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FÍSICA APLICADA I

Profª Karolline Araújo

1
Introdução à Física
Algarismos Significativos
Os dígitos obtidos como o resultado de uma medida são chamados de algarismos
significativos.

2
Qualquer que seja o instrumento de medição, sua precisão está limitada na sua
fabricação. No caso de uma escala, por exemplo, na maioria das vezes a leitura do
valor de uma grandeza é intermediária a dois traços consecutivos da escala.

6 cm ou 7 cm ou 8 cm...?

Um A.S., sendo ele o


próprio Algarismo duvidoso

Em toda medida experimental haverá pelo menos um algarismo duvidoso.


Se a medida tiver apenas um algarismo significativo, ele próprio já será o duvidoso.

Observações:
Os zeros à esquerda: Em uma medida, o algarismo zero à esquerda não é
significativo, pois seu papel é apenas de ancorar a vírgula.
Ex.: 0,0034 m = 3,4 mm. Em cada uma dessas medidas há apenas dois
algarismos significativos (3 e 4).

Os zeros à direita: A utilização do zero à direita fixa a exatidão de uma medida,


deixando ao próprio “zero à direita” o papel de algarismo duvidoso.
Ex.: 0,002500 g = 2,500 mg. Em cada uma dessas medidas há quatro
algarismos significativos (2 e 2 e os dois últimos zeros).

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O termo duvidoso, provém do fato que o mesmo apresenta uma incerteza, gerada
✓ pela sensibilidade do instrumento;
✓ pela perícia do observador;
✓ pela própria grandeza medida.

Leituras possíveis:

12,5cm ou
12,6cm ou
12,7cm ...?

O parâmetro associado ao resultado da medição de uma grandeza que caracteriza a


dispersão dos valores obtidos é chamado de incerteza da medição. Esse
parâmetro informa o intervalo de valores que poderiam ser atribuídos à grandeza em
questão dentro de uma margem de confiança.

Para a estimativa da incerteza, uma pessoa pode usar


✓ dados de medições anteriores,
✓ o conhecimento sobre os instrumentos e materiais utilizados,
✓ as especificações do fabricante e os dados de calibração dos
instrumentos.

Portanto, essa avaliação tem uma certa subjetividade.

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Para instrumentos analógicos, podemos, por exemplo, considerar a incerteza da
medição como sendo a menor divisão do instrumento divido por dois.

Assim, na régua a seguir, a incerteza seria de ± 0,5 𝑐𝑚.

Portanto, a apresentação formal da medida será: ℓ = 𝟏𝟐, 𝟓 ± 𝟎, 𝟓 𝒄𝒎

O sinal ± indica que a grandeza


tem um valor provável entre
12,0 cm e 13,0 cm.

Para instrumentos digitais, podemos, por


exemplo, considerar a incerteza da
medição como sendo 3 % do valor da
medida.
Portanto, a incerteza seria de ± 0,24 Ω.

Logo, 𝑹 = 𝟖, 𝟎 ± 𝟎, 𝟐 𝛀
Atenção!!! A incerteza deve incidir sobre o
último algarismo significativo da medida.
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Para se apresentar corretamente o resultado de uma medição devem ser observadas
estas três regras:

✓ A incerteza deve ser arredondada de forma a ter apenas um algarismo


significativo.

✓ A incerteza incide sobre o último algarismo significativo da medida.

✓ O resultado de uma medição deve ser escrito na forma:

Por exemplo, considere que em um experimento, depois várias medições, obteve-se


que o tempo médio de queda de um objeto era de 2,0175 s com um desvio padrão de
0,0275 s.

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Neste exemplo, em que obteve-se que o tempo médio de queda de um objeto era de
2,0175 s com um desvio padrão de 0,0275 s.

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Operações com os algarismos significativos
A operação correta com algarismos significativos exige o conhecimento da teoria de
erros. Entretanto, algumas regras simples podem auxiliar para evitar o exagero no uso
de casas decimais, muitas vezes representando uma precisão que não corresponde à
realidade.

1) Arredondamento: Nos cálculos, arredonde para cima se o último dígito for maior que
5, se for menor que 5 o valor é conservado. Quando o número termina em 5, arredonde
sempre para o número par mais próximo.
Arredondamento para cima:
Valor conservado:
Arredonde para o nº par mais próximo:

OBS: ⊳Constantes como π (pi), e (número de Euler), e etc., não devem ser levadas em
consideração para o arredondamento.
⊳É usual os arredondamentos serem feitos ao final das operações.

2) Regra da adição e subtração: “O resultado de uma adição ou subtração, não deve


conter mais dígitos após a vírgula do que o valor com menos dígitos após a vírgula,
dentre os valores utilizados no cálculo”.
Exemplos:
a) b)
8
8
3) Regra da multiplicação e divisão: “Para multiplicação e divisão, o produto ou
quociente não deve possuir mais algarismos significativos do que o fator menos
preciso utilizado no cálculo”.
Exemplo:

A regra nos diz que a resposta não pode ter mais do


que 2 algarismos significativos, uma vez que este é o
número de algarismos significativos do fator menos
preciso.

4) Regra para potenciação, exponenciação, radiciação, logaritmação, e funções


especiais (trigonométricas, hiperbólicas etc.): “O resultado arredondado deve manter
o número de algarismos significativos que se está operando”.
Exemplo:

A regra nos diz que devemos manter o número de


algarismos significativos que nos foi fornecido, então
arredondamos para cinco.

