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Mensagens de Introdução
O Primeiro sorriso é pelo médium que está sempre zelando por sua conduta e
equilíbrio espiritual, quando um preto velho ou outra entidade chega no terreiro,
o mesmo trata com tamanho carinho.
O Terceiro sorriso é pelos médiuns que estão dispostos a ajudar e zelar pela
casa de nosso pai que chegam cedo para ajudar, os que vem fora dois dias de
trabalho para organizar a casa pela sua própria vontade e que muitas das
vezes são os primeiros a chegarem nas giras e os últimos a saírem também.
O Quarto sorriso é pela assistência quando olhamos para eles e vimos através
de seus olhares, humildade, solidariedade, igualdade e vontade de receber a
caridade, pois estes olhares são de sentimentos que brotam em nossos
corações.
O Quinto sorriso é pelo consulente que vem até junto de nós e fala: HOJE MEU
PRETO VELHO, NÃO VIM PARA PEDIR E SIM PARA AGRADECER A
NOSSO PAI OXALÁ POR TUDO QUE RECEBI
O Sexto sorriso é pelo zelo com que o dirigente, tem por nossa mãe
UMBANDA, pelos seus irmãos, por muitas vezes, por sua tamanha humildade
não sabem a tamanha referência que é.
O Sétimo sorriso é por agradecimento aos orixás, pois por intermédio deles
nosso Zambi, maior oportunidade de podermos praticar a caridade e elevarmos
nossa espiritualidade.
- Está vendo, filho, estas pessoas que entram e saem do terreiro? As lágrimas
que você contou, estão distribuídas a cada uma delas.
- A primeira lágrima foi dada aos indiferentes, que aqui vem em busca de
distração. Que saem ironizando e criticando, por aquilo que suas mentes
ofuscadas não puderam compreender.
- A quinta lágrima, vê como chega suave? Ela tem o riso, do elogio e da flor
dos lábios. Mas se olhares bem, no seu semblante, verá escrito: 'Creio na
Umbanda. Creio nos teus Caboclos, nos teus Velhos, e no teu Zambi, mas
somente se vencerem no meu caso ou me curarem disso ou daquilo'.
- A sexta, eu dei aos fúteis que vão de Terreiro em Terreiro, sem acreditar em
nada, buscando aconchegos e conchavos. Mas em seus olhos revelam um
interesse diferente.
- A sétima, filho, notas como foi grande? Notou como deslizou pesada? Foi a
última lágrima. Aquela que vive nos Olhos de todos os Orixás e de todas as
entidades. Fiz doação desta aos Médiuns. Aos que só aparecem no Terreiro
em dia de festa. Aos que se esquece de suas obrigações. Aos que esquecem
que existem tantos irmãos precisando de caridade, tantas 'crianças' precisando
de amparo. Da mesma caridade e do mesmo apoio que eles próprios, um dia
aqui vieram buscar. Assim, filho meu, foi para esses todos que vistes cair, uma
a uma, AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO.
Capítulo I
O que é a Umbanda?
Levarei daqui uma semente e vou plantá-la no bairro de Neves, onde ela se
transformará em árvore frondosa.
A esse novo culto, que se alicerçava nessa noite, a entidade deu o nome de
UMBANDA, e declarou fundado o primeiro templo para sua prática, com a denominação de
tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, porque: "assim como Maria acolhe em seus
braços o Filho, a Tenda acolheria os que a ela recorressem, nas horas de aflição".
Através de Zélio manifestou-se, nessa mesma noite, um Preto Velho, Pai Antônio,
para completar as curas de enfermos iniciadas pelo Caboclo. E foi ele quem ditou este
ponto, hoje cantado no Brasil inteiro: "Chegou, chegou, chegou com Deus, Chegou,
chegou, o Caboclo das sete Encruzilhadas".
1.1 – As guias
As guias que usamos tem significado duplo. Primeiro de proteção, que aquele médium
carrega consigo elementos que foram e são constantemente carregados pela energia dos
Orixás, promovendo uma circulação de energias protetoras e de descarga não permitindo
que energias ruins se fixem no médium; que não haja a influência de espíritos trevosos nos
trabalhos. Segundo significado é a própria ligação espiritual daquele filho com o Orixá ou
entidade correspondente. Pois o uso da guia não é um ato mecânico e sem importância. As
guias das entidades tem significado semelhante, mas acrescido de uma força mágica para
auxiliar na condução, liberação e direcionamento das energias do médium para os
trabalhos daquela entidade.
1.2 – As cores na umbanda
Branca
Oxalá e almas
Azul Claro
Iemanjá e Marinheiros
Azul Escuro
Oxum
Marrom
Xangô E Boiadeiros
Verde
Oxossi e Caboclos
Amarela
Iansã e Baianos
Vermelha
Ogum
Rosa
Ibejis, crianças
Roxa
Nanã
Branca e Preta
Obaluaê e Pretos-Velhos
Preta e Vermelha
Exús e pombo giras
1.3 – As velas
A vela significa luz, atua no éter de quem recebe suas irradiações ígneas e é um simples,
mas poderoso instrumento. Tal como o incenso, uma vela acesa altera o estado energético
de um ambiente ou de uma pessoa. Quando está acesa, durante o dia ou noite, além de
enviar nossas intensões como luz que toca outra luz em vário níveis, ela se torna uma
energia contínua de nossas orações, ela se torna a vigília de nossos pensamentos, pois
sempre que passarmos por ela seu brilho chamará nossa consciência de volta para o
propósito de nossa solicitação ou pensamento e a sua luz atuará como um laser para
concentrar a energia de nossas intenções. Portanto ela ativa nossa fé nos mantendo em
sintonia com o Plano Astral Superior e é fato que uma vela acesa positivamente atrai os
bons espíritos para perto. Na realização de uma oferenda as velas acesas ativam e
potencializam nossas intenções.
Ao iluminá-las, homenageia-se, reforçando uma energia que liga, de certa forma, o corpo
ao espírito.
As cores das velas, seguem o mesmo padrão das cores das guias.
1.4 – As roupas brancas
A implantação desta cor em nossa religião, não foi fruto de opção aleatória, mas sim
pautada em seguro e inequívoco conhecimento de quem teve a missão de anunciar a
Umbanda.
O primeiro é que o solo representa a morada dos nossos antepassados e quando estamos
descalços tocando com os pés no chão estamos entrando em contato com estes ancestrais
e, consequentemente, com todo o conhecimento e a sabedoria que esse passado guarda.
O segundo motivo pelo qual tiramos os calçados é o respeito ao solo sagrado do terreiro.
Imagine que vir da rua com os sapatos sujos e entrar com eles onde nossos trabalhos
espirituais são realizados seria como alguém entrar em nossa casa carregando uma
montanha de lixo que vai caindo e se espalhando por todos os cantos.
No mínimo que essa tal pessoa não tem respeito por você ou pela sua casa. O terceiro
motivo é o fato de que naturalmente nós atuamos como “para-raios” e ao recebermos
qualquer energia mais forte, se estivermos descalços sem nenhum material isolante entre
nosso corpo e o chão, ela automaticamente se dissipa no solo.
É uma forma de garantir a segurança do médium para que não acumule ou leve
determinadas energias consigo. Além de tudo isso podemos dizer também que realizar
nossos trabalhos espirituais descalços é uma forma de representar a humildade e a
simplicidade do Rito Umbandista.
Vale lembrar que no início este costume, nos cultos de origem africana, tinha outro
significado. Os pés descalços eram um símbolo da condição de escravo, de coisa,uma vez
que o escravo não era considerado um cidadão e estava, por exemplo, na mesma
categoria do gado bovino das fazendas.
Quando liberto a primeira coisa que o negro procurava fazer era comprar sapatos que eram
o símbolo de sua liberdade e, de certa forma, faziam com que ele fosse incluso na
sociedade formal. O significado da “conquista” dos sapatos era tão profundo que muitas
vezes eles eram colocados em lugar de destaque na casa para que todos os vissem.
Ali os negros sentiam-se de novo na África e podiam retornar à sua condição de guerreiros,
sacerdotes, príncipes, caçadores, etc.
1.6 – O fumo e o álcool
O segredo e a utilização do fumo por parte de nossas entidades, o modo como a fumaça é
dirigida (magia) tem o seu eró (segredo) e não é como muitos utilizam, para alimentar a
vaidade, o vício e a ignorância.
Assim, o fumo condensa forte carga etérea e astral que, ao ser liberada pela queima,
emana energias que atuam positivamente no mundo oculto, podendo desintegrar fluídos
adversos à contextura perispiritual dos encarnados e desencarnados.
A queima do tabaco não traz nenhum vício tabagista, como dizem alguns, representando
apenas um meio de descarrego, um bálsamo vitalizador e ativador dos chakras dos
consulentes.
Geralmente os Guias não tragam a fumaça, utilizando-a apenas para “defumar” o ambiente
e as pessoas através das baforadas, apenas enchem a boca com a fumaça e a expelem
sobre o consulente ou para o ar.
A função principal é a de defumar aqueles que chegam até a entidade. Algumas entidades
deixam de lado o fumo se a casa for defumada e mantiver sempre aceso algum defumador
durante os trabalhos.
Vemos assim que, como ensinou um Pai Velho, “na fumaça está o segredo dos trabalhos
da Umbanda”.
O álcool tem emprego sério na Umbanda. Quando tomado aos goles, em pequenas
quantidades, proporciona uma excitação cerebral ao médium, liberando-lhe grande
quantidade de substâncias ativadoras cerebrais, acumulada como reserva nos plexos
nervosos (entrelaçamento de muitas ramificações de nervos), a qual é aproveitada pelos
guias, para poderem trabalhar no plano material.
Deste modo, quando o médium ingere pequena quantidade da bebida, suas idéias e
pensamentos, brotam com mais e maior intensidade. É também uma forma em que a
entidade se aproveita este momento para ter maior “liberdade de ação”.
Os exus são os que mais fazem uso da bebida. Isto se ao fato de, estas linhas utilizarem
muito de energias etéricas, extraídas de matéria (alimentos, álcool, etc.), para manipulação
de suas magias, para servirem como “combustível” ou “alimento”, encontrando então, uma
grande fonte desta energia na bebida.
Estas linhas estão mais próximas às vibrações da Terra (faixas vibratórias), onde ainda
necessitam destas energias, retiradas da matéria, para poderem realizar seus trabalhos e
magias!
O álcool por sua volatibilidade tem ligação com o ar e pode ser usado para retirar energias
negativas do médium.
A Umbanda tem sua ritualística própria e dentro das suas peculiaridades está o ritual das
Quartinhas. Ao chegar num Terreiro é muito comum avistar na entrada, sobre o piso ou
sobre o portal da entrada, uma QUARTINHA, que significa que o espaço é Sagrado e tem a
faculdade de mostrar à primeira vista que se trata de um local de ritual religioso.
