Você está na página 1de 5

7

UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS

Séries e Equações Diferenciais


Profs. Rodrigo /Zeliane

 Séries Alternadas

As séries alternadas são séries que contêm termos positivos e negativos


alternados. Elas podem ser de dois tipos:

  1 a n  a1  a 2  a 3  a 4   , a n  0
n

n 1

  1
n 1
a n  a1  a 2  a 3  a 4   , a n  0
n 1

No primeiro caso, os termos ímpares são negativos e, no segundo, os termos pares são
negativos. O próximo teorema dá condições para a convergência de uma série
alternada.

Teorema: Se a n  0 , então as séries alternadas


  1
n
an
n 1
e

  1
n 1
an
n 1

convergem, desde que as duas condições a seguir sejam satisfeitas.


1. a n 1  a n , para todo n
2. lim an  0
n

Exemplo: Determine a convergência ou divergência das séries abaixo:


 1
n 1 
 1n n
(a)   
n 1  2
(b)  n  100
n 1
8

Para uma série convergente alternada, a soma parcial SN pode ser uma boa
aproximação para a soma da série. O próximo teorema diz o quão boa é essa
aproximação.

Teorema: Se uma série alternada convergente satisfaz a condição a n 1  a n , então o


valor absoluto do resto RN ao aproximar a soma S por SN é menor ou igual
ao primeiro termo excluído, isto é,
S  S N  R N  a N 1

Exemplo: Aproxime a soma da série abaixo pelos seus seis primeiros termos.


1 1 1 1 1 1 1
  1
n 1
        
n 1  n!  1! 2! 3! 4! 5! 6!

 Séries de Potências

Se c0 , c1 , c2 ,... são constantes, x é uma variável e x0 um dado valor que x pode


assumir, então uma série da forma

 c (x  x )
n 0
n 0
n
 c0  c1 ( x  x0 )  c2 ( x  x0 ) 2  ...

é chamada uma série de potências em x - x0.

Exemplos:

a) x
n 0
n
 1  x  x 2  x 3  ...


( x  1) n 1 ( x  1) 2 1 ( x  1)3

1
b)  1  ( x  1)    ...
n0 ( 2n  1) n! 3 5 2! 7 3!

( x  2) 2 n ( x  2) 2 ( x  2) 4 ( x  2) 6
c) 
n 0
(1) n
(2n)!
 1
2!

4!

6!
 ...

No caso do exemplo do item (a), x0 = 0; neste caso, dizemos que é uma série de
potências em x.

Quando a variável x da série de potências  c (x  x )
n0
n 0
n
for substituída por um

valor numérico, então a série resultante é uma série numérica que pode convergir ou
não.
Isso nos leva ao problema de determinar o conjunto de valores de x para os quais
uma dada série de potências converge; isso é chamado de intervalo de convergência.
9

Observe que toda série de potências em x converge em x = x0, uma vez que

substituindo este valor na série  c (x  x )
n0
n 0
n
produz

c0  0  0  ...  0  ...
cuja soma é c0 .
Assim, temos que o intervalo de convergência para uma série de potências será
sempre um intervalo centrado em x = x0. Procuramos então ver se existe um número
real positivo R de tal forma que se x pertencer ao intervalo aberto ( x0  R, x0  R) , a
série de potências converge, e se x < x0 – R ou x > x0 + R, a série diverge. O número
R é chamado de raio de convergência da série. Para x = x0 – R e x = x0 + R, a série
tanto pode convergir como divergir, sem que isto interfira no raio de convergência.
Porém, é preciso verificar efetivamente se, substituindo x por x0 – R e x por x0 + R, a
série converge ou não.

Diverge Converge Diverge


R R
 x0-R x0 x0+R 

O raio de convergência é determinado usando o seguinte teorema.


