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Programador de Máquina CNC -

Fresadora

André Félix

Formação Inicial e
Continuada

+
IFMG
André Félix

Programador de Máquina CNC - Fresadora


1ª Edição

Belo Horizonte
Instituto Federal de Minas Gerais
2021
© 2021 by Instituto Federal de Minas Gerais
Todos os direitos autorais reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico
ou mecânico. Incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito do
Instituto Federal de Minas Gerais.

Pró-reitor de Extensão Carlos Bernardes Rosa Júnior


Diretor de Programas de Extensão Niltom Vieira Junior
Coordenação do curso André Félix
Arte gráfica Ângela Bacon
Diagramação Eduardo dos Santos Oliveira

FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

F316p Félix, André Fonseca.


Programador de máquina CNC Fresadora [recurso eletrônico] /
André Félix. – Belo Horizonte: Instituto Federal de Minas Gerais,
2021.
59 p. : il. color.

E-book, no formato PDF.


Material didático para Formação Inicial e Continuada.
ISBN 978-65-5876-107-5

1. Manufatura. 2. Fresagem. 3. Programação. I. Félix, André.


II. Título.

CDD 670.425

Catalogação: Rejane Valéria Santos (a) - CRB-6/2907

Índice para catálogo sistemático:


Manufatura auxiliada por computador - 670.425

2021
Direitos exclusivos cedidos ao
Instituto Federal de Minas Gerais
Avenida Mário Werneck, 2590,
CEP: 30575-180, Buritis, Belo Horizonte – MG,
Telefone: (31) 2513-5157
Sobre o material

Este curso é autoexplicativo e não possui tutoria. O material didático,


incluindo suas videoaulas, foi projetado para que você consiga evoluir de forma
autônoma e suficiente.
Caso opte por imprimir este e-book, você não perderá a possiblidade de
acessar os materiais multimídia e complementares. Os links podem ser
acessados usando o seu celular, por meio do glossário de Códigos QR
disponível no fim deste livro.
Embora o material passe por revisão, somos gratos em receber suas
sugestões para possíveis correções (erros ortográficos, conceituais, links
inativos etc.). A sua participação é muito importante para a nossa constante
melhoria. Acesse, a qualquer momento, o Formulário “Sugestões para
Correção do Material Didático” clicando nesse link ou acessando o QR Code a
seguir:

Formulário de
Sugestões

Para saber mais sobre a Plataforma +IFMG acesse


https://mais.ifmg.edu.br/
Palavra do autor

Prezado aluno, você está prestes a entrar no mundo da Indústria 4.0 –


especificamente na programação de máquinas operatrizes comandadas por
Controle Numérico Computadorizado (CNC).

Os profissionais das indústrias de manufatura metal-mecânica,


principalmente os trabalhadores formados no “chão de fábrica” perdem, muitas
vezes, a oportunidade de alcançar postos mais avançados na hierarquia por
não conseguirem compreender o avanço da Indústria 4.01

A Indústria 4.0, apesar deste termo estar em grande discussão nestes


últimos anos, já estava presente com outros títulos nas máquinas operatrizes
desde muito tempo. Hoje, o forte dessa tecnologia não é só automatizar as
máquinas, mas sim, interligar os processos e agilizar a produção. Para isso não
basta só as máquinas evoluírem, as pessoas, os profissionais também devem
evoluir. O operador de máquinas sem um conhecimento de programação não
tem como fazer essa ligação com a eficácia esperada pela indústria.

O que se busca ofertar aqui é habilitar o operador de máquina, seja ele


recém formado em engenharia, cursos técnicos ou de especialização como
ferramenteiros, ou até mesmo o iniciante na usinagem de metais, a programar
a execução de usinagem de peças simples em fresadoras de 3 eixos, no
comando Siemens Sinumerik facilitando o avanço do conhecimento e
diminuindo o gap existente entre o aprendiz e os que já trabalham com tal
tecnologia.

Para que se atenda a este objetivo, o aluno será a) nivelado ao


conhecimento básico de desenho, onde serão apresentadas as tecnologias
inicias na interpretação de desenho técnico mecânico; b) Conhecerá os códigos
utilizados no comando Siemens 4.7, c) Executará programas na linguagem
G ISO, por meio do uso dos códigos já apresentados, e poderá simular os
programas acessando a página da Siemens onde fará o download.

Bons estudos!
André Félix.
Apresentação do curso

Este curso está dividido em três semanas, cujos objetivos de cada uma são
apresentados, sucintamente, a seguir.

Nivelamento de interpretação em desenho e nivelamento


SEMANA 1 dos conhecimentos de cálculos de RPM e Vc.

Nivelamento dos conhecimentos sobre coordenadas


cartesianas e ferramentas a serem utilizadas nas
SEMANA 2
usinagens em máquinas CNC.

Nivelamento de metodologia na execução de programação


SEMANA 3 de peças para usinagem em fresadores de 3 eixos.

Carga horária: 30 horas.


Estudo proposto: 2h por dia em cinco dias por semana (10 horas semanais).
Apresentação dos Ícones

Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento quando
eles aparecem no texto. Veja aqui o seu significado:

Atenção: indica pontos de maior importância no


texto.

Dica do professor: novas informações ou


curiosidades relacionadas ao tema em estudo.

Atividade: sugestão de tarefas e atividades para


o desenvolvimento da aprendizagem.

Mídia digital: sugestão de recursos audiovisuais


para enriquecer a aprendizagem.
Sumário

Semana 1 – Desenho: O início de tudo ........................................................... 2


1.1. Desenho Mecânico .............................................................................. 2
1.1.1. Vistas ................................................................................................... 3
1.1.2. Linhas .................................................................................................. 4
1.1.3. Cortes e Seções................................................................................... 6
1.2. Fresagem ............................................................................................. 8
1.2.1. Cálculos ............................................................................................. 10
Semana 2 – Preparação para programação .................................................. 16
2.1 Coordenadas Cartesianas .................................................................. 16
2.2 Ferramentas utilizadas em fresadoras ............................................... 19
Semana 3 – Programação em Máquina CNC................................................ 21
3.1 Programação em fresadoras - CNC ................................................... 21
3.2 Lista de Comandos ............................................................................ 25
3.3 Programa para fresadoras ................................................................. 30
3.4 Simulador ........................................................................................... 34
Referências ................................................................................................... 35
Currículo do autor.......................................................................................... 37
Glossário de códigos QR (Quick Response) ................................................. 39
Semana 1 – Desenho: O início de tudo

Objetivos
Nesta semana, você poderá verificar seu conhecimento em
desenho técnico mecânico e relembrar conceitos que tenha
esquecido. Aprenderá sobre cálculos de velocidades de
usinagem e verá que é necessário os valores certos para uma
boa programação.