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Notação Científica
A maneira de se escrever o valor numérico em trabalhos científicos é
preferencialmente a notação científica. Quando a notação científica é utilizada, o
número é escrito como o produto de um coeficiente e de um multiplicador. O
coeficiente é um número com apenas um digito do lado esquerdo da vírgula (isto
implica que ele pode ter infinitos algarismos a direita da vírgula). O multiplicador é o
número 10 elevado a alguma potência.

Exemplos:

𝟗. 𝟖𝟕𝟔. 𝟓𝟒𝟑 → 𝟗, 𝟖𝟕𝟔𝟓𝟒𝟑𝒙𝟏𝟎𝟔 ⟹ 7 algarismos significativos

𝟏𝟐𝟓 → 𝟏, 𝟐𝟓𝒙𝟏𝟎𝟐 ⟹ 3 algarismos significativos

𝟐𝟐, 𝟑𝟕 → 𝟐, 𝟐𝟑𝟕𝒙𝟏𝟎𝟏 ⟹ 4 algarismos significativos

𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟑𝟎 → 𝟐, 𝟑𝟎𝒙𝟏𝟎−𝟑 ⟹ 3 algarismos significativos

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A maioria das grandezas físicas apresenta um grande intervalo de valores – desde
muito pequenos até valores muito elevados. Para simplificarmos a escrita e leitura
de valores com tantos dígitos, o Sistema Internacional de Unidades permite-nos
utilizar diversos prefixos. Observe a seguir uma tabela com os prefixos do SI:

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Operação com Potências de 10
Fazer operações com números muito grandes, ou muito pequenos, quando escritos da forma
comum é bem mais complicado. Quando estes números estão escritos na notação de
potências de 10, estas operações tornam-se bem mais simples, seguindo as leis estabelecidas
em Álgebra, para operações com potências. Recorde via os exemplos a seguir:

a) 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟏 ∗ 𝟑𝟎 𝟎𝟎𝟎 𝟎𝟎𝟎 = 𝟐, 𝟏𝒙𝟏𝟎−𝟑 ∗ 𝟑𝒙𝟏𝟎𝟕 = 𝟐, 𝟏 ∗ 𝟑 ∗ 𝟏𝟎−𝟑+𝟕 = 𝟔, 𝟑𝒙𝟏𝟎𝟒

𝟕,𝟐𝟖𝒙𝟏𝟎𝟓 𝟕,𝟐𝟖
b) =( ) ∗ (𝟏𝟎𝟓−𝟖 ) = 𝟏, 𝟖𝟐𝒙𝟏𝟎−𝟑
𝟒𝒙𝟏𝟎𝟖 𝟒

𝟑
c) 𝟓𝒙𝟏𝟎−𝟑 = 𝟓𝟑 ∗ (𝟏𝟎−𝟑 )𝟑 = 𝟏𝟐𝟓𝒙𝟏𝟎−𝟗 = 𝟏, 𝟐𝟓𝒙𝟏𝟎−𝟕

d) 𝟐, 𝟓𝒙𝟏𝟎𝟓 = 𝟐𝟓𝒙𝟏𝟎𝟒 = 𝟐𝟓 ∗ 𝟏𝟎𝟒 = 𝟓𝒙𝟏𝟎𝟐

Quando for adição, devemos, incialmente expressar as parcelas em uma mesma potência de
10. Confira:

e) 𝟒, 𝟐𝟑𝒙𝟏𝟎𝟕 + 𝟏, 𝟑𝒙𝟏𝟎𝟔 = 𝟒𝟐, 𝟑𝒙𝟏𝟎𝟔 + 𝟏, 𝟑𝒙𝟏𝟎𝟔 = 𝟒, 𝟑 + 𝟏, 𝟑 𝒙𝟏𝟎𝟔 = 𝟒𝟑, 𝟔𝒙𝟏𝟎𝟔 =


𝟒, 𝟑𝟔𝒙𝟏𝟎𝟕

f) 𝟔, 𝟓𝒙𝟏𝟎𝟒 − 𝟑, 𝟎𝒙𝟏𝟎𝟑 = 𝟔, 𝟓𝒙𝟏𝟎𝟒 − 𝟎, 𝟑𝒙𝟏𝟎𝟒 = 𝟔, 𝟓 − 𝟎, 𝟑 𝒙𝟏𝟎𝟒 = 𝟔, 𝟐𝒙𝟏𝟎𝟒


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Transformação de unidades
Uma grandeza física é uma quantidade que pode ser medida e representada por um
número associado a uma unidade de medida. Exemplos: velocidade, distância,
energia, força etc.

Sistema Internacional de Unidades - SI


Sistema coerente de unidades adotado e recomendado pela Conferência Geral de
Pesos e Medidas (CGPM) objetivando a adoção de unidade de base fundamental
para cada grandeza.

Unidades fundamentais do SI
Grandeza Unidade Símbolo
Comprimento metro m
Tempo segundos s
Massa quilograma kg
Velocidade metros por segundo m/s
Energia Joules J
Corrente elétrica Ampère A

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Tempo (s)
60s ≡ 1min 3600s ≡ 1h 60min ≡ 1h

Comprimento (m)
101 mm ≡ 1𝐜m 102 cm ≡ 1m 103 m ≡ 1km

Área (m2)
102 mm2 ≡ 1cm2 104 cm2 ≡ 1m2
eleva a 2

Volume (m3)
103 mm3 ≡ 1cm3 106 cm3 ≡ 1m3 eleva a 3

Velocidade (m/s)
× 𝟑, 𝟔

𝒎 𝒌𝒎
𝒔 𝒉

÷ 𝟑, 𝟔
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FÍSICA APLICADA I

Carga Elétrica e Processos de Eletrização

Profª Karolline Araújo

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Carga Elétrica e
Processos de Eletrização
CARGA ELÉTRICA
Com base na Química, sabemos que os átomos
são compostos em sua forma mais elementar de
elétrons e quarks (que é a constituição dos
prótons e nêutrons).

