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DESENHISTA
MECÂNICO
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Apresentação
Peter Drucker
O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disto, e, consciente do
seu papel formativo, educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência: “formar o
profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa na resolução de
problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade,
empreendedorismo e consciência da necessidade de educação continuada”.
Isso porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e laboratórios
do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos, tomem sentido e se
concretizem em múltiplos conhecimentos.
O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade,
responder as suas demandas de informações e construir links entre os diversos conhecimentos,
tão importantes para sua formação continuada.
Prezado aluno,
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse
momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação voltada para o
desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira e para a formação profissional de jovens e
adultos.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação
se organizem de forma flexível e ágil, motivo esse que levou o SENAI a criar uma estrutura
educacional com o propósito de atender as novas necessidades da indústria, estabelecendo uma
formação flexível e modularizada.
Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade
a sua educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infraestrutura necessária a seu
desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico pedagógico da equipe de educação
desta escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Diretora de Educação
Introdução
Quando alguém quer transmitir um recado, pode utilizar a fala ou passar seus
pensamentos para o papel na forma de palavras escritas. Quem lê a mensagem fica conhecendo
os pensamentos de quem a escreveu. Quando alguém desenha, acontece o mesmo, passa seus
pensamentos para o papel na forma de desenho. A escrita, a fala e o desenho, representam ideias
e pensamentos. A representação que vai nos interessar neste momento é o desenho.
O desenho mecânico
Normas ABNT
Editadas e distribuídas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Normas ISO
Editadas e distribuídas peça ISO – International Organization for Standardization.
Normas DIN
DIN – Deutsche Normen (antigamente Deutsche Industrie – Normen)
Editada pelo DIN – Deutsche Institut fur Normung – Instituto Alemão para Normalização.
Representante no Brasil: ABNT – que possui na sua sede no Rio de Janeiro e na Delegacia
de São Paulo, coleções completas e em dia, de todas as normas DIN.
A principal finalidade do Desenho Técnico Mecânico é expressar, mediante uma linguagem gráfica
normatizada, forma e dimensões de um objeto por meio de projeções ortogonais.
Objetivos
Figuras geométricas
Introdução
Se olhar ao seu redor, você verá que os objetos têm forma, tamanho e outras
características próprias. As figuras geométricas foram criadas a partir da observação das formas
existentes na natureza e dos objetos produzidos pelo homem.
Nesta seção você vai conhecer ou recordar os diversos tipos de figuras geométricas. Todos
os objetos, mesmo os mais complexos, podem ser associados a um conjunto de figuras
geométricas.
Você terá mais facilidade para ler e interpretar desenhos técnicos mecânicos se for capaz
de relacionar objetos e peças da área da mecânica as figuras geométricas.
Ponto
Pressione seu lápis contra uma folha de papel. Observe a marca deixada pelo lápis: ela
representa um ponto. Olhe para o céu, numa noite sem nuvens: cada estrela pode ser associada a
um ponto no céu.
O ponto é a figura geométrica mais simples. Não tem dimensão, isto é, não tem
comprimento, nem largura, nem altura.
Linha
Podemos ter uma ideia do que é linha, observando os fios que unem os postes de
eletricidade ou o traço que resulta do movimento da ponta de um lápis sobre uma folha de papel.
Para se ter a ideia de linha reta, observe um fio bem esticado. A reta é ilimitada, isto é, não
tem início nem fim. As retas são identificadas por letras minúsculas do alfabeto latino. Veja a
representação da reta r:
Semi-reta
Tomando um ponto qualquer de uma reta, dividimos a reta em duas partes, chamadas
semi-retas. A semi-reta sempre tem um ponto de origem, mas não tem fim.
Segmento de reta
Tomando dois pontos distintos sobre uma reta, obteremos um pedaço limitado de reta. A
esse pedaço de reta, limitado por dois pontos, chamamos segmento de reta. Os pontos que
limitam o segmento de reta são chamados de extremidades. No exemplo a seguir temos o
segmento de reta CD, que é representado da seguinte maneira: .
Plano
Podemos ter uma ideia do que é o plano observando uma parede ou o tampo de uma
mesa. Você pode imaginar o plano como sendo formado por um conjunto de retas dispostas
sucessivamente numa mesma direção ou como o resultado do deslocamento de uma reta numa
mesma direção. O plano é ilimitado, isto é, não tem começo nem fim. Apenas disso, no desenho,
costuma-se representa-lo delimitado por linhas fechadas:
Para identificar o plano usamos letras gregas. É o caso das letras: α (alfa), β (beta) e γ
(gama), que você pode ver nos planos representados na figura acima. O plano tem duas
dimensões, normalmente chamadas comprimento e largura. Se tomamos uma reta qualquer de
um plano, dividimos o plano em duas partes, chamadas semiplanos.