Mídia digital: Antes de iniciar os estudos, vá até a sala


virtual e assista ao vídeo “Apresentação do curso”.

1.1. Desenho Mecânico

A usinagem em máquinas CNC não difere da usinagem em máquinas convencionais


quando o assunto é interpretação do que se vai fazer, ou seja, o que vamos usinar.
Várias formas são utilizadas para que se possa informar ao operador de máquinas o
que queremos, contudo, nada melhor do que desenhar.
Agora! Desenhar não é rabiscar ou rascunhar, é fazer com que a informação que se
deseja passar seja interpretada por todos que necessitam.
Vamos a um exemplo, a Figura 1 mostra um desenho que o cliente entregou ao
fabricante e que mais tarde, buscaria a peça.
quadrado de 5 cm
quad 2
cm

Figura 1 - Desenho feito pelo cliente.


Fonte: o próprio autor.

2
Dica do Professor: Fazer desenhos de peças de modo
rascunho é uma ferramenta importante para que
possamos entender de forma rápida o que o cliente está
pedindo. Assim, sugiro que pegue uma folha e desenhe
o que você entendeu da solicitação do cliente no
exemplo.

É possível que o que o técnico entendeu do rascunho do cliente, não seja exatamente
o que o cliente desejava. Nesse caso, um desenho dentro das normas técnicas deve ser
feito. É fundamental, então, o entendimento das normas de desenho. Para quem desenha e
para quem interpreta.
Neste capítulo vamos abordar uma revisão de desenho, concentrando na
interpretação.

1.1.1. Vistas

As vistas do desenho mecânico estão baseadas na ABNT NBR 10067, onde descreve
o princípio geral da representação. Vamos iniciar pelos Diedros. Uma representação pode
ocorrer no 1º ou no 3º diedro, Figura 2.

Figura 2 – Simbologia de 1º e 3º diedros


Fonte: ABNT- NBR 10067, (1995)

Atenção: Entender em que diedro se encontra o


desenho é um facilitador para interpretar o desenho final.
Ele é responsável pelo rebatimento das vistas (Figura 3).

3
Figura 3 - Representações de desenho nos diedros
Fonte: adaptado de ABNT- NBR 10067 (1995)

1.1.2. Linhas

Outra questão a ser observada são as linhas utilizadas para desenhar: Linhas cheias,
tracejadas, traço e ponto, são importantíssimas para a definição clara da figura. A NBR 8403
caracteriza as linhas conforme Figura 4.

4
Figura 4 - Quadro sobre tipos de linhas conforme ABNT 8403
Fonte: ABNT – NBR 8403, (1984).

5
Interpretar corretamente as linhas pode ajudar a entender o desenho mesmo sem
todas as vistas, Figura 5.

Figura 5 - Uso de linhas não visíveis


Fonte: Adaptado de ABNT – NBR 10126, (1984).

Na Figura 5, o uso da linha tracejada ajudou a entender se o furo seria passante ou


não.

Dica do Professor: Uma observação importante que


não será abordada nesta revisão, é sobre as cotas. A
cotagem, que você já deve conhecer, não pode ser feita
fora das normas, linhas de chamada que se cruzam,
cotagem em linhas tracejadas, falta de simbologia de
quadrado, simbologia de diâmetro ou simbologia de
roscas, devem ser observadas.

1.1.3. Cortes e Seções

A NBR 10067 ainda nos ajuda a entender os cortes e seções. São recursos técnicos
necessários para expor uma parte não visível do desenho, Figura 6.
Furos, ranhuras, detalhes, podem não ser expressos na primeira vista ou em vistas
auxiliares, mas que fazem parte do conjunto ou são extremamente importantes.

6
Figura 6 - Corte em seção
Fonte: Adaptado de ABNT – NBR 12298, (1995).

Atenção: Busquem aprofundar em desenho técnico


mecânico. Um operador de máquinas deve conhecer
muito bem dessa ferramenta que é a base auxiliadora na
produção de qualquer peça.

Dica do professor: Existem vários livros e materiais com


informações básicas sobre desenho. Atentem ao
desenhar um rascunho, ele deve trazer todas as
informações necessárias para que outros possam lê-lo e
construir a peça proposta.

Atividade: Na nossa sala virtual, faça a atividade 1


“interpretação de desenhos, para que se possa melhorar
o aprendizado.

Mídia digital: Na próxima página vamos introduzir como


funciona uma fresadora e os cálculos necessários para
uma boa operação.
Para facilidar a visualização, vá até o YouTube e digite
“fresamento industrial em aço”, escolha um filme e veja o
funcionamento da fresadora.

7
1.2. Fresagem

A fresagem é um processo de usinagem mecânica, feito por fresadoras e ferramentas


especiais chamadas fresas. Consiste na retirada do excesso de metal ou sobremetal da
superfície da matéria-prima Figuras 7 e 8.

Figura 7 – Fresadora Ferramenteira convencional – Marca KONE


Fonte: https://www.kone.com.br/produtos/fresadoras-ferramenteiras/kfe-5/ (Acessado em 10 jul. de 2020)

Figura 8 – Fresadora CNC – Marca ROMI.


Fonte: https://www.romi.com/produtos/linha-romi-d/ (Acessado em: 10 jul. 2020).

8
Figura 9 – Movimento de corte, avanço e penetração da ferramenta no processo de fresamento.
Fonte: Adaptado de http://www.lmp.ufsc.br/.(Acessado em: 10 jul. 2020).

