Você está na página 1de 26

Língua Portuguesa

Prof.ª Luana Porto

LÍNGUA PORTUGUESA
Prof. Luana Porto

1
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

EMPREGO DE VERBOS E PRONOMES .............................................................3

Emprego de verbos..................................................................................................3

Classificação dos pronomes .................................................................................3

Emprego dos pronomes demonstrativos ...............................................................8

Verbo...................................................................................................................10

QUESTÕES ........................................................................................................13

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
Concursos Públicos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso,
recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.

2
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

EMPREGO DE VERBOS E PRONOMES

Profa. Dra. Luana Porto


@profa.luanaporto
Emprego de verbos
É a classe de palavra que substitui ou que acompanha os substantivos para evitar a
repetição de palavras e remeter a quem fala ou ouve e ao assunto.
Exemplo: Maria quebrou o vaso →Ela quebrou-o.

Classificação dos pronomes

• representam as pessoas gramaticais


1. Pronomes
pessoais
(quem fala, com quem se fala, de quem
se fala).

• têm a função de relacionar um objeto


2. Pronomes
possessivos
possuído à pessoa que o possui.

• “são palavras cuja função principal é indicar o


3. Pronomes posicionamento, o lugar de um ser, relativamente à posição
demonstrativos ocupada por uma das três pessoas gramaticais”
,
(FERREIRA 2007, p. 218)

• “são aqueles que retomam um substantivo (ou


4. Pronomes um pronome) anterior a eles, substituindo-o no
relativos início da oração seguinte” (FERREIRA, 2007, p.
223).

• “são aqueles que se referem de modo vago,


5. Pronomes indeterminado, à 3ª pessoa gramatical”
indefinidos (FERREIRA, 2007, p. 220).

• são usados para fazer perguntas diretas e


6. Pronomes
interrogativos
indiretas.

3
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

Pronomes pessoais: representam as pessoas gramaticais (quem fala, com quem se fala, de
quem se fala). Veja as pessoas gramaticais e os pronomes correspondentes:
1ª pessoa do singular: eu, me, mim, comigo
2ª pessoa do singular: tu, te, ti, contigo
3ª pessoa do singular: ele/ela, o/a, se, si, lhe, consigo
1ª pessoa do plural: nós, nos, conosco
2ª pessoa do plural: vós, vos, convosco
3ª pessoa do plural: eles/elas, os/as, se, si, lhes, consigo

Exemplo: Eu visitei um museu na França.

 Eu e mim
Os pronomes EU e TU não pode vir em uma frase acompanhados de preposição, devendo
ser substituídos por MIM e TI.
a) Ela trouxe o presente para eu comemorar meu aniversário.
b) Ela trouxe o presente para mim.
c) As decisões sobre o contrato foram tomadas por mim.
d) O prêmio será dividido entre mim e ti.

Entre os pronomes pessoais, estão os pronomes de tratamento. Estes são usados no trato
com pessoas e a forma de tratamento depende do cargo, título, idade da pessoa a quem se
dirige.

Exemplo: Vossa Excelência emitirá sentença hoje sobre o caso?

4
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

Pronome Abreviatura - Abreviatura - Emprego


singular plural
Senhor(es) sr sres. Trato respeitoso

Senhora(s) Sra. sras. Trato respeitoso

Você v. v. Tratamento informal

Vossa(s) Alteza(s) V.A. VV. AA. Príncipes e princesas,


duques e duquesas.
Vossa(s) V. Ema., V. V. Emas., V. Cardeais.
Eminência(s) Em.a ou V. Em.as ou V.
Em.a Em.as
Vossa(s) V. Ex.a ou V. V. Ex.as ou V. Altas autoridades:
Excelência(s) Ex.a Ex.as Presidente da
República, ministros,
deputados,
embaixadores.
Vossa Reverência V. Rev.a V. Rev.as Sacerdotes e outras
autoridades religiosas
do mesmo nível.
Vossa(s)Majestade(s) V. M. VV. MM. Reis e rainhas,
imperadores e
imperatrizes.
Vossa(s) V. Maga. ou V. V. Magas ou V. Reitores de
Magnificência(s) Maga Magas universidades.
Vossa(s) V. Revma. V. Revmas. Sacerdotes e outras
Reverendíssima(s) autoridades religiosas
do mesmo nível.
Vossa Santidade V. S. - Papa.