Antigamente, as quartinhas eram de barro, pois a louça era um artigo raro e caro,
inacessível às classes menos favorecidas. Panelas, vasos, tigelas, canecos, e outros
utensílios feitos de barro cozido, eram comuns e de uso cotidiano, não só pelos indígenas,
uma vez que os colonizadores mais pobres também usavam utensílios de barro cozido.
Eram os vasilhames e utensílios mais populares e mais baratos naquela época.
Hoje, quando você tem os mesmos utensílios em louça, pode usá-los à vontade. Até
porque as quartinhas de barro precisam passar por um envernizamento externo e por um
revestimento oleoso interno, para que a água ou outra bebida colocada dentro dela não
seja absorvida pelo barro e, sob temperaturas elevadas, evapore completamente.
Mas a escolha do tipo da quartinha (barro, ou louça) da orientação de cada casa, pois cada
uma tem um jeito. Por isso, o ideal é pedir a orientação de seu Zelador.
Um dos fundamentos que está por trás das quartinhas é o seu formato que se repararmos
bem se assemelha ao do útero materno, onde se aloja a o embrião para seu
desenvolvimento após a concepção.
Na Umbanda, a água é um dos elementos naturais mais receptivos com uma energia
altamente condutora, ela é utilizada nas quartinhas, nos copos de firmeza dos Anjos de
Guarda, no batismo, em muitos rituais da Umbanda e principalmente pelos Guias
Espirituais nos momentos onde há necessidade de realizar grande limpeza, purificação e
energização de nosso corpo astral e de nossa casa, afinal existem cargas e energias
maléficas que somente esse elemento natural é capaz de desfazer, limpar e equilibrar.
As QUARTINHAS servem de imã espiritual para o médium, tanto o lado bom ou ruim que
lhe desejam ou que assimila durante os trabalhos, nas giras ou simplesmente no que
acontece diariamente. Todos os fluidos são absorvidos pelas energias constantes da água
contida nas QUARTINHAS.
Uma quartinha é algo pessoal e não deve ser manipulado por mais ninguém além do seu
dono e de seu zelador (Pai ou Mãe no santo) e só deve conter suas vibrações. Deve se
cuidar da quartinha como se cuida da própria alma. É como se fosse sua essência e
tivesse um pouquinho da essência da sua alma.
Alguns terreiros tem como fundamento fazer a quartinha do anjo da guarda de todos os
filhos e mantê-las sob os cuidados do dirigente especial em um cômodo do terreiro
destinado para esse trato. Nessas quartinhas entre outros elementos vão um pouco de
cabelo retirado do topo do ori (cabeça) em ritual específico.
Felizmente a espiritualidade é muito grande e quando somos vítimas desse tipo de gente
somos direcionados para uma casa onde o dirigente com o auxilio dos Orixás e dos Guias
de Luz de Aruanda desfazem todo mal e rompem as ligações entre médium e quartinhas.
Capítulo II
Os Orixás
ORIXÁS - Ori = Coroa; Xá = Luz.
A palavra Orixá quer dizer “Coroa Iluminada”; “Espírito de Luz”. O princípio mais evoluído
existente em nosso sistema, manifestado através das forças da natureza.
E na Umbanda cultua-se apenas nove orixas que são, Oxossi, Xango, Ogum, Obaluae,
Oxum, Iansã, Nanã, Iemanja e Oxala.
Oxossi é considerado patrono da linha dos caboclos, atuando para o bem-estar físico e
espiritual dos seres humanos.
No dia a dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos. Encontramos
Xangô nas lideranças de sindicatos, associações, movimentos políticos, nos partidos
políticos, nas campanhas políticas, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das
relações humanas ou nos governos, de um modo geral.
Xangô também é representado pela pedreira. É a pedra – seja ela qual for – a rocha, o fogo
interior da terra. É a lava do vulcão e é o próprio vulcão. Está presente em todos os lugares
rochosos e arenosos e também muito ligado ao calor do sol. É o justiceiro da Natureza,
aquele que manda castigar e que também castiga.
Xangô está presente em muitos momentos importantes de nossas vidas, como, por
exemplo: na assinatura de contratos e distratos, nos telegramas, nas leis e decretos, na
confecção de códigos, livros, almanaques, dicionários, nas decisões judiciais, na voz da
prisão, na autoridade do professor, do policial, do juiz, do pai ou da mãe, tio, avô, irmão
mais velho ou responsável. Xangô é a atitude digna, a fortaleza, a decisão final.
Saudamos Xangô no ribombar dos trovões, pois ali está sua voz. Sentimos sua presença
nos raios e nos grandes incêndios, situações que, por sinal, são também regidas por Iansã.
Xangô rege a bravura, o senso justo e todo elemento rochoso do mundo. Sincretizado por
São Gerônimo e cor da vela marrom.
Ogum é lembrado como conquistador e caçador, como
quem sempre defendeu os seus e sempre proveu de
alimentos sua tribo. Contudo, no Brasil seu mito muda de
aspecto, devido a lógica da escravidão, os africanos
acabam por exaltar outros aspectos desta divindade, de
forma a contemplar seus anseios, buscando se livrar dos
castigos dos seus senhores, passavam então a privilegiar o
aspecto guerreiro e violento da divindade.
No candomblé, Obaluaê, como todo orixá, é tratado como um deus; na Umbanda, ele é
uma manifestação de Deus, já que a Umbanda é monoteísta. No candomblé há uma lenda
que Ôbaluaê, filho de Nanã, nasceu doente com o corpo coberto de chagas, e por isso
Nanã o abandonou na beira da praia para que o mar o levasse. Iemanjã o achou e o
escondeu em uma gruta na praia, cuidou de suas chagas e o cobriu com palha para que
suas cicatrizes não fossem vistas. Um dia, próximo à praia acontecia uma festa em que
todos os orixás dançavam em volta de uma fogueira.
Iansã o viu observando de longe, veio até ele, levantou a
palha de seu rosto e com sua ventarola provocou um
vento tão forte que as feridas de Obaluaê saíram do corpo
dele se transformando em pipoca.
Talvez ninguém tenha sido tão feliz para definir os filhos de Oxum como o pesquisador da
religião africana, o francês Pierre Verger, que escreveu: "o arquétipo de Oxum é das
mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras.
Das mulheres que são símbolo do charme e da beleza. Voluptuosas e sensuais, porém
mais reservadas que as de Iansã . Elas evitam chocar a opinião publica, á qual dão muita
importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora, escondem uma vontade muito forte e
um grande desejo de ascensão social". Seu maior defeito é o ciúme.
Para Oxum o ouro não tem valor no pregão comercial, mas sim na sua pureza. Ser puro
como o ouro seria uma verdadeira representação de um filho de Oxum. Sincretizada com
Nossa Senhora Aparecida e cor da vela azul escuro.
Iansã é saudada após os trovões, não pelo raio
em si (propriedade de Xangô ao qual ela
costuma ter acesso), mas principalmente porque
Iansã é uma das mais apaixonadas amantes de
Xangô, e o senhor da justiça não atingiria quem
se lembrasse do nome da amada. Ao mesmo
tempo, ela é a senhora do vento e,
consequentemente, da tempestade.
A figura de Iansã sempre guarda boa distância das outras personagens femininas centrais
do panteão mitológico africano, se aproxima mais dos terrenos consagrados
tradicionalmente ao homem, pois está presente tanto nos campos de batalha, onde se
resolvem as grandes lutas, como nos caminhos cheios de risco e de aventura - enfim, está
sempre longe do lar; Iansã não gosta dos afazeres domésticos.
Deusa da espada do fogo, dona da paixão, da provocação e do ciúme. Paixão violenta, que
corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria o desejo de possuir, o desejo sexual. É a
volúpia, o clímax. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase
estou apaixonado, tem a presença e a regência de Iansã, que é o orixá que faz nossos
corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais
profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúme doentio, a inveja suave, o
fascínio enlouquecido. É a paixão propriamente dita. É a falta de medo das consequências
de um ato impensado no campo amoroso. Iansã rege o amor forte, violento. Sincretizada
por Santa Bárbara e vela na cor amarela.
Nanã é protetora nas situações tormentosas e nas
perseguições kármicas e tem grande atuação sobre as
mulheres já avós, embora isso não seja uma regra.
É considerada um dos Orixás mais exigentes na escolha de seus filhos. Embora transmita
o exemplo da mãe, procura associar-se mais com a posição reservada aos idosos em
qualquer sociedade, por esse motivo na Umbanda são raras as filhas de Nanã.
Na Umbanda, Nanã Buruquê não afirma na cabeça de adeptos masculinos, pelo menos
nunca conhecemos nenhum filho masculino de Nanã.
A capacidade que Nanã tem de amparar as pessoas nas situações de grande tormento, faz
dela um Orixá de grande força, sendo respeitadíssima na Umbanda. Sincretizada com
Santa Ana e vela na cor roxa.
Capítulo III
O médium
Mediunidade não é provação purgatória nem punição. É uma bênção, uma provação divina
concedida ao espírito no momento em que reencarna. Se bem desenvolvida, é um eficiente
recurso facultado pela Lei, para resgatar carmas, acelerar a evolução espiritual e
harmonizar o ser com suas ligações ancestrais. Lembremos que os Guias Espirituais que
acompanham um médium também estão em processo evolutivo.
A Umbanda é a religião fiel depositária dos antigos cultos realizados na natureza e seus
rituais religiosos são sustentados pelos Tronos Naturais, os nossos amados Orixás, os
Senhores da Natureza. O esclarecimento do processo mediúnico umbandista é
fundamental, para que o médium de Umbanda perca seus medos, preconceitos e tabus e
entenda o que o diferencia dos médiuns de outras religiões.
As danças rituais da Umbanda criam as condições ideais para essa catarse energética. Há
uma enorme interpenetração das vibrações do médium e do guia, pois, quando o padrão
vibratório do médium é desestabilizado, seu espírito fica adormecido, momentaneamente
paralisado, e o mentor adentra com facilidade em seu campo eletromagnético, adequando-
o ao seu padrão e direcionando suas vibrações mentais. As incorporações na Umbanda
são sempre ativas e ritmadas, pois as entidades que se manifestam são altamente
brilhantes, luminosas, irradiantes e energeticamente sobrecarregadas, graças aos seus
constantes contatos com os pontos de forças da natureza, onde estão “assentadas”.
Nos rituais de Umbanda, a percussão dos atabaques, juntamente com a entoação dos
pontos cantados, criam uma sonoridade altamente vibratória e elevada, ativando o
emocional e apassivando o mental consciente do médium, facilitando a incorporação. O
chacra básico é estimulado, dando a devida e necessária sustentação para que ele possa
girar dezenas de vezes, sem cambalear ou cair. Ao girar, as entidades incorporadas
espargem energias positivas, magneticamente irradiantes, que vão anulando os
negativismos acumulados no éter local.
A mediunidade em geral tem eclodido para colaborar na luta contra a carga magnética
inferior planetária, para a cooperação espiritual na redenção dos irmãos desencarnados,
confortando os sofredores, comovendo os obsessores e orientando os irmãos confusos.
