sozinho na floresta...
Naquele instante, porém, o Coelhinho parou e levantou as orelhas, como
se ouvisse algo. Disse:

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– Vocês estão ouvindo isso? O Tamborzinho está tocando! Ele não pôde
vir, porque ficou cuidando da Corneta, que está com tosse. Deve ter
acontecido alguma coisa!
Nenhum dos outros conseguia ouvir nada, porque não tinham aquelas
orelhonas, mas acreditaram no Coelhinho. Para tentar enxergar mais
longe, os Cubos de Madeira subiram uns sobre os outros até formar uma
pilha bem alta.
O que ficou mais em cima olhou na direção da cidade e gritou:
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– Estou vendo! Caramba! Carambola! Nossa! Cruzes!
– Conte logo o que é! – gritaram todos, na maior aflição.
– É a Pipa! Ela está no ar, parada bem em cima da lagoa dos Barquinhos
de Papel! Tem alguém com ela... uma coisa verde... deve ser o Cacto!
Ele perdeu o equilíbrio e caiu, mas conseguiu se agarrar na pontinha da
corda da Pipa. Acho que não sabe nadar, porque está com muito medo
de cair na água!
– Coitado! – exclamaram todos.
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— Precisamos fazer alguma coisa! - disse o Caminhãozinho, já
correndo na direção da cidade.
— Vamos com você! - disseram a Boia, o Livro e o Ioiô, pulando em
sua carroceria. Mas o peso foi demais e a rodinha rachada quebrou de
vez...
— Vou assim mesmo! Eles precisam de ajuda! - falou o
Caminhãozinho, rodando com muito esforço e dificuldade.
— Espere que dou um jeito - propôs o Ioiô, colocando-se no lugar da
roda quebrada.
Redondinho como era, ficou quase perfeito, e o Caminhãozinho
arrancou bem depressa. Os outros brinquedos correram atrás.

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Quando chegaram à beira da lagoa, ouviram o Cacto gritar:
— Socorro! Acudam! Sou do deserto, tenho medo de água!
Os frágeis Barquinhos de Papel olhavam para o alto. Apesar de
assustados, tentavam acalmar o Cacto, dizendo a ele que o socorro já
estava chegando.
Num instante o Caminhãozinho chegou à beira da lagoa. A Boia pulou
na água para segurar o Cacto quando ele caísse. Mas o Livro deu um
grito:
— Não faça isso! Aqui na minhas páginas diz que os cactos são
plantas que têm muitos espinhos! Você vai furar e acabar
afundando com ele...
Todos os brinquedos pararam e ficaram olhando uns para os
outros. Ninguém tinha coragem de ir segurar alguém que era
cheio de espinhos...

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— Eu vou! — decidiu, corajosamente, o Livro, enquanto se ajeitava
sobre a Boia — Minha capa é dura, não vou me ferir.
Os outros brinquedos ficaram na maior aflição. Sabiam que, se ele se
molhasse... era uma vez um Livro!
A Boia nadou depressa. Naquele minuto, o Cacto perdeu as forças e
se soltou da corda da Pipa. Veio caindo, caindo, caiu! Bem em cima
do Livro!
Todos os brinquedos que estavam na margem gritaram, pularam e
aplaudiram.
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Com cuidado, ela voltou com o Livro e o Cacto para terra fi rme.
A Pipa desceu do céu e agradeceu, muito emocionada, a todos que tinham
ajudado no salvamento.
Para comemorar o salvamento do Cacto, a Pipa deu uma grande festa.
Todos os brinquedos foram convidados.
Depois que já tinham se divertido bastante, a Pipa pediu silêncio e disse:
– Tenho certeza de que o susto que eu e o Cacto passamos ajudou todos a
perceber que cada um de nós tem um talento especial. É muito bom que
existam coelhinhos de grandes orelhas, capazes de ouvir o que ninguém

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mais ouve. Cubos que possam se elevar tão alto a ponto de enxergar
quem precisa de ajuda...
— Caminhões cuja coragem compense até a falta de uma rodinha
— acrescentou o Cacto. — Ioiôs tão inteligentes que possam encontrar
soluções em momentos difíceis. Barquinhos de papel sempre prontos a
dizer uma palavra amiga. Boias que flutuam como ninguém...
— Porém, - continuou a Pipa, — queremos fazer um agradecimento
especial a alguém que é, sem dúvida, o mais sabido de todos nós. Se não
fossem seus conhecimentos, tudo teria acabado em desastre... E aposto
que todos sabem quem é ele...
— É o Livro! É o Livro! É o Livro! - Gritaram os brinquedos na maior
animação.