Com relação a força elétrica, cada partícula dessa


pode interagir ou não entre si:

Observando a figura vemos que:

i. Os prótons e os elétrons têm alguma


propriedade que o nêutron não possui: carga
elétrica (𝑸);
ii. O módulo das forças de interação são iguais e que a interação entre os pares
elétron/elétron, próton/próton é repulsiva e a elétron/próton é atrativa: por
convenção, a carga do próton é positiva e a do elétron é negativa. Logo, o
nêutron não tem carga elétrica.

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O próton e o elétron têm cargas de mesmo valor absoluto, o qual chamaremos de
carga elementar (𝒆):
No SI a unidade de medida de carga elétrica é
𝒆~𝟏, 𝟔𝒙𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪 𝑸 = 𝒄𝒐𝒖𝒍𝒐𝒎𝒃 = 𝑪

Observações:

i. Vamos considerar que em geral nos processos físicos de troca de carga, a


carga em troca seja de elétrons e não de prótons.

ii. Uma constatação importante é a de que só podemos retirar ou fornecer ao


átomo (ou a um objeto) um número inteiro de elétrons. Não é possível,
por exemplo, retirar ½ elétron ou fornecer ¾ de elétrons ao átomo. Assim,
dizemos que a carga do átomo ou de qualquer objeto carregado (eletrizado), é
quantizada. A carga (𝑄) pode apresentar inúmeros valores distintos, mas todos
sendo múltiplos inteiros da carga elementar (𝑒):

𝑸 = 𝒏𝒆 𝑸 = 𝒏(𝟏, 𝟔𝒙𝟏𝟎−𝟏𝟗 ) , com 𝑛 = ⋯ , −2, −1,0,1,2, … .

(−) para corpos eletrizados com cargas negativas e


(+), com cargas positivas.
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iii. Princípio da Conservação das Cargas Elétricas estabelece que, num
sistema fechado, a soma algébrica das cargas é constante no tempo. Por
exemplo, considere os fios, que são parte de um circuito elétrico, e através
dos quais flui, num certo intervalo de tempo, certa quantidade de carga:

Observe que a quantidade de carga que entra e que sai do ponto de junção
dos fios (nós) é a mesma!

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CONDUTORES E ISOLANTES
Um material condutor permite que haja fluxo de cargas através dele, sem muita
dificuldade. Para isso, ele deve possuir cargas livres em sua estrutura ou ter facilidade
de obtê-las.
Ex.: metais, soluções iônicas e gases ionizados.

O meio isolante (ou dielétrico) impede que um fluxo significativo de cargas passe
através da sua estrutura. Ele também pode ser sólido, líquido ou gasoso.
Ex.: borracha, vidro, papel, madeira etc.

ELETRIZAÇÃO
Eletrizar a matéria significa alterar o equilíbrio de cargas, tornando-a carregada
positiva ou negativamente. Esse desequilíbrio é obtido retirando ou fornecendo
elétrons aos átomos.

Quando retiramos elétrons de um corpo, ele fica eletrizado positivamente, pois o


número de prótons fica superior ao número de elétrons. Já quando fornecemos
elétrons a um corpo, este fica eletrizado negativamente, porque o número de
prótons fica inferior ao número de elétrons.

Veremos a seguir as três formas de eletrização: por atrito, por contato ou por indução.

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1. Eletrização por Atrito

Quando dois corpos são atritados entre si facilita-se a transferência de elétrons do


corpo de menor tendência a atrair elétrons para o corpo de maior tendência a atrair.
Nesse processo:

i. Os corpos ficam carregados com cargas de sinais opostos, pois o corpo que
perdeu os elétrons fica carregado positivamente, enquanto o que os ganhou
fica eletrizado negativamente.

ii. Os módulos das cargas adquiridas pelos dois corpos são iguais, pois o
número de elétrons que um corpo perdeu é igual ao número de elétrons que o
outro ganhou.

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Obs:
• Corpos feitos do mesmo material não se eletrizam por atrito, pois ambos
apresentam igual tendência de atrair elétrons.

• Um mesmo corpo pode ser eletrizado positiva ou negativamente,


dependendo do material com o qual foi atritado. Na tabela a seguir, qualquer
material quando atritado com outro que esteja à sua esquerda, ficará
negativamente eletrizado. Se atritado com um que esteja à sua direita, vai se
tornar positivamente carregado.

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2. Eletrização por Contato

A eletrização por contato ocorre, de forma mais eficaz, nos condutores.

As cargas tendem a ficar na superfície externa – posição nas quais elas estão o
mais distante possível umas das outras.

contato

Inicialmente, o corpo A está eletrizado Quando colocados em contato,


com carga – 𝑸, e o objeto B está as cargas ficam na superfície
neutro. A carga TOTAL inicial do externa. Observe que a carga total
sistema é: 𝑸𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 = 𝑸𝑨 + 𝑸𝑩 = −𝑸 do sistema continua igual a – 𝑸.

As cargas de cada um distribuem-se pela na


superfície e ambos ficam carregados com uma carga
total – 𝑸, garantido pelo Princípio da Conservação das
Cargas Elétricas: 𝑸𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 = 𝑸𝑨 + 𝑸𝑩 = −𝑸 com 𝑸𝑨 > 𝑸𝑩

𝑸𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 = 𝑸𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 !!!