Teorema: O raio de convergência de uma série de potências da forma  c (x  x )
n0
n 0
n

|c |
é dado por R  lim n .
n | c
n1 |

No caso em que R = 0, dizemos que a série converge apenas para x = x0 e no caso


em que R =  , dizemos que a série converge para todos os valores reais de x.

Exemplos: Encontre o intervalo de convergência da série de potências abaixo:


  
xn (1) n ( x  1) n ( x  2) n
a) n
n1
b) 
n 0 2n
c) 
n 0 n!
10

 Séries de Taylor e Maclaurin

Queremos agora escrever uma dada função f(x) como uma série de potências em
torno de x = x0.
1
Tomemos como exemplo a função f ( x)  . A forma de f é muito semelhante
1 x
à soma de uma série geométrica

a r
a
n
 , | r | 1
n 0 1 r
1
Em outras palavras, tomando a = 1 e r = x, a expansão de potências de em
1 x
torno de x = 0 é


1
 x n  1  x  x 2  x 3  ... ,
1  x n 0
que converge quando a razão |x| < 1. Assim, o raio de convergência desta série é 1 e o
intervalo de convergência é (–1, 1).
A partir daí é possível obter novos desenvolvimentos em série, derivando termo a
termo, obtendo a série


1
 n x n - 1  1  2 x  3x 2  4 x 3  ...
(1  x) 2
n 1
que possui o mesmo intervalo de convergência (–1, 1) que a série anterior.
Temos então o seguinte teorema:

Teorema: Se a função definida por



f ( x)   c (x  x )
n 0
n 0
n
 c0  c1 ( x  x0 )  c2 ( x  x0 ) 2  ...

tem raio de convergência R > 0, então f é contínua, diferenciável e integrável no


intervalo ( x0  R, x0  R) . Além disso, sua derivada e antiderivada são dadas por

f ' ( x)   n c (x  x )
n1
n 0
n1
 c1  2c2 ( x  x0 )  3c3 ( x  x0 ) 2  ...


cn ( x  x0 ) n1 c ( x  x0 ) 2 c2 ( x  x0 )3
 f ( x) dx  C  
n 0 n 1
 C  c0 ( x  x0 )  1
2

3
 ...

Conseqüência: Se f(x) é definida por



f ( x)   c (x  x )
n 0
n 0
n
 c0  c1 ( x  x0 )  c2 ( x  x0 ) 2  ...

para |x – x0| < R, então fazendo x = x0, obtemos


c0  f ( x0 ) .
Primeiro derivando f(x) e depois fazendo x = x0, obtemos
c1  f ' ( x0 ) .
Derivando f(x) duas vezes e depois fazendo x = x0, obtemos
f ' ' ( x0 )
c2  .
2!
Derivando n vezes e fazendo x = x0, obtemos
f ( n ) ( x0 )
cn  .
n!
11

Definição: Se f(x) tiver derivadas de todas as ordens em x = x0, então chamamos a


série

f ( n ) ( x0 )

f ' ' ( x0 ) f ' ' ' ( x0 )
( x  x0 ) n  f ( x0 )  f ' ( x0 ).( x  x0 )  ( x  x0 ) 2  ( x  x0 )3  ...
n 0 n! 2! 3!
de Série de Taylor para f(x) em torno de x = x0.
No caso especial em que x0 = 0, a série fica

f ( n ) (0) n

f ' ' (0) 2 f ' ' ' (0) 3
x  f (0)  f ' (0).x  x  x  ... , e neste caso, chamamos de
n 0 n! 2! 3!
Série de Maclaurin para f.

Exemplos: Ache as séries de Maclaurin para


a) f ( x)  e x b) f ( x)  cos x c) f ( x)  sen x

1
Exemplo 2: Ache a Série de Taylor de f ( x)  em torno de x = 1.
x

Exemplo 3: Use uma série de potências para aproximar o valor da integral definida
1

e
 x2
dx
0
com um erro menor do que 0,01.

Você também pode gostar