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Manual

Sensibilização e Informação Pública


Formação Modular (FM)
UFCD 5870 – Sensibilização e Informação Pública

FORMADOR/A DATA
Patrícia Silva September de
2023
UFCD 5883 -
SENSIBILIZAÇÃO E INFORMAÇÃO PÚBLICA

Índice

Objectivos ..........................................................................................................................................................................3
Conteúdos ......................................................................................................................................................................... 3
Introdução .........................................................................................................................................................................4
A Proteção civil como cultura de segurança global ....................................................................................................... 4
Conhecimento dos Riscos VS Responsabilidade Coletiva ..............................................................................................5
Informação VS Comunicação ...........................................................................................................................................7
Informação ao público – o trabalho da Proteção Civil ...................................................................................................7
O caso do Serviço Municipal de Proteção Civil de Coimbra ......................................................................................8
Uso das Redes Sociais na comunicação com o público ................................................................................................. 9
O Risco – na habitação, no lazer e nos espaços de trabalho ...................................................................................... 11
O que fazer durante o acidente grave ou catástrofe: ............................................................................................. 12
O que fazer depois do acidente grave ou catástrofe: ............................................................................................. 12
O que fazer em caso de evacuação .......................................................................................................................... 13
Acidentes domésticos mais frequentes com crianças pequenas: ..........................................................................13
PLANOS DE EMERGÊNCIA .............................................................................................................................................. 14
Plano Municipal de Emergência ................................................................................................................................15
Plano de Emergência Escolar .................................................................................................................................... 16
Sinalética de Emergência ............................................................................................................................................... 17
Exemplos de sinalética de emergência .....................................................................................................................18
O que devem indicar as placas de sinalética de emergência? ................................................................................19
Iluminação de emergência ........................................................................................................................................ 20
Kit de Proteção Civil ....................................................................................................................................................... 20
O que incluir no kit de primeiros socorros ...............................................................................................................21
Primeiros Socorros ......................................................................................................................................................... 21
Posição Lateral de Segurança ....................................................................................................................................21
Como utilizar o número de Emergência 112 ........................................................................................................... 22
Afogamento - O que fazer? ....................................................................................................................................... 22
Desmaio / Perda súbita de consciência ....................................................................................................................23
Golpe de Calor/Insolação .......................................................................................................................................... 23
Estado de Choque ...................................................................................................................................................... 24
Feridas .........................................................................................................................................................................24

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Fraturas ....................................................................................................................................................................... 25
Medidas de Prevenção e de Autoproteção ..................................................................................................................26
Medidas de prevenção .............................................................................................................................................. 26
Medidas de autoproteção ......................................................................................................................................... 27

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O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à UFCD – Sensibilização e Informação
Pública, de acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações.

Objectivos
 Enumerar os princípios da Proteção Civil.
 Demonstrar uma cultura de segurança.
 Promover a adoção de comportamentos de prevenção e autoproteção.
 Identificar os protagonistas e os intervenientes.
 Identificar riscos.
 Demonstrar hábitos de segurança.
 Exemplificar as atitudes adequadas em emergências.

Conteúdos
 A atividade e os agentes de Proteção Civil
 Conhecimento dos riscos vs responsabilidade coletiva - a cultura do risco (o envolvimento do cidadão
na sua própria segurança)
 Informação vs comunicação
 Informação ao Público sobre Proteção Civil (mitos, credibilidade e confiança)
 Uso das redes sociais na comunicação com o público
 O risco
o Nos espaços de trabalho
o Na habitação
o No lazer
 Dinamização do Plano de Emergência Municipal (análise dos riscos; cartas militares; ordenamento do
território, etc..)
o Planos de Emergência
o Nas escolas e em casa
 Casa e escola seguras
 Sinalética de emergência
 Kit de proteção civil
 Formação básica de primeiros socorros
 Medidas de prevenção e de autoproteção

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Introdução
Ao longo das últimas décadas, e em todo o mundo, assistiu-se a uma sucessão de graves ocorrências (sismos,
tsunamis, furacões, erupções vulcânicas, incêndios florestais, inundações, e tantas outras) que originaram um
elevadíssimo número de mortos, feridos, desalojados e valores muito avultados de prejuízos.

Portugal também tem enfrentado um conjunto de adversidades que, no dia-a-dia, vão testando as capacidades
operacionais e técnicas do sistema de proteção civil e, em especial, dos agentes que o integram e já agora, cada
vez mais, nos apontam uma cada vez maior necessidade dos cidadãos adquirirem outras competências
individuais, como verdadeiros alicerces de um sistema que a todos importa e a todos diz respeito, numa
empenhada atividade de uma cidadania participada e informada.

Com as alterações climáticas há tendência a aumentar ainda mais o número de catástrofes.

Podemos dizer que cada um de nós é um agente de proteção civil, o primeiro agente e que, quanto mais
preparado estiver, com maior sensibilização e formação, melhor reage - até na relação com os Agentes de
Proteção Civil - e maior probabilidade tem de sobreviver aos acidentes.

Num qualquer acidente, a qualquer hora ou em qualquer lugar, cada um de nós está sozinho e vai estar tanto
mais tempo, quanto maior for o acidente. Não tem ao pé de si um bombeiro, um polícia, um médico, por isso,
importa a competência, ou melhor, saber agir, querer agir e poder agir, condição fundamental para que se
conheça o fenómeno, se saiba qual o seu comportamento e quais as suas consequências e que cada um de nós
se comporte de acordo com a situação, antes durante e depois da sua ocorrência.

Assim, é crucial que a população esteja devidamente informada e sensibilizada sobre estes temas.

Este manual visa ajudar os formandos do curso EFA de Técnico de proteção Civil a conseguirem sintetizar e
transmitir os conhecimentos obtidos ao longo desta formação, aplicando-os na Sensibilização e Informação da
sociedade.

A Proteção civil como cultura de segurança global


A Proteção Civil é uma atividade pluridisciplinar e plurissectorial, considerada transversal à sociedade, em
relação à qual se vem vincando o entendimento de que se deve considerar determinante a participação cívica e
ativa dos cidadãos no sentido de que o envolvimento de cada um de nós é fundamental para a criação de uma
verdadeira cultura de segurança.

A espécie humana ocupa a superfície terrestre do planeta, organizando-se em sociedades cada vez mais
complexas e artificiais, numa aparente harmonia com a natureza, mas sujeita a perigos e a eventos naturais
intensos. Desde sempre, os riscos/perigos têm acompanhado a vida humana, razão pela qual a proteção dos

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cidadãos enfrenta um constante desafio colocado pelos muitos perigos inerentes aos desastres e às catástrofes
naturais.

A Declaração de Hyogo (UNISDR, 2005) considera em matéria de prioridades de ação, para redução dos
desastres naturais para o período de 2005-2015, o uso do conhecimento, informação e educação na construção
de uma cultura de segurança e de resiliência dos cidadãos. Esta mesma declaração aponta a necessidade de
promoção e inclusão de ações de redução dos riscos na escola, assim como a realização de ações educativas e
de formação para a comunidade.

A proteção dos cidadãos, sendo um constante desafio que se coloca aos poderes públicos responsáveis, tem
ganho dimensão, refletindo-se na preocupação com a informação que chega ao cidadão, nomeadamente na
preparação para situações de impacte profundo, como são as catástrofes naturais.

É consensual no atual contexto político, social e cultural que a proteção e segurança das populações, a defesa
do património e a salvaguarda do ambiente são valores que devem ser preservados por um Estado de Direito.

Sob a necessidade e exigência de uma visão responsável para esta questão e uma capacidade de partilha e
cooperação ao nível institucional e individual, surge a noção de Proteção Civil, como é hoje conhecida.