Desenvolver a mediunidade significa passar por um aprendizado, por uma conscientização,
para desobstruir as faculdades mediúnicas dos escolhos religiosos, dos tabus, dogmas e
medos e elevar-se espiritualmente, portando valores úteis e bons para oferecer ao
próximo.
3.1 - Os Tipos de Mediunidade
* MEDIUNS NATURAIS: são espíritos que já atingiram um alto grau moral, e ao encarnarem
ligam-se naturalmente ao Astral Superior, pela sensibilidade adquirida através do próprio
aprimoramento espiritual. São espíritos abençoados com o dom da “intuição pura”, como por
exemplo, Antúlio, Rama, Chrisna, Buda, Jesus, etc…
* VIDÊNCIA: é a mediunidade que permite ao médium ver o mundo astral, através dos olhos
perispirituais. É por isso que dizem que os cegos podem ver os espíritos, pois não
dependem da visão material dos olhos para fazê-lo. O médium, sem auxilio dos cinco
sentidos ou do raciocínio, percebe coisas e fatos que se desenrolam em torno de si, no
mundo astral. O médium pode nascer vidente, e então a sua vidência será chamada de
“astralina direta”, ou então, através do desenvolvimento mediúnico e aprimoramento
espiritual, torna-se um médium de “vidência mental indireta”. Tanto uma como a outra,
dependem da maior ou menor sensibilidade psíquica da criatura, mas sua segurança,
exatidão e proveito, subordinam-se a graduação espiritual do ser.
* AUDIÇÃO: na audiência, o médium ouve os espíritos que com ele se comunicam pela
audição. O médium ouve sons, não dentro da sua cabeça, mas fora exatamente no lugar de
origem, como qualquer conversa normal. Isto se deve ao aumento da escala auditiva,
normalmente o ouvido humano percebe vibrações de 16 a 20.000 ciclos por segundo. No
médium audiente, esta percepção vai de 80 a 180.000 ciclos por segundo.
* PSICOMETRIA: através dela, certos médiuns pelo contato de algum objeto, relatam
minuciosamente não só a origem e a história desse objeto, como também de seus
possuidores. O psicometra desarticula, de maneira acelerada e automática, a visão e
audição perispiritual, acompanhando o mapa de ações que lhe é traçado no espaço e tempo
pelas entidades, obtendo assim, as informações e impressões que procura.
3.3- O perispírito
O termo perispírito foi cunhado por Allan Kardec, e encontra seu primeiro uso no comentário
que segue o item 93 de O Livro dos Espíritos:
O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem alguns, está
sempre envolto numa substância qualquer? “Envolve-o uma substância, vaporosa para os
teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder
elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira.”
A partir daí Kardec se ocupou de buscar fundamentação para essa hipótese, estudando as
propriedades daquilo que à época recebia o nome de "fluidos" (eletricidade, magnetismo,
calor), e ampliando a pesquisa para o que chamou de "fluidos psíquicos" ou "espirituais".
Concluiu que o perispírito seria um corpo fluídico que envolve o espírito na condição de ente
"semimaterial". Mais "grosseiro" que o espírito e mais "sutil" que o corpo, seria o
responsável, entre outras funções, pela transmissão da vontade daquele para este e das
sensações do corpo para o espírito. Seria constituído a partir de modificações particulares
do "Fluido Cósmico Universal", que Kardec defendia ser a matéria primordial de que se
compõe o universo.
3.4- Chakras
Um bebê não tem todos os chakras bem definidos. Isso só irá acontecer na fase da
infância. Já um idoso vai perdendo aos poucos a vitalidade dos seus chakras. E com a
morte física, os chakras tendem a diluir-se, misturando-se com a Energia do Universo,
voltando ao ponto de origem (“Na Natureza nada se cria, nada se perde; tudo se
transforma”).
São chamados de “superiores” (maiores ou principais) os chakras que ficam nas regiões
superiores do corpo: o Coronário (topo da cabeça), o Frontal (no meio da testa) e o
Laríngeo (garganta). E de “inferiores” (menores ou secundários) são chamados os que
ficam na parte inferior do corpo: o Esplênico (lado esquerdo do corpo, acima do baço), o
Umbilical (ventre, altura do umbigo) e o Básico (área dos órgãos sexuais).
Já o chakra Cardíaco (do coração) fica exatamente no meio, fazendo a ligação “terra/céu”,
“homem/Deus”, “matéria/espírito”.
Mas todos os chakras são igualmente importantes para a manutenção e a evolução da vida
humana, eis que executam um trabalho conjunto de absorção e de transmissão das
Energias Divinas. A Energia que entra em cada chakra é irradiada para os demais.
Cada chakra tem um tipo de vibração e os respectivos nome, som cor, símbolo e
frequência energética. A cor associada ao chakra refere-se à cor característica da sua
vibração harmônica e corresponde ao tipo de Energia que nele é trabalhada. As cores dos
7 chakras maiores são associadas às do arco-íris.
Na Umbanda se faz uma relação entre os chakras e os Orixás, a partir do Sentido da Vida
correspondente a cada chakra. Cada chakra maior está relacionado a uma das 7 Vibrações
Originais de Deus, também a uma das 7 Irradiações dos Tronos de Deus e a um dos 7
Sentidos da Vida: Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração.
A relação é esta:
*Chakra da Coroa (alto da cabeça) -> Sentido da Fé. Regência do Orixá Oxalá. De forma
complementar. Absorve e transmite, sob a forma de Fatores, as Energias Divinas que
alimentam o Sentido da Fé, inclusive despertando nos seres a autoconfiança, a autoestima
etc. A Fé é base necessária para se viver e fazer qualquer coisa. Sem a Fé, nada se faz;
*Cardíaco (altura do coração) -> Sentido do Amor. Regência do Orixá Oxum. Absorve e
irradia Fatores que promovem o estímulo do Amor Incondicional e a cura emocional
(desperta os sentimentos amorosos e harmonizadores, a conciliação, o perdão, a
compaixão, a fraternidade etc);
*Da Garganta (laringe) -> Sentido da Ordem (Lei Divina). Regência do Orixá Ogum.
Absorve e irradia Fatores Divinos que promovem a Ordenação, inclusive a partir da
palavra. Ordenação, segurança, posicionamento perante o meio em que se vive;
*Esplênico (na altura do baço) -> Sentido da Evolução. Regência do Orixá Obaluaiê.
Absorve e transmite Fatores Divinos que promovem a Transmutação de estados e
condições vibratórias em desequilíbrio, de modo a torná-los positivos, favorecendo a
evolução dos seres e dos meios em que vivem (transmutação, cura espiritual, emocional e
física; retificação de rumos; evolução do ser em todos os aspectos);
*Umbilical (no ventre, região do umbigo) -> Sentido da Justiça ou do Equilíbrio Regência do
Orixá Xangô. Absorve e transmite Fatores Divinos que promovem o Equilíbrio energético
dos seres, despertando-lhes o senso de Justiça e equidade, a razão equilibrada;
*Básico (área dos órgãos sexuais) -> Sentido da Geração. Regência do Orixá Iemanjá.
Absorve e transmite Fatores Divinos Geradores de Vida (sustentação e preservação da
vida; criatividade; geração de idéias que propiciam novos caminhos ou possibilidades;
geração de “saúde” em todos os sentidos; multiplicação e renovação celular perfeita e
saudável).
Cada Vibração Divina tem seu Fator específico. E cada Fator realiza aquilo que está
contido na correspondente Qualidade Divina (Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei,
Evolução e Geração).
Por exemplos: os Fatores de Pai Oxalá carregam a Energia da Fé, de forma pura e sutil,
que é captada pelo chakra da Coroa. Esses Fatores são capazes de dar sustentação
magnética (magnetizar) a tudo quanto existe, inclusive aos outros Sentidos da Vida.
Estimulam a Fé nos seres humanos e o sentimento de autoconfiança, autoestima etc.; dão
forma astral aos nossos projetos mais elevados, para que eles depois se concretizem no
plano físico. Em contrapartida, sua atuação elimina o excesso de ansiedade, a
insegurança, o medo etc.
Já os Fatores de Mamãe Oxum nos alimentam com as Energias do Amor Divino, que nos
faz olhar para nós mesmos e para o próximo com amor, compaixão, benevolência,
fraternidade etc. O Apóstolo Paulo dizia que o Amor cura tudo (“Só o amor cobre a multidão
dos pecados”). Quem vive amargurado, remoendo dores antigas, sabe o quanto o
“desamor” nos prejudica. O perdão, que nasce do Amor, lava e liberta nossa alma e nos
traz a cura emocional e física, promovendo a multiplicação celular harmoniosa em nosso
corpo. Até os seres mais rebeldes e negativos são transformados por um gesto de amor
verdadeiro. O chakra do Coração está no meio, centralizando e harmonizando as Energias
dos demais chakras; a cor de vibração deste chakra é o verde, a cor da cura espiritual.
Não é por acaso...
Em princípio, portanto, cada chakra absorve e também irradia os Fatores do seu Orixá
Regente. Logo, circulam em nós as 7 Energias Divinas Originais, alimentando de forma
contínua a nossa Essência Divina, pelo trabalho harmonioso dos 7 chakras principais.
Essas Energias são absorvidas pelo chakras e depois irradiadas para toda a nossa
estrutura espiritual, mental, emocional e física, que são corpos interligados. Disso resulta a
nossa sustentação nos 7 Sentidos da Vida, desde o aspecto espiritual até ao físico-
orgânico.
NÃO podemos ficar um instante sequer sem receber e absorver tais Energias. Mas
para absorvê-las corretamente é preciso que haja equilíbrio em nossos chakras.
Além do amparo do Orixá Regente de cada chakra, recebemos também as Energias dos
demais Orixás, como um complemento de forças para nossa evolução. Porque Deus nos
ampara de forma integral e completa, em todos os Sentidos da Vida. Daí dizer-se: “somos
filhos de todos os Orixás”.
Em cada chakra atuam o Orixá Regente e mais seis Orixás. Vale dizer: em todos e em
cada um dos 7 chakras principais nós recebemos as 7 Vibrações Originais de Deus, pois
só este conjunto de Energias garante nossa vida e evolução de forma integral e saudável.
Mas o Regente de cada chakra NÃO muda. O que pode variar, em cada encarnação, é a
posição dos outros seis Orixás em torno do regente, dependendo das nossas necessidades
de aprendizado naquela encarnação.
Isso pode ser feito de várias formas, inclusive a partir de orações e oferendas ao Orixá
Regente do Sentido da Vida relacionado àquele chakra.
Vejamos quais os órgãos governados pelos 7 chakras e como invocar a bênção do Orixá
Regente de cada chakra, buscando auxílio energético para tratar problemas nesses
órgãos, bem como as questões emocionais envolvidas (pois o desequilíbrio emocional
pode gerar doenças físicas).