Vossa Senhoria V.Sa. V.Sas. Pessoas que exercem


cargos importantes
(cônsules, oficiais,

5
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

chefes de seção,
comerciantes etc)
Vossa Paternidade V.P. VV.PP. Superiores de ordem
religiosa

No Manual de Redação da Presidência da República, que trata das correspondências oficiais,


há as seguintes observações:

Fonte: Manual de Redação da República, 2002, p. 23.

6
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

2. Pronomes possessivos: têm a função de relacionar um objeto possuído à pessoa que o


possui. Veja os pronomes possessivos:
1ª pessoa do singular: meu(s), minha(s)
2ª pessoa do singular: teu(s), tua(s)
3ª pessoa do singular: seu(s), sua(s)
1ª pessoa do plural: nosso(s), nossa(s)
2ª pessoa do plural: vosso(s), vossa(s)
3ª pessoa do plural: seu(s), sua(s)

Exemplo: Teu filho está muito magro, João.

Emprego dos pronomes possessivos


1. Os pronomes possessivos devem concordar em gênero e número com o elemento possuído
e em pessoa com o possuidor.
Exemplo: Tu compraste tuas roupas em que loja?

2. Os pronomes de tratamento exigem uso de pronomes possessivos de 3ª pessoa.


Exemplo: Vossa Santidade já fez sua oração?

3. Os pronomes possessivos, em alguns contextos, podem ser substituídos por pronomes


pessoais.
Exemplo: O barulho atrapalhava meu sono → O barulho atrapalhava-me o sono

3. Pronomes demonstrativos: “são palavras cuja função principal é indicar o posicionamento,


o lugar de um ser, relativamente à posição ocupada por uma das três pessoas gramaticais”
(FERREIRA, 2007, p. 218)
Exemplo: Este livro que tenho em mãos é um romance de Machado de Assis.

7
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

Emprego dos pronomes demonstrativos


1. Empregam-se os pronomes demonstrativos este(s), esta(s), isto para indicar o que está
próximo daquele que fala, para se referir a algo a ser dito (futuro) e para indicar o tempo
atual/presente em relação ao momento em que se dá a fala.
Exemplos: Este anel que uso foi um presente de minha mãe.
Tenho que te dizer isto: tua festa está linda.
Este é uma no muitas mudanças.

2. Empregam-se os pronomes demonstrativos esse(s), essa(s), isso para indicar o que está
próximo daquele com quem se fala, para se referir a algo que já foi dito e para indicar um tempo
anterior recente ou posterior próximo.
Exemplos: Esse anel que você está usando foi um presente de sua mãe.
Aumento de assaltos e miséria. Isso é o resultado da desigualdade social.
Os economistas alertam que esse fim de semana terá anúncio de renúncia de governantes
europeus.

3. Empregam-se os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo para indicar o que


está longe daquele que fala, para se referir a algo que já foi apontado anteriormente a outro
elemento e para indicar um tempo bem anterior ou posterior ao momento em que se fala.
Exemplos: Olhando aqui de cima do prédio, no 20º andar, aquela casa parece inclinada.
João e Pedro são amigos de longa data. Este tem 20 anos, aquele (João) tem 22.
Minha mãe veio para o sul quanto tinha 5 cinco anos. Naquela época, ainda fazia bastante frio
no estado.

4. Pronomes relativos: “são aqueles que retomam um substantivo (ou um pronome) anterior a
eles, substituindo-o no início da oração seguinte” (FERREIRA, 2007, p. 223). Veja os pronomes
relativos:
Variáveis
O qual, a qual
Os quais, as quais
Cujo, cuja
Cujos, cujas
Quanto, quanta
Quantos, quantas

8
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

Invariáveis
Que (quando equivale a o qual e flexões)
Quem (quando equivale a o qual e flexões)
Onde (quando equivale a no qual e flexões)

Exemplo: A viagem que programei terá de ser cancelada.

