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REINO UNIDO
HOSFSTEDE
Ao analisar os dados do comportamento dos colaboradores de 50 filiais da
empresa International Business Machines (IBM) em todo o mundo, Geert Hosfstede
descobriu que haviam diferenças significativas entre culturas, mesmo sendo trabalhadores
da mesma empresa, e acrescentou que não existe um método universal de gerir, mas sim
uma gestão adaptada à cultura local.
Daí, resultou um modelo de dimensões culturais que pretende estudar como os
valores no local de trabalho são influenciados pela cultura.
As seis dimensões são:
Distância ao Poder – nível de desigualdade de poder aceite pelas pessoas. As
sociedades com maior distância ao poder são constituídas por pessoas que aceitam bem o
“estatuto” e a falta de poder, enquanto que em sociedades onde isto não acontece, as
pessoas percebem a desigualdade e existe o sentimento de injustiça. A desigualdade existe
em todos os países, mas nuns mais que outros (Grande, 2007)
Individualismo vs Coletivismo – Expressa até que ponto as pessoas se integram
ou não umas com as outras.
Portugal UK Analise
DISTÂNCIA AO PODER 69 35 A Grã-Bretanha está no ranking mais baixo: é uma sociedade que acredita que as desigualdades entre as
pessoas devem ser minimizadas.
Permite identificar os valores de uma Esta classificação deve ser refletida devido ao sistema de classes britânicos que denota alguma influencia nos
sociedade, nomeadamente medir a títulos de família. Há aqui uma promoção da igualdade, mas com a presença, histórica, da cultura dos títulos
aceitação das pessoas a um poder dos ” membros da nobreza”.
desigualmente distribuído.
Em Portugal há uma distância hierárquica presente, que é naturalmente aceite, e praticada, através da
existência de posições com maior poder - e privilégios. As desigualdades sociais são aceites.
Impactos:
Em países onde a distância ao poder é mais elevada, as regras tendem a estar definidas e existe maior
organização na estrutura organizacional, no entanto pode ser prejudicial visto não haver liberdade para a
iniciativa e para a evolução dentro dos cargos, existindo assim pouca confiança em países onde a distância é
alta. Haver uma clara divisão de poder ajuda a que cada um saiba exatamente o que tem de fazer no âmbito
das suas funções, mas quem tem menor poder, por vezes pode recorrer a formas menos lícitas de progressão,
e os que detêm cargos superiores, utilizam o poder em excesso para seu próprio benefício. – como é o caso de
Portugal.
Sendo os britânicos uma cultura onde a distância ao poder é baixa, e menor que Portugal, existe mais
cooperação, a posição que cada individuo ocupa não é o mais valorizado, há uma maior partilha de
conhecimento entre as pessoas.
Assim, o facto da Grã-Bretanha ser uma cultura com reduzida distancia ao poder é tida como um fator
favorável a ter em conta no processo de internacionalização pois culturas com estas características
transmitem maior confiança e legitimidade para trabalhar. Portugal devera ter isso e conta e adaptar-se.
Portugal UK Analise
INDIVIDUALISMO 27 89 Com uma pontuação de 89, o Reino Unido é uma clara cultura individualista.
Os britânicos são altamente individualistas e particulares. As crianças aprendem desde cedo a pensar por si
A questão fundamental abordada por mesmas e a descobrir qual é o seu propósito único na vida - e como podem contribuir, de maneira única,
essa dimensão é o grau de para a sociedade. O caminho para a felicidade é através da realização pessoal.
interdependência que uma sociedade
mantém entre seus membros. Portugal, em comparação com o resto dos países europeus (com exceção de Espanha) é coletivista.
A lealdade é essencial e ultrapassa a maioria das outras regras e regulamentos sociais. A sociedade
promove relacionamentos de grupo, onde todos assumem a responsabilidade pelos outros membros do grupo.
Impactos:
Poderá ser um fator favorável a cultura da Grã-Bretanha ser altamente individualista visto que as pessoas
decidem de forma individual e forte e dão especial valor à inovação. Nestas sociedades o sucesso chega com
trabalho e afinco e por isso há total dedicação e eficiência.
Isso é benefício para a empresa Portuguesa que conta com uma maior abertura ao produto diferente e à
inovação.
Devido a ser uma cultura individualista, e curiosa, incentiva a uma grande criatividade e necessidade de
inovação. O que é diferente é um fator favorável. Isso surge em toda a sociedade, tanto no humor, grande
preferência por produtos novos e inovadores, quanto pelas indústrias altamente criativas em publicidade,
marketing. Etc. Fator a ter em conta na apresentação do produto – inovador.
Impacto:
Na Grã-Bretanha a masculinidade é maior, pelo que o trabalho prevalece sobre a família. No âmbito laboral
haver disciplina e não ceder a sensibilidades perante os outros é fundamental (ao contrário de Portugal onde
existe entreajuda no trabalho).
Esta dimensão é muito relevante porque está diretamente relacionada com as pessoas que são a força das
empresas e da sociedade.
O facto de Portugal ser feminista e a Grã-Bretanha coletivista poderá ser um desafio interessante na
moderação de forças diferentes e igualmente importantes, como é a total preocupação com as pessoas versus
total preocupação com o sucesso e resultados.
Ter uma cultura ambiciosa que se foca no trabalho é um fator que transmite segurança a Portugal e devera ser
considerado nas negociações e forma de eficiência do produto.