É claro que esse tratamento energético NÃO exclui e nem substitui o tratamento médico
específico. Mas funciona como um complemento importante, já que iremos cuidar de
Energias Divinas que nos amparam desde a nossa geração em Deus. Fé e bom senso
podem e precisam andar juntas...
Pai Oxalá é o Trono Masculino da Fé. Ele irradia a Fé o tempo todo e ampara os seres que
vivem de forma equilibrada este Sentido da Vida. Seu Fator Magnetizador dá sustentação a
todas as coisas (magnetismo=vibração=vida).
Localização: topo da cabeça. Abre-se para o alto, no sentido vertical. Na Umbanda, é o que
chamamos de “a coroa do médium”.
O bom funcionamento deste chakra faz perceber que a Luz Divina está em nós e que
somos parte do Todo. Desperta a Fé e favorece a cura da ansiedade, de fobias
inexplicáveis, da depressão, de transtornos nos pensamentos, de dores de cabeça
crônicas, de insônia etc. Tendo-o em equilíbrio, não só nos tornamos receptores da Energia
Vital, mas também passamos a irradiá-la aos outros seres e ao planeta. Isso nos permite
atingir níveis superiores de meditação.
O mau funcionamento deste chakra faz com que a pessoa se anule para a vida, perdendo
o contato com a realidade e não conseguindo idealizar mais nada. Sua vida pode ser
dominada pelo medo, trazendo-lhe desarmonia interior, infelicidade e desilusão, que se
difundirão aos demais chakras, desequilibrando-os e às vezes gerando doenças de foro
mental, fobias, dores de cabeça ou enxaquecas de difícil tratamento. Daí a importância da
meditação (orações, relaxamento etc.), para afastarmos a ansiedade, o medo, os
sentimentos de rejeição, de insegurança e de incerteza. Abrir o coração, buscando uma
sintonia elevada e o desenvolvimento do ser Divino que habita em todos nós.
Localização: fica entre as sobrancelhas. Posição horizontal, ele se abre para frente e para
trás.
Importância deste chakra: o Frontal é expansor e atua equilibrando as nossas várias
percepções, entre elas: visão, audição, tato e a rede de processos da inteligência que
dizem respeito à palavra, à cultura, à arte e ao saber. É o berço da consciência, da
intuição, das percepções extra-sensoriais e da imaginação. Governa o nosso sistema
nervoso central. No nível físico, é considerado o centro de energia mais importante do
corpo. Este chakra nos ensina a valorizar o pensamento humano como forma de poder e
de energia. Os pensamentos humanos são providos de vida e de energia própria. O poder
da nossa intenção dá vida aos pensamentos. Precisamos aprender a manter pensamentos
claros e positivos.
Pai Ogum é o Trono Masculino da Lei. Irradia a Lei Divina, afasta o caos e abre caminhos,
por meio do Fator Ordenador, além de amparar e sustentar os seres que vivem de forma
equilibrada este Sentido da Vida.
Mãe Oxum é o Trono Feminino do Amor. Irradia o Amor Divino para toda a Criação, além
de amparar os seres que vivem este Sentido da Vida de forma equilibrada. Oxum promove
a atração e a união dos seres e elementos, pela atuação do Fator Agregador. Por isso, é
considerada a Mãe da concepção (atrai, une e faz conceber).
Localização: Zona do coração. Posição horizontal, ele se projeta para frente e para trás.
O bom funcionamento deste chakra faz com que a pessoa fique aberta e receptiva à vida,
flexível, aceitando a si mesma e aos outros de modo natural, com humildade, simplicidade
e compaixão. Pessoas com este chakra aberto revelam qualidades de terapeutas, têm
grande potencial de curarem a si mesmas e aos outros. Em harmonia, o Cardíaco favorece
o equilíbrio dos demais chakras e gera os chamados "milagres" ou curas rápidas,
auxiliando a pessoa a transformar radicalmente sua vida, de modo positivo e construtivo. O
desenvolvimento conjunto do chakra do Coração e do Frontal nos traz grandes alegrias,
nos leva a descobrir capacidades intuitivas e paranormais, a desenvolver uma inteligência
superior e a estreitar nossos laços de união com os outros seres e o Criador.
O mau funcionamento deste chakra traz angústia, medo, palpitações, e pode levar a um
quadro de pânico. Quanto acentuado o desequilíbrio do chakra, a pessoa perde a
autoestima, vive insatisfeita, deprimida, em desilusão constante, melancólica, inerte, não
consegue mais separar razão e emoção. Cai na lamentação, sente-se “vítima” do mundo e
daqueles que a rodeiam, não se sente valorizada, acredita que dá muito de si aos outros e
recebe pouco ou nada em troca, sofre um vazio interior. Tem dificuldade em expressar
seus sentimentos, teme ser rejeitada. Isso gera sentimentos de impotência, insegurança e
dependência, pois a pessoa não sentirá força interior para conduzir mudanças em sua vida,
preferindo fechar-se a se tornar mais flexível. Nas relações amorosas, dará tudo de si aos
outros sem aceitar nada de volta, sinal evidente de desequilíbrio interior. Repetir este ciclo
vicioso torna a pessoa pessimista em relação ao amor, perpetuando desilusões amorosas
e esperando sempre o pior dos outros.
Pai Obaluaiê é o Trono Masculino da Evolução. Irradia as Vibrações Divinas que realizam a
Evolução dos seres, além de dar amparo e sustentação aos que vivem de forma
equilibrada este Sentido da Vida.
O mau funcionamento deste chakra provoca perda de apetite, rancor, raiva, ódio e medo.
A pessoa perde o amor próprio, não acredita em mais nada. Em casos mais acentuados,
gera uma visão negativa da vida, tendências para a pretensão, o egoísmo, a vontade de
controlar a vida alheia, o desejo exagerado da conquista de bens materiais, de poder e
domínio, a pessoa não saberá viver com simplicidade. Suas expectativas em relação à vida
e aos outros serão exageradas e não poderão ser atendidas; gerando sentimentos de
rejeição, frustração, perda da alegria de viver e da paz interior, um desequilíbrio emocional
constante e gerador de ira, impulsividade e agressividade. A pessoa verá obstáculos em
tudo à sua volta, e sem coragem e tenacidade para resolvê-los ou contorná-los. Para
ocultar essas emoções e sentimentos, poderá querer mostrar-se ativa e ocupada, mas terá
dificuldade em descansar e relaxar do estresse diário que a consome por dentro. Uma
verdadeira “indigestão” emocional.
Pai Xangô é o Trono Masculino da Justiça. Irradia as Vibrações da Justiça Divina para toda
a Criação, além de amparar e sustentar os seres que vivem de forma equilibrada este
Sentido da Vida. Seu Fator Equilibrador atua em nosso racional, controlando o excesso das
emoções e nos ajudando a refletir, pensar e agir de forma equilibrada e justa. Isso nos dá
também uma estabilidade, uma estrutura firme. As imagens representativas de Pai Xangô e
as pedreiras que o simbolizam nos dão justamente essa idéia de estabilidade, equilíbrio e
firmeza.
Localização: Dois dedos acima do umbigo. Posição horizontal, ele se projeta para frente e
para trás, como um funil alongado.
O bom funcionamento deste chakra nos permite agir de forma racional e vivenciar
relacionamentos saudáveis e úteis à nossa evolução. O umbilical rege a posição
equilibrada do ser perante a Vida. Influi nos relacionamentos, na necessidade humana de
procriar e de gerar vida nova (não apenas física), também repercutindo no funcionamento
do sistema reprodutivo masculino e feminino.
O mau funcionamento deste chakra deixa a pessoa fica sem estrutura para se identificar,
fecha-se no mundo, vive no passado, sem alegria e insatisfeita. São sinais de disfunção
deste chakra: falta de interesse sexual; falta de curiosidade e de criatividade; rejeição ou
dificuldade em manter contato físico. Em casos mais sérios, a pessoa pode ter problemas
na sua afirmação sexual, excessos de fantasia, ou desvios sexuais. Poderá, por exemplos:
rejeitar a própria sexualidade, sentir inibição em exprimir suas necessidades e desejos
mais íntimos, preferindo reprimi-los; encarar o ato sexual como vício ou ato pecaminoso; ter
dificuldades nas amizades e/ou nas relações amorosas; desenvolver doenças sexuais
(impotência, frigidez etc.); ter comportamentos promíscuos. Problemas relativos à
expressão da afetividade humana bloqueiam este chakra.
Localização: Base da coluna vertebral, logo acima dos órgãos reprodutores. Posição
vertical, ele se abre para baixo. Forma um eixo magnético com o chakra da Coroa.
O mau funcionamento deste chakra provoca falta de equilíbrio emocional, falta de ânimo e
de força para tomar decisões e agir; desgaste físico; tendência para a “dramatização” (a
pessoa não vê saída para suas dificuldades; pensamentos negativos e confusos; excesso
de ilusão). Gera perda de vitalidade, podendo ocasionar gripes e/ou viroses constantes,
doenças do sangue, reumatismo, artrite, problemas na coluna, alergias, cicatrização lenta,
debilidade óssea e fraturas, impotência sexual, frigidez.
3.9 – Os Cambones
O seu trabalho dentro do templo é tão importante quanto o dos demais médiuns e, mesmo
sem estar incorporado, ele é parte integrante de todo o trabalho espiritual, pois os guias
espirituais se utilizam dele para retirar as energias que serão utilizadas no atendimento aos
consulentes.
Ele zela pelo bom atendimento, ajuda a dinamizar as consultas, facilita o trabalho das
entidades e serve também como intérprete destas. O cambone deverá deixar preparado
todos os apetrechos de trabalho que costumam ser utilizados pela entidade que irá
cambonear evitando assim atrasos desnecessários durante as consultas.
Em alguns casos poderá explicar de uma forma mais simples ou mesmo interpretar o que
for dito para que o consulente não distorça as palavras das entidades. Antes de qualquer
coisa, é pessoa de extrema confiança do Pai ou Mãe de Santo da casa, assim como da
entidade que estiver atendendo, portanto, caso perceba qualquer coisa estranha que não
faça parte dos procedimentos normais, deve reportar-se ao guia chefe ou ao Pai ou Mãe de
Santo da casa na mesma hora.
É por isso que é tão importante e necessário que o cambone saiba todos os procedimentos
de trabalho e todas as normas da conduta que entidades e médiuns devem ter dentro do
templo.
O fato de auxiliar nas consultas exige que o cambono seja discreto e mantenha sigilo sobre
tudo que ouvir, não se esquecendo de que ali estão sendo tratados assuntos particulares e
que não dizem respeito a ninguém além da pessoa que estiver sendo atendida e da
entidade. O sigilo é um juramento de confiança que todo cambono deve ter e fazer.
O que ele pode, sim, é perguntar ao médium com o qual trabalha como deve proceder para
prestar um melhor atendimento à entidade durante os trabalhos. Uma prática útil e
aconselhável dentro de um templo é a troca de cambones entre as entidades.