5. Pronomes indefinidos: “são aqueles que se referem de modo vago, indeterminado, à 3ª


pessoa gramatical” (FERREIRA, 2007, p. 220). Veja os pronomes indefinidos:
1. Referem-se a pessoas: quem, alguém, ninguém, outrem;
2. Referem-se a lugares: onde, algures, alhures, nenhures;
3. Referem-se a pessoas, lugares, coisas: que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s),
algum (a/s), vários (a), nenhum (a/s), certo (a/s), outro (a/s), muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s),
um (a/s), qualquer (s), cada.

Exemplo: Qualquer pessoa pode fazer a prova se tiver feito a inscrição.

6. Pronomes interrogativos: são usados para fazer perguntas diretas e indiretas.


Variáveis
Qual, quanto

Invariáveis
Quem que

Exemplo: Quem pode fazer a prova?

9
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

Atenção!
Devido à função do pronome na oração, o pronome pode ser classificado em:
► A) pronome substantivo: representa o núcleo o sujeito ou do
complemento.
João visitou Pedro. João visitou-o.
Isso me incomodou muito.
► B) pronome adjetivo: refere-se a um substantivo ao qual se
subordina na qualidade de adjunto adnominal.
O seu filho foi embora.
Cada aluno da sala fez um pedido diferente à escola.

Pronome substantivo Pronome adjetivo

• Pessoais • Possessivos
• Demonstrativos • Relativo CUJO
• Indefinido (quem, alguém, • Indefinidos CADA e CERTO
ninguém, outrem, tudo, nada,
algo)
• Relativos (exceto cujo)
• Interrogativo QUEM

Verbo
O verbo “é a palavra que, por si só, exprime um fato (em geral, ação, estado ou fenômeno0
e localiza-o no tempo” (FERREIRA, 2007, p. 239).
Exemplos: Comprei uma casa nova no Rio de Janeiro.
Pedro está cansado.
Choveu ontem.

Os verbos são classificados em três conjugações:


1. Primeira conjugação: verbos terminados em –AR: amar
1. Segunda conjugação: verbos terminados em –ER: vender
1. Terceira conjugação: verbos terminados em –IR: partir

10
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

Observação: O verbo pôr e outros terminados em -OR são considerados verbo de segunda
conjugação.

O verbo sobre flexão em:


A) pessoa;
B) número;
C) tempo;
D) modo;
E) voz.

Verbos defectivos: verbos que não têm conjugação completa.


a) Verbos impessoais: presentes em orações sem sujeito. (Emprego apenas na terceira pessoa
do singular)
Exemplo: chover, haver (sentido de existir, ocorrer, tempo passado), trovejar, nevar.
b) Verbos unipessoais: indicam vozes ou ruídos peculiares a determinados animais. (Emprego
apenas na terceira pessoa do singular ou plural)
Exemplo: cacarejar, miar, coaxar.
c) Verbos que carecem de algumas formas por motivos diversos, como eufonia ou confusão.
Exemplo: abolir, extorquir, colorir, falir.

Verbos abundantes: verbos que possuem duas formas de particípio (uma regular – terminada
em -ADO ou -IDO – e outra irregular).
Exemplos:
Aceitar: Aceitado – aceito
Expressar: Expressado – expresso
Eleger: Elegido – eleito
Prender: Prendido – preso
Extinguir: Extinguido – extinto
Tingir: Tingido – tinto

11
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

Verbos abundantes: regra geral

Particípio regular Particípio irregular

•Verbo auxiliar TER e HAVER •Verbo auxiliar SER e ESTAR


•Ele tinha/havia imprimido o •O matéria foi/estava impresso.
material. •O assaltante foi preso.
•Ele tinha prendido o assaltante.

