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Fresadora
André Félix
Formação Inicial e
Continuada
+
IFMG
André Félix
Belo Horizonte
Instituto Federal de Minas Gerais
2021
© 2021 by Instituto Federal de Minas Gerais
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reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico
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CDD 670.425
2021
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Sobre o material
Formulário de
Sugestões
Bons estudos!
André Félix.
Apresentação do curso
Este curso está dividido em três semanas, cujos objetivos de cada uma são
apresentados, sucintamente, a seguir.
Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento quando
eles aparecem no texto. Veja aqui o seu significado:
Objetivos
Nesta semana, você poderá verificar seu conhecimento em
desenho técnico mecânico e relembrar conceitos que tenha
esquecido. Aprenderá sobre cálculos de velocidades de
usinagem e verá que é necessário os valores certos para uma
boa programação.
2
Dica do Professor: Fazer desenhos de peças de modo
rascunho é uma ferramenta importante para que
possamos entender de forma rápida o que o cliente está
pedindo. Assim, sugiro que pegue uma folha e desenhe
o que você entendeu da solicitação do cliente no
exemplo.
É possível que o que o técnico entendeu do rascunho do cliente, não seja exatamente
o que o cliente desejava. Nesse caso, um desenho dentro das normas técnicas deve ser
feito. É fundamental, então, o entendimento das normas de desenho. Para quem desenha e
para quem interpreta.
Neste capítulo vamos abordar uma revisão de desenho, concentrando na
interpretação.
1.1.1. Vistas
As vistas do desenho mecânico estão baseadas na ABNT NBR 10067, onde descreve
o princípio geral da representação. Vamos iniciar pelos Diedros. Uma representação pode
ocorrer no 1º ou no 3º diedro, Figura 2.
3
Figura 3 - Representações de desenho nos diedros
Fonte: adaptado de ABNT- NBR 10067 (1995)
1.1.2. Linhas
Outra questão a ser observada são as linhas utilizadas para desenhar: Linhas cheias,
tracejadas, traço e ponto, são importantíssimas para a definição clara da figura. A NBR 8403
caracteriza as linhas conforme Figura 4.
4
Figura 4 - Quadro sobre tipos de linhas conforme ABNT 8403
Fonte: ABNT – NBR 8403, (1984).
5
Interpretar corretamente as linhas pode ajudar a entender o desenho mesmo sem
todas as vistas, Figura 5.
A NBR 10067 ainda nos ajuda a entender os cortes e seções. São recursos técnicos
necessários para expor uma parte não visível do desenho, Figura 6.
Furos, ranhuras, detalhes, podem não ser expressos na primeira vista ou em vistas
auxiliares, mas que fazem parte do conjunto ou são extremamente importantes.
6
Figura 6 - Corte em seção
Fonte: Adaptado de ABNT – NBR 12298, (1995).
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1.2. Fresagem
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Figura 9 – Movimento de corte, avanço e penetração da ferramenta no processo de fresamento.
Fonte: Adaptado de http://www.lmp.ufsc.br/.(Acessado em: 10 jul. 2020).
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máquinas convencionais) ou eletronicamente (em máquinas automáticas). O cálculo certo
das velocidades depende da operação, da ferramenta, da fresadora, do montante a tirar, do
acabamento desejado e, principalmente, do tipo de matéria prima a ser usinada.
1.2.1. Cálculos
vc × 1000
𝑆=
𝜋×𝑑
S= rotação ( rpm)
vc= velocidade de corte (m/min)
= pi
d = diâmetro da ferramenta (mm)
F fz z s
F= avanço (mm/min)
fz= avanço por dente (mm/dente)
z= quantidade de dentes
S = rpm
Pratique!
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Qual a RPM indicada para fresar em desbaste uma placa de aço macio (ABNT 1020)
com uma fresa com haste - HSS - com 15 mm?
Observando a tabela 1, a Vc de uma placa de aço 1020 para desbaste está entre 16
e 18, assim, utilizaremos 17 m/min.
17 1000
S 360 RPM
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Tabela 1 - Velocidade de Corte para usinagem na fresadora.