Uma figura qualquer é plana quando todos os seus pontos situam-se no mesmo plano. A
seguir você vai recordar as principais figuras planas. Algumas delas você terá de identificar pelo
nome, pois são formas que você encontrará commuita frequencia em desenhos mecânicos.
Observe a representação de algumas figuras planas de grande interesse para nosso estudo:
Sólidos geométricos
Você já sabe que todos os pontos de uma figura plana localizam-se no mesmo plano.
Quando uma figura geométrica tem pontos situados em diferentes planos, tem um sólido
geométrico.
É muito importante que você conheça bem os principais sólidos geométricos porque, por
mais complicada que seja, a forma de uma peça sempre vai ser analisada como o resultado da
combinação de sólidos geométricos ou de suas partes.
Prismas
O prisma é um sólido geométrico limitado por polígonos. Boce pode imaginá-lo como uma
pilha de polígonos iguais, muito próximos uns dos outros, como mostra a ilustração.
________________faces;
________________arestas;
________________vértices.
Note que a base desse prisma tem a forma de um retângulo. Por isso ele recebe o nome de
prisma retangular. Dependendo do polígono que forma sua base, o prisma recebe uma
denominação específica. Por exemplo: o prisma que tem como base o triângulo, é chamado
prisma triangular. Quando todas as faces do sólido geométrico são formadas por figuras
geométricas iguais, temos um sólido geométrico regular. O prisma que representa as seis faces
formadas por quadrados iguais recebe o nome de cubo.
Pirâmides
A pirâmide é outro sólido geométrico limitado por polígonos. Você pode imaginá-la como
um conjunto de polígonos semelhantes, dispostos uns sobre os outros, que diminuem de tamanho
indefinidamente. Outra maneira de imaginar a formação de uma pirâmide consiste em ligar todos
os pontos de um polígono qualquer a um ponto P do espaço.
O nome da pirâmide depende do polígono que forma sua base. Na figura abaixo, temos
uma pirâmide quadrangular, pois sua base é um quadrado. O número de faces da pirâmide é
sempre igual ao número de lados do polígono que forma sua base mais um. Cada lado do polígono
da base é também uma aresta da pirâmide. O número de arestas é sempre igual ao número de
lados do polígono da base vezes dois. O número de vértices é igual ao número de lados do
polígono da base mais um. Os vértices são formados pelo encontro de três ou mais arestas. O
vértice principal é o ponto de encontro das arestas laterais.
Sólidos de revolução
Alguns sólidos geométricos, chamados sólidos de revolução, podem ser formados pela
rotação de figuras planas em torno de um eixo. Rotação significa ação de rodar, dar uma volta
completa. A figura plana que dá origem ao sólido de revolução chama-se figura geradora. A linha
que gira ao redor do eixo formando a superfície de revolução é chamada linha geratriz.
Cilindro
Cone
Esfera
Os sólidos geométricos que apresentam partes ocas são chamados sólidos geométricos
vazados. As partes extraídas dos sólidos geométricos, resultando na parte oca, em geral também
correspondem aos sólidos geométricos que você já conhece.
Observe a figura, notando que, para obter o cilindro vazado com um furo quadrado, foi
necessário extrair um prisma quadrangular do cilindro original.
Nome do sólido:_______________
Verifique se você acertou: a) cilindro; b) cilindro truncado; c) tronco de prisma retangular, com furo cilíndrico.
Imaginando o rebite decomposto em partes mais simples, você verá que ele é formado por
um cilindro e uma calota esférica (esfera truncada).
1) Agora tente você! Escreva os nomes das figuras geométricas que formam o manípulo
representado abaixo.
Existe outro modo de relacionar peças e objetos com sólidos geométricos. Observe, na
ilustração abaixo, como a retirada de formas geométricas de um modelo simples (bloco
prismático) dá origem à outra forma mais complexa.
Observe a figura abaixo. Tratasse de um prima retangular com uma parte rebaixada. Veja
como foi obtido o rebaixo:
Você deve ter respondido que foram retirados 2 prismas truncados das laterais e, para formar o furo
retangular, 1 prisma quadrangular.