Verbos abundantes apenas com particípio irregular:


Abrir – aberto
Cobrir – coberto
Dizer – dito
Escrever – escrito
Fazer – feito
Pôr – posto
Ver – visto
Vir - vindo

Nas provas de concurso


Nas provas de concurso, pode haver questões com diferentes tipos de cobranças, como
indicado a seguir:

Questões
Identificação das funções dos pronomes e
sentidos Identificação das funções e correção do uso de verbos

12
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

QUESTÕES

1. FCC - 2022 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Técnico Judiciário - Área Administrativa

Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

O animal humano, que é parte da natureza e que dela depende, não se resignou a viver
para sempre à mercê dos frutos espontâneos da terra. O desafio que desde logo se insinuou foi:
como induzir o mundo natural a somar forças e multiplicar o resultado do esforço humano? Como
colocá-lo a serviço do homem? O passo decisivo nessa busca foi a descoberta, antes prática
que teórica, de que “domina-se a natureza obedecendo-se a ela”. A sagacidade do animal
humano soube encontrar nos caminhos do mundo como ele se põe (natura naturans: “a natureza
causando a natureza”) as chaves de acesso ao mundo como ele pode ser (natura naturata: “a
natureza causada”).

Processos naturais, desde que devidamente sujeitos à observação e direcionamento pela


mão do homem, podiam se tornar inigualáveis aliados na luta pelo sustento diário. Em vez de
tão somente surpreender e pilhar os seres vivos que a natureza oferece para uso e desfrute
imediato, como fazia o caçador-coletor, tratava-se de compreender suas regularidades, acatar
sua lógica, identificar e aprimorar suas espécies mais promissoras e, desse modo, cooptá-los
em definitivo para a tarefa de potencializar os meios de vida. Se a realidade designada pelo
termo civilização não se deixa definir com facilidade, uma coisa é certa: nenhum conceito que
deixe de dar o devido peso a essa mudança na relação homem-natureza poderá ser julgado
completo. A domesticação sistemática, em larga escala, de plantas e animais deu à humanidade
maior segurança alimentar e trouxe extraordinárias conquistas materiais. Mas ela não veio só. O
advento da sociedade agropastoril teve como contrapartida direta e necessária uma mudança
menos saliente à primeira vista, mas nem por isso de menor monta: a profunda transformação
da psicologia temporal do animal humano.

A domesticação da natureza externa exigiu um enorme empenho na domesticação da


natureza interna do homem. Pois a prática da agricultura e do pastoreio implicou uma vasta
readaptação dos valores, crenças, instituições e formas de vida aos seus métodos e exigências.
Entre os acontecimentos da história mundial que modificaram de maneira permanente os hábitos
mentais do homem, seria difícil encontrar algum que pudesse rivalizar com o impacto da

13
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

transição para a sociedade de base agrícola e pastoril em toda a forma como percebemos e
lidamos com a dimensão temporal da vida prática.

(GIANNETTI, Eduardo. O valor do amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, edição digital. Adaptado)

Como colocá-lo a serviço do homem? (1° parágrafo)

O pronome sublinhado refere-se a:

(A) resultado do esforço humano.


(B) animal humano.
(C) desafio.
(D) passo decisivo.
(E) mundo natural.

2. FCC - 2022 - Prefeitura de Recife - PE - Agente Administrativo da Assistência Social

O dono do pequeno restaurante é amável, sem derrame, e a fregueses mais antigos


oferece, antes do menu, o jornal do dia “facilitado”, isto é, com traços vermelhos cercando as
notícias importantes. Vez por outra, indaga se a comida está boa, oferece cigarrinho, queixa-se
do resfriado crônico e pergunta pelo nosso, se o temos; se não temos, por aquele regime
começado em janeiro, e de que desistimos. Também pelos filmes de espionagem, que mexem
com ele na alma.

Espetar a despesa não tem problema, em dia de barra pesada. Chega a descontar o
cheque a ser recebido no mês que vem (“Falta só uma semana, seu Adelino”).