Fonte: Adaptado de https://fdocumentos.com/document/tabela-para-avanco-de-corte-fresa.html (acessado
em 10 jul. 2020)
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Tabela 2 - Avanço por dente da fresa
Fonte: Adaptado de https://slideplayer.com.br/slide/1613377/ (acessado em 10 jul. 2020)
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Dica do Professor: O avanço por dente mede o quanto o
dente de uma ferramenta pode avançar cortando a
matéria prima, também é um dado retirado de tabelas,
pois é variável tanto pelas características da matéria-
prima quanto pelo tipo de ferramenta de corte.
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Semana 2 – Preparação para programação
Objetivos
Transferência de conhecimento e execução de exercícios
sobre coordenadas cartesianas, usinagem e pesquisa de
máquinas operatrizes.
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Projete os valores da tabela abaixo no quadrante que você construiu.
pontos X Y
A 70 0
B 70 20
C 60 30
D 20 30
E 10 20
F 0 20
Faça Você!
pontos X Y pontos X Y
A 40 0 J 30 58
B 50 4 K 20 52
C 60 8 L 18 50
D 68 20 M 12 40
E 70 30 N 10 30
F 68 40 O 12 20
G 60 52 P 18 10
H 50 58 Q 20 08
I 40 60 R 30 2
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Dica do Professor: Sobre coordenadas, temos:
pontos X Z
A 70 0
B 00 20
C -10 10
D -40 0
E -10 -10
F -10 0
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Atividade: Vá até a sala virtual e realize a atividade
“Coordenadas”.
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Dica do Professor: Não foi muito explorado aqui nesta
semana o tipo de máquina, mas poderá ser feito por
você. Basta procurar na internet sobre fresadoras. Lá
você vai encontrar três tipos de máquinas: Fresadoras
verticais que são indicadas para serviços mais
complexos ricos em detalhamento e mudança de direção
contínua. As máquinas horizontais, utilizadas para
construção de peças robustas onde se utiliza fresas
cilíndricas. Essas fresadoras são indicadas para
construção de engrenagens.
As máquinas universais podem fazer as duas operações
apresentadas acima, contudo, muito utilizadas para
grandes desbastes. São máquinas robustas e aguentam
o tranco no desbaste bruto de materiais.
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Semana 3 – Programação em Máquina CNC
Objetivos
Aqui você vai ver como se programa. Serão apresentados os
comandos, pequenos programas e oportunidades para você
programar, inserindo os códigos na estrutura do programa.
Para iniciarmos um programa, devemos conhecer para qual fresadora esse programa
está sendo preparado, isso nos ajuda a explorar os recursos da máquina. Uma fresadora
que tenha apenas três eixos (X, Y e Z) é conhecida como fresadora CNC; caso essa máquina
tenha mais que três eixos (X, Y, Z, A, B) passa a ser conhecida como centro de usinagem.
Figura 11.
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Figura 11 - Eixos A e C além dos eixos X, Y e Z
Fonte: http://www.etepiracicaba.org.br/cursos/apostilas/mecanica/3_ciclo/automacao_cnc.pdf (acessado em
outubro de 2020)
Uma boa dica para sabermos se a fresadora tem mais que três eixos é utilizar a regra
da mão direita. Esa regra permite localizar os eixos e seus sentidos, além de indicar se é um
centro de usinagem ou uma fresadora CNC. Figura 12.
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Dica do professor: Se a máquina tiver mais eixos que
seria possível checar com a regra da mão direita, então,
podemos afirmar que é um Centro de Usinagem.
Muito bem! Uma vez conhecida a máquina, vistos os eixos, podemos iniciar a
programação, e o início se dá com o entendimento do que deve ser feito e como fazê-lo.
Não confunda executar o programa com fazer o programa. Estamos fazendo o
programa, então precisamos de dados e uma certa organização: a) o que será feito? b)
Quais as ferramentas vou precisar? c) Quais os parâmetros definidos? d) Por onde
começar?
Atividade: A ordem é limpar (acabamento) os quatros
lados de uma peça de aço 1045 utilizando uma fresa
HSS de 20 mm e 6 arestas.
