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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS


COORDENAÇÃO DE HISTÓRIA

NAELLIS VIANA RODRIGUES

GARIMPO, OPORTUNIDADE OU PERDIÇÃO?

BOA VISTA
2018
NAELLIS VIANA RODRIGUES

GARIMPO: Oportunidade ou Perdição?

Elaboração de texto como pré-requisito para a


obtenção parcial de créditos referentes à disciplina
Metodologia da História.

Profº. Drº. Raimundo Nonato.

BOA VISTA
2018
SUMÁRIO

1 DELIMITAÇÃO TEMÁTICA ..................................................................................... 4

2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 7


4

1 DELIMITAÇÃO TEMÁTICA

O Garimpo foi uma atividade muito presente na região Norte, em Roraima ela
teve um destaque. Iniciando por volta de 1917, com as descobertas das primeiras
jazidas. O interesse maior eram os diamantes, pois o ouro na época era apenas
para troca de mercadorias, servindo como forma de moeda local.
A atividade predominante em Roraima, era a pecuária, porém com o passar
do tempo, ocorreu uma baixa da mesma, lembrando que a borracha também estava
em crise.

Foi a partir desse momento que o olhar dos investidores volta-se para o
garimpo de ouro e diamante em terras roraimenses. Os recursos que antes
eram empregados em pecuária e extração da borracha têm agora um novo
destino: as jazidas minerais de Roraima (VIEIRA, 2008, p. 137).

Nesses garimpos existiam administradores que investiam nas área de


garimpo, como lojas, mercadinhos, bares e pontos de prostituição, fazendo-se uma
espécie de negócio lucrativo para ele, já que altos eram os valores de mercadorias e
certos serviços. E comum deparar-se com histórias de pessoas próximas que já
passaram por experiências em relação ao garimpo, outro ponto comum, são as
presenças de doenças nessas áreas como: febre amarela e malária e outras
consequências viriam a surgir por causa do garimpo.

Os garimpos abertos, ao contrário, são áreas de alta incidência, dadas as


facilidades de exposição, uma vez que os garimpeiros trabalham com pouca
roupa e nos horários de maior atividade vetorial, há multiplicidade de
criadores decorrentes da forma como o espaço é alterado pela presença do
garimpo; (BARATA, 1995, s/p).

Segundo o texto, as explorações iniciaram “ no começo do século XX que os


garimpeiros começaram a invadir as áreas indígenas do norte” assim iniciando o
processo de recrutamento. (DIOCESE,1990, p.11).

A presença desses garimpos na área indígena é destrutiva, de muito as


maneiras. Primeiramente porque favorecem a entrada, nas áreas indígenas,
de aventureiros para os quais as malocas são lugares de recrutamento de
braça. (DIOCESE, 1990, p.12).
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Pelo fato do garimpo ser em terras indígenas, os índios eram usados para
serviços braçais, porém com o tempo isso muda, quando determinado grupo
indígena corre em busca de ficar á frente no controle desse garimpo.
O funcionamento do garimpo era de determinado modo onde aqueles que
possuíam máquinas e instrumentos específicos para exploração, cediam aos
exploradores em troca de uma determinada porcentagem. Segundo o texto:

[...] dois tipos de garimpos relativos aos mineiros procurado (diamantes e


ouro) mas, fundamente, o processo de procura é o mesmo. Porém o que,
em geral, impede a continuação da garimpagem individual é a necessidade
de maquinários (DIOCESE, 1990, p. 12).

Por uma procura enorme do garimpo, muitos foram que chegavam de outras
cidades em Roraima, houve um aumento nos números de voos no aeroporto da
cidade, como também haviam pistas clandestinas sem fiscalizações. “ Vários foram
os acidentes aéreos, muitos fatais. ” (VIEIRA, 2008, p.139).

No Aeroporto Internacional de Boa Vista, entre pousos e decolagens, houve


o maior movimento diário do país. Entre 1987 e 1990 eram centenas os
aviões bimotor e monomotor estacionados no pátio (VIEIRA, 2008, p.139).

Muitos arriscaram vindo de fora em tentativa de conseguir dinheiro fácil em


busca de riquezas, alguns deixaram suas profissões, carreiras e famílias. Porém o
declínio do garimpo inicia-se no governo do Presidente Fernando Collor em 1990,
onde o mesmo pressiona instituições ambientais.
As operações que eram realizadas, costumavam-se serem bem violentas,
existia relatos de pessoas que morriam, e eram obrigadas a se retirarem dos locais,
assim perdendo o dinheiro que foram ali investidos.

Muitos eram os investimentos na atividade, investimentos econômicos e


emocionais de esperança e ilusões. Não era fácil assim abandonar tudo e
sair ao toque de retirada da polícia. Por isso foi grande resistência inclusive
com trocas de tiros entre policias e garimpeiros. (VIEIRA, 2008, p.142).

Nesse período muito dinheiro foi para fora, já que muitos se locomoviam,
estavam vindo para tentar uma vida com riqueza, sendo que essa perspectiva para
maioria não respondeu as suas perspectivas, eram doenças, mortes, prostituição,
bebidas.

Nas regiões de garimpagem geralmente existe uma área de pequeno


comércio, conhecida como currutela, que oferece desde a venda alimentos,
material de limpeza, armas, bebidas alcoólicas, drogas (maconha, cocaína
etc) casos de prostituição de mulheres e casas de câmbio de compra e
venda de ouro, diamantes e outros. (SANTOS E SOARES, 2016, s/p).
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Vale ressaltar que Roraima chegou a produzir cinco toneladas de ouro, assim
na cidade de Boa Vista, mudou em partes a vida de muitos moradores, até hoje
podem ser verificados os impactos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SANTOS, G.A e SOARES, F.S. “ Trabalhadores (as) do ouro na Amazônia”.


Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales,2016.

BARATA, R.B. Malária no Brasil: Panorama Epidemiológico na última década.


Rio de Janeiro, cad. Saúde Pública, 1995.

DIOCESE. ÍNDIOS E BRANCOS EM RORAIMA. Boa Vista, C.D.R – Centro de


Informação Diocese, 1990.

VIEIRA, Jaci Guilherme. O Rio Branco se enche de História. Boa Vista, Editora
UFRR, 2008.

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