Além dessas delícias raras, seu Adelino faculta ao cliente dar palpites ao cozinheiro e
beneficiar-se com o filé mais fresquinho, o palmito de primeira, a batata feita na hora,
especialmente para os eleitos. Enfim, autêntico papo-firme.

Uma noite dessas, o movimento era pequeno, seu Adelino veio sentar-se ao lado da antiga
freguesa. Era hora do jantar dele, também. O garçom estendeu-lhe o menu e esperou. Seu
Adelino, calado, olhava para a lista inexpressiva dos pratos do dia. A inspiração não vinha. O
garçom já tinha ido e voltado duas vezes, e nada. A freguesa resolveu colaborar:

− Que tal um fígado acebolado?

− Acabou, madame − atalhou o garçom.

14
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

− Deixe ver… Assada com coradas, está bem?

− Não, não tenho vontade disso − e seu Adelino sacudiu a cabeça.

− Bem, estou vendo aqui umas costeletas de porco com feijão-branco, farofa e arroz…

− Não é mau, mas acontece que ainda ontem comi uma carnezita de porco, e há dois dias
que me servem feijão ao almoço − ponderou.

A freguesa de boa vontade virou-se para o garçom:

− Aqui no menu não tem, mas quem sabe se há um bacalhau a qualquer coisa? − pois
seu Adelino (refletiu ela) é português, e como todo lusíada que se preza, há de achar isso a
pedida.

Da cozinha veio a informação:

− Tem bacalhau à Gomes de Sá. Quer?

− Pode ser isso − concordou seu Adelino, sem entusiasmo.

Ao cabo de dez minutos, veio o garçom brandindo o Gomes de Sá. A freguesa olhou o
prato, invejando-o, e, para estimular o apetite de seu Adelino:

− Está uma beleza!

− Não acho muito não − retorquiu, inapetente.

O prato foi servido, o azeite adicionado, e seu Adelino traçou o bacalhau, depois de lhe
ser desejado bom apetite. Em silêncio.

Vendo que ele não se manifestava, sua leal conviva interpelou-o:

− Como é, está bom?

Com um risinho meio de banda, fez a crítica:

− Bom nada, madame. Isso não é bacalhau à Gomes de Sá nem aqui nem em Macau. É
bacalhau com batatas. E vou lhe dizer: está mais para sem gosto do que com ele. A batata me
sabe a insossa, e o bacalhau salgado em demasia, ai!

A cliente se lembrou, com saudade vera, daquele maravilhoso Gomes de Sá que se come
em casa de d. Concessa. E foi detalhando:

15
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

− Lá em casa é que se prepara um legal, sabe? Muito tomate, pimentão, azeite de


verdade, para fazer um molho pra lá de bom, e ainda acrescentam um ovo…

Seu Adelino emergiu da apatia, comoveu-se, os olhos brilhando, desta vez em sorriso
aberto:

− Isso mesmo! Ovo cozido e ralado, azeitonas portuguesas, daquelas… Um santo,


santíssimo prato!

Mas, encarando o concreto:

− Essa gente aqui não tem a ciência, não tem a ciência!

− Espera aí, seu Adelino, vamos ver no jornal se tem um bom filme de espionagem para
o senhor se consolar.

Não tinha, infelizmente.

(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. 70 histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 110-
111)

Atenção: Leia a crônica para responder à questão

e pergunta pelo nosso, se o temos (1º parágrafo)

O garçom estendeu-lhe o menu (4º parágrafo)

Os termos sublinhados acima referem-se, respectivamente, a

(A) resfriado − seu Adelino


(B) resfriado − garçom
(C) cigarrinho − seu Adelino
(D) resfriado − freguesa
(E) cigarrinho – freguesa

