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ORGANIZAÇÃO
Aline Schuck Rech
Luís Eduardo Palomino Bolívar
Paulo César Pinto
2023
ENGENHARIA, TECNOLOGIA E EXPERIÊNCIAS
ORGANIZADORES
Aline Schuck Rech
Luís Eduardo Palomino Bolívar
Paulo César Pinto
CONSELHO EDITORIAL
Renata Campos
Alexandre Assis
Ronaldo dos Santos Alves Rodrigues
Morgana Henicka Galio
Fernando Tureck
Sandro Luiz Bazzanella
REVISÃO ORTOGRÁFICA/GRAMATICAL
Marilene Teresinha Stroka
EDITORAÇÃO
Josiane Liebl Miranda
Inclui bibliografias
ISBN: 978-65-5493-002-4
Este livro foi publicado pela Editora UNC após avaliação por Revisores ad hoc e Comissão Científica
da Universidade do Contestado - UNC.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 4
GERADOR DE CÓDIGO HAMMING (11,15) BINÁRIO EM LABVIEW ................. 5
DESEMPENHO DE DIFERENTES TIPOS DE TELHAS ECOLÓGICAS ............ 15
PROJETO DE UMA FONTE DE ALIMENTAÇÃO CA-CC MONOFÁSICA
EMPREGANDO O CONVERSOR SEPIC COM INTERRUPTORES DO
LADO CA OPERANDO EM MCC ................................................................. 30
PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM BRAÇO MECÂNICO PARA APOIO
PEDAGÓGICO NA DISCIPLINA DE AUTOMAÇÃO E ROBÓTICA ............. 43
ESTUDO DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DA NR-12 EM UM
TORRADOR DE ERVA-MATE DA MARCA LEOGAP.................................. 53
CONTROLE ESTATÍSTICO NA PRODUÇÃO DE PAINÉIS COMPENSADOS .. 65
ANÁLISE DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE CORPOS DE PROVA
CILÍNDRICOS DE CONCRETO COM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DO
AGREGADO MIÚDO POR FARELO DE TRIGO IN NATURA ...................... 78
DRIVER PARA DISPLAY DE LEDS 12 VOLTIOS CONTROLADO
DIGITALMENTE PARA MODULO IOT ......................................................... 94
REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 97
ESTUDO APLICADO DO POTENCIAL DE GERAÇÃO DE ENERGIA
PIEZOELÉTRICA E VIA URBANA ............................................................. 106
VIABILIDADE ECONÔMICA DE LAJES MACIÇAS E NERVURADAS:
ESTUDO DE CASO ..................................................................................... 123
MEDIDAS PARA O CONTROLE DE EVENTOS DE ALAGAMENTO NO
MUNICÍPIO DE RIO DO CAMPO/SC .......................................................... 142
MELHORAMENTO DA PRODUÇÃO DE MUDAS DE TABACO UTILIZANDO O
SISTEMA DFT (DEEP FILM TECHNIQUE) DENTRO DO MARCO AGRO 4. 0
– COM ABORDAGEM IOT .......................................................................... 159
ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE REUSO DO EFLUENTE
TRATADO E DE ÁGUA PLUVIAL EM EDIFÍCIO RESIDENCIAL .............. 183
APRESENTAÇÃO
4
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
GERADOR DE CÓDIGO HAMMING (11,15) BINÁRIO EM LABVIEW
RESUMO
Este artigo apresentará um gerador de código de bloco linear Hamming desenvolvido
em LabVIEW, assim como é realizado uma abordagem dos conceitos básicos deste
tipo de codificação implementado em programação G ou LabVIEW. Este algoritmo
gera as palavras chaves com distância de Hamming entre todos os seus pares de três.
Assim mesmo é apresentado o algoritmo com possibilidade de gerar um documento
com a codificação para verificação. É apresentada uma tela de usuário com a mínima
informação para geração da codificação (11,15) assim como a tabela com a distância
da codificação Hamming. Este algoritmo, ao final, mostra a versatilidade de garantir a
segurança da informação com detecção e correção de erro, assim como o potencial
de uso para encriptação da informação.
ABSTRACT
This article will present a Hamming linear block code generator developed in LabVIEW,
as well as an approach to the basic concepts of this type of coding implemented in G
programming or LabVIEW. This algorithm generates keywords with Hamming distance
between all their pairs of three. Likewise, the algorithm is presented with the possibility
of generating a document with the encoding for verification. A user screen is presented
with the minimum information for coding generation (11,15) as well as the table with
the Hamming coding distance. This algorithm, in the end, shows the versatility of
guaranteeing information security with error detection and correction, as well as the
potential use for information encryption.
1 INTRODUÇÃO
1
Universidade do Contestado, Engenharia Elétrica – GPEAR - UNC, Canoinhas. Santa Catarina.
Brasil. E-mail: palonet@ieee.org
2
Universidade do Contestado, Egresso do curso de Engenharia Elétrica, Canoinhas. Santa Catarina.
Brasil. E-mail: muhgtogami@gmail.com
5
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
dos dados durante o processamento, transmissão, e no receptor na comunicação
digital produz erros que podem estar tanto na transmissão do emissor e receptor,
devido aos ruídos ou interferências provocando alteração dos dados digitais
(PALOMINO, 2010).
Em 1948, Claude E. Shannon “padre da era da informação”, trabalhou na
eficiência da transmissão da informação digital, determinando a capacidade do canal
em função do sistema binário, e a relação de sinal e ruido, sendo esta, a referência
ainda atual como limite do desenvolvimento dos sistemas de comunicação digital.
Assim, a segurança da informação se torna importante uma vez que os sistemas de
comunicação se aproximam deste limite (HAYKIN, 2004).
Para Richard Hamming o problema da codificação apresentado nos primórdios
da programação computacional depois da segunda guerra mundial, quando
funcionava com cartões furados, era possível diminuir os erros de informação com
uma codificação que, em 1977, seria conhecida como proteção criptográfica. Nas
últimas duas décadas esta área apresenta relevância para os governos em todas as
áreas, levando a fortes investimentos em estudos de sistema de codificação (BRUEN,
FORCINITO; Mc.QUILLAN, 2021).
A proposta de Hamming trata de códigos de blocos lineares com velocidades
arbitrárias perto da capacidade do canal e probabilidades de erro arbitrariamente
próximas a zero. Nos últimos 40 anos, foram construídos os códigos com geometria
algébrica que podem ser codificados em tempo polinomial, garantindo a comunicação
próximo aos limites de canal (CALDERBANK, 1998).
A codificação de Hamming foi publicada em 1950 e leva o nome de seu autor,
Richard W. Hamming. Este é um tipo de codificação binária que detecta até dois bits
com erro e corrige um bit. É claro que com a codificação, aumenta o número de bits
levando os bits de paridade mais os bits da informação, sendo muito utilizada na
gravação de informação em memórias, provocando incremento na segurança da
informação, porém ocupando mais espaço para ser armazenada (HAYKIN; MOTHER,
2011).
Este trabalho objetiva a implementação do algoritmo da codificação de
Hamming em linguagem G ou gráfico de LabVIEW com diferentes testes de
desempenho que permitem não só o estudo desta codificação como a eventual
6
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
aplicação em sistemas de comunicação onde o canal pode estar próximo ao limite de
Shannon.
7
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
A partir da propriedade de fechamento dos códigos de blocos lineares,
podemos afirmar que a distância mínima de um código de bloco linear é o menor peso
de Hamming dos dois vetores não nulos no (HAYKIN, 2004).
A distância mínima se relaciona de maneira fundamental com a capacidade de
um código em corrigir e encontrar erros. Essa distância pode ser aumentada ao se
acrescentar bits de paridade ao bloco de código. Para garantir uma detecção de até s
erros, a menor distância de Hamming em um código deve ser 𝑑𝑚𝑖𝑛 = 𝑠 + 1 (LATHI;
DING, 2012).
Para garantir a correção de até t erros, a menor distância de Hamming em um
código deve ser 𝑑𝑚𝑖𝑛 2𝑡 + 1. Códigos Hamming sempre conseguem corrigir metade
dos erros que conseguem detectar. Pode também se observar que quanto maior o
número de bits de paridade, maior a capacidade de detecção, mas isto também
diminui a taxa de código já que ela é definida como 𝑅 = 𝑛 ÷ 𝑚, sendo n o número total
de elementos da palavra-chave antes da codificação e m o número de elementos de
informação.
8
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
A partir da desigualdade (3) consegue-se obter o limite inferior dos números de
bits de paridade necessários na palavra-chave. Para este trabalho são definidos 11
bits de mensagem, sendo 𝑚 = 11. Então (11 + 𝑘 + 1) ≤ 𝑘 implica que 𝑘 = 4, ou seja,
para construir um código com 11 bits de informação com capacidade de corrigir um
erro, devemos adicinar 4 bits de paridade, criando assim uma palavra-chave com 15
elementos e um código chamado de (11,15) (LATHI; DING, 2012).
Utilizando a equação acima, também podemos encontrar o comprimento da
palavra-chave para um valor fixo de bits de paridade. Utilizando os valores acima e
considerando 𝑘 = 4, pode-se ver que 𝑚 ≤ 11, fornecendo os possíveis valores de 𝑚.
Para satisfazer a equação acima 𝑚 deve ser menor ou igual do que 11 ou seja 𝑚 pode
variar entre valores inteiros entre 1 e 11. Para valores de 𝑚 entre 1 e 4, é entendido
que 4 bits de paridade incluem bits redundantes no código gerado, mesmo a
quantidade de erros que podem ser corrigidos permanecer em 1. Em consequência
para propósitos práticos, o valor de 𝑚 escolhido deve ficar entre 5 e 11, para 4 bits de
paridade.
A estrutura matemática definida para este código determina que os bits de
paridade ocuparão as primeiras posições, enquanto a mensagem se encontra no
restante dos bits, cada bit de paridade calcula a paridade para alguns dos bits na
palavra-chave. Considere-se o vetor código c:
𝑐 = [𝑃1, 𝑃2, 𝑃3, 𝑃4, 𝑑1, 𝑑2, 𝑑3, 𝑑4, 𝑑5, 𝑑6, 𝑑7, 𝑑8, 𝑑9, 𝑑10, 𝑑11]
10
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Figura 2 – Painel Frontal Programa em LabVIEW da codificação (11,7)
11
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Figura 3 – Algoritmo geral em LabVIEW da codificação (11,7), com destaque da colocação de
paridade na matriz geradora dos 11 bits.
12
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uma de suas palavras em outras com a mudança de valor em 4 posições,
confirmando, assim, que a distância de Hamming do código é 4.
1 00000000 0 3 3 4 3 4 4 3 4 3 3 4 3 4 4 7
2 11001000 3 0 4 3 4 3 3 4 3 4 4 3 4 3 7 4
3 10100100 3 4 0 3 4 3 3 4 3 4 4 3 4 7 3 4
4 01101100 4 3 3 0 3 4 4 3 4 3 3 4 7 4 4 3
5 01100010 3 4 4 3 0 3 3 4 3 4 4 7 4 3 3 4
6 10101010 4 3 3 4 3 0 4 3 4 3 7 4 3 4 4 3
7 11000110 4 3 3 4 3 4 0 3 4 7 3 4 3 4 4 3
8 00001110 3 4 4 3 4 3 3 0 7 4 4 3 4 3 3 4
9 11100001 4 3 3 4 3 4 4 7 0 3 3 4 3 4 4 3
10 00101001 3 4 4 3 4 3 7 4 3 0 4 3 4 3 3 4
11 01000101 3 4 4 3 4 7 3 4 3 4 0 3 4 3 3 4
12 10001101 4 3 3 4 7 4 4 3 4 3 3 0 3 4 4 3
13 10000011 3 4 4 7 4 3 3 4 3 4 4 3 0 3 3 4
14 01001011 4 3 7 4 3 4 4 3 4 3 3 4 3 0 4 3
15 00100111 4 7 3 4 3 4 4 3 4 3 3 4 3 4 0 3
16 11101111 7 4 4 3 4 3 3 4 3 4 4 3 4 3 3 0
Fonte: dados da pesquisa
3 CONCLUSÃO
13
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
REFERÊNCIAS
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IEEE Transactions on Information Theory, p. 2561 – 2595, 1998.
Doi:10.1109/18.720549
14
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DESEMPENHO DE DIFERENTES TIPOS DE TELHAS ECOLÓGICAS3
RESUMO
O desenvolvimento sustentável tornou-se uma prática essencial nos diferentes tipos
de edificações. As utilizações de telhas ecológicas surgiram como material alternativo
às telhas convencionais, influenciada pela economia circular e vêm ganhando espaço
no mercado brasileiro. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi identificar os
principais materiais reaproveitados e que são utilizados para a fabricação das telhas
ecológicas, bem como avaliar o desempenho dessas telhas quando comparadas às
telhas convencionais. Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica no banco de
dados da Scopus, Scielo, Web of Science sites de buscas, bem como no portal
acadêmico da CAPES. Os resultados mostraram que as telhas ecológicas, na maioria
dos casos avaliadas, apresentaram melhores características mecânicas, associadas
à absorção de água, desempenho térmico, carga de ruptura à flexão e impacto de
corpo duro. O mercado das telhas ecológicas apresenta um amplo potencial para ser
explorado no Brasil, contribuindo, assim, para o desenvolvimento sustentável.
ABSTRACT
Sustainable development has become an essential practice in different types of
buildings. The uses of ecological tiles emerged as an alternative material to
conventional tiles, influenced by the circular economy and have been gaining ground
in the Brazilian market. In this sense, the aim of this study was to identify the main
materials that are used for the manufacture of ecological tiles, as well as to evaluate
the performance of these tiles when compared to conventional tiles. For this, a
bibliographic search was carried out in the database of Scopus, Scielo, Web of Since,
search engines, as well as in the academic portal of CAPES. The results showed that
the ecological tiles, in most of the evaluated cases, presented better mechanical
eduardo4499@gmail.com
5Pedagoga, Universidade do Contestado, Campus de Canoinhas, e-mail: gabrielab@unc.br
6Dra. Engenharia Ambiental, Docente e Pesquisadora no Programa de Mestrado Profissional em
1 INTRODUÇÃO
16
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aproveitamento de resíduos sólidos oriundos da construção civil (LESSA, 2009). Além
da preocupação com o meio ambiente, na área da construção civil existe uma grande
demanda para utilizar materiais que tenham potencial de melhorar o desempenho
térmico nas edificações como um todo (NAGALLI et al., 2013).
A utilização de telhas ecológicas, conhecidas internacionalmente como
“ecological tiles”, surgira como material alternativo às telhas convencionais e vêm
ganhando espaço no mercado brasileiro. Essas telhas são constituídas de diferentes
matérias, inclusive de rejeitos da construção civil e, concomitantemente, proporcionam
a redução do consumo de energia com resfriamentos alternativos (OLIVEIRA et al.,
2016; CURSINO et al., 2015).
Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi, por meio de uma revisão
bibliográfica, identificar os principais materiais que são utilizados para a fabricação
das telhas ecológicas, bem como avaliar o desempenho dessas telhas quando
comparadas às telhas convencionais.
Esta pesquisa justifica-se pelo fato, e a importância em conhecer os resíduos
que são reaproveitados e incluídos na formação de telhas ecológicas e sendo um dos
princípios de aproveitamento do material “inservível” de outras atividades da
sociedade, conforme os princípios da economia circular.
2 REVISÃO DE LITERATURA
3 METODOLOGIA
17
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tipos de materiais que podem resultar em telhas. Após leitura de resumos, os trabalhos
foram triados e selecionados. Foram descartadas pesquisas que não apresentavam
resultados claros sobre o conteúdo e, também, buscou-se pesquisas recentes sobre
o tema, visando avaliar a evolução dos materiais utilizados para confecção de telhas
ecológicas. Na figura 1, apresenta-se de forma simplificada os principais guias
norteadores utilizados como base para o desenvolvimento da revisão bibliográfica.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
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4.1 TELHAS ECOLÓGICAS
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Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Quadro 1 – Vantagens e desvantagens das diferentes telhas ecológicas.
Tipo de telha Vantagens Desvantagens
Tetra Pak - São consideradas inquebráveis; - Necessidade de equipe qualificada para
- Podem ser 100% reaproveitadas; aplicação.
- Funcionam como isolante térmico.
PET São indeformáveis e flexíveis; - O descarte inadequado das telhas de PET
Possuem diversas cores. pode levar em torno de 450 anos para a sua
decomposição.
21
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4.1.3 Telhas Ecológicas de GeoPET
24
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4.3 TELHAS CONVENCIONAIS VERSUS TELHAS ECOLÓGICAS
25
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
(GAGGINO et al., 2013). No Quadro 3, apresenta-se uma síntese das vantagens e
desvantagens da utilização de telhas convencionais e ecológicas. Além disso, na
figura 6, apresenta-se uma foto comparativa entre uma telha ecológica e
convencional.
26
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
PROJETO DE UMA FONTE DE ALIMENTAÇÃO CA-CC MONOFÁSICA
EMPREGANDO O CONVERSOR SEPIC COM INTERRUPTORES DO LADO CA
OPERANDO EM MCC
Marcos Vinícius Mosconi Eweling8
Marcos Paulo Hirth9
RESUMO
Neste artigo, é apresentado o projeto de uma fonte de alimentação monofásica,
baseada na topologia do conversor SEPIC isolado, com dois interruptores no lado CA.