A Lei de Bases da Proteção Civil, publicada a 3 de julho de 2006, pela Assembleia da República, no artigo 1.º
define Proteção Civil como, (…) a atividade desenvolvida pelo Estado, Regiões Autónomas e Autarquias, pelos
cidadãos e por todas as entidades públicas e privadas, com a finalidade de prevenir riscos coletivos inerentes a
situações de acidente grave ou catástrofe, de atenuar os seus efeitos e proteger e socorrer as pessoas e bens
em perigo quando aquelas situações ocorrem.

Conhecimento dos Riscos VS Responsabilidade Coletiva


A Proteção Civil implica compreender a importância de adotar e promover uma cultura de segurança e
conhecer o conceito de risco, na medida em que estas são prioridades para todos os cidadãos do século XXI.

Tomar consciência dos comportamentos e atitudes adequadas em situações de riscos coletivos, acidentes
graves e catástrofes, bem como saber cooperar com os diferentes intervenientes de Proteção Civil constitui o
primeiro passo para implementar uma cultura de segurança e de prevenção.

“Na catástrofe, a resposta inicial não é dada pelos órgãos de socorro, mas sim pelos sobreviventes do desastre.”
Luciano Lourenço

Sismos, secas, cheias ou grandes incêndios florestais são apenas alguns exemplos de fenómenos a que
assistimos nos últimos tempos e que se caracterizam pelos elevados impactes que produzem no tecido social e
económico de uma região ou país, obrigando a uma maior exigência em termos de uma resposta articulada e
coordenada, onde todos os elementos da sociedade deverão saber como agir, minimizando danos maiores.

Estes fenómenos colocam igualmente a descoberto as vulnerabilidades das sociedades urbanas mais
desenvolvidas e organizadas, nomeadamente os problemas de gestão e ordenamento do território, no que

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respeita aos aglomerados urbanos, altamente expostos a diversos tipos de riscos, na sua dupla dimensão –
naturais e tecnológicos.

Os novos conceitos de proteção civil e segurança interna vão no sentido de promover a articulação permanente
entre os vários atores na planificação, organização e implementação operacional. Por isso, para além da
preocupação em termos de cooperação entre os agentes de proteção civil e as entidades que se interligam na
estrutura de proteção civil, há que reforçar o diálogo com os cidadãos, por forma a fomentar uma cultura de
responsabilidade individual e de pró-atividade face a situações de risco.

Proteção Civil e Comunicação de Risco A Lei de Bases da Proteção Civil (2006, pp.4696) define, no seu
artigo1ºproteção civil como «a atividade desenvolvida pelo Estado, Regiões Autónomas e autarquias locais,
pelos cidadãos e por todas as entidades públicas e privadas, com a finalidade de prevenir riscos coletivos
inerentes a situações de acidentes graves ou catástrofes, de atenuar os seus efeitos e proteger e socorrer as
pessoas e bens em perigo sempre quando aquelas situações ocorram». Neste contexto, são agentes da
proteção civil os corpos de bombeiros e os sapadores florestais, as forças de segurança, as forças armadas, as
autoridades marítima e aeronáutica, o Instituto Nacional de Emergência Médica e outros serviços de saúde.

A Lei de Bases da Proteção Civil tem, entre os seus objetivos fundamentais, a informação e formação das
populações, visando a sua sensibilização em matéria de autoproteção e de colaboração com as autoridades
(art.º 4.º, nº.2, alínea c)), assim o conhecimento dos riscos e a base da responsabilidade coletiva, são essenciais
para este pressuposto. A nível internacional (Organização das Nações Unidas), comunitário (União Europeia) e
nacional (Autoridade Nacional de Proteção Civil e Serviços Municipais de Proteção Civil) procura-se reforçar a
atenção dada à informação pública na área dos riscos coletivos, apostando na formação, na educação e em
novas estratégias de comunicação e interação com os diferentes públicos.

O ambiente escolar é um terreno propício para implementar os mecanismos que conduzirão a cidadãos mais
bem preparados, a sociedades mais resilientes, à minimização nos custos das catástrofes quer no âmbito
humano, quer no âmbito económico e da perda de recursos.

A temática da prevenção é por demais importante para a todos preocupar e é consensual que a proteção de
pessoas e bens são valores inerentes a este modo civilizacional que todos defendemos.

Se a comunidade e, em particular, os mais jovens …

• Compreenderem a importância de desenvolver comportamentos de prevenção e proteção – o que


fazer ou não fazer perante cada risco;
• Estiverem sensibilizados para os problemas que temos num território, mas igualmente motivados para
desvendar soluções participadas e coletivas;
• Conseguirem trabalhar em interação e confiança, percebendo que podemos fazer mais para reduzir o
risco de catástrofes provocadas por sismos, inundações, incêndios, matérias perigosas, etc.;
• Tomarem consciência dos seus deveres perante situações de riscos coletivos, acidentes graves e
catástrofes;
• Revelarem comportamentos e atitudes adequados em situações de emergência;
• Compreenderem a importância da Proteção Civil face aos riscos;
• Conhecerem o funcionamento da Proteção Civil implementada na sua região e país…

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… Conseguiremos fazer uma sensibilização desde os primeiros anos de vida sobre os riscos e potenciais
impactes promovendo, assim, uma cultura de prevenção.

Informação VS Comunicação
Primeiramente é conveniente distinguirmos Informação de Comunicação.

Comunicação e informação são dois conceitos amplamente utilizados e às vezes causam confusão por parte dos
utilizadores dos termos. No entanto, eles são diferentes. A principal diferença reside no fato de que a
comunicação requer uma resposta para ser realizada, enquanto a informação não requer feedback do público.

A comunicação é um processo que envolve duas ou mais pessoas. Elas trocam dados, mensagens e adotam
alternadamente a posição de remetente e destinatário.

Informação é o conjunto de dados previamente preparado para configurar uma mensagem. O objetivo por
parte do remetente é chegar ao destinatário de forma eficaz. No entanto, neste caso, não é necessária uma
resposta ou feedback imediato para atingir o objetivo proposto.

A informação é, portanto, a forma de sensibilização da opinião pública mais usada na proteção civil.

Informação ao público – o trabalho da Proteção Civil


A dimensão da prevenção passa por um trabalho persistente e continuado de envolvimento de cidadãos e
comunidades. Estratégias de sensibilização e de educação para o risco procuram assim incentivar o
envolvimento de todos em matérias que se prendem com a sua proteção e segurança – cidadãos mais
conscientes, e informados, mais ativos na adoção de comportamentos de prevenção e autoproteção face aos
riscos coletivos.

Assim, uma das valências da Proteção Civil é sensibilizar de várias formas para a prevenção e atitudes a tomar.
São feitos simulacros, em articulação com vários organismos (escolas, bombeiros, instituições públicas, etc), de
situações de incêndio, sismos, acidentes variados, assim como palestras de informação e difusão de
conhecimentos em contexto escolar.

Estas competências abrangem assim áreas muito diversificadas de atuação, que vão desde a preparação dos
cidadãos, com a realização de campanhas de prevenção para variados riscos que afetam os seus territórios, até
à resposta pós-catástrofe, com vista à promoção da adoção de medidas necessárias à urgente normalização da
vida das populações atingidas.

São por isso de importância crucial os ensinamentos que poderão ser extraídos da análise sistemática da
evolução de catástrofes anteriores e das circunstâncias que contribuíram para a sua ocorrência, podendo deste

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modo contribuir para a redução de riscos futuros e para a definição de prioridades na gestão da vulnerabilidade
do território.

