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Papa Pio V
Introdução
Existem muitas evoluções entre a missa
de 1570 e a missa dos primeiros séculos
em Roma até a codificação pelo Concílio
de Trento. Já antes do Papa Gregório I
(590-604) houve, entre outras mudanças,
uma revisão radical do cânon da missa e
uma redução do número das leitura
bíblicas.[12] O Papa Gregório I também
reformou o rito romano, ancorando o Pai-
Nosso ao final do cânon, [13] mudando a
ordem de algumas partes do cânon,[14]
inserindo a oração Hanc igitur no
Cânon,[15] e introduziu Christe eleison
("Cristo, tende piedade")[16] como
variação de Kyrie eleison ("Senhor, tende
piedade"). Outros elementos da forma
tridentina do rito romano apareceram
mais tarde, como o Credo (1014 em
Roma) e as orações do ofertório (século
XIII).[12]
Características da missa
tridentina
A estrutura, os momentos e seu
significado e grande parte dos textos
litúrgicos da missa tridentina
mantiveram-se com poucas alterações
no Missal actual. No entanto, houve uma
série de aspectos alterados. Para uma
descrição dos vários momentos da
Missa do Vaticano II e do seu significado,
consulte o artigo Missa.
Antes da missa
Orações ao pé do altar
Sinal da Cruz
O sacerdote, após a procissão com os
acólitos da missa, na Missa Baixa,
coloca o cálice velado no centro do
altar, então fica na frente dos degraus
sobre o qual está construído o altar,
fazendo o sinal da cruz “ao pé do
altar”. Na Missa Solene, o cálice é
colocado antes da missa sobre a
credência. O Missal Romano que
contém todas as orações que o padre
deve recitar na missa, está depositado
no lado direito do altar. Na extrema
direita, esquerda, e no centro estão
três painéis, denominados Sacras,[32]
com orações que o padre deve dizer
na missa, e que devido a distância do
padre do Missal no momento, não
podem ser feitas olhando para o
mesmo.
Salmo 43:, («Júdica me, Deus» –
«Julga-me Deus»), precedido e seguido
pela antífona «Introíbo ad altáre Dei, ad
Deum qui lætíficat juventútem meam»
(«Entrarei no altar de Deus, o Deus que
alegra minha juventude»), é recitado
pelo sacerdote, alternado com os
coroinhas, que simbolicamente
representam o povo. Em seguida, o
sacerdote faz novamente o sinal da
cruz, dizendo: «Adjutórium nostrum in
nómine Dómini» («O nosso auxílio está
no nome do Senhor»), em que os
acólitos respondem: «Qui fecit cælum
et terram» («Que fez o céu e a terra»).
Confissão («Confiteor»)
Primeiro, o sacerdote
extremamente inclinando diz o
seguinte: «Confiteor Deo
omnipoténti[...]» («Confesso a
Deus todo-poderoso»). Confessa
ter pecado, rezando duas vezes
«mea culpa» («minha culpa»), e
uma terceira vez «mea máxima
culpa» («minha máxima culpa»),
bate com a mão no peito três
vezes. Em seguida pede a
intercessão da Virgem Maria, de
São João Batista, de São Miguel
Arcanjo, e de São Pedro e São
Paulo, e acrescenta “et vobis,
fratres”, pedindo também à
congregação que reze por ele.
Os acólitos após a confissão do
padre, o abençoam dizendo:
«Misereátur tui omnípotens Deus,
et dimissis peccátis tuis, perdúcat
te ad vitam ætérnam» («Deus
Todo-Poderoso tenha misericórdia
de ti, perdoar-te dos teus pecados,
e te conduza a vida eterna»). Em
seguida, é a vez dos acólitos de
confessar seus pecados e pedir a
bênção do presbítero. Eles usam
as mesmas palavras usadas pelo
sacerdote, porém pedem orações
ao padre, e não à congregação,
dizendo portanto «et tibi, Pater»
(«e ti Padre»), no lugar de «et
vobis, fratres». O padre em
seguida, responde com a mesma
bênção que os coroinhas usaram,
porém, como demonstração de
seu específico cargo sacerdotal,
acrescenta uma prece de
absolvição: «Indulgéntiam
absolutiónem, et remissiónem
peccatórum nostrórum, tríbuat
nobis omnípotens et miséricors
Dóminus» («Indulgência,
absolvição e remissão dos nossos
pecados, nos conceda o
Onipotente e Misericordioso
Deus»)
Então, três versículos são ditos pelo
padre e os coroinhas, são eles «Deus,
tu convérsus vivificábis nos» («Dai-nos
Senhor a vida»); «Osténde nobis
Dómine, misericórdiam tuam»
(«Mostra-nos, Senhor, tua
misericórdia»); e «Dómine, exáudi
oratiónem meam» («Ó Senhor, ouve a
minha oração»);
Ao terminá-los o padre reza pela
primeira vez na missa o «Dóminus
vobíscum» («O Senhor esteja
convosco»), cuja resposta dos
coroinhas é: «Et cum spíritu tuo» («E
com o teu espírito»), então o padre diz:
«Orémus» («Oremos»). Depois disso,
ele vai para o altar, rezando em
silêncio «Aufer a nobis, quǽsumus,
Domine, iniquitátes nostras: ut ad
Sancta sanctórum puris mereámur
méntibus introíre» («Limpa-nos das
nossas iniquidades Senhor, para que,
com mentes puras possamos entrar
dignamente no santo dos santos»),
que é uma referência a Êxodo 26:33-
34, I Reis 6:6-16, III Reis 6:16, I Reis 8:6,
II Crônicas 3:8, Ezequiel 41:4, e outros.