Isto traz um maior aprendizado aos cambonos e também faz com que estes se habituem a
tratar todas as entidades da mesma forma sem criar laços afetivos e exagerados.
Desenvolver afeto pelas entidades é comum, mas afinidade espiritual só é saudável se não
conduzir à dependência, portanto o chefe da casa poderá decidir-se pelo trabalho alternado
e, nesse caso, deverá fazer com que todos saibam disso com antecedência.
De vez em quando todos os médiuns, mesmo aqueles que incorporam, deveriam trabalhar
como cambones para poderem aprender mais e desenvolver a humildade, que é a
característica mais importante que um médium deve ter.
RESPONSABILIDADE
EQUILÍBRIO VIBRATÓRIO
Como trabalha principalmente com energias que movimenta com os seus pensamentos e
sentimentos, o cambone, médium de sustentação, deve ter um padrão vibratório médio
elevado a fim de poder se manter equilibrado em qualquer situação e poder ajudar o grupo
quando necessário.
COMPROMISSO
• Com o grupo de trabalhadores em que atua: evitando faltar às reuniões sem motivos
justos, ou faltar sem avisar o dirigente ou o seu coordenador, procurando ser sempre
pontual nos trabalhos e atividades relativas, procurando também colaborar com a ordem e
o bom andamento do trabalho.
• Com os guias espirituais: lembrando que eles contam também com os cambonos,
médiuns de sustentação, para atuar no ambiente e nas energias necessárias aos trabalhos
a serem realizados, e que, se há faltas, são obrigados a improvisar para cobrir sua
ausência. Os guias espirituais devem ser atendidos com presteza e respeito.
• Com os assistidos: que contam receber ajuda na casa e não devem ser prejudicado pelo
não comparecimento de trabalhadores. Todos deverão ser recebidos e tratados com
esmero, dedicação, respeito e educação.
AUSÊNCIA DE PRECONCEITO
O cambone, médium de sustentação, não pode ter qualquer tipo de preconceito, seja com
os assistidos, seja com os dirigentes. Ele não está ali para julgar os casos que tem
oportunidade de observar, mas para colaborar para que sejam solucionados da melhor
forma, de acordo com a sabedoria e a justiça de Deus.
DISCRIÇÃO
COERÊNCIA
Há médiuns que são mais evoluídos que outros e esse fato se dá porque cada um tem seu
estágio de evolução individualizado e diferenciado, e isso deve ser respeitado sem que
sejam emitidos pareceres, criticas e julgamentos. E, que fique muito claro que o médium
bom verdadeiramente, não é aquele que se comunica facilmente com o plano espiritual,
mas sim aquele que a sua conduta moral mais se assemelha aos espíritos evoluídos na
prática do bem.
Logo, cabe ao médium Orar e Vigiar, esse é o primeiro degrau da escada que dará acesso
ao início do desenvolvimento, pois somente assim será possível manter-se o equilíbrio em
pensamentos e atitudes, assim estará conectado e vibrando positivamente, atraindo para si
e para todo seu entorno energias boas e espíritos benévolos. Mais importante que ter
afinidade com as energias superiores, é o desenvolvimento das suas qualidades pessoais
e a reforma íntima diária, afinal, somos seres em constante aperfeiçoamento e
desenvolvimento.
Sabedores que a imperfeição humana é latente nos habitantes deste plano, devemos como
médiuns equilibrados cuidarmos só, e somente só, de nossas vidas, eis que somos
espíritos individuais, e na escola da vida, somente nós podemos passar pelas provas,
nossos pais, filhos, amigos e parentes não fazem nossas provas da vida, nem mesmo as
escolares, e não aprendem por nós. Somos individuais, aceitemos esta condição de
sermos por nós e para nós, sem que com isto sejamos egoístas, tenhamos a humildade de
entender o que está sendo posto, e assim poderemos subir o segundo degrau para o início
do desenvolvimento.
O terceiro degrau é alcançado quando nós médiuns conseguimos nos abster dos
julgamentos e comentários acerca dos comportamentos individuais de cada indivíduo,
entendamos que não devemos nos preocupar com a vida e com os atos alheios, nem
valorá-los, deixemos de julgar nosso próximo, devemos ter em mente que a hipocrisia de
se ter a perfeição deve ser afastada, até porque o planeta é de provas e expiações, e
necessária é a imperfeição humana para que haja a evolução e para que você como
médium, instrumento, poder auxiliar seu próximo, pense e reflita: se não existir o problema,
não haverá aprendizado, e não haverá a possibilidade de haver o auxílio espiritual, aceite e
deixe de lado o preconceito, de raça, cor, opção sexual, estilo de vida, uso de vícios, e
quaisquer outros, pois que cada um está no seu momento, entenda e aceite que este
julgamento não cabe ao médium equilibrado, julgue-se e esqueça de falar do próximo, se
assim fizer, estará no topo do entendimento para não interferir na comunicação espiritual e
será um bom médium.
Capítulo IV
As linhas
4.1 – Caboclos
A morada dos caboclos é a mata, onde recebem suas oferendas, sua cor é o verde
transparente para as Caboclas e verde leitoso para os Caboclos, gostam de todas as
frutas, de milho, do vinho tinto (para eles representa o sangue de Cristo), gostam de tomar
sumo de ervas e apreciam o coco com vinho e mel.
Estão sempre em busca de uma missão, de vencer mais uma demanda, de ajudar mais um
irmão de fé. São de pouco falar, mais de muito agir, pensam muito antes de tomar uma
decisão, por esse motivo eles são conselheiros e responsáveis.
Os caboclos não trabalham somente nos terreiros como alguns pensam. Eles prestam
serviços também ao Kardecismo, nas chamadas sessões de "mesa branca". No panorama
espiritual rente à Terra predominam espíritos ociosos, atrasados, desordeiros, semelhantes
aos nossos marginais encarnados. Estes ainda respeitam a força.
Os índios, que são fortíssimos, mas de almas simples, generosas e serviçais, são utilizados
pelos espíritos de luz para resguardarem a sua tarefa da agressão e da bagunça. São
também utilizados pelos guias, nos casos de desobsessão pois, pegam o obsessor
contumaz, impertinente e teimoso, "amarrando-o" em sua tremenda força magnética e
levando-o para outra região.
Os caboclos são espíritos de muita luz que assumem a forma de "índios", prestando uma
homenagem à esse povo que foi massacrado pelos colonizadores. São exímios caçadores
e tem profundo conhecimento das ervas e seus princípios ativos, e muitas vezes, suas
receitas produzem curas inesperadas.
Como foram primitivos conhecem bem tudo que vem da terra, assim caboclos são os
melhores guias para ensinar a importância das ervas e dos alimentos vindos da terra, além
de sua utilização.
Usam em seus trabalhos ervas que são passadas para banhos de limpeza e chás para a
parte física, ajudam na vida material com trabalhos de magia positiva, que limpam a nossa
aura e proporcionam uma energia e força que irá nos auxiliar para que consigamos o
objetivo que desejamos, não existem trabalhos de magia que concedam empregos e
favores, isso não é verdade. O trabalho que eles desenvolvem é o de encorajar o nosso
espírito e prepará-lo para que nós consigamos o nosso objetivo.
Os caboclos de Umbanda são entidades simples e através da sua simplicidade passam
credibilidade e confiança a todos que os procuram, nos seus trabalhos de magia costumam
usar pemba, velas, essências, flores, ervas, frutas e charutos. Saudação: “Okê Caboclo”
4.2 – Os boiadeiros
São espíritos de pessoas, que em vida trabalharam com o gado, em fazendas por todo o
Brasil, estas entidades trabalham da mesma forma que os Caboclos nas sessões de
Umbanda.
Usam de canções antigas, que expressam o trabalho com o gado e a vida simples das
fazendas, nos ensinando a força que o trabalho tem e passando, como ensinamento, que o
principal elemento da sua magia é a força de vontade, fazendo assim que consigamos uma
vida melhor e farta.
Nos seus trabalhos usam de velas, pontos riscados e rezas fortes para todos os fins. O
Boiadeiro traz o seu sangue quente do sertão, e o cheiro de carne queimada pelo sol das
grandes caminhadas sempre tocando seu
berrante para guiar o seu gado.
Seu dia é quinta feira, gosta de bebida forte como por exemplo cachaça com mel de
abelha, que eles chamam de meladinha, mas também bebem vinho. Fumam cigarro,
cigarro de palha e charutos. Seu prato preferido é carne de boi com feijão tropeiro, feito
com feijão de corda ou feijão cavalo. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa
de torresmo. Em oferendas é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo e cigarro de
palha.
Alguns usam chapéus de boiadeiro, laços, jalecos de couro, calças de bombachas, e tem
alguns, que até tocam berrantes em seus trabalhos.
Os Boiadeiros são entidades que representam a natureza desbravadora, romântica,
simples e persistente do homem do sertão, "o caboclo sertanejo". São os Vaqueiros,
Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de Viola. O mestiço Brasileiro, filho de branco
com índio, índio com negro e assim vai. Representam a própria essência da miscigenação
do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.
4.3 – Os baianos
São amigos e gostam de conversar e contar causos, mas também sabem dar broncas
quando avistam alguma coisa errada.
Nas giras eles se apresentam com forte traço regionalista, principalmente em seu modo de
falar cantado, diferente, eles são “do tipo que não levam desaforo pra casa”, possuem uma
capacidade de ouvir e aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente,
são carinhosos e passam segurança ao consulente que tem fé.
Os Baianos na Umbanda são “doutrinados”, se assim podemos dizer, apresentando um
comportamento comedido, não xingam, nem provocam ninguém. Os trabalhos com a
corrente dos Baianos, trazem muita paz, passando perseverança, para vencermos as
dificuldades de nossa jornada terrena.
A Entidade pode vir na linha de Baianos e não ser necessariamente da Bahia, da mesma
forma que na linha das crianças nem todas as entidades são realmente crianças.
Os Baianos são das mais humanas entidades dentro do terreiro, por falar e sentir a maioria
dos sentimentos dos seus consulentes. Talvez por sua forma fervorosa de se apresentar
em seus trabalhados no terreiro, aparentem ser uma das entidades, mais fortes ou dotadas
de grande energia (e na verdade são), mas na umbanda não existe o mais forte ou fraco
são todos iguais, só a forma do trabalho é que muda.
São grande admiradores da disciplina e organização dos trabalhos. São consoladores por
natureza e adoram dar a disciplina de forma brusca e direta diferente de qualquer entidade.
Saudação: “É pra Bahia”.
4.4 – Os marinheiros
São entidades geralmente associadas aos marujos, que em vida empreendiam viagens
pelos mares, enfrentando toda sorte de infortúnios. Trabalham na linha das águas, na linha
de Iemanjá, a mãe universal na Umbanda, a rainha dos mares.
