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Hudson Legnar Lima

Segurança
em Serviços com
Eletricidade (NR-10)
Segurança
em Serviços com
Eletricidade (NR-10)
Hudson Legnar Lima

Segurança em
Serviços com
Eletricidade (NR-10)

Natal/RN
2017
presidente
PROF. PAULO DE PAULA

diretor geral
PROF. EDUARDO BENEVIDES

diretora acadêmica
PROFA. LEIDEANA BACURAU

diretora de produção de projeto


PROFA. JUREMA DANTAS

FICHA TÉCNICA

gestão de produção de materiais didáticos


PROFA. LEIDEANA BACURAU

coordenação de design instrucional


PROFA. ANDRÉA CÉSAR PEDROSA

projeto gráfico
ADAUTO HARLEY SILVA

diagramação
MAURIFRAN MEDEIROS GALVÃO

revisão de estrutura e linguagem


SÍLVIA BARBALHO BRITO

revisão de língua portuguesa


SÍLVIA BARBALHO BRITO

revisão das normas da ABNT


LUÍS CAVALCANTE FONSECA JÚNIOR

ilustração
RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA

Catalogação da Publicação na Fonte (CIP)


Ficha Catalográfica elaborada por Luís Cavalcante Fonseca Júnior - CRB 15/726.

L732s Lima, Hudson Legnar.


Segurança em serviços com eletricidade (NR-10) /
Hudson Legnar Lima ; edição e revisão do Instituto Brasileiro
Tecnológico Brasileiro (ITB). – Natal, RN : 2016.
96 p. : il.

ISBN 978-85-68100-99-8
Inclui referências

1. Segurança no trabalho. 2. Norma Regulamentadora-


10. 3. Serviços em eletricidade. I. Instituto Tecnológico
Brasileiro. II.Título.

RN/ITB/LCFJ CDU 34:331.823:621.3(81)(094)


“Há uma força motriz mais poderosa que o vapor,
a eletricidade e a energia atômica: a vontade.”
(Albert Einstein).
Índice iconográfico

Atividade Vocabulário Importante

Mídias Curiosidade Querendo mais

Você conhece? Internet Diálogos

O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim-
ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es-
tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como
ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo.
Observe-os na descrição a seguir:

Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci-
mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno.

Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con-
siderado muito relevante.

Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência,
antes do resumo.

Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no
decorrer do estudo.

Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas
ao objeto de estudo.

Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre-
sentado ao final ou ao longo do texto.

Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e
outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem.

Internet – Citação de conteúdo exibido na Internet: sites, blogs, redes sociais.

Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais.
Sumário
Apresentação institucional.............................................................................................. 11
Palavra do professor autor............................................................................................... 13
Apresentação das competências..................................................................................... 15

Competência 01
Definir os serviços com eletricidade e em sua proximidade................................................... 19
O que é eletricidade?....................................................................................................... 19
Como é feita a geração da eletricidade.......................................................................... 20
A eletricidade pode matar?............................................................................................. 23
Estatísticas de acidentes no setor elétrico brasileiro.................................................... 24
Resumo............................................................................................................................. 26
Autoavaliação.................................................................................................................... 26

Competência 02
Identificar os riscos em instalações e serviços em eletricidade.............................................31
Choque elétrico..................................................................................................................31
Arco elétrico...................................................................................................................... 35
Queimaduras.................................................................................................................... 36
Campos eletromagnéticos................................................................................................37
Resumo..............................................................................................................................37
Autoavaliação.....................................................................................................................37
Competência 03
Reconhecer os riscos adicionais..............................................................................................41
Altura..................................................................................................................................41
Escada............................................................................................................................... 42
Andaime............................................................................................................................ 44
Cesta aérea....................................................................................................................... 44
Espaço confinado............................................................................................................. 46
Áreas classificadas............................................................................................................47
Condições atmosféricas, fauna e flora............................................................................47
Resumo............................................................................................................................. 48
Autoavaliação.................................................................................................................... 49

Competência 04
Identificar acidentes de origem elétrica e técnicas de análise de riscos.............................. 53
Acidentes de origem elétrica........................................................................................... 53
Técnicas de análise de riscos.......................................................................................... 56
Resumo............................................................................................................................. 59
Autoavaliação.................................................................................................................... 59

Competência 05
Implementar medidas de controle do risco elétrico............................................................... 63
Desenergização................................................................................................................ 63
Aterramento...................................................................................................................... 65
Outras medidas de controle............................................................................................ 69
Resumo............................................................................................................................. 72
Autoavaliação.................................................................................................................... 73

Competência 06
Utilizar os equipamentos de proteção coletiva e individual................................................... 77
Equipamentos de Proteção Coletiva............................................................................... 77
Equipamentos de Proteção Individual............................................................................ 78
Resumo............................................................................................................................. 87
Autoavaliação.................................................................................................................... 87

Competência 07
Reconhecer as normas técnicas brasileiras............................................................................91
ABNT NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão..............................................91
ABNT NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV......... 93
ABNT NBR 5419 – Proteção contra descargas atmosféricas....................................... 95
Resumo............................................................................................................................. 95
Autoavaliação.................................................................................................................... 96

Competência 08
Conhecer as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego................. 101
Resumo........................................................................................................................... 108
Autoavaliação.................................................................................................................. 109

Competência 09
Definir noções de combate a incêndios e primeiros socorros a acidentados...................... 113
Noções de combate a incêndios................................................................................... 113
Brigada de Incêndio........................................................................................................116
Primeiros socorros...........................................................................................................116
Resumo........................................................................................................................... 119
Autoavaliação.................................................................................................................. 120

Competência 10
Aplicar a segurança em instalações e serviços em eletricidade – NR-10............................ 123
Sobre a NR-10................................................................................................................ 123
Medidas de controle...................................................................................................... 124
Segurança na construção, montagem, operação e manutenção............................... 126
Segurança em instalações elétricas desenergizadas................................................. 128
Segurança em instalações elétricas energizadas....................................................... 128
Trabalhos envolvendo a alta tensão............................................................................. 129
Qualificação, habilitação, capacitação e autorização dos trabalhadores.................. 130
Sinalização de segurança e procedimentos de trabalho............................................ 131
Situação de emergência e responsabilidades............................................................. 132
Disposições finais........................................................................................................... 133
Resumo........................................................................................................................... 133
Autoavaliação.................................................................................................................. 133

Referências............................................................................................................................. 135
Gabarito.................................................................................................................................. 138
Conheça o autor..................................................................................................................... 139
Apresentação institucional

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e
empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen-
volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de
qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância.
Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen-
volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para 11
ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro-
dutivo da nação.
O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a
partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado
a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida-
mente concorrer aos crescentes postos de trabalho.
No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara
e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o
projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas
comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais.
O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con-
tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no
Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio-
namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para
o seu desenvolvimento pessoal e do seu país.
Palavra do professor autor

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
O que seria do mundo sem a eletricidade? Ela está em tudo que nos cerca, por isso as
pessoas sempre estão expostas aos seus riscos (principalmente aquelas que irão realizar
trabalhos interagindo com instalações elétricas), seja em casa, na rua ou no trabalho. Não
podemos menosprezar seus efeitos! Muitas vezes, por não enxergarmos a eletricidade, a
prevenção dos possíveis acidentes provocados por esta força é tratada como algo secun-
dário. Neste estudo sobre Segurança em Serviços com Eletricidade, vamos aprender como 13
realizar um trabalho em uma instalação elétrica de maneira segura e eficiente, e também
como prevenir danos à nossa saúde e aos equipamentos e máquinas. Este será o nosso
principal foco: levantar a discursão sobre os riscos e saber como evitá-los.
Apresentação das competências

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
Vamos iniciar na primeira competência com uma introdução sobre os serviços em insta-
lações elétricas, começando com uma conversa sobre eletricidade, trazendo informações
sobre ela e algumas estatísticas de acidentes.
Quais são os riscos que o trabalhador está exposto ao realizar um serviço com instala-
ções elétricas? Identificaremos na segunda competência os riscos de origem elétrica que
todo profissional da nossa área deve conhecer: o choque elétrico, o arco elétrico, as quei- 15
maduras e os campos eletromagnéticos.
Não estamos expostos apenas a riscos de origem elétrica. Existem também outros ris-
cos que serão apresentados na terceira competência, conhecidos como riscos adicionais:
a altura, o ambiente confinado, as áreas classificadas, as condições atmosféricas, a fauna
e a flora.
Descreveremos na competência 4 os acidentes de origem elétrica. Falaremos sobre
acidentes de uma forma geral e também dos acidentes de trabalho, listando as suas pos-
síveis origens. Também serão listadas algumas técnicas de análise de riscos, medidas que
devem ser feitas para prevenir a ocorrência dos acidentes.
Como realizar trabalhos com eletricidade de maneira segura? A competência 5 lista
algumas medidas a serem adotadas para controlar os riscos de origem elétrica, como a
desenergização, o seccionamento automático da alimentação, dentre outras.
Sempre que o risco existir, os equipamentos de proteção coletiva e individual devem ser
utilizados. Descreveremos na competência 6 os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs)
e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) que todo trabalhador que realiza serviços
com instalações elétricas deve conhecer e utilizar.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece algumas normas que
devem ser aprendidas por todos que realizam serviços em instalações elétricas ou em
suas proximidades. Descreveremos algumas das principais na sétima competência.
Além das normas da ABNT, temos também as Normas Regulamentadoras do Ministério
do Trabalho e Emprego (MTE), como a Norma Regulamentadora nº 10 (Segurança em Ins-
talações e Serviços em Eletricidade), conhecida como NR-10. Além disso, existem outras
normas que serão listadas e analisadas, justamente porque a própria NR-10 faz uso de
outras Normas Regulamentadoras (NRs). Assim, conversaremos sobre as normas mais im-
portantes para a sua vida profissional na competência 8.
Como agir quando acontece algum acidente? Descreveremos na nona competência no-
ções de combate a incêndio e de primeiros socorros a acidentados.
Por fim, um apanhado geral sobre a importante Norma Regulamentadora nº 10 será
feito na competência 10, listando os seus pontos principais.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

16
Competência
01
Definir os serviços
com eletricidade e em sua proximidade
Definir os serviços
com eletricidade e em sua proximidade

Realizar serviços em instalações elétricas e em sua proximidade irá expor o trabalhador


a alguns riscos. Não basta conhecer sobre eletrotécnica ou eletrônica, deve-se também
saber o que fazer para realizar os serviços mantendo a sua segurança e saúde.

Pensando sobre isso, devemos sempre procurar saber mais sobre as atividades envolvi-
das em nosso curso e trabalho, teorias e práticas que mexem com a eletricidade. Para isso,
iremos começar estudando o início. O que é eletricidade? Esta é uma das perguntas que

com Eletricidade (NR-10)


responderemos no decorrer desta competência. Estão preparados? Vamos lá.

Segurança em Serviços
O que é eletricidade?
Na Grécia Antiga existia um filósofo chamado Tales de Mileto. Ele viveu aproximadamen-
te entre 624 e 546 a. C. Como observador interessado na natureza, Mileto esfregou um
âmbar em peles de animais e conseguiu observar um fenômeno bem interessante: o atrito.
19
Esta resina, que em grego significa elektron, após o atrito, conseguia atrair pequenos ob-
jetos, como penas e palhas. Foi a partir dessa experiência que foi nomeada a eletricidade
(devido o nome da resina).

Curiosidade
O Âmbar é uma resina fóssil petrificada, formada há milhares de anos.
É possível encontrar pequenos animais fossilizados em seu interior. Não
são consideradas pedras preciosas por serem de origem vegetal, mas são
utilizadas para confeccionar joias e objetos ornamentais.
Figura 1 – Âmbar
Fonte: <http://ambaryarena.com/wp-content/uploads/2013/11/ambar-1.jpg>.
Acesso em: 27 dez. 2016.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

Mesmo com essa descoberta, o estudo dessa nova ciência só foi realmente iniciado
posteriormente. A partir da experiência de Mileto, no ano de 1600, o médico inglês William
Gilbert passou a estudar este fenômeno da atração de pequenos materiais com o âmbar.
Determinou que este fenômeno como eletricidade. Ele também nomeou de elétricos os
objetos que se eletrizavam através do atrito com a resina.
20
Os materiais que conduzem a eletricidade começaram a ser estudados. No século XVIII
foi observado pelo físico inglês Stephen Gray que alguns conseguiam conduzir melhor a
eletricidade do que outros. Surgiu daí o conceito de materiais condutores e isolantes. Mais
tarde, o físico estadunidense Benjamin Franklin, reconhecido pelos seus estudos sobre os
raios e algumas invenções, como as lentes bifocais, fez vários estudos sobre a eletricidade,
chegando ao conceito de cargas positivas e negativas.

Você deve estar se perguntando agora como a eletricidade é gerada para ser transmiti-
da às nossas casas e locais de trabalho? É o que vamos ver a seguir!

Como é feita a geração da eletricidade


Existem várias formas de se gerar eletricidade: a partir da força dos ventos, das marés,
bem como através de vapores, por exemplo. Mas como é feita esta geração no nosso país?
Segundo o Balanço Energético Nacional (BEN), divulgado no ano de 2013, a maior parte da
nossa geração de eletricidade é feita através de hidrelétricas: 65,2%.
Figura 2 – Oferta interna de energia elétrica por fonte
Fonte: <http://static1.squarespace.com/static/564b5502e4b0d99d
7201f782/t/56533723e4b02e2458afc088/1448294181102/>. Acesso em: 27 dez. 2016.

A maior hidrelétrica do país é a de Itaipu, localizada no Rio Paraná, fronteira do Brasil

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
com o Paraguai. Ela possui potência instalada de 14.000 megawatts (MW) e é considera-
da a segunda maior do mundo, perdendo apenas para a chinesa de Três Gargantas. Para
se ter uma ideia da imensidão que representa a Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional, o
concreto utilizado em sua construção daria para construir 210 estádios de futebol como
o do Maracanã, no Rio de Janeiro. O ferro o e aço utilizados em sua construção dariam
para fazer 380 Torres Eiffel, aquela mesma de Paris, França. Seria necessário queimar 21
536 mil barris de petróleo por dia para obter a mesma produção de energia da Itaipu, em
plantas termelétricas. A altura da barragem principal (196 metros) equivale à altura de
um prédio de 65 andares.

Figura 3 – Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional


Fonte: <http://maketourbrasil.com.br/blog/wp-content/uploads/2015/07/Usina-Hidroel%C3%A9trica-Binacional-de-Itai-
pu-2.jpg>. Acesso em: 27 dez. 2016.
A energia produzida através destas centrais hidrelétricas é considerada renovável, que
é obtida através de recursos inesgotáveis da natureza, como a energia solar, eólica, hi-
dráulica ou geotérmica. Aproximadamente 85% da produção de energia elétrica no nosso
país é de origem renovável, somadas as hidrelétricas e os outros modos de geração, que
veremos a seguir. Porém, o impacto ambiental (a alteração causada no meio ambiente
pela ação humana) criado deve ser considerado: animais são deslocados do seu habitat
natural, cursos de rios podem ser desviados, a mata nativa da região é devastada para a
construção do lago artificial. Tudo isso deve ser considerado quando se faz um projeto de
uma hidrelétrica.

Além das hidrelétricas, o sol pode ser uma fonte de energia renovável, através da capta-
ção da luz através de células capazes de armazená-las. As ondas do mar também podem
servir para geração de eletricidade através do seu contínuo movimento, bem como o vento,
que pode ser utilizado para movimentar enormes pás dos aerogeradores.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

22

Figura 4 – Aerogeradores
Fonte: <http://noctula.pt/wp-content/uploads/2014/09/parque-e%C3%B3lico-central-e%C3%B3lica-aerogeradores-sobre-
equipamento.jpg>. Acesso em: 27 dez. 2016.

E a geração no mundo? O planeta ainda é bastante dependente de fontes não renová-


veis, que, como o próprio nome diz, não são inesgotáveis (um dia irão acabar). O petróleo,
segundo os dados apresentados neste mesmo Balanço Energético Nacional, ainda é a
principal fonte para obtenção de eletricidade no mundo. Outra fonte também bastante
utilizada para produção de eletricidade é o carvão mineral. Eles também são responsáveis
por gerar enormes quantidades de poluição. Por isso, devem ser utilizados com bastante
cautela, sempre observando os critérios de preservação ambiental.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços
Figura 5 – Usina de carvão mineral em Conesville, nos Estados Unidos
Fonte: <http://mrg.bz/JVELLE>.
Acesso em: 27 dez. 2016.

A eletricidade pode matar?


A eletricidade pode matar? Esta é uma pergunta que todos nós devemos saber a res-
posta: sim, a eletricidade pode matar! Os riscos da eletricidade são evidentes e todos nós 23
estamos expostos a eles. Muitos acidentes em casa acontecem devido ao uso incorreto de
equipamentos elétricos, desde uma simples “chapinha” para alisar os cabelos, passando
pela geladeira, pelo micro-ondas e pela televisão. Todos estes equipamentos devem ser
respeitados por serem potenciais fontes de acidentes de origem elétrica. Um cuidado es-
pecial também deve ser tomado com relação às instalações elétricas: elas devem ser proje-
tadas somente por um profissional devidamente qualificado e habilitado para isso. Devem
ser evitados os chamados “arranjos técnicos”, as popularmente conhecidas “gambiarras”.
Outra atenção deve ser dada ao se dimensionar os circuitos de uma instalação: atos sim-
ples, como uma troca de lâmpada, não devem ser negligenciados.

Na rua também estamos expostos a estes tipos de acidentes. A proximidade com os fios
dos postes, por exemplo, podem ser uma causa. Um fio que possa cair pode eletrocutar
pessoas ao seu redor. Uma atividade como a poda de uma árvore, se não forem tomadas
as medidas de segurança cabíveis, pode provocar acidentes. Empinar pipas (conhecidas em
algumas regiões do Brasil como “papagaio”) também pode ser potencialmente perigoso.

Não podemos esquecer que estamos expostos a acidentes de origem elétrica no am-
biente de trabalho, não necessariamente em serviços diretamente em contato com elemen-
tos energizados. Podemos ser vítimas de acidentes no transporte espontâneo de objetos
ou através de equipamentos energizados acidentalmente: por exemplo, a manipulação de
uma escada quando o trabalhador encontra-se próximo a alguma parte viva, energizada,
pode causar um choque elétrico. Isso pode acontecer também ao se ter contato com um
condutor desenergizado que se encontra próximo a outro onde ainda existe uma corrente
elétrica circulando. No decorrer das competências iremos abordar mais profundamente
essas e várias outras questões relativas à segurança e à saúde em serviços realizados em
instalações elétricas ou em suas proximidades.

Importante
A desenergização é uma medida de segurança para quem vai interagir
com Eletricidade (NR-10)

com instalações e serviços em eletricidade. Compreende a retirada da


Segurança em Serviços

eletricidade de determinado setor. Somente serão consideradas desener-


gizadas as instalações elétricas liberadas para o trabalho mediante uma
sequência específica de procedimentos.

24
Estatísticas de acidentes no setor elétrico brasileiro
A Fundação Comitê de Gestão Empresarial (Fundação COGE) realiza levantamentos e
traz algumas estatísticas de acidentes de origem elétrica. Analisar estes dados é bastan-
te importante, pois assim poderemos aperfeiçoar as medidas e a gestão de segurança,
mantendo o foco na redução de acidentes no Setor. Com base neles, vamos analisar
algumas questões.

No ano de 2012, segundo dados do Relatório de Estatísticas de Acidentes do Setor Elé-


trico Brasileiro, existiam 81 empresas próprias do Setor Elétrico Brasileiro, com 108.133
empregados próprios. Destes, 696 trabalhadores foram vítimas de acidentes típicos com
afastamento, sendo que 9 trabalhadores perderam as suas vidas.

Um acidente típico são decorrentes da própria característica da prática profissional


desempenhada pelo acidentado. O afastamento determina a impossibilidade do
trabalhador exercer as suas funções, o que pode ser temporário ou permanente.
Nesse mesmo ano, foram perdidas 720.032 horas por causa dos acidentes com lesão,
um número considerável. Lembre-se que, além da vida e do bem-estar do profissional, es-
ses acidentes geraram custos: em uma estimativa conservadora, a valor gasto com aciden-
tes giraria em torno de 550 milhões de reais. Com esse dinheiro daria, por exemplo, para
abastecer uma cidade de 1 milhão de habitantes através da construção de 8 Pequenas
Centrais Hidrelétricas.

Estamos falando apenas de empresas próprias do Setor. E as contratadas, aquele tipo


de empresa que é chamada para realizar um determinado serviço por meio de um contrato
de prestação de serviço? No ano de 2012 existia um contingente de 146.314 empregados
em 2.988 empresas. Foram registrados 1.245 acidentes típicos com afastamento, sendo
que 58 trabalhadores perderam as suas vidas.

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
Importante
Se somarmos estes números de acidentes entre trabalhadores das contra-
tadas e empresas próprias do Setor, no ano de 2012 foram registrados 67
ocorrências que resultaram em perdas de vida dos trabalhadores. 67 tra-
balhadores foram vítimas de acidentes de trabalho com morte, acidentes 25
que aconteceram enquanto eles exerciam as suas atividades no ambiente
de trabalho ou a serviço da empresa, sendo que a maior parte dos aciden-
tes têm origem elétrica (choques elétricos, arcos elétricos etc.) e quedas
de estruturas ou postes

A população está livre de acidentes de origem elétrica? Como já discutimos anterior-


mente, todos nós estamos expostos a este tipo de acidente. Segundo este relatório di-
vulgado pela Fundação COGE, foram registrados 806 acidentes de origem elétrica com
a população, sendo que a maior parte foi registrada na construção e manutenção civil.
Destacam-se também os acidentes envolvendo serviços de reparo na rede elétrica, fios e
cabos energizados que atingem o solo, antenas de TV, escalada, corte/poda de árvores e
pipas (ou papagaios).