Apresentam-se as formas de ondas e as principais equações utilizadas para
desenvolver o conversor, além dos resultados experimentais obtidos. O conversor foi
projetado para uma potência de 300W, com tensão de entrada de 127V, tensão de
saída em 200V e a frequência de comutação dos interruptores de 50kHz. A principal
vantagem do conversor SEPIC com interruptores no lado CA em relação a outras
topologias de conversores CA-CC é o número menor de semicondutores no caminho
da corrente em um período de comutação, com isso, espera-se um acréscimo no
rendimento geral. Mas, como a corrente de entrada não é senoidal, será necessária
uma malha de controle de corrente, pois o conversor irá operar em modo de condução
contínuo. Caso o conversor operasse em modo de condução descontínuo, essa malha
de controle de corrente seria desnecessária.
ABSTRACT
In this article, we present the design of a single-phase power supply based on the
isolated SEPIC converter topology, with two switches on the AC side. Waveforms and
converters used as principals used to develop Presents, in addition to the experimental
results obtained. The converter is designed for a power input of 300W, with an output
voltage of 127V, an output of 200V and a power supply frequency of the switches of
50kHz. The main advantage of SEPIC with switches on the AC side compared to
topologies of AC-DC converters, is less semiconductor in the current path in a period
of others, with this, an increase in the overall throughput is expected. But like sinusoidal
current current, an input current loop will be required will not work in direct current
control operation, as the operation loop will not work in direct current control.
31
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2 REVISÃO DE LITERATURA
L1
Ia IC1
C1 ID1 D1 IC1 Io
+ + +
S1 VS1 C2 VC2 R Vo
- - - -
VL2 L2
Va(t) +
+
VS2 S2
- IL2 ID2 D2
+ VD2 -
Fonte: Do autor
A. Etapas de Operação
Quando o conversor opera em modo de condução contínuo (MCC), sabe-se
que a topologia apresenta duas etapas de operação. Como a entrada é em corrente
alternada (CA), a análise das etapas de operação será feita para o semiciclo positivo
da rede elétrica.
Durante a primeira etapa de operação, apresentada na Figura 2, os
interruptores S1 e S2 estão em condução. O fato de um interruptor ser inverso do
outro faz com que a corrente passe pelo interruptor S1 e pelo diodo intrínseco ou pelo
canal do interruptor, S2, dependendo da tecnologia do semicondutor. Nessa etapa de
operação, a indutância L1 recebe a energia fornecida pela fonte Va(t), enquanto o
indutor L2 recebe energia fornecida pelo capacitor C1. A Carga R é alimentada pelo
capacitor C2, já que ambos os diodos, D1 e D2, estão bloqueados.
32
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 2 – Primeira etapa de operação do conversor em MCC.
+ VL1 - + VC1 - + VD1 -
L1
Ia
C1 D1 Io
+ + +
VS1 C1 VC2 R Vo
- - - -
L2 VL2
Va(t) +
+
VS2
- IL2 D2
+ VD2 -
Fonte: Do Autor.
L1
Ia
C1 D1 Io
+ + +
S1 VS1 C1 VC2 R Vo
- - - -
VL2 L2
Va(t) +
+
VS2 S2
- IL2 D2
+ VD2 -
Fonte: Do Autor.
B. Formas de Ondas
As formas de onda de tensão e corrente dos componentes, indutor L1, indutor
L2, interruptor S e diodo D, são apresentados na Figura 4. As formas de onda
apresentadas são válidas para o semiciclo positivo da rede elétrica em um período de
comutação.
Nota-se que nos indutores L1 e L2, durante a primeira etapa de operação, a
corrente cresce linearmente, pois ambos estão sendo carregados. Durante essa
etapa, o interruptor S conduz a somatória das correntes dos indutores L1 e L2.
Na segunda etapa de operação, a corrente dos indutores L1 e L2 decresce
linearmente, pois ambos estão sendo descarregados. Durante essa etapa, o diodo D
conduz a somatória das correntes dos indutores L1 e L2.
33
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 4 – Formas de ondas das tensões e de corrente nos componentes do conversor.
VComando
1 VComando
1
0 t
0 t
VL1 IL1
Vg IL1pico
0 t IL1mín
-Vo
0 t
VL2
IL2
Vg
IL2pico
0 t
-Vo 0 t
-IL2mín
IS
VS
IL1pico+IL2pico
Vg+Vo
IL1mín+IL2mín
0 t 0 t
ID
VD IL1pico +IL2pico
0 t
IL1mín +IL2mín
-(Vg +Vo)
0 t
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
35
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Quadro 1 – Especificações de Projeto
Especificações Valores
Tensão de entrada (Va) 127V
Tensão de saída (Vo) 200V
Potência de saída (Po) 300W
Frequência da rede (fr) 60Hz
Frequência de comutação (fs) 50kHz
Ondulação no Capacitor C1 (Δvc1) 30%
Ondulação no Capacitor C2 – Hold-up time (Δvc2) 1%
Ondulação de corrente nos Indutores L1 e L2 (Δil) 20%
Tempo de Hold-up time (tr) 8,333ms
100
Ia*20
-100
-200
0.066 0.07 0.08 0.09 0.1 0.11 0.116
Tempo (s)
Fonte: Do Autor.
36
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Na Figura 7, apresenta-se a tensão e corrente de saída que, conforme
projetado, obteve-se a tensão contínua de 200V. Para termos uma melhor
visualização da corrente, multiplica-se a corrente por um fator, a fim de que a mesma
fique com uma visualização melhor em relação a amplitude da tensão.
200
Io*100
150
100
50
0
0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16
Tempo (s)
Fonte: Do Autor.
400V
200V
0V
Tempo (s)
Fonte: Do Autor.
38
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 9 – Foto da fonte de alimentação implementada.
12
7 4
11 6 5 3
2 1
10
8
Fonte: Do Autor
Fonte: Do Autor
39
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 11 – Tensão de saída Vo
Fonte: Do Autor.
VS: 50V/div
t= 5ms/div
Fonte: do autor.
40
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
41
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
mesmo, observou-se a falha de alguns pulsos do comando, fazendo o interruptor
comutar um número muito maior de vezes no mesmo período de tempo.
Porém, realizando uma comparação das formas de ondas obtidas através dos
resultados da implementação prática com as formas de ondas obtidas através da
simulação numérica e a análise teórica, nota-se a semelhança entre os resultados
apresentados. As semelhanças comprovam o funcionamento da fonte de alimentação
para uma tensão de saída Vo de aproximadamente 30V.
Com isso, pode-se concluir que a fonte de alimentação aqui estudada, embora
não processou a potência nominal projetada, apresentou características semelhantes
da análise teórica e simulação numérica, comprovando assim o funcionamento da
estrutura ainda não estudada no meio da ciência. Cabe-se também uma nova
implementação física da topologia, buscando a eliminação dos ruídos apresentados
nesse protótipo, juntamente com o fechamento das malhas de controle da tensão de
saída e corrente de entrada. Assim, a fonte de alimentação poderá ser submetida a
testes em seu valor nominal de potência, comprovando o seu correto funcionamento
e demais medições para categorização do fator de potência e rendimento da estrutura.
REFERÊNCIAS
42
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM BRAÇO MECÂNICO PARA APOIO
PEDAGÓGICO NA DISCIPLINA DE AUTOMAÇÃO E ROBÓTICA10
RESUMO
Este trabalho apresenta um protótipo de um braço mecânico com 02 graus de
liberdade, com movimentos de rotação, elevação, controle de abertura e fechamento
da garra, com o objetivo de deslocar uma peça de uma plataforma para outra. Os
movimentos foram acionados por motores de corrente contínua DC, através dos sinais
da porta paralela (LPT1) por um computador com a utilização de software de controle.
Este braço mecânico tem uma segunda possibilidade de comando, com o
acionamento manual através de um joystick. O objetivo deste protótipo é auxiliar no
aprendizado dos alunos do curso de Engenharia Elétrica e servir de apoio didático na
construção de conceitos básicos através de um plano de aula definido na matéria de
Automação e Robótica, englobando os conceitos de malha aberta e malha fechada.
ABSTRACT
This work presents a prototype of a mechanical arm with 02 degrees of freedom, with
movements of rotation, elevation, opening and closing control of the claw, with the
objective of moving a part from one platform to another. The movements were driven
by direct current DC motors, through the parallel port signals (LPT1) by a computer
with the use of control software. This mechanical arm has a second control option, with
manual activation via a joystick. The objective of this prototype is to assist in the
learning of students of the Electrical Engineering course and to serve as didactic
support in the construction of basic concepts through a defined lesson plan in the
subject of Automation and Robotics, encompassing the concepts of open loop and
closed loop.
10
Este projeto é de Iniciação Científica realizado no Curso de Engenharia Elétrica em 2012 na FUnC
– Fundação Universidade do Contestado – Canoinhas-SC.
11
Acadêmico do curso de Engenharia Elétrica, FUnC Campus Canoinhas, e-mail:
romanowski@celesc.com.br
12
Professor Orientador, FUnC Campus Canoinhas, e-mail: contato@laboratorioderobotica.com
43
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
1 INTRODUÇÃO
A criação dos robôs teve início no Egito, onde foram construídos os primeiros
braços mecânicos que eram colocados em estátuas e representavam deuses, os
quais impressionavam o povo.
Na civilização grega, após vários séculos, existiam estátuas sendo estas já
operadas hidraulicamente, criadas por Heron de Alexandrina, que construiu
mecanismos simples para demonstrar a utilização dessa nova ciência de operação.
Em 1805, Henri Maillardet construiu em Londres uma boneca capaz de
escrever e desenhar com precisão, através de dados armazenados em uma memória
mecânica.
Em 1969, Nilsson descreve o primeiro sistema robótico móvel, chamado de
Shakey, que recebeu este nome devido à sua movimentação brusca. Shakey possuía,
em sua estrutura, uma câmara, um detector de distância, sensores de toque e um link
de rádio. Em 1972, este robô foi desenvolvido por Nilsson na SRI Internacional, hoje
Instituto de Pesquisa de Stanford e foi introduzido como o primeiro robô móvel por
inteligência artificial. (NILSSON, 1969).
Com a evolução dos tempos, muitas definições e soluções surgiram para os
mais diversos problemas na constituição de um robô, e a robótica obteve um grande
desenvolvimento, criando tipos de robôs para aplicação nos mais variados segmentos
envolvendo a realização de tarefas.
Segundo explica Russel e Morvig, (2004), robôs são elementos ativos que
realizam tarefas que manipulam o meio físico em que vivemos. Para tal, eles são
equipados para realizar tarefas com rodas, garras, articulações, pernas e, com o
avanço tecnológico, aplicou-se a estes conjuntos os sensores, câmeras, ultrassom,
giroscópios e acelerômetros, que possibilitam em um ambiente medir os movimentos,
adquirindo, assim, uma forma de inteligência artificial.
Devido à crescente necessidade de realizar tarefas mais rápidas e em
ambientes perigosos, o ser humano buscou novos métodos de trabalho, facilitando
assim o seu dia a dia e a robótica surgiu desta necessidade crescente entre os
homens, causando uma substituição gradativa do homem pela máquina.
44
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
2 OBJETIVOS
A - Objetivo Geral
Desenvolver um protótipo de um braço mecânico composto por 02 graus de
liberdade que terá como efetuador uma garra. O comando do protótipo poderá ser
através de um programa computacional ou manual através de 01 joystick, que
controlará os seus movimentos na horizontal e vertical, pegando um objeto com massa
de 0,2 kg, ou peso de 2N, sendo este de forma cilíndrica com até 04 cm de raio,
pegando e transportando este objeto de uma base para outra, definido dentro da sua
área de trabalho.
B - Objetivos Específicos
- Construir um protótipo de um braço mecânico, utilizando materiais em
alumínio, base de madeira e com acionamento através de 03 motores DC;
- Implementar um software para controle do braço mecânico e seu efetuador;
- Descrever os movimentos que o braço mecânico será capaz de executar;
- Realizar testes com os comandos através do software e manual através do
joystick;
- Criar um experimento padrão com o software LOGO para teste do braço
mecânico.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
A - Braço Robótico
A configuração física dos robôs está relacionada com os tipos de juntas que ele
possui, em que se consideram, primeiro, os graus mais próximos da base.
Um braço mecânico é formado pela base, braço e punho, sendo o último
responsável por orientar o órgão terminal, que poderá ser uma garra, um bico de solda
ou outra ferramenta.
É constituído por diversos tipos de juntas que determinam os movimentos
possíveis do manipulador; sendo elas, as juntas prismáticas, de revolução e esféricas.
O número total de juntas do manipulador é conhecido por graus de liberdade.
45
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 1 –Esquema de elos e juntas
B - Volume de trabalho
É o espaço de trabalho do manipulador, que é o braço do robô, sendo este o
volume total conformado pelo percurso do extremo do último elo, quando o
manipulador efetua todas as trajetórias possíveis, não sendo considerado para tal o
tamanho do efetuador.
O volume é medido em unidades volumétricas.
D – Atuadores
São dispositivos que transformam energia em outro tipo de energia, dentre os
diversos tipos de classificação o mais usual é aquele que distingue a fonte de energia
consumida. São divididos em hidráulicos, pneumáticos e elétricos.
E – Efetuadores
Dispositivo fixado no final do último elo do manipulador e que permite que o
robô realize uma tarefa específica.
Existem diversos tipos de efetuadores, dentre eles, as garras, pontas de solda,
maçaricos, bicos para pintura, mandris para operações como furação, polimento,
ranhuramento, aplicadores de cimento, ferramentas de corte, etc.
46
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
4 PROJETO DO BRAÇO MECÂNICO
A. Componentes mecânicos
O projeto foi desenvolvido sobre uma base de madeira com suporte em
alumínio com acabamento em chapas de ACM, que é um material composto por duas
chapas de alumínio com uma camada interna de borracha.
O motor responsável pelo giro é fixado na parte inferior da plataforma. O
antebraço é composto por 02 torres verticais de 40cm cada, fixada na base giratória
que será responsável pelos movimentos horizontais e, nas torres, foi fixado o braço
de 60cm através de um eixo transpassante a 20cm do início do braço mecânico.
Para acionamento dos movimentos verticais, está acoplado ao eixo um motor
de corrente contínua DC.
B. Efetuador
Neste projeto, o efetuador é uma garra com formato de dois dedos, com
abertura máxima entre os dedos de 08cm, confeccionada em material PS expandido
e ACM, que foi definido por ser um material fácil de recortar com características de
flexibilidade e resistência.
A definição deste modelo de garra é fundamentada nas características que a
garra apresenta, pois é capaz de pegar diversos tipos de materiais e formas,
constatado através dos testes.
47
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
C. Interface
Para o controle do sentido dos motores, utilizamos, no projeto, uma placa
composta de 03 circuitos eletrônicos, conhecido como ponte H, figura 02, que recebe
o sinal enviado pela porta paralela ou do joystick, sendo este sinal o de referência para
os motores e determinando assim o sentido da corrente e do giro dos motores.
Figura 2 - Ponte H
48
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
F. Acionamento dos movimentos do protótipo
Este protótipo apresenta 02 opções de comando para acionamento dos
movimentos, sendo a primeira através de um software e a segunda opção através de
um joystick.
G. Fonte de alimentação
Para a alimentação das cargas, pode ser utilizado uma fonte de alimentação
tipo ATX 110VAC/220VAC/12VCC/5VCC, que possui as características necessárias
para o fornecimento de energia para as cargas. Esta fonte já possui um sistema de
proteção contra curto circuito. Poderão ser utilizados outros tipos de fonte que
atendam as demandas das cargas, com valores de tensão estabelecidos no projeto.
5 RESULTADOS
49
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Para efetuar os testes com o braço mecânico que permitiu avaliar a precisão
dos seus movimentos, foram seguidos os seguintes passos:
6 PROBLEMAS ENCONTRADOS
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
50
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
O braço mecânico possui uma estrutura desenvolvida com a aplicação de
diversos materiais como alumínio, madeira, PS expandido, parafusos, eixos, motores,
efetuador, acrílico, etc.
Os resultados obtidos foram satisfatórios e algumas dificuldades foram se
apresentando durante a construção do protótipo. Dentre as mais relevantes, cita-se a
definição dos acionadores devido às variáveis de torque e velocidade e a busca pela
precisão dos movimentos, dificultadas pelo modelo adotado de acionamento e
controle.
Ao executar esse projeto, percebeu-se a interdisciplinaridade e a
multidisciplinaridade, que é um conjunto de disciplinas a serem trabalhadas
simultaneamente com um objetivo único. Através dos conceitos, percebeu-se que
desde a elaboração da ideia para a realização do projeto até a sua conclusão foram
utilizados diversos conceitos vistos durante a realização do curso de engenharia e que
foram estudados e aplicados nesse projeto como, por exemplo, circuitos elétricos,
eletrônica, sinais e sistemas, programação, desenho técnico, projetos, cálculos,
automação e robótica, comunicações digitais, dentre outras, tornando esse trabalho
uma excelente ferramenta para os acadêmicos utilizarem como objeto de estudo e de
desenvolvimento profissional.
O projeto do protótipo do braço mecânico realizado atende os objetivos
inicialmente propostos.