Na fresagem, a remoção do sobremetal da peça é feita pela combinação de dois


movimentos efetuados ao mesmo tempo. Um dos movimentos é o de rotação da ferramenta
(fresa) e o outro é o movimento da mesa da máquina, onde é fixada a peça a ser usinada.
Figura 9 e 10.

Figura 10 – Usinagem de uma peça em alumínio.


Fonte: http://usinagemonline.blogspot.com/2016/10/vantagens-e-desvantagens-de-maquina-
cnc.html.(Acessado em 30 set. 2020)

Um resultado eficiente de uma usinagem, depende não só da máquina e ou da


ferramenta, mas também das velocidades de usinagem programadas mecanicamente (em

9
máquinas convencionais) ou eletronicamente (em máquinas automáticas). O cálculo certo
das velocidades depende da operação, da ferramenta, da fresadora, do montante a tirar, do
acabamento desejado e, principalmente, do tipo de matéria prima a ser usinada.

1.2.1. Cálculos

As operações na fresadora também dependem de cálculos. A velocidade (RPM ou S)


e o avanço (F) devem ser bem estabelecidos para que se garanta acabamento conforme
desejado e, principalmente, a durabilidade da ferramenta.
A rotação é a velocidade aplicada ao giro da ferramenta, é definida pela quantidade
de rotação (de giro) da ferramenta que é possível em um minuto. O cálculo da rotação é
dependente do tipo de material a ser usinado. Cada material apresenta uma velocidade de
corte (VC), sendo um valor comercialmente tabelado - Tabela 1 - Velocidade de Corte para usinagem
na fresadora.

Assim calculamos a rotação e o avanço:

vc × 1000
𝑆=
𝜋×𝑑
S= rotação ( rpm)
vc= velocidade de corte (m/min)
 = pi
d = diâmetro da ferramenta (mm)

Além do cálculo da RPM para a fresagem, é necessário calcularmos a velocidade da


mesa onde a matéria prima está presa. O avanço corresponde em quantos milímetros a
mesa se desloca em um minuto. O avanço é dado pela equação:

F  fz  z  s
F= avanço (mm/min)
fz= avanço por dente (mm/dente)
z= quantidade de dentes
S = rpm

Observe que a variável fz corresponde ao número de dentes da ferramenta, isto faz


sentido, pois se a ferramenta tem muitos dentes o corte ficará mais fácil, isto é, o avanço
poderá ser maior. Para descobrir o Fz, consulte a Tabela 2 - Avanço por dente da fresa .

Pratique!

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Qual a RPM indicada para fresar em desbaste uma placa de aço macio (ABNT 1020)
com uma fresa com haste - HSS - com  15 mm?
Observando a tabela 1, a Vc de uma placa de aço 1020 para desbaste está entre 16
e 18, assim, utilizaremos 17 m/min.

17  1000
S  360 RPM
  15

Atividade: Ao desenvolver a atividade-exemplo acima


observe que a velocidade de corte (Vc) deve ser coletada
em tabelas, isto é necessário pois a Vc varia com o
material a ser usinado. Na internet e em livros próprios
tem várias tabelas para nos auxiliar.

Mídia digital: Vá até o YouTube e pesquise “


Fundamentos dos Processos de Usinagem ”, para
complementar seus conhecimentos.

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Tabela 1 - Velocidade de Corte para usinagem na fresadora.
Fonte: Adaptado de https://fdocumentos.com/document/tabela-para-avanco-de-corte-fresa.html (acessado
em 10 jul. 2020)

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Tabela 2 - Avanço por dente da fresa
Fonte: Adaptado de https://slideplayer.com.br/slide/1613377/ (acessado em 10 jul. 2020)

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Dica do Professor: O avanço por dente mede o quanto o
dente de uma ferramenta pode avançar cortando a
matéria prima, também é um dado retirado de tabelas,
pois é variável tanto pelas características da matéria-
prima quanto pelo tipo de ferramenta de corte.

Atividade: Consulte alguns sites de fabricantes de


ferramentas e procure por “mitsubishicarbide”. Em
seguida, para concluir a primeira semana de estudos, vá
até a sala virtual e faça a atividade final da semana 1.

Nos encontramos na próxima semana.


Bons estudos!

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Semana 2 – Preparação para programação

Objetivos
Transferência de conhecimento e execução de exercícios
sobre coordenadas cartesianas, usinagem e pesquisa de
máquinas operatrizes.

Mídia digital: Agora que você já conhece as máquinas


fresadoras e sabe fazer os cálculos para obter a RPM e
a Velocidade de Corte, inicie a semana visitando novas
páginas de internet em busca das imagens. Utilize das
palavras chaves como Fresadoras, Centro de Usinagem,
ROMI, KONE, Fresas de topo e outras.
Em seguida, vá até a sala virtual e assista a videoaula 2.

2.1 Coordenadas Cartesianas

Independente de qual máquina estamos falando, o sistema cartesiano é o princípio


orientativo para o movimento dos eixos da máquina.
Compreende em planos que, tomados por um ponto de referência (X=0, Y=0 e Z=0),
possa desenhar o trajeto da ferramenta.

Atenção: Como explicado no capítulo anterior, para


entender ou até fazer um programa para máquina CNC
não basta saber as especificidades do comando, ou os
cálculos. O entendimento da máquina em seu movimento
é dependente da forma da peça. O perfil do produto é
construído quando todos os pontos cartesianos
determinados são alcançados pela ferramenta durante a
usinagem.

Vejamos! Pegue uma folha quadriculada e desenhe os eixos cartesianos. Dê o nome


de eixo X ao eixo que está na horizontal e eixo Y ao eixo que está na vertical. Considere a
interseção desses eixos como o ponto zero. Distribua ao longo da linha vários pontos de
mesmo tamanho.

Dica do Professor: pegue uma régua e a cada 5 mm


coloque um traço sobre o eixo X e faça o mesmo sobre o
eixo Y.