A faixa etária onde são registrados os maiores números de acidentes vai de 31 a 40


anos, tanto em número quanto em gravidade. Dos 21 aos 30 anos é a segunda faixa etária
onde mais se registra acidentes.
Analisando esses números, chegamos a uma taxa diária de 2,2 acidentes com a po-
pulação no ano de 2012, ou seja, 2,2 pessoas por dia se acidentam com eletricidade.
Deste total diário, 0,8 tem consequência fatal. Em 10 dias, 22 pessoas terão sofrido algum
acidente com eletricidade, sendo que 8 terão morrido. Fazendo uma comparação com os
dados apresentados, para cada morte de empregado de empresa própria do Setor, temos
6 mortes de empregados de contratadas e 32 mortes envolvendo a população.

O que fazer para diminuir estes números? Como tratar a questão da segurança de ma-
neira que todas as pessoas possam se tornar conscientes dos riscos, tomando medidas
para controlar ou eliminar estes riscos? Estas são questões que todos devem ter em men-
te, que devemos sempre estimular o debate. Todos devem ser multiplicadores das medidas
de segurança.

Resumo
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

Começamos a estudar sobre a segurança do trabalho em eletricidade. Você entendeu


que o estudo da eletricidade começou com a curiosidade. O ser humano passou a observar
os seus efeitos e procurar suas origens, o que levava tal efeito a acontecer. Isso motivou
vários estudiosos, ao longo dos séculos, a se aprofundarem no assunto. Você aprendeu
também que existem várias formas de geração de eletricidade. No nosso país, a maior

26 parte da eletricidade é proveniente das usinas hidrelétricas. Além disso, você foi apresen-
tado às estatísticas de acidentes no Setor Elétrico brasileiro. No ano de 2012, 2,2 pessoas
foram vítimas de acidentes de origem elétrica, sendo que 0,8 morreram (segundo dados
do Relatório de Estatísticas de Acidentes no Setor Elétrico Brasileiro da Fundação COGE).
Lembre-se: a eletricidade pode matar. Por isso, muito cuidado e atenção nos estudos.

Autoavaliação
01. A principal fonte de geração de eletricidade no Brasil é através das usinas:

a) Eletroeletrônicas;

b) Termonucleares;

c) Hidrelétricas;

d) Humanísticas.

02. A maior parte da produção de energia elétrica no Brasil é de origem:

a) Renovável;
b) Não renovável;

c) Importada;

d) Alugada.

03. Assinale a afirmação correta.

a) A eletricidade não oferece riscos às pessoas prestadoras de serviço por estarem habi-
tuadas ao trabalho;

b) A eletricidade pode matar, não importa se estivermos em casa, na rua ou no ambiente


de trabalho;

c) A eletricidade só oferece risco às pessoas que realizam serviços com instalações elétricas;

d) A eletricidade não oferece risco a ninguém.

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
04. Seguindo a linha de pensamento desta competência, podemos afirmar que:

a) Acidentes com instalações e serviços com eletricidade só acontecem se deixarmos de


confiar em nós mesmos;

b) Os riscos em instalações e serviços com eletricidade são baixos e devem ser ignorados;
27
c) Os riscos em instalações e serviços com eletricidade são evidentes e todos nós estamos
expostos a eles;

d) Acidentes com instalações e serviços com eletricidade não acontecem, pois a eletricida-
de não oferece riscos.
Competência
02
Identificar os riscos
em instalações e serviços em eletricidade
Identificar os riscos
em instalações e serviços em eletricidade

Continuando os nossos estudos, já sabemos que o futuro eletricista deverá conhecer


os perigos que estão envolvidos na realização dos serviços em eletricidade, pois estão
expostos a diversos tipos de riscos durante as atividades do seu trabalho. Estudaremos a
seguir os principais riscos.

Choque elétrico

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
O choque elétrico é o efeito produzido pela passagem de corrente elétrica no corpo
humano. Portanto, para existir choque, é necessário existir corrente elétrica. Devemos en-
tender bem a origem do choque para saber como proceder com segurança. Vamos ver as
diferenças e os tipos de choques: o estático e o dinâmico.

O choque estático é aquele que acontece originado por uma descarga de algum ele-
mento capaz de acumular energia (como um capacitor) ou através de uma descarga ele- 31
trostática (como a eletricidade estática). A eletricidade estática é um fenômeno de acumu-
lação de cargas, que se origina do desequilíbrio entre prótons e elétrons.

Querendo mais
O Gerador de Van de Graaff é um dispositivo capaz de reproduzir este
efeito da eletricidade estática. Robert Jemison Van de Graaff foi um enge-
nheiro estadunidense que estudou sobre física atômica, desenvolvendo
este equipamento. Assista a um vídeo bem interessante sobre seu funcio-
namento: <https://www.youtube.com/watch?v=uNR5WE_EXEU>.

Bons exemplos deste tipo de choque é aquele que levamos ao encostar o braço em um
tubo de televisão CRT (Cathodic Ray Tube) (aquelas televisões de tubo) e o choque que
acontece em uma maçaneta de porta em clima seco. Nesses exemplos, a consequência
comum é um desconforto momentâneo, mas não se deve menosprezar o choque estático:
ele é o responsável por vários acidentes. Quando um ambiente apresenta uma atmosfera
potencialmente explosiva (a mistura do ar com algum componente que possa causar uma
ignição), pode-se chegar ao ponto de qualquer fagulha, até mesmo de eletricidade estáti-
ca, levar a explosão. Isso ocorre, por exemplo, durante um vazamento de gás: uma faísca
provocada pelo choque estático pode ser o motivo de uma explosão seguida de incêndio.
Por isso, deve-se tomar muito cuidado com a eletricidade estática.

No trabalho com eletrônica e equipamentos sensíveis, recomenda-se o uso de pulseiras


antiestáticas e que seja feito o aterramento dos pontos de trabalho. Em último caso, pode-
-se tocar em superfícies metálicas, como corrimãos, vigas ou algo do tipo.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

32

Figura 6 – Pulseira antiestática


Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/bb/Antistatic_wrist_strap.jpg>.
Acesso em: 27 dez. 2016.

Já o choque dinâmico é aquele que acontece quando se entra em contato direto ou in-
direto com um elemento energizado da rede elétrica. O contato indireto é aquele quando se
faz com alguma parte de equipamento energizado acidentalmente, como uma carcaça de
máquina de lavar ou geladeira, por exemplo. Já o contato direto é aquele quando se faz di-
retamente com um elemento energizado, como um fio descascado de um eletrodoméstico.

Os seus efeitos no organismo humano são variados. Pode acontecer um aumento da tem-
Tetanização:
contração dos mús- peratura dos órgãos por onde a corrente passa, assim como aquela tendência a segurar o
culos e tendões
objeto de contato, conhecida como tetanização. A pessoa também pode perder o controle e
do corpo humano
quando percorrido passar a fazer movimentos bruscos e involuntários, assim como podem ocorrer mudanças no
por uma corrente
sangue e comprometimento no ritmo cardíaco, com uma alteração nas batidas do coração.
elétrica.
Quando acontece um choque elétrico e a pessoa está segurando um condutor energiza-
do, a reação do corpo pode ser fechar a mão com força. Quando a corrente percorre em
direção aos pés, acontece uma contração muscular que arremessa o corpo para trás.

É importante também conhecermos a relação que existe entre tempo e corrente. Quan-
to mais tempo a pessoa permanecer em contato, mais efeitos em seu corpo podem aconte-
cer, desde simples percepções (os “formigamentos”) até alterações no coração, comprome-
timento da respiração e morte. Existe um equipamento, o Dispositivo Diferencial-Residual
(DR), que impede que a corrente circule pelo corpo por muito tempo, causando apenas
uma leve sensação de formigamento. Ele será estudado melhor mais adiante.

O choque dinâmico pode acontecer pela tensão de passo ou pela tensão de toque. Es-
tando com dois pés nas diferentes zonas formadas pela queda de um condutor energizado
ao solo, ou um raio, ou, até mesmo, uma falha operacional em algum equipamento, existirá

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
uma diferença de potencial. É conhecida como tensão de passo. E a tensão de toque é
aquela que acontece pela diferença de potencial entre os membros superiores e inferiores
do indivíduo ao tocar em uma estrutura metálica no momento em que esteja passando
uma corrente elétrica intensa.

33

Figura 7 – Tensão de passo e tensão de toque


Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-cY8ngzN0wlQ/Uz8v_-Mk_gI/AAAAAAAAASE/1jYOp2WLy38/s1600/
tens%C3%A3o+de+passo+imagem.PNG>. Acesso em: 27 dez. 2016.

A gravidade do choque elétrico é determinada pelo percurso da corrente elétrica, as


suas características e pela resistência elétrica do corpo humano. Os percursos mais pe-
rigosos são aqueles em que a corrente elétrica vai percorrer o coração, pois aí está o
perigo de acontecer a fibrilação ventricular (alteração nos batimentos do coração, entre
contrações e expansões).
Figura 8 – Percursos da corrente elétrica no corpo humano
Fonte: <http://forumdaconstrucao.com.br/materias/imagens/01550_02.jpg>.
Acesso em: 27 dez. 2016.

A figura acima mostra cinco exemplos de percurso da corrente no corpo humano. Parti-
com Eletricidade (NR-10)

cularmente, os percursos A, B, C e D são os mais perigosos, por parte da corrente passar


Segurança em Serviços

pelo coração.

Com relação às características da corrente elétrica, a corrente contínua é particular-


mente perigosa se for aplicada em um instante curto e específico do ritmo cardíaco. Quan-
to à corrente alternada, as mais perigosas são aquelas que variam entre 20 e 100 Hertz

34 (Hz), mais especificamente em 60 Hz, por ser próxima à frequência em que a fibrilação
ventricular é maior. Vale lembrar que 60 Hz é a frequência utilizada para o fornecimento de
energia elétrica. Quanto às frequências elevadas, acima de 2.000 Hz, as possibilidades da
ocorrência do choque elétrico são pequenas, mas ainda poderão acontecer queimaduras
devido ao efeito pelicular (as correntes irão tender a percorrer a área externa do corpo ao
invés da interna).

Com relação à resistência elétrica do corpo humano, esta se situa entre uma faixa que
vai de 1.000 Ohms (Ω) a 1.500 Ω aproximadamente quando se encontra seca, sem cortes
ou arranhões, variando em função da espessura. Em situações de pele úmida, esta resis-
tência assume valores de mais ou menos 500 Ω.

Lembre-se da Lei de Ohm: a diferença de potencial (tensão = V ou E) entre os


terminais de um condutor é diretamente proporcional à corrente elétrica (I) que o
percorre, ou, simplesmente: V = R x I ou E = R x I, onde R representa a resistência
elétrica. Georg Simon Ohm foi um físico e matemático alemão que se dedicou a
estudar as correntes elétricas em movimento. Em sua homenagem, foi batizada a
unidade Ohm (Ω) para as resistências elétricas.
Como o valor de tensão é constante, quanto menor a resistência, maior será o valor da
corrente elétrica.

Arco elétrico
O Comitê Técnico de Segurança em Eletricidade da National Fire Protection Association
(NFPA), mais especificamente através da NFPA 70E – Electrical Safety in the Workplace
(Segurança em Eletricidade no Local de Trabalho), estabelece os requisitos para equipa-
mentos de proteção de acordo com o que determina a American Society for Testing and
Materials (ASTM). Segundo definição da NFPA 70E, o arco elétrico (ou arco voltaico) acon-
tece pela passagem da corrente elétrica através do ar entre condutores aterrados e não
aterrados, com temperaturas que podem atingir 20.000 graus Celsius (ºC). Já foram regis-
tradas temperaturas variando entre 2.000 ºC até aproximadamente 25.000 ºC.

Várias podem ser as origens dos arcos elétricos. Eles acontecem principalmente devido

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
aos raios da atmosfera e às falhas operacionais. Um trabalhador pode encostar-se em um
elemento energizado com uma ferramenta ou equipamento, ou movimentar uma escada
sem observar o seu alcance e atingir condutores, ocasionando um arco elétrico.

Estando em exposição a temperaturas como as registradas, podem acontecer quei-


maduras da pele e ignição das vestimentas. O valor da energia liberada irá depender da
tensão elétrica, da corrente de curto circuito, do tempo de duração do arco e da distância 35
do operador. Essa energia é medida em calorias por centímetro quadrado (cal/cm²). Por
isso o trabalhador não pode estar com uma vestimenta qualquer, e sim com uma roupa
apropriada para o trabalho. Iremos estudar melhor quando falarmos sobre os Equipamen-
tos de Proteção Individual (EPIs).

Além da energia térmica, também podem acontecer explosões originando zonas de


pressão, que podem causar quedas e aumentar as lesões, além de comprometer a audi-
ção e visão (devido à extrema intensidade luminosa). Assim, equipamentos e dispositivos
devem ser dimensionados de forma a suportar estes arcos elétricos.

Existe um mito sobre os arcos elétricos: muitos pensam que eles ocorrem apenas na
Alta Tensão. Isso não é verdade: segundo o Relatório de Estatísticas de Acidentes do Setor
Elétrico Brasileiro do ano de 2012 da Fundação COGE, a maior parte dos acidentes com
arco elétrico aconteceu até 440 volts (V), ou seja, ainda na Baixa Tensão.
Atividade
Com relação aos arcos elétricos, podemos afirmar que são eventos ex-
tremamente frios e que seus efeitos no corpo humano podem ser igno-
rados? Ou eles acontecem tão rapidamente que os seus efeitos no or-
ganismo são irrelevantes? Ou eles são extremamente quentes, e podem
ocasionar queimaduras e outros efeitos, como quedas? Reflita sobre es-
sas questões, percebendo a veracidade dos argumentos e elabore um
texto com suas conclusões.

Queimaduras
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

A queimadura elétrica é diferente das queimaduras térmicas, pois acontece de dentro


para fora, da parte mais interna do organismo para a mais externa. Ou seja, a lesão da
parte interna é sempre maior à externa.

Aparentemente, pode parecer que esta é menos perigosa em comparação às queima-


36 duras térmicas. Isso não é verdade: a queimadura por eletricidade é tão perigosa quanto às
queimaduras térmicas, principalmente devido à queima das terminações nervosas.

James Prescott Joule foi um físico britânico que estudou a eletricidade e descobriu a
relação entre a corrente elétrica e efeitos térmicos, dentre outros. Em sua homenagem,
o efeito ganhou o seu nome, o Efeito Joule, que ocorre quando um condutor é percorrido
por uma corrente elétrica existe uma quantidade de calor liberada. Ele pode ser originada
através de um contato com parte energizada, por um arco voltaico ou por vapor metálico.
Vapor metálico:
vapor originado
Como efeitos no corpo humano, existirão queimaduras de primeiro, segundo ou terceiro
pelo derretimento graus em pele e músculos. O sangue também irá aquecer. Ossos e cartilagens irão esquen-
de um condutor
ou elo fusível, por
tar ou carbonizar. As terminações nervosas e sensoriais serão afetadas. Danos às células e
exemplo. espasmos musculares também podem acontecer, além da fibrilação ventricular, bem como
uma parada cardíaca e respiratória.

Pessoas, materiais e equipamentos próximos às instalações elétricas devem ser prote-


gidos contra os efeitos térmicos que possam acontecer. As partes onde pode existir contato
não devem atingir temperaturas que possam causas queimaduras.
Campos eletromagnéticos
A corrente elétrica ao passar por condutores gera um campo eletromagnético que, por
sua vez, induz uma corrente elétrica em condutores localizados em sua proximidade. Este
é o Princípio da Indução Eletromagnética. O campo eletromagnético é um campo composto
de dois vetores: o campo elétrico e o campo magnético.

Explicando através de um exemplo: um trabalhador irá realizar um serviço em um cir-


cuito. Como medida de segurança, retira a energia daquele circuito, porém ele infelizmente
não observa que existe um condutor energizado próximo. A corrente que circula no condu-
tor energizado pode induzir a formação de uma corrente no condutor sem energia, ocasio-
nando um acidente. Por isso é extremamente importante que o trabalhador faça sempre a
verificação antes de realizar o serviço! Lembre-se sempre disso.

Resumo

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
Nesta competência, você aprendeu sobre os principais riscos que os trabalhadores es-
tão expostos em atividades ligadas às instalações e serviços em eletricidade – os riscos
de origem elétrica. Estudou o choque elétrico, conheceu as suas origens, características e
efeitos sobre o corpo humano. Além dele, você também já sabe que não se pode menos-
prezar o choque estático. A eletricidade estática pode ocasionar diversos tipos de aciden-
37
tes, como, por exemplo, pode ser a fonte da ignição de um incêndio durante o vazamento
de algum gás inflamável. O choque dinâmico é bastante perigoso também e produz vários
efeitos no corpo humano, bem como o arco elétrico, que possui temperaturas altíssimas.
Também estudou que os trabalhadores estão expostos ao risco de queimaduras. As quei-
maduras originadas de eletricidade são de dentro para fora, diferentes daquelas que tem
origem térmica. No final, você pode perceber o significado de campos eletromagnéticos,
perigosos por serem capazes de induzir uma corrente em condutores próximos.

Autoavaliação
01. Podemos afirmar que o choque elétrico:

a) É extremamente lento, sendo facilmente identificado e evitado;

b) Pode ser originado pela tensão da temperatura ou tensão nominal;

c) Acontece quando existe corrente elétrica circulando pelo corpo;

d) Não apresenta riscos à saúde humana.


02. A gravidade do choque elétrico depende:

a) Da rota de fuga da corrente elétrica, gás da mistura, intensidade da tensão elétrica;

b) Da pressão atmosférica, temperatura medida em bulbo seco, oxigênio do ar;

c) Percurso da corrente elétrica, característica da corrente elétrica e resistência elétrica do


corpo humano;

d) Apenas da intensidade da tensão elétrica.

03. Com relação às queimaduras de origem elétrica, podemos afirmar que:

a) São menos perigosas que aquelas de origem térmica;

b) São extremamente perigosas, e acontecem de dentro para fora, da parte mais interna
para a mais externa;
com Eletricidade (NR-10)

c) Queimam, mas não chegam a machucar;


Segurança em Serviços

d) São extremamente perigosas, e acontecem de fora para dentro, da parte mais externa
para a mais interna.

04. A energia liberada durante um arco elétrico depende:


38
a) Da corrente de fuga, do tempo da corrente percorrendo o ar, dos óculos de proteção e
da luva de couro;

b) Do óleo do transformador, do encapsulamento do capacitor, da resistência elétrica e


dos enrolamentos da bobina;

c) Da tensão elétrica, da corrente de curto circuito, do tempo de duração do arco e da


distância do operador;

d) Apenas da corrente de fuga.


Competência
03 39

Reconhecer
os riscos adicionais
Reconhecer
os riscos adicionais

Os estudos sobre segurança e saúde nos trabalhos que envolvem eletricidade avan-
çam. Você, futuro profissional da área, se depara com uma nova situação: existe algum
risco ao se trabalhar com instalações elétricas ou em sua proximidade? Como já vimos na
competência anterior, quem realiza serviços em instalações elétricas ou em suas proximi-
dades está exposto aos riscos de origem elétrica. Mas, será que ele está exposto apenas
a esse tipo de risco? Não, estão expostos também aos chamados riscos adicionais. E o
que fazer para controlar ou eliminar esses ricos? Devem ser adotadas medidas de controle

com Eletricidade (NR-10)


utilizando técnicas de análise de risco, garantindo assim a segurança e saúde no trabalho.

Segurança em Serviços
Altura
Segundo a definição da Norma Regulamentadora nº 35, trabalho em altura é toda ati-
vidade executada acima de 2 metros do nível inferior, em que há risco de queda. Pode
ser subindo uma plataforma, por exemplo, ou descendo um poço, desde que exista essa
41
diferença mínima de 2 metros.

Figura 9 – Trabalho em altura


Fonte:<http://files.tst1.webnode.com.br/200000002-8725788210/Altura%201%20-%20Trabalho%20em%20altura.JPG>.
Acesso em: 27 dez. 2016.
Todo trabalho em altura deve ser planejado, organizado e executado por trabalhador
capacitado e autorizado. Para ser capacitado, o trabalhador deve participar de treinamento
teórico e prático descrito pela NR-35. Para ser autorizado, o trabalhador deve ter concluído
a capacitação e ter o seu estado saúde avaliado. Sendo considerado apto a executar essa
atividade, deve ter anuência formal da empresa.
Anuência: per-
missão, consenti-
A capacitação é importante para deixar o trabalhador informado sobre os riscos da
mento. No caso, atividade, bem como para mostrar formas de execução segura do trabalho, controlando
anuência formal é
o consentimento
os riscos.
por escrito, ou seja,
o trabalhador deve
O trabalho em altura deve ser feito somente quando não existir outra forma de
ter a permissão por execução da atividade. Se mesmo assim ele for necessário, é preciso tomar medidas
escrito para realizar
a atividade.
para eliminar o risco de queda dos trabalhadores. Quando não for possível eliminar o
risco de queda, devem ser adotadas medidas para evitar as consequências das que-
das. É obrigatório o uso do cinturão do tipo paraquedista e do capacete com jugular
(estes itens referentes aos Equipamentos de Proteção serão estudados melhor nas
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

próximas competências).

O trabalhador deve inspecionar os seus equipamentos de proteção. Segundo a Norma,


ele deve observar se há defeitos, degradação, deformações ou se sofreu impactos de que-
da. Nestes casos, o equipamento deverá ser inutilizado e descartado, exceto se ainda for
possível ser feita uma restauração prevista em normas técnicas nacionais ou internacio-
42
nais. Aproveito para já orientá-lo: não arremesse equipamentos e ferramentas para o alto.
Utilize sempre bolsas especiais para levar estes itens. Por isso, se organize prevendo que
instrumentos precisará utilizar.