51
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
REFERÊNCIAS
52
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
ESTUDO DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DA NR-12 EM UM TORRADOR
DE ERVA-MATE DA MARCA LEOGAP
RESUMO
O estudo foi realizado em uma empresa de beneficiamento de erva-mate localizada
em São Mateus do Sul, no estado do Paraná. O objetivo do trabalho consiste em
identificar os riscos de acidente de trabalho que existem em uma máquina de torrar
erva-mate (fabricação de chá mate tostado) e analisar a viabilidade de implantação
da NR-12. Além da necessidade de atender as legislações em vigência, existe a
preocupação em diminuir ao máximo os possíveis riscos de acidentes de trabalho ao
utilizar a máquina, tornando as atividades diárias mais seguras ao operador. O local
de trabalho deve oferecer boas condições, visando à prevenção, não deixando espaço
para ocorrência de falhas e acidentes de trabalho. Apresentar à empresa os impactos
que causam um acidente de trabalho, os ganhos ou não-prejuízos que terá ao fazer
as adaptações do equipamento. Estes são pontos relevantes para sustentar a
importância em melhorar o equipamento.
ABSTRACT
The study was conducted in a yerba mate processing company located in São Mateus
do Sul, in the state of Parana. The objective is to identify the risks of industrial accidents
that exist in a machine toasting yerba mate (toasted mate tea manufacturing) and
analyze the Standard implementation viability NR-12. Besides the necessity to comply
with the laws in force, there is concern in reducing the possible risks of occupational
accidents during machine operation, making daily activities safer for the operator. The
workplace should offer good conditions aimed to prevent accidents, and not leave gaps
for the occurrence of failures. Present the company the impacts that cause an accident
at work, earnings or non-losses that have to make adjustments to the equipment are
relevant to support the importance of improving the machinery.
13
Acadêmico do curso de Engenharia Elétrica, da Universidade do Contestado – UNC Canoinhas /SC.
Contato: ricardoserpe@hotmail.com
14
Professor orientador , do curso de Engenharia Elétrica, da Universidade do Contestado – UNC
Canoinhas /SC. Contato: iggolanowski@brturbo.com.br.
53
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
1 INTRODUÇÃO
54
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
podem ser gerados pelo não cumprimento da lei (fiscalização que pode acarretar
autuações, custos com acidentes de trabalho, indenizações).
Embora seja difícil determinar, com exatidão, todas as situações de perigo que
a operação do equipamento pode gerar, é de suma importância que todos os aspectos
possíveis sejam levados em consideração na elaboração do projeto de segurança.
A proposta de adequação da máquina Torrador de Erva-Mate visa, além de
colocar a mesma em acordo com as normas vigentes, diminuir ao máximo o risco de
acidente de trabalho com a máquina na indústria, interferindo o menos possível na
linha de produção. A adequação é de extrema importância para a empresa e,
principalmente, para os trabalhadores, pois irá tornar as atividades no dia a dia, com
a máquina, mais seguras, bloqueando qualquer possibilidade de que ocorra um
acidente de trabalho. O estudo de viabilidade visa proporcionar para a empresa a
escolha mais econômica para colocar o equipamento dentro das normas vigentes e
proporcionar aos trabalhadores segurança no seu ambiente de trabalho.
2 METODOLOGIA
55
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 1 – Torrador de Erva-mate
56
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Determinação do limite da máquina
Trata-se de coletar e analisar informações sobre as peças, mecanismos e
funções da máquina. Também foi necessário considerar todos os tipos de interação,
tarefa humana com o equipamento e o ambiente onde ela está operando. O objetivo
é obter uma compreensão clara da máquina e sua utilização.
A máquina torrador de erva-mate, utilizada para fabricação de chá mate,
encontra-se em local sem limitação de circulação de pessoas ou corredores
demarcados para tal finalidade, assim como não existe sinalização de riscos na área,
possibilitando que pessoas não autorizadas tenham acesso a qualquer parte da
máquina.
57
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 2 – Acionamento motor – Rico Choque
A figura 3 mostra correia e polias sem proteção fixa, ficando exposta ao acesso
de membros superiores.
58
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
O motor não possui aterramento de carcaça e seus condutores de força estão
expostos, sem proteção mecânica.
O risco ao qual o operador está exposto está desde levar um choque elétrico,
devido os cabos do motor estarem expostos, até o decepamento de membros, devido
à falta de proteção das partes girantes do equipamento.
A figura 4 mostra uma parte da máquina com correias e polias sem proteção
fixa, carcaça do motor sem aterramento, condutores de força do motor sem proteção
mecânica.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
59
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 2 – Resumo dos riscos do torrador
R$ 21.183,46
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
63
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
tecnologias de proteção avançadas, tornando os ambientes de trabalho nas indústrias
cada vez mais seguros.
REFERÊNCIAS
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CONTROLE ESTATÍSTICO NA PRODUÇÃO DE PAINÉIS COMPENSADOS
RESUMO
O Controle Estatístico de Processo é uma ferramenta de identificação e eliminação
das causas das variações durante o processo produtivo. Esta ferramenta é aplicada
através da utilização de gráficos, diagramas e folhas de controles, possibilitando saber
de imediato se o processo está dentro dos limites desejados. O presente trabalho
objetivou aplicar o controle estatístico de processos em uma indústria de painéis de
madeira compensada para identificar as variações indesejáveis e as causas de perdas
na produção. Foram coletadas informações em oito pontos do processo produtivo
durante vinte dias por meio de dados da folha de controle, gráfico de controle e gráfico
de Pareto. As variáveis que se apresentaram dentro dos limites desejáveis foram
espessura da lâmina, umidade da lâmina, espessura final do painel e temperatura de
prensa. As variáveis de produção, fora dos limites de produção, foram viscosidade e
gramatura do adesivo, desfibramento e desclassificação por Fall Down.
ABSTRACT
Statistical Process Control is a tool for identifying and eliminating the causes of
variations during the production process. This tool is applied using graphs, diagrams
and control sheets, making it possible to know immediately if the process is within the
desired limits. The present work aimed to apply statistical process control in a plywood
panel industry to identify undesirable variations and causes of production losses.
Information was collected at eight points in the production process for twenty days
using data from the control sheet, control chart and Pareto chart. The variables that
were within the desirable limits were sheet thickness, sheet moisture, final panel
thickness and press temperature. The production variables outside the production
limits were viscosity and weight of the adhesive, shredding and declassification by Fall
Down.
15
Docente, Universidade Federal do Paraná - UFPR, Egresso do Grupo de Pesquisa Florestais e
Geociências da UnC, e-mail: bonfattieraldo@gmail.com
16
Egressa do curso Engenharia Florestal, Universidade do Contestado – UNC Campus Canoinhas,
Egressa do Grupo de Pesquisa Florestais e Geociências, e-mail: eng.anapaulags@gmail.com
17
Docente, Universidade Federal do Mato Grosso - UFMT, Egressa do Grupo de Pesquisa Florestais
e Geociências, e-mail: elainelengowski@gmail.com
18
Egresso do curso Engenharia Florestal, Universidade do Contestado – UNC Campus Canoinhas,
Egresso do Grupo de Pesquisa Florestais e Geociências, e-mail: rafael@dallomadeiras.com.br
65
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
66
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
defeitos e redução de custos (WERKEMA, 2014) e sendo um diferencial para as
empresas que adotam o CEP (JESUS, 2019).
São inúmeras as definições de controle estatístico de processo, porém, todas
se referem ao uso de técnicas estatísticas para a análise de um processo ou do seu
resultado, de maneira a tomar ações apropriadas para atingir e manter um estado de
controle estatístico, além de melhorar a capacidade do processo (RIBEIRO; CATEN,
2012).
O CEP utiliza uma metodologia por amostragem realizada ao longo do
processo, monitorando a presença de causas especiais, ou seja, causas que não são
intrínsecas ao processo e que podem prejudicar a qualidade do produto (RIBEIRO;
CATEN, 2012). Dado a identificação da causa especial, deve-se atuar sobre ela,
melhorando o processo produtivo e, consequentemente, a qualidade do produto (LIMA
et al., 2006).
Dentre as do CEP ferramentas pode-se citar a folha de controle, o diagrama de
causa e efeito, diagrama de dispersão ou correlação, histograma, gráfico de Pareto e
carta de controle (WERKEMA, 2014). Os gráficos de controle estatísticos de processo
servem para verificar se um determinado processo está dentro dos limites de controle,
isto é, se o processo está realmente ocorrendo da forma como planejado (GOUVEIA,
2018).
O surgimento dos painéis de madeira ocorreu com o isolamento da Alemanha
durante a Segunda Guerra Mundial, época em que o país se viu diante de problemas
que provocaram o surgimento de novas tecnologias (IWAKIRI; TRIANOSKI, 2021).
Uma delas foi o desenvolvimento de painéis de madeira aglomerada, no ano de 1940,
como forma de aproveitar os resíduos madeireiros disponíveis, num cenário de
escassez de madeira com características compatíveis com a produção dos
compensados (IWAKIRI; TRIANOSKI, 2021).
O painel compensado é um painel produzido por lâminas cruzadas unidas sob
pressão e calor através de um agente ligante entre as lâminas, o adesivo. Essas
lâminas podem variar no número, na espessura, na espécie e na classe de madeira
(LENGOWSKI et al, 2019a). A alternância do sentido da posição das fibras nas
camadas adjacentes confere ao painel compensado estabilidade dimensional,
tornando esta uma das principais vantagens do seu uso em relação à madeira sólida
(LENGOWSKI et al, 2019b).
67
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
3 METODOLOGIA
68
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
foram coletadas informações em oito pontos específicos do processo produtivo,
destacadas na Figura 1.
De modo simplificado, o processo começa com o descascamento de toras,
seguido pelo cozimento, laminação e secagem das lâminas. A partir desse ponto, as
lâminas são estocadas e seguem para a colagem e montagem, assemblagem (pré-
prensagem), prensagem, emassamento para correção de defeitos, esquadrejamento
e lixamento e posterior estocagem dos painéis prontos para a comercialização.
Nas etapas de 1 a 7, foi utilizada a folha de controle para coleta das
informações, e o processamento de dados foi realizado por meio do gráfico de
controle. Na etapa 8, foi utilizada a folha de controle e o gráfico de Pareto para
identificar as causas das desclassificações.
Na coleta 1, foi amostrada a espessura da lâmina, utilizando espessímetro
manual da marca Wolf Modelo DM-3 Nicawe. Nessa atividade produtiva, o
torneamento das toras é ajustado para espessura nominal de 2,8 mm (LM), sendo
desejável variação máxima de ±0,1mm, resultando em LSC e LIC de 2,9 e 2,7 mm
respectivamente. Para medição da espessura tomaram-se três medidas diretas, duas
próximas às extremidades e uma ao centro, de cada lâmina, e como espessura real
utilizou-se a média aritmética dessas medições.
Na coleta 2, foi registrado o teor de umidade das lâminas de madeira do miolo
do painel, utilizando medidor por capacitância da marca ECOscan modelo Eco 10.
Nessa atividade produtiva, as lâminas são secas em secador contínuo da marca
Bernecke com quatro pistas de secagem, objetivando umidade final de 6% (LM),
sendo tolerável variações máximas de até ±2%, resultando em LSC e LIC de 8 e 4%,
respectivamente.
Na coleta 3, foi determinada a viscosidade da batida do adesivo, utilizando o
método de escoamento pelo Copo Ford nº 8 de acordo com a norma American Society
for Testing and Materials (ASTM) D1200-10: Standard Test Method for Viscosity by
Ford Viscosity Cup (ASTM, 2018). O adesivo utilizado nesse processo é o Fenol-
Formaldeído de aplicação estrutural por ser resistente à umidade (STARK et al., 2010;
LENGOWSKI et al., 2019a), o valor da viscosidade alvo é de 145 segundos de
escoamento (LM), sendo desejável variação máxima de ±35 segundos, resultando em
LSC e LIC de 180 e 110 segundos, respectivamente.
69
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Na coleta 4, foi coletada a gramatura da linha de cola, determinada pela
Equação 1.
𝑃𝐹−𝑃𝐼
𝐺=
𝐴
Equação 1
70
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 2 – Gráficos de controle da espessura das lâminas (A), da umidade das lâminas (B), da
viscosidade do adesivo (C). da gramatura do adesivo (D), da temperatura da prensa (E), da
espessura da chapa (F), do desfibramento (G) e do Fall Down.
72
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
de dados foi superior ao limite máximo aceitável (LS), causando aumento no custo de
produção. Alguns dos fatores que influenciam na gramatura são o teor de sólidos, que
se apresenta abaixo do recomendado pelo fabricante, e a má regulagem na
passadeira de cola em relação a quantidades de adesivo por metro quadrado a ser
aplicada.
Na prensagem a quente, a resistência final da linha de cola, é praticamente
obtida após poucos minutos, embora ela atinja um valor máximo, aproximadamente,
com 24 horas de armazenamento (PIO, 1996).
Na presente empresa, trabalha-se com temperaturas de prensa acima de 135
°C. Oscilações da temperatura em torno de 5 °C não influencia na qualidade final do
produto, contudo um aumento de 10 °C, por exemplo, provoca uma aceleração na
velocidade da reação química, tornando-a de 2 a 7 vezes mais rápida (em média pode
se considerar 3 vezes). Por outro lado, uma pequena queda da temperatura, durante
a prensagem, pode causar um atraso considerável na reação de endurecimento. (PIO,
1996). No presente trabalho, a temperatura da prensa, na maioria dos dias estudados,
apresentou valores menores do que o limite médio, podendo prejudicar a qualidade
do produto e custo de produção, pois necessitará de mais tempo de prensagem.
As espessuras se mantiveram dentro dos limites desejados pela empresa.
Apenas um dia o limite superior (LM) foi ultrapassado, porém não foi um valor muito
distante do desejado e pode ser corrigido na lixadeira.
Todos os dias o desfibramento foi abaixo do valor limite inferior desejado,
podendo causar uma má colagem das linhas de cola. Isso pode ser causado por vários
fatores como: diferença nas espessuras da mesma linha de cola, pontos de umidade,
teor de sólido do adesivo.
Em todos os dias de estudos, a desclassificação por Fall Down se mostrou
acima do limite superior (LS), causando prejuízos a empresa, pois essas chapas serão
vendidas com um valor inferior as de boa qualidade. A Figura 3 apresenta o Gráfico
de Pareto aplicado para descobrir as principais causas da desclassificação por Fall
Dow.
73
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 3 – Gráfico de Pareto com os principais motivos da desclassificação por Fall Down
74
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
American Society for Testing and Materials – ASTM. D1200-10: Standard Test
Method for Viscosity by Ford Viscosity Cup. West Conshohocken, 2018.
DIN, Z.; XIONG, H.; WANG, Z.; CHEN, L.; ULLAH, I.; FEI, P.; AHMAD, N. Effects of
different emulsifiers on the bonding performance, freeze-thaw stability and
retrogradation behavior of the resulting high amylose starch-based wood adhesive.
Colloids and Surfaces A: Physicochemical and Engineering Aspects, v. 538, p.
192-201, 2018.
75
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
HABER, J.; MEGLIORINI, E.; OLIVEIRA, M. C. Controle estatístico de processo:
estudo de caso em uma indústria de alimentos. Brazilian Journal of Development,
v. 4, n. 7, p. 3911-3925, 2018.
76
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
WERKEMA, C. Ferramentas estatísticas básicas do lean seis sigma integradas.
São Paulo: Atlas, 2014.
77
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
ANÁLISE DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE CORPOS DE PROVA
CILÍNDRICOS DE CONCRETO COM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DO AGREGADO
MIÚDO POR FARELO DE TRIGO IN NATURA
Gabriel Felipe Gonçalves19
Luana Cechin20
RESUMO
Com o crescente consumo de concreto, faz-se necessária a maior produção de
agregados, consequentemente, aumento da extração da areia, o que danifica o meio
ambiente. Assim, esse trabalho tem como objetivo analisar a viabilidade da
substituição parcial do agregado miúdo pelo farelo de trigo no concreto quanto às suas
propriedades mecânicas. O estudo partiu de dois traços referenciais com um fator
água/cimento de 0,47 e 0,55, após isso foi realizada a substituição da areia natural
pelo farelo de trigo nas seguintes porcentagens: 2,5%, 5,0% e 7,5% em massa, e
realizados ensaios de compressão para todos os traços. No teste de compressão, o
farelo alterou significativamente os resultados, havendo uma queda na resistência à
compressão. Essa diferença de resistência à compressão foi decaindo, conforme
houve o aumento da porcentagem de substituição. Esta pode ter sofrido influência da
inibição causada pelo farelo de trigo e devido ao processo de hidratação do cimento.
ABSTRACT
With the growing consumption of conventional concrete, greater production of
aggregates is necessary, consequently, the extraction of sand, what harms the
environment. Therefore, this work aims to analyze the feasibility of partial replacement
of fine aggregate by wheat bran in concrete regarding its mechanical properties. The
study started with two reference traces with a water/cement factor of 0.47 and 0.55,
after that, the natural sand was replaced by wheat bran in the following percentages:
2.5%, 5.0% and 7.5% by mass, and compression tests were performed for all mixes.
sand and has a lower specific mass than sand. In the compression test, the bran
significantly changed the results, with a decrease in the compression strength, this
difference in compression strength was decreasing as there was an increase in the
replacement percentage, which may have been influenced by the inhibition caused by
the wheat bran and due to the cement hydration process.
19
Departamento de Engenharia Civil, Universidade do Contestado – UNC Campus Mafra, e-mail:
gabrielfg1999@gmail.com
20
Docente do Programa de Mestrado Profissional em Engenharia Civil, Sanitária e Ambiental,
Universidade do Contestado – UNC Campus Concórdia, Membro do Grupo de Pesquisa em
Engenharia, Desempenho e Qualidade ambiental – GEDEQ e Grupo de Pesquisa em Ciências
Exatas, da Natureza e Sustentabilidade (CENAS), e-mail: luhcechin@gmail.com
78
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
1 INTRODUÇÃO
79
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, (CONAB, 2017),
o2017), o trigo representa um dos três cereais mais cultivados no mundo, valorizado,
principalmente, pela sua grande relevância na economia global. O grão do trigo é
formado por três camadas às quais correspondem ao pericarpo, o endosperma e o
gérmen. Quando submetido ao processo de moagem, forma-se a farinha de trigo que
é obtida do endosperma quando transformado em pó, o farelo é constituído da camada
mais externa do grão, ou seja, pericarpo, e, por fim, o gérmen.