Procure responder:
Uma vez a matéria prima já preparada e presa na mesa da fresadora, deve-se definir
para a máquina os pontos de referência chamados de zero peça e zero máquina. No caso
de usinagem em fresadora, o zero máquina é definido por default. O zero peça deve ser
informado à máquina no processo de setup.
A usinagem sempre tem que começar por um ponto. A definição do ponto de início
pode caber ao operador, ao programador ou vir expresso no desenho do produto. Sempre
que esse ponto for indicado no desenho ou em um rascunho, devemos utilizar uma
simbologia própria (um círculo com um quadrante pintado) conforme Figura 13.
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Figura 13 - Esquema da definição do zero peça na peça
Fonte: http://usinagemonline.blogspot.com/2014/ (acessado em 07 de fev.2021)
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Função F = Velocidade de avanço
Função M = Funções Miscelâneas/auxiliar
Ciclos = Sub rotinas específicas para uma atividade
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G00 - Avanço rápido
O avanço rápido pode ser utilizado sempre que se precisa movimentar rapidamente
a ferramenta até um ponto determinado. Não utilizar o G0 com a ferramenta em corte,
recomenda-se não utilizar o G0 sem que a ferramenta esteja em rotação. Não respeitar
essas regras pode danificar a máquina, quebrar a ferramenta ou não ter a forma final da
usinagem conforme especificado. O comando G0 anula o comando G1 e vice e versa.
Os comandos G2 e G3 anulam os comandos lineares (G0 e G1). Isso quer dizer que,
após o uso de G2 ou G3, deve-se inserir G0 ou G1 caso desejem movimentos lineares
(interpolação linear). Os comandos G2 e G3 executam atividades circulares. G2 sentido
horário e G3 sentido anti-horário. Para o uso desses comandos faça: a) leve a ferramenta
com G0 ou G1 para o início do arco (definir X e Y iniciais), b) Utilizando G2 ou G3 define-se
o X e Y do ponto final do arco e, na mesma linha complete com o raio do arco utilizando
CR=XX. Veja o exemplo: G3 X0 Y10 CR=25. COMANDO ESPECIAL VER G111. Figura 14
G04 - Tempo de permanência
G17 – Plano de trabalho XY
G18 – Plano de trabalho XZ
G19 – Plano de trabalho YZ
G40 – Cancela compensação do raio da ferramenta
G41 – Ativa compensação do raio da ferramenta (esquerda)
G42 – Ativa compensação do raio da ferramenta (direita)
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esquerda do perfil no sentido da seta. G42 é utilizado quando a usinagem é feita à direita
do perfil no sentido da seta. G40 é utilizado sempre que for cancelar a ação de
compensação, devendo ser inserido no final do programa ou quando houver uma operação
de furar utilizando broca.
sem sem
G41 G42
G41 G42
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Figura 16 - Aplicação do comando G111
Fonte: https://pt.slideshare.net/neves1566/apresentao-cnc-resumida (Acessado em 07 de fev. 2021)
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COMANDO ESPECIAL PARA G2 OU G3: - Figura 17
Os comandos G2 ou G3 podem aproveitar dos ângulos e raios do comando G111. A
construção de um arco em ângulo pode ser desenvolvido incluindo ao comando G2 ou G3 o
RP e ou AP.
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CYCLE82 – Furação com tempo de permanência
CYCLE83 – Furação com quebra ou eliminação de cavacos
CYCLE84 – Roscamento macho rígido
CYCLE840 – Roscamento mandril flutuante
CYCLE85 – Mandrilamento com retração do eixo árvore em rotação
CYCLE86 – Mandrilamento com retração do eixo árvore parado
CYCLE87 – Mandrilamento
CYCLE88 – Mandrilamento
CYCLE89 – Mandrilamento
CYCLE90 – Interpolação helicoidal
CYCLE71 – Facear superfície
CYCLE72 – Fresar superfície M
HOLES1 – Linha de posições
HOLES2 – Círculo de posições
LONGHOLE – Rasgos em círculo
SLOT1 – Rasgos em círculo
SLOT2 – Rasgos circulares
POCKET1 – Alojamento retangular
POCKET2 – Alojamento circular
POCKET3 – Alojamento retangular
POCKET4 – Alojamento circular
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Dica do professor: Veja o exemplo de um programa
abaixo. Procure nas tabelas das páginas anteriores o que
cada código faz, ou seja, começamos com o código, por
exemplo:
G17 – o que significa?