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Considere um bastão com cargas negativas que se aproxima de uma bolinha de
latão até tocá-la.

No contato, ambos ficam eletrizados com carga negativa.

Após o contato, a bolinha é repelida pelo bastão.

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Considere duas esferas metálicas (condutoras), A e B, apoiadas sobre suportes
isolantes, inicialmente bem distantes uma da outra. Tal que
A esfera A está neutra, enquanto a esfera B se
encontra eletrizada negativamente com uma carga
𝑄𝐵 = – 48 µ𝐶.

Se colocadas em contato, haverá transferência de


uma quantidade de elétrons da esfera B para a esfera
A. Como a esfera B é maior do que a esfera A, ela
possui uma maior capacidade de armazenar cargas.
𝑹𝑩 = 𝟐𝑹𝑨 Por isso, a carga final na esfera B será maior do que
na esfera A.

Para corpos esféricos, a carga final é proporcional ao raio de cada esfera. Após o
contato, sendo 𝑅𝐵 = 2𝑅𝐴, temos que as cargas de B e A serão 𝑄𝐵 = – 32 µ𝐶 e 𝑄𝐴 =
– 16 µ𝐶, de maneira que a soma das cargas finais continua igual à carga total inicial
(−48 µ𝐶). Então, no caso de esferas do mesmo tamanho, a carga total inicial se
divide igualmente entre elas, após o contato.

É importante salientar que a divisão de cargas não depende do material do


qual as esferas são feitas. Basta que elas sejam condutoras!

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Considere dois corpos eletrizados a serem colocados em contato com a Terra:

A Terra tem capacidade de descarregar qualquer corpo por ser praticamente neutra
e muito grande. Assim, para as situações 1 e 2 acima temos:

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3. Eletrização por Indução
Uma esfera eletrizada negativamente (A) se aproxima de uma esfera condutora neutra (B)
sem tocá-la.

Alguns elétrons, repelidos por A, deslocam-se para a extremidade oposta de B. Apesar


de as cargas positivas e negativas estarem separadas, a esfera B continua neutra
(carga total zero).

Para eletrizar a esfera B, vamos ligá-la à Terra por meio de um fio condutor. Os elétrons,
repelidos por A, fluem para a Terra.

Agora, é importante a sequência das operações:


• Primeiro, desfaz-se a ligação à Terra (os elétrons que fluíram para a Terra
não mais podem voltar).
• Em seguida, afasta-se o bastão .

Veja que a esfera B fica eletrizada positivamente (Fig. 4).

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ELETROSCÓPIO DE FOLHAS
O eletroscópio de folhas, cujo princípio de funcionamento se baseia na indução
eletrostática, é um aparelho usado para verificar se os objetos estão eletrizados.

(a) Ao aproximar da esfera um bastão


eletrizado negativamente, este vai
repelir alguns elétrons da esfera,
fazendo com que esses elétrons se
desloquem para as folhas metálicas.
Assim, serão induzidas cargas
positivas na esfera e negativas nas
folhas. As folhas, com cargas de
mesmo sinal, irão se repelir.

(b) Se o bastão estiver positivo, serão induzidas cargas positivas nas folhas, pois
o bastão vai atrair elétrons para a esfera. Da mesma forma que antes, as
folhas, agora positivas, vão se abrir devido à repulsão entre elas.

Assim, você pode descobrir se o bastão está ou não eletrizado. Entretanto,


não é possível descobrir o sinal de sua carga.

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POLARIZAÇÃO DE UM ISOLANTE (OU DIELÉTRICO)
Se um corpo eletrizado aproxima-se de um dielétrico, seja ele polar ou apolar,
haverá um alinhamento das moléculas do dielétrico na direção da força exercida
pelo objeto eletrizado.

Assim, as extremidades do isolante, que estão na direção do corpo carregado,


terão cargas positivas e negativas.

Neste caso dizemos que houve uma polarização do dielétrico, visto que não existe
indução, pois não há deslocamento de cargas.

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Resumo Esperto!
Próton (+) e elétron (-) possuem carga de mesmo valor
absoluto (carga elementar → 𝒆 ), porém de sinal
contrário: −𝟏𝟗
𝒆 = 𝟏, 𝟔𝒙𝟏𝟎 𝑪
Só podemos retirar ou fornecer a um átomo (ou objetos) números inteiros da carga
elementar: a carga de qualquer objeto eletrizado é quantizada!
𝑸 = 𝒏𝒆
Princípio da Conservação das Cargas Elétricas estabelece que, num sistema
fechado, a soma algébrica das cargas é constante no tempo.

Um material condutor permite que haja fluxo de cargas através dele, sem muita
dificuldade. Um isolante (dielétrico) dificulta que um fluxo significativo de cargas
passe através da sua estrutura.

Processos de Eletrização por:


Atrito Contato Indução

Os dois corpos ficam Os corpos ficam O corpo induzido se


carregados com cargas eletrizados com eletrizará sempre com
iguais, porem de sinais cargas de mesmo carga de sinal contrário
contrários. sinal. às do indutor.

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05-

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06- (ENEM)

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07- (ENEM)

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08- ENEM - 2020

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09- ENEM - 2019

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Gabarito

01-

02- E
03-B
04-D
05-B
06-D
07-A
08-D
09-A

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FÍSICA APLICADA I

Força Elétrica

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Força elétrica

A Lei de Coulomb
Considere duas cargas pontuais de valores 𝑸𝟏 e 𝑸𝟐, separadas por uma distância 𝒓.
𝑭𝟏𝟐 é o módulo da força que a carga 𝑸𝟏 exerce sobre a carga 𝑸𝟐, e 𝑭𝟐𝟏 é o
módulo da força que a carga 𝑸𝟐 exerce sobre a carga 𝑸𝟏.

