Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE ÁREAS
DEGRADADAS
Ronei Tiago
Stein
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga
Mestre e Doutora em Ciências
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
R294 Recuperação de áreas degradadas / Ronei Tiago Stein ... [et al.]
; [revisão técnica: Vanessa de Souza Machado]. – Porto
Alegre : SAGAH, 2017.
338 p. : il. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-136-5
1. Gestão ambiental. I. Stein, Ronei Tiago.
CDU 504
Introdução
Os solos são formados basicamente pelo intemperismo das rochas, sendo
que existem alguns fatores que interferem neste processo, como o clima,
o tempo, o relevo e a presença de organismos. Logo, existem diferentes
tipos de solos, sendo que no Brasil, são classificados segundo o Sistema
Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS).
Para cada tipo de solo, existem diferenças na quantidade de minerais,
matéria orgânica, porosidade, entre outros, sendo estes fatores funda-
mentais no planejamento do seu uso adequado.
Neste texto, você verá o que é solo e como é sua formação, bem
como os processos de formação do solo e os diferentes tipos de solos,
conteúdo essencial para o correto planejamento e execução de Progra-
mas de Recuperação de Áreas Degradadas.
Solos: conceitos
Existem diferentes definições de solos, sendo que, para a pedologia, o solo é
definido como a camada viva que recobre a superfície da terra, em evolução
permanente, por meio da alteração das rochas e de processos pedogenéticos
comandados por agentes físicos, biológicos e químicos.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e
a Agricultura (FAO, do inglês Food and Agriculture Organization), o solo
é conceituado como a área delineável da superfície sólida do globo, cujas
características incluem todos os atributos da biosfera, verticalmente acima ou
abaixo dessa superfície, incluindo aquelas da atmosfera, solo e a geologia, a
hidrologia, a população vegetal e animal, o modelo de assentamento humano
e os resultados das atividade humanas do passado e do presente.
Conforme a ABNT NBR 6502:1995, o solo é definido como um material
proveniente da decomposição das rochas pela ação de agentes físicos ou
químicos. Já a FETAG (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) define
o solo como um mineral não consolidado na superfície da terra que serve de
ambiente natural para o desenvolvimento das plantas, influenciado por fatores
genéticos e ambientais, como material de origem, topografia, clima e micror-
ganismos, que se encarregam de formar o solo no decorrer de certo tempo.
A unidade básica do solo é chamada de pedon (do grego, significa solo/
terra), a qual vai da superfície ao material de origem (rocha), de acordo com
Santos e Zaroni (c2016). A face do pedon é chamada de perfil de solo, que,
segundo Coelho et al. (2010?), contém camadas aproximadamente paralelas à
superfície do terreno, as quais são denominadas horizontes (Figura 1). O solo
é composto por diferentes horizontes (O, A, B e C), que podem variar quanto
à cor, à espessura, ao tipo de estrutura, à textura, entre outras características.
Um solo considerado excelente para o crescimento vegetal, de acordo com Rosa, Fraceto
e Moschini-Carlos (2012), caracteriza-se por apresentar: 50% de fase sólida (sendo
45% de origem mineral e 5% de orgânica); 25% de fase líquida; e 25% de fase gasosa.
fatores que interferem na formação dos solos, sendo estes: o clima, o material
de origem, os organismos, o relevo e o tempo. A seguir, a descrição de cada
um desses fatores.
Branco (2014) ressalta que a ação do intemperismo dá-se por meio de modi-
ficações nas propriedades físicas e químicas dos minerais e rochas (as rochas
têm maior interferência do intemperismo) e biológicas (com menor grau de
interferência).
O intemperismo físico consiste basicamente na desagregação da rocha, com
separação dos grãos minerais que a compõem e fragmentação da massa rochosa
Tipos de solos
De acordo com Santos e Daibert (2014), os solos podem ser divididos em dois
grandes grupos:
Os solos mais comuns do Brasil são os latossolos e argissolos, que ocupam aproxima-
damente 60% das terras brasileiras (COELHO et al., 2010?).