A produção brasileira anual de trigo oscila entre 5 e 6 milhões de toneladas
sendo 14,5% deste montante representado pelo farelo de trigo, o principal subproduto
da moagem desse cereal. O farelo de trigo é formado pelas camadas mais externas
do grão, como a camada aleurona, que são normalmente refugadas no processo de
moagem. De forma geral, o farelo de trigo constitui-se de uma mistura heterogênea
de compostos provenientes da parede celular como celulose, hemicelulose e lignina
(LEÃO, 2013).
Tendo em vista os fundamentos expostos acima, esta pesquisa tem por
objetivo o estudo do farelo de trigo in natura com adição ao concreto, visando
apresentar uma alternativa para utilização na construção civil, empregando-o na
substituição do agregado miúdo em diferentes teores, a fim de analisar e comparar a
influência nas propriedades mecânicas do concreto convencional na compressão
simples. Assim, este artigo terá no primeiro tópico uma introdução sobre o tema, após
isso, será apresentada uma breve revisão da literatura, a metodologia adotada para a
execução da pesquisa, os resultados e suas discussões e por fim as considerações
finais.
2 REVISÃO DE LITERATURA
80
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Dentre os componentes orgânicos da madeira, os carboidratos são os que
apresentam maior influência negativa sobre a cura do cimento, sendo a glicose e a
celulose os considerados mais inibitórios. Nos grupos fenólicos, o tanino,
principalmente os hidrolisados, tem grande influência na inibição da pega do cimento,
assim como os ácidos orgânicos de alto peso molecular, como os ácidos alifáticos
(CASTRO, 2015).
Ainda, a espécie da madeira e seu comportamento higroscópico, afetam a
compatibilidade com o cimento. Além disso, os efeitos no processo de hidratação do
cimento podem ser significativamente diferentes, devido aos teores de carboidratos e
sacarídeos presentes nas fibras Da mesma forma, por conta das diferentes
morfologias das fibras da madeira (KOCHOVA, et al., 2017; CAPRAI, et al., 2018).
A pasta de cimento hidratada apresenta quatro principais fases sólidas: silicato
de cálcio hidratado (C-S-H), hidróxido de cálcio (portlandita), sulfoaluminatos de cálcio
e grãos de clínquer não hidratados (HEWLETT; LISKA, 2019).
Os cristais de hidróxido de cálcio (Ca (OH)2), representam 20 a 25% do volume
de sólidos na pasta de cimento hidratada. Apesar de não contribuir, significativamente,
para a resistência da pasta, são responsáveis pela elevada alcalinidade da matriz
cimentícia, pH de 12,5 (SENFF et al., 2005; MEHTA et al., 2008).
O hidróxido de cálcio pode degradar os componentes da madeira. Este
ambiente alcalino, proporcionado pelo hidróxido de cálcio, é capaz de remover parte
dos extrativos e dissolver componentes da madeira como as hemiceluloses,
causando, assim, alterações dimensionais no compósito cimento-madeira (MILLER;
MOSLEMI, 1991; FAN et al., 1999). Ainda, a presença de extrativos lixiviáveis é
responsável por retardar a hidratação do cimento, levando à baixa resistência dos
compósitos cimento-madeira (PEHANICH; BLANKENHORN; SILSBEE, 2004;
KOCHOVA, et al., 2017).
Assim, os carboidratos da madeira reagem com o cálcio, alumínio e cátions de
ferro presentes no cimento, retardando a reação de hidratação deste e reduzindo sua
cristalinidade e resistência. (HACHMI; CAMPBELL, 1989). Ademais, a água presente
nos poros da matriz cimentícia apresenta um pH elevado, sendo capaz de quebrar as
ligações químicas das fibras de madeira, possibilitando, assim, a migração das
partículas de madeira para a superfície da pasta (YOUNG, 1970; SILVA et al., 2009;
CHAKRABORTY et al., 2013).
81
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
As reações inibidoras podem se desenvolver na interface material
lignocelulósico cimento ou na matriz e enfraquecer as ligações mecânicas ou químicas
entre o material e o cimento. Resinas e substâncias graxas podem migrar para a
superfície do material, durante a secagem e formar uma camada superficial
hidrofóbica. Essa camada reduz as ligações de hidrogênio entre o material e o
cimento, implicando em redução da resistência na interface (MILLER; MOSLEMI,
1991).
Como uma solução para minimizar a incompatibilidade entre o cimento e a
madeira, faz-se o uso de substância que aceleram a hidratação do cimento. Nesse
contexto, temos o cloreto de cálcio (CaCl2), que possui vasta utilização devido à sua
disponibilidade no mercado, baixos custos e resultados comprovados durante anos.
O CaCl2 não somente altera a taxa de hidratação dos minerais do cimento, mas
também reage com estes, influenciando, nas propriedades de resistência, composição
química, área superficial, morfologia e porosidade dos produtos de hidratação
(CASTRO, 2015).
Dentre os materiais lignocelulósicos cultivados no Brasil estão, por exemplo, o
sisal, coco, rami, curauá, cana de açúcar, soja e o trigo (KALIA et al., 2011). Segundo
dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a estimativa da
área plantada de trigo no mundo para a safra de 2021/2022 é de 224,6 milhões de
hectares, sendo que o Brasil permanece na 15ª posição, com previsão estimada de
7,7 milhões de toneladas de trigo (CONAB, 2021). Estima-se que, para cada tonelada
de grãos de trigo produzidos, são geradas 1,36 toneladas de palha (HORST, 2013).
Assim, o emprego deste tipo de painel possibilita a melhor utilização dos
resíduos gerados pela agricultura, e uma maior valorização destes no processo
industrial.
3 METODOLOGIA
3.1 MATERIAIS
82
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
determinada em ensaio segundo a NBR NM 248 Agregados Determinação da
composição granulométrica (ABNT, 2003). A massa específica do agregado é 2,74
g/cm³. Na Figura 1 é apresentado a curva granulométrica da brita utilizada.
83
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 2 – Curva granulométrica da areia usada e os limites da NBR 7211
Onde: L.I.Z.U.: Limite Inferior da Zona Utilizável; L.I.Z.O.: Limite Inferior da Zona Ótima; L.S.Z.U.:
Limite Superior da Zona Utilizável; L.S.Z.O.: Limite Superior da Zona Ótima.
Fonte: ABNT (2009)
84
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
3.2 MÉTODOS
Onde:
(1 + m) = Material seco (soma das proporções de areia e agregado graúdo);
H = Quantidade de água utilizada em 100 partes de material seco obtido pela
Tabela 1.
Para o cálculo do teor de cimento (% Cimento), determina-se a porcentagem
de cimento em relação à proporção de materiais secos. Se (1 + m) representa 100%
do material seco, a porcentagem necessária de cimento em relação à proporção de
materiais pode ser obtida por uma regra de três simples que está representada na
Equação 3.
100 100 (
%𝐶𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = = = 23,72%
(1 + 𝑚) 4,21 3)
(
%𝐴𝑟𝑒𝑖𝑎 = 𝛼 − (%𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜) = 60 − 23,72 = 36,28%
4)
(
%𝐵𝑟𝑖𝑡𝑎 = 100 − (𝛼) = 100 − 60 = 40%
5)
86
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
%𝐶𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 %𝐴𝑟𝑒𝑖𝑎 %𝐵𝑟𝑖𝑡𝑎 Á𝑔𝑢𝑎 (
𝑇𝑟𝑎ç𝑜 = ( );( );( );( )
%𝐶𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 %𝐶𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 %𝐶𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 %𝐶𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 6)
4×𝐹 (
𝑓𝑐 = ( )
𝜋 × 𝐷² 7)
Onde:
fc = resistência à compressão, em MPa;
87
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
F = força máxima alcançada, em N;
D = diâmetro do corpo de prova, em mm.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
200
150
150
100
50 40
30
10 15
0
0
TR 2,50% 5,00% 7,50%
% de substituição do agregado miúdo pelo farelo de trigo
88
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Com isso, pode-se verificar que, quanto maior a porcentagem de farelo de trigo
na mistura, menor a sua trabalhabilidade, assim, dificultando a sua aplicação sem a
perda de sua homogeneidade. Isto pode ter ocorrido devido à diferença da massa
específica do agregado e do farelo.
Decorridos 7 dias de cura, os concretos para o traço I, utilizando a/c 0,47 com
2,5% e 5,0% de substituição da areia pelo farelo de trigo, apresentaram uma queda
na resistência à compressão, de 32% e 97%, respectivamente, em comparação ao
concreto sem adições.
O Gráfico 3 apresenta os resultados da resistência à compressão depois de 7
e 28 dias de cura, quando substituída a areia pelo farelo de trigo.
Gráfico 2 – Resistência à compressão aos 7 e 21 dias para o traço com fator a/c: 0,47
40
35,99
Resistência à compressão (MPa)
35
7 Dias
30 28 Dias
25
20,72
19,17
20
14,01
15
10 8,76
5
0,57
0
TR 2,50% 5,00%
% de substituição do agregado miúdo pelo farelo de trigo
89
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
se que a resistência à compressão foi diminuindo gradativamente, conforme ocorria o
aumento da porcentagem do farelo de trigo.
Decorridos 7 dias de cura, os concretos para o traço II, utilizado a/c 0,55 com
2,5%, 5,0% e 7,5% de substituição da areia pelo farelo de trigo, apresentaram uma
queda na resistência à compressão, de 59%, 98% e 98%, respectivamente, em
comparação ao concreto sem adições.
O Gráfico 3 apresenta os resultados da resistência à compressão depois de 7
e 28 dias de cura, quando substituída a areia pelo farelo de trigo.
Gráfico 3 - Resistência à compressão aos 7 e 21 dias para o traço com fator a/c: 0,55
30 27,58
Resistência à compressão (MPa)
25 7 Dias
19,68 28 Dias
20
14,61
15
10 8,01
6,63
5
0,42 0,4 0,92
0
TR 2,50% 5,00% 7,50%
% de substituição do agregado miúdo pelo farelo de trigo
90
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
provas, após aplicação da carga, estavam úmidos, ainda, sem a cura total do
compósito.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BODIG, J.; JAYNE, B. A.. Mechanics of wood and wood composites. Malabar, FL:
Krieger, 1993.
91
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
CASTRO, V. G. et al. Painéis cimento-madeira de Eucalyptus saligna com diferentes
aditivos químicos e métodos de formação. Floresta, Curitiba, PR, v. 45, n. 2, p. 349 -
360, 2015.
92
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
SILVA, A. C.; SAVASTANO JUNIOR, H.; JOHN, V. M. Envelhecimento de
compósitos à base de escória de alto-forno reforçados com polpa celulósica residual
de eucalipto. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 9, n. 1, p. 25-44. 2009.
93
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
DRIVER PARA DISPLAY DE LEDS 12 VOLTIOS CONTROLADO DIGITALMENTE
PARA MODULO IoT21
Luana de Freitas22
Igor José Langer23
Luis Eduardo Palomino Bolivar24
RESUMO
Este artigo apresenta um novo drive para display de LED’s numa configuração
distribuída a partir de um Raspberry Pi para controlar dois displays 7 segmentos de 4
polegadas controlada por um microcontrolador programado para permitir o
gerenciamento de energia por driver. A comunicação modelando o IoT é realizado via
WiFi com o horário do servidor remoto. É apresentada a PCB, com requerimento de
12V e 5V para polarização, um canal de comunicação assíncrona half duplex. Este
desenvolvimento pretende diminuir a complexidade de conexões e fios resultantes em
topologias que usam da utilização de displays de 7 seguimentos e apresentar uma
topologia de driver para um relógio de quatro faces, utilizando como sistema
embarcado o microcontrolador PIC16F628 nos drivers. Visando a crescente demanda
por baixo consumo de energia. Representando, posteriormente, o método de
comutação dos displays. Finalizando com a aplicação do driver digital para cargas de
LEDs. No final são apresentadas as placas eletrônicas propostas. A potência atingida
no geral foi de 25W.
ABSTRACT
This article presents a new LED display driver in a distributed configuration from a
Raspberry Pi to control two 4-inch 7-segment displays controlled by a microcontroller
programmed to allow per-driver power management. The communication modeling the
IoT is performed via Wi-Fi with the time of the remote server. The PCB is presented,
with requirement of 12V and 5V for polarization, a half-duplex asynchronous
communication channel. This development intends to reduce the complexity of
connections and wires resulting in topologies that use the use of 7-segment displays
and to present a driver topology for a four-sided clock, using the PIC16F628
microcontroller in the drivers as an embedded system. Aiming at the growing demand
for low energy consumption. Representing later the method of switching the displays.
Finishing with the application of the digital driver for LED loads. At the end, the
proposed electronic boards are presented. The power achieved in general was 25W.
21
Pesquisa com apoio FUNDES – Art 171 em 2017 e PIVIC UNC 2019
22
Discente do curso de Engenharia Elétrica, Universidade do Contestado – UNC Campus Canoinhas
Membro do Grupo de Pesquisa em Energias Alternativas e Renováveis da UNC, e-mail:
luanadefreitas@hotmail.com.br
23
Discente do curso de Engenharia Elétrica, Universidade do Contestado – UNC Campus Canoinhas
Membro do Grupo de Pesquisa em Energias Alternativas e Renováveis da UNC, e-mail:
igorjlanger@gmail.com
24
Docente do curso de Engenharia Elétrica, Universidade do Contestado – UNC Campus Canoinhas
Membro do Grupo de Pesquisa em Energias Alternativas e Renováveis da UNC, e-mail:
palomino@unc.br
94
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
RESUMEN
Este artículo presenta un nuevo controlador de pantalla LED en una configuración
distribuida de una Raspberry Pi para controlar dos pantallas de 7 segmentos de 4
pulgadas controladas por un microcontrolador programado para permitir la
administración de energía por controlador. El modelado de la comunicación IoT se
realiza vía Wi-Fi con el tiempo del servidor remoto. Se presenta la placa de circuito
impreso, con requerimiento de 12V y 5V para polarización, un canal de comunicación
asíncrono semidúplex. Este desarrollo tiene como objetivo reducir la complejidad de
las conexiones y los cables, lo que da como resultado topologías que utilizan el uso
de pantallas de 7 segmentos y presentar una topología de controlador para un reloj
de cuatro lados, utilizando el microcontrolador PIC16F628 en los controladores como
un sistema integrado. Apuntando a la creciente demanda de bajo consumo energético.
Representando más adelante el método de intercambio de las pantallas. Terminando
con la aplicación del controlador digital para cargas LED. Al final se presentan las
tarjetas electrónicas propuestas. La potencia conseguida en general fue de 25W.
INTRODUÇÃO
95
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura1 – Blocos da arquitetura IoT
96
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Neste trabalho é apresentado uma descrição da topologia de conexão dos
display considerando os conceitos de IoT, as simulações das partes do driver com
resultados da implementação e comparação com trabalhos do gênero.
REVISÃO DE LITERATURA
Figura 2 – Topologia comum na distribuição de conexões para relógio digital de quatro faces.
16
Seg. a x 16
5V 16
Seg. b x 16
12V 16
Seg. c x 16
Controle Digital
Embedded 128 16
12 Seg. d x 16
System Driver
16
Seg. e x 16
RTC WiFi
16
Seg. f x 16
16
Seg. g x 16
16
Seg. p x 16
97
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Considerando diminuir a complexidade de conexão do driver com 128 fios aos
segmentos às 12 conexões do sistema embarcado, é proposto um modelo de driver
distribuído para controlar dois displays de 7 segmentos mais 1 LED do ponto ou 8
LEDs como é apresentado na figura 3. A robustez de um único driver é simplificado
com um driver para cada 8 LEDs x 2, incorporando um microcontrolador com conexão
de comunicação half duplex síncrono por um par de fios.
Figura 3 – Topologia em barramento, para drivers distribuidos com menor número de conexões com o
controle digital no sistema embarcado.
5V 12V
Controle Digital Driver 8 LEDs. x 2
Embedded Data Bus
System
Clock Bus
12V
RTC WiFi Driver 8 LEDs. x 2
12V 12V
8 LEDs. x 2 Driver Driver 8 LEDs. x 2
12V 12V
8 LEDs. x 2 Driver Driver 8 LEDs. x 2
12V 12V
8 LEDs. x 2 Driver Driver 8 LEDs. x 2
METODOLOGIA
98
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
O sistema proposto contém uma placa com um microcontrolador de 8bits e 18
pinos o PIC 16F628 que são utilizados para controlar dois displays 7 segmentos
D40011A/B de 4 polegadas que polarizam com fonte de 12 Voltios, a comunicação
half dulplex e a comutação dinâmica entre os displays de forma contínua. Para esta
comutação, aproveita-se uma frequência superior à percepção do olho humano, isto
é, uma frequência superior a 15 kHz (KADER; UDDIN; ABDULLAH, 2014).
Os opto acopladores são implementados em cada um dos LEDs do display,
utilizando um pin do PIC para com tensões de 0 Voltios e 5 Voltios, substituindo a
corrente de polarização gerada da fonte de 12 Voltios dos segmentos como apresenta
a Figura 4. Na mesma Figura, é incluído o esquemático geral do driver. O
chaveamento do display é realizado colocando um transistor Darlington TIP 31C no
catodo comum em cada display.