Escada
Para realização de um trabalho em altura, pode ser necessária a utilização de uma es-
cada. Sempre que for subir ou descer uma escada, mantenha-se de frente a ela. Nunca de
lado, nunca de costas, sempre se conserve de frente à escada. Um cuidado especial deve
ser tomado quando se utiliza uma escada de abrir (também conhecida como escada em V,
ou escada tesoura, dentre outros). Deve-se observar se está corretamente fixa ao solo, não
sendo permitido o seu uso em situações de desnivelamento.
Figura 10 – Escada de abrir
Fonte:<http://i.mlcdn.com.br/1500x1500/escada-de-aluminio-articulada-domestica12-degraus-e-13-posicoes-botafo-
go-292-201496000.jpg>. Acesso em: 27 dez. 2016.

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
A escada prolongável (também conhecida como escada de extensão) requer também
uma atenção especial quando forem manuseadas. A parte extensível pode atingir o tra-
balhador. Observe se está liberado o caminho que a parte extensível irá percorrer. De pre-
ferência, faça uma pequena vistoria antes. Observe se há obstáculos no caminho, bem
como fios que possam ser atingidos. Além disso, manuseie sempre uma escada com
luvas para proteção das mãos. Sempre que for realizar algum serviço em poste, apenas 43
inicie o trabalho com ela devidamente fixada. Não importa quanto tempo o serviço irá
durar, sempre fixe a escada.

Figura 11 – Escada prolongável


Fonte:<http://www.wbertolo.com.br/produtos/prod_4_1.JPG>.
Acesso em: 27 dez. 2016.
Andaime
Dimensione corretamente o andaime quando for necessária a sua utilização. Segundo
a Norma Regulamentadora nº 18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção), ele deve suportar com segurança o esforço ao qual estará sujeito. Deve tam-
bém dispor de sistema guarda-corpo (a proteção contra quedas) e rodapé, inclusive nas
cabeceiras, em todo o seu redor, com altura de 1,20 m para o travessão superior e 70 cm
para o travessão intermediário, ter rodapé com altura de 20 cm e ter vãos entre travessas
preenchidos com tela ou outro dispositivo que garanta o fechamento seguro da abertura.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

44

Figura 12 – Andaime
Fonte:<http://www.nordesteloc.com.br/images/andaime-nordeste-locacoes.jpg>.
Acesso em: 27 dez. 2016.

Se o andaime tiver a partir de 3 m, ele deve dispor de um sistema de fixação com cabo
de aço para impedir que a estrutura, bem como a cada 5 m além disso. Os andaimes com
rodinhas só devem ser utilizados em piso firme e nivelado, e dispostos de um sistema de
trava para evitar o seu deslocamento com trabalhadores ainda na estrutura. Atenção: é
proibido mover o andaime com trabalhadores ainda sobre ele. Também é proibida a colo-
cação de escadas em cima do andaime.

Cesta aérea
A Norma Regulamentadora nº 12 (Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamen-
tos), no seu Anexo XII, diz que cesta aérea é um equipamento veicular destinado à elevação
de pessoas para realização de trabalho em altura, com braço móvel, articulado, telescó-
pico ou misto, com plataforma ou caçamba, com ou sem isolamento elétrico, podendo,
desde que projetado para esta finalidade, também erguer material mediante guincho e de
lança complementar, respeitadas as especificações do fabricante.

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
Figura 13 – Cesta aérea
Fonte:<http://hidratecguindastes.com.br/wp-content/uploads/2015/09/DSC04963.jpg>.
Acesso em: 27 dez. 2016.

Quando for utilizar uma cesta aérea, deve-se estar muito bem amarrado a ela, utilizando 45
para isso Equipamentos de Proteção Individual adequados, de acordo com o procedimento
a ser realizado. Para tal, recomendo a leitura dos Relatórios Técnicos de Procedimentos 01
(Medidas de Proteção Contra Quedas de Altura) e 04 (Escadas, Rampas e Passarelas) da
FUNDACENTRO acessando ao link: <http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomen-
dacao-tecnica-de-procedimento>.

Atividade
Com relação ao trabalho em altura, podemos afirmar que qualquer pessoa
pode realizá-lo, basta não ter medo? Ou que apenas trabalhadores capaci-
tados e autorizados podem realizar um trabalho em altura? Ou que apenas
com um cinturão do tipo paraquedista o trabalhador deve iniciar a ativida-
de em altura? Reflita sobre essas questões, percebendo a veracidade dos
argumentos e elabore um texto com suas conclusões
Espaço confinado
Segundo o Guia Técnico da NR-33 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), um
espaço será considerado como confinado quando não for destinado para ocupação
humana contínua e quando possuir meios limitados de entrada e saída, havendo a
possibilidade de formação de uma atmosfera de risco, seja quando fechado durante a
preparação da entrada ou durante a entrada e o trabalho, seja pela presença de con-
taminantes tóxicos, inflamáveis, pela redução do percentual de oxigênio ou enriqueci-
mento de oxigênio. São exemplos de espaços confinados: poços, silos, tubos, bacias,
fornos, caldeiras, tanques, tonéis etc.

É proibido entrar no espaço confinado sem a emissão da Permissão de Entrada e Tra-


balho (PET), uma autorização escrita que é dada pelo empregador, ou seu representante
com habilitação legal, para permitir e controlar a entrada em um espaço confinado. Ou
seja: não se pode entrar e/ou realizar trabalhos em espaços confinados sem a PET. O res-
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

ponsável técnico e o supervisor de entrada devem ter autoridade para impedir o acesso
de trabalhador no espaço confinado, mesmo para a execução de serviços inadiáveis ou de
curta duração.

Responsável técnico é o profissional habilitado para identificar os espaços confina-


46 dos e elaborar as medidas técnicas de prevenção – administrativas, de pessoal, de
emergência e de resgate. Já o supervisor de entrada é a pessoa com capacitação
e responsabilidade pela determinação se as condições de entrada são aceitáveis e
estão presentes numa permissão de entrada.

Nunca poderão ser realizadas atividades em um espaço confinado de maneira individu-


al ou isolada. Sempre deverá ser em equipe. Não se pode adentrar a um espaço confinado
com cigarros, celulares, velas e isqueiros. Apenas poderão ser utilizados em seu interior
equipamentos certificados.

Além de analisar a atmosfera antes da entrada no espaço confinado, deve-se manter


a sua contínua monitoração, garantindo que o ambiente ainda é adequado à realização
das atividades. Sempre devemos utilizar equipamentos calibrados e testados antes da sua
utilização.

Não é permitida a utilização de oxigênio puro para ventilação de um espaço confinado.


Além disso, o empregador tem a obrigação de assegurar que os trabalhadores possam
interromper suas atividades e abandonar o local de trabalho sempre que suspeitarem da
possibilidade de risco grave e iminente para sua segurança e saúde ou a de outrem.

Todo trabalhador que irá desempenhar atividades em espaços confinados deve passar
por avaliação de saúde específica para esta realização. Os trabalhadores que direta ou
indiretamente estão envolvidos com espaços confinados devem ser instruídos dos seus
Risco grave e
direitos, seus deveres, dos riscos ao quais estarão expostos e das medidas de controle iminente: qualquer
condição que pos-
necessárias a serem observadas.
sa causar acidente
de trabalho ou
doença relacio-

Áreas classificadas nada ao trabalho


(com lesão grave à
integridade física
Uma atmosfera é considerada explosiva quando há uma mistura com o ar de subs-
do trabalhador).
tâncias inflamáveis na forma de gás, vapor, névoa ou poeira, na qual uma ignição pode
acontecer provocando combustão. É necessário fazer a identificação da atmosfera para
determinar qual é o tipo de substância inflamável presente, para assim tomarmos as medi-
das de proteção cabíveis. As áreas classificadas são divididas em Zona 0, Zona 1 e Zona 2.

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
Zona 0 é a área na qual uma atmosfera gasosa explosiva está presente continuamente,
ou está presente por longos períodos. Ex: espaços confinados, interior de reservatórios.

Zona 1 é a área na qual uma atmosfera gasosa explosiva tem probabilidade de


ocorrer em operação normal. Ex: área de processos, proximidade de válvulas, áreas
próximas à Zona 0.
47
Zona 2 é a área na qual uma atmosfera gasosa explosiva não é provável ocorrer em
operação normal, porém se ocorrer, será por um período curto. Ex: depósito de materiais
inflamáveis, áreas próximas à Zona 1.

Importante
Os equipamentos e instalações elétricas situados em atmosferas ex-
plosivas devem ser dimensionados de maneira que a sua temperatura,
quando em funcionamento normal ou curto-circuito, não sejam a fonte
de ignição desta atmosfera.

Condições atmosféricas, fauna e flora


Trabalhos realizados com equipamentos energizados só devem ser iniciados com boas
condições do tempo. Não é permitido trabalhos sob chuva, neblina densa ou ventos. Exis-
tindo umidade, a capacidade de isolação do ar é diminuída, aumentando o risco de aciden-
tes elétricos. A maior causa de incêndio de origem elétrica é a umidade. Ela contamina os
sistemas elétricos levando ao rompimento da isolação, originando o incêndio.

Outro risco é de alguma descarga atmosférica: trata-se de uma descarga elétrica de


origem atmosférica entre uma nuvem e a terra ou entre nuvens, consistindo em um ou
mais impulsos de vários quiloamperes (kA). O raio consiste em um dos impulsos elé-
tricos de uma descarga atmosférica para a terra. Equipamentos e instalações devem
ser protegidos da queda direta dos raios. Veremos mais sobre esta proteção em uma
competência mais à frente.

Curiosidade
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

Dizem que um raio nunca cai no mesmo lugar duas vezes, mas isso é mito.
Ele pode sim cair várias vezes no mesmo lugar.

48 Também precisamos ter cuidado com a fauna e a flora. Animais, como ratos, cobras e
gatos podem adentrar instalações e provocar o surgimento de arcos elétricos, causando
acidentes. Deve-se impedir a sua circulação ou entrada na instalação. Deve ser feita a re-
moção das plantas circundantes observando-se os critérios de preservação.

Resumo
Você estudou nesta competência que existem riscos envolvendo as atividades relacio-
nadas a serviços em instalações elétricas que vão além daqueles de origem elétrica – os
riscos adicionais. Começou estudando sobre o trabalho em altura: atividade executada
acima de 2 metros do nível inferior, onde haja risco de queda. Mas este não é o único risco
adicional que o trabalhador que interage com instalações elétricas está exposto. Existe
também o espaço confinado, trabalho que deve sempre ser feito em equipe e com uma
Permissão de Entrada e Trabalho. E as áreas classificadas? Estudou aqui nesta competên-
cia que apenas equipamentos elétricos (como motores, por exemplo) próprios para áreas
classificadas devem ser instalados no seu interior. Outra condição importante é a condição
atmosférica: trabalhos realizados com equipamentos energizados só devem ser iniciados
com boas condições do tempo. Não é permitido trabalhos sob chuva, neblina densa ou
ventos. Além disso, os animais devem ser mantidos longe de instalações elétricas, assim
como a vegetação, mas mantidos os critérios de preservação.

Autoavaliação
01. Assinale a alternativa correta:

a) Qualquer trabalhador pode realizar um trabalho em um espaço confinado;

b) Não podemos realizar um trabalho em um espaço confinado de maneira individual ou


isolada;

c) Não é necessário nenhum procedimento ou documento para entrar em um espaço con-


finado;

d) Nenhuma das alternativas está correta.

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
02. As áreas classificadas se dividem em:

a) Zona A, Zona B, Zona C;

b) Zona N, Zona R, Zona 10;

c) Zona 0, Zona 1, Zona 2; 49

d) Zona I, Zona T, Zona B.

03. Assinale a alternativa correta:

a) Trabalhos em ambiente externo podem ser realizados sob más condições de tempo,
como chuva intensa ou neblina densa;

b) A umidade é a principal causa de incêndios de origem elétrica;

c) Nenhuma medida precisa ser tomada para prevenção de raios em um lugar onde eles
já ocorreram;

d) O calor é o principal motivo de incêndios de origem elétrica.

04. Assinale a alternativa correta:

a) Só pela sua elevação de temperatura em operação normal ou sobrecarga, um equipa-


mento elétrico pode provocar uma explosão em uma área classificada;
b) Qualquer tipo de equipamento ou dispositivo pode ser instalado em uma área classi-
ficada;

c) Animais não causam danos às instalações elétricas;

d) Nenhuma medida precisa ser tomada para evitar a proteção do trabalhador que realiza
serviços com eletricidade.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

50
Competência
04 51

Identificar acidentes
de origem elétrica e técnicas de
análise de riscos
Identificar acidentes
de origem elétrica e técnicas
de análise de riscos

Acidentes podem acontecer com trabalhadores que realizam serviços em instalações


elétricas? Como foi visto em competências anteriores, existem vários riscos relacionados,
desde elétricos a adicionais (altura, ambiente confinado etc.) que podem levar a ocorrência
de um acidente. Vamos estudar nesta competência sobre acidentes que tem origem elétri-
ca e também algumas técnicas de análise de riscos.

Acidentes de origem elétrica

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
O Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis define o termo acidente como o
que é casual, fortuito, imprevisto. Mas, o que pode motivar um acidente? Várias podem ser
as causas de um acidente. O caminho mais fácil de justificar um acidente, o que originou o
acidente, era atribuir a culpa do ocorrido a pessoa que se acidentou, prática esta que caiu
por terra através da Portaria nº 84 de 04 de março de 2009, que modificou os itens 1.7 e 53
1.8 da Norma Regulamentadora nº 1 (Disposições gerais). A expressão “ato inseguro” foi
retirada, ficando a nova redação da lei: Ato inseguro:
forma de exposição
aos riscos de aci-
dentes seja através
“1.7 Cabe ao empregador: da negligência,
imprudência ou
[...] imperícia.

b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência


aos empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos;

[...]

e) determinar os procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou


doença relacionada ao trabalho.”

1.8 Cabe ao empregado:

a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do


trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador [...]”. Fonte:
<http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/ORGAOS/MTE/Portaria/PSIT_84_09.
html>. Acesso em: 27 dez. 2016.
A negligência acontece quando temos uma omissão, quando se deixa de tomar cuidado,
não fez o que deveria ter sido feito. Por exemplo: fumar em local onde exista o risco de explosão.

A imprudência acontece quando se age com precipitação, quando deveria ter previsto
aquela ação antes de agir, mas não o fez. Por exemplo: realizar uma atividade sem prestar
atenção para o que se está fazendo.

A imperícia acontece quando não se tem o conhecimento adequado para realizar deter-
minada atividade. Por exemplo: tentar consertar uma instalação elétrica sem ter o conhe-
cimento específico.

Além da retirada da expressão “ato inseguro”, o texto da norma esclarece que o empre-
gador deve utilizar algum meio para mostrar ao trabalhador os riscos aos quais estarão ex-
postos durante a realização da atividade. Eles podem ser comunicados, cartazes ou meios
eletrônicos. Esta é uma das suas obrigações.

Também é uma das obrigações do empregador, dentre outras, a elaboração de pro-


com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

cedimentos em caso de acidente ou doença relacionada ao trabalho: o que, como, quais


meios que o trabalhador pode e deve utilizar quando acontece alguma destas situações.
Mas, lembre-se: existem direitos e deveres associados. É dever do trabalhador cumprir as
ordens de serviços expedidas pelo empregador, bem como cumprir o que determinam as
leis que tratam de segurança e saúde do trabalho.

54 Voltando à pergunta feita no início: o que pode causar um acidente? Várias podem
ser as suas origens. Ele pode estar relacionado ao excesso de confiança do trabalhador
na execução de uma atividade, ou a fadiga de uma jornada longa de trabalho. Uma fer-
ramenta ou equipamento pode apresentar defeito quando for utilizado sem ter sido feita
uma inspeção antes.

E quando ocorrer um acidente durante a realização de uma atividade de trabalho? O


que fazer?

Importante
A Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991 define um acidente do trabalho
como: acidente que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da em-
presa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte ou a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacida-
de para o trabalho (BRASIL, 1991, extraído da internet).
A empresa é responsável por adotar medidas de proteção da segurança e da saúde
do trabalhador. Ao deixar de cumprir as normas relativas à segurança e saúde, a empresa
pode ser punida com multa. Cabe ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social fisca-
lizar se o que a lei diz está sendo cumprido. Os sindicatos e entidades de classe poderão
acompanhar o cumprimento da lei de acordo com o que diz os seus estatutos.

Terá o mesmo valor de um acidente do trabalho aquele que aconteça durante o período
destinado a refeição ou descanso, bem como no período destinado a atender as necessi-
dades fisiológicas, no local de trabalho ou durante o trabalho.

Também terá o mesmo valor que acidente de trabalho o acidente sofrido durante o
horário e local de trabalho em consequência de:

“a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companhei-


ro de trabalho;

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada
ao trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companhei-


ro de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão; 55


e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de
força maior” (BRASIL , 1991, extraído da Internet). Para conhecer todo o texto da
Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991, acesse o link: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l8213cons.htm>.

Um detalhe: existe também o acidente de trajeto: aquele que acontece no percurso da


residência para o local de trabalho ou do local de trabalho para a residência, em qualquer
meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade da pessoa acidentada. É importante
também deixar claro que deixa de ser acidente de trajeto quando o empregado tenha, in-
terrompido ou alterado o percurso normal que costuma fazer.

Quando um acidente do trabalho acontece com um empregado, é necessário que a


empresa seja informada. Feito isso, a empresa comunica o ocorrido à Previdência Social
através da Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) até o primeiro dia útil seguinte ao
ocorrido ou imediatamente em caso de morte. As causas e consequências do acidente
serão apuradas e o benefício adequado será liberado ao acidentado.
A emissão da CAT é obrigatória, mesmo em casos onde o acidentado não precise ficar
afastado por mais de 15 dias. O empregado ou seus dependentes, bem como o sindicato
que corresponda a sua categoria, receberão cópia fiel da CAT. Caso não seja feita pela
empresa, poderá a CAT ser feita também pelo próprio acidentado, por seus dependentes,
pelo sindicato ao qual pertença, pelo médico que tenha feito a assistência ao ocorrido ou
por qualquer autoridade pública. Vale salientar que o trabalhador vítima de acidente do
trabalho tem garantido o emprego após receber alta médica por um período de 12 meses,
exceto por motivos de força maior ou justa causa.

É importante também conhecer o significado do termo “incidente”. Incidente é um fato


que não resultou em danos à saúde ou integridade física. Como, por exemplo, uma ferra-
menta cai do alto de um andaime perto de um trabalhador, mas não chega a atingi-lo. Os
incidentes também devem ser registrados. Não os menospreze. Um incidente pode vir a
ser um acidente.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

Atividade 01
Com relação aos acidentes, podemos afirmar que eles são eventos tão
56 raros que qualquer medida para prevenir é considerada errada? Ou o tra-
balhador deve seguir os procedimentos do empregador? Ou, quando acon-
tece um acidente do trabalho, a empresa é desobrigada a informar ao Mi-
nistério do Trabalho e Emprego? Reflita sobre essas questões, percebendo
a veracidade dos argumentos e elabore um texto com suas conclusões.

Técnicas de análise de riscos


Várias podem ser as causas de um acidente de origem elétrica, por isso o mais impor-
tante é cuidar para preveni-los e evitá-los. Pode acontecer, por exemplo, durante o teste da
eletricidade, se não for feito corretamente. É necessário seguir todos os procedimentos.
Planejar antes de executar.
Querendo mais
A Dutra/Fluke traz em seu site alguns erros mais comuns ao se testar
eletricidade: trocar o fusível original por um fusível mais barato, usar um
pedaço de fio ou metal para “desviar” totalmente do fusível, usar uma
ferramenta de teste inadequada para a tarefa, dentre outros. Confira a ma-
téria completa: <https://www.dutramaquinas.com.br/blog/confira-os-10-
-erros-comuns-ao-testar-eletricidade/>.

Para iniciar esta parte da competência, definiremos alguns conceitos. Falamos muito
sobre riscos. Mas o que é um risco? E um perigo? A Agência Europeia para a Segurança e

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
Saúde no Trabalho (EU-OSHA) define de maneira bem simples: risco é a possibilidade de
alguém sofrer algum dano provocado por um perigo. Perigo pode ser qualquer coisa que
possa causar danos. Isso quer dizer que, no trabalho em instalações e serviços em eletri-
cidade, o risco é o choque elétrico, a eletricidade é o perigo.

E o que vem a ser uma análise de riscos? É o processo que identifica os riscos para a
segurança e a saúde dos trabalhadores quando enfrentam os perigos no local de trabalho. 57
Identifica o que pode causar lesões ou danos, a possibilidade de eliminar os riscos e, quan-
do não for possível, utilizar métodos para controlar estes riscos.

Na realização da atividade, existe risco? Se sim, como fazer para eliminá-lo? Se não for
possível eliminar, posso controlar o risco, agir de maneira segura para não causar aciden-
te? São perguntas que devem sempre ser feitas quando se analisa uma atividade.

Podem acontecer novos riscos? Sim, podem aparecer novos riscos na realização de
uma atividade quando utilizamos novos métodos e processos, ou um novo local de traba-
lho, ou novas tecnologias, por exemplo. Deve ser um processo dinâmico, ser sempre atua-
lizado por profissional responsável.

Existem as Técnicas de Identificação de Perigos e as Técnicas de Análise e Avaliação dos


Riscos. Para a identificação dos perigos, podemos fazer uso de algumas técnicas, como,
por exemplo, a Técnica de Incidentes Críticos (TIC), o Brainstorming e a Lista de Verificação.