16
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

3. CESPE / CEBRASPE - 2022 - IBAMA - Técnico Ambiental

Texto CB1A1-I
A pandemia transformou a rotina de diversas pessoas ao redor do mundo, principalmente
em relação à sustentabilidade.
Dentro de casa, aumentou a percepção quanto à importância de modelos de consumo
mais conscientes e responsáveis, como a escolha de produtos mais duráveis e menos geradores
de resíduos. No entanto, a transformação mais significativa, que deveria vir das empresas, ainda
é relativamente tímida.
De acordo com Mariana Schuchovski, professora de Sustentabilidade do ISAE Escola
de Negócios, a disseminação do vírus é resultado do atual modelo de desenvolvimento, que
fomenta o uso irracional de recursos naturais e a destruição de hábitats, como florestas e outras
áreas, o que faz que animais, forçados a mudar seus hábitos de vida, contraiam e transmitam
doenças que não existiriam em situações normais. “Situações de desequilíbrio ambiental,
causadas principalmente por desmatamento e mudanças de clima, aumentam ainda mais a
probabilidade de que zoonoses, ou seja, doenças de origem animal, nos atinjam e alcancem o
patamar de epidemias e pandemias”, explica a professora.
A especialista aponta que todos nós, indivíduos, sociedade e empresas, precisamos
entender os impactos desta pandemia no meio ambiente e na sustentabilidade bem como refletir
sobre eles e, principalmente, sobre a sua relação inversa: o impacto da (in)sustentabilidade dos
nossos modelos de produção e consumo como causador desta pandemia. “Toda escolha que
fazemos pode ser para apoiar ou não a sustentabilidade”, diz Mariana. Por outro lado, para que
possamos fazer melhores escolhas e praticar o verdadeiro consumo consciente, é necessário
que, em primeiro lugar, as empresas realizem a produção consciente, assumindo sua verdadeira
responsabilidade pelos impactos que causam.
Internet: <www.ecodebate.com.br> (com adaptações).

Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o item que se segue.
No segundo período do terceiro parágrafo, a forma pronominal ‘nos’ funciona como complemento
das formas verbais ‘atinjam’ e ‘alcancem’.
No segundo período do terceiro parágrafo, a forma pronominal ‘nos’ funciona como complemento
das formas verbais ‘atinjam’ e ‘alcancem’.
( ) CERTO
( ) Errado

17
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

4. VUNESP - 2022 - Prefeitura de Jundiaí - SP - Assistente Administrativo - Edital nº 334

Para evitar a repetição, pode-se, por exemplo, substituir elementos de um texto por um pronome.
Assinale a alternativa em que há a correta substituição da expressão em destaque no trecho por
um pronome – … trate de tornar seus dias úteis.

(A) … trate de tornar-los úteis.


(B) … trate de tornar-nos úteis.
(C) … trate de tornar-lhes úteis.
(D) … trate de torná-los úteis.
(E) … trate de tornarem-se úteis.

18
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

5. VUNESP - 2022 - Câmara Municipal de São José dos Campos - SP - Técnico Legislativo

Uma geração de extraterrestres

Penso que Michel Serres seja a mente filosófica mais aguda na França de hoje e, como
todo bom filósofo, é capaz de dedicar-se também à reflexão sobre a atualidade. Uso
despudoradamente (à exceção de alguns comentários pessoais) um belíssimo artigo de Serres
publicado em março de 2010 que recorda coisas que, para os leitores mais jovens, dizem
respeito aos filhos e, para nós, mais velhos, aos netos.

Só para começar, estes filhos ou netos nunca viram um porco, uma vaca, uma galinha.
Os novos seres humanos não estão mais habituados a viver na natureza, e só conhecem as
cidades. Trata-se de uma das maiores revoluções antropológicas depois do neolítico* .

Há mais de sessenta anos, os jovens europeus não conhecem guerras, beneficiam-se


de uma medicina avançada e não sofrem como sofreram seus antepassados. Então, que obras
literárias poderão apreciar, visto que não conheceram a vida rústica, as colheitas, os
monumentos aos caídos, as bandeiras dilaceradas pelas balas inimigas, a urgência vital de uma
moral?

