ESPOSA E MÃE FELIZ, OS PRIMEIROS PASSOS

Cássia Kawamura Vilares

OS PRIMEIROS PASSOS

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Cássia Kawamura Vilares

OS PRIMEIROS PASSOS

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 ESPOSA E MÃE FELIZ, OS PRIMEIROS PASSOS

Dedico estas breves páginas à Santíssima Virgem Maria,

o nosso mais belo exemplo de mulher, e às mulheres fortes
que aceitaram iniciar um caminho sem volta rumo ao céu
para salvar suas famílias com a graça de Deus.

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ÍNDICE

5 INTRODUÇÃO
6 CAPÍTULO 1
O que é a felicidade
8 CAPÍTULO 2
Onde está a felicidade
10 TESTEMUNHO

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INTRODUÇÃO

Estas breves páginas são um dos frutos que surgiram de um grupo

online para mulheres, onde havia noivas, esposas e mães. Este grupo,
por sua vez, surgiu graças ao pedido de algumas mulheres que, buscando
conselhos sobre matrimônio e maternidade, vieram até mim para sugerir
a criação de um espaço online para partilhas de conhecimentos e experi-
ências pessoais a respeito desses assuntos.
Como eu já escrevo para mães há cerca de 3 anos, aceitei a sugestão,
acreditando que de algum modo eu poderia ajudá-las um pouco melhor
por meio deste grupo do que somente com os meus textos espalhados
pela internet.
E logo surpreendi-me ao encontrar tantas mulheres buscando a feli-
cidade no lar, mulheres que desejam amar mais o esposo, mães que so-
frem por não terem tido um bom exemplo de maternidade, e percebi en-
tão, um problema anterior à maternidade: o matrimônio.
Como eu poderei ajudar uma mãe a ser melhor em sua maternida-
de? Ajudando-a a ser uma boa esposa!
E como ajudarei esta mulher a ser uma boa esposa? Explicando-lhe
que a felicidade está no amor.
Nas próximas páginas, portanto, iremos trilhar um breve caminho
para aprender o que é a felicidade e como poderemos ser uma esposa e
mãe feliz se nos entregarmos amorosamente à nossa vocação.
Já adianto que não é um caminho fácil. Mas, sem dúvidas, é o único
meio possível para ser feliz e fazer feliz a quem se ama.

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CAPÍTULO 1
O QUE É A FELICIDADE

Todos nós caminhamos em busca da felicidade, ansiamos por mo-

mentos de alegrias e batalhamos para alcançar o que é bom.
Entretanto, qual de nós sabe responder o que é felicidade? Onde e quan-
do encontraremos os momentos de alegria? E o que é bom, de fato?
Tanto a menina que sonha em ganhar o mundo quanto a mãe de
muitos filhos, ambas desejam alcançar a felicidade, ainda que a busquem
em lugares diferentes. E eu venho dizer para vocês que, é impossível al-
cançar a felicidade, buscando por ela em coisas, lugares ou pessoas.
O que há dentro de nós e que clama por estabilidade e paz, que de-
seja o que é bom e quer encontrar a felicidade, nunca será saciado com
uma boa casa, nem com muitas roupas e carros. Na verdade, nem com
uma pessoa amável e muitos filhos. Como nos enganamos, acreditando
que possuir as coisas nos levará de encontro com a felicidade.
Eu não encontrei a felicidade. Ela me encontrou. Porque a felicidade tem
um nome e tem um rosto, é o Nosso Senhor Jesus Cristo.
É Dele a voz que nos faz desejar a felicidade, é o próprio Deus, que
tendo nos criado e chamado à vida, deixou marcado em nossa alma o ca-
minho que leva de volta a Ele. Nós viemos de Deus, por isso o desejamos,
por isso o buscamos e ansiamos pela felicidade que só Ele pode nos dar.
Porém, precisamos de ajuda para entender que o lugar que é Dele não
pode ser preenchido com nada deste mundo. Quando buscamos encher
e enfeitar demais por fora é porque o lugar de Deus, dentro de nós, está
vazio e estamos insistindo em saciar este desejo da estabilidade Divina
com o que encontramos pela frente. Sejam pessoas ou coisas. Deste mo-
do, nos frustramos, nos enganamos, desanimamos.
Quantas mulheres estão desanimadas com o seu papel de esposa e
mãe, porque ainda buscam o prazer, acreditando que é dele que provém
a felicidade. Deste modo, ficam frustradas quando o marido não lhes sor-
ri como esperavam, roubando-lhe o prazer de se sentir importante para
ele; quando o filho acorda várias vezes na madrugada, privando-lhe do