Estudos recentes comprovam que estes ensinamentos deverão ser aprofundados numa fase precoce, em
termos de desenvolvimento, sendo por isso as crianças e os jovens os grupos alvo a privilegiar, em campanhas
de sensibilização para a proteção civil, promovendo uma cultura de segurança, prevenindo comportamentos de
risco e alertando para a promoção de atitudes e comportamentos adequados para a prevenção de acidentes e
catástrofes.

Além de ser obrigação de todos, contribuir para evitar o acidente, cada um deve saber exatamente o que fazer
em situação de emergência e perceber a utilidade fundamental dos seus gestos. Assim se formam adultos mais
exigentes e com uma nova atitude de segurança. É neste sentido que a Proteção Civil tem vindo a incentivar a
realização de exercícios e simulacros, por forma a testar e consolidar conhecimentos adquiridos, visando uma
otimização de atitudes e comportamentos. Prevenimos quando criamos as condições para que os acidentes não
ocorram, planeamos quando, antecipadamente, fornecemos informação sobre os procedimentos corretos a
adotar em situações de emergência.

O caso do Serviço Municipal de Proteção Civil de Coimbra


Apesar da consciência de que o concelho de Coimbra muito terá a fazer, e a aprender, para cumprir os seus
objetivos em termos de construção da resiliência urbana, este tem desenvolvido e implementado diversos
projetos em termos de sensibilização em proteção civil, dirigidos particularmente aos alunos e restante
comunidade educativa do 1º e 2º ciclo do ensino básico das escolas do concelho.

Estas ações de sensibilização começaram por ser realizadas apenas a pedido das próprias escolas, para efetuar
visitas de estudo aos quartéis de bombeiros ou solicitando a presença de equipas de bombeiros nas escolas. Tal
servia para a realização de exercícios de evacuação, para explicar as suas missões ou para divulgar medidas
preventivas para determinados riscos.

O trabalho desenvolvido nestes últimos anos, pelo Serviço Municipal de Proteção Civil, com a colaboração da
Companhia de Bombeiros Sapadores de Coimbra - e de outros agentes de Proteção Civil da cidade, como
bombeiros voluntários e forças de segurança - deixou assim de estar limitado à preparação para a
eventualidade de ocorrência de acidentes domésticos, rodoviários, ou grandes catástrofes naturais, para passar
a basear-se em processos técnicopedagógicos não-formais e sistemáticos, para a assunção destes conceitos.

O desenvolvimento destas ações passou assim a ser efetuado através da planificação das atividades a realizar,
dentro ou fora da escola, subdivididas três fases distintas:

– A primeira, de preparação das atividades a realizar, com clarificação de conceitos e explicação dos objetivos
junto dos principais intervenientes;

– A segunda, de concretização de atividades lúdico-pedagógicas, de forma interativa;

– A terceira, de análise e interpretação da ação, avaliando o cumprimento dos objetivos propostos.

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Hoje em dia, a realização de simulacros no concelho é sempre antecedida de reunião de preparação da ação
com os professores envolvidos, garantindo que estão implementadas as medidas de autoproteção na escola,
através do conhecimento das várias funções de segurança constantes no Plano de Emergência Interno da Escola,
por parte de alunos, professores e auxiliares educativos.

Durante a realização dos simulacros, são postos em prática os conhecimentos inerentes à função de cada um,
tanto das equipas internas de segurança da escola, como também das equipas externas, designadamente
bombeiros, forças de segurança e do próprio Serviço Municipal de Proteção Civil, este enquanto
observador/avaliador do exercício.

Após a realização do simulacro é efetuada uma reunião final com alunos e professores, identificando os pontos
fortes e fracos em termos de desempenho.

Para além deste tipo de ações, o SMPC de Coimbra tem preparado projetos para implementação de clubes de
proteção civil (iniciativa promovida pela ANPC) ao nível das escolas do 1º e 2º ciclos do concelho, fomentando a
realização de atividades relacionadas com a proteção civil em contexto escolar, envolvendo de forma ativa a
comunidade educativa, procurando criar grupos de trabalho na própria escola que dinamizem várias ações e
atividades relacionadas com a prevenção e segurança nas escolas.

Parte deste trabalho tem sido realizado em estreita colaboração com alunos do curso de Saúde ambiental, da
Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, preparando diversas atividades lúdico-pedagógicas,
durante a realização dos estágios no SMPC de Coimbra.

A título de exemplo, podemos mencionar a dramatização de peças de teatro, abordando a temática de


prevenção e de minimização dos perigos, a realização de jogos interativos, com perguntas e respostas sobre o
tema e também a execução de experiências com os alunos, relacionadas com a formação e desenvolvimento de
fenómenos relacionados com riscos naturais e tecnológicos, para além da realização de um pequeno vídeo
sobre como atuar em caso de evacuação, em situações de sismo e de incêndio na escola. De forma a veicular
esta informação junto dos mais novos, e de certo modo também dos adultos que os rodeiam, foram elaborados
manuais lúdico-pedagógicos, para crianças, e manuais informativos, dirigidos ao público em geral, dando a
devida importância aos riscos naturais e tecnológicos com que são confrontados no dia-a-dia, alertando para as
principais medidas de prevenção e para os comportamentos adequados a adotar.

O resultado deste trabalho tem revelado grande motivação por parte de alunos e professores, na esperança
que possam constituir um marco fundamental na promoção de uma cultura de segurança nas crianças
incutindo-lhes o lema de que são elas o principal agente de proteção civil no concelho de Coimbra.

Uso das Redes Sociais na comunicação com o público


A consciência dos cidadãos sobre as catástrofes e desastres a que podem estar sujeitos minimiza o seu grau de
vulnerabilidade em relação a estes acontecimentos – quanto maior a informação e a preparação do cidadão
para estes fenómenos, maior será a sua preparação para zelar pela sua segurança.

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O último objetivo de comunicação organizacional é veicular e consolidar o papel de confiança, junto dos seus
públicos, “carregando para a instituição credibilidade e reputação”. Quando falamos de comunicação de risco
que as instituições estabelecem com os cidadãos, a relevância que estes vão dar à informação transmitida vai
depender da relação de confiança que estabelecem com aquelas instituições. Numa análise empírica,
verificamos que no que toca a estratégia de comunicação, os organismos de proteção civil têm em comum o
facto de utilizarem os meios digitais próprios para fazerem chegar a sua informação aos seus destinatários: os
sítios na internet, newsletters digitais, e-mails e revistas. A maior parte destes destinam-se a quem trabalha na
área a que reportam ou parceiros de atuação.

Através da página oficial da ANPC, os cidadãos podem informar-se sobre os alertas existentes, sobre o número
de ocorrências na época dos incêndios florestais ou aceder a informações sobre precauções em relação a
determinados temas. O mesmo acontece utilizando as redes sociais, como o Facebook. No entanto, em
nenhuma circunstância os serviços da ANPC entram em contacto direto com cada cidadão para o informar de
algum risco iminente. Este serviço dependeria naturalmente, de uma base de dados ao nível nacional, o que,
para já, e contrariando o que acontece no Japão, por exemplo, não existe mas seria possível fazer em Portugal.

Quando se trata de uma situação de risco iminente e que poderá gerar uma situação de crise num curto espaço
de tempo, a ANPC recorre aos media para difundir rapidamente alertas à população, de maneira a que esta se
previna e se salvaguarde. Nesta situação poderão enquadrar-se, por exemplo, a aproximação de uma onda de
calor ou de frio, passíveis de causar situações de aumento ou diminuição bruscos de temperatura.
A probabilidade de cheias, devido à previsão de um elevado grau de precipitação, é outro dos alertas que
poderão ser difundidos rapidamente pelos media e chegar a um elevado número de pessoas, à semelhança do
perigo de furacões ou alterações bruscas do estado do mar, por exemplo.
O cidadão não tem, no entanto, um papel passivo na comunicação que estabelece com a ANPC, para o que tem
contribuindo em muito o acesso às novas tecnologias. Hoje em dia, procura informação no sítio da ANPC para
consultar, por exemplo, na época de incêndios, onde é que há registo de ocorrências, chegando mesmo a
estabelecer contacto telefónico para obter informações. No contacto direto, é ainda feita uma sensibilização da
população através da participação em ações de rua e simulacros.

