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A Gestão de

Instalações
Desportivas
João Ramos
08/09 Out 2016
Gestão de Instalações Desportivas

Classificação das Instalações Desportivas

Tipologia das instalações desportivas

Indicadores de ordenamento das inst. Desportivas

Programas regulares de manutenção


Gestão de Instalações Desportivas

Objetivos

Identificar os diferentes tipos de instalações desportivas e


os principais constrangimentos do seu ordenamento no
território
Gestão de Instalações Desportivas
– Decreto-lei nº 141/2009, de 16 de Junho

Regime jurídico
das
instalações desportivas de uso público
Compatibilizado com o
Regime jurídico da Urbanização e Edificação
Dec-Lei nº 555/99, de 16 de Dezembro
Alterado Lei nº 60/2007, de 4 de Setembro
Gestão de Instalações Desportivas
• Noção de Instalação desportiva Cap. I Artº 2º

“…espaço edificado ou conjunto de espaços


resultante de construção fixa e permanente,
organizados para a prática de actividades
desportivas, que incluem as áreas de prática
e as áreas anexas para os serviços de apoio e
instalações complementares.”
Gestão de Instalações Desportivas
• A quem se aplica Cap. I Artº 3 º

– Instalações desportivas de uso público,


– independentemente da titularidade;
– Estabelecimentos que prestam serviços na área da condição
física (healthclubs)
– Instalações de alto rendimento
Gestão de Instalações Desportivas
• A quem não se aplica Cap. I Artº 4º
– Quartéis e recintos militares;
– recintos para uso privativo das forças de segurança;
– estabelecimentos prisionais
– Estabelecimentos termais e unidades de saúde e de reabilitação, sob
supervisão médico-sanitárias
– Instalações de tiro com arma de fogo (leis nº 5/2006, de 23 de Fevereiro, e
42/2006, de 25 de Agosto e respectiva regulamentação)
– Instalações Acessórias (actividade desportiva não constitui função ou serviço
principais  contudo, necessitam de reunir as condições técnicas gerais e de
segurança exigíveis na respectiva tipologia, nos seguintes casos:
– ID integradas em estabelecimentos de ensino
– ID integradas em empreendimentos turísticos (referidos no Artº 4º do Dec-Lei nº
39/2008, de 7 de Março)
Gestão de Instalações Desportivas
• A quem não se aplica (cont.) Cap. I Artº 4º
– Espaços naturais de recreio e desporto, ou seja, locais com condições
naturais …sem recurso a obras de adaptação…designadamente…que se
encontrem reguladas pelo dec.-regulamentar nº 18/99, de 27 de Agosto,
alterado pelo dec.-regulamentar nº 17/2003, de 10 de Outubro.
– Espaços de jogo e recreio infantil (dec-lei nº 379/97, de 27 de Dezembro
com adaptações do dec-lei nº 119/2009, de 19 de Maio)
– Aos espaços e recintos não concebidos para uso desportivo que, por
períodos de curta duração, sejam utilizados para acolher eventos ou
manifestações desportivas (sem prejuízo de necessidade de reunirem as
condições de segurança aplicáveis
– Às instalações desportivas integradas em edifíos de habitação
permanente, destinadas a uso recreativo e privativo dos seus residentes
Gestão de Instalações Desportivas

Tipologia de
Instalações
Desportivas

ID especiais para o
ID especializadas /
ID Base espectáculo
monodisciplinares
desportivo

Recreativas Formativas
Tipologia de Instalações Desportivas
• Base Recreativa: Cap. II Artº 6º

1- Destinam-se a actividades desportivas com carácter informal


ou sem sujeição a regras imperativas e permanentes, no
âmbito das práticas recreativas, de manutenção e de lazer
activo;
Tipologia de Instalações Desportivas
• Base Recreativa: Cap. II Artº 6º