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Projete os valores da tabela abaixo no quadrante que você construiu.
pontos X Y
A 70 0
B 70 20
C 60 30
D 20 30
E 10 20
F 0 20

Faça Você!

pontos X Y pontos X Y
A 40 0 J 30 58
B 50 4 K 20 52
C 60 8 L 18 50
D 68 20 M 12 40
E 70 30 N 10 30
F 68 40 O 12 20
G 60 52 P 18 10
H 50 58 Q 20 08
I 40 60 R 30 2

Os comandos de máquina CNC conseguem interpretar os pontos cartesianos em duas


formas, na forma absoluta e na forma incremental.

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Dica do Professor: Sobre coordenadas, temos:

Coordenadas absolutas: são pontos definidos no sistema


cartesiano onde a referência sempre será o ponto zero,
ou seja, o cruzamento entre abscissa e ordenada. Os
valores dos exercícios- exemplos anteriores, foram
inseridos pela forma absoluta.

Coordenadas incrementais: são pontos inseridos no


sistema cartesiano onde a cada ponto desenhado se
torna o ponto de referência para o próximo ponto. Isto é,
se o ponto 1 foi x=5 e y=5 e o próximo ponto for x=15 e
y=15 significa que o ponto final não será x=15 e y=15
mas sim x=20 e y=20.

Outra característica a ser observada nas coordenadas


incrementais é que o ponto negativo não significa que o
ponto estará noutro quadrante, mas sim, que será no
sentido esquerdo do ponto definido anteriormente.

Vamos construir a imagem do exercício-exemplo abaixo conforme coordenadas


incrementais.

pontos X Z
A 70 0
B 00 20
C -10 10
D -40 0
E -10 -10
F -10 0

Atenção: É justo chamar a atenção para o seguinte


ponto da atividade anterior: que o resultado é realmente
igual ao resultado do exercício com coordenadas
absolutas, porém os números são diferentes, por causa
do conceito de coordenadas INCREMENTAIS – lembre-
se!.

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Atividade: Vá até a sala virtual e realize a atividade
“Coordenadas”.

2.2 Ferramentas utilizadas em fresadoras

Atenção: A máquina utilizada no processo de fresagem


é denominada fresadora, (Figuras 7 e 8 lá nas páginas
anteriores) e as ferramentas utilizadas nas fresadoras
são denominadas fresas.

As fresas podem trabalhar em sua posição vertical, (Figura 9 – nas páginas


anteriores) horizontal ou radial. São ferramentas compostas de aço (HSS) ou em sua maioria
de carbeto de silício. Hoje, muitas ferramentas são de cerâmica, mas pelo custo ainda serem
altos, as de carbeto ou tungstênio são as mais populares.
As ferramentas verticais conhecidas como fresas de topo com hastes tem sua função
específica em rasgos ou planos, são formadas por hélice ou dentes e compostas por
números múltiplos de dois.
Desbastes em volume são feitas por fresas denominadas planetárias ou cassetes.
São indicadas para grandes desbastes e são formadas por um conjunto de pastilhas de
tungstênio que formam os dentes de corte.
Essas pastilhas intercambiáveis são substituídas sempre que se desgastam ou
quebram. Tem formatos diversos pois, para cada tipo de material ou tipo de usinagem, um
tipo de pastilha é indicado.

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Dica do Professor: Não foi muito explorado aqui nesta
semana o tipo de máquina, mas poderá ser feito por
você. Basta procurar na internet sobre fresadoras. Lá
você vai encontrar três tipos de máquinas: Fresadoras
verticais que são indicadas para serviços mais
complexos ricos em detalhamento e mudança de direção
contínua. As máquinas horizontais, utilizadas para
construção de peças robustas onde se utiliza fresas
cilíndricas. Essas fresadoras são indicadas para
construção de engrenagens.
As máquinas universais podem fazer as duas operações
apresentadas acima, contudo, muito utilizadas para
grandes desbastes. São máquinas robustas e aguentam
o tranco no desbaste bruto de materiais.

As ferramentas trabalham em movimento rotatório que, combinado com o movimento


linear da mesa (avanço), usinam desbastando e retirando material.

Mídia digital: Vamos terminar esta semana com visitas


à internet, pesquise por “ferramentas de fresamento”.
Existem empresas tradicionais na fabricação das
ferramentas para fresar, hoje (Outubro de 2020) estão
ativas as marcas como Sandivik, Mitsubishicarbide.net e
Iscar.
Cada empresa dessas tem sua página na internet e
oferece uma interface muito fácilpara quem acessa a
página.
Essas empresas podem ter páginas educativas com as
quais você poderá interagir e experimentar os cálculos
que aprendemos e outros.

Nos encontramos na próxima semana.


Bons estudos!

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Semana 3 – Programação em Máquina CNC

Objetivos
Aqui você vai ver como se programa. Serão apresentados os
comandos, pequenos programas e oportunidades para você
programar, inserindo os códigos na estrutura do programa.

3.1 Programação em fresadoras - CNC

As máquinas CNC são máquinas operatrizes comandadas por Controle Numérico


Computadorizado. Esses controles, também conhecidos como comandos, podem ser
diferentes em uma mesma fabricante de máquinas.
Cada comando tem suas particularidades em códigos, ou seja, um comando pode ter
um código que o outro não tenha e executa tal função, contudo todos os comandos têm uma
base geral de códigos conhecida como Código ISO (International Organization for
Standardization).
Optamos por trabalhar com o comando SIEMENS que é bem próximo do comando
ISO e de fácil aprendizagem.

Mídia digital: Visite a página da Siemens e conheça a


empresa, procure na internet por “Siemens”.
Em seguida, vá até a sala virtual e veja a aula 3
“programação”.

Para iniciarmos um programa, devemos conhecer para qual fresadora esse programa
está sendo preparado, isso nos ajuda a explorar os recursos da máquina. Uma fresadora
que tenha apenas três eixos (X, Y e Z) é conhecida como fresadora CNC; caso essa máquina
tenha mais que três eixos (X, Y, Z, A, B) passa a ser conhecida como centro de usinagem.
Figura 11.

