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Segurança
em Serviços com
Eletricidade (NR-10)
Segurança
em Serviços com
Eletricidade (NR-10)
Hudson Legnar Lima
Segurança em
Serviços com
Eletricidade (NR-10)
Natal/RN
2017
presidente
PROF. PAULO DE PAULA
diretor geral
PROF. EDUARDO BENEVIDES
diretora acadêmica
PROFA. LEIDEANA BACURAU
FICHA TÉCNICA
projeto gráfico
ADAUTO HARLEY SILVA
diagramação
MAURIFRAN MEDEIROS GALVÃO
ilustração
RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA
ISBN 978-85-68100-99-8
Inclui referências
O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim-
ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es-
tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como
ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo.
Observe-os na descrição a seguir:
Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci-
mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno.
Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con-
siderado muito relevante.
Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência,
antes do resumo.
Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no
decorrer do estudo.
Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas
ao objeto de estudo.
Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre-
sentado ao final ou ao longo do texto.
Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e
outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem.
Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais.
Sumário
Apresentação institucional.............................................................................................. 11
Palavra do professor autor............................................................................................... 13
Apresentação das competências..................................................................................... 15
Competência 01
Definir os serviços com eletricidade e em sua proximidade................................................... 19
O que é eletricidade?....................................................................................................... 19
Como é feita a geração da eletricidade.......................................................................... 20
A eletricidade pode matar?............................................................................................. 23
Estatísticas de acidentes no setor elétrico brasileiro.................................................... 24
Resumo............................................................................................................................. 26
Autoavaliação.................................................................................................................... 26
Competência 02
Identificar os riscos em instalações e serviços em eletricidade.............................................31
Choque elétrico..................................................................................................................31
Arco elétrico...................................................................................................................... 35
Queimaduras.................................................................................................................... 36
Campos eletromagnéticos................................................................................................37
Resumo..............................................................................................................................37
Autoavaliação.....................................................................................................................37
Competência 03
Reconhecer os riscos adicionais..............................................................................................41
Altura..................................................................................................................................41
Escada............................................................................................................................... 42
Andaime............................................................................................................................ 44
Cesta aérea....................................................................................................................... 44
Espaço confinado............................................................................................................. 46
Áreas classificadas............................................................................................................47
Condições atmosféricas, fauna e flora............................................................................47
Resumo............................................................................................................................. 48
Autoavaliação.................................................................................................................... 49
Competência 04
Identificar acidentes de origem elétrica e técnicas de análise de riscos.............................. 53
Acidentes de origem elétrica........................................................................................... 53
Técnicas de análise de riscos.......................................................................................... 56
Resumo............................................................................................................................. 59
Autoavaliação.................................................................................................................... 59
Competência 05
Implementar medidas de controle do risco elétrico............................................................... 63
Desenergização................................................................................................................ 63
Aterramento...................................................................................................................... 65
Outras medidas de controle............................................................................................ 69
Resumo............................................................................................................................. 72
Autoavaliação.................................................................................................................... 73
Competência 06
Utilizar os equipamentos de proteção coletiva e individual................................................... 77
Equipamentos de Proteção Coletiva............................................................................... 77
Equipamentos de Proteção Individual............................................................................ 78
Resumo............................................................................................................................. 87
Autoavaliação.................................................................................................................... 87
Competência 07
Reconhecer as normas técnicas brasileiras............................................................................91
ABNT NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão..............................................91
ABNT NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV......... 93
ABNT NBR 5419 – Proteção contra descargas atmosféricas....................................... 95
Resumo............................................................................................................................. 95
Autoavaliação.................................................................................................................... 96
Competência 08
Conhecer as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego................. 101
Resumo........................................................................................................................... 108
Autoavaliação.................................................................................................................. 109
Competência 09
Definir noções de combate a incêndios e primeiros socorros a acidentados...................... 113
Noções de combate a incêndios................................................................................... 113
Brigada de Incêndio........................................................................................................116
Primeiros socorros...........................................................................................................116
Resumo........................................................................................................................... 119
Autoavaliação.................................................................................................................. 120
Competência 10
Aplicar a segurança em instalações e serviços em eletricidade – NR-10............................ 123
Sobre a NR-10................................................................................................................ 123
Medidas de controle...................................................................................................... 124
Segurança na construção, montagem, operação e manutenção............................... 126
Segurança em instalações elétricas desenergizadas................................................. 128
Segurança em instalações elétricas energizadas....................................................... 128
Trabalhos envolvendo a alta tensão............................................................................. 129
Qualificação, habilitação, capacitação e autorização dos trabalhadores.................. 130
Sinalização de segurança e procedimentos de trabalho............................................ 131
Situação de emergência e responsabilidades............................................................. 132
Disposições finais........................................................................................................... 133
Resumo........................................................................................................................... 133
Autoavaliação.................................................................................................................. 133
Referências............................................................................................................................. 135
Gabarito.................................................................................................................................. 138
Conheça o autor..................................................................................................................... 139
Apresentação institucional
16
Competência
01
Definir os serviços
com eletricidade e em sua proximidade
Definir os serviços
com eletricidade e em sua proximidade
Pensando sobre isso, devemos sempre procurar saber mais sobre as atividades envolvi-
das em nosso curso e trabalho, teorias e práticas que mexem com a eletricidade. Para isso,
iremos começar estudando o início. O que é eletricidade? Esta é uma das perguntas que
Segurança em Serviços
O que é eletricidade?
Na Grécia Antiga existia um filósofo chamado Tales de Mileto. Ele viveu aproximadamen-
te entre 624 e 546 a. C. Como observador interessado na natureza, Mileto esfregou um
âmbar em peles de animais e conseguiu observar um fenômeno bem interessante: o atrito.
19
Esta resina, que em grego significa elektron, após o atrito, conseguia atrair pequenos ob-
jetos, como penas e palhas. Foi a partir dessa experiência que foi nomeada a eletricidade
(devido o nome da resina).
Curiosidade
O Âmbar é uma resina fóssil petrificada, formada há milhares de anos.
É possível encontrar pequenos animais fossilizados em seu interior. Não
são consideradas pedras preciosas por serem de origem vegetal, mas são
utilizadas para confeccionar joias e objetos ornamentais.
Figura 1 – Âmbar
Fonte: <http://ambaryarena.com/wp-content/uploads/2013/11/ambar-1.jpg>.
Acesso em: 27 dez. 2016.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços
Mesmo com essa descoberta, o estudo dessa nova ciência só foi realmente iniciado
posteriormente. A partir da experiência de Mileto, no ano de 1600, o médico inglês William
Gilbert passou a estudar este fenômeno da atração de pequenos materiais com o âmbar.
Determinou que este fenômeno como eletricidade. Ele também nomeou de elétricos os
objetos que se eletrizavam através do atrito com a resina.
20
Os materiais que conduzem a eletricidade começaram a ser estudados. No século XVIII
foi observado pelo físico inglês Stephen Gray que alguns conseguiam conduzir melhor a
eletricidade do que outros. Surgiu daí o conceito de materiais condutores e isolantes. Mais
tarde, o físico estadunidense Benjamin Franklin, reconhecido pelos seus estudos sobre os
raios e algumas invenções, como as lentes bifocais, fez vários estudos sobre a eletricidade,
chegando ao conceito de cargas positivas e negativas.
Você deve estar se perguntando agora como a eletricidade é gerada para ser transmiti-
da às nossas casas e locais de trabalho? É o que vamos ver a seguir!
Além das hidrelétricas, o sol pode ser uma fonte de energia renovável, através da capta-
ção da luz através de células capazes de armazená-las. As ondas do mar também podem
servir para geração de eletricidade através do seu contínuo movimento, bem como o vento,
que pode ser utilizado para movimentar enormes pás dos aerogeradores.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços
22
Figura 4 – Aerogeradores
Fonte: <http://noctula.pt/wp-content/uploads/2014/09/parque-e%C3%B3lico-central-e%C3%B3lica-aerogeradores-sobre-
equipamento.jpg>. Acesso em: 27 dez. 2016.
Na rua também estamos expostos a estes tipos de acidentes. A proximidade com os fios
dos postes, por exemplo, podem ser uma causa. Um fio que possa cair pode eletrocutar
pessoas ao seu redor. Uma atividade como a poda de uma árvore, se não forem tomadas
as medidas de segurança cabíveis, pode provocar acidentes. Empinar pipas (conhecidas em
algumas regiões do Brasil como “papagaio”) também pode ser potencialmente perigoso.
Não podemos esquecer que estamos expostos a acidentes de origem elétrica no am-
biente de trabalho, não necessariamente em serviços diretamente em contato com elemen-
tos energizados. Podemos ser vítimas de acidentes no transporte espontâneo de objetos
ou através de equipamentos energizados acidentalmente: por exemplo, a manipulação de
uma escada quando o trabalhador encontra-se próximo a alguma parte viva, energizada,
pode causar um choque elétrico. Isso pode acontecer também ao se ter contato com um
condutor desenergizado que se encontra próximo a outro onde ainda existe uma corrente
elétrica circulando. No decorrer das competências iremos abordar mais profundamente
essas e várias outras questões relativas à segurança e à saúde em serviços realizados em
instalações elétricas ou em suas proximidades.
Importante
A desenergização é uma medida de segurança para quem vai interagir
com Eletricidade (NR-10)
24
Estatísticas de acidentes no setor elétrico brasileiro
A Fundação Comitê de Gestão Empresarial (Fundação COGE) realiza levantamentos e
traz algumas estatísticas de acidentes de origem elétrica. Analisar estes dados é bastan-
te importante, pois assim poderemos aperfeiçoar as medidas e a gestão de segurança,
mantendo o foco na redução de acidentes no Setor. Com base neles, vamos analisar
algumas questões.
O que fazer para diminuir estes números? Como tratar a questão da segurança de ma-
neira que todas as pessoas possam se tornar conscientes dos riscos, tomando medidas
para controlar ou eliminar estes riscos? Estas são questões que todos devem ter em men-
te, que devemos sempre estimular o debate. Todos devem ser multiplicadores das medidas
de segurança.