A TIC consiste em identificar os perigos existentes em determinada atividade através de


entrevistas com os trabalhadores que as executam. O número de entrevistas feitas com os
trabalhadores varia, deve ser de acordo com uma avaliação estatística.
O Brainstorming (termo em inglês que significa ao pé da letra “tempestade cerebral”)
utiliza ideias de um grupo de pessoas para obter a melhor solução para determinado pro-
blema. Seria uma espécie de bate-papo entre pessoas para discutir ideias para analisar os
perigos existentes.

O método da Lista de Verificação visa associar, a partir de uma lista de procedimentos


que já existe, outros riscos que podem acontecer, procurando uma medida para controlar
ou eliminar este risco.

É importante fazer este levantamento dos perigos que possam existir em determinada
atividade? Sim, com certeza! É importante que os trabalhadores que vão exercer essas ati-
vidades participem do levantamento dos perigos. Com base nesses levantamentos, pode-
mos melhorar a análise e a avaliação de riscos. Existem algumas técnicas para isso, como:
Análise de Árvore de Falhas (AAF), Análise de Árvore de Eventos (AAE), Análise Preliminar
de Riscos (APR).
com Eletricidade (NR-10)

Explicando de uma maneira bem simples: a Análise de Árvore de Falhas (AFF) parte
Segurança em Serviços

do evento indesejado (acidente, por exemplo) buscando as possíveis causas do ocor-


rido. Segue perseguindo as suas causas até chegar às causas básicas que levaram a
acontecer o acidente.

Já a Análise de Árvore de Eventos (AAE) parte de um evento indesejado (um aciden-

58 te, por exemplo) para determinar o que pode acontecer. Antecipa e descreve as suas
consequências.

E a Análise Preliminar de Riscos (APR) é um estudo detalhado das etapas da realização


de uma determinada atividade, os seus riscos associados e medidas para controlar ou
eliminá-los. Deve ser feito antes de executar a atividade (daí o nome “preliminar”). De uma
maneira bem simples, a APR antecipa os prováveis riscos que podem acontecer quando se
executa uma atividade e os previne. Antes de executar a atividade, o responsável pela ela-
boração da APR deve fazer, em conjunto com o funcionário responsável por executar esta
atividade, um levantamento de todas as etapas de como fazer esta atividade. A própria
NR-10 estabelece esta obrigatoriedade, no seu item 10.11.7:

“Antes de iniciar trabalhos em equipe os seus membros, em conjunto com o res-


ponsável pela execução do serviço, devem realizar uma avaliação prévia, estudar,
planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas no local, de forma a atender
os princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança aplicáveis ao
serviço.” (BRASIL, 2004, extraído da internet).
Resumo
Nesta competência você estudou o que é acidente e que podem existir várias cau-
sas. Isso gera inúmeros problemas, desde perdas materiais até problemas de saúde para o
trabalhador, que podem deixá-lo incapacitado para exercer a sua atividade, ou até mesmo
provocar a sua morte. Lembrem-se: previna o acidente. Evite o acidente. E como fazer para
evitar os acidentes? É importante lembrar que é dever do trabalhador cumprir as ordens
de serviços expedidas pelo empregador, bem como cumprir o que determinam as leis que
tratam de segurança e saúde do trabalho. Você aprendeu conceitos pertinentes a estes
cuidados (como o que é risco, o que é perigo) e que existem técnicas que podem evitar
a ocorrência dos acidentes, as Técnicas de Identificação de Perigos (como a Técnica de
Incidentes Críticos, o Brainstorming e a Lista de Verificação) e as Técnicas de Análise e
Avaliação dos Riscos (como a Análise de Árvore de Falhas, a Análise de Árvore de Eventos
e a Análise Preliminar de Riscos).

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
Autoavaliação
01. Marque a alternativa correta:

a) A empresa deve adotar procedimentos em caso de acidentes;

b) A empresa deve dizer que pode acontecer o acidente, mas nunca como ele pode 59
acontecer;

c) A empresa não precisa informar ao trabalhador sobre os riscos que ele está exposto ao
executar suas atividades;

d) Nenhuma das alternativas está correta.

02. Cabe ao trabalhador, em caso de acidente:

a) Agir como se nada tivesse acontecido;

b) Seguir os procedimentos adotados pela empresa;

c) Avisar ao seu supervisor e seguir para casa;

d) Nenhuma das alternativas está correta.

03. Cabe às empresas:

a) Instruir os trabalhadores sobre como agir com segurança através de procedimentos e


ordens de serviço;

b) Avisar para tomarem cuidado para não se acidentarem, mas sem precisar entrar em
detalhes;

c) Instruir os fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego a não olharem todos os setores


da empresa;

d) Nenhuma das alternativas está correta.

04. Marque a alternativa correta:

a) Acidentes nunca irão acontecer por conta de problemas com as instalações elétricas;

b) Os trabalhadores que interagem com instalações e serviços em instalações elétricas


podem ser vítimas de acidentes, menos os de origem elétrica;

c) Os trabalhadores que interagem com instalações e serviços em instalações elétricas


com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

podem ser vítimas de acidentes de origem elétrica;

d) Nenhuma das alternativas está correta.

60
Competência
05 61

Implementar medidas
de controle do risco elétrico
Implementar medidas
de controle do risco elétrico

Já estamos cientes que existem riscos e que podem acontecer acidentes. Existem téc-
nicas de como analisar as atividades visando eliminar ou controlar esses riscos, evitando
que aconteçam os acidentes. E existem medidas a serem tomadas para isso?

Ao realizar atividades com instalações elétricas, o trabalhador está exposto, principal-


mente, aos riscos de origem elétrica. Como evitar que estes riscos causem um acidente? É
o que veremos nesta competência. Preparado? Vamos lá.

Desenergização

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
A desenergização é uma sequência de procedimentos que visa tirar a alimentação do
circuito para que seja possível realizar um serviço com segurança. Isso é diferente de des-
ligar. Desligar é apenas interromper a passagem da corrente elétrica. Desenergizar é reali-
zar a sequência descrita.

Somente será considerada desenergizada uma instalação elétrica liberada para o tra-
balho após serem feitos os seguintes procedimentos: 63
a) Seccionamento – É a interrupção quando se faz uma abertura do circuito elétrico atra-
vés de dispositivos específicos, como um disjuntor, relé, chave seccionadora etc.;

b) Impedimento da reenergização – Bloqueio feito para garantir que o circuito não seja ree-
nergizado. São utilizadas chaves, cadeados e dispositivos bloqueadores impedindo que a
corrente volte a circular no circuito enquanto estiverem sendo feitas as atividades;

c) Constatação da ausência de tensão – Verificação feita através de equipamentos espe-


cíficos para detecção de tensão. Deverá ser realizada com todos os equipamentos de
proteção adequados (luvas isolantes de proteção, vestimentas adequadas etc.);

Importante
Antes de constatar a ausência de tensão, os instrumentos de medição
utilizados devem ser testados antes para garantir que estão funcionando
corretamente.
d) Instalação do aterramento temporário com equipotencialização dos condutores do cir-
cuito – É a ação de instalar o aterramento temporário e colocar todos os condutores do
circuito no mesmo potencial, no caso o potencial de terra (zero), utilizando uma haste
conectada a terra;

e) Proteção dos elementos energizados existentes na Zona Controlada – Utilização de co-


bertores, mantas isolantes ou lençóis isolantes como uma forma de evitar o contato
acidental com alguma parte viva energizada (definiremos Zona Controlada no decorrer
da competência);

f) Instalação da sinalização de impedimento de reenergização – Colocação de placas si-


nalizadoras para indicar que existem trabalhadores realizando um serviço no circuito.
com Eletricidade (NR-10)

Atividade
Segurança em Serviços

Com relação à desenergização, podemos afirmar que ela garante que não
aconteçam acidentes com os trabalhadores? Ou que no aterramento são
utilizadas hastes ligando os circuitos a terra, podendo ser dos tipos fun-
cional, arcaico e temporário? Ou que não existe medida a ser tomada pelo
64 trabalhador quando vai fazer uma intervenção em instalação elétrica? Re-
flita sobre essas questões, percebendo a veracidade dos argumentos e
elabore um texto com suas conclusões.

A desenergização deve ser mantida enquanto os trabalhadores estiverem realizando o


serviço. Após completá-lo, deve-se dar início ao processo de reenergização, seguindo as
etapas a seguir:

a) Retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;

b) Retirada da Zona Controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de


reenergização;

c) Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adi-


cionais;

d) Remoção da sinalização de impedimento de reenergização;

e) Destravamento (se houver) e religação dos dispositivos de seccionamento.


Importante
Os trabalhadores envolvidos no processo de desenergização é que deve-
rão realizar o processo de reenergização.

Aterramento
O aterramento é um sistema de hastes fixadas ao solo que ligam os circuitos a ela. Ele
pode ser do tipo funcional, proteção ou temporário.

O aterramento funcional tem como finalidade garantir que a instalação funcione de ma-
neira segura e confiável. Ex: aterramento feito no neutro da instalação, no medidor.

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
O aterramento de proteção tem como finalidade a proteção da segurança e saúde atra-
vés da ligação à terra das massas e equipamentos. Ex: aterramento feito no chuveiro elétri-
co. Um detalhe: as funções de aterramento funcional e de proteção podem ser oferecidas
por um condutor apenas, o condutor PEN.

O aterramento temporário tem como finalidade a ligação dos circuitos a terra para exe-
cução de um serviço. 65

Segundo a ABNT NBR 5410, os esquemas de aterramento são classificados em: TN, TT
e IT. A primeira letra (T ou I) diz respeito à situação da alimentação em relação ao solo (a
terra), como é feita a ligação a terra na alimentação:

*T = um ponto diretamente aterrado;

*I = isolação de todas as partes vivas em relação a terra ou aterramento de um ponto


através de impedância.
Impedância: oposi-
A segunda letra (T ou N) diz respeito à situação das massas da instalação elétrica em ção de um circuito
relação a terra: à passagem de
uma corrente
*T = massas diretamente aterradas, independentemente do aterramento eventual de um elétrica quando for
submetido a uma
ponto da alimentação; tensão

*N = massas ligadas ao ponto da alimentação aterrado (em corrente alternada, o ponto


aterrado é normalmente o ponto neutro).

As outras letras que possam aparecer dizem respeito à disposição do condutor neutro
e do condutor de proteção:
*S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores diferentes um do outro;

*C = funções de neutro e de proteção combinadas em um único condutor (condutor PEN).

Ficou meio confuso? Basta lembrar que os esquemas de aterramento são três: TN, TT
ou IT. Cada um deles tem duas letras. A primeira letra diz como a alimentação faz a sua
ligação com a terra. A segunda letra diz como as massas (equipamentos em geral) fazem
as ligações a terra. Se for um esquema TN, pode ter outras letras: S, C ou C-S.

O esquema TN possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, sendo as mas-


sas ligadas a esse ponto mediante condutores de proteção. Possui três variações:

– TN-S: as funções de neutro e proteção feitas por condutores diferentes;


com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

66

Figura 14 – Esquemas de aterramento TN-S


Fonte:<http://www.cursonr10.com/arquivos/esquema-tn-s.jpg>. Acesso em: 27 dez. 2016.

– TN-C: as funções de neutro e de proteção são combinadas em um único condutor (PEN);


com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços
Figura 15 – Esquemas de aterramento TN-C
Fonte:<http://www.cursonr10.com/arquivos/esquema-tn-c.jpg>. Acesso em: 27 dez. 2016.

– TN-C-S: as funções de neutro e de proteção são combinadas em um único condutor


(como no caso do esquema TN-C) até determinado ponto da instalação, quando passando
a serem feitas por condutores distintos (como no caso do esquema TN-S).
67

Figura 16 – Esquemas de aterramento TN-C-S


Fonte:<http://www.cursonr10.com/arquivos/esquema-tn-c-s.jpg>. Acesso em: 27 dez. 2016.
Já o esquema TT possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, sendo o ater-
ramento das massas diferente feito diretamente nelas.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

Figura 17 – Esquemas de aterramento TT


Fonte:<http://www.cursonr10.com/arquivos/esquema-tt-2.jpg>. Acesso em: 27 dez. 2016.

E no esquema IT todas as partes vivas são isoladas da terra ou um ponto da alimen-


68 tação é aterrado através de impedância. Consulte a NBR 5410 para maiores informações
sobre este esquema de aterramento.

Figura 18 – Esquemas de aterramento TT


Fonte:<http://www.cursonr10.com/arquivos/esquema-tt-2.jpg>. Acesso em: 27 dez. 2016.
Outras medidas de controle
Equipotencialização
A equipotencialização tem como objetivo tornar a diferença de potencial entre dois cor-
pos a mínima possível. Deve ser feita através de um Barramento de Equipotencialização
Principal (BEP) previsto ainda na fase de projeto, devendo ser ligado a ele todas as partes
metálicas não energizadas das instalações, como os eletrodos de aterramento do sistema
elétrico, eletrodutos, eletrocalhas, tubulações metálicas etc.

Seccionamento automático da alimentação


O seccionamento automático da alimentação tem como objetivo interromper uma ten-
são de contato perigosa que possa vir a pôr em risco a segurança e a saúde das pessoas
seja em toda a instalação ou em parte dela. Isso deve ser feito utilizando dispositivos como

com Eletricidade (NR-10)


disjuntores, fusíveis etc.

Segurança em Serviços
Corrente de fuga e Dispositivo Diferencial-Residual
A Corrente de fuga é o fluxo de corrente feito através de uma falha. Pode ter como
origem um curto-circuito ou um defeito na isolação dos condutores etc. O Dispositivo Dife-
rencial-Residual (DR) protege contra os efeitos prejudiciais da corrente de fuga. Pode ter 69
duas finalidades, diferenciadas pelo valor da Corrente Diferencial-Residual Nominal (I∆n):
proteção da vida = I∆n igual ou inferior a 30 mA; e proteção das instalações e equipamen-
tos = I∆n superior a 30 mA.

De acordo com a ABNT NBR NM 61008: a corrente diferencial-residual para usos domésti-
cos e análogos sem dispositivo de proteção contra sobrecorrentes (RCCB), o DR deve funcio-
nar entre 50% e 100% da corrente nominal residual em um tempo de até 200 milisegundos
(ms). Por exemplo, antes mesmo de atingir os 30 mA para proteção da vida, o DR deve atuar.

Importante
O DR deve ter um valor nominal (In = 25A, 40A, 63A, 80A, 100A e 125A)
igual ou superior ao dispositivo de proteção de sobrecorrentes (disjuntor,
por exemplo) e deve ser instalado depois deste dispositivo. A proteção con-
tra sobrecorrentes não é feita pelo DR, que também deve ser protegido.
O DR deve ser instalado: nos circuitos contendo banheira ou chuveiro; nos circuitos de
tomada situados em uma área externa à edificação; nos circuitos de tomada localizados
em uma área interna, mas que possa vir a ser utilizada nas áreas externas; nos circuitos
em lugares habitacionais que possam ser utilizados em cozinhas, copas-cozinhas, lavande-
rias, áreas de serviço, garagens ou qualquer área interna normalmente molhada ou sujeita
a lavagens; nos circuitos em lugares não-residenciais que possam ser utilizados em cozi-
nhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens ou qualquer área interna
normalmente molhada ou sujeita a lavagens.

Extra Baixa Tensão


A Extra Baixa Tensão (EBT) também é conhecida como tensão de segurança. O limite da
EBT em Corrente Contínua é 120 V, já o limite da EBT em Corrente Alternada é 50 V. Ela é
utilizada quando existir uma situação onde a resistência do corpo está diminuída, ou quan-
do a isolação dos equipamentos está comprometida, em ambientes úmidos. Lembre-se: a
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

umidade diminui o valor da resistência do corpo.

Conforme as definições da ABNT NBR 5410, um sistema SELV (do inglês separated
extra-low voltage) é um sistema de extra baixa tensão que é eletricamente separada da
terra de outros sistemas e de tal modo que a ocorrência de uma única falta não resulta em
risco de choque elétrico.
70 Um sistema PELV (do inglês protected extra-low voltage) é um sistema de extra baixa
tensão que não é eletricamente separado da terra, mas que preenche, de modo equivalen-
te, todos os requisitos de um SELV. Os equipamentos/aparelhos que utilizam a Extra Baixa
Tensão são aqueles de Classe de Isolamento III.

Barreiras e invólucros
São componentes que impedem o contato com parte energizada de máquinas, equipa-
mentos e instalações. De acordo com as definições da Norma Regulamentadora nº 10, a
barreira é um dispositivo que impede qualquer contato com partes energizadas das instala-
ções elétricas. Por exemplo, a proteção colocada para impedir o contato acidental com um
barramento de um painel. Já o invólucro é o envoltório de partes energizadas destinado a
impedir qualquer contato com partes internas. Por exemplo, a parte externa de um equipa-
mento, como uma seccionadora, por exemplo.

Obstáculos e anteparos
De acordo com as definições da Norma Regulamentadora nº 10, obstáculo é um ele-
mento que impede o contato acidental, mas não impede o contato direto por ação delibe-
rada. Como exemplo, podemos citar uma cerca em volta de uma subestação. Ela impede o
contato acidental com a parte viva energizada, mas não o contato feito por uma ação como
pular ou abri-la.

Isolação das partes vivas e isolação dupla ou reforçada


Um isolamento elétrico é o processo que tem como objetivo impedir a passagem de cor-
rente elétrica pelo uso de materiais isolantes. Um exemplo disso é a capa isolante de um
condutor ou a malha isolante colocada sobre um componente energizado.

A isolação dupla tem a função de fornecer uma segunda proteção para complementar a
isolação básica. Os equipamentos/aparelhos que utilizam a isolação dupla são aqueles de
Classe de Isolamento II. Ex: furadeiras, parafusadeiras etc.

com Eletricidade (NR-10)


Uma isolação reforçada é uma isolação extra utilizada para proteger contra qualquer

Segurança em Serviços
problema que a primeira isolação possa vir a apresentar.

Proteção parcial por colocação fora de alcance


Tem como objetivo proteger contra o contato acidental com uma parte viva da insta-
lação. Essas partes vivas, se apresentarem potenciais diferentes, também devem estar
71
separadas entre si para evitar o contato. Esse espaço entre elas deve ser o suficiente para
que uma pessoa possa passar sem fazer contato direto ou segurando objetos.

Proteção dos elementos energizados existentes na Zona Controlada


A Norma Regulamentadora nº 10 estabelece, no seu Anexo II, os tamanhos dos raios
das Zonas de Risco e Zona Controlada. De acordo com as definições da NR-10, a Zona Con-
trolada é a região localizada no entorno de parte condutora energizada, não separada. Só
se pode ter acesso a ela a partir de dimensões estabelecidas conforme o nível de tensão
(essa aproximação só é permitida aos profissionais autorizados. Já a Zona de Risco é a
localizada no entorno de parte condutora energizada, não separada. As dimensões tam-
bém são estabelecidas de acordo com o nível de tensão. Mas, neste caso, a aproximação
só é permitida para profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos
apropriados de trabalho.
Figura 19 – Zonas de Risco e Zona Controlada
Fonte:<http://image.slidesharecdn.com/nr-10-basico1parte-a-110218082752-phpapp02/95/nr-10-basico-1-parte-
-a-30-728.jpg?cb=1298019528>. Acesso em: 27 dez. 2016.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

Qualquer pessoa pode ter acesso à Zona mais externa, conhecida como Zona Livre (ZL).
Após a Zona Livre, indo em direção ao Ponto Energizado (PE), está a Zona Controlada (ZC).
Apenas profissionais qualificados, habilitados ou capacitados podem ter acesso a esta
Zona. A região em que está localizado o Ponto Energizado é a Zona de Risco (ZR). Apenas
profissionais que interagem com o PE podem ter acesso a esta Zona.
72 Ao realizar uma atividade no Ponto Energizado, as partes em que se podem ter acesso
da Zona Controlada devem ser protegidas através do uso de isolação adequada à tensão.
Lembre-se: o uso de um material isolante (barreira) mudará os limites das Zonas. A região
antes da barreira passa a ser uma Zona Livre.

Separação elétrica
A proteção por separação elétrica utiliza um transformador de separação, onde apenas
o primário tem contato com a terra, estando o secundário isolado. A proteção que um es-
tabilizador de tensão oferece para um microcomputador é, na realidade, uma proteção por
separação elétrica.

Resumo
Nesta competência você estudou algumas medidas de proteção para evitar acidentes
controlando o risco elétrico. É muito importante que você tenha todos os passos em mente
antes de realizar uma atividade com instalações elétricas, como a desenergização. Garan-
ta que não exista corrente circulando no circuito antes de fazer qualquer procedimento.
Você também aprendeu sobre o aterramento, os seus tipos e esquemas de ligação, assim
como a equipotencialização e o seccionamento automático da alimentação. Outro impor-
tante dispositivo de proteção a corrente de fuga também foi estudado, o Dispositivo Dife-
rencial-Residual (DR). Estudou sobre a Extra Baixa Tensão (EBT), também conhecida como
tensão de segurança, utilizada quando a resistência do corpo está diminuída ou a isolação
do equipamento comprometida. Também aprendeu sobre os componentes que bloqueiam
o contato com parte energizada de máquinas, equipamentos e instalações – as barreiras
e os invólucros. E sobre aqueles que impedem o contato acidental com a parte viva ener-
gizada, mas não o contato feito por uma ação deliberada – os obstáculos e anteparos.
Além disso, estudou sobre a colocação de materiais isolantes para impedir a passagem da
corrente elétrica (isolação elétrica) e também aquela complementar à isolação básica (iso-
lação dupla ou reforçada). E, dentre outros saberes, também listamos as diferentes zonas
a partir de um ponto energizado.