3) Ligue cada sólido geométrico a figura plana que lhe deu origem.
5) Escreva o nome dos sólidos geométricos em que pode ser decomposto o manípulo
abaixo.
6) Que sólido geométrico foi retirado de um bloco em forma de prisma retangular, para se
obter esta guia em rabo de andorinha?
7) Analise o desenho a seguir e assinale com um X o nome dos sólidos geométricos que
foram retirados de um prisma retangular, para se obter este modelo prismático.
FORMATOS PADRÕES
A norma NBR 10068 padroniza as características dimensionais das folhas em branco e pré-
impressas a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos.
Já a norma técnica NBR 10582 fixas as condições exigíveis para a localização e disposição
do espaço para desenho, espaço para texto e espaço para legenda, e respectivos conteúdos,
nas folhas de desenhos técnicos.
Legenda
A legenda deve ficar no canto inferior direito nos formatos A4, A3, A2, A1, A0 e, também é
comum sua utilização ao longo da largura da folha de desenho no formato A4.
É fácil perceber porque a legenda é tão importante. Ela fornece informações indispensáveis
para a execução do conjunto mecânico, bem como de suas peças constituintes. Ela normalmente
está localizada no canto inferior direito da folha. Sua disposição e número de informações podem
variar de acordo com a necessidade de cada empresa. São exemplos mais utilizados:
Para facilitar o nosso entendimento podemos dividir a legenda em duas partes: rótulo e
listagem de componentes (peças/elementos).
Rótulo
Outras informações que podem ser encontradas no rótulo do desenho de montagem e que
merecem destaque:
Assinaturas dos responsáveis pelo desenho (professor): MÁRCIO P. MACHADO;
Logomarcas: SENAI/PRONATEC;
Data e número da revisão do desenho;
Outros, que a instituição/empresa julgar importante para entendimento e rastreabilidade:
tolerâncias dimensionais, simbologias, localização do arquivo do desenho, etc...
Tanto rótulo quanto listagem se pode adequar diante das necessidades específicas de cada
desenho, alguns exemplos seguem:
Exemplo 2 - Desenho de peça cortada em laser com desenho apenas para dobramento
Dobramento da folha
A norma NBR 13142 fixa as condições exigíveis para o dobramento de cópia de desenho
técnico.
Observações: certos tipos de desenhos, por suas proporções, poderão melhor se acomodar
em formatos especiais, que são obtidos pela adição ou pela supressão de módulos de dobraduras.
Letras e algarismos
Na maior parte das legendas dos desenhos técnicos empregam-se letras de traço simples,
de rápida execução e bem legíveis. O traçado destas letras pode ser vertical ou com inclinação
para a direita de 65 a 75° com a horizontal, executando à mão livre ou com auxílio de
instrumentos.
Nossa imperfeita percepção visual produz deformações, fazendo, por exemplo, com que
uma linha horizontal situada no meio de um retângulo aparenta estar mais abaixo. Por isso, as
letras B, E, K, S, X, A e os números 3 e 8 deverão sempre ser desenhados com a parte superior
menor que a inferior.
O primeiro requisito para o traçado das letas é a forma correta de segurar o lápis ou a
lapiseira. A pressão deve ser firme e uniforme sobre o lápis.
As linhas horizontais e oblíquas são traçadas da esquerda para a direita, e as verticais de
cima para baixo. Observe as seguintes figuras.
A norma NBR 8402 fixa as condições exigíveis para a escrita usada em desenhos técnicos e
documentos semelhantes.
A Norma NBR 8403:1984 fixa tipos e o escalonamento de larguras de linhas para uso em
desenhos técnicos e documentos semelhantes.
1) Coloque dentro dos círculos dos desenhos, os números correspondentes aos tipos de
linhas empregados em desenho técnico mecânico.
PROJEÇÕES ORTOGONAIS
A Norma NBR 10067 fixa a forma de representação aplicada em desenho técnico. São
possíveis dois métodos de projeção ortogonal, no 1º diedro e no 3º diedro, entretanto, no Brasil, o
método preferencial é o do 1º diedro, o que não acontece em países com os Estados Unidos, só
para citar um exemplo.
Diedros
Fixando a vista frontal (A), as posições relativas das outras vistas são as seguintes:
Fixando a vista frontal (A), as posições relativas das outras vistas são as seguintes:
1) Qual das alternativas abaixo mostra a posição relativa correta das vistas do desenho
técnico no 1° diedro?