Na linha N20 o G53 – porque foi usado?
Escreva na frente de cada linha o que o comando da linha
vai executar na peça, siga o exemplo em vermelho.
Não esqueça, N10, N20, N30 são apenas os números
das linhas
Utilize uma folha para desenhar o perfil do programa acima e faça seus comentários.
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A construção de raios também é especificada em comando próprio. A retirada de um
vértice a 90º pode ser obtida com o comando RND. No caso do exemplo abaixo raios de
10 mm são construídos eliminando os vértices.
Detalhes em curva, como entradas raiadas ou sinuosas devem ser feitas com
comando iniciados em G2 sentido horário e G3 anti-horário – Ver Figura 14.
Um comando de repetição (comando Repeat) também será inserido neste exemplo:
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;Programa 03 - Desbaste de quadrado entrada circular - Comando G2 e G3
N10 G17 G71 G90 G94; bloco de segurança
N20 G53 G0 Z0 M5;
N30 T1; determine aqui qual o tipo de ferramenta
N40 M6;
N50 G54 S2000 M3 D1;
; estas cinco linhas são sempre repetidas (para centros de usinagem) - DENOMINA-SE
CABEÇALHO
N60 G0 X-15 Y-15
N70 Z0 M8; o zero peça está na superfície da matéria prima
Inicio: Z=IC(-2); nome dado ao iníico do loop INÍCIO:
N80 G1 X0 Y0 F890
N90 G1 X0 Y20
N100 G3 X0 Y60 CR=20
N110 G1 Y100 RND=10
N120 X100
N130 X100 Y80
N140 G3 X100 Y60 CR=10
N150 G1 Y0 RND=10
FIM: X0; nome dado ao final do loop FIM:
N160 REPEAT INICIO FIM P4
N170 G1 X-15 Y-15
N180 G0 Z50
N190 G53 G0 Z0 D0 M5
N200 G53 G0 Y0 M8
N210 M30
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3.4 Simulador
Este tópico será um adicional ao seu esforço de ter chegado até aqui, nele você terá
acesso ao simulador.
O simulador é um software gratuito da Siemens que ajuda na verificação dos
comandos utilizados em um programa – Acesse o QR Code abaixo e veja como instalar.Siga
os passos do QR Code e instale o seu simulador.Assim, bom trabalho!.... Ah!... mas antes,
faça os exercícios na sala virtual e responda às questões para que seja aprovado.
Boa sorte!
Nas dicas apresentadas até aqui você encontrará muito mais do que foi passado.
Busque aprimorar seu conhecimento, aprofunde em Ciclos, ou até mesmo navegue por
outros comandos.
Nosso curso não acaba aqui, outras oportunidades estão ofertadas na Plataforma
+IFMG.
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Referências
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Currículo do autor
André Fonseca Félix: Doutor pela REDEMAT - UFOP/UEMG (2016) - Engenharia
de materiais - Desenvolvimento de Produto com reuso de materiais industriais
residuais. Reobtenção de título de Engenheiro de Produção FEAMIG (2009).
Mestrado em Engenharia de Materiais pela REDEMAT/UFOP (2003).
Especialização em Análise de Sistemas pela UNI-BH (2001). Graduação em
Design Industrial - Projeto de Produto pela Universidade do Estado de Minas
Gerias (1999). Experiência de 15 anos de atuação na Indústria de autopeças na
área de metal e polímero. Experiência de 15 anos na docência em cursos
Técnicos, Tecnológicos, Graduação e pós-graduação em instituições como PUC,
UNA, FUMEC e IFMG. Area de atuação: Meio Ambiente, Processamento Industrial
de Metais, Cerâmicas, Polímeros e Compósitos. Experiência na Direção de
Ensino, Pesquisa e Extensão do IFMG - Campus Betim
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Glossário de códigos QR (Quick Response)
39
Não
40
Plataforma +IFMG
Formação Inicial e Continuada EaD