São entidades que tiveram, pela sua idade avançada, o poder e o segredo de viver
longamente através da sua sabedoria, apesar da rudeza do cativeiro demonstram fé para
suportar as amarguras da vida, consequentemente são espíritos guias de elevada
sabedoria. Trazem esperança e quietude aos anseios do consulente que os procuram para
amenizar suas dores, ligados a vibração de Omolu, são mandingueiros poderosos, com
seu olhar prescrutador sentado em seu banquinho, fumando seu
cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda, rezando com seu
terço e aspergindo sua água fluidificada, demandam contra o
baixo astral e suas baforadas são para limpeza e harmonização
das vibrações de seus médiuns e de consulentes.
4.6 – As crianças
O Erê (espíritos de Crianças) na Umbanda são a alegria que contagia. Descem nos
terreiros simbolizando a pureza, a inocência e a singeleza. Seus trabalhos se resumem em
brincadeiras e divertimentos. Podemos pedir-lhes ajuda para os nossos filhos, resolução de
problemas, fazer confidências, mexericos, mas nunca para o mal, pois eles não atendem
pedidos dessa natureza.
São espíritos que já estiveram encarnados na terra e que optaram por continuar sua
evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando em médiuns nos terreiros
de Umbanda. Em sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade
(terrena), por isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala
de criança, o gosto por brinquedos e doces.
A Criança na Umbanda é apenas uma manifestação de
um espírito cujo desencarne normalmente se deu em
idades infanto-juvenis. São tão barulhentos como os
Erês, embora alguns são bem mais tranquilos e
comportados.
Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente
nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam
sobre eles. Saudação: “Oni Ibejada”
Estes espíritos optaram por prosseguir sua evolução espiritual através da prática da
caridade, incorporando nos terreiros de Umbanda. São muito amigos, quando tratados com
respeito e carinho, são desconfiados mas gostam de ser presenteados e sempre
lembrados. Estes espíritos, assim como os Pretos velhos, crianças e caboclos, são
servidores dos Orixás.
Desta forma estes espíritos não trabalham somente durante a "gira de Exus" dando
consultas, onde resolvem problemas de emprego, pessoal, demanda e etc. de seus
consulentes. Mas também durante as outras giras (Caboclos, Pretos Velhos, Crianças e
Orixás), protegendo o terreiro e os médiuns, para que a caridade possa ser praticada.
Se Exu já é mal interpretado, confundindo-o com o Diabo, quem dirá a Pomba-Gira? Dizem
que Pomba-Gira é uma mulher da rua, uma prostituta. Que Pomba-Gira é mulher de Sete
Exus! As distorções e preconceitos são características dos seres humanos, quando eles
não entendem corretamente algo, querendo trazer ou materializar conceitos abstratos,
distorcendo-os.
Pombo-Gira é um Exu Feminino, na verdade, dos Sete Exus Chefes de Legião, apenas um
Exu é feminino, ou seja, ocorreu uma inversão destes conceitos, dizendo que a Pombo-gira
é mulher de Sete Exus e, por isso, prostituta.
É claro que em alguns casos, podem ocorrer que uma delas, em alguma encarnação
tivesse sido uma prostituta, mas, isso não significa que as pombo-giras tenham sido todas
prostitutas e que assim agem.
As pombo-giras são grandes magas e conhecedoras das fraquezas humanas. São, como
qualquer exu, executoras da Lei e do Karma. Cabe a elas esgotar os vícios ligados ao
sexo. Quando um espírito é extremamente viciado ao sexo, elas, às vezes, dão a ele
"overdoses" de sexo, para esgotá-lo de uma vez por todas.
Elas, ao se manifestarem, carregam em si, grande energia sensual, não significa que elas
sejam desequilibradas, mas sim que elas recorrem a este expediente para "descarregar" o
ambiente deste tipo de energia negativa.
São espíritos alegres e gostam de conversar sobre a vida. São astutas, pois conhecem a
maioria das más intenções.
Devemos conhecer cada vez mais o trabalho dos guardiões, pois eles estão do lado da Lei
e não contra ela. Vamos encará-los de maneira racional e não como bichos-papões. Eles
estão sempre dispostos ao esclarecimento. Através de uma conversa franca, honesta e
respeitosa, podemos aprender muito com eles. Saudações: “Laroiê Exu”, “Laroiê Pombo-
Gira”.
É muito comum no inicio das incorporações, quando a gente está ansioso, com medo,
curioso e inseguro para saber quem são nossas entidades, como trabalharam, nomes,
etc… Todos nós médiuns já passamos por isso… Quando há as incorporações o médium
fica mais que atento a qualquer palavra que saia de sua boca ,se eu falando ou a
entidades, o que vai acontecer agora, o que ele tá fazendo”. Tudo isso faz parte do inicio,
pois ser consciente é perfeitamente normal e não é sinal de falta de firmeza, ou imaturidade
nas incorporações, ou fraqueza do médium.
E é nessa fase onde o médium atua muito junto com a entidade, por sua participação,
‘interatividade” que é peculiar nesse inicio, ocorre maior incidência de uma interferência do
médium , sobrepondo a da entidade.
Não é que não possam. É normal as entidades não darem nomes de suas falanges no
ínicio, pois o médium ainda não está preparado mediunicamente falando. Demora-se um
tempo para estabelecer uma sincronia entre a faixa vibratória da entidade com a do
médium e somente quando houver harmonia, e com menos risco de animismos por parte
do médium, é que elas trazem sua falange.
Pra resumir, a melhor forma de conhecer seu guia e através do tempo, do desenvolvimento
e do trabalho com ele, assim pouco a pouco você vai se inteirando de como ele é, como
gosta de trabalhar. Tudo com concentração e espiritualidade, vai se ajustando, se
equilibrando e se harmonizando.
Capítulo V
O terreiro e o ritual
5.1 - Pontos Vibracionais do Terreiro
Trunqueira:
Firmeza para o Exu guardião da casa, chamado por nós de Exu da Porteira.
É o local destinado aos assentamentos dos Exus dos Médiuns, e das oferendas feitas aos
mesmos. Assim como na “Casa dos Orixás”, o médium deve manter uma atitude de
extremo respeito, falando apenas o estritamente necessário e trajando seu uniforme,
quando lá entrar.
Ogum de Ronda
Assentamento de Ogum de Ronda. Junto com a trunqueira, são destinados a barrar fora do
terreiro as influências espirituais negativas.
Assentamento de Obaluaiê
Local destinado às oferendas aos Pretos Velhos, e onde são acesas as velas para os
desencarnados. Onde deixamos as velas da prece dos desencarnados.
Anjo da Guarda
Quartinha de Oxalá
Fica acima da porta, que fica ao lado do anjo de guarda. Representa um ponto de atração
de energias positivas vindas de Oxalá, e que são irradiadas a todos os que passem.
“Casa” do Caboclo
Local onde é Homenageado o Caboclo Fundador da casa, e onde são acesas velas para
os demais caboclos
Internos: É toda aquela que é feita no interior do recinto de trabalho: centro do terreiro, no
chão, ariaxé ao centro do terreiro, no alto. Estes dois juntos formam a coluna energética do
terreiro.
Gongá
Altar dos Orixás, onde ficam os otás, e elementos litúrgicos, oferendas dos mesmos,
imagens, etc...
É um local de alta vibração, onde ficam os assentamentos de Orixá dos médiuns, e onde
às vezes também ficam oferendas. O médium deve manter uma atitude de extremo
respeito, falando apenas o estritamente necessário e trajando seu uniforme, quando lá
entrar.
Defesa: para evitar interferência espiritual de visitantes mal intencionados, invasores, etc.
Estes estão colocados em vários locais do centro espírita, sendo de conhecimento apenas
da hierarquia mais alta da casa.
5.2 – Defumação
A defumação é essencial para qualquer trabalho num terreiro de Umbanda. É também uma
das coisas que mais chamam a atenção de quem vai pela primeira vez assistir a um
trabalho. Em geral a defumação na Umbanda é sempre acompanhada de pontos cantados
específicos para defumação.
Deve-se no primeiro momento Saudar as Forças dos Srs. Guardiões e das Sras. Guardiãs
assentadas na Tronqueira agradecendo a permissão de sua entrada naquela Casa Santa,
agradecendo o recolhimento e encaminhamento
O ato de “Bater Cabeça” não deve ser um “costume”, mas sim uma atitude de reverência
diante dos Sagrados Orixás, é nessa hora que comungamos com Oxalá, Oxum, Oxóssi,
Xangô, Ogum, Obaluaiê e Iemanjá pedindo que mantenha nossos olhos fechados para o
ciúme, para o egoísmo e para a inveja, que mantenha nossos ouvidos fechados para a
intriga e para a curiosidade que alimenta a fofoca, que mantenha nossos corações abertos
para o amor, para a fé, para a compaixão e para a esperança, que mantenha nossa mente
aberta para o discernimento, para a sabedoria e para a paciência, que mantenha nosso
espírito purificado e iluminado para que assim possamos servir de “simples” instrumentos
de Deus, da Lei e da Justiça. É o momento de agradecer, agradecer e agradecer por essa
oportunidade única e excelsa que temos por estar diante do Poder Divino.
Em terceiro lugar e não menos importante, o médium deve Saudar e tomar a Benção de
seu Pai ou Mãe Espiritual. Quando isso ocorre, o “filho” está reconhecendo seu Pai
Espiritual como o detentor dos conhecimentos da Lei de Umbanda e como seu orientador,
que o conduzirá, sustentará e protegerá dentro da doutrina religiosa Umbandista.
Cada Centro tem a sua forma de saudar o Pai Espiritual, mas quando o médium toma entre
suas mãos a mão de seu Pai Espiritual, a beija respeitosamente, leva-a até a sua testa e a
beija novamente, este ato representa o desejo de que aquelas mãos preparadas o conduza
aos serviços de Deus ajudando-o a adquirir conhecimentos Sagrados.
Ao dizer: “Dai-me Pai, a sua benção” e o Pai Espiritual responder “Seja Oxalá quem lhe
abençoe” ele está saudando acima de tudo a Trindade Divina e sendo abençoado por
OLORUN ou ZAMBI, POR OXALÁ e pelo ESPÍRITO SANTO. As mesmas atitudes devem
ser realizadas ao sair do Centro, pois o médium sai do Sagrado para o Profano.
5.4 – As saudações
Assim como falamos no item anterior, a saudação é uma forma de respeito para com os
orixás e também as entidades.
Orixás:
Epa epa(exclamação de surpresa, grande admiração pela honrosa presença); Babá (pai)
Omulu/Obaluaie - Atoto!
Okê (monte); arô (título honroso dado aos caçadores) – Salve o grande Caçador!
Oxum - Ora iê iê ô !
Ogum - Patakori Ogun! ou ainda, Ogunhê! (brado que representa o força de Ogun)
Pàtàki (principal); ori (cabeça) – Muita honra em ter o mais importante dignitário do Ser
Supremo em minha cabeça!
Eparrê (saudação a um dos raios do Orixá da decisão); Oyá (nome por que é conhecida
Iansã) – Saudação aos majestosos ventos de Oyá!