4) Analise a perspectiva abaixo. Depois trace, nas vistas ortográficas, as linhas projetantes
auxiliares, mostrando as relações entre as três vistas.
10) Complete à mão livre as projeções das peças apresentadas e coloque o nome em cada
uma das vistas.
12) Desenhe à mão livre a vista superior e lateral esquerda das peças apresentadas.
17) Procure nos desenhos abaixo, as vistas que estão relacionadas entre si (frontal e
superior), e coloque os números correspondentes como no exemplo 1 (resolvido).
18) Procure nos desenhos abaixo, as vistas que estão relacionadas entre si (frontal e lateral
esquerda), e coloque os números correspondentes como no exemplo 1 (resolvido).
Para que urna peça seja fabricada já sabemos que é necessário representá-la em desenho
técnico com vistas, cortes, etc. Lembramos ainda que este desenho deve conter todas as
dimensões das partes que o compõe.
Este conjunto de dimensões (medidas) colocadas nos desenhos, de forma convencional e
normatizada, sem as quais jamais poderíamos executar a peça, denomina-se cotagem.
Uma boa cotagem exige o conhecimento de normas próprias e o processo de fabricação
das peças, assuntos que serão apresentados nesta unidade, pautados na norma NBR 10126 de
novembro de 1987, que fixa os princípios gerais de cotagem a serem aplicados em desenhos
técnicos.
A título de definição chamamos cota o valor numérico indicado no desenho para expressar
uma dimensão.
Por sua vez, cotagem é a representação gráfica no desenho da característica do
elemento. Essa representação se dá através de linhas, símbolos, notas e valor numérico numa
unidade de medida, O elemento é uma das características do objeto: superfície plana, superfície
cilíndrica, um ressalto, um filete de rosca, uma ranhura, um contorno.
Por essas observações iniciais você deve ter percebido a importância da cotagem para o
desenho técnico. Analise agora a sua aplicabilidade.
Os elementos básicos da cotagem são: a linha de cota, a linha auxiliar, o limite da linha de
Cota e a cota. É importante que você identifique claramente todos esses elementos.
Linha de cota
É uma linha estreita contínua que limita a linha de cota. As linhas auxiliares não devem
tocar na linha de contorno do desenho e ultrapassam ligeiramente a linha de cota.
Regras gerais
a) As cotas devem ser distribuídas nas vistas que melhor caracterizam as partes cotadas,
podendo ser colocadas dentro ou fora dos elementos que representam, a fim de se obter
melhores condições de clareza e facilidade na execução. Nas transferências de cotas para fora do
desenho empregamos as linhas de chamada, evitando o seu cruzamento com a linha de cota.
d) Como regra geral, as linhas de cota devem ficar afastadas entre si e também da peça
pela distância de aproximadamente 7mm.
f) As linhas de centro podem ser empregadas como linhas de chamada sendo prolongadas
pelo traço fino contínuo. Porém, as linhas de centro nunca poderão ser usadas como linha de cota.
g) Os furos de diâmetro grandes e pequenos podem ser cotados como no exemplo a seguir:
h) A linha de cota para indicações de raio, parte do centro do arco e levará somente urna
flecha na extremidade ligada à circunferência.
i) O centro, quando não demarcado pela interseção das linhas de centro, é indicado por
uma pequena circunferência de aproximadamente 1 mm.
1) A indicação de medidas angulares deve ser feita como nos exemplos apontados no
conjunto da figura abaixo.
m) Pequenos espaços podem ser cotados como os indicados nos exemplos da figura
abaixo. Repare que as flechas podem ser substituídas por pontos ou por pequenos traços
inclinados.
o) Outro recurso no emprego das cotas é a cotação em série (em cadeia), usada quando a
peça a ser usinada não requer grande precisão entre seus elementos contíguos e quando a soma
dos erros desses elementos não influencia no funcionamento da peça.
p) A cotação por linhas básicas (faces de referências) é usada quando se requer precisão
entre elementos contíguos. Nesse caso, todas as medidas devem partir de uma face de referência,
evitando assim a soma dos erros entre os elementos. Observe atentamente a abaixo.
Indicações suplementares
Até aqui você pôde aprofundar seus conhecimentos sobre cotagem. Mas há ainda muito
que aprender sobre as cotas. Considere as indicações a seguir como informações suplementares,
mas não menos importantes.
a) A altura dos algarismos que indicam as cotas deve ser proporcionais às dimensões do
desenho.
c) As cotas devem ser dispostas nas vistas ou nas secções nas quais a sua função fique mais
clara. Acompanhe os exemplos da figura abaixo.
l) Exemplo de cotagem de elementos diversos. Eles indicam a forma correta e a que deve
ser evitada. Acompanhe com atenção o conjunto apresentado na figura abaixo.