Resumo
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços
26 parte da eletricidade é proveniente das usinas hidrelétricas. Além disso, você foi apresen-
tado às estatísticas de acidentes no Setor Elétrico brasileiro. No ano de 2012, 2,2 pessoas
foram vítimas de acidentes de origem elétrica, sendo que 0,8 morreram (segundo dados
do Relatório de Estatísticas de Acidentes no Setor Elétrico Brasileiro da Fundação COGE).
Lembre-se: a eletricidade pode matar. Por isso, muito cuidado e atenção nos estudos.
Autoavaliação
01. A principal fonte de geração de eletricidade no Brasil é através das usinas:
a) Eletroeletrônicas;
b) Termonucleares;
c) Hidrelétricas;
d) Humanísticas.
a) Renovável;
b) Não renovável;
c) Importada;
d) Alugada.
a) A eletricidade não oferece riscos às pessoas prestadoras de serviço por estarem habi-
tuadas ao trabalho;
c) A eletricidade só oferece risco às pessoas que realizam serviços com instalações elétricas;
b) Os riscos em instalações e serviços com eletricidade são baixos e devem ser ignorados;
27
c) Os riscos em instalações e serviços com eletricidade são evidentes e todos nós estamos
expostos a eles;
d) Acidentes com instalações e serviços com eletricidade não acontecem, pois a eletricida-
de não oferece riscos.
Competência
02
Identificar os riscos
em instalações e serviços em eletricidade
Identificar os riscos
em instalações e serviços em eletricidade
Choque elétrico
O choque estático é aquele que acontece originado por uma descarga de algum ele-
mento capaz de acumular energia (como um capacitor) ou através de uma descarga ele- 31
trostática (como a eletricidade estática). A eletricidade estática é um fenômeno de acumu-
lação de cargas, que se origina do desequilíbrio entre prótons e elétrons.
Querendo mais
O Gerador de Van de Graaff é um dispositivo capaz de reproduzir este
efeito da eletricidade estática. Robert Jemison Van de Graaff foi um enge-
nheiro estadunidense que estudou sobre física atômica, desenvolvendo
este equipamento. Assista a um vídeo bem interessante sobre seu funcio-
namento: <https://www.youtube.com/watch?v=uNR5WE_EXEU>.
Bons exemplos deste tipo de choque é aquele que levamos ao encostar o braço em um
tubo de televisão CRT (Cathodic Ray Tube) (aquelas televisões de tubo) e o choque que
acontece em uma maçaneta de porta em clima seco. Nesses exemplos, a consequência
comum é um desconforto momentâneo, mas não se deve menosprezar o choque estático:
ele é o responsável por vários acidentes. Quando um ambiente apresenta uma atmosfera
potencialmente explosiva (a mistura do ar com algum componente que possa causar uma
ignição), pode-se chegar ao ponto de qualquer fagulha, até mesmo de eletricidade estáti-
ca, levar a explosão. Isso ocorre, por exemplo, durante um vazamento de gás: uma faísca
provocada pelo choque estático pode ser o motivo de uma explosão seguida de incêndio.
Por isso, deve-se tomar muito cuidado com a eletricidade estática.
32
Já o choque dinâmico é aquele que acontece quando se entra em contato direto ou in-
direto com um elemento energizado da rede elétrica. O contato indireto é aquele quando se
faz com alguma parte de equipamento energizado acidentalmente, como uma carcaça de
máquina de lavar ou geladeira, por exemplo. Já o contato direto é aquele quando se faz di-
retamente com um elemento energizado, como um fio descascado de um eletrodoméstico.
Os seus efeitos no organismo humano são variados. Pode acontecer um aumento da tem-
Tetanização:
contração dos mús- peratura dos órgãos por onde a corrente passa, assim como aquela tendência a segurar o
culos e tendões
objeto de contato, conhecida como tetanização. A pessoa também pode perder o controle e
do corpo humano
quando percorrido passar a fazer movimentos bruscos e involuntários, assim como podem ocorrer mudanças no
por uma corrente
sangue e comprometimento no ritmo cardíaco, com uma alteração nas batidas do coração.
elétrica.
Quando acontece um choque elétrico e a pessoa está segurando um condutor energiza-
do, a reação do corpo pode ser fechar a mão com força. Quando a corrente percorre em
direção aos pés, acontece uma contração muscular que arremessa o corpo para trás.
É importante também conhecermos a relação que existe entre tempo e corrente. Quan-
to mais tempo a pessoa permanecer em contato, mais efeitos em seu corpo podem aconte-
cer, desde simples percepções (os “formigamentos”) até alterações no coração, comprome-
timento da respiração e morte. Existe um equipamento, o Dispositivo Diferencial-Residual
(DR), que impede que a corrente circule pelo corpo por muito tempo, causando apenas
uma leve sensação de formigamento. Ele será estudado melhor mais adiante.
O choque dinâmico pode acontecer pela tensão de passo ou pela tensão de toque. Es-
tando com dois pés nas diferentes zonas formadas pela queda de um condutor energizado
ao solo, ou um raio, ou, até mesmo, uma falha operacional em algum equipamento, existirá
33
A figura acima mostra cinco exemplos de percurso da corrente no corpo humano. Parti-
com Eletricidade (NR-10)
pelo coração.
34 (Hz), mais especificamente em 60 Hz, por ser próxima à frequência em que a fibrilação
ventricular é maior. Vale lembrar que 60 Hz é a frequência utilizada para o fornecimento de
energia elétrica. Quanto às frequências elevadas, acima de 2.000 Hz, as possibilidades da
ocorrência do choque elétrico são pequenas, mas ainda poderão acontecer queimaduras
devido ao efeito pelicular (as correntes irão tender a percorrer a área externa do corpo ao
invés da interna).
Com relação à resistência elétrica do corpo humano, esta se situa entre uma faixa que
vai de 1.000 Ohms (Ω) a 1.500 Ω aproximadamente quando se encontra seca, sem cortes
ou arranhões, variando em função da espessura. Em situações de pele úmida, esta resis-
tência assume valores de mais ou menos 500 Ω.
Arco elétrico
O Comitê Técnico de Segurança em Eletricidade da National Fire Protection Association
(NFPA), mais especificamente através da NFPA 70E – Electrical Safety in the Workplace
(Segurança em Eletricidade no Local de Trabalho), estabelece os requisitos para equipa-
mentos de proteção de acordo com o que determina a American Society for Testing and
Materials (ASTM). Segundo definição da NFPA 70E, o arco elétrico (ou arco voltaico) acon-
tece pela passagem da corrente elétrica através do ar entre condutores aterrados e não
aterrados, com temperaturas que podem atingir 20.000 graus Celsius (ºC). Já foram regis-
tradas temperaturas variando entre 2.000 ºC até aproximadamente 25.000 ºC.
Várias podem ser as origens dos arcos elétricos. Eles acontecem principalmente devido
Existe um mito sobre os arcos elétricos: muitos pensam que eles ocorrem apenas na
Alta Tensão. Isso não é verdade: segundo o Relatório de Estatísticas de Acidentes do Setor
Elétrico Brasileiro do ano de 2012 da Fundação COGE, a maior parte dos acidentes com
arco elétrico aconteceu até 440 volts (V), ou seja, ainda na Baixa Tensão.
Atividade
Com relação aos arcos elétricos, podemos afirmar que são eventos ex-
tremamente frios e que seus efeitos no corpo humano podem ser igno-
rados? Ou eles acontecem tão rapidamente que os seus efeitos no or-
ganismo são irrelevantes? Ou eles são extremamente quentes, e podem
ocasionar queimaduras e outros efeitos, como quedas? Reflita sobre es-
sas questões, percebendo a veracidade dos argumentos e elabore um
texto com suas conclusões.
Queimaduras
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços
James Prescott Joule foi um físico britânico que estudou a eletricidade e descobriu a
relação entre a corrente elétrica e efeitos térmicos, dentre outros. Em sua homenagem,
o efeito ganhou o seu nome, o Efeito Joule, que ocorre quando um condutor é percorrido
por uma corrente elétrica existe uma quantidade de calor liberada. Ele pode ser originada
através de um contato com parte energizada, por um arco voltaico ou por vapor metálico.
Vapor metálico:
vapor originado
Como efeitos no corpo humano, existirão queimaduras de primeiro, segundo ou terceiro
pelo derretimento graus em pele e músculos. O sangue também irá aquecer. Ossos e cartilagens irão esquen-
de um condutor
ou elo fusível, por
tar ou carbonizar. As terminações nervosas e sensoriais serão afetadas. Danos às células e
exemplo. espasmos musculares também podem acontecer, além da fibrilação ventricular, bem como
uma parada cardíaca e respiratória.
Resumo
Autoavaliação
01. Podemos afirmar que o choque elétrico:
b) São extremamente perigosas, e acontecem de dentro para fora, da parte mais interna
para a mais externa;
com Eletricidade (NR-10)
d) São extremamente perigosas, e acontecem de fora para dentro, da parte mais externa
para a mais interna.
Reconhecer
os riscos adicionais
Reconhecer
os riscos adicionais
Os estudos sobre segurança e saúde nos trabalhos que envolvem eletricidade avan-
çam. Você, futuro profissional da área, se depara com uma nova situação: existe algum
risco ao se trabalhar com instalações elétricas ou em sua proximidade? Como já vimos na
competência anterior, quem realiza serviços em instalações elétricas ou em suas proximi-
dades está exposto aos riscos de origem elétrica. Mas, será que ele está exposto apenas
a esse tipo de risco? Não, estão expostos também aos chamados riscos adicionais. E o
que fazer para controlar ou eliminar esses ricos? Devem ser adotadas medidas de controle
Segurança em Serviços
Altura
Segundo a definição da Norma Regulamentadora nº 35, trabalho em altura é toda ati-
vidade executada acima de 2 metros do nível inferior, em que há risco de queda. Pode
ser subindo uma plataforma, por exemplo, ou descendo um poço, desde que exista essa
41
diferença mínima de 2 metros.
próximas competências).
Escada
Para realização de um trabalho em altura, pode ser necessária a utilização de uma es-
cada. Sempre que for subir ou descer uma escada, mantenha-se de frente a ela. Nunca de
lado, nunca de costas, sempre se conserve de frente à escada. Um cuidado especial deve
ser tomado quando se utiliza uma escada de abrir (também conhecida como escada em V,
ou escada tesoura, dentre outros). Deve-se observar se está corretamente fixa ao solo, não
sendo permitido o seu uso em situações de desnivelamento.