99
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
pino 13, aciona a intermitência dois LEDs que separam as horas dos minutos. No pino
4, é configurado para digitalmente selecionar se esse módulo apresentará as horas
ou os minutos. Assim, é desenhada um modelo só de circuito, sendo configurado de
forma permanente, utilizando um conector.
100
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 5 – Circuito de comutação utilizado em cada segmento dos displays, colocando em evidência
as correntes circulantes.
101
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Tabela 2 - Correntes circulando num segmento do driver comparados com os máximos dos
componentes.
Comparação de Correntes no Segmento do Driver
Corrente
Descrição Máxima(mA) Driver(mA)
Corrente de coletor de Q2 Considerando 7 74.16
IQ2 3000.0
segmentos mais o ponto. (9.27 x 8)
593.28
IV1 Corrente da fonte para os displays. 1000.0
(9.27 x 8 x 8)
Corrente de saida do PIC para polarizar entrada
IV2 25.0 3.89
do opto-acoplador.
IV3 Saida do PIC para saturar o Q2 25.0 1.28
IU1A Corrente de coletor do opto-acoplador 2N25 50.0 9.27
Fonte: Dados da Pesquisa
RESULTADOS E DISCUSSÃO
102
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
A placa proposta está representada nas figuras 7 e 8, desenvolvidas em
programa Ultilboard, realizando pos-simulation, fabricadas em fibra de vidro, dupla
fase, nitrato de prata entre furos, anti solda e marcara de componentes. Na figura 7, a
face top da placa e no bottom na figura 7, o display e os leds.
103
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Agradecimento
Reconhecimento ao programa de Fundo de Apoio à Manutenção e ao
Desenvolvimento da Educação Superior - FUNDES e ao programa FAP da
Universidade do Contestado e ao Laboratório de Desenvolvimento Tecnológico do
curso de Engenharia Elétrica.
REFERÊNCIAS
KADER, M. A.; UDDIN, R.; ABDULLAH, M. Bengali character based digital clock
using 13 segment LED display. 17th International Conference on Computer and
Information Technology (ICCIT). Dhaka, Bangladesh: IEEE, 2014. p. 388-391
104
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
PASSOS, R. D. Cálculo real do consumo energético da carga atual da
iluminação no Bloco C da Universidade do Contestado Campus de Marcilio
Dias visando a substituição por lámpadas LED. Canoinhas: Universidade do
Contestado, 2017.
PRASAD, A.; CHAWDA, P. Power Management Factor and Techniques for IoT
Design Devices. In: IEEE (Ed.) 19th International Symposium on Quality
Electronic Design (ISQED), 2018. p. 364 - 370. Doi:
doi:10.1109/ISQED.2018.8357314
105
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
ESTUDO APLICADO DO POTENCIAL DE GERAÇÃO DE ENERGIA
PIEZOELÉTRICA E VIA URBANA
Paulo César Pinto25
Patrícia Zini26
Cristiano Sampaio27
Waldemar Zucchi28
RESUMO
Transformar o peso do veículo que trafega sobre a pista em energia elétrica, converter
pressão mecânica em eletricidade: este é o princípio da tecnologia piezoelétrica em
teste, atualmente, em rodovias e vias urbanas pelo mundo – Energy Harvesting. A
energia gerada neste tipo de sistema (piezoelétrico) não é contínua, variando ao longo
do tempo, conforme o número de passagens de veículos e magnitude destas cargas.
Assim sendo, mostra-se viável, tecnicamente, quando instalados em locais
estratégicos de grande fluxo de veículos. Neste contexto, apresenta-se o potencial de
utilização desta energia obtida através do meio em rodovias e vias urbanas, sendo
apresentados estudos relacionados ao assunto, discutidos aspectos técnicos de
engenharia e infraestrutura de transportes; bem como, sua implantação em
cruzamento urbano em nível com dispositivo semafórico. Percebe-se viabilidade
técnica da geração de energia piezoelétrica em pavimentos como complementar às
demais, necessitando melhorias inerentes de qualquer inovação tecnológica; assim
como, para que se obtenha uma melhor atratividade econômica para implantação em
pequena, média ou grande escala..
ABSTRACT
Energy Harvesting is a concept that aims to transform the weight of the vehicle
traveling on a track into electrical energy, converting mechanical pressure into
electricity, it is the principle of piezoelectric technology currently being tested on
highways and urban roads around the world. This type of energy varies depending on
the load quantity of the vehicle and the number of times it passes, consequently, this
form of energy is discontinuous, being the best use when used on roads with a high
flow of vehicles. In this context, a study based on the implementation of piezoelectric
devices at an urban intersection with traffic lights in three Brazilian cities with different
25
Docente do Programa de Mestrado Profissional em Engenharia Civil, Sanitária e Ambiental,
Universidade do Contestado – UNC Campus Concórdia, Coordenador do Grupo de Pesquisa GEDEQ,
e-mail: paulo.pinto@professor.unc.br
26
Discente do curso Mestrado Profissional em Engenharia Civil, Sanitária e Ambiental, Programa de
Mestrado Profissional em Engenharia Civil, Sanitária e Ambiental, Universidade do Contestado –
UNC Campus Concórdia E-mail: patriciazini.eng@gmail.com
27
Discente do curso Mestrado Profissional em Engenharia Civil, Sanitária e Ambiental, Programa de
Mestrado Profissional em Engenharia Civil, Sanitária e Ambiental, Universidade do Contestado –
UNC Campus Concórdia E-mail: engacsampaio27@gmail.com
28
Discente do curso Mestrado Profissional em Engenharia Civil, Sanitária e Ambiental, Programa de
Mestrado Profissional em Engenharia Civil, Sanitária e Ambiental, Universidade do Contestado – UNC
Campus Concórdia E-mail: zucchi@unochapeco.edu.br
106
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
ports is presented: Marau, Erechim and Passo Fundo. Piezoelectric energy still shows
the initial phase of technological and experimental development, but it shows the
potential for use in the urban environment, mainly due to the concentration of light
vehicles, speeds and as a complementary alternative existing in the existing electrical
network
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
109
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
O projeto conceitual titulado Solar Wind Bridge trata da geração de energia
elétrica por meio da instalação de turbinas de vento entre pilares de pontes
(COLAROSSI; SARACINO; SARACINO, 2011) – Figura 2. Os autores apontam
potencial de geração de 36 milhões de KW/h, tendo capacidade de abastecer 15 mil
casas. Contudo, deve ser ressaltado que a concepção inicial apresentada não
considera, em nenhum momento, a viabilidade em termos da estabilidade estrutural
da ponte nem do fenômeno físico de ressonância.
111
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
eletricidade consumida no local por meio de dispositivos piezoelétricos (BUITENHUIS,
2010).
De acordo com Cook (2014), plataformas piezoelétricas foram instaladas no
Ultra Music Festival Korea, obtendo 250.000 pisadas. Sendo suficiente para carregar
10.000 telefones celulares. Nesse mesmo ano, 2014, foi criado um campo de futebol
no Morro do Mineiro, no Rio de Janeiro, Brasil, com 200 placas piezoelétricas,
responsáveis pela geração entre 20 a 30% dos 2kWh que são capazes de manter os
refletores acesos por até 10 horas (PAVEGEN, 2014).
Citam-se alguns locais, atualmente, onde estão instaladas placas para geração
de energia piezoelétrica pelo trânsito de pedestres: Heathrow Airport (oeste de
Londres), estação de trem de Saint-Owmer (norte da França), na Renaissance Works
e na estação de metrô WestHam (Londres), Riverdale School (Nova York), na
Gloucestershire University (sudoeste da Inglaterra).
112
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
(2014), podem ser gerados ao longo de uma estrada de 1 quilometro cerca de 200
kWh por hora, considerando 600 veículos pesados trafegando a 45 Mph.
Conforme Shulz (2015), em testes realizados em duas estações de metrô de
Tóquio, no Japão, por onde passam 2,4 milhões de japoneses em média durante um
dia útil, uma pessoa com 60 kg gerava 0,1 watt por segundo em 2006. Houve
melhorias nos dispositivos piezoelétricos instalados e, em 2007, a capacidade de
geração de energia por pessoa chegou a 1 watt por segundo. Em 2014, Cook (2014)
verificou que um pedestre pode produzir até 60 watts por segundo.
O potencial de geração de energia por meio da piezoeletricidade é pequeno;
provavelmente, sendo destinado somente para melhorias de sinalização ou
iluminação pública ou, de forma adicional, à rede elétrica existente. Contudo,
considerando os dados publicados pela Empresa de Pesquisa Energética do Brasil
(EPE/BR) que aponta consumo de anual de 467.161 GWh em 2018 – representado
acréscimo de 1,1% com relação ao consumo de 2017 – há aumento da demanda
energética em nível nacional, podendo ser necessárias gerações alternativas em
menores escalas como possibilidades para suprir o crescente consumo e a alocação
incipiente de recursos.
Benarroch (2007) relata o exemplo de implantação de sensores piezoelétricos
em pavimento rodoviário próximo à cidade de Israel. A pesquisa, desenvolvida pelo
Technion: Instituto de Tecnologia de Israel, dispôs os sensores sob uma camada de
revestimento asfáltico adaptado de 13 cm – localizados a 5 cm da superfície – a
energia acumulada por sua deformação foi armazenada em baterias dispostas ao
longo do trecho teste de 100 m; sendo possível iluminar toda sua extensão. O
pesquisador estima, visto que Israel possui pouco mais de 22.000 km², que seja
possível a instalação em 250 km de estradas.
Segundo Zhao, Ling e Yu (2012), placas piezoelétricas dispostas ao longo de
1 km de rodovia, seriam capazes de gerar energia elétrica suficiente para abastecer
2,5 mil casas (200 kWh por faixa de tráfego). Esta estimativa considera volume de 600
veículos pesados por hora de tráfego atuante médio.
A geometria da montagem dos conversores interfere também para a energia
gerada. Zhao, Ling e Yu (2012), sugerem utilização de dispositivos piezoelétricos do
tipo címbalo com 32 mm de diâmetro, capacidade de gerar até 1,20 mW de energia
elétrica com frequência de 20Hz de carga dos veículos.
113
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Estudo de viabilidade foi desenvolvido por Roshani (2016) para aplicação de
um protótipo de gerador piezoelétrico em pavimento rodoviário, desenvolvido com
discos de material PZT inseridos entre duas placas rígidas de cobre para serem
embutidos na estrutura do pavimento (camada de revestimento) – Figura 5. Nesse
caso, a energia atingida com base em ensaios de laboratório é de aproximadamente
1.080 Wh por ano, considerando tráfego diário de 100.000 veículos, custo unitário do
protótipo de US$ 200 (não considerado cabeamento nem instalação).
114
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 6 – Transdutores piezoelétricos instalados no pavimento rodoviário
115
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Pelos estudos apresentados, mostra-se de grande valia a continuidade de
pesquisas com materiais piezoelétricos em rodovias para que os dispositivos de
Energy Harvesting sejam aprimorados, considerando os esforços mecânicos do
entorno, dispositivos auxiliares de captação energética e as características
construtivas das camadas do pavimento; com isso, essa tecnologia se tornaria mais
atrativa financeiramente.
Não houve registros de qualquer pesquisa sobre monitoramento de pavimentos
rodoviários piezoelétricos ao longo do tempo e qual influência dos sensores no
desempenho funcional e estrutural do pavimento. Visto que a aplicação da tecnologia
de obtenção de energia pelo meio acarretará em possíveis alterações na estrutura da
camada de revestimento do pavimento – homogeneidade, disposição construtiva de
suas subcamadas e compactação – trechos experimentais devem ser executados
para adequações eletroeletrônicas nos sensores piezoelétricos e melhorias no nível
de maturidade da tecnologia, conforme já apresentado pela Tabela 1.
3 METODOLOGIA
116
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Sete de Setembro – Figura 8. Nesse ponto, há grande fluxo de veículos e ônibus
municipais, sendo o principal caminho entre o deslocamento Leste-Oeste da
população (Av. Brasil); bem como, um dos principais caminhos para quem desloca até
o centro comercial e de serviços de saúde de Passo Fundo (Norte-Sul) e de acesso à
Avenida Presidente Vargas. Ainda, sendo continuidade do traçado geométrico das
rodovias estaduais RS-135 e RS-324.
Figura 9 – Tráfego médio de veículos por tempo semafórico no horário das 08h-20h
117
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
A implantação do pavimento piezoelétrico foi considerada em 2 áreas de 10 m
x 12 m no cruzamento entre a Av. Brasil (pistas leste e oeste) e a Av. Sete de Setembro
(pista norte): totalizando 240 m². A estimativa de tráfego atuante no horário
determinado na pesquisa é mostrada através da Tabela 2; não tendo diferenciação
entre a composição de eixo entre veículos. Para fins de configuração de carga,
considerado veículo tipo de 1.300 kg, pressão de contato pneu/pavimento de 2,25
kgf/cm².
118
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
da Av. Brasil e 62 placas piezoelétricas ao longo do eixo da Av. Sete de Setembro
(cada placa medindo 0,40 m x 0,40 m).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 3 – Potencial de geração de energia elétrica por meio de pavimento piezoelétrico em via
urbana (cruzamento semafórico em nível na cidade de Passo Fundo/RS)
Av. Brasil
Av. Sete de
Horário
Leste Oeste Setembro
TOTAL
08:00 125,39 130,96 81,27 337,62
09:00 119,82 111,46 88,24 319,51
10:00 103,10 111,46 74,30 288,86
11:00 97,52 108,67 95,20 301,40
12:00 114,24 97,52 99,85 311,61
13:00 97,52 105,88 104,49 307,90
14:00 86,38 91,95 83,59 261,92
15:00 100,31 114,24 71,98 286,53
16:00 103,10 94,74 62,69 260,53
17:00 89,16 97,52 85,91 272,60
18:00 103,10 89,16 81,27 273,53
19:00 94,74 103,10 74,30 272,14
20:00 83,59 83,59 65,02 232,20
TOTAL (W/dia) 3726,35
119
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Tabela 4 – quantitativo de aparelhos elétricos que podem ser abastecidos pela energia gerada pelo
pavimento piezoelétrico em meio urbano
Consumo Quantidade
N. Aparelho Elétrico
(W/h) (08:00 - 20:00)
1 Recarga completa de Smartphone 4 621
2 Lâmpada Fluorescente 15 31
3 Notebook 15'' 100 5
4 Televisão 29'' 110 4
5 Geladeira Freezer 130 4
6 Secador de Cabelo 600 1
7 Ar Condicionado 7.500 BTU 1000 0,5
120
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
4) alta demanda energética do entorno (iluminação pública, sinalização viária,
residências, comércio e indústria);
5) menor comprimento de cabeamento até a rede elétrica principal (quando
utilizado como fonte energética adicional);
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
121
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
McALPINE. Innowattech, energy harvesting systems. Iroads TN-35, 2014, p 43-
49.
RANJAN, E.R. Solar power roads: revitalising solar highways, eletrical power and
smart grids. International Journal of Engineering Research and General
Science, v. 3, n. 1, p. 361-385, 2015.
122
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
VIABILIDADE ECONÔMICA DE LAJES MACIÇAS E NERVURADAS: ESTUDO DE
CASO29
Valdemar Junior Zucchi30
Paulo César Pinto31
RESUMO
Com o crescimento dos grandes centros e o aumento de edificações cada vez mais
verticalizadas e com vãos cada vez maiores surge a necessidade da implementação
de sistemas de lajes mais eficientes quanto às deformações e consumos de materiais.
O presente trabalho é um estudo de caso no qual foram feitas 14 modelagens no
software TQS em uma mesma planta de forma, utilizando os sistemas de laje maciça
e laje nervurada moldada in loco. Os modelos foram padronizados em alguns aspectos
como seção de vigas e pilares e também passaram por uma padronização na
resistência do concreto utilizado. Os resultados firmam o real motivo do uso das lajes
nervuradas nas edificações atuais com maiores vãos, onde fica evidenciado que o uso
de lajes maciças é sim satisfatório em alguns casos, mas vêm perdendo espaço
devido seu alto consumo de concreto e aço.
ABSTRACT
With the growth of large centers and the increase in buildings that are increasingly
verticalized and with increasingly larger spans, there is a need for the implementation
of slab systems more efficient in terms of deformations and material consumption. The
present work is a case study in which 14 models were made in the TQS software in
the same shape plan, using the systems of solid slab and ribbed slab molded in loco.
The models were standardized in some aspects as a beam and column section and
also underwent a standardization in the strength of the concrete used. The results
confirm the real reason for the use of ribbed slabs in current buildings with larger spans,
where it is evident that the use of solid slabs is indeed satisfactory in some cases, but
has been losing space due to its high consumption of concrete and steel.
29
Pesquisa vinculada ao Grupo de pesquisa em Engenharia, Desempenho e Qualidade ambiental ‐
GEDEQ
30
Engenheiro Civil, Mestrado em Engenharia Civil Sanitaria e Ambiental, Doutorando em Tecnologia
da Inovação pelo PPGTI – UNOCHAPECO. valdemar-zucchi@hotmail.com.
