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Módulo 6
PRONOMES
Sumário
Pronomes ............................................................................................................................................................. 3
Pronomes pessoais .............................................................................................................................................. 4
Pronomes de tratamento ................................................................................................................................... 6
Pronomes possessivos ......................................................................................................................................14
Pronomes demonstrativos ................................................................................................................................16
Pronomes indefinidos .... ..................................................................................................................................18
Pronomes relativos ............................................................................................................................................ 20
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PRONOMES
PRONOMES PESSOAIS
Observação:
quem se fala, levam o verbo para a 3ª pessoa. A ela pertencem, além de você, vocês,
Excelência, Vossa Alteza, Vossa Majestade, etc. A maioria dos pronomes de tratamento
se escreve abreviadamente.
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1ª pessoa eu mim, me
comigo
Pronomes de tratamento
A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento indireto já estava em voga
também para os ocupantes de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê,
e depois para o coloquial você. E o pronome vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa
tradição que provém o atual emprego de pronomes de tratamento indireto, como forma de
dirigirmo-nos às autoridades civis, militares e eclesiásticas.
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir
com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.
Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefado”,
“Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”,
“Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.
Acrescente-se que Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a
pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. Nos
demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações.
Sugestão de leitura:
1. Como esses pronomes sempre substituem as pessoas do discurso, eles sempre são
pronomes substantivos.
5. Os pronomes oblíquos o, a, os, as assumem as formas lo, la, los, las e no, na, nos,
nas depois de formas verbais terminadas em -r, -s, -z ou -m, -ão, -õe. Ex.: Queria
preservar (+ o) = queria preservá-lo. Fez (+ o) = fê-lo. Pôs (+ o)= pô-lo. Conduziram (+
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os) = conduziram-nos. Dão (+ a) como certa = dão-na como certa. Põe (+ os) sobre a
mesa = põe-nos sobre a mesa.
Observação:
Por uma questão de eufonia, o s também cai nas formas verbais da primeira pessoa do
plural (nós) diante do pronome oblíquo nos.
Ex.:
Oferecemos-nos a prestar-lhe socorro. = Oferecemo-nos a prestar-lhe socorro.
Importante:
b) Me, te, se, nos e vos podem ser tanto objetos diretos como indiretos. Funcionarão
como objetos diretos se os pudermos substituir pelos oblíquos o, a, os, as e, como
objetos indiretos, quando for possível substituí-los pelos oblíquos lhe ou lhes.
d) Nós e vós, quando usados com a preposição com, assumem a forma conosco e
convosco. Porém, se estão acompanhados por um modificador, como outros, próprios
ou um numeral, não se modificam. Ex.: Ele brincou conosco ontem. Ele brincou com nós
dois.
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e) Me, te, lhe, nos e vos também podem ser empregados com valor possessivo,
equivalendo a meu, teu, seu, dele, nosso e vosso. Ex.: Quebraram-me os dentes.
(Quebraram os meus dentes.). Louvei-lhe a atitude. (Louvei a atitude dele.).
Na língua escrita, o uso dos bons escritores vem, desde muito tempo, estabelecendo
certas normas, às vezes diferentes do que ocorre na língua falada, para a colocação dos
pronomes átonos em relação ao verbo. Para escrever com correção, nesse particular,
você deve observar estas regras:
1. Não se começa uma frase com pronome átono. O adequado é: “Esperei-te longo
tempo, procurei-te por toda a parte e fui-me embora.”
Observação:
Na língua FALADA, usa-se a anteposição (próclise) do pronome: “Me diga uma coisa”
2. Se houver uma palavra NEGATIVA na frase (não, nunca, ninguém, nada. etc.), o
pronome se coloca ANTES do verbo. Assim: “Não ME aborreça!”; “Nunca O vi tão
alegre!”; “Ninguém TE chamou!”; “Nada ME detém”.
4. O pronome fica igualmente ANTES do verbo nas frases começadas com os pronomes
e os advérbios interrogativos (que, quem, como, quando, onde, por que, quanto).
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6. Nas frases que exprimem desejo (= optativas), fica também o pronome ANTES do
verbo. Veja: “Deus TE acompanhe”; “Que a sorte O ajude”.