Figura 10 – Escada de abrir
Fonte:<http://i.mlcdn.com.br/1500x1500/escada-de-aluminio-articulada-domestica12-degraus-e-13-posicoes-botafo-
go-292-201496000.jpg>. Acesso em: 27 dez. 2016.
44
Figura 12 – Andaime
Fonte:<http://www.nordesteloc.com.br/images/andaime-nordeste-locacoes.jpg>.
Acesso em: 27 dez. 2016.
Se o andaime tiver a partir de 3 m, ele deve dispor de um sistema de fixação com cabo
de aço para impedir que a estrutura, bem como a cada 5 m além disso. Os andaimes com
rodinhas só devem ser utilizados em piso firme e nivelado, e dispostos de um sistema de
trava para evitar o seu deslocamento com trabalhadores ainda na estrutura. Atenção: é
proibido mover o andaime com trabalhadores ainda sobre ele. Também é proibida a colo-
cação de escadas em cima do andaime.
Cesta aérea
A Norma Regulamentadora nº 12 (Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamen-
tos), no seu Anexo XII, diz que cesta aérea é um equipamento veicular destinado à elevação
de pessoas para realização de trabalho em altura, com braço móvel, articulado, telescó-
pico ou misto, com plataforma ou caçamba, com ou sem isolamento elétrico, podendo,
desde que projetado para esta finalidade, também erguer material mediante guincho e de
lança complementar, respeitadas as especificações do fabricante.
Quando for utilizar uma cesta aérea, deve-se estar muito bem amarrado a ela, utilizando 45
para isso Equipamentos de Proteção Individual adequados, de acordo com o procedimento
a ser realizado. Para tal, recomendo a leitura dos Relatórios Técnicos de Procedimentos 01
(Medidas de Proteção Contra Quedas de Altura) e 04 (Escadas, Rampas e Passarelas) da
FUNDACENTRO acessando ao link: <http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomen-
dacao-tecnica-de-procedimento>.
Atividade
Com relação ao trabalho em altura, podemos afirmar que qualquer pessoa
pode realizá-lo, basta não ter medo? Ou que apenas trabalhadores capaci-
tados e autorizados podem realizar um trabalho em altura? Ou que apenas
com um cinturão do tipo paraquedista o trabalhador deve iniciar a ativida-
de em altura? Reflita sobre essas questões, percebendo a veracidade dos
argumentos e elabore um texto com suas conclusões
Espaço confinado
Segundo o Guia Técnico da NR-33 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), um
espaço será considerado como confinado quando não for destinado para ocupação
humana contínua e quando possuir meios limitados de entrada e saída, havendo a
possibilidade de formação de uma atmosfera de risco, seja quando fechado durante a
preparação da entrada ou durante a entrada e o trabalho, seja pela presença de con-
taminantes tóxicos, inflamáveis, pela redução do percentual de oxigênio ou enriqueci-
mento de oxigênio. São exemplos de espaços confinados: poços, silos, tubos, bacias,
fornos, caldeiras, tanques, tonéis etc.
ponsável técnico e o supervisor de entrada devem ter autoridade para impedir o acesso
de trabalhador no espaço confinado, mesmo para a execução de serviços inadiáveis ou de
curta duração.
Todo trabalhador que irá desempenhar atividades em espaços confinados deve passar
por avaliação de saúde específica para esta realização. Os trabalhadores que direta ou
indiretamente estão envolvidos com espaços confinados devem ser instruídos dos seus
Risco grave e
direitos, seus deveres, dos riscos ao quais estarão expostos e das medidas de controle iminente: qualquer
condição que pos-
necessárias a serem observadas.
sa causar acidente
de trabalho ou
doença relacio-
Importante
Os equipamentos e instalações elétricas situados em atmosferas ex-
plosivas devem ser dimensionados de maneira que a sua temperatura,
quando em funcionamento normal ou curto-circuito, não sejam a fonte
de ignição desta atmosfera.
Curiosidade
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços
Dizem que um raio nunca cai no mesmo lugar duas vezes, mas isso é mito.
Ele pode sim cair várias vezes no mesmo lugar.
48 Também precisamos ter cuidado com a fauna e a flora. Animais, como ratos, cobras e
gatos podem adentrar instalações e provocar o surgimento de arcos elétricos, causando
acidentes. Deve-se impedir a sua circulação ou entrada na instalação. Deve ser feita a re-
moção das plantas circundantes observando-se os critérios de preservação.
Resumo
Você estudou nesta competência que existem riscos envolvendo as atividades relacio-
nadas a serviços em instalações elétricas que vão além daqueles de origem elétrica – os
riscos adicionais. Começou estudando sobre o trabalho em altura: atividade executada
acima de 2 metros do nível inferior, onde haja risco de queda. Mas este não é o único risco
adicional que o trabalhador que interage com instalações elétricas está exposto. Existe
também o espaço confinado, trabalho que deve sempre ser feito em equipe e com uma
Permissão de Entrada e Trabalho. E as áreas classificadas? Estudou aqui nesta competên-
cia que apenas equipamentos elétricos (como motores, por exemplo) próprios para áreas
classificadas devem ser instalados no seu interior. Outra condição importante é a condição
atmosférica: trabalhos realizados com equipamentos energizados só devem ser iniciados
com boas condições do tempo. Não é permitido trabalhos sob chuva, neblina densa ou
ventos. Além disso, os animais devem ser mantidos longe de instalações elétricas, assim
como a vegetação, mas mantidos os critérios de preservação.
Autoavaliação
01. Assinale a alternativa correta:
a) Trabalhos em ambiente externo podem ser realizados sob más condições de tempo,
como chuva intensa ou neblina densa;
c) Nenhuma medida precisa ser tomada para prevenção de raios em um lugar onde eles
já ocorreram;
d) Nenhuma medida precisa ser tomada para evitar a proteção do trabalhador que realiza
serviços com eletricidade.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços
50
Competência
04 51
Identificar acidentes
de origem elétrica e técnicas de
análise de riscos
Identificar acidentes
de origem elétrica e técnicas
de análise de riscos
[...]
A imprudência acontece quando se age com precipitação, quando deveria ter previsto
aquela ação antes de agir, mas não o fez. Por exemplo: realizar uma atividade sem prestar
atenção para o que se está fazendo.
A imperícia acontece quando não se tem o conhecimento adequado para realizar deter-
minada atividade. Por exemplo: tentar consertar uma instalação elétrica sem ter o conhe-
cimento específico.
Além da retirada da expressão “ato inseguro”, o texto da norma esclarece que o empre-
gador deve utilizar algum meio para mostrar ao trabalhador os riscos aos quais estarão ex-
postos durante a realização da atividade. Eles podem ser comunicados, cartazes ou meios
eletrônicos. Esta é uma das suas obrigações.
54 Voltando à pergunta feita no início: o que pode causar um acidente? Várias podem
ser as suas origens. Ele pode estar relacionado ao excesso de confiança do trabalhador
na execução de uma atividade, ou a fadiga de uma jornada longa de trabalho. Uma fer-
ramenta ou equipamento pode apresentar defeito quando for utilizado sem ter sido feita
uma inspeção antes.
Importante
A Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991 define um acidente do trabalho
como: acidente que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da em-
presa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte ou a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacida-
de para o trabalho (BRASIL, 1991, extraído da internet).
A empresa é responsável por adotar medidas de proteção da segurança e da saúde
do trabalhador. Ao deixar de cumprir as normas relativas à segurança e saúde, a empresa
pode ser punida com multa. Cabe ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social fisca-
lizar se o que a lei diz está sendo cumprido. Os sindicatos e entidades de classe poderão
acompanhar o cumprimento da lei de acordo com o que diz os seus estatutos.
Terá o mesmo valor de um acidente do trabalho aquele que aconteça durante o período
destinado a refeição ou descanso, bem como no período destinado a atender as necessi-
dades fisiológicas, no local de trabalho ou durante o trabalho.
Também terá o mesmo valor que acidente de trabalho o acidente sofrido durante o
horário e local de trabalho em consequência de:
Atividade 01
Com relação aos acidentes, podemos afirmar que eles são eventos tão
56 raros que qualquer medida para prevenir é considerada errada? Ou o tra-
balhador deve seguir os procedimentos do empregador? Ou, quando acon-
tece um acidente do trabalho, a empresa é desobrigada a informar ao Mi-
nistério do Trabalho e Emprego? Reflita sobre essas questões, percebendo
a veracidade dos argumentos e elabore um texto com suas conclusões.
Para iniciar esta parte da competência, definiremos alguns conceitos. Falamos muito
sobre riscos. Mas o que é um risco? E um perigo? A Agência Europeia para a Segurança e
E o que vem a ser uma análise de riscos? É o processo que identifica os riscos para a
segurança e a saúde dos trabalhadores quando enfrentam os perigos no local de trabalho. 57
Identifica o que pode causar lesões ou danos, a possibilidade de eliminar os riscos e, quan-
do não for possível, utilizar métodos para controlar estes riscos.
Na realização da atividade, existe risco? Se sim, como fazer para eliminá-lo? Se não for
possível eliminar, posso controlar o risco, agir de maneira segura para não causar aciden-
te? São perguntas que devem sempre ser feitas quando se analisa uma atividade.
Podem acontecer novos riscos? Sim, podem aparecer novos riscos na realização de
uma atividade quando utilizamos novos métodos e processos, ou um novo local de traba-
lho, ou novas tecnologias, por exemplo. Deve ser um processo dinâmico, ser sempre atua-
lizado por profissional responsável.
É importante fazer este levantamento dos perigos que possam existir em determinada
atividade? Sim, com certeza! É importante que os trabalhadores que vão exercer essas ati-
vidades participem do levantamento dos perigos. Com base nesses levantamentos, pode-
mos melhorar a análise e a avaliação de riscos. Existem algumas técnicas para isso, como:
Análise de Árvore de Falhas (AAF), Análise de Árvore de Eventos (AAE), Análise Preliminar
de Riscos (APR).
com Eletricidade (NR-10)
Explicando de uma maneira bem simples: a Análise de Árvore de Falhas (AFF) parte
Segurança em Serviços
58 te, por exemplo) para determinar o que pode acontecer. Antecipa e descreve as suas
consequências.
b) A empresa deve dizer que pode acontecer o acidente, mas nunca como ele pode 59
acontecer;
c) A empresa não precisa informar ao trabalhador sobre os riscos que ele está exposto ao
executar suas atividades;
b) Avisar para tomarem cuidado para não se acidentarem, mas sem precisar entrar em
detalhes;
a) Acidentes nunca irão acontecer por conta de problemas com as instalações elétricas;
60
Competência
05 61
Implementar medidas
de controle do risco elétrico
Implementar medidas
de controle do risco elétrico
Já estamos cientes que existem riscos e que podem acontecer acidentes. Existem téc-
nicas de como analisar as atividades visando eliminar ou controlar esses riscos, evitando
que aconteçam os acidentes. E existem medidas a serem tomadas para isso?