Vivemos numa sociedade de risco e numa sociedade «mediatizada», ou seja, a forma como a sociedade
entende os riscos a que está sujeita é influenciada pela forma como os media os transmitem e explicam. Torna-
se, assim, relevante o papel dos media nas várias fases da ocorrência do desastre, sendo importantes antes,
durante e depois da situação causadora de crise.

A função dos media torna-se ainda mais importante quando os organismos de proteção civil não conseguem
informar os cidadãos a tempo da previsão de desastres, uma vez que não dispõem de sistemas de alerta diretos
para cada grupo de indivíduos ou para cada indivíduo, e as redes sociais têm cada vez mais um importante
papel nisto.

O reconhecimento da importância dos media levou mesmo à criação de um oficial de ligação no Teatro das
Operações para dar informação no local sobre o que se está a passar. É uma forma de garantir que o jornalista é
bem informado, com base numa fonte fidedigna.

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O Risco – na habitação, no lazer e nos espaços de trabalho


A formação de cidadãos solidários e conscientes em matéria de proteção e socorro passa por um trabalho de
proximidade, nas diversas vertentes do sistema nacional de proteção civil:

• Componente técnica e científica - riscos considerados antecipadamente, identificados, estudados,


difundidos, treinados;
• Ações de informação pública que motivem os cidadãos para a adesão a projetos que aumentem a sua
preparação para uma situação de emergência;
• Processos de planeamento de emergência, incluindo a componente da formação e do exercício;
• Operações de resposta ao acidente, à emergência, à catástrofe, capacitando e estimulando os cidadãos
reagir pró-ativamente nos processos.

Uma boa prevenção faz-se conhecendo antecipadamente e, tanto quanto possível, a situação existente, os
riscos que afetam o território e os meios de intervenção disponíveis.
Assim, iremos aqui explicitar alguns dos comportamentos a adotar em algumas situações.

Prepare-se para a eventualidade de ocorrência de um acidente grave ou catástrofe:

Tenha a sua casa preparada:

 Identifique os locais que oferecem maior proteção em caso de desabamento;


 Faça limpezas gerais periódicas aos locais normalmente pouco utilizados ou de difícil acesso. Proceda às
verificações/reparações apropriadas em todas as divisões;
 Evite o uso de materiais facilmente inflamáveis nas roupas de cama e na decoração (nylon, fibras,
matérias plásticas, etc.);
 Não deixe medicamentos, fósforos e isqueiros ao alcance das crianças;
 Tenha, pelo menos, um extintor de pó químico (abc) em casa;
 Se mora em locais facilmente inundáveis e em andares baixos, prepare, na medida do possível,
materiais necessários na luta contra a entrada das águas, como sacos de areia e anteparos de portas;
 Tenha armazenada água e alimentos (de preferência enlatados) no mínimo para 3 dias.

Tenha em condições de permanente utilização:

 Rádio portátil;
 Lanternas;
 1 Estojo de material de primeiros socorros;
 1 Pequeno stock de medicamentos (de uso corrente mais necessário ou medicação específica que
esteja a tomar);
 Algumas ferramentas básicas (e.g. pá, martelo, serrote, etc.);
 Cópias (ou originais) dos seus documentos, da sua família e dos seus bens.

Estabeleça um plano familiar de emergência e identifique as tarefas a realizar por cada membro da família:

 O Plano Familiar de Emergência é o conjunto de atividades que todos os membros da família devem
realizar antes, durante e depois de acontecer uma situação perigosa. Nele devem ser consideradas
medidas preventivas necessárias para se atuar de forma organizada, para se minimizar acidentes;
 O Plano Familiar de Emergência deve incluir a localização de um ponto de encontro da família;

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 O Plano Familiar de Emergência deve ter em conta a realização de uma inspeção a toda a casa, de modo
a identificar potenciais riscos;
 Certifique-se que cada elemento sabe como pedir socorro, como desligar eletricidade e cortar o gás,
como utilizar corretamente o extintor de incêndios, conhece os itinerários de evacuação, e conhece o
Plano Familiar de Emergência.

O que fazer durante o acidente grave ou catástrofe:

 Procure um local seguro e siga as instruções dadas pelos agentes de proteção civil;
 Utilize o rádio para ouvir os comunicados emitidos pelos agentes de proteção civil;
 Mantenha a calma, não entre em pânico e contribua para que quem o acompanha adote o mesmo
comportamento;
 Caso se encontre a ser diretamente afetado pelo acidente grave ou catástrofe, avalie a situação e peça
auxílio (utilize o Número de Emergência 112);
 Preste apoio ao seu agregado familiar, atuando de acordo com as regras de segurança adequadas a
cada tipo de situação.

O que fazer depois do acidente grave ou catástrofe:

 Continue a prestar apoio ao seu agregado familiar;


 Se houver feridos, preste-lhes os primeiros socorros, na medida do seu conhecimento;
 Se houver feridos graves, chame imediatamente as equipas de socorro, e não os remova do local em
que se encontram, a menos que corram perigo pela sua localização;
 Se houver pessoas soterradas, para além do imediato pedido de socorro, tente libertá-las retirando os
escombros um a um;
 Se se verificarem incêndios, tente apagá-los com os meios ao seu alcance, sem colocar a sua vida em
perigo;
 Neutralize (com areia ou terra) os produtos inflamáveis que se tenham derramado;
 Não faça chamas e não acione os interruptores elétricos enquanto não se assegurar de que não existe
perigo de incêndio ou de explosão (e.g. fugas de gás);
 Utilize o telefone apenas em casos de extrema urgência;
 Ligue imediatamente o rádio a pilhas e, se viável, a televisão, de modo a receber avisos e instruções da
mais diversa natureza;
 Restrinja ao máximo as suas deslocações e, principalmente, não visite os locais atingidos;
 Nos casos em não sabe o que fazer, é preferível não se colocar em risco.

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O que fazer em caso de evacuação

1. Em sua casa, desligue a eletricidade e corte a água e o gás.

2. Leve consigo (se tiver tempo):


 Um documento de identificação para cada membro da família;
 Rádio transístor e pilhas de reserva;
 Uma lanterna de bolso e pilhas de reserva;
 Velas e fósforos ou isqueiro;
 Medicamentos essenciais para toda a família;
 Agasalhos, reserva de roupa e objetos de valor;
 Caso tenha a seu cargo bebés, leve consigo artigos especiais e alimentação para eles;
 Água e alguns alimentos para si e para o seu agregado familiar

Acidentes domésticos mais frequentes com crianças pequenas:


Guarde fora do seu alcance medicamentos, inseticidas, produtos de limpeza, tintas, objetos cortantes, etc..

Ferida superficial:

 Lave com água e aplique um antisséptico não corante aquoso e, em seguida, um penso.

Ferida profunda:

 Lave e coloque um penso compressivo para estancar a hemorragia;


 Peça auxílio e até, se necessário, proceda à evacuação para o hospital.

Queimadura pouco extensa:

 Mergulhe a parte queimada em água fria;


 Se surgirem bolhas, não as rebente; aplique um penso humedecido.

Queimadura extensa:

 Não retire a roupa que estiver em contacto com a pele queimada, mas aplique pensos humedecidos
com água fria;
 Proceda à evacuação urgente para o hospital.