Ele coloca as mãos unidas sobre o
altar e o beija enquanto
silenciosamente reza «Orámus te,
Dómine, por mérita Sanctórum tuórum,
quorum relíquiæ hic sunt, et ómnium
Sanctórum: ut indulgére dignéris ómnia
peccáta mea» («Oramos a ti Senhor,
para que, pelos méritos dos teus
Santos cujas relíquias estão neste
altar, e de todos os santos, Deus se
digne a perdoar todos os meus
pecados»).
O padre no altar
Introito
O padre de novo faz um sinal da
cruz, enquanto ele começa a ler o
Introito, alguns versículos que
normalmente são retirados de um
Salmo. Exceções ocorrem por
exemplo, no Introito para o
domingo da Páscoa, que é
adaptado de Sabedoria 10:20-21,
e a antífona nas missas da Virgem
Maria, que são do poeta Sedúlio.
Kyrie
Esta parte da Missa é rezada em
grego. Em que o padre e o
servidor intercalam, três «Kyrie,
eleison»; três «Christe, eleison», e
por fim outros três «Kyrie, eleison»;
que significam «Senhor, tende
misericórdia» e «Cristo, tende
misericórdia»
Gloria in excelsis Deo
A primeira linha do Gloria [33]é
tirado São Lucas 2:14,. O Glória é
omitido durante tempos litúrgicos
de penitência, como o Advento e a
Quaresma, ambos geralmente
tendo a cor púrpura litúrgica, mas
é usado em festas durante estas
estações, bem como na Quinta-
feira Santa. É sempre omitido em
uma Missa de Réquiem.
A Coleta
O padre vira-se para o povo e diz:
«Dominus vobiscum». Os
servidores respondem: «Et cum
spiritu tuo» («O Senhor esteja
convosco». «E com teu espírito»).
A coleta é uma oração que não é
diretamente retirada da Escritura,
mas reflete as intenções do
tempo litúrgico, ou da festa do
santo do dia.
Instrução
Antífona de Ofertório
Depois de cumprimentar o povo mais
uma vez ("Dominus vobiscum/Et cum
spiritu tuo") e fazendo o convite para
orar (“Oremus”), mas sem fazer seguir
nenhuma oração - trata-se de vestígio
da antiga "oração dos fiéis", que a
Missa do Vaticano II reintegrou, – o
sacerdote começa a segunda parte da
missa, considerada a mais importante,
a “Missa dos Fiéis”, da qual os não-
batizados assistiam a “Missa dos
Catecúmenos”, não podem participar,
sendo por isso, dispensados da igreja.
O padre então lê a antífona do
ofertório, que é uma breve citação da
Sagrada Escritura, que varia de acordo
com a missa de cada dia, rezando com
as mãos unidas.
Oferecimento do Pão e do Vinho
O sacerdote oferece a hóstia a
Deus, colocando-a na patena, e
segurando esta no nível do peito,
e rezando para que, embora ele
seja indigno, Deus possa aceitar
"esta hóstia impecável” (o
significado básico de “hóstia” em
latim, é “vítima”) para o perdão de
seus próprios inumeráveis
pecados, ofensas e negligências,
e o de todos os presentes, e para
o dos fiéis cristãos vivos e
mortos, para que sirva para a
salvação deles. Ele, então,
deposita no cálice uma pequena
quantidade de vinho, e em
seguida o mistura com algumas
gotas de água, que lhe são
trazidas pelos servidores nas
“galhetas”, ele então segura o
cálice de modo que a borda deste
fique na altura de seus lábios, e
oferece "o cálice da salvação",
fazendo uma oração de contrição
adaptada do texto de Daniel 3:39-
40.