Desenergização
Somente será considerada desenergizada uma instalação elétrica liberada para o tra-
balho após serem feitos os seguintes procedimentos: 63
a) Seccionamento – É a interrupção quando se faz uma abertura do circuito elétrico atra-
vés de dispositivos específicos, como um disjuntor, relé, chave seccionadora etc.;
b) Impedimento da reenergização – Bloqueio feito para garantir que o circuito não seja ree-
nergizado. São utilizadas chaves, cadeados e dispositivos bloqueadores impedindo que a
corrente volte a circular no circuito enquanto estiverem sendo feitas as atividades;
Importante
Antes de constatar a ausência de tensão, os instrumentos de medição
utilizados devem ser testados antes para garantir que estão funcionando
corretamente.
d) Instalação do aterramento temporário com equipotencialização dos condutores do cir-
cuito – É a ação de instalar o aterramento temporário e colocar todos os condutores do
circuito no mesmo potencial, no caso o potencial de terra (zero), utilizando uma haste
conectada a terra;
Atividade
Segurança em Serviços
Com relação à desenergização, podemos afirmar que ela garante que não
aconteçam acidentes com os trabalhadores? Ou que no aterramento são
utilizadas hastes ligando os circuitos a terra, podendo ser dos tipos fun-
cional, arcaico e temporário? Ou que não existe medida a ser tomada pelo
64 trabalhador quando vai fazer uma intervenção em instalação elétrica? Re-
flita sobre essas questões, percebendo a veracidade dos argumentos e
elabore um texto com suas conclusões.
Aterramento
O aterramento é um sistema de hastes fixadas ao solo que ligam os circuitos a ela. Ele
pode ser do tipo funcional, proteção ou temporário.
O aterramento funcional tem como finalidade garantir que a instalação funcione de ma-
neira segura e confiável. Ex: aterramento feito no neutro da instalação, no medidor.
O aterramento temporário tem como finalidade a ligação dos circuitos a terra para exe-
cução de um serviço. 65
Segundo a ABNT NBR 5410, os esquemas de aterramento são classificados em: TN, TT
e IT. A primeira letra (T ou I) diz respeito à situação da alimentação em relação ao solo (a
terra), como é feita a ligação a terra na alimentação:
As outras letras que possam aparecer dizem respeito à disposição do condutor neutro
e do condutor de proteção:
*S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores diferentes um do outro;
Ficou meio confuso? Basta lembrar que os esquemas de aterramento são três: TN, TT
ou IT. Cada um deles tem duas letras. A primeira letra diz como a alimentação faz a sua
ligação com a terra. A segunda letra diz como as massas (equipamentos em geral) fazem
as ligações a terra. Se for um esquema TN, pode ter outras letras: S, C ou C-S.
66
Segurança em Serviços
Corrente de fuga e Dispositivo Diferencial-Residual
A Corrente de fuga é o fluxo de corrente feito através de uma falha. Pode ter como
origem um curto-circuito ou um defeito na isolação dos condutores etc. O Dispositivo Dife-
rencial-Residual (DR) protege contra os efeitos prejudiciais da corrente de fuga. Pode ter 69
duas finalidades, diferenciadas pelo valor da Corrente Diferencial-Residual Nominal (I∆n):
proteção da vida = I∆n igual ou inferior a 30 mA; e proteção das instalações e equipamen-
tos = I∆n superior a 30 mA.
De acordo com a ABNT NBR NM 61008: a corrente diferencial-residual para usos domésti-
cos e análogos sem dispositivo de proteção contra sobrecorrentes (RCCB), o DR deve funcio-
nar entre 50% e 100% da corrente nominal residual em um tempo de até 200 milisegundos
(ms). Por exemplo, antes mesmo de atingir os 30 mA para proteção da vida, o DR deve atuar.
Importante
O DR deve ter um valor nominal (In = 25A, 40A, 63A, 80A, 100A e 125A)
igual ou superior ao dispositivo de proteção de sobrecorrentes (disjuntor,
por exemplo) e deve ser instalado depois deste dispositivo. A proteção con-
tra sobrecorrentes não é feita pelo DR, que também deve ser protegido.
O DR deve ser instalado: nos circuitos contendo banheira ou chuveiro; nos circuitos de
tomada situados em uma área externa à edificação; nos circuitos de tomada localizados
em uma área interna, mas que possa vir a ser utilizada nas áreas externas; nos circuitos
em lugares habitacionais que possam ser utilizados em cozinhas, copas-cozinhas, lavande-
rias, áreas de serviço, garagens ou qualquer área interna normalmente molhada ou sujeita
a lavagens; nos circuitos em lugares não-residenciais que possam ser utilizados em cozi-
nhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens ou qualquer área interna
normalmente molhada ou sujeita a lavagens.
Conforme as definições da ABNT NBR 5410, um sistema SELV (do inglês separated
extra-low voltage) é um sistema de extra baixa tensão que é eletricamente separada da
terra de outros sistemas e de tal modo que a ocorrência de uma única falta não resulta em
risco de choque elétrico.
70 Um sistema PELV (do inglês protected extra-low voltage) é um sistema de extra baixa
tensão que não é eletricamente separado da terra, mas que preenche, de modo equivalen-
te, todos os requisitos de um SELV. Os equipamentos/aparelhos que utilizam a Extra Baixa
Tensão são aqueles de Classe de Isolamento III.
Barreiras e invólucros
São componentes que impedem o contato com parte energizada de máquinas, equipa-
mentos e instalações. De acordo com as definições da Norma Regulamentadora nº 10, a
barreira é um dispositivo que impede qualquer contato com partes energizadas das instala-
ções elétricas. Por exemplo, a proteção colocada para impedir o contato acidental com um
barramento de um painel. Já o invólucro é o envoltório de partes energizadas destinado a
impedir qualquer contato com partes internas. Por exemplo, a parte externa de um equipa-
mento, como uma seccionadora, por exemplo.
Obstáculos e anteparos
De acordo com as definições da Norma Regulamentadora nº 10, obstáculo é um ele-
mento que impede o contato acidental, mas não impede o contato direto por ação delibe-
rada. Como exemplo, podemos citar uma cerca em volta de uma subestação. Ela impede o
contato acidental com a parte viva energizada, mas não o contato feito por uma ação como
pular ou abri-la.
A isolação dupla tem a função de fornecer uma segunda proteção para complementar a
isolação básica. Os equipamentos/aparelhos que utilizam a isolação dupla são aqueles de
Classe de Isolamento II. Ex: furadeiras, parafusadeiras etc.
Segurança em Serviços
problema que a primeira isolação possa vir a apresentar.
Qualquer pessoa pode ter acesso à Zona mais externa, conhecida como Zona Livre (ZL).
Após a Zona Livre, indo em direção ao Ponto Energizado (PE), está a Zona Controlada (ZC).
Apenas profissionais qualificados, habilitados ou capacitados podem ter acesso a esta
Zona. A região em que está localizado o Ponto Energizado é a Zona de Risco (ZR). Apenas
profissionais que interagem com o PE podem ter acesso a esta Zona.
72 Ao realizar uma atividade no Ponto Energizado, as partes em que se podem ter acesso
da Zona Controlada devem ser protegidas através do uso de isolação adequada à tensão.
Lembre-se: o uso de um material isolante (barreira) mudará os limites das Zonas. A região
antes da barreira passa a ser uma Zona Livre.
Separação elétrica
A proteção por separação elétrica utiliza um transformador de separação, onde apenas
o primário tem contato com a terra, estando o secundário isolado. A proteção que um es-
tabilizador de tensão oferece para um microcomputador é, na realidade, uma proteção por
separação elétrica.
Resumo
Nesta competência você estudou algumas medidas de proteção para evitar acidentes
controlando o risco elétrico. É muito importante que você tenha todos os passos em mente
antes de realizar uma atividade com instalações elétricas, como a desenergização. Garan-
ta que não exista corrente circulando no circuito antes de fazer qualquer procedimento.
Você também aprendeu sobre o aterramento, os seus tipos e esquemas de ligação, assim
como a equipotencialização e o seccionamento automático da alimentação. Outro impor-
tante dispositivo de proteção a corrente de fuga também foi estudado, o Dispositivo Dife-
rencial-Residual (DR). Estudou sobre a Extra Baixa Tensão (EBT), também conhecida como
tensão de segurança, utilizada quando a resistência do corpo está diminuída ou a isolação
do equipamento comprometida. Também aprendeu sobre os componentes que bloqueiam
o contato com parte energizada de máquinas, equipamentos e instalações – as barreiras
e os invólucros. E sobre aqueles que impedem o contato acidental com a parte viva ener-
gizada, mas não o contato feito por uma ação deliberada – os obstáculos e anteparos.
Além disso, estudou sobre a colocação de materiais isolantes para impedir a passagem da
corrente elétrica (isolação elétrica) e também aquela complementar à isolação básica (iso-
lação dupla ou reforçada). E, dentre outros saberes, também listamos as diferentes zonas
a partir de um ponto energizado.
c) Instalação da sinalização;
b) 100 mA
c) 30 mA
d) 5 mA
74
Competência
06 75
Utilizar os equipamentos
de proteção coletiva e individual
Utilizar os equipamentos
de proteção coletiva e individual
Estudar sobre segurança e saúde do trabalho em eletricidade nos faz perceber que
existem riscos, e que eles podem ser analisados e controlados com a utilização dos Equipa-
mentos de Proteção, tanto coletivo quando individual. Vamos estudar nesta competência
sobre alguns deles e quando os usar. Preparado? Vamos lá!