Queimadura com produtos químicos:

 Lave abundantemente com água corrente as partes do corpo que tenham sido afetadas;
 Proceda à evacuação urgente para o hospital.

Choque elétrico:

 Corte imediatamente a corrente, desligando a ficha do aparelho ou o interruptor geral do quadro do


contador;

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 Se não for possível cortar a corrente, separe a vítima das partes em tensão, tomando cuidados especiais:
 Isole-se, colocando-se sobre uma superfície de material não condutor e seco (plásticos, borracha,
madeira), e proteja as mãos com luvas de borracha, um saco de plástico, uma toalha ou peça de roupa
ou, ainda, recorrendo a varas ou cabos de madeira, igualmente secos;
 Em todos os casos, ao separar o sinistrado das partes em questão, deve fazê-lo de uma forma brusca;
 Se a vítima não der sinais de vida depois de desligar a corrente elétrica, preste os primeiros socorros.

PLANOS DE EMERGÊNCIA
Os Planos de Emergência de Proteção Civil são documentos formais nos quais as autoridades de Proteção Civil,
nos seus diversos níveis, definem as orientações relativamente ao modo de atuação dos vários organismos,
serviços e estruturas a empenhar em operações de Proteção Civil imprescindíveis à resposta e à reposição da
normalidade, de forma a minimizar os efeitos de um acidente grave ou catástrofe sobre as vidas, a economia, o
património e o ambiente.

São, assim, documentos desenvolvidos com o intuito de organizar, orientar, facilitar, agilizar e uniformizar as
ações necessárias à resposta, pelo que devem ser simples, flexíveis, dinâmicos, precisos e adequados às
características locais. Deverão também permitir antecipar os cenários suscetíveis de desencadear um acidente
grave ou catástrofe, definindo a estrutura organizacional e os procedimentos para preparação e aumento da
capacidade de resposta à emergência.

Razões para a elaboração de um plano:

Identifica os riscos e procura minimizar os seus efeitos; Estabelece cenários de acidentes para os riscos
identificados; Define princípios, normas e regras de atuação face aos cenários possíveis; Organiza os meios e
prevê missões para cada um dos intervenientes; Permite desencadear ações oportunas, destinadas a limitar as
consequências do sinistro; Evita confusões, erros, atropelos e a duplicação de atuações; Prevê e organiza
antecipadamente a evacuação e intervenção; Permite rotinar procedimentos, os quais poderão ser testados,
através de exercícios e simulacros.

Um plano de prevenção e emergência deve, por isso, ter as seguintes características: - Simplicidade Ao ser
elaborado de forma simples e concisa, será bem compreendido por parte dos seus executantes;

- Flexibilidade - Um plano não pode ser rígido. Deve permitir a sua adaptação a situações não coincidentes com
os cenários inicialmente previstos;

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- Dinamismo - Deve ser atualizado em função do aprofundamento da análise de riscos, da evolução quantitativa
e qualitativa dos meios humanos e materiais disponíveis e da realização de obras de remodelação ou ampliação
das instalações;

- Adequação - Deve estar adequado à realidade da instituição e aos meios existentes;

- Precisão - Deve ser claro na atribuição de competências e responsabilidades.

Os Planos de Emergência de Proteção Civil classificam-se habitualmente de acordo com dois critérios:

Finalidade:

Se se tratam de planos elaborados para enfrentar a generalidade das situações de emergência que se admitem
em cada âmbito territorial e administrativo, dizem-se Gerais. Se são elaborados com o objetivo de serem
aplicados quando ocorrem acidentes graves e catástrofes específicas, cuja natureza requeira uma metodologia
técnica e ou cientifica adequada cuja ocorrência no tempo e no espaço seja previsível com elevada
probabilidade ou, mesmo com baixa probabilidade associada, possa vir a ter consequências inaceitáveis,
denominam-se Especiais.

Âmbito:

Os Planos de Emergência de Proteção Civil, consoante a extensão territorial da situação visada, são Nacionais,
Regionais, Distritais ou Municipais. Contudo, os Planos Especiais podem também abranger áreas homogéneas
de risco cuja extensão seja Supramunicipal (envolvendo mais do que um município de um mesmo distrito)
ou Supra-distrital (envolvendo mais do que um distrito).

Plano Municipal de Emergência


Um dos tipos de plano de emergência é o Plano Municipal de Emergência (PME). Um plano municipal de
emergência de proteção civil é um documento formal que define o modo de atuação dos vários organismos,
serviços e estruturas a empenhar em operações de proteção civil a nível municipal. Deverá também permitir
antecipar os cenários suscetíveis de desencadear um acidente grave ou catástrofe, definindo a estrutura
organizacional e os procedimentos para preparação e aumento da capacidade de resposta à emergência.

Na prática, o Plano Municipal de Emergência exprime um conjunto de medidas, normas, procedimentos e


missões, destinado a fazer face a uma situação de acidente grave ou catástrofe e a minimizar as suas
consequências. O PME é elaborado de acordo com a Diretiva relativa aos critérios e normas técnicas para a
elaboração e operacionalização de planos de emergência de proteção civil (Resolução 25/2008).

De um modo genérico, os PME incluem uma tipificação dos riscos, a indicação das medidas de prevenção a
adotar, a identificação dos meios e recursos mobilizáveis, a definição das responsabilidades das estruturas

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envolvidas, os critérios de mobilização e mecanismos de coordenação dos meios e recursos e a estrutura


operacional de resposta.

A responsabilidade de elaboração do Plano Municipal de Emergência é da Câmara Municipal, através do Serviço


Municipal de Proteção Civil e a competência para a aprovação dos PME é da Comissão Nacional de Proteção
Civil.

Enquanto responsável municipal pela política de proteção civil e autoridade municipal de proteção civil, o
diretor do PME é o Presidente da Câmara Municipal. No PME deverá também ser explicitado quem é o
substituto do diretor do PME (ex: vereador; comandante operacional municipal; coordenador do SMPC; etc.).

Aqui têm um exemplo do PME de Coimbra: https://www.cm-coimbra.pt/wp-


content/uploads/2017/03/coimbra.old_joomlatools-files_docman-files_Plano-Municipal-de-Emergencia-de-
Protecao-Civil-de-Coimbra.pdf

Plano de Emergência Escolar


De uma forma genérica pode-se dizer que, cada vez mais, as direções dos estabelecimentos de ensino estão
sensibilizadas para a questão da segurança e para a importância de uma atitude preventiva e de solidariedade.
Este tem sido um processo gradativo, já que se trata fundamentalmente de mudar atitudes e interiorizar um
novo conceito de segurança participado por toda a comunidade escolar. De facto, frequentemente, são os
próprios órgãos de gestão a solicitar, aos respetivos serviços de proteção civil, apoio técnico para a elaboração
do plano de emergência das suas instalações. Ter um plano elaborado e testado é uma exigência cada vez mais
salientada por quem tem responsabilidades nesta matéria.

Um plano de prevenção e emergência pode definir-se como a sistematização de um conjunto de normas e


regras de procedimento, destinadas a evitar ou minimizar os efeitos das catástrofes que se prevê possam vir a
ocorrer em determinadas áreas, gerindo, de uma forma otimizada, os recursos disponíveis. Assim, um plano de
prevenção e emergência constitui um instrumento simultaneamente preventivo e de gestão operacional, uma
vez que, ao identificar os riscos, estabelece os meios para fazer face ao acidente e, quando definida a
composição das equipas de intervenção, lhes atribui missões.