2- Consideram-se instalações recreativas, as seguintes:


a) Recintos, pátios, minicampos e espaços elementares
destinados a iniciação aos jogos desportivos, aos jogos
tradicionais e aos exercícios físicos;
b) Espaços e percursos permanentes, organizados e concebidos
para evolução livre, corridas ou exercícios de manutenção,
incluindo o uso de patins ou bicicletas de recreio;
c) Salas e recintos cobertos, com área de prática de dimensões
livres, para atividades de manutenção, lazer, jogos recreativos,
jogos de mesa e jogos desportivos não codificados
d) As piscinas cobertas ou ao ar livre, de configuração e
dimensão livres, destinadas à prática informal
Gestão de Instalações Desportivas

Tipologia de
Instalações
Desportivas

ID especiais para o
ID especializadas /
ID Base espectáculo
monodisciplinares
desportivo

Recreativas Formativas
Tipologia de Instalações Desportivas
• Base Formativa: Cap. II Artº 7º

São instalações formativas as instalações concebidas e destinadas


para a educação desportiva de base e actividades propedêuticas de
acesso a disciplinas desportivas especializadas, para aperfeiçoamento
e treino desportivo, cujas características funcionais, construtivas e de
polivalência são ajustadas aos requisitos decorrentes das regras
desportivas que enquadram as modalidades desportivas a que se
destinam
Tipologia de Instalações Desportivas

• Base Formativa: Cap. II Artº 7º

Consideram -se instalações formativas, designadamente, as


seguintes:
a) Grandes campos de jogos, destinados ao futebol, râguebi e
hóquei em campo;
b) Pistas de atletismo, em anel fechado, ao ar livre e com
traçado regulamentar;
c) Pavilhões desportivos e salas de desporto polivalentes;
d) Pequenos campos de jogos, campos polidesportivos,
campos de ténis e ringues de patinagem, ao ar livre ou com
simples cobertura;
e) Piscinas, ao ar livre ou cobertas, de aprendizagem,
desportivas e polivalentes.
Gestão de Instalações Desportivas

Tipologia de
Instalações
Desportivas

ID especiais para o
ID especializadas /
ID Base espectáculo
monodisciplinares
desportivo

Recreativas Formativas
Tipologia de Instalações Desportivas
Cap. II Artº 8
• Especializadas:

1 — São instalações desportivas especializadas as


instalações permanentes concebidas e organizadas
para a prática de actividades desportivas
monodisciplinares, em resultado da sua específica
adaptação para a correspondente modalidade ou pela
existência de condições naturais do local, e
vocacionadas para a formação e o treino da respectiva
disciplina.
Tipologia de Instalações Desportivas
• Especializadas(cont.): Cap. II Artº 8
2 — Constituem -se como instalações desportivas especializadas,
designadamente, as seguintes:
a) Pavilhões e salas de desporto destinados e apetrechados para uma modalidade
específica;
b) Salas apetrechadas exclusivamente para desportos de combate;
c) Piscinas olímpicas, piscinas para saltos e tanques especiais para actividades
subaquáticas;
d) Pistas de ciclismo em anel fechado e traçado regulamentar;
e) Instalações de tiro com armas de fogo;
f) Instalações de tiro com arco;
g) Pistas e infra -estruturas para os desportos motorizados em terra;
h) Instalações para a prática de desportos equestres;
i) Pistas de remo e de canoagem e infra -estruturas de terra para
apoio a desportos náuticos;
j) Campos de golfe;
l) Outras instalações desportivas cuja natureza e características
se conformem com o disposto no n.º 1.
Tipologia de Instalações Desportivas
• Especializadas(cont.): Cap. II Artº 8

3 — Para efeitos do disposto no presente decreto -lei,


consideram -se ainda instalações desportivas
especializadas as integradas em infra -estruturas
destinadas à preparação de desportistas,
designadamente em centros de alto rendimento e
centros de estágio desportivos.
Gestão de Instalações Desportivas

Tipologia de
Instalações
Desportivas

ID especiais para o
ID especializadas /
ID Base espectáculo
monodisciplinares
desportivo