21
Figura 11 - Eixos A e C além dos eixos X, Y e Z
Fonte: http://www.etepiracicaba.org.br/cursos/apostilas/mecanica/3_ciclo/automacao_cnc.pdf (acessado em
outubro de 2020)

Uma boa dica para sabermos se a fresadora tem mais que três eixos é utilizar a regra
da mão direita. Esa regra permite localizar os eixos e seus sentidos, além de indicar se é um
centro de usinagem ou uma fresadora CNC. Figura 12.

Figura 12 - Regra da mão para auxiliar na disposição dos eixos cartesianos


Fonte: http://cnctecnologia.no.comunidades.net (acessado em out de 2020)

22
Dica do professor: Se a máquina tiver mais eixos que
seria possível checar com a regra da mão direita, então,
podemos afirmar que é um Centro de Usinagem.

A regra da mão direita para localização dos eixos é


similar à regra conhecida como a regra de Fleming – O
dedo médio sempre direcionado ao eixo árvore. Você
pode procurar mais informações sobre a regra da mão
direita procurando na internet por “regra da mão direita
cnc” ou “regra de Fleming”.

Muito bem! Uma vez conhecida a máquina, vistos os eixos, podemos iniciar a
programação, e o início se dá com o entendimento do que deve ser feito e como fazê-lo.
Não confunda executar o programa com fazer o programa. Estamos fazendo o
programa, então precisamos de dados e uma certa organização: a) o que será feito? b)
Quais as ferramentas vou precisar? c) Quais os parâmetros definidos? d) Por onde
começar?
Atividade: A ordem é limpar (acabamento) os quatros
lados de uma peça de aço 1045 utilizando uma fresa
HSS de  20 mm e 6 arestas.

Procure responder:

a) o que será feito?


b) Quais as ferramentas vou precisar?
c) Quais os parâmetros definidos? Obter o valor de
S: e de F:
Por onde começar?

Para ajudar nas respostas é interessante que se faça um


rascunho do que você entendeu do formato da peça e
indique o ponto de partida, ou melhor, o zero peça – veja
a Figura 13.

Uma vez a matéria prima já preparada e presa na mesa da fresadora, deve-se definir
para a máquina os pontos de referência chamados de zero peça e zero máquina. No caso
de usinagem em fresadora, o zero máquina é definido por default. O zero peça deve ser
informado à máquina no processo de setup.
A usinagem sempre tem que começar por um ponto. A definição do ponto de início
pode caber ao operador, ao programador ou vir expresso no desenho do produto. Sempre
que esse ponto for indicado no desenho ou em um rascunho, devemos utilizar uma
simbologia própria (um círculo com um quadrante pintado) conforme Figura 13.

23
Figura 13 - Esquema da definição do zero peça na peça
Fonte: http://usinagemonline.blogspot.com/2014/ (acessado em 07 de fev.2021)

Atenção: O ponto definido no esquema recebe o nome


de zero peça. Uma peça pode receber vários pontos de
referência e, para cada zero definido atribui-se um código
de programação. Normalmente, o zero peça inicia-se
sempre no X0 e no Y0

Dica do professor: Analise bem o que será feito. Faça


um rascunho de onde a ferramenta vai começar, onde
está o zero peça e o zero máquina. Com as respostas
nas mãos podemos iniciar a programação.
Para executar o programa, deve-se preparar a máquina,
fixar a peça e iniciar o programa. Boa sorte!

Atenção: Este material e portanto a programação que


será vista a seguir, estão baseados na programação de
fresadoras (centro de usinagem) em comando Siemens
Sinumerik 828 d.

As funções abaixo são utilizadas na maioria dos comandos:


Função N = Número seqüencial
Função G = Função preparatória
Funções X, Y, Z = Funções de posicionamento
Função T = Seleciona ferramenta
Função S = Velocidade de Rotação

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Função F = Velocidade de avanço
Função M = Funções Miscelâneas/auxiliar
Ciclos = Sub rotinas específicas para uma atividade

A função N determina o número da linha, isso ajuda na localização de operação dentro


do emaranhado de linhas de um programa.
As funções do grupo G são funções preparatórias e determinam a operação que será
executada pelo comando; essas operações são tabeladas (Lista de Comandos) e podem ter
pequenas variações de comando para comando. No caso do comando Siemens para
fresadoras, essas funções são dadas pela letra G seguida de um número e podem ser ainda
Modais e Não Modais.

 MODAIS – São as funções que uma vez programadas permanecem na


memória do comando, valendo para todos os blocos posteriores, a menos que
modificados ou cancelados por outra função.
 NÃO MODAIS – São as funções que todas as vezes que requeridas, devem
ser programadas, ou seja, são válidas somente no bloco que as contém.

As funções de posicionamento determinam os pontos para onde a ferramenta se


deslocará. Está totalmente ligado aos planos cartesianos estudados anteriormente.
A função T determina o número da ferramenta (do inglês Tools), isto é, para a primeira
ferramenta a ser utilizada determina-se T1, para segunda T2 e sucessivamente.
A função S é a velocidade (RPM) determinada para a usinagem em questão.
A função F é o avanço determinado para a usinagem em questão.
A função M são funções auxiliares, que ajudam um determinado comando. Pode
também apresentar pequenas variações entre comandos.
Os ciclos são funções (pré- programadas) pré-programadas nas máquinas, executam
tarefas específicas, como rasgo, furos etc.

3.2 Lista de Comandos

Abaixo apresentamos uma lista de funções e ciclos utilizados em fresadoras com


comando Siemens. Para alguns comandos serão apresentados exemplos e ou explicações.

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G00 - Avanço rápido
O avanço rápido pode ser utilizado sempre que se precisa movimentar rapidamente
a ferramenta até um ponto determinado. Não utilizar o G0 com a ferramenta em corte,
recomenda-se não utilizar o G0 sem que a ferramenta esteja em rotação. Não respeitar
essas regras pode danificar a máquina, quebrar a ferramenta ou não ter a forma final da
usinagem conforme especificado. O comando G0 anula o comando G1 e vice e versa.