Observação:
A anteposição do pronome ao verbo chama-se PRÓCLISE, a posposição, ÊNCLISE; a
interposição, MESÓCLISE.
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PRONOMES POSSESSIVOS
Maria saiu com sua bolsa. Nesse caso, deve-se reforçar o possessivo por meio da forma
dele (e flexões). Maria saiu com a bolsa dela.
3. Em certos casos, o pronome possessivo não exprime ideia de posse. Ele indica
aproximação, afeto ou respeito.
4. Não se deve usar o possessivo antes de termos que indiquem partes do corpo,
quando estes forem complementos do verbo.
5. A palavra seu que vem antes de nomes de pessoas não é pronome possessivo, mas
uma corruptela de senhor.
PRONOMES DEMONSTRATIVOS
São os pronomes que indicam a posição dos seres em relação às pessoas do discurso.
Importante:
Este, esta e isto denotam tempo presente ou próximo do momento em que se fala:
Esse, essa e isso denotam tempo passado, relativamente próximo ao momento em que
se fala:
O mês passado foi muito bom: nesse mês completei meu curso.
Meu pai formou-se em 1952. Naquele tempo as coisas eram bem diferentes.
Os demonstrativos podem indicar ainda o que vai ser falado e o que já foi falado.
Este (e variações) quando queremos nos referir a alguma coisa que ainda vai ser
falada:
PRONOMES INDEFINIDOS
Pronomes indefinidos são os que indicam a terceira pessoa e têm sentido indefinido,
impreciso.
Alguns desses pronomes são variáveis em gênero e número; outros são invariáveis.
Variáveis: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vário, tanto, quanto,
qualquer.
a) Quem, ninguém, nada, alguém, outrem, algo: sempre são pronomes substantivos.
Ganharam cem mil reais cada um. (e não: cem mil reais cada)
e) Todo e toda (no singular), sem o artigo, significam qualquer; com o artigo, dão a ideia
de inteiro.
PRONOMES RELATIVOS
“Aves, animais e homens vinham a minha sombra colher os frutos, que se espalhavam
pelo chão.”
“Colocaram-me em uma prensa, da qual saí enfardado para uma longa viagem.”
“Nasci no Brasil, cujo futuro ainda será mais glorioso que o passado.”
Podemos concluir:
As palavras que, a qual, cujo, quem, onde e quanto, que evitam a repetição de um
substantivo ou pronome citado anteriormente, ligando, relacionando, ao mesmo tempo,
esses substantivos ou pronomes a uma declaração que a respeito deles se faz — são
chamadas pronomes relativos. O pronome relativo tem sempre um antecedente.
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Observação:
Quem, assim como que, equivale a “o qual”, “a qual”, e flexões, mas só se usa
para pessoas.
Onde equivale a em que; e por incluir uma preposição no seu significado, mais
acertadamente se classificaria como advérbio relativo.
O uso do pronome relativo pode cair em abuso e daí as incorreções ou o mau gosto.
Uma causa bastante comum do mau uso do pronome relativo consiste em posicioná-lo
muito afastado de seu antecedente, gerando imprecisões ou ambiguidades:
Ex.:
Vou indicar um capítulo deste livro que me parece muito interessante.
“De hoje em diante fica proibido amarrar os burros aqui fora para não incomodar os que
estão lá dentro.”
Outra razão do mau uso é o esquecimento da preposição pedida pelo verbo da frase
relativa:
Vi seu irmão que me deu notícias de sua tia que está doente desde o acidente que teve
quando ia à festa que se realizou no domingo.
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Emprego de preposições:
O livro que tem muitas folhas.
O livro de muitas folhas.
Referências:
ALI, M. Said. Gramática Histórica da Língua Portuguesa, 6 ed. São Paulo: Melhoramentos,
1966.
BECHARA, Evanildo. Lições de português pela análise sintática. 16. ed. Rio de Janeiro: Lucerna,
2001.
CEGALLA, Domingos Pascoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 30. ed. São Paulo:
Nacional, 1998.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1985.
KURY, Adriano da Gama. Português básico. 16. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. Nova
Fronteira.
LIMA, Carlos Henrique da Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. 42. ed. Rio de
Janeiro: José Olympio, 2002.
TERRA, Ernani. Curso prático de gramática. edição revista e ampliada. São Paulo: Scipione, 1996.