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
Autoavaliação
01. A segunda e quarta etapa da desenergização são, respectivamente:

a) Seccionamento e Constatação da ausência de tensão;

b) Impedimento da reenergização e instalação do aterramento temporário com equipoten- 73


cialização dos condutores do circuito;

c) Instalação da sinalização;

d) A isolação dupla ou reforçada.

02. Os tipos de aterramento são:

a) Funcional, Proteção e Temporário;

b) Terra, Resistência e Atmosférico;

c) Equivalente, Proporcional e Para-raio;

d) Elétrico, duplo ou reforçado.

03. O Dispositivo Diferencial-Residual destinado a fornecer uma proteção adicional da vida


(contra choques-elétricos) tem como corrente diferencial residual nominal (I∆n) um va-
lor igual ou inferior a:
a) 50 mA

b) 100 mA

c) 30 mA

d) 5 mA

04. A Extra Baixa Tensão (EBT) tem como limites:

a) CC: 120 V, CA: 50 V

b) CC: 100 V, CA: 100 V

c) CC: 50 V, CA: 120 V

d) CC: 2000 V, CA: 1200 V


com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

74
Competência
06 75

Utilizar os equipamentos
de proteção coletiva e individual
Utilizar os equipamentos
de proteção coletiva e individual

Estudar sobre segurança e saúde do trabalho em eletricidade nos faz perceber que
existem riscos, e que eles podem ser analisados e controlados com a utilização dos Equipa-
mentos de Proteção, tanto coletivo quando individual. Vamos estudar nesta competência
sobre alguns deles e quando os usar. Preparado? Vamos lá!

Equipamentos de Proteção Coletiva


Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são utilizados para controlar os riscos
quando forem coletivos. Primeiro deve-se pensar no coletivo, depois no individual, sempre!

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
Esse controle pode ser feito através da sinalização, neutralização ou diminuição desses ris-
cos. Não devemos confundir as Medidas de Proteção Coletiva com o uso dos Equipamentos
de Proteção Coletiva. Elas vão muito mais além do que o uso dos EPC e compreendem prin-
cipalmente o uso da desenergização para proteção dos trabalhadores que fazem serviços
em instalações elétricas.
77
A Norma Regulamentadora nº 10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricida-
de) no seu item 10.2.8.1 diz: “em todos os serviços executados em instalações elétricas
devem ser previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis,
mediante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segu-
rança e a saúde dos trabalhadores” (BRASIL, 2004, p. 2).

Quando não for possível usar a desenergização, deve-se fazer uso da tensão de segu-
rança (Extra Baixa Tensão – EBT). Se não for possível fazer uso da desenergização nem
da EBT, outras medidas devem ser utilizadas, como a isolação das partes vivas, o uso de
obstáculos, barreiras e sinalização ou de um sistema de seccionamento automático de
alimentação, ou com bloqueio do religamento automático. Como exemplo de EPC, temos:

– Cone de sinalização – Utilizado para sinalizar ou demarcar determinada área. Pode ter
ou não o strobo (utilizado para visualização noturna). Também pode servir de base para
bandeirolas, correntes e fitas zebradas.

– Corrente e fita zebrada – Utilizados para sinalizar ou demarcar área.

– Tapete isolante – Utilizado para aumentar a isolação do trabalhador quando realiza um


serviço com instalações elétricas.
Atividade
Com relação às Medidas de Proteção Coletiva, estamos falando do uso
exclusivo de Equipamentos de Proteção Coletiva? Ou estamos falando de
medidas de ordem geral englobando, prioritariamente, a desenergização?
Ou estamos falando em usar um cone de sinalização, fita zebrada ou cor-
rente de sinalização? Reflita sobre essas questões, percebendo a veraci-
dade dos argumentos e elabore um texto com suas conclusões.

Equipamentos de Proteção Individual


Segundo a descrição da Norma Regulamentadora nº 6 (Equipamentos de Proteção Indi-
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

vidual), “é considerado Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo aparelho ou produto,


de uso individual usado pelo trabalhador, com a finalidade de protegê-lo de riscos susce-
tíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho” (BRASIL, 1978, p. 1). E um só EPI
pode servir como proteção a mais de um risco? Sim, pode. Ele pode ser um Equipamento
Conjugado de Proteção Individual, que é todo aquele composto por vários dispositivos, que
78 o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam acontecer simultane-
amente e que sejam suscetíveis de causar ameaça a segurança e a saúde no trabalho.

Um exemplo de Equipamento Conjugado de Proteção Individual é um capacete de proteção


com abafadores ou viseiras de segurança. Vamos falar sobre eles no decorrer da competência.

Importante
O equipamento de proteção individual, tanto de fabricação nacional
quanto importado, só poderá ser colocado à venda e utilizado com a in-
dicação do Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional
responsável em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério
do Trabalho e Emprego. Ou seja: para ser EPI tem de possuir o Certificado
de Aprovação. O CA vem marcado no próprio EPI juntamente com o lote
de fabricação e o nome comercial da empresa (quando for importado,
deverá ter o CA, lote de fabricação e nome do importador).
Você pode estar se perguntando: “para exercer as minhas funções na empresa, preciso
pagar para receber o meu EPI?” Não! É obrigação da empresa fornecer aos empregados,
gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamen-
to, nas seguintes circunstâncias:

a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os
riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;

b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;

c) Para atender a situações de emergência.

O empregador deve tentar primeiro medidas de ordem geral, administrativas ou cole-


tivas. Um exemplo disso é fazer um revezamento entre trabalhadores que estão expostos
a uma fonte de ruído que ultrapassa o limite de tolerância diário. Quanto não for possível,
deve tentar fazer o uso dos Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC). Ainda persistindo
o risco, o empregador deve controlar/neutralizar o risco através da utilização dos Equipa-

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
mentos de Proteção Individual (EPI).

E como determinar qual EPI utilizar? O Serviço Especializado em Engenharia de Se-


gurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) é que vai recomendar ao empregador o EPI
adequado ao risco existente em determinada atividade, ouvindo para isso a Comissão In-
terna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e os trabalhadores usuários. Então, quais são as
obrigações do empregador quanto ao EPI? 79
a) Adquirir o equipamento adequado ao risco de cada atividade;

b) Exigir seu uso;

c) Fornecer ao trabalhador equipamentos aprovados pelo órgão nacional competente em


matéria de segurança e saúde no trabalho;

d) Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso e conservação adequados;

e) Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

f) Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;

g) Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;

h) Registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou


sistema eletrônico.

Os empregadores têm obrigações com os EPIs. E os trabalhadores também? Sim, tam-


bém! São elas:

a) Usar o equipamento, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina (o capacete


de proteção deverá ser utilizado para proteger a cabeça, e não para sentar ou servir
como prato na hora das refeições);

b) Responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;

d) Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), no seu artigo 158 diz: “Constitui ato faltoso
do empregado a recusa injustificada: A observância das instruções expedidas pelo empre-
gador; ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual – EPIs fornecidos pela empresa”
(BRASIL, 2003, p. 1). Isto é: o trabalhador que por um motivo injustificado se negar a utili-
zar o EPI poderá sofrer as penalidades previstas em lei, podendo ser punido com demissão
por justa causa.
com Eletricidade (NR-10)

É importante o eletricista saber que os Equipamentos de Proteção Individual por ele uti-
Segurança em Serviços

lizados se parecem muito com os EPIs de outros trabalhadores, mas são diferentes. Tanto
o capacete como a luva ou bota devem ser diferentes. Vamos estudar alguns, a seguir.

Capacete Isolante de Segurança


80
Segundo descrições da Associação Brasileira de Normas Técnicas, por meio da
ABNT NBR 8221 – Capacete de segurança para uso ocupacional – Especificação e
métodos de ensaio:

– “Capacete é o equipamento composto por casco e suspensão, usado na cabeça e pro-


jetado para oferecer proteção limitada contra impactos, perfuração e quando aplicável
choque elétrico”;

– Casco é a parte de um capacete que inclui a superfície externa;

– Suspensão é o mecanismo absorvedor de energia usado para manter um capacete na


posição correta de uso na cabeça do usuário, excetuando-se a jugular ou outros dispo-
sitivos de retenção opcionais;

– “Jugular é o acessório opcional constituído de tira ajustável que, passando na região do


queixo, auxilia a fixação do capacete à cabeça” (ABNT, 2015, p9)
Figura 20 – Capacete Isolante de Segurança
Fonte:<http://www.ferramentaskennedy.com.br/loja/fotos/capacete-de-seguranca-azul-tipo-ii-classe-b-ppc01-proteplus.jpg>.

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
Acesso em: 27 dez. 2016.

A aba do capacete isolante de segurança pode ser frontal ou total. É aconselhável para
trabalhos com eletricidade o uso da aba total. E quando devemos usar a jugular? Sempre! É
bom utilizar a jugular para impedir que o capacete caia durante algum movimento da cabeça.
81
Os capacetes de segurança são classificados conforme a proteção quanto aos riscos de
impacto e elétricos, sendo classificado como Tipo I ou Tipo II, quanto a sua proteção contra
impactos e Classes G, E ou C, quanto a sua proteção contra riscos elétricos. Portanto, para
uso com trabalhos em instalações elétricas, deve-se utilizar o capacete classe E.

De acordo com a ABNT NBR 8221, o capacete deve ser submetido a ensaios em labora-
tório para determinar a sua resistência ao impacto, a resistência à penetração, a inflamabi-
lidade (capacidade de determinado produto pegar fogo), a absorção de água (capacidade
da água infiltrar no material) e a rigidez dielétrica (máxima intensidade de campo elétrico
que torna um material condutor).

O capacete pode ter várias cores, não existindo alguma restrição de cores por função,
isso depende de empresa para empresa. Deve-se sempre observar seu estado físico: se
apresentar alguma fragilidade, alteração de cor ou alguma outra mudança das caracterís-
ticas originais de fabricação, ele deverá ser descartado e substituído. Também observe o
estado da carneira e jugular. Se desfiarem ou rasgarem, devem ser trocadas.

Atenção: não se deve fazer uso do capacete com bonés ou gorros e sempre o utilize com
a aba para frente!
Óculos e viseira de segurança

Figura 21 – Óculos de segurança


Fonte:<http://www.carbografite.com.br/upload/produto/SuperZoom/produto561-487.jpg>.
Acesso em: 27 dez. 2016.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

Os óculos de segurança têm a função de proteger os olhos de quem o usa. É recomen-


dável que o eletricista use os óculos de segurança contra impactos se ele for trabalhar com
circuitos desenergizados, lançando condutores ou utilizando ferro de solda em bancadas.
Além disso, os óculos de segurança também devem proteger contra as emissões de infra-
vermelho e ultravioleta.
82
Os óculos de segurança são todos iguais? Não! As cores das lentes orientam sobre a
sua utilização. Consulte a análise de riscos para saber qual cor de lentes utilizar.

Figura 22 – Viseira de segurança


Fonte:<http://www.frontalepi.com.br/franquias/2/466fb9bd9d76e8388d327709c005d02e/4c40792e5998965f300247
b4b43a879b/editor/image/protetorfacialincolorapolo.jpg>. Acesso em: 27 dez. 2016.

Já a viseira de segurança deve ser utilizada em circuitos que não podem ser desenergi-
zados, onde existe a possibilidade de arcos elétricos.
Protetor auricular
Sempre que o trabalhador estiver exposto a ruídos (sons indesejáveis que causam per-
turbação e incômodo) acima dos limites toleráreis para a saúde, ele deverá utilizar um
protetor auricular conforme descrito na análise de riscos. Ruídos podem ser produzidos por
motores elétricos, por exemplo, durante o seu funcionamento normal ou quando apresen-
tam algum problema. Ficar exposto por um período prolongado poderá deixar o trabalhador
com surdez parcial ou até mesmo total.

Para neutralizar os efeitos nocivos no corpo do trabalhador, deve ser utilizado o protetor
auricular. Afaste os cabelos antes de utilizar o tipo concha (abafador). Deverá ser feita a
completa vedação.

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
83
Figura 23 – Protetor auricular tipo concha
Fonte:<http://image.made-in-china.com/2f0j10jvoapEMwlmbk/-Protetor-auricular-JHP-8100-.jpg>.
Acesso em: 27 dez. 2016.

Para o tipo plug, incline a cabeça antes de inserir no canal auditivo. Lembre-se sempre
de usá-los conforme as instruções do fabricante e nunca manuseie os protetores auricula-
res com as mãos sujas.

Figura 24 – Protetor auricular tipo plug


Fonte:<http://www.lojadomecanico.com.br/imagens/36/315/89789/Protetor-Auricular-CG-38K-com-Cordao-carbografi-
te-0102188101.JPG>. Acesso em: 27 dez. 2016.
Luva isolante de borracha
Segundo descrições da Associação Brasileira de Normas Técnicas através da ABNT
NBR 16295 – Luvas de material isolante: “luva isolante é o equipamento de proteção indi-
vidual, produzida de elastômero, utilizada para a proteção do trabalhador contra os riscos
elétricos. Cano é a parte da luva compreendida entre o punho e a orla. Orla é o acabamento
da extremidade do cano da luva. Ozônio (O3) é uma forma muito ativa de oxigênio que pode
ser produzida por descarga elétrica, efeito corona ou raios ultravioletas. Corte por ozônio
são rachaduras entrelaçadas na borracha pela ação do ozônio. Tensão Máxima de Uso é
o valor eficaz máximo entre fases, na qual a luva pode ser utilizada” (ABNT, 2014, p. 10).

As luvas isolantes são classificadas por classe, como classe, 00, 0, 1, 2, 3 e 4, e por pro-
priedades especiais, pela adição de um sufixo, sendo “A” resistente a ácido, “H” resistente
a óleo, “Z” resistente a ozônio, “R” resistente a ácido, óleo e ozônio, e por fim “C” resistente
a temperatura extremamente baixa.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

E qual luva utilizar para realizar a atividade? Vai depender da tensão a qual o trabalhador
vai estar exposto. Atenção: não confundir Tensão Máxima de Uso com Tensão de Teste. Ob-
serve sempre a Tensão Máxima de Uso para escolher a luva correta para o nível de tensão.

CLASSE COR TENSÃO DE USO (V) TENSÃO DE ENSAIO (V) TENSÃO DE PERFURAÇÃO (V)
84
00 Bege 500 2.500 5.000
0 Vermelha 1.000 5.000 6.000
1 Branca 7.500 10.000 20.000
2 Amarela 17.500 20.000 30.000
3 Verde 26.500 30.000 40.000
4 Laranja 36.000 40.000 50.000

Tabela – Tabela com classes de luvas isolantes


Fonte: NBR 16295 (2014).

Um trabalhador vai realizar um serviço em uma instalação elétrica com 13.800 Volts
(V) em corrente alternada (CA). Observando a tabela, verificamos que a luva que deverá ser
utilizada é a Classe 2, pois a tensão máxima de uso da luva isolante de borracha Classe 2
é 17.500 V, e a Classe 1 é 7.500 V.

Para testes da luva isolante de borracha, pode ser utilizando um inflador. Deve-se verifi-
car se a luva apresenta cortes, rachaduras ou furos. Sempre que for utilizá-la, deve-se uti-
lizar também uma luva de cobertura por cima, para proteção da luva isolante de borracha.
A luva de cobertura não deve conter nenhum material metálico.
Vestimentas
As vestimentas para eletricistas não devem conter ilhotes metálicos ou fivelas de metal.
Relembrando o que estudamos em competência anterior: segundo definição da NFPA 70E, o
arco elétrico (ou arco voltaico) acontece pela passagem da corrente elétrica através do ar en-
tre condutores aterrados e não aterrados, com temperaturas que podem atingir 20.000º C.
Já foram registradas temperaturas variando entre 2.000º C até aproximadamente 25.000º C.

Estando em exposição a temperaturas como as registradas, podem acontecer queima-


duras da pele e ignição das vestimentas. A energia liberada pelo arco elétrico é medida em
calorias por centímetro quadrado (cal/cm²). Por isso, o trabalhador não pode estar com
qualquer vestimenta.

Lembre-se de que, como vimos na segunda competência, essa energia liberada vai de-
pender da tensão elétrica, da corrente de curto, do tempo do arco e da distância do operador.

A escolha da vestimenta deve ser feita em função do ATPV da atividade relacionada

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
seguindo a tabela abaixo. ATPV é a sigla em inglês para Arc Thermal Performance Value,
que corresponde ao valor em calorias por centímetro quadrado da proteção conferida pelo
tecido ao efeito térmico proveniente de um arco elétrico.

CLASSES PROPOSTAS ENERGIA INCIDENTE


PARA ROUPAS DE SISTEMA DE VESTIMENTA ESTIMADA PARA INÍCIO DE
PROTEÇÃO QUEIMADURA DE 2º GRAU 85
ENERGIA INCI- CLASSE DA DESCRIÇÃO DA PESO TOTAL OZ/YD² ATPV – VALOR DE PERFOR-
DENTE CALCU- VESTIMENTA VESTIMENTA → G/M² (TODAS AS MANCE TÉRMICA DO ARCO OU
LADA CAL/CM (Nº DE CAMADAS) CAMADAS) BTE – ENERGIA LIMITE PARA
BREAKOPEN
0-2 0 Algodão sem trata- 4,5 - 7 → 153
n/a
mento (1) - 237
Calça e camisa 4,5 - 8 → 153
2-5 1 5-7
FR (1) - 271
Roupa de baixo
9 - 12 → 305
2A Calça e camisa 8-18
5-8 - 407
FR (2)
Roupa de baixo
10 - 14 → 339
2B Calça e camisa 16-22
5-16 - 475
FR (2)
Roupa de baixo
Calça e camisa FR 16 - 20 → 542
8-25 3 25-50
Macacão / Capa - 678
FR (3)
Roupa de baixo
25-40 4 Calça e camisa FR 24 - 30 → 814 40-60
Sobretudo duplo - 1017
FR (4)

Tabela – Tabela com classes de luvas isolantes


Fonte: NFPA 70E (2012).
Por exemplo: um trabalhador vai fazer um serviço em uma instalação elétrica onde está
sujeito a um ATPV de 6 cal/cm2. Qual a vestimenta que deve ser utilizada? De acordo com
os valores, deverá utilizar uma vestimenta categoria de risco 2.

Querendo mais
Para saber mais sobre as vestimentas, recomendo a leitura de um do-
cumento do Ministério do Trabalho e Emprego disponível pelo link a
seguir: <http://trabalho.gov.br/publicacoes-do-mtps/trabalho/inspe-
cao-do-trabalho/item/286-manual-de-orientacoes-para-especificacoes-
-das-vestimentas-de-protecao-contra-efeitos-termicos-do-arco-eletrico-e-
-do-fogo-repentino>.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

Calçado de segurança
Os calçados para eletricistas devem ser escolhidos de acordo com o nível de tensão.
Eles não devem ter biqueira de aço ou qualquer parte de metal e podem ou não ser de
cano longo.
86
Para realizar uma intervenção ao potencial, as botas condutivas são as utilizadas.

Cinturão de segurança

Figura 25 – Cinturão de segurança


Fonte:<http://fielferramentas.com.br/media/catalog/product/cache/1/image/1200x1200/9df78eab33525d08d6e5fb8d
27136e95/h/l/hl005st.jpg>. Acesso em: 27 dez. 2016.
O cinturão de segurança a ser utilizado para trabalhos em altura deve ser do tipo pa-
raquedista e dotado de dispositivo para conexão em sistema de ancoragem estabelecido
pela Análise de Risco. Os sistemas de ancoragem são componentes que podem ser definiti-
vos ou temporários utilizados para aguentar o peso do trabalhador e evitar que se acidente
caso aconteça uma perda de equilíbrio, queda ou desmaio.

Antes do início dos trabalhos, deve ser feita uma inspeção rotineira do cinturão de se-
gurança, bem como dos acessórios e do sistema de ancoragem. Caso sejam encontrados
problemas, devem ser inutilizados e descartados, exceto quando a sua restauração for
possível utilizando normas técnicas brasileiras ou internacionais.

O talabarte e o dispositivo trava-quedas devem estar fixados acima do nível da cintura


do trabalhador, ajustados de modo a diminuir a altura de queda e assegurar que, em se
mesmo assim ocorrer, a chance de o trabalhador colidir com estrutura inferior seja menor.

Resumo

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
Você estudou os Equipamentos de Proteção Coletiva. É importante lembrar que eles
não devem ser confundidos com o uso exclusivo de Medidas de Proteção Coletiva, que
compreendem, prioritariamente, a desenergização. Estudou também os Equipamentos de
Proteção Individual, dispositivos ou produtos, de uso individual utilizado pelo trabalhador,
destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 87
Por fim, aprendeu sobre as particularidades de EPIs específicos, como o capacete, os ócu-
los, a viseira, o protetor auricular, as luvas isolantes, as vestimentas, o calçado e o cinturão
de segurança.

Autoavaliação
01. São exemplos de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC):

a) Lápis, borracha e lapiseira;

b) Cone de sinalização, tapete isolante e fita zebrada;

c) Capacete de segurança, óculos de segurança e luvas isolantes de borracha;

d) Vestimentas leves e práticas.

02. Um eletricista precisa realizar um serviço em uma instalação elétrica. Consultando a


ordem de serviço, verificou que será necessário utilizar uma luva isolante de borracha.
O serviço a ser executado será em 13.800 V em corrente alternada. Qual a luva que
será utilizada?

a) Classe 0;

b) Classe 2;

c) Classe 4;

d) Classe 8.