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prazer do sono ou mesmo quando pequenas tarefas diárias exigem dela

o tempo que tinha para ficar sem fazer nada. Ora, mas que felicidade é
essa que se busca?
Quem busca pela felicidade acreditando que deve ser sempre o cen-
tro das atenções e nunca o servidor fiel, está longe de entender que
quem busca o prazer em não servir ninguém, nem a nada e para nada, na
verdade, quer ser o imprestável iludido. E por isso mesmo se encontra
tão infeliz.
O que a esposa deve fazer para ser feliz? Deve amar ao esposo que é
uma só carne com ela.
O que uma mãe deve fazer para ser feliz? Deve amar aos filhos que
são frutos do seu matrimônio.
E estas tarefas não poderão ser realizadas com alegria enquanto não
assumirmos que o nosso dever é servir e amar, amar e servir. Se a esposa
busca a felicidade longe do seu esposo, apesar de ser uma com ele, deixa
brechas para que ele não encontre nela a felicidade que necessita, pois
devemos caminhar um para o outro e juntos para um mesmo objetivo.
Quando uma mãe trata os filhos como pedras de tropeço, como coi-
sas a serem evitadas, buscando sempre mantê-los distraídos ao invés de
amá-los, ela é incapaz de reconhecer neles o amor de Deus que os envi-
ou. Nem o esposo e nem os filhos são coisas que atrapalham a nossa vi-
da, eles são as pessoas que devemos amar para sermos felizes.
Se eles são uma cruz? Claro que são. E por isso mesmo devemos
abraçá-la, beijá-la e amá-la como Jesus fez com a sua Cruz que era infini-
tamente mais pesada do que a nossa. Se são a nossa cruz, demos graças
a Deus, porque a cruz é a condição para se ganhar o céu.
Do que adiantará conseguir inúmeros diplomas e viajar dezenas de
países se não somos capazes de encontrar a felicidade que está escondi-
da no servir as pessoas que moram conosco e necessitam de nós todos
os dias?
A felicidade não está em buscar o prazer nas coisas e nem nas pesso-
as. A felicidade é a consequência do amor. Quando deixamos de fazer o
nosso dever de esposa e mãe por obrigação e decidimos fazê-lo por
amor, nenhuma dificuldade nos tira a paz. Quem ama nunca perde, por-
que o amor vem Deus.

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CAPÍTULO 2
ONDE ESTÁ A FELICIDADE

Onde está a felicidade? Como encontrar a alegria no viver?

"A felicidade não é um lugar onde se chega, é a maneira como se vai." Se
vamos com Cristo, todas as dificuldades são oportunidades de santifica-
ção. Assim, entenderemos que a felicidade não estará no carro novo,
nem no futuro noivo, mas somente Naquele que nos chama de volta para
o nosso lugar.
Quando entendermos que a felicidade está em Cristo, porque é o
Cristo, entenderemos também que o amor não é um sentimento. O
Amor andou no meio de nós e nos deixou um caminho, serviu-nos com o
seu exemplo. Amar é doar a vida por quem se ama. Deus é amor, amar é
dar Deus ao outro. Amar requer sacrifício.
O sacrifício do amor é que faz o sofrimento ter significado, é este do-
ar-se inteiramente que traz vida, que faz surgir a felicidade. Porque des-
cobrimos que não viemos a este mundo para sermos escravos das coisas
e nem para sofrer, nós viemos a este mundo porque é o meio pelo qual,
poderemos um dia, com a graça de Deus, estarmos plenamente felizes
com Ele em um lugar muito melhor do que este.
Agora, compreendendo que a felicidade provém do amor e está em
Deus, que ela é o próprio Deus; e que é o amor que nos leva até Ele por
meio da entrega total como a de Cristo, nós podemos caminhar felizes,
mesmo em meio aos momentos mais difíceis. Pois tudo o que fizermos
por amor a Deus é frutífero e não será em vão. Eis o motivo da nossa luta
para ser uma esposa e mãe feliz. Nós somos capazes de amar, porque
Deus nos amou primeiro. Nós podemos nos sacrificar por quem amamos,
porque Cristo já morreu por nós. As dificuldades são para todos, mas so-
mente quem as deposita aos pés da cruz, pode compreender o paradoxo
da morte sacrificial nesta terra que faz ganhar a vida eterna no paraíso.
Não há nenhum sofrimento nesta terra que não vale a pena ser vivido
para ganhar a felicidade no céu e não há nenhum prazer nesta terra que
não vale a pena ser evitado para que não se perca a glória da vida eterna.