Se existe uma dimensão que defina Portugal é o de aversão às Incertezas. Os países que exibem alta
intolerância à incerteza mantêm códigos rígidos de crenças e comportamentos. São intolerantes a
comportamentos e ideias pouco ortodoxas.
Nestas culturas há uma necessidade emocional de regras (mesmo que as regras nunca funcionem); o tempo é
dinheiro, as pessoas têm um desejo interior de estar ocupados e trabalhar duro, a inovação pode ser resistida,
a segurança é um elemento importante na motivação individual.
Impactos:
O facto de a cultura do Reino Unido ser uma cultura com baixa aversão a incerteza significa que existe maior
flexibilidade e tolerância a imprevistos bem como a não haver medo de arriscar. Isso é bom para a empresa
portuguesa que tenta introduzir no mercado algo diferente e novo. Há, pois, nesta cultura uma maior
capacidade de adaptação a coisas novas, com pouco receio de arriscar e inovar.
A Grã Bretanha esta no nível intermédio. Aqui o equilíbrio entre o planeamento futuro e o presente terão de
ser moderados. As negociações deverão pensadas no longo prazo e flexíveis e ao mesmo tempo seguindo
uma organização bem estruturada.
INDULGÊNCIA 33 69 Uma pontuação alta de 69 indica que a cultura britânica é classificada como indulgente: demonstra
disposição para realizar os seus impulsos e desejos de aproveitar a vida. Têm uma atitude positiva e tendem
Esta dimensão é definida como a ao otimismo. Dão um maior grau de importância ao tempo de lazer, agem como bem entendem e gastam
medida em que as pessoas tentam dinheiro como desejam.
controlar seus desejos e impulsos, com
base na maneira como foram criadas. O Uma pontuação baixa de 33 indica que Portugal tem uma cultura de Restrição. Sociedades com baixa
controlo fraco é chamado de pontuação nesta dimensão tendem ao pessimismo. Além disso, em contraste com as sociedades indulgentes,
"Indulgência" e o controle forte é as sociedades restritas não enfatizam muito o tempo de lazer e controlam a satisfação de seus desejos. Têm a
chamado de "Restrição". perceção de que suas ações são restringidas por normas sociais.
Impacto:
Penso que é um fator benéfico para Portugal pois na cultura Britânica há uma maior liberdade de expressão,
com os valores do bem-estar e felicidade bem presentes e naturais. Isso é positivo para a aceitação de
produtos novos que possam contribuir para o bem estar das pessoas.
Torna-se fundamental que a organização esteja consciente das variáveis culturais que
podem influenciar o processo das suas negociações internacionais e tomadas de decisão.
A Comunicação não deve ser realizada da mesma forma em diferentes ambientes culturais
(Grande, 2007)
Cumprimentos:
Os cumprimentos são feitos com aperto de mão leve e rápido. Os Ingleses não gostam de
muito contato físico.
Comunicação
Ser educado é muito valorizado pelos Ingleses. As palavras chave são "por favor"
;"obrigado" e "desculpe".
A sinceridade pode ser considerada falta de educação em muitas situações.
Contato Visual
O contacto visual direto é geralmente mantido durante as conversas.
Olhar para longe, quando uma pessoa idosa está a falar, é visto como falta de respeito.
Distancia:
O Inglês tende a manter -se a uma certa distância entre eles enquanto falam.
Entre família o contacto é bem visto; mas a nível profissional não. A distância e toque é
bem vista.
Tempo
O Tempo é dinheiro. Tudo dever ser feito com rapidez.
Gestos
Dois dedos com "sinal de paz" invertido ou "V é uma obscenidade.As pessoas tendem a
andar à esquerda e passar à direita.
Tocar no lado da testa no Reino Unido significa que é estúpido.
Reuniões
Nas negociações as perguntas diretas não são aconselhadas pois não haverão respostas
concretas.
Chegar a tempo para uma reunião é importante.
As reuniões de negócios não são muito formais, começando e terminando com um pouco
de conversa, mas estruturadas.
Negociações
As decisões tendem a ser feitas de cima para baixo e pode levar algum tempo.
O Humor é frequentemente usado nas negociações, às vezes como um mecanismo de
defesa.
Títulos:
Títulos são importantes e é melhor usar Sr., Sra., ou senhorita, seguido pelo sobrenome.
Deve sempre esperar para ser convidado a usar os primeiros nomes antes de fazer isso
sozinho.
Os cartões de visita são essenciais e, geralmente trocados.
Roupa
Os Ingleses valorizam estar bem vestidos e bem apresentáveis.
Roupa sóbria, escuras e clássicos.
Roupa informal numa reunião de negócios geralmente não é bem visto.
Presentes
Presentes não são normalmente trocados num primeiro encontro.
Se for convidado por uma família Inglesa, é adequado flores (evitar lírios brancos como
eles são reservados para funerais), bom vinho, licor ou chocolates.
Os presentes devem estar bem embrulhados.
BAYNAST, A. & LENDREVIE, J & LÉVY, J (2018). Mercator 25 anos, D. Quixote, Lisboa.
FERREIRA, M.P & REIS, N. & SERRA, F.R. (2011). Negócios Internacionais E Internacionalização
para as Economias Emergentes, Lidel, Lisboa.