31
Engenheiro Civil, Mestrado em Engenharia de Transportes, Doutorando em Infraestrutura de
Transportes pelo PPGCI - UFGRS. eng.paulop@gmail.com
123
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
1 INTRODUÇÃO
Com o passar dos anos, as cidades, em geral, têm mostrado uma tendência
evolutiva do desenvolvimento contínuo e isso tem gerado uma forte migração da
população para os centros urbanos (WORDELL, 2003). Devido ao alto custo dos
terrenos em área central, tem-se optado por fazer o melhor aproveitamento possível
do terreno. Sendo assim, é mais comum vermos edificações verticalizadas atualmente
(CASTRO NETO, 2015).
Segundo Spohr (2008), a busca por opções mais econômicas tem se tornado
muito difícil, já que as estruturas mais antigas eram feitas em vãos menores. Assim, o
uso da laje maciça, por exemplo, não trazia maiores problemas, porém, na atualidade,
cada vez os vãos estão ficando maiores, havendo uma preocupação por parte dos
construtores devido a essa evolução imobiliária, sendo que as lajes estão ficando cada
vez mais espessas e, consequentemente, mais inviáveis economicamente.
Sabe-se que o projeto é a etapa mais importante da obra e que é nesse
momento que se deve escolher o melhor e mais barato sistema estrutural, já que os
custos dessa etapa equivalem de 15% a 20% do total. Justifica-se, então, que um
estudo visando à produtividade de 10% no sistema de lajes pode trazer uma economia
de 2% do total da obra (ALBUQUERQUE, 1999).
De maneira geral cada concepção estrutural pode variar conforme a demanda
em que sua estrutura é exposta. Sendo assim, a escolha correta dos sistemas
estruturais são relevantes para uma concepção econômica e bem-sucedida
(TARANATH, 2010).
De modo a responder essas questões, comparou-se, neste estudo, a
viabilidade financeira de lajes maciças e nervuradas de um modelo fictício e foi
comparado com outros estudos da área, buscando o melhor custo-benefício entre as
mesmas.
124
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA
2.1 LAJES
125
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
nervuradas apoiadas sobre vigas -Figura 2- e -Figura 3-. Foi observado que o sistema
que emprega lajes nervuradas apresentou uma economia de 10,98% em relação ao
sistema que se utiliza de laje maciça.
A primeira laje nervurada executada foi feita por William Boutland Wilkinson em
1854 que patenteou um sistema em concreto armado composto de pequenas vigas
espaçadas umas entre as outras, dispondo barras de aço nas regiões tracionadas e
preenchendo os vazios entre as nervuras com moldes de gesso (KAEFER, 1998 apud
ARAÚJO, 2008).
As lajes nervuradas, então, são constituídas por uma série de pequenas vigas
espaçadas entre si pela mesa, possuem seção transversal em forma de “T” já que a
mesa da laje ou região comprimida é considerada para o cálculo e comportam-se,
estaticamente, de maneira intermediária entre placa e grelha (BOCCHI; GIONGO,
1993 apud ARAÚJO, 2008).
Dessa forma, combatem com muita eficiência os esforços de tração, que são
absorvidos pela nervura com a devida armadura, e os esforços de compressão que
são suportados, em sua maior parte, pela mesa colaborante.
Devido a linha neutra dessas lajes, geralmente, estarem situadas próximas ou
sobre a mesa colaborante, a parte inferior não contribui em nada para a resistência e
compressão, servindo apenas para garantir a aderência entre o aço e o concreto. Tal
região é considerada inerte e poderá ser preenchida com material mais leve, sem
126
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
função estrutural, como placas de isopor, elementos cerâmicos, cubetas plásticas,
entre outros (ARAÚJO, 2008).
127
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Para coleta de dados e informações foi utilizado uma mesma planta de formas
contendo 4 pilares, 4 vigas e 1 laje de estudo. Essa planta de forma teve aumento
gradativo de seus vãos para estudo partindo de vãos com 3x3, 4x4, 5x5, 6x6, 7x7, 8x8
e 9x9.
Essa planta de forma foi, então, lançada no software CAD/TQS, uma
ferramenta de cálculos para análise e detalhamento para a elaboração de projetos de
estruturas de concreto armado, protendido e em alvenaria estrutural. Sendo que, tanto
para as lajes maciças como para as lajes nervuradas, foram lançados todos os vãos
individualmente, com intuito de se obter o consumo de materiais de cada vão de laje.
Para iniciar a modelagem no software TQS e obter resultados mais coerentes,
que poderiam representar um modelo base para comunidade e pesquisas futuras, foi
imposta a mesma planta como referência; as vigas foram submetidas a uma seção
única de 20x50cm e um carregamento linear de parede de bloco de 14 cm com uma
altura de 2,5m, o pé direito estabelecido em três metros e vinte centímetros e o
aumento de espessura das lajes era feito conforme a flecha máxima era ultrapassada.
Os parâmetros utilizados nos modelos foram baseados na cidade de
CONCÓRDIA-SC. Para tanto, foram impostas algumas atribuições a todos os
modelos, que foram:
Para o critério de classe de agressividade foi escolhida a classe II moderada
de uso urbano, reproduzindo solo central sem riscos de deterioração. A resistência do
concreto para todas as peças estruturais (pilares, vigas e lajes) foi definida como (25
MPa), com o agregado basalto de diâmetro 19 mm.
Para lançamento dos carregamentos sobre a laje foram estabelecidos
1,5KN/m² de carga fixa e 1,5KN/m² de carga acidental. Sendo assim, os esforços das
lajes passaram por combinações de carregamento diferentes
A flecha máxima nas lajes ficou definida como L/250, e, assim, o aumento de
espessura ficou atrelado a flecha máxima da laje.
Todas as flechas foram avaliadas seguindo a análise estrutural do software,
Grelha – TQS, utilizado para calcular o processo de determinação de flechas dos
diversos tipos de lajes, sendo que, para as lajes e nervuradas, foi usado o modelo de
grelhas não lineares.
128
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Para cada tipo de laje, foram coletados os dados referentes às áreas dos vãos,
conforme o projeto de formas adquirido do projeto estrutural, para então ser
quantificados os volumes de concreto, quantidade de escoras, formas e aço a serem
utilizados. Assim, coletados os resultados equivalentes ao quantitativo de materiais,
através do resumo estrutural e do resumo de plantas e materiais, presente no item
“resumo estrutural” do Software CAD/TQS.
4 RESULTADOS
129
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Tabela 2 – Dados lajes nervuradas
Vãos 3x3 4x4 5x5 6x6 7x7 8x8 9x9
Flecha máxima(cm) 1,2 1,6 2 2,4 2,8 3,2 3,6
Flecha adotada (cm) 0,3 0,8 1,6 1,9 1,8 2,7 3,2
Quantidade de aço (Kg) 42,4 68,7 109,4 201,8 298,5 522,1 804,1
Quantidade de concreto (m³) 0,8 1,5 2,4 4,6 7,3 11,7 17,2
Espessura laje(cm) 18 18 20 23 31 35 37,5
Fonte: Elaborado pelo autor
9x9
8x8
7x7
6x6
5x5
4x4
3x3
0 5 10 15 20 25 30
consumo de concreto laje nervurada (m³) consumo de concreto laje maciça (m³)
130
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Seguindo essa ideia, é comum que as lajes nervuradas apresentem um
consumo de concreto inferior às lajes maciças, porém esse consumo a mais só se
mostra aparente quando falamos de vãos maiores, pois para vãos de até 5x5, 6x6 os
consumos são muito próximos.
Segundo o Gráfico 2 é possível visualizar que o consumo de aço também é
superior em todas as modelagens para a laje maciça em comparação a laje nervurada.
9x9
8x8
7x7
6x6
5x5
4x4
3x3
consumo de aço laje nervurada (kg) consumo de aço laje maciça (kg)
O mesmo efeito ocorre, devido à região de tração estar localizada nas nervuras,
onde é usado aço apenas nessas regiões de tração, diferente das lajes maciças onde
é utilizado aço em toda a extensão da laje, devido a própria característica dessa laje.
Como a laje nervurada é mais leve do que a maciça, ao se aumentar os vãos
vê-se pouco aumento da armadura de tração, já que, devido à altura da laje nervurada,
a mesma se torna bem regida devido à sua inercia.
Por fim, em nível de comparação no quesito de formas, o custo para a
confecção de ambas as lajes pode ser visualizado no Gráfico 3 abaixo:
131
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Gráfico 3 – Custo de Formas
9x9
8x8
7x7
6x6
5x5
4x4
3x3
custo das formas laje nervurada (R$) custo das formas laje maciça (R$)
132
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Visando realizar uma comparação de custos final para ambas as lajes em todas
as seções propostas, é possível visualizar os custos finais (aço, concreto, formas) no
Gráfico 4 abaixo:
Para ter um resultado confiável sobre as duas lajes, foi definido o custo final de
ambas as lajes para todos os vãos calculados e o que pode se identificar é que as
lajes nervuradas são mais econômicas que as lajes maciças, principalmente quando
falamos em grandes vãos.
No estudo feito, notou-se uma economia de 13% no valor final da laje nervurada
quando comparada no vão de 9x9 e de 7% no modelo com vão de 8x8.
Santos (2009) efetuou uma análise comparativa no dimensionamento de lajes
maciças convencionais e lajes nervuradas apoiadas sobre vigas. Foi observado que
o sistema que emprega lajes nervuradas apresentou uma economia de 10,98% em
relação ao sistema que se utiliza de laje maciça. Sendo assim, os estudos se
assemelham e trazem certo grau de confiabilidade.
Albuquerque (1999) apresentou uma análise de alternativas estruturais para
edifícios em concreto armado, utilizando o software TQS. Constatou-se que a
estrutura convencional com lajes maciças apresentou o maior custo, e a grande
133
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
quantidade de vigas desse sistema dificulta a execução e prejudica a arquitetura.
Enquanto a estrutura convencional com lajes nervuradas, utilizando caixotes
reaproveitáveis de polipropileno foi a mais econômica, apresentando uma redução de
15,15% em relação à alternativa com lajes maciças.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
134
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). NBR 6120: Cargas
para o cálculo de estruturas de edificações – Procedimento. Rio de Janeiro, 1980.
135
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
TARANATH, Bungale S. Reinforced concrete design of tall buildings. New York:
CRC Press, 2010.
ANEXOS
137
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
m² Painel de madeira compensada, resinado de 12 mm de espessura, com faces 0,083 15,12 1,25
e bordas retas revestidas com resina fenólica, segundo NBR ISO 1096.
m Pontaletes de madeira serrada, de pínus (pínus spp), de 7,5x7,5 cm, de 2ª 0,167 9,06 1,51
qualidade, segundo ABNT NBR 11700.
m Tábua de madeira serrada, de pínus (pínus spp), de 2,5x20 cm, de 2ª 1,000 9,40 9,40
qualidade, segundo ABNT NBR 11700.
Un Escora metálica telescópica, até 4 m de altura. 0,013 73,20 0,95
kg Pregos comuns 17x21 com cabeça, de 3 mm de diâmetro e 48 mm de 0,040 3,86 0,15
comprimento.
l Agente desmoldante, à base de óleos especiais, emulsionante em água para 0,030 4,95 0,15
formas metálicas, fenólicas ou de madeira.
Un Separador certificado para lajes maciças. 3,000 0,17 0,51
kg Arame galvanizado para atar, de 1,30 mm de diâmetro. 0,294 2,49 0,73
l Agente filmógeno para a cura de concretos e argamassas. 0,150 3,52 0,53
h Montador de formas. 0,658 23,88 15,71
h Ajudante de montador de formas. 0,658 18,30 12,04
h Armador. 0,306 23,88 7,31
h Ajudante de armador. 0,284 18,30 5,20
h Oficial de trabalhos de concretagem. 0,013 23,88 0,31
h Ajudante de trabalhos concretagem. 0,055 18,30 1,01
% Custos diretos complementares 2,000 236,21 4,72
Custo de manutenção decenal: R$ 12,05 nos primeiros 10 anos. Total: 61,48
138
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
m² Tela eletrossoldada Q 92 15x15 cm, com fios longitudinais de 4,2 mm de 1,100 8,22 9,04
diâmetro e fios transversais de 4,2 mm de diâmetro, aço CA-60, segundo
ABNT NBR 7481.
l Agente filmógeno para a cura de concretos e argamassas. 0,150 3,52 0,53
h Montador de formas. 0,509 23,88 12,15
h Ajudante de montador de formas. 0,509 18,30 9,31
h Armador. 0,237 23,88 5,66
h Ajudante de armador. 0,257 18,30 4,70
h Oficial de trabalhos de concretagem. 0,005 23,88 0,12
h Ajudante de trabalhos concretagem. 0,020 18,30 0,37
% Custos diretos complementares 2,000 177,68 3,55
Custo de manutenção decenal: R$ 9,06 nos primeiros 10 anos. Total: 71,34
140
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Composição de custo laje nervurada 37,5 cm
Preço Preço
Un Descrição Rend. unitário Insumo
m² Painel de madeira compensada, resinado de 12 mm de espessura, com faces e 0,083 15,12 1,25
bordas retas revestidas com resina fenólica, segundo NBR ISO 1096.
m Pontaletes de madeira serrada, de pínus (pínus spp), de 7,5x7,5 cm, de 2ª 0,167 9,06 1,51
qualidade, segundo ABNT NBR 11700.
Un Escora metálica telescópica, até 4 m de altura. 0,013 73,20 0,95
m Tábua de madeira serrada, de pínus (pínus spp), de 2,5x20 cm, de 2ª qualidade, 1,520 9,40 14,29
segundo ABNT NBR 11700.
kg Pregos comuns 17x21 com cabeça, de 3 mm de diâmetro e 48 mm de comprimento. 0,040 3,86 0,15
l Agente desmoldante, à base de óleos especiais, emulsionante em água para formas 0,030 4,95 0,15
metálicas, fenólicas ou de madeira.
m³ Poliestireno expandido para caixões perdidos. 0,253 135,69 34,33
Un Separador certificado para lajes nervuradas bidirecionais. 1,200 0,12 0,14
kg Arame galvanizado para atar, de 1,30 mm de diâmetro. 0,190 2,49 0,47
m² Tela eletrossoldada Q 92 15x15 cm, com fios longitudinais de 4,2 mm de diâmetro 1,100 8,22 9,04
e fios transversais de 4,2 mm de diâmetro, aço CA-60, segundo ABNT NBR 7481.
141
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
MEDIDAS PARA O CONTROLE DE EVENTOS DE ALAGAMENTO NO
MUNICÍPIO DE RIO DO CAMPO/SC
RESUMO
Os fenômenos meteorológicos, atualmente, têm se apresentado em várias partes do
planeta de forma imprevisível, desordenada e com muita intensidade. Um dos grandes
problemas enfrentados ao longo das últimas décadas são os constantes alagamentos
que atingem a população de muitas regiões do mundo. Muitas cidades surgiram e
cresceram, por vezes, sem planejamento urbano, geralmente em locais impróprios
para a construção de moradia ou para o crescimento das cidades. A comunidade de
Taiozinho, no município de Rio do Campo estado de Santa Catarina, não difere disso,
ao longo dos anos vem sendo afetada por eventos hidrológicos extremos. Dessa
forma, o objetivo principal deste trabalho, foi analisar o sistema de drenagem pluvial
desta comunidade, verificando as condições de manutenção e dimensionamento da
rede de drenagem existente, por meio de visitas in loco, coleta de dados e análises
de projetos. Pode-se constatar que a rede de drenagem pluvial se apresenta
insuficiente para os eventos com grandes volumes de precipitação. As sarjetas e as
bocas de lobo não estão em condições adequadas de uso, sem manutenção e limpeza
ou foram mal construídas e acabam obstruindo a passagem da água. Já a tubulação
existente em algumas ruas não comporta a vazão necessária em momentos de
grandes precipitações. Com a manutenção e limpezas de bueiros, dimensionamento
correto das tubulações nos pontos de alagamento, construção de novas redes de
drenagem e instalação de novas bocas de lobo, é possível dispor de medidas para o
controle dos alagamentos que ocorrem frequentemente nesta comunidade.
ABSTRACT
Currently, meteorological phenomena have appeared in various parts of the planet in
an unpredictable, disorderly and intense way. One of the major problems faced over
the last few decades is the constant flooding that affects the population of many regions
of the world. Many cities emerged and grew, sometimes without urban planning,
usually in places unsuitable for housing construction or for the growth of cities. The
community of Taiozinho, in the municipality of Rio do Campo, state of Santa Catarina,
does not differ from this, over the years it has been affected by extreme hydrological
events. Thus, the main objective of this work was to analyze the rainwater drainage
system of this community, verifying the maintenance conditions and dimensioning of
the existing drainage network, through on-site visits, data collection and project
32
Docente do curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade do
Contestado – UNC, e-mail: willian.j.goetten@gmail.com
33
Discente do curso Engenharia Civil, Centro Universitário para Desenvolvimento do Alto Vale do
Itajaí – UNIDAVI - Campus Rio do Sul, e-mail: marcostambosi@unidavi.edu.br
142
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
analysis. It can be seen that the rainwater drainage network is insufficient for events
with large volumes of precipitation. Gutters and storm drains are not in proper
conditions of use, without maintenance and cleaning, or they were poorly constructed
and end up blocking the passage of water. On the other hand, the existing piping in
some streets does not support the necessary flow in times of heavy rainfall. With the
maintenance and cleaning of culverts, correct dimensioning of pipes at the points of
flooding, construction of new drainage networks and installation of new vents, it is
possible to have measures to control the floods that frequently occur in this community.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
3 METODOLOGIA
144
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
referência para a escolha da Chuva de Projeto, dois eventos hidrológicos extremos
que ocorreram em 2013 e 2018, respectivamente. Os resultados dos estudos propõem
medidas para mitigar os problemas gerados em grandes picos de precipitações.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
145
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Precipitações estudadas para a comunidade de Taiozinho
146
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 2 – A primeira imagem apresenta o Evento 1 (2013), a segunda imagem é referente ao Evento
2 (2018).
