O Brasil Imperial deixou diversas marcas no país sentidas até os dias de

hoje e sabe-se que grande parte, se não a maioria, ajudaram a moldar o Brasil
e seus conceitos como na economia, política, cultura e sociedade.

O estudo a respeito do Brasil Império contribui para fazer-nos entender

algumas questões e pensamentos do que acontece nos dias atuais como, por
exemplo, a escravidão que com ela trouxe até os dias de hoje consequências
pesadas para a população negra como a imensa falta de oportunidades que os
mesmo encontram, revoltas que montariam diversas identidades regionais pelo
país, o nacionalismo que viria surgir, imigrações que auxiliaram para o caráter
da sociedade em todas as regiões do Brasil, bem como suas elites políticas
sentidas no presente.

Um desses grandes exemplos e que vemos constantemente em

notícias, principalmente na Internet sobre pessoas querendo a separação entre
o Estado e o país é a Revolução Farroupilha, talvez um dos acontecimentos
mais lembrados e estudados do período no que diz respeito à tamanha
repercussão, interesse em se estudar, assim como as inúmeras contradições
que com o tempo foram encontradas e levadas ao conhecimento público.

Essa revolução é repercutida até os tempos atuais muito mais por conta
das memórias e do sentimento de pertencimento do que propriamente os
estudos e fontes encontradas, até porque quantos gaúchos já não escutam
desde criança como devemos nos orgulhar de ser gaúcho e que devemos
honrar nossas tradições com esse mesmo orgulho que a muito foi vista como
antiquadas por outros, mas para o povo rio-grandense é o que nos mantém
como uma sociedade unida capaz de encarar qualquer um que tente nos
“oprimir”.

O fato da Revolução Farroupilha ser vista como o grande ponto de

partida da identidade do que é ser gaúcho acaba que deixando enganar a
população de todas as imensas contradições que essa revolução trouxe para
os gaúchos, contradições essas que são sentidas e ignoradas como a
escravidão, onde se via o trato desses escravizados como leve, que a elite rio-
grandense era diferente do Império porque eram tratados como da família
desses senhores.
 Porém com o tempo se foi encontrando fontes de que os escravizados
eram tratados da mesma forma quem em todo o país, com falta de humanidade
e abuso imenso por parte dessa elite, escondendo o massacre que fizeram
com os Lanceiros Negros no Massacre de Porongo, como ficou conhecido, que
o próprio CTG (Centro Tradicionalista Gaúcho), grupo gaúcho tradicionalista
que preza pelo orgulho e a cultura gaúcha, afirmou que não tem documentos
suficientes que possam comprovar que aconteceu.

Esse exemplo entre outros diversos que se encontram mostram bem

como a sociedade rio-grandense fora criada, com inúmeras obras como livros,
filmes e séries que demonstram como esse tema deve ser tratado ignorando
muitas vezes, ou por ignorância ou por desonestidade, toda a problemática
histórica que encontramos nessas falas e a maneira de passar para os mais
jovens o que de fato aconteceu a partir do dia 20 de setembro de 1835.

Recentemente foi aprovada a PL 3.493/2021 do senador Paulo Paim

(PT-RS) a qual os Lanceiros Negros seriam inclusos no Livro de Heróis e
Heroínas da Pátria, o que acaba mostrando quanto tempo de luta para
conseguir o mínimo de reconhecimento a essas pessoas que lutaram pela sua
liberdade e que foram traídos acreditando que seriam libertos para no final
serem massacrados por aqueles que prometeram liberdade, mas como todas
aa vezes liberdade essa sem nenhum auxílio e reparação.

Assim como outra notícia que abalou o Rio Grande do Sul e o Brasil todo
que foram feitas denúncias sobre trabalho análoga a escravidão em Bento
Gonçalves com mais de 200 trabalhadores envolvidos sendo espancados,
levando choque e gás de pimenta sem receber dinheiro e ganhando comida
estragada. E pouco se fez com os responsáveis, o dono da empresa de
vinhedo foi preso e solto por pagar a fiança de apenas 40 mil reais.

Pouco se falou desse caso, o que mostra como o sentimentalismo do ser

gaúcho representa por ser um vinhedo na Serra onde se tem muito orgulho por
parte do povo rio-grandense acaba por se fazer relevar por um caso aleatório
ou que não é uma coisa que acontece sempre é por razões históricas
estabelecidas desde a Revolução Farroupilha.
 Portanto, percebemos essa grande permanência e criação do que ficou
desse cenário de Brasil Imperial, onde o Rio Grande do Sul se via
desfavorecidos em relação a outros Estados e por motivos diferentes do que
nos apresentam nas escolas, assim como o caráter social que mostram que
usaram para a Revolução até hoje. Demonstrando como o Rio Grande do Sul
continua antiquado mesmo com tantas fontes e documentos de que essa
cultura por muitas vezes é criada para esquecer o passado obscuro q o Estado
teve em relação a sociedade.