Incensação das oferendas e dos fiéis
Em uma Missa Solene, o padre
abençoa o incenso trazido ao altar
em um turíbulo pelos servidores,
em seguida, incensa o pão e o
vinho no altar. Entre as orações, o
sacerdote diz alguns versículos do
Salmo 141:2: "Dirigátur, Dómine,
oratio mea, sicut incénsum in
conspéctu tuo: elevatio mánuum
mearum sacrificium vespertínum..."
(“Que a minha oração, Senhor,
seja dirigidas como incenso
diante de ti; elevem-se as minhas
mãos como o sacrifício da
tarde..."), que é a oração feita
enquanto o padre incensa o altar.
O padre então dá o turíbulo ao
servidor, que incensa o sacerdote,
e em seguida, os outros ministros
e a congregação.
Lavar as mãos
Os servidores trazem até o
sacerdote uma bacia e um vaso
com água, no qual ele lava as
mãos rezando o Salmo 26:6-12:
“Lávabo inter innocéntes manus
meas: et circúmdabo altáre tuum,
Dómine. Ut áudiam vocem laudis:
et enárrem univérsa mirabília tua.
Dómine, diléxi decórem domus
tuæ...” (“Eu lavo as minhas mãos
entre os inocentes, que circundam
o teu altar, Senhor. Que eu possa
ouvir a voz de louvor, e contar
todas as tuas maravilhas. Amo, ó
Senhor, a beleza da tua casa..."),
em seguida reza um Gloria Patri.
Oração à Santíssima Trindade
Esta oração pede que a Trindade
Divina receba a oferta sendo feita
em memória da paixão,
ressurreição e ascensão de Jesus
e em honra da sempre Virgem
Maria e os outros santos,
Orate Fratres, Suscipiat e Secreta;
Aqui, o padre se vira para a
congregação e diz as duas
primeiras palavras: "Orate, fratres"
(“Orai Irmãos”), em um tom
elevado e então se vira novamente
para o altar, enquanto termina a
exortação em tom secreto: “ut
meum ac vestrum sacrificium
acceptábile fiat apud Deum Patrem
omnipoténtem” ("para que o meu
sacrifício e o vosso possa ser
aceitável a Deus Pai todo-
poderoso").
Os servidores respondem com a
oração denominada Suscipiat, em
que unem suas intenções às do
sacerdote: “Suscipiat Dominus
sacrificium de manibus Tuis, ad
laudem et gloriam Nominis sui, ad
utilitatem quoque Nostram,
totiusque Ecclesiae suae Sanctae”,
em seguida o padre secretamente
responde, "Amém” ("Aceite este
sacrifício por meio de suas mãos,
para louvor e glória do Seu nome,
para nossa utilidade, e de toda a
Sua Santa Igreja").
O sacerdote, então, diz a “Secreta”,
uma oração sobre as oblatas, com
sentido de oferecimento, em voz
inaudível, que conclui com “Per omnia
sæcula sæculorum” (“Por todos os
séculos dos séculos”) em voz alta.
Os servidores então respondem:
"Amém", que conclui o Ofertório.
Cânon
Prefácio do Cânon.
Prefácio do Cânon
"A data do estabelecimento do
Cânon é antes de São Gregório
Magno, que morreu em 604. Ele
contém os principais elementos
encontrados em quase todos os
ritos, mas num arranjo invulgar.
Há um diálogo entre o padre e a
congregação, que se inicia com o
“Dominus vobiscum - Et cum spiritu
tuo”, e é sucedido pelo “Sursum
corda - Habemus ad Dominum”
(“Levantai os vossos corações -
Os elevamos ao Senhor”), “Gratias
agamus Domino Deo nostro –
Dignum et iustum est” (“Demos
graças ao Senhor nosso Deus - É
digno e justo”).
Em seguida o “Prefácio” é rezado,
que indica razões específicas para
dar graças a Deus. Isto conduz a
oração do Sanctus.[39]
Cânon ou “Regra da consagração”,[40]
que é rezado de maneira inaudível,[41]
por ser uma prece puramente
sacerdotal, pertencente
exclusivamente ao sacerdote, sendo
também o silêncio uma reverência ao
momento mais sagrado da missa;
Intercessões
Compreendem, uma série de
quatro orações, são elas o Te
Igitur, In Primis, a Primeiro
Memória - Memória dos vivos, e o
Communicantes - Memória dos
Santos, nessas orações o padre
reza pela vida, para que Deus
guarde, una e governe a Igreja,
pede pela santificação dos
cristãos vivos e implora o auxílio
dos santos.