Coulomb concluiu que duas cargas


puntiformes se atraem (ou se repelem)
com uma força cujo módulo depende
i. das quantidades de carga 𝑸𝟏 e 𝑸𝟐.;
ii. da distância que separa as partículas;
iii. do meio em que as partículas se encontram.

Coulomb chegou à seguinte expressão


para determinar o módulo da força
elétrica:
No SI:
𝑸𝟏 𝑸𝟐 𝑭 = 𝑵, 𝑸 = 𝑪,
𝑭=𝑲
𝒓𝟐 𝑲 = 𝑵𝒎𝟐 𝑪−𝟐 , 𝒓 = 𝒎

𝑲 é uma constante de proporcionalidade.


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Observações: Na expressão 𝑸𝟏 𝑸𝟐
𝑭=𝑲
𝒓𝟐
• 𝑲 depende do meio no qual as cargas se encontram.

• Esse meio tem de ser dielétrico. Caso contrário, os objetos eletrizados perderiam
sua carga elétrica através dele.

• O vácuo é o meio que permite a maior força elétrica entre duas cargas.

• A constante eletrostática no vácuo vele: 𝟗


𝑵𝒎𝟐
𝑲𝟎 = 𝟗, 𝟎 × 𝟏𝟎
𝑪𝟐
• Na tabela a seguir é apresentado a constante dielétrica (razão entre a constante da
Lei de Coulomb no vácuo e essa constante no referido meio, 𝐾0 Τ𝐾) de alguns meios:

• Note que a constante dielétrica do ar e no vácuo são


aproximadamente iguais, isto é, as forças elétricas
entre cargas no vácuo e no ar têm, praticamente, o
mesmo valor.
• A constante dielétrica da água é grande. Isso explica a facilidade de compostos iônicos
serem dissolvidos na água. Mesmo que a interação eletrostática entre esses compostos
seja grande, quando dissolvidos na água, essa força é diminuída em 80 vezes.

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Situações Interessantes:

i. Atração entre um objeto neutro e outro eletrizado!


Considere um pente eletrizado se aproximando de tiras de papel.
Sendo o papel um dielétrico , o pente irá polariza-lo.

Assim, duas forças aparecem no pente:


1. uma de atração (𝑭𝑨), na parte mais próxima ao pente;
2. outra de repulsão (𝑭𝑹), no lado oposto.

Sendo 𝒓𝑨 < 𝒓𝑩, a força de atração pente/papel é maior que a repulsão (𝑭𝑨 > 𝑭𝑹).
Dessa forma, o papel sofre ação de força elétrica resultante de atração para o
pente, mesmo que a sua carga seja igual a zero.

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ii. Pêndulo Elétrico

Considere a esfera do pêndulo descarregada

Não houve força interação: Houve atração eletrostática:


1. B também está neutro. 1. B está carregado.
2. B induziu carga na esfera surgindo uma
força resultante de atração.

A esfera do pêndulo está eletrizada com uma carga (q) de sinal conhecido

Houve repulsão eletrostática: Houve atração eletrostática:


1. B está carregado com carga 1. Ou B está neutro;
de mesmo sinal que a esfera. 2. Ou B está carregado com carga de sinal
contrário a esfera.
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08- ENEM

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09- ENEM

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10- ENEM

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Gabarito

01-Fg=3,7x10-47N e Fe=8,2x10-8N
03-a 10cm da carga Q1
04-A
05-A
06-B
07-B
08-E
09-D
10-C
11-D
12-B

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FÍSICA APLICADA I

Campo Elétrico

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Campo elétrico
Os Campos Gravitacional (𝒈) e Elétrico (𝑬)
O campo gravitacional criado por Assim como o campo gravitacional, o campo
qualquer outro objeto que tenha elétrico existe sempre na presença de uma
massa não depende da massa carga geradora (𝑸).
(𝒎) do corpo que está sofrendo a O campo elétrico também depende da
sua ação. distância 𝒓 que separa a carga geradora da
carga de prova ( 𝒒 ) e, diferente do campo
gravitacional, o campo elétrico depende do
meio onde as cargas se encontram.

O campo gravitacional criado por


qualquer massa M é dado por:
𝑭𝒆 𝑸
𝑭𝒈 𝑴 𝑭 = 𝒒𝑬 𝑬= 𝑬=𝑲 𝟐
𝑭𝒈 = 𝒎𝒈 𝒈= 𝒈 = 𝑮 𝒒 𝒓
𝒎 𝒓𝟐

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Observação
𝑸
i. Analisando a expressão 𝑬 = 𝑲 𝟐 , vemos que no SI : 𝑬 = 𝑵Τ𝑪
𝒓
o módulo do campo elétrico é o módulo do campo elétrico é
diretamente proporcional a inversamente proporcional ao
carga geradora do campo quadrado da carga geradora do campo

𝑬∝ 𝑸 𝟏
𝑬∝ 𝟐
𝒓

ii. Analisando a relação do vetor campo elétrico e do vetor força elétrica, 𝑭 = 𝒒𝑬 ,


vemos que:
• 𝑭 e 𝑬 são vetores de mesma direção.

• Quando a carga de prova (q) for positiva, 𝑭 e 𝑬 têm o


mesmo sentido.