Objetivos gerais de um Plano de Emergência Escolar:

• Dotar a escola de um nível de segurança eficaz;


• Limitar as consequências de um acidente;
• Sensibilizar para a necessidade de conhecer e rotinar procedimentos de autoproteção a adotar, por
parte de professores, funcionários e alunos, em caso de acidente;
• Coresponsabilizar toda a população escolar no cumprimento das normas de segurança;
• Preparar e organizar os meios humanos e materiais existentes, para garantir a salvaguarda de pessoas e
bens, em caso de ocorrência de uma situação perigosa.

Objetivos específicos:

• Conhecimento real e pormenorizado das condições de segurança do estabelecimento escolar; Correção


das situações disfuncionais detetadas;

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• Maximização das possibilidades de resposta dos meios de 1.ª intervenção;


• Organização dos meios humanos, tendo em vista a atuação em situação de emergência; Elaboração de
um plano de evacuação das instalações escolares;
• Elaboração do plano de atuação

Sinalética de Emergência
A sinalética de emergência é obrigatória em todos os edifícios e recintos, com exceção dos fogos habitacionais
em qualquer categoria de risco. As placas de sinalização podem ainda ser complementadas com fitas ou com
perfis fotoluminescentes na indicação de caminhos, delimitação de portas ou equipamentos vários.

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Exemplos de sinalética de emergência

Em regra, a sinalética de emergência baseia-se em placas de sinalização fotoluminescentes. Em alternativa,


poder-se-á recorrer a pictogramas retro iluminados.

A sinalética de emergência deve assegurar informação sobre como fazer a evacuação de um edifício ou a
evacuação de um recinto em segurança, em complementaridade com outros meios, ativos ou passivos, de
proteção contra incêndio.

A sinalética de emergência carateriza-se quanto à sua forma, cores de segurança, de fundo e do pictograma,
conforme apresentamos:

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 Sinais de proibição: formato circular, cor de segurança vermelha.


 Sinais de obrigação: formato triangular, cor de segurança azul.
 Sinais de perigo: formato triangular, cor de segurança amarela.
 Sinais de equipamentos de combate a incêndio: em formato retangular ou quadrado, cor de segurança
vermelha.
 Sinais de emergência de vias de evacuação, saídas, etc. em formato retangular ou quadrado e em cor
de segurança verde.
 Sinais de informações várias, como pisos, locais, etc., em formato retangular ou quadrado e em cor de
segurança azul.

As placas da sinalética de emergência devem ser construídas em material:

 Rígido e fotoluminescente.
 Autoextinguíeis e retardantes da propagação do fogo, de acordo com a norma ISO 9772 e IEC 600092-
101.
 Com propriedades luminescentes que garantam a luminância e o tempo de atenuação após a extinção
da fonte luminosa.

As placas de sinalética de emergência, uma vez afixadas, devem ser visíveis a partir de qualquer ângulo onde a
informação deva chegar. Devem, ainda, ser afixadas nos seguintes pontos:

 Paralelo à parede, e com informação numa única face.


 Perpendicular à parede, fixada nesta ou, em alternativa, suspensa do teto, neste caso, com informação
em ambas as faces.
 A 45º com a parede, com informação panorâmica, isto é, em ambas as faces.
 Próximos de aparelhos de iluminação, mas nunca a menos de 2m de distância.

O que devem indicar as placas de sinalética de emergência?

As placas de sinalética de emergência devem indicar caminhos de evacuação e devem ser colocadas de forma
perpendicular ao sentido da fuga e ainda nos locais de mudança de direção.

A sinalética de emergência deve assinalar a saída.

 A sinalética de emergência deve também indicar meios de 1ª e de 2ª intervenção, como extintores, na


perpendicular ao eixo da visão.
 A sinalética de emergência deve ainda assinalar meios de alerta e alarme, como botões de alarme,
telefones de alerta, etc..
 Finalmente, as placas de sinalização de emergência devem indicar meios passivos e ativos, de comando
ou operação manual a ser utilizados não só por técnicos do edifício, como também pelos serviços de
segurança e forças de socorro externas.

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Iluminação de emergência
Os edifícios e recintos, com exceção dos edifícios habitacionais de qualquer categoria de risco devem ser
dotados de um sistema de iluminação de emergência ou, em alternativa, de um sistema de iluminação de
substituição. Esta última, quando existir, deverá ter uma fonte diferente da iluminação de emergência.

A iluminação de emergência destina-se a iluminar os locais de permanência de pessoas, evitando as situações


de pânico, e a balizar a circulação, facilitando a visibilidade no encaminhamento seguro de pessoas até uma
zona de segurança. Por último, destina-se ainda a facilitar a execução de manobras de segurança e a
intervenção dos meios de socorro.

Kit de Proteção Civil


O kit de emergência assegura a autossuficiência em caso de acidente grave ou catástrofe e pode ser vital após
uma evacuação inesperada.

Na possibilidade de viver uma situação grave, causada por um Risco natural ou Tecnológico (Sismo, Tsunami,
Cheia, Tornado, Incêndio, etc) é importante que cada família seja conhecedora dos procedimentos de
autoproteção.

Escolha uma mochila de um material resistente para guardar comida e água para três dias, no mínimo. Verifique
com regularidade a data de validade dos alimentos e substitua-os, se necessário. Escolha comida que não
precise de ser cozinhada. Evite os alimentos salgados, para diminuir a necessidade de beber água (pode ser
escassa nestas situações). Inclua também um estojo de primeiros socorros e alguns objetos de segurança.

Se possível, guarde a mochila perto da saída de casa (num armário dohall, por exemplo) e informe a família
sobre esse local. A mochila deve estar equipada com:

 garrafas de água;
 géis energéticos (dos que se usam em atividades desportivas), bolachas e chocolates;
 comida enlatada (atum, salsichas, leguminosas, papas de bebé para os mais novos, etc.) e comida para
os animais de estimação;
 apito, caso seja preciso sinalizar o local onde está;
 manta de aquecimento;
 canivete multifunções e isqueiro;
 alguns metros de corda (dê preferência ao material paracord, que é leve, resistente e ajuda a imobilizar
fraturas ou prender objetos);
 rádio a pilhas. Em caso de emergência, as autoridades comunicarão com as populações através deste
meio;
 pequena lanterna a pilhas;
 pilhas de substituição;
 relógio que não precise de ser carregado na corrente. O mais provável é não haver eletricidade em caso
de catástrofe natural;
 comprimidos de purificação de água, à venda em lojas de desporto outdoor ou na net;
 algum dinheiro, em notas e moedas;
 cópia do cartão de cidadão de toda a família;
 kit de primeiros socorros.

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O que incluir no kit de primeiros socorros


 Compressas, ligaduras, luvas descartáveis, pensos, adesivos, tesoura, pinça, agulhas e alfinete-de-dama;
estes objetos ajudam a fazer curativos.
 Pequeno frasco de água-oxigenada, um antisséptico (como iodopovidona, presente no Betadine), para
desinfetar as feridas, e soro fisiológico para os olhos.
 Anti-inflamatórios, como ibuprofeno e ácido acetilsalicílico.
 Antidiarreico.
 Termómetro, lenços de papel, toalhitas e cotonetes.
 Embalagem extra dos medicamentos de toma regular (por exemplo, para a hipertensão, diabetes, etc.).
 Máscaras Cirúrgicas (três ou quatro unidades por membro da família).

O Kit deve ser armazenado num local acessível e do conhecimento do agregado familiar e não altere a sua
localização sem informar a sua família. Pode ser mais fácil organizar uma mochila por pessoa.

Deve ser verificado regularmente a validade dos produtos que ficam na(s) mochila(s)

Primeiros Socorros
Os primeiros socorros são a resposta rápida e inicial a uma emergência médica, através da aplicação de técnicas
simples e eficazes para reduzir a gravidade da situação, melhorando as hipóteses de sobrevivência de uma
vítima e diminuindo o seu grau de sofrimento.