Boiadeiro – Getruá/Xetruá!
Marinheiros – Saravá!
5.5- Ogã
O Ogã também tem a função de ensinar os sambas (responsáveis unicamente pelo canto)
e atabaqueiros (responsáveis pelos toques) e conhecer música se torna indispensável,
mesmo que seja um conhecimento básico de teoria musical. Afinal, ninguém quer alguém
berrando desafinado ou se bagunçando todo no atabaque durante a gira.
Muitas pessoas dizem que o Ogã tem que conhecer, pelo menos, três músicas de cada
Orixá e de cada linha de trabalho: uma de “chegada”, uma de demanda e uma pra girada.
Eu não acredito nisso. O Ogã deve que saber TODAS as músicas usadas pela casa e a
função de cada uma delas. Esse é o mínimo que se espera do Ogã e se ele não chegou
nesse patamar ainda, então é melhor continuar na função de atabaqueiros. Sim, leva
tempo, mas nada que é bom é rápido ou fácil.
A definição dada pela ciência do animismo é o sistema fisiológico que considera a alma
como a causa primária de todos os fatos intelectivos e vitais.
Edgard Armond em sua obra " Mediunidade" diz: " A mediunidade consciente é aquela que
mais permite interferência dos fatores subconscientes do médium, que se costuma
denominar animismo e que tem servido de motivo para se bater, injustamente, na tecla da
mistificação."
Conforme a definição Espírita como no livro "Mecanismos da Mediunidade”, diz André Luiz:
"Alinhando apontamentos sobre mediunidade, não será lícito esquecer algumas
considerações em torno do animismo ou conjunto dos fenômenos psíquicos produzidos
com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação".
Analisando a tudo isto, uma vez produzidos pelo médium, seja consciente ou não, advém
não do Plano Espiritual mas sim do médium onde portanto fogem da linha de trabalho da
Umbanda desenvolvida pelos Mentores e Guias pois quem em sã consciência se julga apto
espiritualmente para dar consultas ou adotar práticas ritualísticas e magísticas próprias dos
Guias dentro dos Templos? Por tal motivo e principalmente por segurança, caridade e
honestidade nos Templos sérios e honestos que os Mentores Espirituais educam
mediunicamente os filhos da casa orientando na fase antecedente e posterior aos trabalhos
para melhorar a receptividade (vida regrada, bons pensamentos, banhos, prática de
orar,estudo, etc) como também durante os trabalhos (deixar os problemas pessoais fora do
Templo, meditação , concentração , contenção da ansiedade ,etc) para com isto diminuir ao
máximo o efeito anímico e impedir a tendência dele se transformar em mistificação.
Segue André Luiz: "Temos aqui muitas ocorrências que podem repontar nos fenômenos
mediúnicos de efeitos físicos ou de efeitos intelectuais, com a própria inteligência
encarnada comandando manifestações ou delas participando com diligência, numa
demonstração que o corpo espiritual pode efetivamente desdobrar-se e atuar com os seus
recursos e implementos característicos, como consciência pensante e organizadora, fora
do corpo físico."
Realmente a ação de nosso espírito (nós mesmos melhor assim dizer) agir fora do nosso
corpo é sabido (aqui o animismo se confunde com o desdobramento e projeção astral) mas
a análise em questão é a de estarmos fisicamente num Templo. Ora, lógico que não iremos
sair de nosso corpo para incorporar nele mesmo; Portanto os pensamentos e ações que
deveriam vir dos Guias sofrem a interferência dos pensamentos e ações do médium seja
uma interferência consciente ou proveniente do subconsciente. Aí está o animismo que
varia de intensidade de acordo com o grau de interferência e este é observado pelo Mentor
Espiritual do Templo que em grau mínimo é tolerado (onde geralmente é cuidado através
de orientações coletivas), em grau médio é acompanhado (neste caso o médium recebe
orientação individual) e em grau máximo é tratado (neste caso a linha divisória entre
animismo e mistificação é tênue e no caso do médium honesto e bem intencionado é um
desvio mediúnico a ser corrigido com presteza).
Dentro do Espiritismo o animismo não é caracterizado como problema pois devido a forma
adotada onde o contato da assistência com a Espiritualidade é praticamente inexistente se
comparada aos rituais Umbandistas onde as pessoas tem o contato direto com os Guias.
No Espiritismo se a mensagem é boa não importa quem a deu e, como conhecemos nos
Centros Espíritas, as mensagens duvidosas não são repassadas, sendo apenas
desconsideradas e somente as de teor mais elevado e consideradas confiáveis chegam as
mãos daqueles que ali se achegam em busca de notícias de entes queridos
desencarnados. Na Umbanda a conversa é direta onde a presença do cambone nem
sempre ocorre e aí o animismo nos centros Espíritas torna-se completamente diferente no
sentido da responsabilidade, honestidade e caridade do animismo nos Templos
Umbandista.
Capítulo VI
Entregas, banhos e orações
6.1 – Entregas: os amalás
Amalá é uma entrega que se faz, onde podem ser utilizados como material de feitura,
comidas e bebidas, e eles tem a propriedade de um grande campo de força. Não é "dar de
comer a espíritos", já que eles vão utilizar somente a força vibracional desses elementos
para criar uma proteção, um escudo ou uma maneira de guiar "suavemente" a pessoa que
está ofertando esse "presente".
No amalá são utilizados elementos que vibram na sintonia dos espíritos ou Orixás, onde
são adicionadas a força do médium, dos Orixás regentes e dos espíritos que aceitam e se
comprometem a realizar o trabalho.
Os Amalás para os Orixás devem ser feitos com elementos crus, já que Orixás são a
natureza (reinos Cristalino, Mineral, Vegetal, Ígneo, Eólico, Telúrico, Aquático), portanto
não faz sentido cozinhar um peixe para entregar ao ORIXÁ Ogum. Agora, para entidades
espirituais (caboclos, crianças, pretos, Exús, Pomba-Giras, etc...) como são espíritos que
uma vez tiveram a forma humana, esse tipo de entrega fica a escolha do médium, pois
cozinhar um peixe ou entregá-lo cru, para um Caboclo de Ogum está perfeitamente dentro
do contexto.
Todo amalá deve ter um objetivo específico, não se faz amalá "a toa", e o termo utilizado
para a feitura do amalá é “entrega”. Durante sua feitura, é importante saber que sua
energia está sendo transmitida para ele. As vibrações do seu Orixá aumentam a energia do
trabalho que será somada com a do espírito que for utilizá-la.
A intuição deve fazer parte da construção de um amalá. Existem muitas receitas das
entregas de cada Orixá ou espírito, mas elas não devem ser utilizadas como as únicas
fontes de sabedoria, pois alguns elementos intuídos devem ser acrescentados nos amalás,
desde que não fuja da vibração do orixá ou espírito ao qual se está fazendo a entrega. O
médium só se tornará independente, ou seja não vai depender da orientação de um espírito
incorporado, quando ele souber manipular os elementos que constroem um campo de força
através do amalá. Fundango, ponteiras, pembas, etc., dificilmente devem ser usados em
uma entrega, já que são elementos que tem outras finalidades dentro da Umbanda. Às
vezes, somente o ato de acender uma vela já é um amalá.
6.2 – Banhos
O banho é a renovação do corpo e da alma, pois quando o corpo se sente bem e se acha
refeito do cansaço, a alma fica também apta a vibrar harmoniosamente. Os antigos
hebreus já usavam as abluções, que não deixavam de ser banhos sagrados. Moisés, o
grande legislador hebreu, impôs o uso do banho aos seus seguidores. O batismo nas
águas ministrado por São João Batista, no Rio Jordão, era um banho sagrado. O batismo
nas águas é o primeiro banho purificador do ser humano nos dias de hoje, pois as crianças
são batizadas ainda pequenas.
Há em toda a época antiga um Rio Sagrado, no qual os povos iam se banhar para purificar-
se física ou mentalmente. Na África, a água é tida como de grande poder de força e de
magia. Vemos até hoje nos candomblés as Águas de Oxalá. Águas nos potes e tigelas,
além de mirongas com água e axé. E quem nunca viu ou ouviu falar em lavar com água-de-
cheiro as ESCADARIAS DO SENHOR DO BONFIM, em Salvador na Bahia?
Para nossos índios, hoje os Caboclos da Umbanda, o banho de Rio era alegria, prazer,
lazer, satisfação e descarga. O rio Paraíba é um rio sagrado para os Tupinambás. Nele os
índios faziam seus rituais secretos.
Tipos de Banhos
* Banhos de Descarga
É o mais conhecido, e como o próprio nome diz, o Banho de Descarga (ou descarrego)
serve para descarregar e limpar o corpo astral, eliminando a precipitação de fluídos
negativos (inveja, ódio, olho grande, irritação, nervosismo, etc). Suprime os males físicos
externamente, adquiridos de outrem ou de locais onde estiverem os médiuns. Este banho
pode ser utilizado por qualquer pessoa, desde que seguindo as recomendações das
Entidades/Guias Espirituais ou do seu Pai ou Mãe de Santo.
Estes banhos servem para livrar o indivíduo de cargas energéticas negativas. Conforme
vivemos, vamos passando por vários ambientes, trocamos impressões com todo o tipo de
indivíduo e como estamos num planeta atrasado em evolução espiritual, a predominância
do mal e de energias negativas são abundantes. Todos estes pensamentos, ações, vão
criando larvas astrais, miasmas e etc., que vão se aderindo à aura das pessoas. Por mais
que nos vigiemos, ora ou outra caímos com o nosso nível vibratório e imediatamente
estamos entrando nesta faixa vibratória.
* Banho de Descarga com Ervas:
Quando feito com ervas, as mesmas devem ser colhidas por pessoas capacitadas para tal,
em horas e condições exigidas, entretanto, podem ser usadas também as adquiridas no
comércio (frescas), desde que quem vá usá-las, as conheça.
Banhos com essências também devem ser utilizados com cuidado, pois contêm muita
vibração, somente administrados por pessoas capacitadas.
O banho de descarga mais usado é feito com ervas positivas, variando de acordo com os
fluídos negativos acumulados que uma pessoa está carregando, e de acordo com os orixás
que a pessoa traz em sua cabeça. O banho de descarga com ervas deve ser tomado após
o banho rotineiro, de preferência com sabão da costa, sabão neutro ou sabão de coco.
Um banho de descarga não deve ser jogado brutalmente pelo corpo e sim suavemente,
com o pensamento voltado para as falanges que vibram naquelas ervas ali contidas. Ao
tomarmos o banho de descarrego podemos também entoar um ponto cantado, chamando
os guias que vibram com aquelas ervas ali maceradas.
Hoje em dia há banhos de descarga que são comprados prontos, mas não são
recomendados, pois muitos não são preparados com o rigor que deveriam ser. Pois para
preparar um banho, devemos colher as ervas certas, caso contrário, não há efeito positivo
e/ou completo.