G01 - Interpolação linear


G02 - Interpolação circular Horária
G03 - Interpolação circular Anti-horária

Figura 14 - Esquema do movimento da ferramenta sob o comando G03


Fonte: o próprio autor.

Os comandos G2 e G3 anulam os comandos lineares (G0 e G1). Isso quer dizer que,
após o uso de G2 ou G3, deve-se inserir G0 ou G1 caso desejem movimentos lineares
(interpolação linear). Os comandos G2 e G3 executam atividades circulares. G2 sentido
horário e G3 sentido anti-horário. Para o uso desses comandos faça: a) leve a ferramenta
com G0 ou G1 para o início do arco (definir X e Y iniciais), b) Utilizando G2 ou G3 define-se
o X e Y do ponto final do arco e, na mesma linha complete com o raio do arco utilizando
CR=XX. Veja o exemplo: G3 X0 Y10 CR=25. COMANDO ESPECIAL VER G111. Figura 14
G04 - Tempo de permanência
G17 – Plano de trabalho XY
G18 – Plano de trabalho XZ
G19 – Plano de trabalho YZ
G40 – Cancela compensação do raio da ferramenta
G41 – Ativa compensação do raio da ferramenta (esquerda)
G42 – Ativa compensação do raio da ferramenta (direita)

Os comandos G40, G41 e G42 compreendem um conjunto de ações de compensação


de ferramenta. A compensação de ferramenta é utilizada quando não se quer calcular a
distância entre o centro da ferramenta e a tangência da ferramenta com a peça a ser cortada.
A Figura 15 ajuda a interpretar a questão. G41 é utilizado quando a usinagem é feita à

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esquerda do perfil no sentido da seta. G42 é utilizado quando a usinagem é feita à direita
do perfil no sentido da seta. G40 é utilizado sempre que for cancelar a ação de
compensação, devendo ser inserido no final do programa ou quando houver uma operação
de furar utilizando broca.

sem sem
G41 G42

G41 G42

Figura 15 - Ação das funções G40, G41 e G42.


Fonte: o próprio autor.

G53/G500 – Transferência do zero peça para zero máquina


G54 a G57 – Sistema de Coordenada de trabalho - zero peça

A definição de zero peça e zero máquina se resume em referência cartesiana para o


programa. Zero Máquina (G53) são os pontos em X, Y e Z onde se inicia a contagem métrica
na máquina. Nem sempre conseguimos coincidir o início da usinagem de uma peça com a
referência máquina, e nem há necessidade de ser. O início de usinagem em uma peça se
dá pela referência que é determinada pelo operador. É onde vai se iniciar a usinagem. A
determinação é reconhecida pela máquina/programa através dos comandos G54 em diante.
Podemos ter mais de um zero peça, neste caso, cada zero será alocado em um G. Por
exemplo zero 1 - G54, zero 2 - G55, zero 3 - G56... É muito importante definirmos ou
sabermos onde está alocado a referência peça. Exemplo: caso o zero peça em Z esteja na
base inferior da peça, qualquer valor negativo perfurará a mesa da máquina.

G60 – Posicionamento exato - deixando os cantos vivos, sem o contorno de suavização


G64 – Controle contínuo da trajetória (chanfrando os cantos)
G70 – Referência unidade de medida (polegada)
G71 – Referência unidade de medida (métrico)
G90 – Sistema de coordenadas absolutas
G91 – Sistema de coordenadas incrementais
G94 – Estabelece avanço mm / minuto
G95 – Estabelece avanço mm / rotação
G111 – Interpolação polar Funções especiais

O comando G111 contribui para auxiliar na execução de furações dispersas em torno


de um centro definido. O comando é utilizado quando não estão especificadas as
coordenadas para cada furo, Figura 16. Zero peça está definido pela simbologia. Figura 16.

27
Figura 16 - Aplicação do comando G111
Fonte: https://pt.slideshare.net/neves1566/apresentao-cnc-resumida (Acessado em 07 de fev. 2021)

Atenção: Para a figura 16 - O centro está na coordenada


x60 y40, então:
G0 X60 Y40
G111 X60 Y40
G0 AP=45 RP=25
G1 Z-10
G0 Z20
AP=90 RP=25
G1 Z-10
G0 Z20
AP=135 RP=25
G1 Z-10
G0 Z20

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COMANDO ESPECIAL PARA G2 OU G3: - Figura 17
Os comandos G2 ou G3 podem aproveitar dos ângulos e raios do comando G111. A
construção de um arco em ângulo pode ser desenvolvido incluindo ao comando G2 ou G3 o
RP e ou AP.

Figura 17 - Aplicação de RP e AP com G2 ou G37


Fonte: Siemens, (2003)

G111 X0 Y00; ponto central do arco


G1 X-20 Y0; ponto inicial do arco OU
G1 RP=20 AP=180
G2 RP=20 AP=39; ponto final do arco em ângulo
G1 X60 Y...; sequência em interpolação linear

Lista das funções miscelâneas ou auxiliares

M00 - Parada de programa


M01 - Parada de programa opcional
M02 - Final de programa
M03 - Gira eixo árvore sentido horário
M04 - Gira eixo árvore sentido anti-horário
M05 - Parada do eixo árvore
M06 – Troca de ferramenta
M07 – Liga refrigeração pelo centro da ferramenta
M08 - Liga refrigeração M09 - Desliga refrigeração
M17 - Fim de subprograma
M30 - Final de programa e retorno
REPEAT – Repetição de uma seção do programa
LABEL – Palavra de endereçamento
GO TO – Desvio de programa
MCALL – Chamada de sub-rotina
TRANS e ATRANS – Deslocamento de origem
ROT e AROT – Rotação do sistema de coordenadas
SCALE e ASCALE – Fator de escala
MIRROR e AMIRROR – Imagem espelho
CYCLE81 – Furação simples

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CYCLE82 – Furação com tempo de permanência
CYCLE83 – Furação com quebra ou eliminação de cavacos
CYCLE84 – Roscamento macho rígido
CYCLE840 – Roscamento mandril flutuante
CYCLE85 – Mandrilamento com retração do eixo árvore em rotação
CYCLE86 – Mandrilamento com retração do eixo árvore parado
CYCLE87 – Mandrilamento
CYCLE88 – Mandrilamento
CYCLE89 – Mandrilamento
CYCLE90 – Interpolação helicoidal
CYCLE71 – Facear superfície
CYCLE72 – Fresar superfície M
HOLES1 – Linha de posições
HOLES2 – Círculo de posições
LONGHOLE – Rasgos em círculo
SLOT1 – Rasgos em círculo
SLOT2 – Rasgos circulares
POCKET1 – Alojamento retangular
POCKET2 – Alojamento circular
POCKET3 – Alojamento retangular
POCKET4 – Alojamento circular

Dica do professor: Para comandos de fabricantes


diferentes, uma mesma função pode ter significados
diferentes.