03. São exemplos de Equipamento de Proteção Individual (EPI):

a) Lápis, borracha e lapiseira;

b) Cone de sinalização, tapete isolante e fita zebrada;

c) Capacete de segurança, óculos de segurança e luvas isolantes de borracha;

d) Vestimentas leves e práticas.


com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

04. O Técnico de Segurança da empresa chamou a atenção de um eletricista por este es-
tar realizando um reparo em uma instalação elétrica utilizando um cinto com fivela de
metal. Sobre esta atitude:

a) O eletricista não corria risco porque estava utilizando um cinto com fivela de metal;
88
b) O eletricista corria risco ao utilizar uma fivela de metal;

c) O técnico de segurança se enganou porque o cinto com fivela de metal não oferecia
risco ao trabalhador;

d) O eletricista corria risco porque seria melhor trabalhar sem cinto.


Competência
07
Reconhecer as normas
técnicas brasileiras
Reconhecer as normas
técnicas brasileiras

Durante este estudo sobre a segurança do trabalho em eletricidade, você descobriu que
deverá seguir algumas normas. Mas que normas são essas? A Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) estabelece algumas normas que devem ser conhecidas por todos
que realizam serviços em instalações elétricas ou em suas proximidades. Preparado para
começar a conhecer algumas delas?

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
Curiosidade
A ABNT é o órgão responsável pelas normas técnicas no país. Fundada
em 1940, é uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como
único Foro Nacional de Normalização através da Resolução n.º 07 do CON-
METRO, de 24.08.1992. Normalização:
atividade que 91
estabelece como
deve ser tratada

ABNT NBR 5410 – Instalações elétricas de


uma determinada
circunstância

baixa tensão através da utiliza-


ção de padrões.]]
FIM através da
Como deve ser uma instalação elétrica de baixa tensão? O que deve ter e como deve Resolução n.º 07
ser para garantir a segurança de pessoas e animais, funcionar corretamente e conservar do CONMETRO, de
24.08.1992
os equipamentos? É o que estabelece a NBR 5410.

Os limites da baixa tensão são: Em Corrente Contínua (CC), a baixa tensão vai de 120 V
a 1.500 V; em Corrente Alternada (CA), vai de 50 V a 1.000 V.

E onde a Norma vai ser utilizada? A ABNT NBR 5410 vai ser aplicada principalmente às
instalações elétricas de edificações, qualquer que seja seu uso (residencial, comercial, pú-
blico, industrial, de serviços, agropecuário, hortigranjeiro etc.), incluindo as pré-fabricadas.

E somente aí devemos utilizar a ABNT NBR 5410? Não! Ela também deve ser utilizada
nas instalações elétricas:
a) em áreas descobertas das propriedades, externas às edificações;

b) em reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento (campings),


marinas e instalações parecidas; e

c) em canteiros de obra, feiras, exposições e outras instalações temporárias

De acordo com as descrições da Associação Brasileira de Normas Técnicas, atra-


vés da ABNT NBR 5410:2004 – Instalações elétricas de baixa tensão, essa norma
deve ser aplicada:

– Aos circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal igual ou inferior a 1.000 V em
corrente alternada, com frequências inferiores a 400 Hz, ou a 1.500 V em corrente
contínua;

– Aos circuitos elétricos, que não os internos aos equipamentos, funcionando sob uma
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

tensão superior a 1.000 V e alimentados através de uma instalação de tensão igual ou


inferior a 1.000 V em corrente alternada (por exemplo, circuitos de lâmpadas a descar-
ga, precipitadores eletrostáticos etc.);

– A toda fiação e a toda linha elétrica que não sejam cobertas pelas normas relativas aos
equipamentos de utilização; e
92
– Às linhas elétricas fixas de sinal (com exceção dos circuitos internos dos equipamentos)
(ABNT, 2004, p. 9).

Importante
A ABNT NBR 5410:2004 aplica-se às instalações novas e às reformas em
instalações existentes.

Esta Norma não vai se aplicar a instalações: de tração elétrica; elétricas de ve-
Perturbação ículos automotores; elétricas de embarcações e aeronaves; de iluminação pública;
radioelétrica:
perturbação eletro- de proteção contra quedas diretas de raios; em minas; de cercas eletrificadas, bem
magnética gerada como a Redes públicas de distribuição de energia elétrica e a Equipamentos para
por aparelhos
elétricos que po- eliminar as perturbações radioelétricas, quando não comprometerem a segurança
dem afetar outros das instalações.
equipamentos.
A aplicação desta Norma não isenta as obrigações de respeitar outros regulamentos de
órgãos públicos que a instalação deva satisfazer e não dispensa o atendimento a outras
normas complementares, aplicáveis a instalações e locais específicos. Por exemplo:

– ABNT NBR 13534 “Instalações elétricas de baixa tensão – Requisitos específicos


para instalação em estabelecimentos assistenciais de saúde”;

– ABNT NBR 13570 “Instalações elétricas em locais de afluência de público – Re-


quisitos específicos”;

– ABNT NBR IEC 60079-14 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas –


Parte 14: Instalação elétrica em áreas classificadas (exceto minas)”.

Além de aplicar a ABNT NBR 5410:2004, também devem ser aplicadas as normas para

com Eletricidade (NR-10)


fornecimento de energia estabelecidas pelas autoridades reguladoras e pelas empresas

Segurança em Serviços
distribuidoras de eletricidade. Autoridade reguladora é a entidade que regulamenta, fis-
caliza e elimina conflitos em determinado setor. A Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL) é a autoridade regulamentadora no mercado da energia elétrica.

A ABNT NBR 5410 traz as medidas de proteção a serem tomadas para cuidar de pesso-
as e animais, bem como garantir a segurança das instalações e equipamentos. Estudamos 93
em competências anteriores algumas como, por exemplo, a utilização de obstáculos e an-
teparos, o dispositivo diferencial-residual (DR), aterramento e equipotencialização.

ABNT NBR 14039 – Instalações elétricas de


média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV
Agora apareceu um termo novo: média tensão. Até agora não falamos em média ten-
são, e nem encontramos na Norma Regulamentadora nº 10 a média tensão. Mas quais
os limites da média tensão? Em Corrente Contínua (CC), a média tensão vai de 1.500 V a
36.200 V, e em Corrente Alternada (CA), a média tensão vai de 1.000 V a 36.200 V.

De acordo com as descrições da Associação Brasileira de Normas Técnicas através da


ABNT NBR 14039:2005, que estabelece um sistema para projeto e execução de instala-
ções elétricas de média tensão, com tensão nominal de 1,0 kV (quilovolts ou 103 volts)
a 36,2 kV, de modo a garantir segurança e continuidade de serviço. Esta Norma contém
prescrições relativas ao projeto, à execução, à verificação final e à manutenção das insta-
lações elétricas a que se aplica.
As instalações elétricas de média tensão podem ser alimentadas:

– Diretamente em média tensão, por rede pública de média tensão da concessionária


(caso típico de edificações comerciais de grande porte e industriais de médio e gran-
de porte);

– Em média tensão, através de subestação de transformação do usuário (caso típico de


Subestação de edificações de uso industrial de grande porte);
transformação do
usuário: parte da – Por fonte própria em média tensão: gerador ou gerador e transformador (caso típico de
instalação elétrica
responsável pela
sistema de alimentação elétrica de substituição, geração no horário de ponta e geração
transformação da própria, em qualquer tipo de edificação) (ABNT, 2005, p. 15).
energia elétrica do
potencial entregue Onde esta Norma será aplicada? Em instalações novas, reformas em instalações exis-
pela concessionária
para o utilizado.
tentes e instalações de caráter permanente ou temporário. Uma reforma em instalações
elétrica seria qualquer ampliação da instalação existente (criação de novos circuitos, ali-
mentação de novos equipamentos etc.), bem como qualquer substituição de componentes
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

que implique em alteração de circuito.

A utilização desta norma não exclui a aplicação de regulamentos de órgãos públicos que
instalação deva satisfazer. Em particular, nas instalações de média tensão, além da ABNT
NBR 14039, devem-se observar a Norma Regulamentadora NR-10 – Instalações e Serviços
em Eletricidade e a Resolução 414/2010 da ANEEL – Condições Gerais de Fornecimento.
94

Querendo mais
A Resolução 414/2010 da ANEEL traz as condições gerais de forneci-
mento de energia. Pode ser lida na sua integra através do link: <http://
www2.aneel.gov.br/arquivos/PDF/REN2010414_Texto_Atualizado_
Compacto(rev_670_2015).pdf>.

E onde esta Norma não se aplica? Em instalações elétricas de concessionários dos ser-
viços de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, quando desempenharem
as suas funções em serviço de utilidade pública; em instalações de cercas eletrificadas; e
em trabalhos com circuitos energizados.
ABNT NBR 5419 – Proteção contra descargas
atmosféricas
Esta Norma determina como deve ser feito o projeto, a instalação e a manutenção de
Sistemas de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA), para proteger as edificações
e as estruturas comuns utilizadas para fins comerciais, industriais, agrícolas, administrati-
vos ou residenciais contra a incidência direta dos raios.

A proteção será aplicada também contra a direta incidência dos raios sobre os equi-
pamentos e pessoas que se encontrem no interior de tais edificações e estruturas ou no
interior da proteção que o SPDA instalado irá proporcionar.

De acordo com as descrições da Associação Brasileira de Normas Técnicas, através


da ABNT NBR 5419:2015, esta Norma também será aplicada à proteção de estruturas
especiais: chaminés de grande porte; estruturas contendo líquidos ou gases inflamáveis;
antenas externas; e aterramento de guindastes/gruas.

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
Essas proteções não garantem a proteção de pessoas e equipamentos elétricos ou ele-
trônicos situados no interior das zonas protegidas contra os efeitos indiretos causados
pelos raios. E quais seriam esses efeitos? Parada cardíaca, centelhamento, interferências
em equipamentos ou queima de seus componentes causadas por transferências de poten- Centelhamento:
maneira segundo
cial devidas à indução eletromagnética. a qual uma
descarga elétrica 95
Existe algum lugar onde esta Norma não será aplicada? Sim. Esta Norma não se aplica atravessa o ar.
a: sistemas ferroviários; sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétri-
ca externos às estruturas; sistemas de telecomunicação externos às estruturas; e veículos,
aeronaves, navios e plataformas marítimas.

Esta Norma não se propõe a fazer a proteção de equipamentos elétricos e eletrônicos


contra interferências eletromagnéticas causadas pelas descargas atmosféricas, como, por
exemplo, interferências em redes de computadores e queima de circuitos.

Resumo
Nesta competência, você estudou algumas normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). Além das normas do Ministério do Trabalho e Emprego, é importante que
o trabalhador que irá realizar atividades em instalações e serviços em eletricidade também
conheça estas normas. Falou em baixa tensão, falou em ABNT NBR 5410. Como deve ser
uma instalação elétrica de baixa tensão? O que deve ter e como deve ser para garantir a se-
gurança de pessoas e animais, funcionar corretamente e conservar os equipamentos? É o
que estabelece a ABNT NBR 5410. Você estudou aqui também a Norma que trata da média
tensão: a ABNT NBR 14039. Ela estabelece como deve ser o projeto, execução, verificação
final e manutenção das instalações elétricas entre 1,0 kV a 36,2 kV. Por fim, falamos sobre
sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA).

Autoavaliação
01. A qual Norma pertence a descrição a seguir:

“Estabelece as condições que as instalações elétricas de baixa tensão devem satisfazer a


fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento adequado da instala-
ção e a conservação dos bens.”.

a) ABNT NBR 5419;

b) ABNT NBR 14039;

c) ABNT NBR 5410;


com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

d) ABNT NBR 0001.

02. Marque a alternativa correta:

a) O Dispositivo Diferencial-Residual (DR) deverá ser instalado também em canteiros de


96 obras, feiras, exposições e outras instalações temporárias;

b) As áreas descobertas das propriedades, externas às edificações, não precisarão seguir


o que estabelece à ABNT NBR 5410;

c) Uma instalação temporária deverá ser feita com o material a disposição do eletricista,
sendo feita através do que estabelece a ABNT NBR 5419;

d) Uma instalação temporária deverá ser feita com o material a disposição do eletricista.
Como é temporário, não precisa seguir normas.

03. Marque a alternativa correta:

a) A ABNT NBR 5419 garante a proteção de pessoas e equipamentos elétricos ou eletrônicos


situados no interior das zonas protegidas contra os efeitos indiretos causados pelos raios;

b) Antenas externas e chaminés de grande porte não precisam entrar na proteção imposta
pelo sistema de SPDA;

c) A ABNT NBR 14039 se aplica trata da baixa tensão;

d) A ABNT NBR 5419 não se aplica a veículos, aeronaves, navios e plataformas marítimas.
04. A qual Norma pertence a descrição a seguir: “esta Norma fixa as condições de projeto,
instalação e manutenção de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA),
para proteger edificações e estruturas comuns utilizadas para fins comerciais, industriais,
agrícolas, administrativos ou residenciais contra a incidência direta dos raios.”

a) ABNT NBR 5419;

b) ABNT NBR 14039;

c) ABNT NBR 5410;

d) ABNT NBR 0001.

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
97
Competência
08 99

Conhecer as Normas
Regulamentadoras do Ministério do
Trabalho e Emprego
Conhecer as Normas
Regulamentadoras do Ministério do
Trabalho e Emprego

Algumas dúvidas podem ter surgido quando você começou a estudar e encontrou as
Normas Regulamentadoras. Afinal, o que são as Normas Regulamentadoras (NRs)? É im-
portante conhecer essas Normas? Como foram criadas? Quantas existem? É obrigatório
usá-las? Vamos tratar aqui nesta competência sobre este assunto. Preparados para come-
çar? Vamos lá.

A Lei nº 6.514 de 22 de dezembro de 1977 alterou o Capítulo V do Título II da Consoli-


dação das Leis do Trabalho (CLT), que trata de segurança e medicina do trabalho. A CLT é o

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
conjunto de leis que rege as relações de trabalho de forma individual ou coletiva, tanto do
meio urbano quanto rural. Foi criada através do Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de Maio de 1943.

Internet 101

Para ler na íntegra o conteúdo do Decreto-Lei de criação da CLT, aces-


se o link a seguir: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/
del5452.htm>.

No início eram 28 Normas Regulamentadoras. Elas foram criadas no dia 08 de junho


de 1978, aprovadas através da Portaria 3.214. Com o decorrer do tempo, foram sendo
adaptadas às novas realidades e tecnologias. Hoje são 36 NRs (até a data de publicação
do nosso livro).

NR-1 Disposições Gerais;

NR-2 Inspeção Prévia;

NR-3 Embargos e Interdições;

NR-4 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho;
NR-5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA;

NR-6 Equipamentos de Proteção Individual – EPI;

NR-7 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional;

NR-8 Edificações;

NR-9 Programas de Prevenção de Riscos Ambientais;

NR-10 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade;

NR-11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais;

NR-12 Máquinas e Equipamentos;

NR-13 Caldeiras e Vasos de Pressão;

NR-14 Fornos;

NR-15 Atividades e Operações Insalubres;


com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

NR-16 Atividades e Operações Perigosas;

NR-17 Ergonomia;

NR-18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção;

NR-19 Explosivos;

102 NR-20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis;

NR-21 Trabalho a Céu Aberto;

NR-22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração;

NR-23 Proteção Contra Incêndios;

NR-24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho;

NR-25 Resíduos Industriais;

NR-26 Sinalização de Segurança;

NR-27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB (RE-


VOGADA pela PORTARIA n.º 262, de 29/05/2005, publicada no DOU de
30/05/2008);

NR-28 Fiscalização e Penalidades;

NR-29 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário;

NR-30 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário;

NR-31 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura,


Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura;
NR-32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde;

NR-33 Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados;

NR-34 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Re-


paração Naval;

NR-35 Trabalho em Altura;

NR-36 Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento


de Carnes e Derivados.

Que tal conhecer algumas dessas Normas? Vamos começar.

NR-1 – Disposições Gerais

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
Apesar de ser bastante importante, esta é uma NR bastante negligenciada. As Normas
Regulamentadoras que tratam de segurança e medicina do trabalho necessitam ser uti-
lizadas obrigatoriamente pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da
administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judici-
ário que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Se 103
possuir empregado regido pela CLT, deve fazer uso das NRs.

A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST) é o órgão a nível nacional com-


petente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com
a segurança e medicina do trabalho. Esta Norma traz as obrigações dos empregadores.
Dentre elas, o empregador é obrigado a:

– Cumprir e fazer cumprir as normas relativas à segurança e saúde do trabalhador;

– Elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho;

– Informar aos trabalhadores os riscos aos quais estarão expostos, como preveni-los e os
resultados dos exames médicos;

– Permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização do que tra-


tam as leis referentes à segurança e saúde no trabalho;

– Determinar como proceder quando acontece um trabalho ou doença relacionada


ao trabalho.

Se o empregador não cumprir o que consta nas NRs sobre segurança e medicina do
trabalho, serão aplicadas penalidades previstas na legislação, como multa, por exemplo.
Mas, só existem obrigações para os empregadores? Não! Lembre-se que os empregados
também têm obrigações e, se ele se recusar a cumpri-las sem um motivo justificado, cons-
titui ato faltoso.

– Cumprir o que tratam as leis referentes à segurança e saúde do trabalho, inclusive às


ordens de serviço dos empregadores;

– Usar o EPI fornecido pelo empregador;

– Fazer os exames médicos que constam nas NRs;

– Colaborar para o cumprimento do que tratam as NRs.

NR-3 – Embargo e Interdição


Sempre que uma situação gerar qualquer risco grave e iminente para a segurança
e saúde do trabalhador, as medidas de embargo e interdição deverão ser tomadas.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

Aqui, uma situação é considerada de risco grave e iminente quando for possível cau-
sar acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho. Por exemplo: o chefe dos ele-
tricistas pede para o seu subordinado fazer o corte em um eletroduto onde existem
cabos energizados.

Quando se está em fase de obra, utiliza-se o embargo. Daí vem aquela frase que costuma-
104 mos escutar: “a obra foi embargada”. Ela pode ser paralisada totalmente ou parcialmente.

Se durante a atividade normal da empresa for constatada uma situação de risco grave
e iminente, deverá ser feita a interdição, que poderá ser de máquina, equipamento, setor
de serviço ou estabelecimento. Também poderá ser parcial ou total.

INNR-4 – Serviços Especializados em Engenharia e Segurança do Trabalho


Esta Norma garante a obrigatoriedade de existir o Serviços Especializados em Engenha-
ria de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), que tem como objetivo promover a
saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.

Farão parte do SESMT o Técnico em Segurança do Trabalho, o Engenheiro de Seguran-


ça do Trabalho, o Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, o Enfermeiro do Trabalho e Médico
do Trabalho. E toda empresa precisa ter necessariamente todos estes profissionais no seu
SESMT? Não. A composição do SESMT vai depender do risco da atividade principal da em-
presa e do número total de funcionários.
NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tem como objetivo a prevenção de
acidentes e doenças que podem acontecer com o trabalho, de modo que seja sempre feito
preservando-se a vida e a promovendo a saúde do trabalhador.

Esta Norma define como deverá ser organizada a CIPA, como deverá ser feita a sua
eleição e indicações para os cargos, bem como o seu número de membros.

NR-6 – Equipamento de Proteção Individual


Trata dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Em uma competência anterior,
tratamos sobre os EPIs. Você está lembrado do que é um EPI? É todo dispositivo ou produ-
to, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis
de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Aqui nesta Norma estão as obrigações das

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
empresas, dos empregados e dos fabricantes e/ou importadores.

NR-7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional


Esta Norma traz a obrigatoriedade das empresas elaborarem o Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO. Deve ser planejado e implementado com base
105
nos riscos à saúde dos trabalhadores identificados através de análises feitas.

O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos: ad-
missional; periódico; de retorno ao trabalho; de mudança de função; demissional. Para
cada exame realizado, o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO). E como
são escolhidos estes exames? De acordo com o Programa de Prevenção de Riscos Ambien-
tais (PPRA), que veremos a seguir.

NR-9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais


Os riscos ambientais são aqueles que podem ser encontrados no ambiente de trabalho.
Podem existir devido a agentes físicos, químicos ou biológicos. Também são considerados
os riscos ergonômicos e de acidentes.
GRUPO 1: GRUPO 2: GRUPO 3: GRUPO 4: GRUPO 5:
VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL
Riscos físicos Riscos químicos Riscos Riscos Riscos de
biológicos ergonômicos acidentes

Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico Arranjo físico


intenso inadequado
Vibrações Fumos Bactérias
Levantamento Máquinas e
Radiações ioni- Névoas Protozoários e transporte equipamentos
zantes manual de peso sem proteção
Neblinas Fungos
Radiações Exigência Ferramentas
não ionizantes Gases Parasitas de postura inadequadas ou
inadequada defeituosas
Frio Vapores Bacilos
Controle rígido Iluminação
Calor Substâncias, de produtividade inadequada
compostos ou
Pressões produtos Imposição de Eletricidade
com Eletricidade (NR-10)

anormais químicos em ritmos


Segurança em Serviços

geral excessivos Probabilidade de


Umidade incêndio ou
Trabalho em explosão
turno e
noturno Armazenamento
inadequado
Jornadas de
trabalho Animais
106 prolongadas peçonhentos

Monotonia e Outras situações


repetitividade de risco que
poderão
Outras situações contribuir para a
causadoras de ocorrência de
stress acidentes
físico e/ou
psíquico

Tabela – Tabela de Riscos Ambientais


Fonte: <http://www.if.ufrgs.br/~mittmann/NR-9_BLOG.pdf>. Acesso em: 27 dez. 2016.

Deve ser feito um estudo para o levantamento dos riscos no ambiente de trabalho a
partir do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Relembrando que já vimos
em competências anteriores que este estudo é de extrema importância para a prevenção
de acidentes relacionados ao trabalho.

O grande parceiro no contexto da prevenção de acidentes e preservação da saúde do


trabalho de um PPRA é o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
Deve ser feito primeiro o PPRA e, com base nele, o PCMSO.
NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
Para o nosso estudo, esta é a Norma Regulamentadora mais importante. Iremos tratar
melhor nesta NR em uma competência mais à frente.