Quando não for possível usar a desenergização, deve-se fazer uso da tensão de segu-
rança (Extra Baixa Tensão – EBT). Se não for possível fazer uso da desenergização nem
da EBT, outras medidas devem ser utilizadas, como a isolação das partes vivas, o uso de
obstáculos, barreiras e sinalização ou de um sistema de seccionamento automático de
alimentação, ou com bloqueio do religamento automático. Como exemplo de EPC, temos:
– Cone de sinalização – Utilizado para sinalizar ou demarcar determinada área. Pode ter
ou não o strobo (utilizado para visualização noturna). Também pode servir de base para
bandeirolas, correntes e fitas zebradas.
Importante
O equipamento de proteção individual, tanto de fabricação nacional
quanto importado, só poderá ser colocado à venda e utilizado com a in-
dicação do Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional
responsável em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério
do Trabalho e Emprego. Ou seja: para ser EPI tem de possuir o Certificado
de Aprovação. O CA vem marcado no próprio EPI juntamente com o lote
de fabricação e o nome comercial da empresa (quando for importado,
deverá ter o CA, lote de fabricação e nome do importador).
Você pode estar se perguntando: “para exercer as minhas funções na empresa, preciso
pagar para receber o meu EPI?” Não! É obrigação da empresa fornecer aos empregados,
gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamen-
to, nas seguintes circunstâncias:
a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os
riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), no seu artigo 158 diz: “Constitui ato faltoso
do empregado a recusa injustificada: A observância das instruções expedidas pelo empre-
gador; ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual – EPIs fornecidos pela empresa”
(BRASIL, 2003, p. 1). Isto é: o trabalhador que por um motivo injustificado se negar a utili-
zar o EPI poderá sofrer as penalidades previstas em lei, podendo ser punido com demissão
por justa causa.
com Eletricidade (NR-10)
É importante o eletricista saber que os Equipamentos de Proteção Individual por ele uti-
Segurança em Serviços
lizados se parecem muito com os EPIs de outros trabalhadores, mas são diferentes. Tanto
o capacete como a luva ou bota devem ser diferentes. Vamos estudar alguns, a seguir.
A aba do capacete isolante de segurança pode ser frontal ou total. É aconselhável para
trabalhos com eletricidade o uso da aba total. E quando devemos usar a jugular? Sempre! É
bom utilizar a jugular para impedir que o capacete caia durante algum movimento da cabeça.
81
Os capacetes de segurança são classificados conforme a proteção quanto aos riscos de
impacto e elétricos, sendo classificado como Tipo I ou Tipo II, quanto a sua proteção contra
impactos e Classes G, E ou C, quanto a sua proteção contra riscos elétricos. Portanto, para
uso com trabalhos em instalações elétricas, deve-se utilizar o capacete classe E.
De acordo com a ABNT NBR 8221, o capacete deve ser submetido a ensaios em labora-
tório para determinar a sua resistência ao impacto, a resistência à penetração, a inflamabi-
lidade (capacidade de determinado produto pegar fogo), a absorção de água (capacidade
da água infiltrar no material) e a rigidez dielétrica (máxima intensidade de campo elétrico
que torna um material condutor).
O capacete pode ter várias cores, não existindo alguma restrição de cores por função,
isso depende de empresa para empresa. Deve-se sempre observar seu estado físico: se
apresentar alguma fragilidade, alteração de cor ou alguma outra mudança das caracterís-
ticas originais de fabricação, ele deverá ser descartado e substituído. Também observe o
estado da carneira e jugular. Se desfiarem ou rasgarem, devem ser trocadas.
Atenção: não se deve fazer uso do capacete com bonés ou gorros e sempre o utilize com
a aba para frente!
Óculos e viseira de segurança
Já a viseira de segurança deve ser utilizada em circuitos que não podem ser desenergi-
zados, onde existe a possibilidade de arcos elétricos.
Protetor auricular
Sempre que o trabalhador estiver exposto a ruídos (sons indesejáveis que causam per-
turbação e incômodo) acima dos limites toleráreis para a saúde, ele deverá utilizar um
protetor auricular conforme descrito na análise de riscos. Ruídos podem ser produzidos por
motores elétricos, por exemplo, durante o seu funcionamento normal ou quando apresen-
tam algum problema. Ficar exposto por um período prolongado poderá deixar o trabalhador
com surdez parcial ou até mesmo total.
Para neutralizar os efeitos nocivos no corpo do trabalhador, deve ser utilizado o protetor
auricular. Afaste os cabelos antes de utilizar o tipo concha (abafador). Deverá ser feita a
completa vedação.
Para o tipo plug, incline a cabeça antes de inserir no canal auditivo. Lembre-se sempre
de usá-los conforme as instruções do fabricante e nunca manuseie os protetores auricula-
res com as mãos sujas.
As luvas isolantes são classificadas por classe, como classe, 00, 0, 1, 2, 3 e 4, e por pro-
priedades especiais, pela adição de um sufixo, sendo “A” resistente a ácido, “H” resistente
a óleo, “Z” resistente a ozônio, “R” resistente a ácido, óleo e ozônio, e por fim “C” resistente
a temperatura extremamente baixa.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços
E qual luva utilizar para realizar a atividade? Vai depender da tensão a qual o trabalhador
vai estar exposto. Atenção: não confundir Tensão Máxima de Uso com Tensão de Teste. Ob-
serve sempre a Tensão Máxima de Uso para escolher a luva correta para o nível de tensão.
CLASSE COR TENSÃO DE USO (V) TENSÃO DE ENSAIO (V) TENSÃO DE PERFURAÇÃO (V)
84
00 Bege 500 2.500 5.000
0 Vermelha 1.000 5.000 6.000
1 Branca 7.500 10.000 20.000
2 Amarela 17.500 20.000 30.000
3 Verde 26.500 30.000 40.000
4 Laranja 36.000 40.000 50.000
Um trabalhador vai realizar um serviço em uma instalação elétrica com 13.800 Volts
(V) em corrente alternada (CA). Observando a tabela, verificamos que a luva que deverá ser
utilizada é a Classe 2, pois a tensão máxima de uso da luva isolante de borracha Classe 2
é 17.500 V, e a Classe 1 é 7.500 V.
Para testes da luva isolante de borracha, pode ser utilizando um inflador. Deve-se verifi-
car se a luva apresenta cortes, rachaduras ou furos. Sempre que for utilizá-la, deve-se uti-
lizar também uma luva de cobertura por cima, para proteção da luva isolante de borracha.
A luva de cobertura não deve conter nenhum material metálico.
Vestimentas
As vestimentas para eletricistas não devem conter ilhotes metálicos ou fivelas de metal.
Relembrando o que estudamos em competência anterior: segundo definição da NFPA 70E, o
arco elétrico (ou arco voltaico) acontece pela passagem da corrente elétrica através do ar en-
tre condutores aterrados e não aterrados, com temperaturas que podem atingir 20.000º C.
Já foram registradas temperaturas variando entre 2.000º C até aproximadamente 25.000º C.
Lembre-se de que, como vimos na segunda competência, essa energia liberada vai de-
pender da tensão elétrica, da corrente de curto, do tempo do arco e da distância do operador.
Querendo mais
Para saber mais sobre as vestimentas, recomendo a leitura de um do-
cumento do Ministério do Trabalho e Emprego disponível pelo link a
seguir: <http://trabalho.gov.br/publicacoes-do-mtps/trabalho/inspe-
cao-do-trabalho/item/286-manual-de-orientacoes-para-especificacoes-
-das-vestimentas-de-protecao-contra-efeitos-termicos-do-arco-eletrico-e-
-do-fogo-repentino>.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços
Calçado de segurança
Os calçados para eletricistas devem ser escolhidos de acordo com o nível de tensão.
Eles não devem ter biqueira de aço ou qualquer parte de metal e podem ou não ser de
cano longo.
86
Para realizar uma intervenção ao potencial, as botas condutivas são as utilizadas.
Cinturão de segurança
Antes do início dos trabalhos, deve ser feita uma inspeção rotineira do cinturão de se-
gurança, bem como dos acessórios e do sistema de ancoragem. Caso sejam encontrados
problemas, devem ser inutilizados e descartados, exceto quando a sua restauração for
possível utilizando normas técnicas brasileiras ou internacionais.
Resumo
Autoavaliação
01. São exemplos de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC):
a) Classe 0;
b) Classe 2;
c) Classe 4;
d) Classe 8.
04. O Técnico de Segurança da empresa chamou a atenção de um eletricista por este es-
tar realizando um reparo em uma instalação elétrica utilizando um cinto com fivela de
metal. Sobre esta atitude:
a) O eletricista não corria risco porque estava utilizando um cinto com fivela de metal;
88
b) O eletricista corria risco ao utilizar uma fivela de metal;
c) O técnico de segurança se enganou porque o cinto com fivela de metal não oferecia
risco ao trabalhador;
Durante este estudo sobre a segurança do trabalho em eletricidade, você descobriu que
deverá seguir algumas normas. Mas que normas são essas? A Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) estabelece algumas normas que devem ser conhecidas por todos
que realizam serviços em instalações elétricas ou em suas proximidades. Preparado para
começar a conhecer algumas delas?
Os limites da baixa tensão são: Em Corrente Contínua (CC), a baixa tensão vai de 120 V
a 1.500 V; em Corrente Alternada (CA), vai de 50 V a 1.000 V.
E onde a Norma vai ser utilizada? A ABNT NBR 5410 vai ser aplicada principalmente às
instalações elétricas de edificações, qualquer que seja seu uso (residencial, comercial, pú-
blico, industrial, de serviços, agropecuário, hortigranjeiro etc.), incluindo as pré-fabricadas.
E somente aí devemos utilizar a ABNT NBR 5410? Não! Ela também deve ser utilizada
nas instalações elétricas:
a) em áreas descobertas das propriedades, externas às edificações;
– Aos circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal igual ou inferior a 1.000 V em
corrente alternada, com frequências inferiores a 400 Hz, ou a 1.500 V em corrente
contínua;
– Aos circuitos elétricos, que não os internos aos equipamentos, funcionando sob uma
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços
– A toda fiação e a toda linha elétrica que não sejam cobertas pelas normas relativas aos
equipamentos de utilização; e
92
– Às linhas elétricas fixas de sinal (com exceção dos circuitos internos dos equipamentos)
(ABNT, 2004, p. 9).