Recreativas Formativas
Tipologia de Instalações Desportivas
Cap. II Artº 9º
• Espectáculo:
1 — São instalações desportivas especiais para o espectáculo
desportivo as instalações permanentes, concebidas e
vocacionadas para acolher a realização de competições
desportivas, e onde se conjugam os seguintes factores:

a) Expressiva capacidade para receber público e a existência de


condições para albergar os meios de comunicação social;

b) Utilização prevalente em competições e eventos com altos níveis


de prestação;

c) A incorporação de significativos e específicos recursos


materiais e tecnológicos destinados a apoiar a
realização e difusão pública de eventos desportivos.
Tipologia de Desportivas
• Espectáculo (cont.): Cap. II Artº 9º

2 — Consideram -se instalações desportivas especiais para o espectáculo


desportivo, designadamente, as seguintes:
a) Estádios;
b) Pavilhões multiusos desportivos;
c) Estádios aquáticos e complexos de piscinas olímpicas;
d) Hipódromos;
e) Velódromos;
f) Autódromos, motódromos, kartódromos e crossódromos;
g) Estádios náuticos;
h) Outros recintos que se configurem nos termos dos n.os 1 e 3 do presente artigo.

3 — Os requisitos específicos que determinam a classificação


das instalações previstas neste artigo são definidos na
regulamentação a que se refere o artigo 14.º do presente decreto -lei.
Gestão de Instalações Desportivas
CAPÍTULO IV
Instalação e funcionamento
das instalações desportivas
Artigo 14.º
Condições técnicas e de segurança
1 — Os requisitos em matéria de condições técnicas e de segurança
das instalações desportivas são definidos na portaria do membro
do Governo responsável pela área do desporto referida no n.º 3 do
artigo 10.º

2 — Aos estádios referidos na alínea a) do n.º 2 do artigo 9.º são


aplicáveis as disposições constantes do regulamento das condições
técnicas e de segurança dos estádios, aprovado pelo Decreto
Regulamentar n.º 10/2001, de 7 de Junho.
Gestão de Instalações Desportivas
Artigo 19.º
Interrupção ou alterações ao funcionamento
1 — O título de funcionamento das instalações desportivas caduca:
a) Se a instalação se mantiver encerrada por período superior a seis meses,
que não resulte de interrupção para a realização de obras de conservação ou
de reabilitação;
b) Se a instalação tiver sido objecto de obras ou intervenções que impliquem
alteração da morfologia ou das condições funcionais ou de uso iniciais e que
não resultem da adaptação a novas normas técnicas e de segurança.
2 — O título de funcionamento de actividades desportivas não engloba as atividades
de restauração e de bebidas Diário da República, 1.ª série — N.º 114 — 16 de
Junho de 2009 3667 que eventualmente funcionem nestas
instalações, aplicando--se -lhes o regime previsto no
Decreto-Lei n.º 234/2007,de 19 de Junho.
Gestão de Instalações Desportivas
Artigo 21.º
Director ou responsável da instalação desportiva

O regime aplicável aos requisitos de habilitação, deveres e obrigações do


director ou responsável da instalação, bem como da entidade responsável pela
exploração, são definidos em legislação complementar.

Decreto-Lei n.º 271/2009 de 1 de Outubro


Gestão de Instalações Desportivas
fases
• Planeamento
• Programa funcional
• Projecto
• Concurso de empreitada
• Construção
• Licenciamento
• Gestão
• Reconstrução
Gestão de Instalações Desportivas

“Uma instalação desportiva é um fator de


qualificação dos aglomerados urbanos…”

Mas também

“…geradores de invejas e de polémicas pela


opção”
Cunha, L.
Gestão de Instalações Desportivas
• Custos das • Os Custos de
Instalações utilização podem ser
Desportivas: fixos/Variáveis
• 1. Investimento
• 2.Manutenção • As receitas podem ser
• 3.Utilização diretas (exploração)
ou indiretas (sociais
ou culturais)
Gestão de Instalações Desportivas
Consequências Localização de Instalações Desportivas

• Altera a fruição e o uso do espaço

• Define a própria vocação do espaço

• Especializa o espaço anterior, podendo:


– Incrementar a qualidade da prática
– Aumenta do nível de diversidade da oferta
– Elevar o nível de especialização
Gestão de Instalações Desportivas