Foram formados por meios de comunicação concebidos por adultos que reduziram a sete
segundos o tempo de permanência de uma imagem e a quinze segundos o tempo de resposta
às perguntas. São educados pela publicidade que exagera nas abreviações e nas palavras
estrangeiras e faz com que percam o senso da língua materna. A escola não é mais o local da
aprendizagem e, habituados aos computadores, esses jovens vivem boa parte da sua vida no
virtual. Nós vivíamos num espaço métrico perceptível, e eles vivem num espaço irreal onde
vizinhanças e distâncias não fazem mais a menor diferença.

Não vou me deter nas reflexões de Serres acerca das possibilidades de administrar as
novas exigências da educação. Em todo caso, sua panorâmica nos fala de um período
semelhante, pela subversão total, ao da invenção da escrita e, séculos depois, da imprensa. Só
que estas novas técnicas hodiernas mudam em grande velocidade. Por que não estávamos
preparados para esta transformação?

Serres conclui que talvez a culpa seja também dos filósofos, que, por profissão, deveriam
prever as mudanças dos saberes e das práticas e não o fizeram de maneira suficiente porque,
“empenhados na política de todo dia, não viram chegar a contemporaneidade”. Não sei se Serres
tem toda razão, mas alguma ele tem.

19
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

*Última divisão da Idade da Pedra, caracterizada pelo desenvolvimento da agricultura e a


domesticação de animais.

(Umberto Eco. Pape Satàn aleppe: crônicas de uma sociedade líquida. 2 ed. – Rio de Janeiro: Record, 2017.
Excerto adaptado)

Considere as frases do 2º e 3º parágrafos, respectivamente:

• Só para começar, estes filhos ou netos nunca viram um porco, uma vaca, uma galinha.

• Há mais de sessenta anos, os jovens europeus não conhecem guerras...

Assinale a alternativa em que as formas pronominais que substituem os temos destacados


atendem à norma padrão de uso dos pronomes e de colocação pronominal.

(A) ... estes filhos ou netos nunca lhes viram. / ... os jovens europeus não lhes conhecem...
(B) ... estes filhos ou netos nunca lhes viram. / ... os jovens europeus não conhecem-nas...
(C) ... estes filhos ou netos nunca os viram. / ... os jovens europeus não as conhecem...
(D) ... estes filhos ou netos nunca viram-nos. / ... os jovens europeus não lhes conhecem...
(E) ... estes filhos ou netos nunca viram-lhes. / ... os jovens europeus não conhecem-lhes...

20
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

6. FGV - 2013 - TJ-AM - Analista Judiciário-Oficial de Justiça Avaliador e Leiloeiro)

Muito além do ridículo (fragmento)

"Certa vez, ante o espanto da opinião pública com a violência de uma rebelião de presos,
o memorável jurista Evandro Lins e Silva saiu-se com esta: espantoso, mesmo, é que os detentos
enjaulados em condições subumanas não estejam realizando mais motins pelo país afora.

Lins era um humanista por excelência e sempre achou equivocada a política penitenciária.
Não havia ironia no que disse. Com mais de 500 mil presos, o sistema atual tem capacidade para
receber pouco mais de 300 mil. O que sobra fica amontoado em celas fétidas, sujeito à
disseminação de doenças e, o que é pior, a mais violência. Como é possível imaginar que um
ser humano se adapte a tais condições?

Do outro lado dos muros das prisões, uma sociedade acuada pela escalada da violência
urbana prefere imaginar que lugar de bandido é na cadeia, deixando o Estado à vontade para
varrer a sujeira tapete abaixo. Construir presídios e dar tratamento digno ao preso não rendem
votos. Punir, sim.

Daí porque se discute tanto um novo Código Penal, como se fossem frouxas as 117 leis
penais especiais e os 1.170 crimes tipificados de que dispomos. Inclusive trazendo de volta a
ideia da maioridade penal, que na prática significa transformar menino em delinquente e sujeitá-
lo à crueldade das prisões. Nada mais autoritário. O que a juventude precisa é de amparo, de
oportunidade, de educação, e não de medidas que visem a puni-la.

A sociedade não pode virar as costas ao drama dos presídios".