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O Livro nunca tinha se sentido tão feliz! A Pipa ainda disse:
— O que seria de nós sem esse mundo de conhecimentos que os livros
trazem dentro deles? Se ele não soubesse tudo sobre plantas do deserto,
a uma hora dessas, a Boia e o Cacto estariam no fundo do lago... Ele,
mais que todos, merece nosso carinho e o amor das crianças!
A Boia, comovida, deu um beijo no Livro, dizendo:
— Você é o brinquedo mais bacana que uma criança pode ter!
De repente, vinda de não se sabe onde, uma voz retumbante falou:

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— Eu sou a Fada dos Brinquedos e vim aqui para satisfazer o seu desejo!
A partir de agora, o Livro vai virar um trenzinho!
O Livro levou um susto e gritou:
— Não! Mudei de ideia! Quero continuar sendo o que sou!
O Tamborzinho pensou:
— Conheço essa voz! — E falou: — Calma gente! É só a Cornetinha que
sarou da tosse e está pregando uma peça em vocês!

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Na mesma hora, a Cornetinha pulou no
meio da festa, toda sapeca, e saiu galopando
montada no Cavalinho de Pau. O Livro
correu atrás dela, dando muitas risadas, e a
farra durou até o sol raiar...

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CANTINHO
DIVERTIDO

A criação do material a seguir foi uma


construção coletiva, de autores, ilustradores,
educadores e parceiros, que contribuíram com
suas experiências e emoções.

1 TALENTOS
Na história, cada um mostrou seus talentos. O coelhinho usou
as orelhas para escutar melhor, os cubos se empilharam para
enxergar mais longe, o caminhão e o ioiô trabalharam em
parceria, a boia flutuou na água.

Agora, diga o que cada um dos brinquedos a seguir


pode fazer de especial, em uma nova história...

CORNETA SERROTE SAPO

SUBMARINO PIÃO CORDA DE PULAR BICICLETA

LÁPIS DE COR MASSINHA DE MODELAR PAZINHA


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A BOIA gosta de viver na água,
mas o LIVRO não quer nem pensar
em se molhar! Cada pessoa tem sua
própria ideia do que é SER FELIZ.
Nem sempre todos gostam de viver
da mesma maneira. Muitas pessoas
pensam de forma diferente de nós,
e isso precisa ser RESPEITADO.

2 DITOS POPULARES

Leia os ditos populares abaixo e trace um círculo em volta


daqueles que falam de HARMONIA entre as pessoas...

A pior solidão é não ter verdadeiras amizades.

Barriga vazia não dá alegria.

Acabe com seus inimigos: faça deles seus amigos.

Dois bicudos não se beijam.

Faça o bem sem olhar a quem.

Vivemos todos sob o mesmo céu,


mas não temos todos o mesmo horizonte.

A mentira tem pernas curtas.

O riso é a distância mais curta entre duas pessoas.

Quando um não quer, dois não brigam.

Quem semeia vento, colhe tempestade.

Um amigo na hora da necessidade é um amigo de verdade.

Tempo é dinheiro.

Uma mão lava a outra e as duas lavam o rosto.

A pressa é inimiga da perfeição.


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3 AGRADECIMENTO ESPECIAL

Os verdadeiros amigos estão sempre ao


nosso lado, nas horas boas e ruins.
Na história deste livro, a Pipa e o Cacto
fizeram um agradecimento especial a
todos que os ajudaram. Você se lembra
de alguma vez em que um amigo o
ajudou a resolver um problema
ou a se sentir mais feliz?

Escreva um agradecimento especial,


lembrando o fato e contando como
o gesto do amigo foi importante
para você. Depois, entregue o que
escreveu ao seu amigo.

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4 STOP VEGETAL

Cacto é um nome de planta. Você já pensou


em quantos nomes de plantas conhece?
Parece que não, mas com certeza são muitos...
Dá até pra fazer uma brincadeira.
Chame seus colegas e combine fazer assim:

ÁR
VOR
ES
FRU

Preparando o jogo
TAS
FLO
RE
S
LEG
UM
Todos os jogadores devem ter lápis e papel. ES
eV
ER
DU
Cada papel será dividido em 4 colunas. RA
S

A primeira será de NOMES DE ÁRVORES


(é fácil! Pense nas árvores frutíferas!); a segunda

M
terá NOMES DE FRUTAS; a terceira terá
NOMES DE FLORES; e a quarta terá
NOMES DE LEGUMES E VERDURAS.

Jogando
Sorteia-se uma letra entre os jogadores e inicia-se uma rodada.
Todos devem preencher cada coluna com um nome começado
5
pela letra sorteada. Aquele que completar todos os nomes

0
primeiro diz "Stop!". Todos os outros jogadores devem parar de
responder neste exato momento. A validade da resposta para
cada tema é conferida, atribuindo-se 0 pontos para uma resposta
inválida ou sem ter sido preenchida, 5 para uma resposta válida
repetida que outro amigo também tenha escrito, e 10 para uma

10
resposta válida única que só uma pessoa usou. O processo se
repete até que se chegue ao número de rodadas combinado.
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