Os objetivos de base de uma instalação colocam muitas


vezes o seguinte DILEMA

Responder às Atrair outras populações


necessidades locais e satisfazer procuras de
detetadas junto da vs nível geográficos
comunidade hierarquicamente
superior
Gestão de Instalações Desportivas
Indicadores de programação e
caracterização

• Irradiação
• População Base
• Critérios de programação
• Critérios de dimensionamento
• Critérios de localização
Gestão de Instalações Desportivas

1. Irradiação

Tempo de percurso ou distância percorrida pelos


utilizadores entre o local de origem (residência) e o
equipamento, a pé, ou de transportes públicos

(medida em km e em minutos)
Gestão de Instalações Desportivas

2. População Base

Valor da população da área de irradiação a partir do qual


se justifica a criação de determinado equipamento
Gestão de Instalações Desportivas

3. Critérios de programação

Critério utilizado para calcular as necessidades de


equipamentos, em função da população considerada.

(M²/hab.)
Gestão de Instalações Desportivas

4. Critérios de dimensionamento

Critério para calcular as dimensões dos equipamentos,


definidos através dos critérios de programação expressos
em:
– Superfície desportiva útil
– Área de construção
– Superfície de reserva urbanística
Gestão de Instalações Desportivas

5. Critérios de localização

Define as condições a ter em conta na localização.


Sobretudo de complementaridade e de incompatibilidade,
bem como as características especiais que deverão
obedecer.
Exemplo 1 - Piscina ar livre – desportiva ou polivalente

Irradiação 2 a 3 km a pé 30 a 45 minutos

Transportes públicos 15 a 20 minutos

População base 2500 habitantes

Critério de programação 0,04 m2/hab. Área útil desportiva

Critérios Superfície desportiva Reduzida 100m2


dimensionamento útil (SDU) Standart 250/300 m2
Superfície de 5x SDU
construção (SC)
Superfície de Reserva 3 x SC
Urbanística (SRU)
Critérios de localização Próximo escolas

Integrado com outro equipamentos

Compreender espaços verdes e áreas de recreio

Posição central à população


Exemplo 2 - Pavilhão desportivo

Irradiação 2 a 4 km a pé 30 a 60 minutos

Transportes públicos 15 a 30 minutos

População base 5000 habitantes

Critério de programação 0,09 m2/hab. Área útil desportiva

Critérios Superfície desportiva Reduzida 450m2


dimensionamento útil (SDU) Standart 1100/1500 m2
Superfície de 1,6x SDU
construção (SC)
Superfície de Reserva 2x SC
Urbanística (SRU)
Critérios de localização Próximo escolas

Integrado com outro equipamentos

Compreender espaços verdes e áreas de recreio

Posição central à população


Gestão de Instalações Desportivas
Os critérios baseiam-se na atribuição de uma quota de 4
m² de superfície útil por habitante que se reparte pelas
tipologias consideradas como equipamentos base, de
modo a atribuir cerca de:

• 95% para atividades de ar livre em terrenos de jogos e


atletismo.
• 2 a 2,5% para salas de desporto
• 1,5% para superfícies de plano de água em piscinas
cobertas e ao ar livre.
Gestão de Instalações Desportivas
Aspetos a ter em conta nos Estudos Prévios ou na
apresentação de propostas às entidades locais:

• Dinâmicas populacionais, urbanas, da cidade, da freguesia,


bairro, etc.
• Distribuição da população pelos setores económicos
• Mobilidade empregadora
• Acessibilidades e articulação com outros centros urbanos
• Caracterização desportiva ( clubes, serviços, oferta de ID e
tradição desportiva.
Implantação de uma Instalação
Desportiva
Questões base que devem acompanhar o estudo prévio:

• Implantar uma instalação ONDE?


(homogeneização/generalização da prática vs diferenciação/especialização da prática)

• Implantar uma instalação PARA QUÊ?


(Fins desportivos, turísticos, sociais ou culturais)

• Implantar uma instalação PARA QUEM?


(Setor público, setor privado, política desportiva ou lógica de mercado/concorrência)
Obrigado
joaoramos@fpatletismo.pt

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