Orações preparatórias para a
consagração
Trata-se de duas orações, o Hanc
igitur, e o Quam oblationem, duas
preces nas quais o sacerdote
pede que Deus aceite a oferta dele
e da Igreja.
Consagração (transubstanciação) e
Elevação maior
O celebrante durante o Cânon, eleva o cálice,
para adoração dos fiéis. Fraternidade
Sacerdotal São Pedro.
Intercessões
O padre agora faz duas
intercessões, uma pelos mortos,
pedindo que eles repousem, trata-
se da “Memória dos Mortos”, que
é seguida por outra intercessão,
agora feita para os vivos, na qual
se cita João Batista e 14 mártires
(sete homens e sete mulheres),
que são mencionados pelo nome,
trata-se da “Segunda Memória
dos Vivos”. Nesta última oração,
as primeiras palavras, o padre fala
em voz alta: “Nobis quoque
peccatoribus” (“Por nós
pecadores”), para indicar que está
rezando pelos fiéis cristãos, que
são devido a sua natureza,
considerados pecadores. Logo em
seguida o padre volta a rezar
inaudivelmente.
Fim do Cânon e doxologia com
elevação menor
A conclusão do Cânon ocorre com
a doxologia é: “Per ipsum, et cum
ipso, et in ipso, est tibi Deo Patri
omnipotenti, in unitate Spiritus
Sancti, omnis honor et gloria" (“Por
ele, e com ele, e nele, ó Deus, Pai
todo-poderoso, na unidade do
Espírito Santo, toda honra e glória
é sua”), terminando a frase
dizendo em voz alta: "Per omnia
saecula saeculorum" (“Por todos
os séculos dos séculos”),
concluindo o Cânon, dizendo em
seguida “Amen”.
Comunhão
Agnus Dei
«Agnus Dei» significa «Cordeiro de
Deus», nela o sacerdote reza duas
vezes: «Agnus Dei, qui tollis
peccáta mundi: miserére nobis»
(«Cordeiro de Deus, que tiras os
pecados do mundo, tende piedade
de nós») e em seguida,
acrescenta: ‹Agnus Dei, qui tollis
peccáta mundi: dona nobis pacem»
(«Cordeiro de Deus, que tiras os
pecados do mundo, dai-nos a
paz»). A Missa da Última Ceia de
Quinta-feira Santa tem três «tem
misericórdia de nós». Nas missas
de réquiem, as petições são «dona
eis réquiem» («concede-lhes
descanso») (duas vezes), seguido
por «dona eis réquiem
sempitérnam» («concede-lhes o
descanso sempiterno»).
«Pax»
O padre pede a Cristo para não
olhar para os pecados do
sacerdote, mas para ver a fé da
Igreja e reza pela paz e unidade
nela. Em uma Missa Solene, o
celebrante dá o sinal de paz para
o diácono, dizendo: «Pax tecum»
(«A paz esteja contigo»), que é
respondido com «Et cum Spiritu
tuo» («E com teu espírito»).
O sacerdote distribuirá a
comunhão para a congregação na
missa, ele pega uma pequena
hóstia, elevando-a em cima de um
cibório, e diz em voz alta: «Ecce
Agnus Dei, ecce qui tollit peccáta
mundi» («Eis o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo»), e
os demais repetem três vezes o
«Dómine, non sum dignus». O
padre dá a comunhão
primeiramente aos demais
clérigos presentes, em seguida
aos acólitos e aos fiéis. Ao dar a
hóstia na boca dos demais, faz
com a mesma o sinal da cruz e
diz: «Corpus Dómini nostri Jesu
Christi custódiat ánimam tuam in
vitam æternam. Amen.» («Que o
Corpo de Nosso Senhor Jesus
Cristo guarde a tua alma para a
vida eterna. Amém»).[43]
Conclusão
Ver também
Rito romano
Rito bracarense
Igreja Católica Latina
Referências
1. Sinclair B. Fergunson; David F. Wright
(7 de janeiro de 2020). Novo
dicionário de teologia (https://books.
google.com/books?id=x7jRDwAAQB
AJ&pg=PT253) . [S.l.]: Editora
Hagnos. p. 253. ISBN 978-85-7742-
299-9
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=Missa_tridentina&oldid=65285026"