Importante
A ABNT NBR 5410:2004 aplica-se às instalações novas e às reformas em
instalações existentes.
Esta Norma não vai se aplicar a instalações: de tração elétrica; elétricas de ve-
Perturbação ículos automotores; elétricas de embarcações e aeronaves; de iluminação pública;
radioelétrica:
perturbação eletro- de proteção contra quedas diretas de raios; em minas; de cercas eletrificadas, bem
magnética gerada como a Redes públicas de distribuição de energia elétrica e a Equipamentos para
por aparelhos
elétricos que po- eliminar as perturbações radioelétricas, quando não comprometerem a segurança
dem afetar outros das instalações.
equipamentos.
A aplicação desta Norma não isenta as obrigações de respeitar outros regulamentos de
órgãos públicos que a instalação deva satisfazer e não dispensa o atendimento a outras
normas complementares, aplicáveis a instalações e locais específicos. Por exemplo:
Além de aplicar a ABNT NBR 5410:2004, também devem ser aplicadas as normas para
Segurança em Serviços
distribuidoras de eletricidade. Autoridade reguladora é a entidade que regulamenta, fis-
caliza e elimina conflitos em determinado setor. A Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL) é a autoridade regulamentadora no mercado da energia elétrica.
A ABNT NBR 5410 traz as medidas de proteção a serem tomadas para cuidar de pesso-
as e animais, bem como garantir a segurança das instalações e equipamentos. Estudamos 93
em competências anteriores algumas como, por exemplo, a utilização de obstáculos e an-
teparos, o dispositivo diferencial-residual (DR), aterramento e equipotencialização.
A utilização desta norma não exclui a aplicação de regulamentos de órgãos públicos que
instalação deva satisfazer. Em particular, nas instalações de média tensão, além da ABNT
NBR 14039, devem-se observar a Norma Regulamentadora NR-10 – Instalações e Serviços
em Eletricidade e a Resolução 414/2010 da ANEEL – Condições Gerais de Fornecimento.
94
Querendo mais
A Resolução 414/2010 da ANEEL traz as condições gerais de forneci-
mento de energia. Pode ser lida na sua integra através do link: <http://
www2.aneel.gov.br/arquivos/PDF/REN2010414_Texto_Atualizado_
Compacto(rev_670_2015).pdf>.
E onde esta Norma não se aplica? Em instalações elétricas de concessionários dos ser-
viços de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, quando desempenharem
as suas funções em serviço de utilidade pública; em instalações de cercas eletrificadas; e
em trabalhos com circuitos energizados.
ABNT NBR 5419 – Proteção contra descargas
atmosféricas
Esta Norma determina como deve ser feito o projeto, a instalação e a manutenção de
Sistemas de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA), para proteger as edificações
e as estruturas comuns utilizadas para fins comerciais, industriais, agrícolas, administrati-
vos ou residenciais contra a incidência direta dos raios.
A proteção será aplicada também contra a direta incidência dos raios sobre os equi-
pamentos e pessoas que se encontrem no interior de tais edificações e estruturas ou no
interior da proteção que o SPDA instalado irá proporcionar.
Resumo
Nesta competência, você estudou algumas normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). Além das normas do Ministério do Trabalho e Emprego, é importante que
o trabalhador que irá realizar atividades em instalações e serviços em eletricidade também
conheça estas normas. Falou em baixa tensão, falou em ABNT NBR 5410. Como deve ser
uma instalação elétrica de baixa tensão? O que deve ter e como deve ser para garantir a se-
gurança de pessoas e animais, funcionar corretamente e conservar os equipamentos? É o
que estabelece a ABNT NBR 5410. Você estudou aqui também a Norma que trata da média
tensão: a ABNT NBR 14039. Ela estabelece como deve ser o projeto, execução, verificação
final e manutenção das instalações elétricas entre 1,0 kV a 36,2 kV. Por fim, falamos sobre
sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA).
Autoavaliação
01. A qual Norma pertence a descrição a seguir:
c) Uma instalação temporária deverá ser feita com o material a disposição do eletricista,
sendo feita através do que estabelece a ABNT NBR 5419;
d) Uma instalação temporária deverá ser feita com o material a disposição do eletricista.
Como é temporário, não precisa seguir normas.
b) Antenas externas e chaminés de grande porte não precisam entrar na proteção imposta
pelo sistema de SPDA;
d) A ABNT NBR 5419 não se aplica a veículos, aeronaves, navios e plataformas marítimas.
04. A qual Norma pertence a descrição a seguir: “esta Norma fixa as condições de projeto,
instalação e manutenção de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA),
para proteger edificações e estruturas comuns utilizadas para fins comerciais, industriais,
agrícolas, administrativos ou residenciais contra a incidência direta dos raios.”
Conhecer as Normas
Regulamentadoras do Ministério do
Trabalho e Emprego
Conhecer as Normas
Regulamentadoras do Ministério do
Trabalho e Emprego
Algumas dúvidas podem ter surgido quando você começou a estudar e encontrou as
Normas Regulamentadoras. Afinal, o que são as Normas Regulamentadoras (NRs)? É im-
portante conhecer essas Normas? Como foram criadas? Quantas existem? É obrigatório
usá-las? Vamos tratar aqui nesta competência sobre este assunto. Preparados para come-
çar? Vamos lá.
Internet 101
NR-8 Edificações;
NR-14 Fornos;
NR-17 Ergonomia;
NR-19 Explosivos;
– Informar aos trabalhadores os riscos aos quais estarão expostos, como preveni-los e os
resultados dos exames médicos;
Se o empregador não cumprir o que consta nas NRs sobre segurança e medicina do
trabalho, serão aplicadas penalidades previstas na legislação, como multa, por exemplo.
Mas, só existem obrigações para os empregadores? Não! Lembre-se que os empregados
também têm obrigações e, se ele se recusar a cumpri-las sem um motivo justificado, cons-
titui ato faltoso.
Aqui, uma situação é considerada de risco grave e iminente quando for possível cau-
sar acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho. Por exemplo: o chefe dos ele-
tricistas pede para o seu subordinado fazer o corte em um eletroduto onde existem
cabos energizados.
Quando se está em fase de obra, utiliza-se o embargo. Daí vem aquela frase que costuma-
104 mos escutar: “a obra foi embargada”. Ela pode ser paralisada totalmente ou parcialmente.
Se durante a atividade normal da empresa for constatada uma situação de risco grave
e iminente, deverá ser feita a interdição, que poderá ser de máquina, equipamento, setor
de serviço ou estabelecimento. Também poderá ser parcial ou total.
Esta Norma define como deverá ser organizada a CIPA, como deverá ser feita a sua
eleição e indicações para os cargos, bem como o seu número de membros.
O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos: ad-
missional; periódico; de retorno ao trabalho; de mudança de função; demissional. Para
cada exame realizado, o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO). E como
são escolhidos estes exames? De acordo com o Programa de Prevenção de Riscos Ambien-
tais (PPRA), que veremos a seguir.
Deve ser feito um estudo para o levantamento dos riscos no ambiente de trabalho a
partir do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Relembrando que já vimos
em competências anteriores que este estudo é de extrema importância para a prevenção
de acidentes relacionados ao trabalho.
NR-17 – Ergonomia
Diz respeito das condições de trabalho, que incluem os aspectos relacionados ao levan-
tamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condi-
ções ambientais do local de trabalho e à própria organização do trabalho. O empregador
deve fazer uma análise ergonômica do trabalho, devendo abordar todas essas condições.
Como exemplo do que estabelece esta Norma, as condições de trabalho de locais onde
sejam feitas atividades que exijam que o trabalhador raciocine e mantenha atenção cons-
tante, como salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análi-
plataforma, por exemplo, ou descendo um poço, desde que exista essa diferença mínima
de 2 metros.
É sobre isto a NR-35. Aqui vão estar os requisitos mínimos e as medidas de proteção
para o trabalho em altura envolvendo o planejamento, a organização e a execução.
108
Querendo mais
Todas as Normas Regulamentadoras podem ser baixadas diretamente
no site do Ministério do Trabalho e Emprego, através do link: <http://
trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-
-regulamentadoras>.
Resumo
As Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego visam justamente
a segurança e saúde dos trabalhadores. No início, eram 28 Normas Regulamentadoras.
Hoje são 36 (até o lançamento desde livro). Por que este número aumentou? As NRs foram
atualizadas e expandidas porque foi percebido que alguns segmentos precisavam de nor-
mas mais específicas. Assim, você aprendeu sobre os principais aspectos das normas mais
pertinentes para a sua atuação profissional.
Autoavaliação
01. Marque a alternativa correta:
02. Sempre que, em uma situação, existir a possibilidade de ocorrer um acidente ou doen-
ça relacionada ao trabalho, esta é uma situação:
d) Cotidiana de trabalho.
a) O empregador pode adotar qualquer cor para sinalizar os riscos no ambiente de trabalho;
109
c) As cores variam bastante, não é preciso nenhuma sinalização sobre os riscos utilizando
cores;
a) Os riscos ambientais são aqueles que podem ser encontrados no ambiente de trabalho;
b) Os riscos ambientais são aqueles que não podem ser encontrados no ambiente de
trabalho;
Definir noções
de combate a incêndios e primeiros
socorros a acidentados
Definir noções
de combate a incêndios e primeiros
socorros a acidentados
Curiosidade
O ar é composto em sua maioria por Nitrogênio, cerca de 78%. O oxigênio
corresponde a 21%, sendo 1% outros gases.
Certo, vimos aqui sobre o fogo. Mas e o incêndio? O incêndio seria algo como o fogo
fora de controle.
Até mesmo uma simples bituca de cigarro pode ser o início de um incêndio, se atirada
em local inadequado. Uma garrafa jogada em qualquer lugar também pode ser motivadora
de uma catástrofe.
Curiosidade
Nos Estados Unidos, de acordo com dados da associação estadunidense
National Fire Protection Association (NFPA), no ano de 2011 foram repor-
tados 47.700 incêndios em residências envolvendo algum problema com a
instalação elétrica ou algum tipo de mau funcionamento contribuindo para
a ignição e gerando o incêndio. Foram registradas 418 mortes e 1.570
pessoas ficaram feridas, gerando um custo de 1,4 bilhões de dólares.