148
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 4 – Classificação do solo para a sub-bacia B.
Tabela 2 – Dados dos Trechos analisados - Rua Gumercindo Varela e Rua Guilhermina Avi.
COMPONENTES TRECHO – 1 TRECHO - 2 TRECHO - 3 TRECHO – 4
Comprimento da tubulação 55 m 110 m 55 m 35 m
Diâmetro 0,4 m 0,4 m 0,3 m 0,4 m
Desnível 1,3 m 1,8 m 0,5 m 0,2 m
Coeficiente Manning 0,011 adm 0,013 adm 0,011 adm 0,011 adm
Raio Hidráulico 0,12 adm 0,122 adm 0,091 adm 0,122 adm
Declividade 0,024 mm 0,016 mm 0,009 mm 0,006 mm
Vazão para tubos circulares 0,370 m³/s 0,260 m³/s 0,107 m³/s 0,182 m³/s
Velocidade 3,432 m/s 2,416 m/s 1,757 m/s 1,687 m/s
Tempo de escoamento 0,267 min 0,759 min 0,522 min 0,346 min
Fonte: Tambosi (2018).
150
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 5 – Tubulação existente Rua Gumercindo Varela, Guilhermina Avi e Rua Campinas.
Tabela 3 - Dados dos Trechos analisados – Rua Campinas e Rua João Garlini.
COMPONENTES TRECHO – 1 TRECHO – 2 TRECHO – 3
Comprimento da tubulação 50 m 20 m 20 m
Diâmetro 0,4 m 1m 1m
Desnível 0,5 m 0,3 m 0,3 m
Coeficiente Manning 0,011 adm 0,011 adm 0,011 adm
Raio Hidráulico 0,122 adm 0,304 adm 0,304 adm
Declividade 0,010 mm 0,015 mm 0,015 mm
Vazão para tubos circulares 0,241 m³/s 3,392 m³/s 3,392 m³/s
Velocidade 2,232 m/s 5,036 m/s 5,036 m/s
Tempo de escoamento 0,373 min 0,066 min 0,066 min
Fonte: Tambosi (2018).
151
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 6 – Travessia da rua João Garlini.
152
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
tubulação, o qual denominou-se, trecho 5, que passará em terrenos particulares de
fácil acesso, não afetando as construções ali existentes, essa tubulação tem como
finalidade a ligação da tubulação da rua Gumercindo Varela para a rua Guilhermina
Avi, conforme a Figura 7. Os diâmetros adotados para a tubulação a ser instalada,
serão diâmetros de comerciais. Sugeriu-se, também, um diâmetro de tubulação maior
que o necessário, para um possível crescimento urbano ou mesmo em caso de
pavimentação das ruas. A vazão do trecho 1 é apenas de 0,34m³/s; do trecho 3 é de
0,11 m³/s e do trecho 4, 0,18m³/s, mas para esses trechos estudados necessita-se de
uma vazão de pico de 2m³/s. Essa vazão de pico é terminada para 23 % da área
contribuinte da sub-Bacia A.
Figura 7 – Propostas para as Ruas Guilhermina Avi, Gumercindo Varela e Rua Campinas.
153
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
4.7 DIMENSIONAMENTO DOS TRECHOS1 E 3 NA RUA CAMPINAS E JOÃO
GARLINI.
154
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Há sete (7) bocas de lobo existentes nas ruas Gumercindo Varela e
Guilhermina Avi, sendo insuficientes para atender a vazão de 2m³/s. As estruturas
ainda estão entupidas, sem manutenção e até mesmo mal construídas, conforme
Figura 9.
155
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
manutenções, pois o mesmo, de acordo com os cálculos realizados, ajuda a atender
a vazão das ruas.
As tubulações de travessia das Ruas Campinas e João Garlini, o trecho 1 e 3
não atendem as vazões necessárias. Para o trecho 1 projetou-se uma tubulação com
diâmetro de 1m, atendendo a vazão de 3m³/s. Para o trecho 3 a tubulação existente
tem diâmetro de 1m que atende a uma vazão de 3,39m³/s, porém a vazão necessária
é de 5m³/s, com isso projetou-se uma tubulação paralela a existente com as mesmas
dimensões, obtendo uma vazão de 6,78m³/s e suprindo o escoamento necessário de
5m³/s. A substituição da tubulação de 1m existente para outra tubulação com diâmetro
de 1,5m atenderá a vazão de 31,14m³/s necessária para o bueiro 1, pois a vazão, com
essa nova tubulação, é de 32,56m³/s, fazendo com que o rio não transborde.
Apenas a limpeza dos tubos no bueiro 2 atenderá vazão de pico de 31,14m³/s,
pois a vazão que se tem com a tubulação suja é de 26,1m³/s, após o cálculo feito com
as mesmas limpas chegou-se a vazão de 33m³/s, sendo suficiente para atender a
vazão necessária. Constatou-se, também, que as bocas de lobo existentes são
insuficientes para a drenagem da água pluvial, devido estar entupidas, sem
manutenção e até mesmo mal construídas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
156
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
região afetada, como as realizadas para a comunidade em questão. Porém, é
necessário destacar que o projeto proposto apresenta eficiência em relação aos
eventos pluviométricos calculados para a comunidade de Taiozinho, sendo necessário
que tanto a poder público municipal quanto à população tenham consciência e
contribuam para manter em condições adequadas os dispositivos de drenagem com
limpezas periódicas das bocas de lobo, bem como o cuidado com resíduos sólidos
depositados nas ruas em locais impróprios que acabam sendo levados pelas águas
das chuvas, obstruindo o curso natural e, consequentemente, causando os
indesejáveis alagamentos.
Os estudos aqui realizados, as pesquisas, análises, diagnósticos e soluções
encontradas podem servir como embasamento para novos estudos com temáticas
que contemplem as mesmas problematizações encontradas nesse cenário, visto que
o presente trabalho determina as ações a serem realizadas passo a passo.
REFERÊNCIAS
BACK, Álvaro José. Hidráulica e hidrometria aplicada: com programa Hidrom para
cálculo . 2. ed., rev. e ampl. Florianópolis, SC: EPAGRI, 2015.
157
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
PORTO, R. L. et al. Drenagem urbana. In: TUCCI, C.E.M. et al (Org.). Hidrologia:
ciência e aplicação. 4. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS/ABRH, 2015.
158
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
MELHORAMENTO DA PRODUÇÃO DE MUDAS DE TABACO UTILIZANDO O
SISTEMA DFT (DEEP FILM TECHNIQUE) DENTRO DO MARCO AGRO 4.0 –
COM ABORDAGEM IOT34
RESUMO
Este trabalho apresenta o desenvolvimento de um sistema IoT para coleta de dados
de forma remota, visando melhorar a eficácia de 83,3% da produção de mudas de
tabaco, considerando o monitoramento em efluente líquido do sistema DFT (DEEP
FILM TECHNIQUE) dentro do marco Agro 4.0. A base desse projeto utiliza um
microcontrolador Wemos d1 Esp32 com Wi-Fi integrado, com a utilização de sensores
digitas DHT22 e DS18B20, conversor analógico digital ADS1115, sensores analógicos
de pH modelo 4502C e de condutividade elétrica Tds (sólidos dissolvidos totais). O
Wemos realiza as medições das variáveis do monitoramento em comunicação com o
servidor remoto com as variáveis analisadas em banco de dados, utilizando uma
plataforma IoT com comunicação no sistema embarcado. Apresentar os dados
coletados pelo sistema eletrônico em Dashboard através do aplicativo Bliynk,
disponível por internet, com relatórios das condições monitoradas na produção de
mudas dentro das características do Agro 4.0. O intuito desse monitoramento foi
melhorar a eficácia das mudas de tabaco, e, depois de cada passo seguido, coclui-se
que o projeto é eficaz e melhorou a produção de mudas de tabaco em 94,2%.
ABSTRACT
This work presents the development of an IoT system for remotely advanced data
collection the improvement of 83.3% of the production of tobacco seedlings
considering the monitoring in liquid effluent of the DFT system (DEEP FILM
TECHNIQUE) within the Agro 4.0 framework. The basis of this project is the use of a
Wemos d1 Esp32 microcontroller with integrated Wi-Fi, with the use of DHT22 and
DS18B20 digital sensors, ADS1115 analog digital converter, pH analog model 4502C
and Tds electrical conductivity sensors (dissolved compounds). Wemos performs the
variables of the variables of the monitoring in communication with the remote server
with the variables analyzed in a database using an IoT platform with communication in
the embedded system. It presents the data collected by the electronic system on the
Dashboard through the Bliynk application available on the internet, with reports of the
34
Resultado de pesquisa desenvolvida pelo PIVIC, e aprovada pela banca de Conclusão do Curso de
Engenharia Elétrica – UNC Canoinhas
35
Acadêmico do curso de Engenharia Elétrica, pela Universidade do Contestado – UNC Canoinhas
36
Professor orientador, docente do curso de Engenharia Elétrica, pela Universidade do Contestado –
UNC Canoinhas, Líder do Grupo de Pesquisa em Energias Alternativas e Renováveis da UNC. E-
mail palomino@unc.br
159
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
conditions monitored in the production of seedlings within the characteristics of Agro
4.0. The purpose of this electronic monitoring system is to improve the effectiveness
of tobacco seedlings, and after each step followed, it is concluded that the project is
effective and improved the production of tobacco seedlings by 94.2%.
1 INTRODUÇÃO
160
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
sofrer falhas por conta de excesso ou carência de nutrientes ou características
climáticas. Com isso, há perda de tempo na produção no sistema DFT.
𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜
𝐼= ∗ 100 (1)
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
2 REVISÃO DE LITERATURA
161
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
setor, tendo em vista um crescimento significativo de empregos, mais de 40 mil
empregos diretos nas empresas de tabaco. (SINDITABACO, 2020, p. 4-5).
Segundo Santos (2020), gerente de Marketing e Planejamento para Agricultura
de Precisão da John Deere “A tecnologia impacta cada vez mais o Agro 4.0 e o futuro
dessa agricultura depende de inteligência artificial, utilizando fatores de sucesso como
coleta de dados com sensores, robótica, geração de inteligência com dados, execução
do campo e rede de concessionários”.
Agricultura 4.0 é o marco que se baseia na colaboração do campo com
ferramentas digitais, é uma realidade que surgiu a partir de 2010 e aos poucos vem
ganhando espaço no agronegócio brasileiro (CULTIVAR, 2020).
Claramente, a tecnologia aplicada no campo foi determinante para que a
agricultura brasileira alcançasse o patamar atual. O crescimento é contínuo e o Brasil
vem sendo a nova era de tecnologia agrícola, Na época atual, não se encontra uma
separação no meio físico e virtual no mundo, relacionados para facilitar a vida das
pessoas. O conceito da Agricultura 4.0 (Agro 4.0), por outro lado, chama-se
agricultura digital, visto que se faz referência à indústria 4.0, revolução que teve
abertura automobilística alemã e que agora conquista fábricas e diversos segmentos
devido à completa automatização proporcionada aos processos produtivos (VDMA;
VERLAG, 2016).
O sistema de Técnica de Fluxo Profundo (DFT) conhecido como Float é uma
ferramenta de uma boa qualidade e produtividade em mudas de tabaco, fortes e
sadias. Esse sistema de mudas é produzido em bandejas de isopor, instaladas em
uma piscina sobre fina camada de água que permite vários benefícios como
eliminação do fumigante brometo de metila, dispensa a irrigação, reduz a necessidade
de agroquímicos, produz mudas mais uniformes para o transplante e proporciona
condições mais confortáveis para o trabalho de controle das mudas (SOUZA CRUZ,
2007).
E hoje, evidencia-se que o cultivo de tabaco consiste em uma série de práticas
adotadas pelos produtores, como por exemplo a produção de mudas, o preparo da
lavoura, o transplante das mudas, a condução da lavoura, a colheita, a cura e
secagem. Os usos de fertilizantes e pesticidas são muito exigidos nas primeiras
etapas, com isso, o trabalho é focado nos usos desses fertilizantes e pesticidas que
ocorre através de monitoramentos do pH, umidade, temperatura, condutividade
162
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
elétrica e salinização da água e instalação de sensores nos sistemas Float (SNELL;
BESSIN; SANDERSON, 2021, p. 10).
Essa proposta contribui no desenvolvimento do Agro 4.0 na produção de
mudas do tabaco, podendo assim aumentar a produção de mudas, onde o impacto
econômico, principalmente para o agricultor, é de benefício, mostrando assim,
variáveis de produtividade referentes às mudas, em que pode haver melhorias no uso
de fertilizantes e pesticidas, para fazer ajustes no DFT. Consequentemente, o
monitoramento das condições de nutrientes nos fluidos permitem diminuir o risco de
pragas, pestes e até mesmo a morte das mudas.
3 METODOLOGIA
163
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Revisão do Estado da Arte busca compreender as técnicas de observação
animal em campo aberto e como são obtidos os dados sobre as trajetórias. Será
estudado também, se há dispositivos e softwares que são utilizados em tal
procedimento. O Protótipo trata de desenvolver um desenho do circuito eletrônico que
eu possa medir a acidez, temperatura e condutividade elétrica da água, assim como
temperatura e umidade do ambiente e a linguagem da programação do hardware e
software da estrutura do protótipo, elaboração do sistema DFT. Desenvolvimento do
software considera projetar um sistema computacional para monitoramento das
variáveis, condições, estas, das análises feitas no monitoramento do sistema DFT.
Testes do Projeto após a implantação do protótipo são testes nos sensores eletrônicos
e o servidor remoto de monitoramento para garantir se todos estão de acordo com o
seu funcionamento no sistema embarcado. Os testes, tratam-se de vinte bandejas de
200 mudas cada, uma delas monitoradas durante dias com o sistema DFT. Análise
dos Dados coletados no sistema (temperatura da água, temperatura do ambiente, pH
da água, umidade, condutividade elétrica da água) terão uma análise sistemática.
PLACA WEMOS D1 ESP32
4 RESTULTADOS E DISCUSSÃO
164
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Figura 5 – Instalação do protótipo no sistema DFT.
A figura acima mostra o protótipo instalado dentro do sistema DFT para realizar
o monitoramento da melhora das mudas de tabaco em termo de eficácia dentro do
marco Agro 4.0.
165
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
4. – Leitura de condutividade elétrica da água;
5. – Leitura do pH;
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Figura 8 – Gráfico thingSpeak leitura da temperatura do ambiente;
A Figura 10, analisa os dados salvos no thingSpeak que eram enviados a cada
5 minutos e, a imagem a seguir, representa leituras da temperatura do ambiente no
sistema DFT.
168
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A terceira análise do sistema é a umidade do ambiente que, em todo o período
de monitoramento, observou-se que se manteve dentro dos padrões analisados, pois
o sistema DFT é um sistema úmido, por isso, a umidade do ambiente se manteve em
seus padrões.
A Figura 10 ilustra os dados salvos no thingSpeak que eram enviados a cada
5 minutos.
A imagem, a seguir, representa leituras da umidade do ambiente.
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Figura 11 – Gráfico thingSpeak leituras de condutividade elétrica da água.
170
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condutividade não estava dentro dos padrões desejáveis para a produção de mudas
de tabaco.
A Figura 13 ilustra os dados salvos no thingSpeak que eram enviados a cada
5 minutos e, a imagem a seguir, representa leituras da condutividade elétrica da água.
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Figura 14 – Gráfico thingSpeak dados do pH.
172
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Após o aumento do pH, é buscada a opção de tentar manter o pH novamente
dentro dos padrões desejáveis. Assim, a primeira opção é adicionar água no sistema
DFT, pois como as mudas absorvem água para se manterem vivas, o sistema DFT
estava com o nível baixo de água com 4 cm, para tentar manter o pH dentro das
características desejáveis se adicionou 5 cm de água no sistema DFT e, aos poucos,
depois de 5 leituras equivalentes a 25 minutos, a leitura de pH baixou dentro das
características e se manteve dentro dos padrões.
A Figura 16 ilustra que, quando a temperatura do ambiente do sistema DFT
não estava elevado, o pH da água se manteve constante em suas leituras dentro das
características desejáveis na produção de mudas de tabaco como os dados salvos no
thingSpeak que eram enviados a cada 5 minutos e representa leituras do pH da água.
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Figura 17 – Layout do aplicativo blink.
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A Figura 20 ilustra o pesquisador fazendo a contagem das mudas aproveitáveis
e descartáveis para comparar se o sistema atingiu o seu estudo esperado dentro da
produção no sistema DFT no marco Agro 4.0 com abordagem em IOT.
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Tabela 3 – Componentes utilizados no sistema.
Componente Quantidade Valor Total
Placa Wemos D1 esp32 Wi-FI 1 R$ 129,40
Sensor Ds18B20 1 R$ 28,90
Sensor DHT22 1 R$ 37,75
Modulo sensor pH 1 R$ 196,44
Solução tampão 3 R$ 66,90
Sensor Condutividade Elétrica 1 R$ 195,00
Fonte 5V 1 R$ 48,00
Conversor ADS1115 1 R$ 40,20
Caixa acrílico 1 R$ 119,97
Custo Total R$ 862,56
Fonte: Dados da Pesquisa (2021)
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
180
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MANZANO, J. A. N. G. MySQL 5.5 - Interativo: guia essencial de orientação e
desenvolvimento. 1. ed. São Paulo: Érica, 2011.