São, por isso, a primeira ajuda a prestar a uma pessoa para impedir o agravamento do seu estado de saúde,
antes de poder receber cuidados especializados. Saber o que fazer e (especialmente) o que não fazer pode
significar a diferença nestes casos.

Na prestação dos primeiros socorros existem algumas regras básicas que deverão ser cumpridas,
designadamente:

• Verificar se a vítima está consciente;


• Nunca abandonar a vítima;
• Não deslocar a vítima, principalmente se houver possibilidade de haver fraturas;
• Colocar a vítima em posição lateral de segurança, caso haja a certeza de não haver fraturas;
• Tornar o ambiente calmo, afastando os presentes que não estejam a auxiliar a vítima

Posição Lateral de Segurança


A colocação de uma vítima inconsciente em posição lateral de segurança evita por um lado que a língua impeça
a passagem do ar e garante também a drenagem pela boca, de saliva ou outros fluídos, que poderiam contribuir
para a obstrução, causando pneumonia ou asfixia.

Segundo o site do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), estes são os passos que deve seguir:

• Ajoelhe-se e alinhe o corpo da vítima, que deve ficar com os braços estendidos ao longo do corpo.
Retire-lhe óculos e objetos volumosos dos bolsos.

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• Coloque o braço da vítima que está junto a si dobrado, com a palma da mão virada para cima e ao nível
da cabeça.
• Permaneça onde está e pegue na outra mão da vítima. Dobre-lhe o braço por forma a cruzar o peito e a
colocar as costas da mão na face da vítima do seu lado. Após este movimento, segure do lado oposto ao
seu a perna da vítima na zona do joelho, levante-a e dobre-a.
• Utilize a perna dobrada para ajudar a rolar a vítima para o seu lado. Durante este movimento mantenha
uma mão a apoiar a cabeça da vítima enquanto a faz rolar.
• Certifique-se que a vítima está a respirar.
• Ligue 112 e fique atento a alterações do estado da vítima enquanto aguarda pelo socorro.

Como utilizar o número de Emergência 112


• Em caso de doença súbita ou de acidente grave deve contactar os serviços de emergência médica
através do número 112 (número europeu de socorro). Tome nota de algumas informações importantes
a transmitir ao telefone:
• Informar claramente sobre o número de vítimas, discriminar se é homem, mulher, grávida, criança e
fornecer estimativa de idades.
• Dar indicações precisas sobre o estado da vítima e relatar de forma simples o tipo de acidente: queda,
desmaio, atropelamento, eletrocussão, etc.
• Descrever o local da emergência (se possível a morada exata) acompanhada de pontos de referência.
• Pedir ao interlocutor que repita a mensagem a fim de ver se esta foi devidamente entendida.
• Procurar um documento e contatar a família da vítima. Acalmar e, se possível, pedir informações à
vítima sobre o sucedido.
• Promover um ambiente calmo, afastando curiosos e evitando comentários.

Os primeiros socorros consistem, conforme a situação, na aplicação de técnicas simples e eficazes como
proteção de feridas, imobilização de fraturas, controlo de hemorragias externas, desobstrução das vias
respiratórias e realização de manobras de suporte básico de vida.

Mostramos, a seguir, alguns procedimentos, recorrentes em crianças e adultos, que podem ser aplicados por
qualquer pessoa.

Afogamento - O que fazer?


• Retirar imediatamente a vítima de dentro de água.
• Verificar se está consciente, se respira e se o coração bate.
• Colocar a vítima de barriga para baixo e com a cabeça virada para um dos lados.
• Comprimir a caixa torácica 3 a 4 vezes, para fazer sair a água

Se a vítima não respira, deitá-la de costas e iniciar de imediato os procedimentos do algoritmo do Suporte
Básico de Vida. Logo que a vítima respire normalmente, colocá-la em Posição Lateral de Segurança e mantê-la
confortavelmente aquecida.

Se o afogamento se deu no mar ou num rio, o socorrista não deve:

• Lançar-se à água se não souber nadar muito bem

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• Procurar salvar um afogado que está muito longe de terra


• Deixar-se agarrar pela pessoa que quer salvar

Desmaio / Perda súbita de consciência


O desmaio é provocado por falta de oxigénio no cérebro, à qual o organismo reage de forma automática, com a
perda de consciência e queda brusca e desamparada do corpo. Normalmente, o desmaio dura 2 a 3 minutos.
Tem diversas causas: excesso de calor, fadiga, jejum prolongado, permanência de pé durante muito tempo, etc.
Palidez, suores frios, falta de força e pulso fraco são alguns dos sintomas.

O que fazer?

Se nos apercebermos de que a pessoa está prestes a desmaiar:

• Sentá-la
• Colocar-lhe a cabeça entre as pernas
• Molhar-lhe a testa com água fria
• Dar-lhe de beber chá ou café açucarados

Se a pessoa já estiver desmaiada:

• Deitá-la com a cabeça de lado e as pernas elevadas


• Desapertar-lhe as roupas
• Mantê-la confortavelmente aquecida, mas, sempre que possível, em local arejado.
• Logo que recupere os sentidos, dar-lhe uma bebida açucarada
• Consultar posteriormente o médico

Golpe de Calor/Insolação
O golpe de calor ou insolação é uma situação resultante da exposição prolongada ao calor, num local fechado e
sobreaquecido (por ex., dentro duma viatura fechada, ao sol) ou da exposição prolongada ao sol,
nomeadamente na praia. Dores de cabeça, tonturas, vómitos, excitação e inconsciência são alguns dos sintomas.

O que fazer?

• Deitar a vítima em local arejado e à sombra.


• Elevar-lhe a cabeça.
• Desapertar-lhe a roupa.
• Colocar-lhe compressas frias na cabeça.
• Dar-lhe a beber água fresca, se a vítima estiver consciente.
• Se estiver inconsciente, colocá-la em posição lateral de segurança.

A insolação é sempre grave, em especial nas crianças, e pode provocar hemorragia cerebral. Esta situação
necessita de transporte urgente para o Hospital.

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Estado de Choque
O estado de choque caracteriza-se por insuficiência circulatória aguda com deficiente oxigenação dos órgãos
vitais. As causas podem ser muito variadas: traumatismo externo ou interno, perfuração súbita de órgãos,
emoção, frio, queimadura, intervenções cirúrgicas, etc. Não tratado, o estado de choque pode conduzir à morte.
Palidez, olhos mortiços, suores frios, prostração (imobilidade e ausência de reação) e náuseas são alguns dos
sintomas. Num estado de agravado, o pulso está fraco, a respiração superficial e pode levar à inconsciência.

O que fazer?

Se a vítima estiver consciente:

• Deitá-la em local fresco e arejado.


• Desapertar as roupas, não esquecendo gravatas, cintos e soutiens
• Tentar manter a temperatura normal do corpo.
• Levantar as pernas a 45º
• Ir conversando para acalmá-la.
• Ligar para o 112.

Se a vítima não estiver consciente deve colocá-la na Posição Lateral de Segurança. Deve aguardar a chegada dos
serviços de emergência para que a vítima seja transportada para o hospital. Nunca deve tentar dar de beber à
vítima.

Feridas
Uma ferida tem quase sempre origem traumática, que além da pele (ferida superficial) pode atingir o tecido
celular subcutâneo e muscular (ferida profunda).

O que fazer?

• Antes de tudo, lavar as mãos e calçar luvas descartáveis.