Lembre-se que a falta de manutenção em equipamentos e máquinas pode ocasionar
um incêndio. A falta de lubrificação pode ocasionar um atrito excessivo, podendo ser uma
das suas causas. Portanto, manutenção deve ser uma tarefa periódica. Materiais elétricos
devem também fazer parte da manutenção.
– Classe B: materiais inflamáveis que queimam somente na superfície e não deixam resí-
duos. Ex: gasolina, tinta etc.;
– Classe D: materiais que se inflamam espontaneamente em contato com o ar. Ex: mag-
nésio, alumínio etc.;
Extintores de incêndios
Para cada classe de incêndio (citadas acima) existe um extintor adequado. É importante
lembrar também que o extintor só deve ser utilizado para combater o princípio de incêndio,
a fase inicial do incêndio.
– Água: utilizado para combater incêndios classe A. Não deve ser utilizado em equipa-
mentos elétricos/eletrônicos nem líquidos inflamáveis.
– Gás carbônico: utilizado para combater incêndios classes B e C. Sua utilização deve ser
evitada em ambientes abertos e ventilados.
– Pó químico especial: deve ser utilizado para incêndios classe D, próprio para isso.
Brigada de Incêndio
Para ajudar a combater o princípio de incêndio, existe a chamada “Brigada de Incên-
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços
dio”. Mas o que é uma Brigada de Incêndio? É um grupo de pessoas organizadas (volun-
tárias ou não), treinadas e capacitadas para atuar na prevenção, abandono e combate a
um princípio de incêndio e prestar devidamente os primeiros socorros dentro de uma área
preestabelecida.
Devemos apenas atuar no início do combate ao incêndio, na fase conhecida como prin-
116 cípio de incêndio. Combater incêndios é utilizar algumas ações táticas visando extinguir
ou isolar o incêndio com uso de equipamentos manuais ou automáticos. Por isso, sempre
requer disciplina e treinamento. Nesses casos, chame sempre o Corpo de Bombeiros atra-
vés do telefone 193.
Primeiros socorros
O que fazer em uma situação em que a vida de uma pessoa está em perigo? A resposta
que logo vem à mente é prestar os primeiros socorros. Mas o que é primeiros socorros? É
o atendimento à vítima cuja vida está em perigo.
E como devemos proceder nesses casos? A primeira coisa é manter a calma. Você não
vai conseguir auxiliar o acidentado se não estiver calmo e confiante naquilo que está fa-
zendo. Lembre-se sempre que a sua segurança deve estar em primeiro lugar. Você não vai
poder ajudar se estiver se pondo em perigo também.
Outro detalhe: reconheça que você nem sempre vai poder ajudar. Use o bom senso.
Seja rápido em agir, mas sempre com cautela. Não se precipite para não tomar atitudes
erradas que possam causar mais dano à vítima do acidente. Mostre confiança ao aciden-
tado. Passe segurança, faça-o confiar nas suas palavras. Fale sempre de maneira clara e
objetiva. Explique sempre o que estiver fazendo.
Veja se a vítima está consciente. Faça perguntas para saber o seu nível de consciência.
Siga sempre estes passos: cheque o local; peça ajuda; avalie a vítima; cuide da vítima;
mantenha os sinais vitais.
Importante
O número do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é o 192.
Chame-o sempre que precisar de ajuda!
Cheque a pulsação. Com dois dedos estendidos, busque a artéria carótida no pescoço,
117
em pessoas adultas. Quando se tratar de crianças, busque a artéria braquial, na região da
axila. Verifique também se existe hemorragia, fratura ou outras lesões visíveis.
Curiosidade
Utilizando elementos como os citados anteriormente (cabo de vassoura,
cinto de couro, borracha grossa ou luvas adequadas ao nível da tensão),
você estará se protegendo porque a corrente não irá circular pelo seu
corpo. São elementos isolantes, não permitem facilmente a circulação
da corrente elétrica.
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços
Atividade
O procedimento de massagem cardíaca pode ser vital no socorro, pois ela
reanimar o coração da vítima. Você precisa esticar bem os braços e posi-
cionar a palma das duas mãos (uma sobre a outra) no lado esquerdo do
peito do acidentado. Realize uma pressão forte no peito duas vezes por
segundo. Após repetir 30 vezes, faça uma respiração boca a boca. Que tal
praticá-la? Tem dúvidas sobre o procedimento? Está bem explicado neste
link com ele deve ser realizado em adultos, crianças e bebês: <http://
www.tuasaude.com/como-fazer-massagem-cardiaca>.
Se houver suspeita de fratura, não lave o local. Procure sempre o atendimento especializado.
Em caso de ferimentos profundos, como uma chave de fenda ou lâmina que tenha per-
furado a pele e ficado presa, nunca remova o objeto. Isso irá causar apenas mais hemor-
ragia. Procure imediatamente o serviço especializado.
E no caso de uma amputação? O ferimento foi tão grave que causou a perda de dedos ou
membros. O que fazer? Utilize uma gaze ou pano limpo para conter a hemorragia. Contate
imediatamente o serviço especializado. As partes perdidas podem ser reimplantadas em
119
Resumo
Uma situação de emergência requer ações rápidas e precisas. Nesta competência,
você aprendeu noções básicas para ter esse proatividade. Estudamos aqui sobre os incên-
dios. Lembre-se do tetraedro do fogo: é necessário que exista o combustível, o comburente
(oxigênio), o calor e a reação em cadeia. Quando o fogo sair do controle, procure retirar um
dos lados deste tetraedro.
Saiba inicialmente a origem do incêndio. O combate pode ser feito na sua primeira
etapa, no princípio de incêndio (após isso, apenas os bombeiros podem contê-lo). Existem
alguns tipos de incêndio: A, B, C, D e K. Para cada um é necessário um extintor específico
(água pressurizada, gás carbônico, pó químico ou pó químico especial). E qual o número
para ligar em caso de incêndio? Chame o Corpo de Bombeiros: 193.
Estudamos também sobre os primeiros socorros aos acidentados. Cheque o local, peça
ajuda, avalie a vítima, cuide da vítima e mantenha os sinais vitais. Busque sempre, em
primeiro lugar, a sua segurança. Você não irá ajudar se não estiver seguro. Mantenha sem-
pre a calma. Tome decisões pensadas e chame ajuda. Qual o número a ligar em caso de
acidentes? Chame o SAMU: 192.
Autoavaliação
01. Em caso de incêndio em instalações elétricas energizadas:
a) Não existe extintor de incêndio para ser utilizado em caso de incêndio com óleos e gor-
duras de cozinhas;
c) Uma vez que o incêndio comece, não tem como ser combatido;
a) Segurar a vítima com as mãos limpas e retirá-la do local, sem levar em consideração
que ainda possa existir a possibilidade de choque elétrico acontecer comigo;
b) Desligar a fonte do choque elétrico (disjuntor, por exemplo), utilizar algum material iso-
lante para afastar o condutor e retirar a vítima do local;
c) Observar se a vítima ainda está em contato com o condutor, chamar ajuda e torcer para
que o resgate chegue rápido;
b) Não devo retirar algum objeto que possa ficar cravado no corpo;
c) Posso retirar o objeto cravado no corpo, desde que não aconteça muita hemorragia;
d) Posso observar se a vítima, chamar ajuda e torcer para que o resgate chegue rápido.
Competência
10
Aplicar a segurança
em instalações e serviços em eletricidade – NR-10
Aplicar a segurança
em instalações e serviços em
eletricidade – NR-10
Nosso estudo sobre as atividades que envolvem instalações elétricas não estaria com-
pleto se não falássemos na Norma Regulamentadora nº 10 – Segurança em Instalações e
Serviços em Eletricidade. Preparado? Vamos lá!
Internet
Este link já foi sugerido anteriormente, mas reforçamos aqui novamen-
te. Encontre a Norma Regulamentadora nº 10 para download no site:
<http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm>.
Esta Norma tem como objetivo trazer os requisitos e as condições mínimas que uma
instalação elétrica deve ter a fim de garantir a saúde e segurança daqueles que interagem
diretamente ou indiretamente com ela. E qual seria a pessoa que interage diretamente
com a instalação elétrica? Exato! O trabalhador que lida com a instalação, como um ele-
tricista, instalador etc. E qual seria a pessoa que interage indiretamente com a instalação
elétrica? O usuário de equipamentos elétricos, por exemplo.
Essa Norma vai ser aplicar às fases de geração (etapa da produção da eletricidade),
transmissão (etapa do transporte da energia elétrica de um lugar para outro, como da usi-
na geradora até uma subestação, por exemplo), distribuição (etapa de transformar a ten-
são até chegar ao consumidor) e consumo, desde o projeto, construção, montagem, opera-
ção, manutenção das instalações elétricas e qualquer trabalho realizado em proximidade.
E o que seria um trabalho realizado em proximidade à instalação elétrica? É um trabalho
realizado pelo “vizinho” da instalação, como trabalhadores de telefonia, TV a cabo etc.
Medidas de controle
Sempre que um serviço for realizado em uma instalação elétrica, ou em sua proximida-
de, medidas de controle do risco elétrico devem tomadas, bem como dos riscos adicionais.
Lembra-se da Análise Preliminar de Risco (APR)? Uma análise é necessária antes de reali-
124 zar a atividade. Deve-se conhecer os riscos e medidas de controle destes riscos.
Segurança em Serviços
Potência (SEP) deverão constituir o PIE acrescentando a descrição dos procedimentos para
emergências (os procedimentos da empresa caso aconteça alguma emergência, como um
incêndio, acidente etc.) e os certificações dos equipamentos de proteção coletiva e indivi-
dual (CAs dos EPIs e certificados dos EPCs).
As empresas que trabalham em proximidade ao SEP deverão constituir o PIE (com ex- 125
ceção dos itens “b)” e “g)” da lista acima) do Prontuário para estabelecimentos com carga
superior a 75 kW.
operação e manutenção
A Norma Regulamentadora nº 10 diz que as instalações elétricas devem ser constru-
ídas, montadas, operadas, reformadas, ampliadas, reparadas e inspecionadas de forma
a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores e dos usuários, e, posteriormente,
126 devem ser supervisionadas por profissional autorizado.