• Quando a carga de prova (q) for negativa, 𝑭 e 𝑬 têm


sentidos opostos.
Campo Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 60
O Vetor Campo Elétrico e as Linhas de Força
O campo elétrico criado por uma carga, assim como o campo gravitacional da Terra,
não pode ser visto nem tocado. Para representá-lo desenhamos

1. o vetor campo elétrico, quando queremos saber como é o campo em um ponto


do espaço.

2. as linhas de força do campo elétrico, quando estamos interessados em perceber


como é o campo numa região do espaço em torno da carga (diversos pontos ao
mesmo tempo).
linhas de força de
duas cargas
pontuais de
mesmo módulo e
sinais opostos.

linhas de força de
duas cargas
as linhas de força do campo elétrico pontuais de
“divergem” da carga positiva e mesmo módulo e
“convergem” para a negativa. sinais.

Campo Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 61


Observação

i. O campo elétrico é mais intenso na região onde a concentração de linhas de


força é mais elevada (maior densidade de linhas). Quanto mais próximas estiverem
as linhas (que é próximo a carga geradora), mais intenso é o campo elétrico –
inversamente proporcional ao quadrado da distância 𝑟.

ii. As linhas de força são desenhadas de forma que o vetor campo elétrico 𝐸, em
cada ponto, seja tangente e no mesmo sentido da linha de força que passa por
esse ponto.

iii. O número de linhas que chegam à superfície do objeto, ou que saem dela, é
proporcional à quantidade de carga que o corpo possui.

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iv. Em um ponto específico do espaço, o campo elétrico possui uma única direção, de
modo que somente uma linha de campo elétrico pode passar em cada ponto. Isto é, as
linhas de campo elétrico não podem se cruzar.

v. No equilíbrio eletrostático (cargas distribuídas na superfície do metal) o vetor campo


elétrico é sempre perpendicular à superfície do objeto eletrizado e, assim, as linhas saem
ou chegam ao objeto, sempre perpendicularmente à sua superfície.

Não existe 𝑬𝑻

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O Campo Elétrico Uniforme
Dizemos que o campo elétrico é uniforme entre duas placas carregadas quando
em qualquer ponto de uma região entre elas, o campo apresente o mesmo valor,
a mesma direção e o mesmo sentido.

𝑬=𝟎 𝑬~𝒄𝒕𝒆 𝑬=𝟎


𝑬~𝒄𝒕𝒆

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Movimento de uma carga elétrica em um Campo
Elétrico Uniforme

1º caso: Carga 𝒒 colocada em repouso (𝒗𝟎 = 𝟎) dentro do campo

෍ 𝑭 = 𝒎𝒂 𝑭𝒆 = 𝒎𝒂

2º caso: Carga 𝒒 é lançada com uma velocidade 𝒗𝟎 paralela à linha de força


(𝒗𝟎//𝑬)

Carga negativa desacelera (aceleração Carga positiva acelera (aceleração no


contrária a velocidade). mesmo sentido da velocidade).

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3º caso: Carga 𝒒 é lançada com uma velocidade 𝒗𝟎 perpendicular à linha de
força (𝒗𝟎 ⊥ 𝑬)

A força e a velocidade inicial são perpendiculares entre si. Logo, o movimento é


parabólico

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Campo Elétrico gerado por N Cargas Puntiformes

O vetor campo elétrico resultante num ponto P devido a N cargas será dado pela
soma vetorial de todos os vetores parciais:

Campo Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 67


Rompendo a rigidez dielétrica de um isolante
À medida que o valor do campo elétrico que está sendo aplicado num isolante
(dielétrico) vai aumentando, a força elétrica que atua nos elétrons polarizados
aumenta. Sendo a força de atração exercida pelos núcleos sobre esses elétrons
limitada, chegará um ponto que a força produzida pelo intenso campo elétrico
aplicado a superará. Nesse estágio, elétrons são arrancados dos átomos e se
tornam livres e o isolante passa a conduzir (dizemos então que rigidez dielétrica é
rompida).

Caso o isolante seja sólido, apenas os elétrons arrancados se deslocam através


dele. Se este for líquido ou gasoso, além de elétrons, íons positivos e negativos
também irão se movimentar.
Quando o campo
ultrapassa o valor da
rigidez dielétrica do
ar (~𝟏𝟎𝟗 𝑵/𝑪), este
se torna um
condutor e uma
quantidade de carga
se desloca entre a
nuvem e a Terra
(ocasionando a
faísca elétrica).

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01-

Campo Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 69


02-

03-

Campo Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 70


04- 05- 𝒎𝒆 = 𝟗𝒙𝟏𝟎−𝟑𝟏 𝒌𝒈

Campo Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 71


06-

Campo Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 72


07-

Campo Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 73


08- Enem

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09- Enem

Campo Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 75


10- Enem

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Gabarito
01-a) horizontal para a direita e E=3,6x104N/C b) Q>0 e Q=4mC
c)

02-

03-

04-A
05-a)2x10-9s b)0,64cm
06-A
07-C
08-D
09-B
10-A

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FÍSICA APLICADA I

Potencial Elétrico

Profª Karolline Araújo

78
Potencial Elétrico

Conceito Físico de Potencial Elétrico


O potencial elétrico mede a energia potencial elétrica, por unidade de carga, que
corpos eletrizados e neutros adquirem no interior de um campo elétrico.

Conceitos importantes:

1) O potencial elétrico é uma grandeza


escalar.

2) O potencial elétrico decresce no sentido


das linhas de força do campo elétrico.