3.3 Programa para fresadoras

Para construir um programa de usinagem para máquinas CNC ,devemos seguir


alguns princípios. A primeira ação a ser tomada é estudar o desenho, entender o que se
pede, em seguida, construir a sequência de usinagem, determinar as ferramentas,
determinar os parâmetros e, por fim, escrever o programa.
A escrita do programa inicia com um conjunto de linhas que se tornarão padrão em
nossos estudos, em média as 5 ou 6 primeiras linhas do programa que chamaremos de
cabeçalho. Novos grupos aparecerão em seguida. Grupo contorno, grupo furos etc. As linhas
de comando do programa podem ser acompanhadas por comentários. No final de cada linha
adiciona-se { ; } ponto e vírgula e escreve o que o grupo ou a linha executará na peça.

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Dica do professor: Veja o exemplo de um programa
abaixo. Procure nas tabelas das páginas anteriores o que
cada código faz, ou seja, começamos com o código, por
exemplo:
G17 – o que significa?
Na linha N20 o G53 – porque foi usado?
Escreva na frente de cada linha o que o comando da linha
vai executar na peça, siga o exemplo em vermelho.
Não esqueça, N10, N20, N30 são apenas os números
das linhas

VAMOS AOS EXEMPLOS:


;Programa 01 - Contorno de um quadrado

N10 G17 G71 G90 G94; bloco de segurança


N20 G53 G0 Z0 M5;
N30 T1; determine aqui qual o tipo de ferramenta
N40 M6;
N50 G54 S2000 M3 D1;
; estas cinco primeiras linhas são sempre repetidas - serão chamadas
de cabeçalho do programa – não precisa escrever essa frase, foi
apenas para te informar.
N60 G0 X-15 Y-15; limite de segurança com avanço rápido antes de tocar a matéria prima
N70 Z-10; o zero peça está na superfície da matéria prima - ver Figura 13
N80 G1 X0 Y0 F890; o avanço calculado foi de 890 mm por minutos
N90 X0 Y100
N100 X100 Y100
N110 X100 Y0
N120 X0 Y0
N130 X-15 Y-15
N140 G0 Z50; retira a ferramenta da peça no sentido Z
N150 G53 G0 Z0 D0 M5; adota o zero máquina, eleva a ferramenta para Z=0 e desliga
N160 G53 G0 Y0; leva a mesa para y=0
N170 M30; término do programa

Utilize uma folha para desenhar o perfil do programa acima e faça seus comentários.

31
A construção de raios também é especificada em comando próprio. A retirada de um
vértice a 90º pode ser obtida com o comando RND. No caso do exemplo abaixo raios de
10 mm são construídos eliminando os vértices.

;Programa 02 - Desbaste de quadrado com raios - Comando RND


N10 G17 G71 G90 G94; bloco de segurança
N20 G53 G0 Z0 M5;
N30 T1; determine aqui qual o tipo de ferramenta
N40 M6;
N50 G54 S2000 M3 D1;
; estas cinco linhas são sempre repetidas - serão chamadas de cabeçalho do programa
N60 G0 X-15 Y-15
N70 Z-10; o zero peça está na superfície da matéria prima - ver Figura 13
N80 G1 X0 Y0 F890
N90 Y100 RND=10
N100 X100
N110 Y0 RND=10
N120 X0
N130 G1 X-15 Y-15
N140 G0 Z50
N150 G53 G0 Z0 D0 M5
N160 G53 G0 Y0
N170 M30

Atividade: Utilize uma folha para desenhar o perfil do


programa acima e faça seus comentários.

Dica do professor: Observe que nas linhas N90 em


diante e nos outros exemplos que se seguem não
repetimos o ponto de posicionalmente X ou Y. Isso
significa que o valor que falta de X ou de Y será igual ao
da Linha anterior.

Detalhes em curva, como entradas raiadas ou sinuosas devem ser feitas com
comando iniciados em G2 sentido horário e G3 anti-horário – Ver Figura 14.
Um comando de repetição (comando Repeat) também será inserido neste exemplo:

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;Programa 03 - Desbaste de quadrado entrada circular - Comando G2 e G3
N10 G17 G71 G90 G94; bloco de segurança
N20 G53 G0 Z0 M5;
N30 T1; determine aqui qual o tipo de ferramenta
N40 M6;
N50 G54 S2000 M3 D1;
; estas cinco linhas são sempre repetidas (para centros de usinagem) - DENOMINA-SE
CABEÇALHO
N60 G0 X-15 Y-15
N70 Z0 M8; o zero peça está na superfície da matéria prima
Inicio: Z=IC(-2); nome dado ao iníico do loop INÍCIO:
N80 G1 X0 Y0 F890
N90 G1 X0 Y20
N100 G3 X0 Y60 CR=20
N110 G1 Y100 RND=10
N120 X100
N130 X100 Y80
N140 G3 X100 Y60 CR=10
N150 G1 Y0 RND=10
FIM: X0; nome dado ao final do loop FIM:
N160 REPEAT INICIO FIM P4
N170 G1 X-15 Y-15
N180 G0 Z50
N190 G53 G0 Z0 D0 M5
N200 G53 G0 Y0 M8
N210 M30

Atividade: Utilize uma folha para desenhar o perfil do


programa acima e faça seus comentários.