NR-17 – Ergonomia
Diz respeito das condições de trabalho, que incluem os aspectos relacionados ao levan-
tamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condi-
ções ambientais do local de trabalho e à própria organização do trabalho. O empregador
deve fazer uma análise ergonômica do trabalho, devendo abordar todas essas condições.

Como exemplo do que estabelece esta Norma, as condições de trabalho de locais onde
sejam feitas atividades que exijam que o trabalhador raciocine e mantenha atenção cons-
tante, como salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análi-

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
se de projetos e similares, deverão ter:

- Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152;

- Temperatura entre 20 ºC e 23 ºC;

- Velocidade do ar não superior a 0,75 m/s;

- Umidade relativa do ar não inferior a 40%. 107

NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção


Falou na indústria da construção, falou em NR-18. Nesta NR está descrito como devem
ser as medidas de controle e os sistemas preventivos de segurança nos processos, nas
condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção.

NR-23 – Proteção Contra Incêndios


Será melhor estudada na próxima competência. Todos os empregadores necessitam
adotar medidas de prevenção de incêndios, de acordo com a legislação estadual e as nor-
mas técnicas aplicáveis.

NR-26 – Sinalização de Segurança


Cores para segurança em locais de trabalho devem ser adotadas a fim de advertir quan-
to aos riscos existentes. As cores utilizadas nos locais de trabalho servem para identificar
os equipamentos de segurança, delimitar áreas, advertir contra risco e identificar tubula-
ções empregadas para a condução de líquidos e gases.

Produtos químicos devem utilizar o Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação


e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas (ONU). Existe
a NBR 7195 que trata de cores para segurança. As cores adotadas são: vermelha, alaranja-
da, amarela, verde, azul, púrpura, branca e preta. Por exemplo, para identificar e distinguir
equipamentos de proteção e combate a incêndio, bem como a sua localização (inclusive
portas de saída de emergência), deve ser adotada a cor vermelha.

NR-35 – Trabalho em Altura


Quando estudamos sobre os riscos adicionais, estudamos sobre a altura. Lembram o
que é trabalho em altura? Trata-se de qualquer trabalho executado em que existe uma dife-
rença de 2 metros entre o nível onde será executado e a referência. Pode ser subindo uma
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

plataforma, por exemplo, ou descendo um poço, desde que exista essa diferença mínima
de 2 metros.

É sobre isto a NR-35. Aqui vão estar os requisitos mínimos e as medidas de proteção
para o trabalho em altura envolvendo o planejamento, a organização e a execução.

108

Querendo mais
Todas as Normas Regulamentadoras podem ser baixadas diretamente
no site do Ministério do Trabalho e Emprego, através do link: <http://
trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-
-regulamentadoras>.

Resumo
As Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego visam justamente
a segurança e saúde dos trabalhadores. No início, eram 28 Normas Regulamentadoras.
Hoje são 36 (até o lançamento desde livro). Por que este número aumentou? As NRs foram
atualizadas e expandidas porque foi percebido que alguns segmentos precisavam de nor-
mas mais específicas. Assim, você aprendeu sobre os principais aspectos das normas mais
pertinentes para a sua atuação profissional.
Autoavaliação
01. Marque a alternativa correta:

a) Só existem obrigações para os empregadores;

b) Só existem obrigações para os empregados;

c) Existem obrigações para empregados e empregadores;

d) Não há obrigações, cada um trabalha conforme suas próprias diretrizes.

02. Sempre que, em uma situação, existir a possibilidade de ocorrer um acidente ou doen-
ça relacionada ao trabalho, esta é uma situação:

a) De risco grave e iminente;

b) De risco oblíquo e angulado;

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
c) De momento tenebroso e auspicioso;

d) Cotidiana de trabalho.

03. Marque a alternativa correta:

a) O empregador pode adotar qualquer cor para sinalizar os riscos no ambiente de trabalho;
109

b) Existem normas específicas que tratam de cores de segurança;

c) As cores variam bastante, não é preciso nenhuma sinalização sobre os riscos utilizando
cores;

d) As cores são determinadas conforme a logomarca da empresa.

04. Marque a alternativa correta:

a) Os riscos ambientais são aqueles que podem ser encontrados no ambiente de trabalho;

b) Os riscos ambientais são aqueles que não podem ser encontrados no ambiente de
trabalho;

c) Os riscos transgressores são aqueles que podem ser encontrados no ambiente de


trabalho;

d) Os riscos são diversos, mas não são nomeados.


Competência
09 111

Definir noções
de combate a incêndios e primeiros
socorros a acidentados
Definir noções
de combate a incêndios e primeiros
socorros a acidentados

Várias podem ser as consequências de um acidente. Estudando sobre a atividade de ele-


tricista, vimos que os trabalhadores estão expostos ao mais diversos tipos de riscos associa-
dos à profissão. Quais são as consequências destes acidentes? O que fazer se a instalação
ou o local de trabalho começar a pegar fogo? E se algum colega de trabalho se acidentar? É
o que vamos começar a estudar nesta competência. Preparado? Vamos lá!

Noções de combate a incêndios

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
O fogo é uma grande descoberta na história da humanidade. Muitas foram as suas utili-
zações desde então, como cozinhar, afastar animais perigosos e levar calor para aquecer em
tempos de frio. Mas, deve-se tomar cuidado também com os perigos que o fogo pode trazer.
No âmbito profissional, queimaduras e explosões podem causar danos à saúde e segurança
dos trabalhadores e comprometer as instalações do local de trabalho.
113
É importante saber como se origina o fogo para saber como combatê-lo. E como se
inicia o fogo? O fogo é originado quando existem quatro componentes: combustível, com-
burente (oxigênio), calor e reação em cadeia. Esses componentes são conhecidos como
o Tetraedro do Fogo.
Tetraedro: sólido
O combustível é o elemento de propagação do fogo, capaz de produzir calor através
geométrico com-
de uma reação química. São exemplos o carvão e a madeira. O comburente (oxigênio) posto por quatro
faces triangulares.
é o elemento que alimenta a reação química necessária para fazer existir o fogo (está
Isto é, são quatro
presente no ar). O calor é uma energia que se transfere de um corpo para outro através triângulos inter-
da diferença de temperatura. Todos estes elementos se ligam através de uma reação em ligados entre si
através das suas
cadeia, retomando o ciclo. pontas.

Curiosidade
O ar é composto em sua maioria por Nitrogênio, cerca de 78%. O oxigênio
corresponde a 21%, sendo 1% outros gases.
Certo, vimos aqui sobre o fogo. Mas e o incêndio? O incêndio seria algo como o fogo
fora de controle.

Como vimos em competência anterior, a umidade é a grande vilã quando se fala em


incêndios de origem elétrica. Mas somente a umidade é a causa dos incêndios? Uma cor-
rente acima do valor nominal é chamada de sobrecorrente. Pode ser causada por uma
sobrecarga ou por um curto-circuito. Disjuntores e fusíveis são exemplos de dispositivos
utilizados no combate a estes efeitos maléficos que podem ocasionar o incêndio.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

Figura 26 – Disjuntores e fusíveis


Fonte: <http://assimquefaz.com/admin/ckeditor/ckfinder/imagesimages/fusivel-dijuntor-curto-circuito.jpg>.
Acesso em: 27 dez. 2016.

A utilização de adaptadores para colocação em tomada de vários aparelhos, como uma


114
extensão ou o adaptador “t” (conhecido em alguns lugares do Brasil como benjamim), pode
fazer com que a rede não suporte os diversos equipamentos instalados.

Até mesmo uma simples bituca de cigarro pode ser o início de um incêndio, se atirada
em local inadequado. Uma garrafa jogada em qualquer lugar também pode ser motivadora
de uma catástrofe.

Curiosidade
Nos Estados Unidos, de acordo com dados da associação estadunidense
National Fire Protection Association (NFPA), no ano de 2011 foram repor-
tados 47.700 incêndios em residências envolvendo algum problema com a
instalação elétrica ou algum tipo de mau funcionamento contribuindo para
a ignição e gerando o incêndio. Foram registradas 418 mortes e 1.570
pessoas ficaram feridas, gerando um custo de 1,4 bilhões de dólares.
Lembre-se que a falta de manutenção em equipamentos e máquinas pode ocasionar
um incêndio. A falta de lubrificação pode ocasionar um atrito excessivo, podendo ser uma
das suas causas. Portanto, manutenção deve ser uma tarefa periódica. Materiais elétricos
devem também fazer parte da manutenção.

Métodos para a extinção e classes de incêndios


Para extinguir o fogo é necessário retirar um dos lados do tetraedro do fogo (comburen-
te, calor, combustível ou reação em cadeia). Existem alguns métodos para isso:

– Resfriamento: diminuição da temperatura do material, retirando assim o calor;

– Abafamento: reduzir a quantidade do comburente (oxigênio) no local do incêndio;

– Isolamento: retirar ou diminuir o combustível no local do incêndio;

– Extinção química: utilização de um agente para interromper a reação das substâncias

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
durante a queima.

Existem tipos diferentes de incêndio, provocados pelos tipos de combustíveis, combu-


rentes ou fontes de calor. É importante saber diagnosticar o que promove um incêndio para
poder combatê-lo adequadamente.

– Classe A: materiais que se incendeiam facilmente, queimando em superfície e profundi-


115
dade, deixando resíduos. Ex: papel, madeira etc.;

– Classe B: materiais inflamáveis que queimam somente na superfície e não deixam resí-
duos. Ex: gasolina, tinta etc.;

– Classe C: equipamentos elétricos energizados. Ex: condutores, equipamentos elétri-


cos etc.;

– Classe D: materiais que se inflamam espontaneamente em contato com o ar. Ex: mag-
nésio, alumínio etc.;

– Classe K: óleos e gorduras como as utilizadas em cozinhas.

Extintores de incêndios
Para cada classe de incêndio (citadas acima) existe um extintor adequado. É importante
lembrar também que o extintor só deve ser utilizado para combater o princípio de incêndio,
a fase inicial do incêndio.

– Água: utilizado para combater incêndios classe A. Não deve ser utilizado em equipa-
mentos elétricos/eletrônicos nem líquidos inflamáveis.

– Gás carbônico: utilizado para combater incêndios classes B e C. Sua utilização deve ser
evitada em ambientes abertos e ventilados.

– Pó químico: utilizado para combater incêndios classes B e C. Pode danificar equipamen-


tos elétricos/eletrônicos, pois deixa resíduos.

– Pó químico especial: deve ser utilizado para incêndios classe D, próprio para isso.

– Extintor especial: para incêndios classe K, utiliza-se um extintor especial de cilindro


(fabricado com aço inoxidável polido) contendo um agente úmido especial que diminui
a temperatura do material que está pegando fogo, facilitando assim a sua extinção.

Brigada de Incêndio
Para ajudar a combater o princípio de incêndio, existe a chamada “Brigada de Incên-
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

dio”. Mas o que é uma Brigada de Incêndio? É um grupo de pessoas organizadas (volun-
tárias ou não), treinadas e capacitadas para atuar na prevenção, abandono e combate a
um princípio de incêndio e prestar devidamente os primeiros socorros dentro de uma área
preestabelecida.

Devemos apenas atuar no início do combate ao incêndio, na fase conhecida como prin-
116 cípio de incêndio. Combater incêndios é utilizar algumas ações táticas visando extinguir
ou isolar o incêndio com uso de equipamentos manuais ou automáticos. Por isso, sempre
requer disciplina e treinamento. Nesses casos, chame sempre o Corpo de Bombeiros atra-
vés do telefone 193.

Primeiros socorros
O que fazer em uma situação em que a vida de uma pessoa está em perigo? A resposta
que logo vem à mente é prestar os primeiros socorros. Mas o que é primeiros socorros? É
o atendimento à vítima cuja vida está em perigo.

E como devemos proceder nesses casos? A primeira coisa é manter a calma. Você não
vai conseguir auxiliar o acidentado se não estiver calmo e confiante naquilo que está fa-
zendo. Lembre-se sempre que a sua segurança deve estar em primeiro lugar. Você não vai
poder ajudar se estiver se pondo em perigo também.

Outro detalhe: reconheça que você nem sempre vai poder ajudar. Use o bom senso.

Seja rápido em agir, mas sempre com cautela. Não se precipite para não tomar atitudes
erradas que possam causar mais dano à vítima do acidente. Mostre confiança ao aciden-
tado. Passe segurança, faça-o confiar nas suas palavras. Fale sempre de maneira clara e
objetiva. Explique sempre o que estiver fazendo.

Veja se a vítima está consciente. Faça perguntas para saber o seu nível de consciência.
Siga sempre estes passos: cheque o local; peça ajuda; avalie a vítima; cuide da vítima;
mantenha os sinais vitais.

Importante
O número do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é o 192.
Chame-o sempre que precisar de ajuda!

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
Verifique onde você está analisando a vítima, se existe risco de incêndio ou explosão, a
existência de objetos cortantes, fios energizados etc.

Cheque a respiração. Veja se o peito está se movendo, se o acidentado consegue respi-


rar pelo nariz. Tente ouvir a sua respiração.

Cheque a pulsação. Com dois dedos estendidos, busque a artéria carótida no pescoço,
117
em pessoas adultas. Quando se tratar de crianças, busque a artéria braquial, na região da
axila. Verifique também se existe hemorragia, fratura ou outras lesões visíveis.

Em caso de coque elétrico


Como já estudamos em outras competências, o principal risco ao qual o trabalhador
está exposto ao executar suas atividades com instalações elétricas ou em suas proximida-
des é o risco elétrico. Lembra-se do risco elétrico? O choque elétrico ocorre com a circula-
ção da corrente elétrica no corpo. Então, para evitar o choque elétrico, é necessário evitar
que a corrente elétrica circule no corpo. Como proceder quando ele ocorre? A primeira
coisa a se fazer é procurar eliminar a passagem da corrente elétrica. Se ainda estiver
com possibilidade de choque elétrico, desligue o disjuntor correspondente ao circuito onde
aconteceu o acidente, ou faça o desligamento do disjuntor geral.

Você se lembra do Dispositivo Diferencial-Residual? O DR, quando dimensionado para


isto, tem a função de proteção da vida. Quando uma corrente perigosa é detectada, ele irá
atuar, fazendo o desligamento do sistema, salvando assim a pessoa acidentada.
Quando não for possível realizar este desligamento, procure utilizar algo para retirar a
vítima do contato com a fonte do choque elétrico. Utilize para isso algum cabo de vassoura,
cinto de couro, borracha grossa ou luvas adequadas ao nível da tensão. Sempre faça isso
devidamente calçado, de preferência de bota sem biqueira de aço.

Curiosidade
Utilizando elementos como os citados anteriormente (cabo de vassoura,
cinto de couro, borracha grossa ou luvas adequadas ao nível da tensão),
você estará se protegendo porque a corrente não irá circular pelo seu
corpo. São elementos isolantes, não permitem facilmente a circulação
da corrente elétrica.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

Se a vítima do acidente apresentar queimaduras, nunca utilize margarina, borra de café


ou algo do tipo no local acidentado. Apenas lave água fria.

Faça a verificação da pulsação. Se não conseguir sentir no pescoço, verifique no pulso.


Não conseguindo ainda senti-la, inicie o procedimento de massagem cardíaca.
118

Atividade
O procedimento de massagem cardíaca pode ser vital no socorro, pois ela
reanimar o coração da vítima. Você precisa esticar bem os braços e posi-
cionar a palma das duas mãos (uma sobre a outra) no lado esquerdo do
peito do acidentado. Realize uma pressão forte no peito duas vezes por
segundo. Após repetir 30 vezes, faça uma respiração boca a boca. Que tal
praticá-la? Tem dúvidas sobre o procedimento? Está bem explicado neste
link com ele deve ser realizado em adultos, crianças e bebês: <http://
www.tuasaude.com/como-fazer-massagem-cardiaca>.

Quando acontece a fibrilação ventricular (lembra-se dela? Já estudamos este assunto


na segunda competência), o coração perde o ritmo. É necessário que a massagem cardía-
ca seja executada e mantida até o serviço especializado chegar com o desfibrilador.
Em caso de ferimentos
Durante a atividade do eletricista, alguns ferimentos podem acontecer ao manusear
uma ferramenta ou mexer com algum equipamento. Quando acontecerem pequenos cor-
tes, deve-se lavar a região com água e sabão, prevenindo assim uma possível infecção.
Coloque uma gaze ou pano limpo fazendo uma leve pressão, mas sem apertar muito, evi-
tando que a circulação seja interrompida.

Se houver suspeita de fratura, não lave o local. Procure sempre o atendimento especializado.

Em caso de ferimentos profundos, como uma chave de fenda ou lâmina que tenha per-
furado a pele e ficado presa, nunca remova o objeto. Isso irá causar apenas mais hemor-
ragia. Procure imediatamente o serviço especializado.

E no caso de uma amputação? O ferimento foi tão grave que causou a perda de dedos ou
membros. O que fazer? Utilize uma gaze ou pano limpo para conter a hemorragia. Contate
imediatamente o serviço especializado. As partes perdidas podem ser reimplantadas em

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
alguns casos: lave-a, procurando proteger a parte interna; utilize uma gaze ou tecido de al-
godão bem limpo embebido com soro fisiológico para envolver a parte amputada; utilize um
saco plástico duplo para proteger o material, fechando-o bem; transporte o saco plástico em
um recipiente com gelo. Nunca deixe a parte amputada diretamente em contato com o gelo.

119
Resumo
Uma situação de emergência requer ações rápidas e precisas. Nesta competência,
você aprendeu noções básicas para ter esse proatividade. Estudamos aqui sobre os incên-
dios. Lembre-se do tetraedro do fogo: é necessário que exista o combustível, o comburente
(oxigênio), o calor e a reação em cadeia. Quando o fogo sair do controle, procure retirar um
dos lados deste tetraedro.

Saiba inicialmente a origem do incêndio. O combate pode ser feito na sua primeira
etapa, no princípio de incêndio (após isso, apenas os bombeiros podem contê-lo). Existem
alguns tipos de incêndio: A, B, C, D e K. Para cada um é necessário um extintor específico
(água pressurizada, gás carbônico, pó químico ou pó químico especial). E qual o número
para ligar em caso de incêndio? Chame o Corpo de Bombeiros: 193.

Estudamos também sobre os primeiros socorros aos acidentados. Cheque o local, peça
ajuda, avalie a vítima, cuide da vítima e mantenha os sinais vitais. Busque sempre, em
primeiro lugar, a sua segurança. Você não irá ajudar se não estiver seguro. Mantenha sem-
pre a calma. Tome decisões pensadas e chame ajuda. Qual o número a ligar em caso de
acidentes? Chame o SAMU: 192.
Autoavaliação
01. Em caso de incêndio em instalações elétricas energizadas:

a) Poderei utilizar um extintor de incêndio de água pressurizada sem perigo;

b) Poderei utilizar um extintor de incêndio de gás carbônico sem perigo;

c) Não poderei utilizar extintor de incêndio;

d) Não posso fazer nada.

02. Marque a alternativa correta:

a) Não existe extintor de incêndio para ser utilizado em caso de incêndio com óleos e gor-
duras de cozinhas;

b) Para combater um incêndio em materiais como o magnésio, o extintor de incêndio de


com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

água pressurizada me garantirá a completa extinção das chamas;

c) Uma vez que o incêndio comece, não tem como ser combatido;

d) Nenhuma das alternativas acima.

120 03. Em caso de choque elétrico, poderei:

a) Segurar a vítima com as mãos limpas e retirá-la do local, sem levar em consideração
que ainda possa existir a possibilidade de choque elétrico acontecer comigo;

b) Desligar a fonte do choque elétrico (disjuntor, por exemplo), utilizar algum material iso-
lante para afastar o condutor e retirar a vítima do local;

c) Observar se a vítima ainda está em contato com o condutor, chamar ajuda e torcer para
que o resgate chegue rápido;

d) Não posso fazer nada.

04. Em caso de ferimentos graves:

a) Posso retirar o objeto que ficarem cravado no corpo sem problemas;

b) Não devo retirar algum objeto que possa ficar cravado no corpo;

c) Posso retirar o objeto cravado no corpo, desde que não aconteça muita hemorragia;

d) Posso observar se a vítima, chamar ajuda e torcer para que o resgate chegue rápido.
Competência
10
Aplicar a segurança
em instalações e serviços em eletricidade – NR-10
Aplicar a segurança
em instalações e serviços em
eletricidade – NR-10

O contratante, durante uma entrevista de emprego, sempre pergunta a um eletricista


o que ele sabe sobre a NR-10, pois é muito importante que todo trabalhador que irá rea-
lizar serviços em instalações elétricas conheça esta Norma. Nessa circunstância, o que
você responderia?

Nosso estudo sobre as atividades que envolvem instalações elétricas não estaria com-
pleto se não falássemos na Norma Regulamentadora nº 10 – Segurança em Instalações e
Serviços em Eletricidade. Preparado? Vamos lá!

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
Sobre a NR-10
O texto mais recente da Norma Regulamentadora nº 10 – Segurança em Instalações
e Serviços em Eletricidade foi estabelecido pela Portaria do Ministério do Trabalho e Em-
prego nº 598 de 07 de Dezembro de 2004 e publicado no Diário Oficial da União de 08 de 123
Dezembro de 2004, atualizando o texto da Norma Regulamentadora nº 10, aprovada pela
Portaria nº 3.214, de 1978.

Internet
Este link já foi sugerido anteriormente, mas reforçamos aqui novamen-
te. Encontre a Norma Regulamentadora nº 10 para download no site:
<http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm>.