(Marcus Vinicius Furtado)

"O que a juventude precisa é de amparo, de oportunidade, de educação, e não de medidas que
visem a puni-la"'.

O pronome "la" substitui, na progressão do texto,

(A) a juventude.
(B) o amparo.
(C) a oportunidade.
(D) a educação.
(E) a medida.

21
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

7. FGV - 2013 - TJ-AM - Analista Judiciário-Oficial de Justiça Avaliador e Leiloeiro)

Muito além do ridículo (fragmento)

"Certa vez, ante o espanto da opinião pública com a violência de uma rebelião de presos, o
memorável jurista Evandro Lins e Silva saiu-se com esta: espantoso, mesmo, é que os detentos
enjaulados em condições subumanas não estejam realizando mais motins pelo país afora.

Lins era um humanista por excelência e sempre achou equivocada a política penitenciária.
Não havia ironia no que disse. Com mais de 500 mil presos, o sistema atual tem capacidade para
receber pouco mais de 300 mil. O que sobra fica amontoado em celas fétidas, sujeito à
disseminação de doenças e, o que é pior, a mais violência. Como é possível imaginar que um
ser humano se adapte a tais condições?

Do outro lado dos muros das prisões, uma sociedade acuada pela escalada da violência
urbana prefere imaginar que lugar de bandido é na cadeia, deixando o Estado à vontade para
varrer a sujeira tapete abaixo. Construir presídios e dar tratamento digno ao preso não rendem
votos. Punir, sim.

Daí porque se discute tanto um novo Código Penal, como se fossem frouxas as 117 leis
penais especiais e os 1.170 crimes tipificados de que dispomos. Inclusive trazendo de volta a
ideia da maioridade penal, que na prática significa transformar menino em delinquente e sujeitá-
lo à crueldade das prisões. Nada mais autoritário. O que a juventude precisa é de amparo, de
oportunidade, de educação, e não de medidas que visem a puni-la.

A sociedade não pode virar as costas ao drama dos presídios".

(Marcus Vinicius Furtado)

"...o memorável jurista Evandro Lins e Silva saiu-se com esta: ..."; o emprego da forma do
demonstrativo sublinhada

(A) mostra equívoco do autor do texto, pois a forma correta seria "essa".
(B) indica que o seu referente será enunciado a seguir.
(C) demonstra que o referente do pronome já foi enunciado.
(D) destaca que o fato ocorrido ocorreu no tempo presente.
(E) informa que o referente tem significado humorístico ou irônico.

22
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

8. FCC - 2018 - TRT - 15ª Região (SP) - Analista Judiciário - Área Judiciária)

Tratando do estado de solidão ou da necessidade de convívio, Sêneca vê no estado de


solidão uma contrapartida da necessidade de convívio, assim como vê na necessidade de
convívio uma abertura para encontrar satisfação no estado de solidão.

Evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo-se os elementos grifados, na ordem


dada, por:

(A) naquele − desta − nesta – naquele


(B) nisso − daquilo − naquela − deste
(C) este − do outro − na primeira − no último
(D) nisto − disso − naquela − desse
(E) na primeira − do segundo − numa − noutra

23
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

9. Quadrix - 2022 - CFO-DF - Analista de Desenvolvimento de Sistemas e Informação

Julgue o item, relativos a aspectos linguísticos do texto.

Dadas as relações de coesão do texto, é correto afirmar que, em “juntá-las” (linha 7), o pronome
oblíquo está empregado em relação a “rapidez e precisão” (linha 5).

( ) Certo

( ) Errado

24
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

10. Quadrix - 2022 - CFO-DF - Analista de Desenvolvimento de Sistemas e Informação

Considerando a correção gramatical e a coerência das ideias do texto, julgue o item que consiste
em propostas de substituição para vocábulos e trechos destacados do texto.

“que passará pelo” (linha 24) por onde será realizado o

( ) Certo

( ) Errado

GABARITO

1. E 2. A 3. C 4. D 5. C 6. A 7. B 8. A 9. E 10. C

25
Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto

26

Você também pode gostar