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3.4 Simulador

Este tópico será um adicional ao seu esforço de ter chegado até aqui, nele você terá
acesso ao simulador.
O simulador é um software gratuito da Siemens que ajuda na verificação dos
comandos utilizados em um programa – Acesse o QR Code abaixo e veja como instalar.Siga
os passos do QR Code e instale o seu simulador.Assim, bom trabalho!.... Ah!... mas antes,
faça os exercícios na sala virtual e responda às questões para que seja aprovado.
Boa sorte!

Mídia digital: Vá até a sala virtual e veja o vídeo


“Instalação de Simulador”.

Atividade: Para concluir o curso e gerar o seu


certificado, vá até a sala virtual e responda ao
Questionário “Avaliação geral”.
Este teste é constituído por 10 perguntas de múltipla
escolha, que se baseiam em em programação.

Lá você verá que o foco é fazer com que o programa


desenvolvido execute a figura do produto.

Nas dicas apresentadas até aqui você encontrará muito mais do que foi passado.
Busque aprimorar seu conhecimento, aprofunde em Ciclos, ou até mesmo navegue por
outros comandos.
Nosso curso não acaba aqui, outras oportunidades estão ofertadas na Plataforma
+IFMG.

Parabéns pela conclusão do curso. Foi um prazer tê-lo conosco!

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Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8403: Aplicação de linhas em


desenhos – Tipos de linhas - Larguras das linhas: Procedimento. Rio de Janeiro, 1984.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10067: Princípios Gerais de
representação em desenho técnico. Rio de Janeiro: 1995.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126: Cotagem em desenho
técnico: Procedimento. Rio de Janeiro, 1987.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12298: Representação de
área de corte por meio de hachuras em desenho técnico: Procedimento. Rio de Janeiro,
1995.
BIGATON, Claudinei. 3º Ciclo de Técnico em Mecânica. Apostila Automação CNC. Centro
Paulo Souza – SP. Acesso em <http://www.etepiracicaba.org.br/cursos NIANMENG, Luo;
ZUAN, Xiao; LIN, Zhu. A system of engineering drawings and BOM management based
on design environment. Journal of Graphics, p. 141-146, 2012.
SIEMENS. SINUMERIK 810D/840D. Manual de fresamento e torneamento. 2ª edição
revisada de 10/2003.
STOETERAU, Rodrigo Lima. Fundamentos dos Processos de Usinage. Apostila. EPUSP.
2020. Acesso em <Sites.poli.usp.br.> Acessado em agosto de 2020.

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Currículo do autor
André Fonseca Félix: Doutor pela REDEMAT - UFOP/UEMG (2016) - Engenharia
de materiais - Desenvolvimento de Produto com reuso de materiais industriais
residuais. Reobtenção de título de Engenheiro de Produção FEAMIG (2009).
Mestrado em Engenharia de Materiais pela REDEMAT/UFOP (2003).
Especialização em Análise de Sistemas pela UNI-BH (2001). Graduação em
Design Industrial - Projeto de Produto pela Universidade do Estado de Minas
Gerias (1999). Experiência de 15 anos de atuação na Indústria de autopeças na
área de metal e polímero. Experiência de 15 anos na docência em cursos
Técnicos, Tecnológicos, Graduação e pós-graduação em instituições como PUC,
UNA, FUMEC e IFMG. Area de atuação: Meio Ambiente, Processamento Industrial
de Metais, Cerâmicas, Polímeros e Compósitos. Experiência na Direção de
Ensino, Pesquisa e Extensão do IFMG - Campus Betim

Currículo Lattes: lattes.cnpq.br/2817091444387181

Feito por (professor-autor) Data Revisão de layout Data Versão

Luiz Augusto Ferreira de


André Félix 11/08/2020 11/12/2020 1.0
Campos Viana

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Glossário de códigos QR (Quick Response)

Mídia digital Mídia digital


Instalação do Vídeo Aula –
Simulador Semana 02

Mídia digital Mídia digital


Vídeo Aula – Vídeo Aula –
Semana 01 Semana 03

39
Não

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Plataforma +IFMG
Formação Inicial e Continuada EaD

A Pró-Reitoria de Extensão (Proex), neste ano de


2020 concentrou seus esforços na criação do Programa
+IFMG. Esta iniciativa consiste em uma plataforma de cursos
online, cujo objetivo, além de multiplicar o conhecimento
institucional em Educação à Distância (EaD), é aumentar a
abrangência social do IFMG, incentivando a qualificação
profissional. Assim, o programa contribui para o IFMG cumprir
seu papel na oferta de uma educação pública, de qualidade e
cada vez mais acessível.
Para essa realização, a Proex constituiu uma equipe
multidisciplinar, contando com especialistas em educação,
web design, design instrucional, programação, revisão de
texto, locução, produção e edição de vídeos e muito mais.
Além disso, contamos com o apoio sinérgico de diversos
setores institucionais e também com a imprescindível
contribuição de muitos servidores (professores e técnico-
administrativos) que trabalharam como autores dos materiais
didáticos, compartilhando conhecimento em suas áreas de
atuação.
A fim de assegurar a mais alta qualidade na produção destes cursos, a Proex adquiriu
estúdios de EaD, equipados com câmeras de vídeo, microfones, sistemas de iluminação e
isolação acústica, para todos os 18 campi do IFMG.
Somando à nossa plataforma de cursos online, o Programa +IFMG disponibilizará
também, para toda a comunidade, uma Rádio Web Educativa, um aplicativo móvel para
Android e IOS, um canal no Youtube com a finalidade de promover a divulgação cultural e
científica e cursos preparatórios para nosso processo seletivo, bem como para o Enem,
considerando os saberes contemplados por todos os nossos cursos.
Parafraseando Freire, acreditamos que a educação muda as pessoas e estas, por
sua vez, transformam o mundo. Foi assim que o +IFMG foi criado.

O +IFMG significa um IFMG cada vez mais perto de você!

Professor Carlos Bernardes Rosa Jr.


Pró-Reitor de Extensão do IFMG
Características deste livro:
Formato: A4
Tipologia: Arial e Capriola.
E-book:
1ª. Edição
Formato digital

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