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Escute a voz que ecoa dentro do teu peito, a voz que busca a felicida-
de. Esta voz não deseja que você queira possuir tudo, deseja que você se
deixe possuir por Aquele que fez tudo. Dentro de você há um desejo de
ser feliz, mas você nunca poderá saciá-lo com a força do seu braço, por-
que tudo o que buscamos para nós, será destruído com o tempo, mas
aquilo que entregamos para Deus durará eternamente.
Quem reconhece o nome e o rosto da felicidade, não teme nem a
morte. Pois, é por meio da morte que encontraremos o nosso verdadeiro
Amor.
Não as dificuldades nem a própria morte nos farão infelizes, porque
descobrimos que vivemos para o céu. E para merecê-lo, cumpriremos
com alegria os nossos deveres, seremos uma esposa e mãe feliz, amando
aos nossos ainda que nos custe a própria vida. Vale a pena.
Deus morreu por mim, portanto não vivo só e nem morrerei desola-
da. Seja como for, mesmo a Cruz mais pesada, junto de Cristo leva à vida
eterna, onde não há dor e nem sofrimento.
Comecemos agora, dando os primeiros passos, rumo ao nosso caminho
para a felicidade junto do amor: Cristo.

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TESTEMUNHO

Não nos casamos para ver se daria certo e sim para fazer dar certo,
com a graça de Deus.
Passaram-se cinco anos, desde o dia em que prometi, diante do Nos-
so Senhor, “ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na
saúde e na doença, todos os dias da nossa vida.” Prometi com a voz trê-
mula e chorosa...
Ao recebermos o Sacramento do matrimônio, derramou-se sobre
nossa jovem família, todas as graças necessárias para bem vivermos um
para outro, assim como para criar os filhos que poderiam nascer desta
união e todas as demais necessidades ou dificuldades. Nós não podíamos
enxergá-las, mas tínhamos a certeza de que nos eram entregues do céu.
E assim, iniciamos a nossa família, eu saí com um salário no bolso e você
tinha dívidas. Eu tinha uma câmera fotográfica e você um apartamento
velho de três minúsculos cômodos. Nem vou citar o chuveiro.
Três meses de casados e Deus já nos abençoou com nossa primeira
filha. Parei de trabalhar, para o bem de nossa pequena e ela nasceu para
aumentar o nosso amor. Agora, eu te amava como esposo, o amava por
ter me feito mãe, o amava porque o via sendo um bom pai.
O dinheiro sempre foi contado, mas o amor sempre preenchia as
preocupações. E o amor de Deus sempre nos alimentava com sua graça,
fazendo-me crer verdadeiramente na sua providência. Nos sustentou e
sustenta, ainda melhor do que sustenta as aves do céu.
Veio o segundo filho no ano seguinte, trazendo mais alegria para
nossas vidas. E agora, estamos aqui, como o nosso mais novo bebê, um
menino com nove meses, que é a nossa terceira dádiva.
E Tu, meu amado Deus, nos constrangendo de tanto amor, não nos
concedeu somente estes filhos, que são nossa grande alegria, mas nos
concedeu mais força, mais virtudes, aumentou o amor que existia entre
nós, nos fez entender que o casamento gera vida, salvando nós mesmo e
aos nossos pelo sacrifício.

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Se ao iniciar esta família eu tinha apenas um salário no bolso, hoje,

depois de cinco anos, tenho três almas para educar para o céu, inúmeras
graças a serem testemunhadas, memórias de profunda alegria e a certe-
za de que a abundância de amor que brota de Ti nunca nos deixará in-
consolados.
Eu nunca poderia ter sonhado com um homem melhor do que este
que o Senhor me deu. E nem a minha mais bela fantasia se compararia a
alegria de ter uma família.
Venho testemunhar que somos felizes, mesmo que imperfeitos. E di-
go aos jovens: procurem os bons exemplos, casais que vivam para o céu
e que se doam diariamente um pelo outro.
Não nascemos para a solidão. Até Deus quis nascer em uma família.
E é na nossa família que devemos ser felizes, amando como somos ama-
dos por Cristo.

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