Sinais convencionais
Os sinais convencionais são usados nos desenhos com a finalidade de simplificar e facilitar
a sua leitura. Você precisa conhecê-los.
a) Ø - Sinal indicativo de diâmetro.
Usado na indicação de partes cilíndricas e nas vistas em que a secção circular das mesmas
não estejam bem caracterizadas. O sinal é colocado sempre antes dos algarismos. Observe:
e) X - Diagonais cruzadas. Duas diagonais cruzadas, traçadas com linha fina cheia é o
recurso usado nos seguintes casos:
d) Sinais convencionais indicativos de perfilados. Estes sinais são sempre empregados antes
da designação de bitola nos materiais perfilados.
2) Localize as cotas necessárias para execução das peças abaixo representadas. Não
coloque o valor numérico das cotas. Trace à mão livre, apenas as linhas de cota e as linhas de
extensão.
4) Localize as cotas necessárias para execução das peças abaixo representadas. Não
coloque o valor numérico das cotas. Trace a mão livre apenas as linhas de cota, de extensão e os
símbolos necessários.
5) Desenhe em CAD.
Emprego de escalas
O homem sempre necessitou registrar no papel coisas de que ele gosta ou precisa: uma
foto, um desenho para construção ou ainda o projeto de alguma ideia que posteriormente deseje
executar.
Há, porém, uma dificuldade a ser superada: algumas vezes os objetos são muito grandes e
não cabem no papel, como por exemplo, uma casa, um automóvel. Em outras, até caberiam, mas
seriam desenhos tão pequenos de difícil interpretação e, nesse caso, ninguém os enxergaria. É
claro que poderíamos utilizar papéis maiores ou menores, porém, não vamos esquecer que as
folhas têm dimensões padronizadas por normas.
Assim, antes de representar objetos, modelos e peças é preciso estudar o seu tamanho
real. Tamanho real é a grandeza que as coisas têm na realidade. Existem objetos que podem ser
representadas no papel em tamanho real. Mas, existem outros que não podem ser representados
em seu tamanho real. Alguns são muito grandes para caber numa folha de papel. Outros são tão
pequenos, que se os reproduzíssemos em tamanho real seria impossível analisar seus detalhes.
A solução para esses problemas é a redução ou a ampliação das representações destes
objetos. E como pode ser feito?
Manter, reduzir ou ampliar o tamanho da representação de alguma coisa é possível através
da representação em escala.
A Norma NBR 8196 fixa as condições exigíveis para o emprego de escalas e suas
designações em desenhos técnicos.
Requisitos gerais
Requisitos específicos
Detalhes em escala
Num desenho, quando algum detalhe, pela sua reduzida dimensão, não ficar
perfeitamente compreensível, ele poderá ser desenhado à parte, em escala de ampliação,
especificada, como no exemplo a seguir:
1) A peça abaixo está representada em escala natural. Marque qual das alternativas
representa a mesma peça em escala 2:1.
2) Complete as lacunas:
3) Coloque os valores numéricos nas linhas de cota, de acordo com a escala indicada.
Corte/Hachura
Até o momento viu-se que as projeções são o melhor meio para reproduzir a forma de uma
peça em suas três dimensões. Planos de projeções e seus rebatimentos, bem como as
representações em vistas podem ser pouco para tornar interpretável um desenho mecânico
específico, especialmente por conta do aparecimento de detalhes internos, os quais são
mostrados por linhas invisíveis. Quando estes detalhes são importantes para a fabricação, é
conveniente que se tornem visíveis. Isto é possível mediante a técnica do corte, uma forma de
representação do objeto na qual uma de suas partes é supostamente cortada e removida,
apresentando assim, claramente, as partes ocultas do objeto e facilitando a sua interpretação.
Sem tais cortes, não seria possível analisar os detalhes internos dos objetos mostrados. Em
mecânica, se utilizam modelos representados em corte para facilitar o estudo de sua estrutura
interna e de seu funcionamento.
Mas nem sempre é possível aplicar cortes reais nos objetos para um estudo. Em certos
casos deve-se apenas imaginar que os cortes foram feitos. É o que acontece em desenho técnico
mecânico, sendo o corte e seus tipos fixados pela norma NBR 10067 de maio de 1995.