Esta Norma tem como objetivo trazer os requisitos e as condições mínimas que uma
instalação elétrica deve ter a fim de garantir a saúde e segurança daqueles que interagem
diretamente ou indiretamente com ela. E qual seria a pessoa que interage diretamente
com a instalação elétrica? Exato! O trabalhador que lida com a instalação, como um ele-
tricista, instalador etc. E qual seria a pessoa que interage indiretamente com a instalação
elétrica? O usuário de equipamentos elétricos, por exemplo.
Essa Norma vai ser aplicar às fases de geração (etapa da produção da eletricidade),
transmissão (etapa do transporte da energia elétrica de um lugar para outro, como da usi-
na geradora até uma subestação, por exemplo), distribuição (etapa de transformar a ten-
são até chegar ao consumidor) e consumo, desde o projeto, construção, montagem, opera-
ção, manutenção das instalações elétricas e qualquer trabalho realizado em proximidade.
E o que seria um trabalho realizado em proximidade à instalação elétrica? É um trabalho
realizado pelo “vizinho” da instalação, como trabalhadores de telefonia, TV a cabo etc.

Deve-se utilizar as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes


e, quando não for possível utiliza-las, as normas internacionais cabíveis. Isso significa que
devemos utilizar a ABNT NBR 5410 para a baixa tensão, ABNT NBR 14039 para a média
tensão, dentre outras. E se não encontrar uma norma específica, devemos utilizar uma
norma estabelecida por uma entidade internacional que se aplique, como a IEC – Interna-
cional Eletrotecnic Commission ou a National Fire Protection Association (NFPA).
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

Medidas de controle
Sempre que um serviço for realizado em uma instalação elétrica, ou em sua proximida-
de, medidas de controle do risco elétrico devem tomadas, bem como dos riscos adicionais.
Lembra-se da Análise Preliminar de Risco (APR)? Uma análise é necessária antes de reali-

124 zar a atividade. Deve-se conhecer os riscos e medidas de controle destes riscos.

As empresas são obrigadas a manter atualizado o esquema unifilar da instalação elé-


Esquema unifilar: trica. É importante conhecer como foi feita a instalação. Qualquer alteração ou modificação
representação grá-
fica da instalação
na instalação deve ser acrescentada no esquema unifilar.
elétrica, contendo
todos os seus
circuitos, esquemas
de aterramento etc.
Prontuário de Instalações Elétricas
Os estabelecimentos que possuem carga instalada superior a 75 kW (quilowatts, ou
10³ Watts) devem constituir e manter atualizado o Prontuário de Instalações Elétricas
(PIE). No PIE estará um apanhado geral da instalação elétrica e dos trabalhadores que
nela realizam atividades.

O PIE deverá conter:

a) Procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde relativas


ao que se trata a NR-10 (procedimentos adotados e atribuições de cada categoria que
interage com a instalação elétrica);

b) Laudos de inspeções realizadas nos sistemas de aterramento e de proteção contra


descargas atmosféricas (feitos por profissional da área – engenheiro eletricista);

c) Especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual dos trabalhadores que


interagem com eletricidade (especificações, limitações de uso, CAs, níveis de isolamento);

d) Documentação que comprove a habilitação, capacitação, qualificação e autorização


dos trabalhadores envolvidos em atividades com eletricidade;

e) Resultado dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de proteção indi-


vidual e coletiva feitos em laboratório especializado;

f) Certificação dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas (nessas áre-


as, apenas podem existir materiais e equipamentos elétricos compatíveis, de acordo
com a Portaria 89 de 23 de fevereiro 2012 do INMETRO);

g) Relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações e cronogramas de


adequações (inspeções constantes devem ser feitas para estas atualizações).

com Eletricidade (NR-10)


As empresas que trabalham com equipamentos e instalações do Sistema Elétrico de

Segurança em Serviços
Potência (SEP) deverão constituir o PIE acrescentando a descrição dos procedimentos para
emergências (os procedimentos da empresa caso aconteça alguma emergência, como um
incêndio, acidente etc.) e os certificações dos equipamentos de proteção coletiva e indivi-
dual (CAs dos EPIs e certificados dos EPCs).

As empresas que trabalham em proximidade ao SEP deverão constituir o PIE (com ex- 125
ceção dos itens “b)” e “g)” da lista acima) do Prontuário para estabelecimentos com carga
superior a 75 kW.

Medidas de Proteção Coletiva


Prioritariamente, deverão ser utilizadas medidas de proteção coletiva contemplando a
desenergização dos circuitos. Quando não for possível, deverá ser utilizada a tensão de
segurança (extra baixa tensão). Caso nenhuma das medidas descritas forem possíveis de
serem implementadas, outras medidas deverão ser adotadas, como isolação das partes
vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de seccionamento automático de alimen-
tação e bloqueio do religamento automático.

Medidas de Proteção Individual


Conforme descrito em competência anterior, as vestimentas para o eletricista deverão
ser adequadas à atividade. Ele deverá também fazer uso dos Equipamentos de Proteção In-
dividual conforme as medidas de proteção estabelecidas pelo SESMT ou CIPA da empresa.
Curiosidade
Nas atividades com instalações elétricas ou em suas proximidades, não
se pode fazer uso de adornos. Mas, você sabe o que seria um adorno?
São considerados adornos qualquer enfeite ou ornamento. Por exemplo:
brincos, pulseiras, colares, anéis, alianças etc. E se 3eu estiver utilizan-
do um relógio de plástico? É adorno? Sim! É adorno, é um enfeite, um
ornamento. Portanto, para a sua segurança (pois ele pode ficar preso em
algo), não pode ser utilizando.

Segurança na construção, montagem,


com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

operação e manutenção
A Norma Regulamentadora nº 10 diz que as instalações elétricas devem ser constru-
ídas, montadas, operadas, reformadas, ampliadas, reparadas e inspecionadas de forma
a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores e dos usuários, e, posteriormente,
126 devem ser supervisionadas por profissional autorizado.

Note bem a preocupação que sempre esteve presente nos nossos estudos: segurança
e a saúde dos trabalhadores. E não só com quem vai trabalhar diretamente com as insta-
lações, a segurança com os usuários também deve ser levada em consideração. Outra pre-
ocupação é que sempre exista um profissional autorizado supervisionando. Vamos tratar
sobre quem é este profissional mais à frente, nesta competência.

Deve-se também adotar medidas preventivas destinadas ao controle dos riscos adicio-
nais, especialmente quanto à altura, confinamento, explosividade, umidade, poeira, fau-
Explosividade: diz na, flora e outros agravantes, adotando-se a sinalização de segurança. Já tratamos sobre
respeito àquilo que
explode, que pode os riscos adicionais em uma competência anterior. Lembre-se sempre que, além dos riscos
explodir, que é de origem elétrica, existem também os riscos adicionais.
explosivo.
Importante
Sempre utilize equipamentos, dispositivos e ferramentas elétricas com-
patíveis com a instalação. Verifique sempre a tensão, a capacidade de
potência e o aterramento antes de iniciar os trabalhos. Nunca utilize
equipamentos que são destinados apenas para baixa tensão em alta
tensão, por exemplo. Verifique sempre também o isolamento elétrico, se
é compatível com a instalação.

A NR-10 também se refere aos locais de serviços elétricos, compartimentos e in-


vólucros de equipamentos e instalações elétricas. Eles são exclusivos para essa fina-

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
lidade, sendo expressamente proibido utilizá-los para armazenamento ou guarda de
quaisquer objetos. Você sabe sobre o mau hábito de alguns trabalhadores de dormir
em uma subestação, ou de colocar projetos ou guardar ferramentas dentro de qua-
dros elétricos? É extremamente proibido fazer isto, é o que diz esta parte da Norma.

E a NR-17, que trata da ergonomia, lembra-se dela? A própria NR-10 chama esta
127
outra Norma, e diz que deve ser garantida ao trabalhador iluminação adequada e uma
posição de trabalho segura de forma a permitir que ele disponha dos membros supe-
riores livres para a realização das tarefas. Ou seja, os braços devem ficar livres para a
execução das atividades, bem como a iluminação deve ser adequada para isso.

A ABNT NBR 5413 trata de iluminação de interiores. Ela foi revogada recente-
mente. Agora passa-se a utilizar a ABNT NBR ISO 8995-1 (Iluminação de ambientes
de trabalho), mas ainda existem Normas que fazem referência a ela, como a Norma
Regulamentadora nº 17 (Ergonomia). Para efeitos de regulamentação, pode-se uti-
lizar os níveis que traz a ABNT NBR 5413, até que saiam atualizações que corrijam
esta discordância.
Atividade
Com relação aos arcos elétricos, podemos afirmar que o uso de ferramen-
tas e equipamentos independe do nível de tensão da instalação elétrica?
Podemos dizer que, por medo de perder a aliança, o trabalhador poderá
realizar as suas atividades com ela no dedo? O trabalhador pode deixar
uma chave de fenda dentro de um quadro para sua posterior utilização?
Reflita sobre essas questões, percebendo a veracidade dos argumentos e
elabore um texto com suas conclusões.

Segurança em instalações elétricas


com Eletricidade (NR-10)

desenergizadas
Segurança em Serviços

O que é uma instalação desenergizada? Neste nosso ponto do nosso estudo, espero
que já saiba esta resposta. O que é desenergização? Quais as etapas que devemos seguir
para garantir que uma instalação esteja desenergizada? Siga os passos já descritos numa
competência anterior para realizar a correta desenergização e a consequente reenergiza-
128 ção do sistema. Devo sempre seguir estas etapas? Não posso mudar? Não posso acres-
centar algum passo? O único profissional que pode atestar se poderá ser feita mudança
nas etapas de desenergização e reenergização é o profissional legalmente habilitado e
autorizado (iremos tratar quem é este profissional mais à frente, nesta competência). Mas
qualquer alteração deverá ser feita com justificativa técnica através de um documento
onde ficará comprovada que a segurança se mantém o mesmo. Afinal, cada instalação tem
as suas diferenças, cada uma é diferente da outra, e devem ser analisadas por completo.

Segurança em instalações elétricas energizadas


Quem pode realizar atividades em instalações elétricas acima da extra baixa tensão?
Somente profissionais qualificados, capacitados ou habilitados. Vamos distinguir todos ain-
da nesta competência. Lembra-se da extra baixa tensão? É aquela superior a 50 V em
corrente alternada ou 120 V em corrente contínua. Então, qualquer trabalhador que faça
serviços em extra baixa tensão não precisa de cuidados especiais? Sim, precisa! Principal-
mente se está realizando serviços extra baixa tensão em proximidade às redes energiza-
das, como é o caso de trabalhadores de telefonia, TV a cabo etc.
Os trabalhadores que irão realizar os serviços acima da extra baixa tensão te-
rão de realizar um treinamento básico na Norma Regulamentadora nº 10, como
consta no Anexo II desta Norma. E este treinamento é obrigatório? Sim, é obri-
gatório. Mas qualquer pessoa pode ligar ou desligar equipamentos elétricos,
acionar interruptores e coisas similares, desde que a instalação esteja em per-
feito estado de conservação.

Existem algumas situações que podem levar aos trabalhos realizados em uma insta-
lação elétrica serem suspensos. Sempre que uma situação que não tiver sido prevista
na Análise de Riscos (feita antes da atividade) promover perigo à segurança e saúde do
trabalhador, ou de pessoas próximas, a atividade deverá ser suspensa. O responsável
pela atividade, sempre que não for possível controlar ou neutralizar a origem do risco,
deverá suspender os serviços (como, por exemplo, realizar trabalhos sob forte neblina,

com Eletricidade (NR-10)


Segurança em Serviços
ou chuva, raios etc.).

Trabalhos envolvendo a alta tensão


Os trabalhadores que irão realizar serviços em instalações elétricas acima de 1.000 V
em corrente alternada ou 1.500 V em corrente contínua, bem como aqueles que irão rea- 129
lizar atividades em sua proximidade, deverão realizar um curso de treinamento específico
para a alta tensão, constante no Anexo II da NR-10.

Você pode se perguntar: este outro curso exime a obrigatoriedade do curso mencionado
anteriormente, para trabalhos acima da extra baixa tensão? Não! Além do curso de treina-
mento básico, o trabalhador que irá desempenhar atividades em alta tensão, bem como
em sua proximidade, deverá realizar um novo treinamento, o curso complementar.

Importante
Uma atividade realizada em alta tensão nunca pode ser realizada de
maneira individual. Ela sempre deve ser feita em equipe!
Qualificação, habilitação, capacitação e
autorização dos trabalhadores
Serão considerados qualificados aqueles trabalhadores que comprovem que recebe-
ram instrução em um curso específico da área, com reconhecimento do Ministério da Edu-
cação e Cultura. Ou seja, eles precisam de um diploma ou certificado de conclusão de
um curso de nível médio ou superior da área, em uma instituição aprovada pelo MEC. Um
detalhe: carteira de trabalho comprova qualificação? Não. Apenas diploma ou certificado
de conclusão em instituição reconhecida pelo MEC.

Serão considerados habilitados aqueles que foram primeiro qualificados e depois fize-
ram a inscrição no competente conselho de classe, tanto para nível técnico, tecnólogo ou
superior. O Conselho de Classe é a entidade responsável por fiscalizar, orientar e verificar
o exercício das profissões. Como exemplo, temos os Conselhos Regionais de Engenharia e
Agronomia (CREA).
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

E o trabalhador capacitado? Capacitado é o profissional que recebeu instrução for-


mal pelo empregador para realização de atividade específica através de um profissio-
nal habilitado.

A capacitação só terá validade para a empresa que o capacitou. Mesmo saindo


130 da empresa e indo para uma nova, realizando as mesmas atividades, o traba-
lhador deverá fazer uma nova capacitação.

Certo, já sabemos o que é um profissional qualificado, habilitado e capacitado. E o tra-


balhador autorizado? Trabalhador autorizado é aquele que realizou os cursos constantes
no Anexos II com anuência formal da empresa, a permissão por escrito. Esta permissão e
seus limitem devem ser documentados.

Os treinamentos (básico e complementar) têm prazo de validade: dois anos. A carga ho-
rária e o conteúdo programático dos cursos de reciclagem devem atender às necessidades
da situação que o motivou

É necessário, também, que seja feita uma reciclagem sempre que houver troca de função
ou mudança de empresa, retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período
superior a três meses e sempre que existirem modificações significativas nas instalações elé-
tricas ou troca de métodos, processos e organização do trabalho. A empresa, nestes casos,
tem responsabilidade de dizer a carga horária e conteúdo que será ministrado.

Sempre que um trabalhador realizar um trabalho que não seja de maneira direta com
instalações elétricas, mas em proximidade, deverá ser instruído com relação aos riscos
que esta atividade pode ter.

Sinalização de segurança e procedimentos de


trabalho
É necessário que seja feita a sinalização:

a) Dos circuitos elétricos, seja com etiqueta ou alguma outra forma segura, distin-
guindo-os entre si;

b) Dos sistemas de travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e co-


mandos, indicando que não devem ser acionados ou manobrados;

c) De restrições e impedimentos de acesso (por exemplo: nos locais de serviço elétrico


somente será permitido o ingresso de autorizados ou pessoas por eles acompanhados

com Eletricidade (NR-10)


e supervisionados, na forma da Norma);

Segurança em Serviços
d) Das delimitações de áreas, como a utilização de cones de sinalização e fitas zebradas;

e) De áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação de cargas;

f) De impedimento de energização, indicando que nenhum circuito pode ser energizado;

g) Do equipamento ou circuito impedido, que não precisam estar funcionando, podem ser
131
aqueles que, por ventura, estejam danificados e não podem ser energizados.

Os procedimentos de trabalho devem ser específicos, padronizados, contendo a descri-


ção detalhada de cada tarefa, incluindo-se as instruções de segurança passo a passo com
a sequência lógica de sua execução. Eles devem ter a participação do SESMT da empresa,
quando houver, e ser assinado por um profissional autorizado.

Importante
E o que deve conter um procedimento de trabalho? Deve conter, no míni-
mo, o objetivo, o campo de aplicação, a base técnica, as competências,
as responsabilidades, as medidas de controle, as disposições gerais e as
orientações finais.
Toda equipe deve ter um profissional que faça o acompanhamento in loco, diretamente
no local de execução das atividades, supervisionando e coordenando. Ou seja, toda equipe
deve ter um líder.

Situação de emergência e responsabilidades


Procedimentos emergenciais também devem ser elaborados para situações de emer-
gência, como é o caso de incêndios, acidentes com vítimas etc.

Trabalhadores autorizados devem estar saber como executar o resgate e prestar os


primeiros socorros aos acidentados, especialmente por meio de reanimação cardiorres-
piratória. Devem saber também como manusear e operar equipamentos de prevenção e
combate a incêndio existentes nas instalações elétricas, como extintores, mangueiras etc.

A responsabilidade quanto ao cumprimento do que está na NR-10 é solidária a con-


tratante e contratados. Cabe tanto a empresa, pessoa ou profissional que contrata fazer
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

cumprir o que determina a Norma. E cabe também a empresa, pessoa ou profissional que
é contratado os mesmos cuidados, mesmo que exista em contrato alguma cláusula isen-
tando o contratante ou contratado de responsabilidade.

Os contratantes são obrigados a informar sobre quaisquer riscos e possíveis perigos a


segurança e à saúde, tanto elétricos como não elétricos, que os trabalhadores estarão ex-
132
postos durante a realização das atividades contratadas ou designadas. Lembre-se também
que não apenas para aqueles que irão interagir diretamente com a instalação elétrica, mas
também àqueles que irão realizar trabalhos em proximidade à rede.

Em caso de acidente, cabe a empresa apurar as suas causas, propor e adotar medidas
preventivas no sentido de evitar uma nova ocorrência. E os trabalhadores? Não tem res-
ponsabilidades? Sim, claro que tem. Cabe aos trabalhadores:

a) Zelar tanto pela sua segurança e saúde como pela de outras pessoas que possam
ser afetadas pelas suas ações;

b) Cumprir as normas e regulamentos estabelecidos, elaborar e manter os procedi-


mentos, planos e demais medidas internas de segurança e saúde;

c) Comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as situações


que considerar de risco para sua segurança e saúde e a de outras pessoas
Disposições finais
Em competência anterior, vimos uma situação de grave e iminente risco. Lembra-se
dela? É aquela situação em que a segurança e a saúde do trabalhador estão em perigo.
Quando uma situação destas acontecer, é direito do trabalhador exercer o chamado “direi-
to de recusa”. Reporte a situação ao seu superior hierárquico imediato, que irá tomar as
providências necessárias para acabar com esta situação, neutralizando ou eliminando a
fonte do perigo.

Sempre que for constatada uma situação em que a Norma Regulamentadora nº 10 não
estiver sendo cumprida, o Ministério do Trabalho e Emprego poderá adotar as providências
estabelecidas na NR-03, embargando obra ou interditando setor, máquina ou equipamento.

Resumo

com Eletricidade (NR-10)


Estudamos aqui nesta competência sobre uma Norma Regulamentadora que irá impac-

Segurança em Serviços
tar diretamente na vida laboral do trabalhador que exercerá as suas atividades ligadas à
eletricidade: a NR-10, que trata de segurança em instalações e serviços em eletricidade.

Aqui foram abordados os requisitos e as condições mínimas que uma instalação elétri-
ca deve ter a fim de garantir a saúde e segurança daqueles que interagem diretamente ou
indiretamente com ela. O objetivo, portanto, é saúde e segurança. 133
Esta Norma se aplica à todas as fases, seja ela de geração, transmissão, distribuição e
consumo, desde o projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações
elétricas e qualquer trabalho realizado em proximidade. A responsabilidade do cumprimen-
to do que pede a NR-10 é solidária a contratante e contratados, mesmo que exista alguma
cláusula no contrato que isente disto. Empresas e trabalhadores também têm responsabi-
lidades, não podem ser ignoradas.

Autoavaliação
01. “Documento que faz um apanhado geral da instalação elétrica e trabalhadores que
nela realizam atividades, reunindo tudo em um documento”. Esta é a descrição do:

a) Prontuário de Instalações Elétricas;

b) Prontuário de Exames Médicos;

c) Prontuário de Instalações Clínicas;

d) Prontuário de Instalações Hidrelétricas.


02. Complete a frase: “O profissional legalmente _____________________ é aquele que
comprova conclusão de curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema ofi-
cial de ensino”.

a) Qualificado;

b) Habilitado;

c) Capacitado;

d) Experiente.

03. Os trabalhos envolvendo a alta tensão podem ser feitos de maneira individual?

a) Sim, desde que haja tempo para isso;

b) Não, pois somente poderá ser feito por uma equipe através de procedimentos específicos;
com Eletricidade (NR-10)

c) Sim, pois trabalhos em alta tensão e baixa tensão são iguais;


Segurança em Serviços

d) Sim, por eles são simples.

04. Marque a alternativa correta:

a) O profissional que trabalha com a parte de geração de energia elétrica não precisará se
134
preocupar com o que determina a Norma Regulamentadora nº 10, pois esta não con-
templa esta fase do fornecimento;

b) Apenas instalações elétricas em perfeito estado de conservação podem ser operadas


por uma pessoa qualquer;

c) Instalações elétricas não oferecem riscos quando se realiza um trabalho em proximidade;

d) O profissional que trabalha com a parte de manutenção de energia elétrica não precisa-
rá se preocupar com o que determina a Norma Regulamentadora nº 10, pois esta não
contempla esta fase do fornecimento.
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Paulo: Unicamp, 2007.
Conheça o autor
Hudson Legnar Lima
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços

Engenheiro eletricista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte


(2010). Cursa atualmente a especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. Pos-
sui experiência de alguns anos ministrando capacitações e realizando consultorias no que
diz respeito à Norma Regulamentadora nº 10 (Segurança em Instalações e Serviços em
Eletricidade).
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