3) Uma carga positiva, solta em um campo


elétrico, sofre ação de uma força elétrica no
sentido desse campo e move-se em direção
a potenciais elétricos menores. Ao contrário,
uma carga negativa sofre ação de uma força
em sentido oposto ao do campo elétrico e
move-se para potenciais elétricos maiores.
Potencial Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 79
Trabalho Elétrico e Diferença de Potencial Elétrico
Imagine que uma carga de prova positiva 𝑞 seja abandonada no ponto A. Como
a carga positiva move-se espontaneamente para potenciais elétricos menores,
concluímos que o potencial elétrico do ponto A (𝑉𝐴) é maior que o do ponto B
(𝑉𝐵).

A diferença entre os potenciais A e B


é denotada por 𝑉𝐴𝐵 = 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 .
Esse termo pode ser chamado
também de voltagem ou tensão
elétrica entre A e B.

No deslocamento da carga 𝑞, de A para B, a força elétrica realiza um trabalho 𝑊𝐴𝐵


(trabalho elétrico) sobre a carga q. A diferença de potencial elétrico, 𝑉𝐴𝐵, é definida
como a razão entre o trabalho elétrico e o valor da carga transportada pelo campo:

𝑾𝑨𝑩 𝐽
No SI, a unidade potencial elétrico é 𝑉𝐴𝐵 = 𝐶 = 𝑣𝑜𝑙𝑡 = 𝑉
𝑽𝑨𝑩 =
𝒒
A força elétrica é conservativa e o trabalho dessa força não
depende do caminho e sim apenas dos pontos iniciais e finais!
Potencial Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 80
Observações: 𝑾𝑨𝑩
𝑽𝑨𝑩 =
𝒒
i. A voltagem 𝑉𝐴𝐵 não depende do valor da carga 𝑞. A diferença de potencial em
uma região depende apenas da carga fonte que a produziu, do meio dielétrico que
preenche o espaço e da geometria envolvida no problema.

ii. Quando dizemos que a bateria de um carro apresenta uma diferença de


potencial elétrico de 12 V (12 J/C) entre os seus polos significa que cada 1 C de
carga que se desloca de um polo a outro da bateria, passando através do circuito
elétrico interno da mesma, recebe 12 J de energia elétrica da bateria.

iii. O sinal do trabalho 𝑊𝐴𝐵 e da carga 𝑞 devem ser considerado na equação 𝑉𝐴𝐵.

𝑾𝑨𝑩 > 𝟎 , 𝒒 > 𝟎, 𝑽𝑨𝑩 > 𝟎 → 𝑽𝑨 > 𝑽𝑩 𝑾𝑩𝑨 > 𝟎 , 𝒒 < 𝟎, 𝑽𝑩𝑨 < 𝟎 → 𝑽𝑩 < 𝑽𝑨
(+) Move p/ potenciais elétricos menores (-) Move p/ potenciais elétricos maiores

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Diferença de Potencial em um Campo Elétrico Uniforme
Para o caso de um campo elétrico uniforme, a força elétrica sobre a carga de prova
é constante, e o trabalho elétrico pode ser calculado por:

𝑾𝑨𝑩 = 𝑭𝒆 . 𝒅 𝐜𝐨𝐬 𝜽

sendo 𝐹𝑒 ∥ 𝑑 , cos 0° = 1

𝑾𝑨𝑩 = 𝑭𝒆 . 𝒅

e como 𝑭𝒆 = 𝒒𝑬 e 𝑾𝑨𝑩 = 𝒒𝑽𝑨𝑩

𝒒𝑽𝑨𝑩 = 𝒒𝑬𝒅 𝑽𝑨𝑩 = 𝑬𝒅

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Superfícies Equipotenciais
As equipotenciais são linhas ou superfícies imaginárias nas quais seus pontos
possuem um mesmo potencial.

i. As linhas ou superfícies equipotenciais são perpendiculares as linhas de força.

ii. Lembrando que o potencial descresse no sentido das linhas de força.

Potencial Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 83


Superfícies
equipotenciais
num Campo
Elétrico Uniforme

Linhas
equipotenciais
geradas por uma
nuvem eletrizada

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Potencial Elétrico de uma Carga Pontual

Visto que a Força Eletrostática que atua em 𝑞 não é constante (𝐹 ∝ 1Τ𝑟 2 ), o


Trabalho realizado por esta força para deslocar a carga q de A até B é dado pela
integração da curva do gráfico acima. Seu valor é:
𝟏 𝟏
𝑾𝑨𝑩 = 𝑲𝑸𝒒 − Lembrando que 𝑊𝐴𝐵 = 𝑞𝑉𝐴𝐵 , então
𝒓𝑨 𝒓 𝑩
𝟏 𝟏 Tomando como referência o ponto B muito distante, isto
𝒒𝑽𝑨𝑩 = 𝑲𝑸𝒒 − é, 𝑟𝐵 ≫ 1, chegamos a
𝒓 𝑨 𝒓𝑩

𝑲𝑸 o potencial de um ponto qualquer situado a uma


𝑽𝑨𝑩 = distância 𝑟 de uma carga pontual 𝑄.
𝒓
Potencial Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 85
𝑲𝑸
𝑸>𝟎 𝑽𝑨𝑩 = 𝑸<𝟎
𝒓

𝟏
𝑽∝
𝒓

O módulo Potencial Elétrico é


inversamente proporcional a
distância à carga Q geradora
do campo

Potencial Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 86


Energia Potencial Elétrica
O sistema abaixo formado por duas cargas pontuais possui energia potencial
elétrica.

Se uma das cargas for solta, a energia potencial elétrica do sistema se converterá
em energia cinética.