Note bem a preocupação que sempre esteve presente nos nossos estudos: segurança
e a saúde dos trabalhadores. E não só com quem vai trabalhar diretamente com as insta-
lações, a segurança com os usuários também deve ser levada em consideração. Outra pre-
ocupação é que sempre exista um profissional autorizado supervisionando. Vamos tratar
sobre quem é este profissional mais à frente, nesta competência.
Deve-se também adotar medidas preventivas destinadas ao controle dos riscos adicio-
nais, especialmente quanto à altura, confinamento, explosividade, umidade, poeira, fau-
Explosividade: diz na, flora e outros agravantes, adotando-se a sinalização de segurança. Já tratamos sobre
respeito àquilo que
explode, que pode os riscos adicionais em uma competência anterior. Lembre-se sempre que, além dos riscos
explodir, que é de origem elétrica, existem também os riscos adicionais.
explosivo.
Importante
Sempre utilize equipamentos, dispositivos e ferramentas elétricas com-
patíveis com a instalação. Verifique sempre a tensão, a capacidade de
potência e o aterramento antes de iniciar os trabalhos. Nunca utilize
equipamentos que são destinados apenas para baixa tensão em alta
tensão, por exemplo. Verifique sempre também o isolamento elétrico, se
é compatível com a instalação.
E a NR-17, que trata da ergonomia, lembra-se dela? A própria NR-10 chama esta
127
outra Norma, e diz que deve ser garantida ao trabalhador iluminação adequada e uma
posição de trabalho segura de forma a permitir que ele disponha dos membros supe-
riores livres para a realização das tarefas. Ou seja, os braços devem ficar livres para a
execução das atividades, bem como a iluminação deve ser adequada para isso.
A ABNT NBR 5413 trata de iluminação de interiores. Ela foi revogada recente-
mente. Agora passa-se a utilizar a ABNT NBR ISO 8995-1 (Iluminação de ambientes
de trabalho), mas ainda existem Normas que fazem referência a ela, como a Norma
Regulamentadora nº 17 (Ergonomia). Para efeitos de regulamentação, pode-se uti-
lizar os níveis que traz a ABNT NBR 5413, até que saiam atualizações que corrijam
esta discordância.
Atividade
Com relação aos arcos elétricos, podemos afirmar que o uso de ferramen-
tas e equipamentos independe do nível de tensão da instalação elétrica?
Podemos dizer que, por medo de perder a aliança, o trabalhador poderá
realizar as suas atividades com ela no dedo? O trabalhador pode deixar
uma chave de fenda dentro de um quadro para sua posterior utilização?
Reflita sobre essas questões, percebendo a veracidade dos argumentos e
elabore um texto com suas conclusões.
desenergizadas
Segurança em Serviços
O que é uma instalação desenergizada? Neste nosso ponto do nosso estudo, espero
que já saiba esta resposta. O que é desenergização? Quais as etapas que devemos seguir
para garantir que uma instalação esteja desenergizada? Siga os passos já descritos numa
competência anterior para realizar a correta desenergização e a consequente reenergiza-
128 ção do sistema. Devo sempre seguir estas etapas? Não posso mudar? Não posso acres-
centar algum passo? O único profissional que pode atestar se poderá ser feita mudança
nas etapas de desenergização e reenergização é o profissional legalmente habilitado e
autorizado (iremos tratar quem é este profissional mais à frente, nesta competência). Mas
qualquer alteração deverá ser feita com justificativa técnica através de um documento
onde ficará comprovada que a segurança se mantém o mesmo. Afinal, cada instalação tem
as suas diferenças, cada uma é diferente da outra, e devem ser analisadas por completo.
Existem algumas situações que podem levar aos trabalhos realizados em uma insta-
lação elétrica serem suspensos. Sempre que uma situação que não tiver sido prevista
na Análise de Riscos (feita antes da atividade) promover perigo à segurança e saúde do
trabalhador, ou de pessoas próximas, a atividade deverá ser suspensa. O responsável
pela atividade, sempre que não for possível controlar ou neutralizar a origem do risco,
deverá suspender os serviços (como, por exemplo, realizar trabalhos sob forte neblina,
Você pode se perguntar: este outro curso exime a obrigatoriedade do curso mencionado
anteriormente, para trabalhos acima da extra baixa tensão? Não! Além do curso de treina-
mento básico, o trabalhador que irá desempenhar atividades em alta tensão, bem como
em sua proximidade, deverá realizar um novo treinamento, o curso complementar.
Importante
Uma atividade realizada em alta tensão nunca pode ser realizada de
maneira individual. Ela sempre deve ser feita em equipe!
Qualificação, habilitação, capacitação e
autorização dos trabalhadores
Serão considerados qualificados aqueles trabalhadores que comprovem que recebe-
ram instrução em um curso específico da área, com reconhecimento do Ministério da Edu-
cação e Cultura. Ou seja, eles precisam de um diploma ou certificado de conclusão de
um curso de nível médio ou superior da área, em uma instituição aprovada pelo MEC. Um
detalhe: carteira de trabalho comprova qualificação? Não. Apenas diploma ou certificado
de conclusão em instituição reconhecida pelo MEC.
Serão considerados habilitados aqueles que foram primeiro qualificados e depois fize-
ram a inscrição no competente conselho de classe, tanto para nível técnico, tecnólogo ou
superior. O Conselho de Classe é a entidade responsável por fiscalizar, orientar e verificar
o exercício das profissões. Como exemplo, temos os Conselhos Regionais de Engenharia e
Agronomia (CREA).
com Eletricidade (NR-10)
Segurança em Serviços
Os treinamentos (básico e complementar) têm prazo de validade: dois anos. A carga ho-
rária e o conteúdo programático dos cursos de reciclagem devem atender às necessidades
da situação que o motivou
É necessário, também, que seja feita uma reciclagem sempre que houver troca de função
ou mudança de empresa, retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período
superior a três meses e sempre que existirem modificações significativas nas instalações elé-
tricas ou troca de métodos, processos e organização do trabalho. A empresa, nestes casos,
tem responsabilidade de dizer a carga horária e conteúdo que será ministrado.
Sempre que um trabalhador realizar um trabalho que não seja de maneira direta com
instalações elétricas, mas em proximidade, deverá ser instruído com relação aos riscos
que esta atividade pode ter.
a) Dos circuitos elétricos, seja com etiqueta ou alguma outra forma segura, distin-
guindo-os entre si;
Segurança em Serviços
d) Das delimitações de áreas, como a utilização de cones de sinalização e fitas zebradas;
g) Do equipamento ou circuito impedido, que não precisam estar funcionando, podem ser
131
aqueles que, por ventura, estejam danificados e não podem ser energizados.
Importante
E o que deve conter um procedimento de trabalho? Deve conter, no míni-
mo, o objetivo, o campo de aplicação, a base técnica, as competências,
as responsabilidades, as medidas de controle, as disposições gerais e as
orientações finais.
Toda equipe deve ter um profissional que faça o acompanhamento in loco, diretamente
no local de execução das atividades, supervisionando e coordenando. Ou seja, toda equipe
deve ter um líder.
cumprir o que determina a Norma. E cabe também a empresa, pessoa ou profissional que
é contratado os mesmos cuidados, mesmo que exista em contrato alguma cláusula isen-
tando o contratante ou contratado de responsabilidade.
Em caso de acidente, cabe a empresa apurar as suas causas, propor e adotar medidas
preventivas no sentido de evitar uma nova ocorrência. E os trabalhadores? Não tem res-
ponsabilidades? Sim, claro que tem. Cabe aos trabalhadores:
a) Zelar tanto pela sua segurança e saúde como pela de outras pessoas que possam
ser afetadas pelas suas ações;
Sempre que for constatada uma situação em que a Norma Regulamentadora nº 10 não
estiver sendo cumprida, o Ministério do Trabalho e Emprego poderá adotar as providências
estabelecidas na NR-03, embargando obra ou interditando setor, máquina ou equipamento.
Resumo
Segurança em Serviços
tar diretamente na vida laboral do trabalhador que exercerá as suas atividades ligadas à
eletricidade: a NR-10, que trata de segurança em instalações e serviços em eletricidade.
Aqui foram abordados os requisitos e as condições mínimas que uma instalação elétri-
ca deve ter a fim de garantir a saúde e segurança daqueles que interagem diretamente ou
indiretamente com ela. O objetivo, portanto, é saúde e segurança. 133
Esta Norma se aplica à todas as fases, seja ela de geração, transmissão, distribuição e
consumo, desde o projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações
elétricas e qualquer trabalho realizado em proximidade. A responsabilidade do cumprimen-
to do que pede a NR-10 é solidária a contratante e contratados, mesmo que exista alguma
cláusula no contrato que isente disto. Empresas e trabalhadores também têm responsabi-
lidades, não podem ser ignoradas.
Autoavaliação
01. “Documento que faz um apanhado geral da instalação elétrica e trabalhadores que
nela realizam atividades, reunindo tudo em um documento”. Esta é a descrição do:
a) Qualificado;
b) Habilitado;
c) Capacitado;
d) Experiente.
03. Os trabalhos envolvendo a alta tensão podem ser feitos de maneira individual?
b) Não, pois somente poderá ser feito por uma equipe através de procedimentos específicos;
com Eletricidade (NR-10)
a) O profissional que trabalha com a parte de geração de energia elétrica não precisará se
134
preocupar com o que determina a Norma Regulamentadora nº 10, pois esta não con-
templa esta fase do fornecimento;
d) O profissional que trabalha com a parte de manutenção de energia elétrica não precisa-
rá se preocupar com o que determina a Norma Regulamentadora nº 10, pois esta não
contempla esta fase do fornecimento.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410 – Instalações Elétricas de
Baixa Tensão. Rio de Janeiro, 2004.
______. NBR 5419 – Proteção contra descargas atmosféricas. Rio de Janeiro, 2015.
Segurança em Serviços
______. NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. Rio
de Janeiro, 2005.
BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Balanço Energético Nacional. Brasília, DF, 2013.
______. Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. 30. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
Segurança em Serviços
DF: MTE, 2011. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A350AC8
8201355DE1356C0ACC/NR-26%20%28atualizada%202011%29.pdf>. Acesso em: 21
jul. 2014.
NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION. NFPA 70E: standard for slectrical safety in
the workplace. [S.l.], 2012.