Este é o banho mais comumente utilizado, devido à sua simplicidade e eficiência. O sal
grosso é excelente condutor elétrico e “absorve” muito bem os átomos eletricamente
carregados de carga negativa, que chamamos de íons. Como, em tudo há a sua
contraparte etérica, a função do sal é também tirar energias negativas aderidas na aura de
uma pessoa. Então este banho é eficiente neste aspecto, já que a água em união como o
sal, “lava” toda a aura.
O preparo deste banho é bem simples, basta, após um banho normal, banhar-se de uma
mistura de um punhado de sal grosso, em água morna ou fria. Este banho é feito do
pescoço para baixo, não lavando os dois chacras superiores (coronário e frontal).
Após o banho, manter-se molhado por alguns minutos (uns 3 minutos) e enxugar-se sem
esfregar a toalha sobre o corpo, apenas secando o excesso de umidade. O melhor é não
se enxugar, mas vai de cada um.
Algumas pessoas, neste banho, pisam sobre carvão vegetal ou mineral, já que eles
absorverão a carga negativa.
Este banho é apenas o banho introdutório para outros banhos ritualísticos, isto é, depois do
banho de descarrego, faz-se necessário tomar um banho de energização, já que além das
energias negativas, também descarregaram-se as energias positivas, ficando a pessoa
desenergizada.
Este banho, não deve ser realizado de maneira intensiva (todos os dias ou uma vez por
semana, por exemplo), pois ele realmente tira a energia da aura, deixando-o muito
vulnerável.
Existem pessoas que usam a água do mar, no lugar da água e sal grosso.
* Banhos de Energização
São recomendados para ativar e afinizar as forças dos Orixás, Protetores de Cabeça e do
Anjo da Guarda.
Seus principais efeitos são ativar e revitalizar as funções psíquicas, para uma melhor
incorporação; melhorar a sintonia com as entidades.
Este banho reativa os centros energéticos e refaz o teor positivo da aura. É um banho que
devemos usar quando vamos trabalhar normalmente nas sessões. Também, podemos usá-
lo regularmente, independente de trabalharmos ou não como médiuns.
* Amaci
Normalmente quando o filho esta em duvida de quem seja seu Pai ou Mãe de Cabeça, usa-
se um Amaci de Oxalá, o qual rege a cabeça de todos nós, pois todos somos filhos de
Oxalá.
Os banhos de ervas devem ser preparados por pessoas especializadas dentro dos terreiros
ou por você mesmo(a), com a orientação de seu Zelador de Santo (Pai de Santo).
Na Umbanda, os Pais e Mães de Santo tem o conhecimento do uso das ervas e no preparo
delas.
Acenda uma vela branca e ofereça ao seu anjo de guarda. Ponha água (de preferência
mineral) dentro da bacia juntamente com a erva, e macere-a até extrair o sumo. Deixe
descansar a mistura, dependendo da "dureza", por algumas horas (flores, brotos e folhas),
até por dias (caules, cipós e raízes). Durante este processo, é importante que o filho de fé,
ou cante algum ponto correspondente, ou ao menos esteja concentrado e vibrando
positivamente.
Retire o excesso das folhas da bacia; tome seu banho de asseio normal; depois o de
descarrego, se indicado;e, depois tome o banho com o amaci, lavando bem a cabeça, a
nuca, o frontal e os demais chacras, (o banho deverá permanecer no corpo), vista uma
roupa branca. Procure se recolher por uns trinta (30) minutos, mentalizando seu orixá.
Outros banhos:
Além destes banhos preparados, podemos contar com outros tipos de banhos, que podem
ter algum efeito, dependendo da maneira que os encaremos:
* Banhos Naturais:
Não são apenas os banhos preparados que são usados para descarga/energização, os
banhos naturais são excelentes. Por exemplo: os banhos de cachoeira, de mar, de água de
Mina, de chuva (axé de Nanã), de rio, etc.
São banhos que realizamos em locais de vibração da natureza, onde as energias são
abundantes. Neste caso, não precisamos nos preocupar em não molhar os chacras
superiores (coronal e frontal). Claro que devemos para isto buscar locais livres da poluição.
* Banhos de Chuva:
O banho de chuva é uma lavagem do corpo associada à Nanã; uma limpeza de grande
força, uma homenagem a este grande orixá.
* Banhos de Mar:
Podemos ir molhando os chacras à medida que vamos adentrando no mar, pedindo licença
para o povo do mar e para Mamãe Iemanjá. No final, podemos dar um bom mergulho de
cabeça, imaginando que estamos deixando todas as impurezas espirituais e recarregando
os corpos de sutis energias. Ideal se realizado em mar com ondas e sob o sol.
* Banhos de Cachoeira:
Com a mesma função do banho de mar, só que executado em águas doces. A queda
d’água provoca um excelente “choque” em nosso corpo, restituindo as energias, ao mesmo
tempo que limpamos toda a nossa alma. Saudemos, pois Mamãe Oxum e todo povo
d’água. Ideal se tomado em cachoeiras localizadas próximas de matas e sob o sol.
Cuidados
Nenhum banho deve ser jogado sobre a cabeça, exceto os de ervas ou essências de Oxalá
ou dos Orixás que compõe a Tríade da Coroa do médium. Os demais banhos devem ser
tomados sempre do pescoço até os pés (Exceto sob determinação específica de um guia, e
mesmo neste caso devemos confirmar se entendemos corretamente o solicitado).
Há banhos para todos os Orixás e Entidades e sempre que tiver dúvida consulte-os ou
consulte um dos dirigentes da casa sobre o banho a ser tomado.
Muitos banhos têm dia e hora para tomar, portanto, consulte um dos dirigentes da casa se
tiver dúvidas.
6.3 – Orações
“Que a tenacidade de Ogum nos inspire a viver com determinação, sem que nos
intimidemos com pedras, espinhos e trevas!Que sua espada e sua lança desobstruam
nossos caminhos e seu escudo nos defenda! Ogum yê!”
“Que o labor de Oxóssi nos estimule a conquistar sucesso e fartura à custa de nosso
próprio esforço! Que suas flechas caiam à nossa frente, às nossas costas, à nossa direita e
à nossa esquerda, cercando-nos para que nenhum mal nos atinja! Okê Oxóssi!”
“Que Oxum nos dê a serenidade para agir de forma consciente e equilibrada, tal como suas
águas doces, que seguem desbravadoras no curso de um rio, entrecortando pedras e
precipitando-se numa cachoeira, sem parar nem ter como voltar atrás, apenas seguindo
para encontrar o mar! Que nós possamos lutar por um objetivo sem arrependimentos! Ora
yeyêo Oxum!”
“Que os raios de Iansã iluminem nossos caminhos e que o turbilhão de seus ventos leve
para longe aqueles que de nós se aproximam com o intuito de se aproveitarem de nossas
fraquezas! Êpa hey Iansã!”
“Que as pedreiras de Xangô sejam a consolidação da lei divina em nosso coração! Que
seu machado pese sobre nossas cabeças agindo na nossa consciência, e sua balança nos
incuta o bom senso! Kaô kabecilê Xangô!”
“Que as ondas de Iemanjá nos descarreguem, levando para as profundezas do mar
sagrado as aflições do dia a dia, dando-nos a oportunidade de sepultar definitivamente
aquilo que nos causa dor e que seu seio materno nos acolha e nos console! Odoyá
Iemanjá!”
“Que Omulu traga não só a cura para nossas mazelas corporais mas também ajude nosso
espírito a se despojar das vicissitudes! Atotô Omulu!”
“Que a sabedoria de Nanã nos dê outra perspectiva de vida, mostrando que cada nova
existência, seja aqui na Terra ou em outros mundos, gera a bagagem que nos dá meios
para atingir a evolução, e não uma forma de punição sem fim, como julgam os insensatos.
Saluba Nanã!”
“Que a paz de Oxalá renove nossas esperanças de que, depois de erros e acertos,
tristezas e alegrias, derrotas e vitórias, chegaremos ao nosso objetivo mais nobre: aos pés
de Zambi maior! Êpa babá Oxalá!”
Capítulo VII
Saiba mais
7.1 – Sobre os orixás
Características de Oxossi
Cor Verde
Essências Alecrim
Planeta Vênus
Elemento Terra
Chakra Esplênico
Sincretismo: S. Sebastião.
Características de Iansã
Cor Coral (amarelo)
Essências Patchouli
Elemento Fogo
Bebida Champanhe
Características de Obaluaiê
Cor Preto e branco
Símbolo Cruz
Elemento Terra
Chakra Básico
Características de Ogum
Cor Vermelha
Essências Violeta
Elemento Fogo
Chakra Umbilical
Saudação Ogum Iê
Características de Xangô
Cor Marrom
Ervas Erva de São João, Erva de Santa Maria, Beti Cheiroso, Nega
Mina, Elevante, Cordão de Frade, Jarrinha, Erva de Bicho,
Erva Tostão, Caruru, Para raio, Umbaúba. (Em algumas casas:
Xequelê)
Símbolo Machado
Pontos da Pedreira
Natureza
Elemento Fogo
Chacra cardíaco
Características de Nanã
Cor Roxa ou Lilás
Símbolo Chuva.
Elemento Água
Bebida Champanhe
Comidas Feijão Preto com Purê de Batata doce. Aberum. Mungunzá
Características de Oxum
Cor Azul escuro
Elemento Água
Bebida Champanhe
Elemento Água
Chakra Frontal
Tentando de alguma forma ajudar, esse nego pequenino trás seu entendimento ao que não
seja Umbanda.
A Umbanda não é espetáculo que agrada e atrai mais aos olhos e não toca o coração!
A Umbanda não é ostentação, mais sim simplicidade construída ante o esforço próprio de
cada um!
A Umbanda não tem uma linguagem única, pois fala a língua de vários povos, de várias
raças que se traduz em uma única palavra: “Caridade”!
Diante de tanta diversidade deste Brasil cultural nego Firmino por vezes ainda observa os
filhos a se perguntarem:
Qual o segmento de Umbanda é o mais belo?- Aquele que conduz filho a prática da
caridade sem olhar a quem.
- O mais certo é aquele onde a humildade é a guia infalível para os filhos não caírem na
presunção, vaidade e prepotência.
- Aquele que cumpre seu dever diante dos Sagrados Orixás, Guias e Protetores e ensina
aos seus filhos a também assim procederem sem deixar de olhar por cada um.
Qual o Guia mais forte dentro da Lei de Umbanda?
- Aquele que ensina ao filho de fé a importância de estar aqui sem ser daqui, para que filho
nenhum se perca e nem se deixe levar pelo ilusório que possui muito brilho, porém não tem
consistência.
- Todas elas. Cada qual na sua área de atividade e ante o serviço a executar.
É por essas e outras razões que é necessário cada filho entender que o grande e o
pequeno são duas fases de uma mesma caminhada e que aos olhos de Zambi o pouco
dado de coração se torna muito e o muito dado com exibição se torna pouco.
Psicografado em 07/06/07