A energia potencial elétrica é dada por: 𝑬𝒑𝒆 = 𝒒𝑽𝑨𝑩

Podemos ainda escreve-la como

𝑲𝑸𝟐 𝑸𝟏 𝑸𝟐
𝑬𝒑𝒆 = 𝑸𝟏 𝑽𝑨𝑩 = 𝑸𝟏 𝑬𝒑𝒆 = 𝑲
𝒓 𝒓

𝑬𝒑𝒆 > 𝟎 → O sistema é repulsivo (as cargas


afastam-se quando liberadas)

O sistema é atrativo (as cargas


𝑬𝒑𝒆 < 𝟎 →
aproximam-se quando liberadas)

Potencial Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 87


01-

Potencial Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 88


02-

Potencial Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 89


03- 04-

Potencial Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 90


05- 06-

Potencial Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 91


07-

Potencial Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 92


08-

Potencial Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 93


09-

10-

Potencial Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 94


11-

12-

Potencial Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 95


Gabarito

01- -0,54J e zero


02-

03-

04-

05-D
06-

07-A
08-17
09-40J
10-

Potencial Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 96


11-C e D
12-B

Potencial Elétrico – Prof.ª Karolline Araújo 97


FÍSICA APLICADA I

Condutores

Profª Karolline Araújo

98
Condutores

Ao eletrizarmos um condutor as cargas em excesso não


permanecem no local em que foram originadas, mas
distribuem –se por toda sua superfície.

Já quando eletrizamos um dielétrico (isolante) as cargas


em excesso, decorrentes da eletrização, permanecem no
local em que foram originadas.

O Equilíbrio Eletrostático de um Condutor


Um condutor, eletrizado ou não, está em equilíbrio eletrostático quando não
existe nele nenhum movimento ordenado de cargas elétricas.

Propriedades elétricas de um condutor em equilíbrio eletrostático

1. É nulo o campo elétrico no seu interior. Seja o


condutor oco ou maciço, o campo elétrico em seu
interior será nulo!

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 99


2. É constante o potencial elétrico
em todos os seus pontos
(internos e da superfície).

3. As cargas elétricas em excesso de um


condutor em equilíbrio eletrostático
distribuem-se pela sua superfície externa.

4. O vetor elétrico tem direção perpendicular à


superfície condutora.

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 100


5. Há maior densidade superficial de
cargas elétricas nas regiões de maior
curvatura (pontas).

6. A intensidade do campo elétrico nas


proximidades do condutor é proporcional à
densidade de cargas da respectiva região
(poder da pontas!!!).

Quando uma nuvem eletrizada passa perto do local onde o para-


raios foi instalado, o campo elétrico entre a nuvem e a terra
torna-se mais intenso em torno das pontas do para-raios. Por
isso, a probabilidade de a rigidez dielétrica do ar ser rompida
perto dessas pontas e de a descarga elétrica ocorrer entre a
nuvem e o para-raios é maior do que em outros locais.

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 101


Campo Elétrico de uma Esfera Eletrizada 𝑸
O campo externo de uma esfera eletrizada pode
ser calculado como se toda a sua carga
estivesse concentrada em seu centro. Assim, o
campo elétrico de uma esfera de carga 𝑄 é
similar ao de uma carga pontual:
𝟎 , 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒓 < 𝑹
𝑬=ቐ 𝑸
𝑲 𝟐 , 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒓 > 𝑹
𝒓

Potencial Elétrico de uma Esfera Eletrizada


O potencial elétrico no interior de um condutor
eletrizado e em equilíbrio eletrostático é constante.
Externamente, o potencial diminuiu no sentido das
linhas de força do campo elétrico, mantendo-se
constante no plano perpendicular a elas.

𝑸
𝑲
, 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒓 ≤ 𝑹
𝑽= 𝑹
𝑸
𝑲 , 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒓 > 𝑹
𝒓
Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 102
Blindagem Eletrostática
O interior de um condutor é um lugar
onde o campo elétrico de um agente
externo não consegue entrar. Esse
efeito é conhecido como blindagem
eletrostática.

Gaiola de Faraday

A carga da placa produz um campo


elétrico uniforme, horizontal e dirigido
para a direita na região da esfera. Por sua
vez, a carga induzida na esfera cria um
campo elétrico interno horizontal e
dirigido para a esquerda. Os campos da
placa e da esfera apresentam módulos
iguais e se cancelam. Por isso, o campo
resultante dentro da esfera vale zero.

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 103


01-

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 104


02-

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 105


03-

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 106


04-

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 107


05-

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 108


06-

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 109


07-

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 110


08-

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 111


09- ENEM

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 112


10- ENEM

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 113


11- ENEM

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 114


12- ENEM
2020

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 115


Gabarito

01-B
02-C
03-E
04-D
05-B
06-13
07-C
08-B
09-B
10-D
11-C
12-C

Condutores – Prof.ª Karolline Araújo 116


Seleção de Exercícios Eletrostática

01-

117
02-

118
03-

119
04-

120
05-

121
06-

122
07-

123
08-

09-

124
10-

11-

125
12-

13-

126
14-

127
15-

128
16-

129
17-

130
18-

131
19-

132
20-

133
21-

22-

134
23-

135
24-

25-

136
26-

27-

137
28-

138
29-

139
30-

140
Gabarito

01-E
02-A
03-A
04-E
05-A
06-A
07-D
08-B
09-D
10-B
11-B
12-B
13-A
14-a) b)vertical para cima

15-E
16-C
141
17-B
18-A
19-a)negativa para que o deslocamento que a carga sofre pela força elétrica seja
contrária ao campo elétrico.
𝑞𝐸
b)θ = tan−1 𝑚𝑔
20-B
21-B
22-D
23-D
24-E
25-E
26-a)40,5x10-19J b)1,6x1013m/s2
27-A
28-E
29-13
30-A

142

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