• Proteger provisoriamente a ferida com uma compressa esterilizada.
• Lavar, do centro para os bordos da ferida, com água e sabão, solução de clorhexidina, por ex. Hibiscrub,
ou similar, utilizando compressas.
• Secar a ferida com uma compressa através de pequenos toques, para não destruir qualquer coágulo de
sangue.
• Desinfectar com anti-séptico, por ex. Betadine em solução dérmica. Depois de limpa, se a ferida for
superficial e de pequenas dimensões, deixá-la preferencialmente ao ar, ou então aplicar uma
compressa esterilizada.

Se a ferida for mais extensa ou profunda, com tecidos esmagados ou infetados (ou se contiver corpos
estranhos), deverá proteger apenas com uma compressa esterilizada e encaminhar para tratamento por
profissionais de saúde. É uma situação grave que necessita transporte urgente para o Hospital.

Se houver hemorragia:

• Se as compressas ficarem saturadas de sangue, colocar outras por cima, sem nunca retirar as primeiras.

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• Fazer durar a compressão até a hemorragia parar (pelo menos 10 minutos).


• Se a hemorragia parar, aplicar um penso compressivo sobre a ferida.

Se se tratar de uma ferida dos membros, com hemorragia abundante, pode ser necessário aplicar um garrote. O
garrote pode ser de borracha ou improvisado com uma tira de pano estreita ou uma gravata.

Como aplicar o garrote:

• Aplicar o garrote entre a ferida e o coração, mas o mais perto possível da ferida e sempre acima do
joelho ou do cotovelo, de acordo com a localização da ferida que sangra.
• Aplicar o garrote por cima da roupa ou sobre um pano limpo bem alisado colocado entre a pele e o
garrote;
• Colocar o garrote à volta do membro ferido; se o garrote for improvisado com uma tira de pano ou
gravata, dar dois nós, entre os quais se coloca um pau, que poderá ser rodado até a hemorragia
estancar.

O que não deve fazer:

• Tocar nas feridas sangrantes sem luvas.


• Utilizar o material (luvas, compressas, etc.) em mais de uma pessoa.
• Soprar, tossir ou espirrar para cima da ferida.
• Utilizar mercurocromo ou tintura de metiolato (deve utilizar Betadine dérmico).
• Fazer compressão direta em locais onde haja suspeita de fraturas ou de corpos estranhos encravados,
ou junto das articulações.
• Tentar tratar uma ferida mais grave, extensa ou profunda, com tecidos esmagados ou infetados, ou que
contenha corpos estranhos.

Fraturas
Em caso de fratura ou suspeita de fratura, o osso deve ser imobilizado. Qualquer movimento provoca dores
intensas e deve ser evitado.

Sinais e Sintomas: Dor intensa no local, edema (inchaço) e perda total ou parcial dos movimentos;
Encurtamento ou deformação do membro lesionado.

O que fazer?

• Expor a zona da lesão (desapertar ou se necessário cortar a roupa).


• Verificar se existem ferimentos.
• Tentar imobilizar as articulações que se encontram antes e depois da fratura, utilizando talas
apropriadas ou, na sua falta, improvisadas.

Note bem: As fraturas têm de ser tratadas no Hospital. As talas devem ser sempre previamente almofadadas e
bastante sólidas. Quando improvisadas, podem ser feitas com barras de metal ou varas de madeira. Se se
utilizarem talas insufláveis, estas devem ser desinsufladas de 15 em 15 minutos para aliviar a pressão que pode
dificultar a circulação do sangue.

O que não fazer:

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• Tentar fazer redução da fratura, isto é, tentar encaixar as extremidades do osso partido.
• Provocar apertos ou compressões que dificultem a circulação do sangue.
• Procurar, numa fratura exposta, meter para dentro as partes dos ossos que estejam visíveis.

Não sendo socorrista, e tratando-se de um acidentado de maior gravidade, o crucial é saber comunicar o caso
com os serviços de emergência da forma mais eficaz possível.

Saber informar pode salvar uma vida!

Medidas de Prevenção e de Autoproteção


A sociedade atual está exposta, diariamente, a um conjunto de riscos que, de acordo com as causas que estão
na sua origem, podem ser classificados em riscos naturais, tecnológicos ou mistos e que são responsáveis por os
mais diversos danos para as populações.

Não sendo exequível eliminar por completo os perigos existentes, com uma adequada preparação, é possível
diminuir a vulnerabilidade da sociedade e assim minimizar o risco. Nunca nos devemos esquecer que a
prevenção é um dever de todos e que o conhecimento das medidas de autoproteção adequadas a cada risco
reduz a nossa vulnerabilidade em caso de acidente grave ou catástrofe.

Medidas de prevenção
Enquanto cidadão, existem algumas medidas preventivas que devemos adotar, como por exemplo:

• Promover uma cultura de segurança;


• Conhecer as medidas de autoproteção;
• Adotar medidas preventivas face a cada um dos riscos. A adoção destas e de outras medidas
preventivas antes da ocorrência irá minimizar os seus efeitos e nalguns casos funcionar mesmo como
medida de autoproteção.

Se presenciar o início de uma ocorrência informe de imediato as autoridades através dos números
estabelecidos para o efeito, nomeadamente o número europeu de emergência – 112.

Ao efetuar a chamada para este número deve estar preparado para indicar os seguintes dados:

• O local exato da ocorrência (nome da rua, número de porta, estrada, sentido, pontos de referência,
etc.);
• O tipo de ocorrência (acidente, incêndio, doença súbita, intoxicação, etc.);
• Vítimas (número de vítimas, estado, idade, queixas, ect.). Responda calmamente e siga as indicações do
operador uma vez que a eficácia do socorro vai depender das informações prestadas.

A classificação da tipologia de riscos é efetuada com base na sua origem, dividindo-se em três grupos. Os riscos
naturais são fenómenos com origem na natureza, os riscos tecnológicos são aqueles que resultam da
intervenção do Homem e os riscos mistos são os que apresentam na sua origem causas combinadas, ou seja,
para a sua ocorrência contribuem condições naturais e ações antrópicas.

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Com base nesta classificação, os principais riscos a que a sociedade se encontra exposta distribuem-se do
seguinte modo:

 Riscos naturais: - Ondas de Calor; - Cheias e Inundações; - Vagas de Frio; - Movimentos de Massa.
 Riscos tecnológicos: - Incêndios Urbanos; - Incêndios e Colapsos em Centros Históricos; - Acidentes
Industriais Graves.
 Riscos mistos: - Incêndios Florestais.

Medidas de autoproteção
Segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), “as medidas de autoproteção são disposições de
organização e gestão da segurança, que têm como objetivo incrementar a segurança de pessoas e dos
edifícios/recintos face ao risco de incêndio, e compreendem no seu conjunto medidas de prevenção,
preparação e resposta, e englobam todos os níveis dentro de uma organização”

Assim, as medidas de autoproteção devem apresentar as seguintes características:

• Simples (ao serem elaboradas de forma simples e concisa, serão bem compreendidas por parte dos
seus executantes);
• Flexíveis (devem permitir a sua adaptação a situações não coincidentes com os cenários inicialmente
previstos);
• Dinâmicas (devem ser atualizadas em função do aprofundamento da análise de riscos, da evolução
quantitativa e
 qualitativa dos meios humanos e materiais disponíveis e da realização de obras de remodelação ou
ampliação das
 instalações);
• Adequadas (à realidade da instituição e aos meios existentes);
• Precisas (devem ser claras na atribuição de competências e responsabilidades).

Tudo o que delineámos neste manual são, no fundo, medidas de prevenção e de autoproteção, aplique-as e
informe os outros, Todos somos fundamentais!

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UFCD 5883 -
SENSIBILIZAÇÃO E INFORMAÇÃO PÚBLICA

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