181
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TROLLI. B, V. Fotodegradação de pesticidas presentes em efluente líquido do
sistema float de plantio de mudas de fumo. 2007. Dissertação. (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental. Santa Cruz do Sul. 2007.
182
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ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE REUSO DO EFLUENTE
TRATADO E DE ÁGUA PLUVIAL EM EDIFÍCIO RESIDENCIAL37
Eliciane dos Santos Franceschini 38
Gabriela Bueno 39
Renata Campos 40
Liege Fernanda Koston Wosiacki41
Aline Schuck 42
RESUMO
Atualmente o aumento da demanda e a diminuição da oferta de água com qualidade
é um dos problemas que vêm atingindo, principalmente, grandes cidades. Algumas
formas de aproveitamento de água para fins não potáveis, são soluções sustentáveis
que contribuem para o uso racional da água. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é
analisar a viabilidade de custo da implantação dos sistemas de reuso, um de efluente
tratado e outro de tratamento de água da chuva para um residencial multifamiliar,
visando torná-lo uma edificação sustentável. O projeto dos dois sistemas foi
executado por uma empresa terceirizada e, após a obtenção dos dados foi realizada
análise de viabilidade. A ETE compacta com capacidade de tratar 7,2 m³/dia tem um
custo de implantação de R$ 69.540,00 reais e atenderá 45 pessoas, já o sistema de
captação de água, com capacidade de 7.500 L custa R$ 27.600,00. A água tratada
será utilizada para descargas, limpeza do edifício, irrigação e outros usos não
potáveis. Após a análise do sistema foi possível acrescer em torno de R$16.000,00
reais no valor de cada apartamento para comercialização. De modo geral, entendeu-
se como não viável a implantação, por gerar alto custo ao empreendedor com
manutenção, porém no quesito sustentabilidade a sua implantação é indiscutível,
analisando seus benefícios aos moradores e ao entorno.
ABSTRACT
Currently, the increase in demand and the decrease in the supply of quality water is
one of the problems that have been affecting mainly large cities. Some ways of using
water for non-potable purposes are sustainable solutions that contribute to the rational
use of water. Thus, the objective of this work is to analyze the cost viability of the
37
Pesquisa resultante do Trabalho de Conclusão de Curso da Engenharia Civil da Universidade do
Contestado.
38
Engenheira Civil, Universidade do Contestado, Campus de Concórdia, e-mail:
elicianefranceschini@gmail.com
39
Pedagoga, Universidade do Contestado, Campus de Canoinhas, e-mail: gabrielab@unc.br
40
Dra. Em Fisioterapia Docente e Pesquisadora na Universidade do Contestado – UNC, Campus de
Mafra. Membro do Núcleo de Pesquisa em Saúde Coletiva e Meio Ambiente da Universidade do
Contestado (NUPESC), e-mail: renatacs@unc.br
41
Dra. Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental. E-mail: liegewosiacki@gmail.com
42
Dra. Engenharia Ambiental, Docente e Pesquisadora no Programa de Mestrado Profissional em
Engenharia Civil, Sanitária e Ambiental (PMPECSA) na Universidade do Contestado - UNC,
Campus de Concórdia. Membro do Grupo de Pesquisa e Extensão na Gestão de Riscos em
Desastres (GEGRID), e-mail: aline.schuck@unc.br
183
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
implementation of the reuse systems, one of treated effluent and the other of rainwater
treatment for a multifamily residential, aiming at making it a sustainable building. The
design of the two systems was carried out by an outsourced company and, after
obtaining the data, a feasibility analysis was carried out. The compact ETE with the
capacity to treat 7.2m³/day has an implementation cost of R$69,540.00 reais and will
serve 45 people, while the water collection system, with a capacity of 7,500L costs
R$27,600.00. The treated water will be used for flushing, building cleaning, irrigation
and other non-potable uses. After analyzing the system, it was possible to add around
R$17,000.00 to the value of each apartment for sale. In general, it was understood that
the implementation is not viable, since it generates high costs for the entrepreneur with
maintenance, but in terms of sustainability, its implementation is indisputable analyzing
its benefits to residents and the surrounding area.
1 INTRODUÇÃO
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Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
concentrar poluentes é convertido em água que será captada e, posteriormente,
utilizada para consumo (BERTOLO, 2006). O reuso de água, até pouco tempo atrás,
era considerado uma opção incomum e pouco difundida, mas atualmente as técnicas
de tratamento de água e de esgoto são muito similares e começam a se tornar uma
alternativa interessante e sustentável (MANCUSO; SANTOS, 2003).
Nesta pesquisa, serão apresentadas informações sobre instalação de dois
sistemas compactos que visam ao reuso de água. O primeiro é o sistema de captação
de água pluvial e o segundo é uma estação de tratamento de esgoto sanitário. Essas
são duas medidas aplicadas em um residencial de alto padrão e tem como objetivo a
preocupação com a sustentabilidade ambiental, redução de custos e aproveitamento
dos elementos presentes.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 REUSO
185
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operação e treinamento do pessoal responsável. Na NBR 13969/1997, as categorias
e parâmetros de esgoto são definidos de acordo com a taxa de reuso prevista. Essas
classes são as seguintes:
✓ classe1: lavagem de veículos e outros usos que requerem o contato direto
do usuário com a água, com possível aspiração de aerossóis pelo operador incluído
chafarizes; ✓ classe 2: lavagens de pisos, calçadas e irrigação de jardins,
manutenção de lagos e canais para fins paisagísticos, exceto chafarizes; ✓ classe 3:
reuso nas descargas de vasos sanitários; ✓ classe 4: reuso nos pomares, cereais,
forragens, pastagens para gados e outros cultivos através de escoamento superficial
ou por sistema de irrigação pontual.
186
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
mais restritivos, porém não potáveis. Na tabela 1, são apresentados os parâmetros
que devem ser analisados em águas pluviais.
Tabela 1 – Parâmetros de qualidade de águas pluviais para usos restritivos não potáveis.
Parâmetros Análise Faixa
Coliformes totais Semanal Ausência em 100mL
Coliformes termotolerantes Semanal Ausência em 100mL
Cloro residual livre Mensal 0,5 a 3,0 mg/L
< 2,0uT, para usos menos restritivos
Turbidez Mensal
< 5,0uT
Cor aparente (caso não seja
utilizado corante, ou antes, Mensal < 15 uH
da sua utilização
Deve prever ajuste do PH para pH de 6,0 a 8,0 no caso de tubulação
Mensal
proteção das redes de distribuição de aço, carbono ou galvanizado
NOTA: Para desinfecção, a critério do projetista, pode-se utilizar derivado clorado, raios
ultravioleta, ozônio e outros. Em aplicações onde é necessário um residual desinfetante
deve ser usado derivado clorado.
Fonte: NBR 15527/07.
187
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ideias para condomínios, estabelecimentos comerciais e locais não atendidos pela
rede pública.
A ETE, que será utilizada, é um sistema inovador para o tratamento de esgoto,
aliando tecnologia ambiental e simplicidade operacional. A estação funciona através
do método SBR (Reator Sequencial em Bateladas), podendo ser projetada para até
150,00 m³/dia de capacidade de tratamento ou uma população equivalente de 1.000
pessoas (residencial). O método de tratamento de esgoto SBR – Sequencing Batch
Reactor ou Reator Sequencial em Bateladas – é um sistema biológico de tratamento
que apresenta alta eficiência na remoção de poluentes. O método é utilizado no
mundo inteiro e, basicamente, utiliza lodo ativado e um tanque de acúmulo para
realizar todo o tratamento.
3 METODOLOGIA
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Figura 1 – Perspectiva da Edificação.
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Também, em atendimento à Lei n.º 4.411, de 22/05/2012, do Município de
Concórdia, será instalado um reservatório de 7.500L (7,5m³) para captação e
armazenamento de águas pluviais provenientes de telhados e coberturas. As águas
captadas em acessos e garagem não serão captadas para reutilização devido à
presença de materiais oleosos e partículas de metais. Esses sistemas são compactos
e estão disponíveis no mercado. Na pesquisa serão apresentadas informações sobre
esses sistemas, sua operação e os custos diretos para implantação.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O sistema que será implantado, destaca-se por ter todos os componentes que
garantem uma água de boa qualidade para o seu reuso. Entre os diferenciais estão,
190
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
a economia no consumo de água da concessionária, o sistema de filtragem e a ETAC
- estação de tratamento de água de chuva – automático.
A água de chuva, coletada no telhado, descerá pelas calhas e passará pelo
filtro instalado na tubulação (dentro da cisterna). Após passar pelo filtro, a água será
armazenada pelo tanque. Por meio de boia elétrica, a bomba centrífuga enviará a
água bruta para o filtro declorador de tratamento. Após passagem pelo filtro, haverá
dosagem de cloro dentro da tubulação para garantir uma água de boa qualidade a ser
distribuída no sistema.
De acordo com a Lei municipal n° 4.242, atualizada pela lei municipal n.º 4.411,
de 22 de maio de 2012, as novas edificações devem prever, em seu projeto,
reservatórios com volumes mínimos de armazenagem da chuva. O empreendimento
em estudo apresenta uma área total construída de 1.664,71 m², o que o define,
conforme artigo 3° da referida lei, o tamanho mínimo do reservatório em 7.000 L, para
as edificações e ampliações, independente do uso e localização, com área total
construída superior a 1.000,00 m² (Programa Municipal de Conservação e Uso
Racional da água nas Edificações, 2010). Então será adotado um reservatório de
7.500 L de polietileno a ser instalado no subsolo do condomínio. A tubulação de
ligação entre o reservatório e a bomba de recalque será em PVC e alimentará vasos
sanitários, torneiras de uso geral, torneiras para irrigação e limpeza de pisos e
calçamentos do edifício.
Esse reservatório será instalado junto aos demais e contará com sistema de
bomba elevatória para abastecimento de um reservatório superior, com capacidade
de 3.000 litros, do qual será feita a alimentação das torneiras para usos específicos,
conforme apresentado, em tubulações separadas e por gravidade.
191
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A ETE ,que será utilizada, é um sistema inovador para o tratamento de esgoto,
onde alia tecnologia ambiental e simplicidade operacional. A estação funciona através
do método SBR (Reator Sequencial em Bateladas), podendo ser projetada para até
150,00 m³/dia de capacidade de tratamento ou uma população equivalente de 1.000
pessoas (residencial). No entanto para o residencial, a ETE compacta terá uma vazão
máxima de 7.200 L/dia de esgoto, equivalente a 45 pessoas.
O método de tratamento de esgoto SBR – Sequencing Batch Reactor ou Reator
Sequencial em Bateladas – é um sistema biológico de tratamento que apresenta alta
eficiência na remoção de poluentes. O método é utilizado no mundo inteiro e,
basicamente, utiliza lodo ativado e um tanque de acúmulo para realizar todo o
tratamento.
Todo o sistema será instalado dentro de um tanque de concreto, hermético e
isolado com aplicação de material impermeabilizante. A água tratada é destinada a
uma cisterna da qual será bombeada para um reservatório superior. Deste, alimentará
vasos sanitários, torneiras de uso geral, torneiras para irrigação e limpeza de pisos e
calçamentos do edifício. O excedente tratado, proveniente da cisterna, será destinado
por extravasor, tubo PVC de 32mm, até a galeria pluvial existente abaixo do passeio
(Figura 3).
192
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Tabela 3. Funcionamento da ETE compacta.
Fase de carga: O tratamento tem início quando o
nível de água residual excede um nível definido de
enchimento, mostrado na figura. O esgoto bruto
proveniente do prédio é armazenado no primeiro
tanque, onde parte da carga orgânica total é
removida. O efluente é conduzido para o segundo
tanque (Reator SBR) através do sistema de
bombas de elevação hidráulica a ar comprimido
(airlift). Essa transferência ocorre de tal maneira
que apenas a água livre de sólidos é transferida
para o reator aeróbio. No projeto foi garantida a
permanência de um volume mínimo de água na Tanque 1 Tanque 2
primeira câmara. Dessa forma, há limitação do
nível de água, utilizando outros componentes
como boia elétrica não é necessária.
Fase de aeração: No segundo tanque ocorre o
processo de tratamento aeróbio. Nessa fase,
ocorrem períodos intercalados de aeração,
seguidos de carência de oxigênio, proporcionando
condições ideais para a degradação da matéria
orgânica.
Tanque 1 Tanque 2
Fase de sedimentação: Durante a fase de
sedimentação, é cessado a aeração e o lodo
biologicamente ativo se deposita no fundo do
tanque. Forma-se uma zona de efluente tratado na
parte superior do segundo tanque.
Tanque 1 Tanque 2
Tanque 1 Tanque 2
4.3 ORÇAMENTO
195
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Quadro 4 – Manutenção preventiva da ETE + ETAC.
MANUTENÇÃO PREVENTIVA ETE + ETAC
Periodicidade de troca ou CUSTO
manutenção UNITÁRIO
conjunto diafragma
a cada 30-40 meses R$ 1.780,00
SOPRADOR DE AR
filtro de carvão ativado a cada 12 meses R$ 1.230,00
Componente
filtro de areia a cada 12 meses R$ 1.230,00
troca a cada 9.000 horas
Luz ultravioleta R$ 200,00
~ a cada 24 meses
TOTAL R$ 4.440,00
Fonte: Autora (2020).
No quadro 5, foram previstos alguns itens gerais que serão necessários para o
funcionamento dos dois sistemas de tratamento e que não estavam considerados no
orçamento entregue pela empresa contratada para fornecimento e instalação dos
mesmos.
196
Engenharia, tecnologia e experiências (ISBN: 978-65-5493-002-4)
Quadro 6 – Total de acréscimo por apartamento.
VALOR DA
APARTAMENTO METRAGEM (m²) IMPLANTAÇÃO POR PORCENTAGEM
APARTAMENTO
Apartamento 101 169,74 R$ 10.838,39 0,11%
Apartamento 102 175,35 R$ 11.196,60 0,11%
Apartamento 103 179,42 R$ 11.456,49 0,11%
Apartamento 201 169,74 R$ 10.838,39 0,11%
Apartamento 202 175,35 R$ 11.196,60 0,11%
Apartamento 203 179,42 R$ 11.456,49 0,11%
Apartamento 301 240,09 R$ 15.330,44 0,15%
Apartamento 302 251,46 R$ 16.056,45 0,16%
Apartamento 303 135,47 R$ 8.650,15 0,09%
TOTAL 1676,04 R$ 107.020,00 1,07%
Fonte: Autora (2020).
Foi feita uma breve análise da economia de água mensal com a utilização de
reuso de água nos locais já citados anteriormente. Sendo possível ter uma maior
economia se utilizada para mais usos não potáveis, com redução de 12 mil ao ano,
permitindo investimento de melhorias de outras áreas do condomínio ou poderá ser
usado para manutenção dos sistemas.
Existe uma dificuldade muito grande em prever a demanda de água não
potável, pois é impossível mensurar a quantidade de água que cada pessoa consome
para realizar a mesma atividade – enquanto alguém pode utilizar 100 L de água por
dia, outra pessoa pode consumir 250 L, por exemplo. Os usos da água em uma
residência podem ser internos e externos e sua quantificação é, geralmente, feita por
estimativa de demanda, visto que as pesquisas no Brasil com relação ao consumo
residencial de água são escassas (TOMAZ, 2003). A partir do consumo de água,
pode-se estimar o uso médio:
- Bacia sanitária: considerou-se que cada pessoa utiliza a descarga seis vezes
ao dia e cada descarga tem volume de 9 L de água, e um vazamento de 9%.
- Área de jardim: o total da área de jardins do edifício é de 195 m², sendo
regado por 2 L/m². dia sendo quatro dias por mês.
- Área de limpeza: considerou-se que a limpeza geral é feita duas vezes por
semana e, para cada limpeza, são gastos 500 L de água.
- Limpeza automática da lixeira: para a limpeza da lixeira que será
automática, considerou-se 5 vezes na semana, com um jato de 10L.
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Quadro 7 – Total de água reutilizada por mês.
Economia Economia
Local do reuso Litros/mês M³/mês
mensal anual
Descargas 81000 81 R$ 690,55 R$ 8.286,60
Vazamento 7290 7,29 R$ 111,68 R$ 1.340,19
Irrigação 6240 6,24 R$ 95,60 R$ 1.147,16
Limpeza de áreas comuns 4000 4 R$ 61,28 R$ 735,36
Limpeza automática da lixeira 200 0,2 R$ 3,06 R$ 36,77
Total 98730 98,73 R$ 962,17 R$ 11.546,08
Consumo diário = 3,00 m³ (memorial de cálculo)
Fonte: Autora (2022).
Payback
R$100.000,00
R$-
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920212223242526272829303132333435
R$(100.000,00)
R$(200.000,00)
Investimento/Custos Retorno
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
199
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CASAN (Companhia Catarinense de Água e Saneamento). Manual de serviços de
instalação predial de água e esgoto sanitários. Florianópolis: CASAN, 2014
CASAN. Viabilidade para loteamentos, edificações e indústrias, Florianópolis:
CASAN, 2020).
FULLER, Sieglind K.; PETERSEN, Stephen R. Life-cycle costing manual for the
Federal Energy Management Program. US Department of Commerce. NIST
Handbook 135, 1996.
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TWM AMBIENTAL. Imagem captação de água da chuva. Disponível em:
http://twmambiental.com.br/blog/captacao-de-agua-da-chuva-em-predios-novos-
podera-ser-obrigatoria/. Acesso em 27 nov. 2020.
201
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