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“Wyrmtalk”
CENÁRIO
SR BR – ARQUIVO DAS SOMBRAS
Essa é uma tradução não-oficial do WyrmTalk publicado no site da FanPro. A intenção da tradução é
fornecer um background para jogadores iniciantes e veteranos de Shadowrun.
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whatsoever.
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SR BR – ARQUIVO DAS SOMBRAS
SUMÁRIO
Wyrm Talk............................................................................................................................................4
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SR BR – ARQUIVO DAS SOMBRAS
Wyrm Talk
"Tem um dragão aqui para vê-lo." Eu estava orgulhosa do quão firme fui capaz de manter minha
voz.
Ele levantou o olhar que fitava a papelada jogada na mesa de café, ou o monitor logo acima da
pilha; não dava para saber em qual dos dois ele estava trabalhando. A fatia de pizza em sua mão
pingava óleo em cima dos papéis. "Ah, Qual deles?" ele perguntou.
"Como é que você quer que eu saiba?" respondi. Ele estava sendo um pé no saco de novo. "Essa
você ainda nem começou a me ensinar."
Ele sorriu e colocou a fatia de pizza em cima da mesa. "Claro, querida." ele disse sem se
levantar. "Já, já eu o atendo."
"E... ?" Eu perguntei, com as mãos na cintura.
Sua sobrancelha esquerda se ergueu. "E... ?"
"Tem um maldito dragão aqui para vê-lo."
Ele lambeu o óleo da mão. "Bem, sim, isso você acaba de me dizer." Ele me fez prometer que
pararia com as tentativas de espancá-lo, mas um dia desses...
"Você quer que eu simplesmente deixe ele lá fora?"
"Não, claro que não!" ele respondeu. "Isso seria um tanto rude. Convide-o a entrar."
"Hmm, você não acha que ele é um pouquinho grande para a porta?" Eu conclui que aquela era
provavelmente uma pergunta estúpida. No pouco tempo em que eu estive com ele, se eu aprendi
alguma coisa, foi que o óbvio raramente o era e que o impossível era o usual.
Ele me deu o melhor dos seus olhares 'Eu sei de coisas que você não sabe' e disse: "Porque não
deixamos que ele decida?"
Dei de ombros. "Tá bom, porque não. É você quem paga a conta do conserto." Enquanto eu saía,
algo me ocorreu. Parei por um instante e olhei de volta para ele. Ele esticava o braço na direção da
fatia de pizza.
"Bom, eu não sei bem em que os dragões estão metidos" Eu disse, "mas eu suponho que você
pode querer vestir alguma coisa antes que ele entre."
Ele olhou para mim, depois para si mesmo. "Sim, eu suponho que você está certa", ele disse.
"Mas como você sabe que é ELE - e não ELA?!"
Céus, um dia desses eu vou acertá-lo com tanta força que ele vai precisar de um caixão fechado.
Nos fundos da casa eu hesitei, arrumei minhas roupas, e fui decidida na direção do jardim. Ele
ainda estava sentado no local exato onde pousara, observando curiosamente os peixes a rodar em
um pequeno lago decorativo. Suas escamas cor de prata e safira refletiam o sol do entardecer,
transformando o jardim numa tela de Maxfield Parrish. O dragão parecia insensível à minha
presença, atento unicamente aos movimentos dos peixes dourados. Eu não queria - na verdade eu
temia - perturbá-lo. Eu não queria que ele se movesse novamente.
"Ele está em casa ?" ele perguntou. Eu deveria estar preparada para a voz. Eu sabia como eles
falavam, mas eu ainda achava aquilo perturbador. Eu ouvi claramente as palavras, mas ele
permanecia imóvel. Parte alguma de seu corpo se moveu.
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Ele parecia intrigado pela decoração moderna da casa. Ele me questionou sobre o autor de cada
uma das obras de arte a medida que passávamos, mas só parou apenas uma vez para observar
melhor. Era um Warhol, vai entender o porquê! Eu o conduzi ao andar de cima e, optando pela
pompa, escancarei as portas do estúdio para que ele entrasse.
Sorridente, ele passou por mim. "Permita-me apresentar Dunkelzahn," anunciei.
O homem que o dragão viera ver levantou-se enquanto entrávamos. Ele não havia limpado em
nada o aposento; tudo ainda cheirava a calabresa e pepperoni. Ele havia tratado de se vestir,
entretanto, usava botas pretas, jeans e uma daquelas camisas de algodão compradas recentemente.
Ele manteve seu rosto sem pintura.
"Faz um bom tempo, não é?" ele disse, tocando seu peito com um dos dedos de sua mão
esquerda, pouco abaixo do coração. Eu já vira ele fazer isso outras vezes, mas ele nunca me
explicou qual era o significado do gesto. Eu acho que aquilo significava que ele considerava o
visitante como um igual, graças a deus.
"Sim, faz um tempo, Harlequin," respondeu o dragão, repetindo o gesto. "Fiquei contente ao
saber do resultado de sua chal´han." Dunkelzahn não se virou, mas eu senti sua atenção repousar
em mim por um momento. Obviamente, segredos não existiam para ele.
Harlequin sorriu. "Aposto que ficou." Ele estendeu o braço na direção do sofá de couro preto
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