Planos de corte
Para a simplificação do desenho, o desenhista pode lançar mão de uma técnica que
consiste em cortar uma parte da peça e, dessa forma, expor as superfícies internas. Em tais
seccionamentos todas as partes que se tornam visíveis são representadas por linhas de contornos
visíveis.
Para obter a vista em corte, um plano de corte imaginário é passado através da peça como
mostrado na figura acima (letra A). A parte anterior é removida (letra B). A direção do plano de
corte é representada no desenho por uma linha de corte. As superfícies expostas, que foram
cortadas, são identificadas por linhas convencionais (hachuras), apresentadas na figura (letra B).
Na representação geral, de qualquer material, deve ser usada a hachura mostrada na figura
abaixo — letra A. O material é representado por linhas traçadas com inclinação de 45° em relação
à base da peça, ou em relação ao eixo da mesma, com linha estreita, conforme a NBR 8403 (ver
Figura abaixo, letra B).
As hachuras em uma mesma peça são feitas sempre numa mesma direção, já nos desenhos
de conjunto ou peças adjacentes, devem ser feitas em direções opostas ou com espaçamentos
diferentes (Figura abaixo, letra A).
As hachuras devem ser espaçadas em função da superfície a ser hachurada. O
espaçamento mínimo para as hachuras é de 0,7mm, conforme NBR 8403.
As hachuras devem ser interrompidas quando houver necessidade de se escrever na área
hachurada (Figura abaixo, letra B).
As hachuras podem ser utilizadas, em alguns casos, para indicar o tipo de material. As
hachuras específicas, conforme o material, são mostradas na figura a seguir, assim também como
outras hachuras podem ser utilizadas, desde que identificadas.
Na união de chapas mediante uso de parafuso e porca mostrada na figura abaixo, a seguir,
você tem um exemplo de hachuras específicas que indicam o material utilizado nas peças.
Observando a figura abaixo, você deve concordar que a forma de representação da direita
é mais simples e clara do que a da esquerda. Fica mais fácil analisar o desenho com corte porque
nesta forma de representação usamos a linha para arestas e contornos visíveis em vez da linha
para arestas e contornos não visíveis.
Como já dito, na indústria, a representação em corte só é utilizada quando a complexidade
dos detalhes internos da peça torna difícil sua compreensão por meio da representação normal,
como visto no caso do registro de gaveta.
Os cortes são utilizados para representar de modo claro os detalhes internos das peças ou
de conjuntos. Em desenhos de conjunto ressaltam a posição das peças que constituem.
Além disso, os cortes indicam através da hachura o material de que é feita a peça ou as
peças, facilitando a colocação de cotas internas.
Corte total
O corte total é aquele que atinge a peça em toda a sua extensão, como pode ser visto na
imagem abaixo:
No caso de corte total, o plano de corte deve atravessar completamente a peça, atingindo
suas partes maciças, como mostra a figura abaixo:
Os cortes podem ser representados em quaisquer das vistas do desenho técnico mecânico.
A escolha da vista onde o corte é representado depende dos elementos que se quer destacar e da
posição de onde o observador imagina o corte.
Nesta posição, o observador não vê furos redondos nem o furo quadrado da base. Para que
estes elementos sejam visíveis, é necessário imaginar o corte (Figura abaixo).
Imagine o modelo seccionado, isto é, atravessado por um plano de corte, como mostra a
figura abaixo. O plano de corte paralelo ao plano de projeção vertical é chamado plano
longitudinal vertical. Este plano de corte divide o modelo ao meio, em toda sua extensão,
atingindo todos os elementos da peça.
Veja as partes em que ficou dividido o modelo atingido pelo plano longitudinal vertical.
Imagine que a parte anterior do modelo foi removida. Assim, você poderá analisar com
maior facilidade os elementos atingidos pelo corte.
Observe novamente o modelo seccionado e, ao lado, suas vistas ortográficas (Figura
abaixo).
A vista superior e a vista lateral esquerda não devem ser representadas em corte porque o
observador não as imaginou atingidas pelo plano de corte. A vista frontal está representada em
corte porque o observador imaginou o corte vendo o modelo de frente. Sob a vista representada
em corte, no caso a vista frontal, é indicado o nome do corte: corte AA.
Ainda na figura acima, observe que a vista superior é atravessada por uma linha traço e
ponto estreita, com dois traços largos nas extremidades. Esta linha indica o local por onde se
imaginou passar o plano de corte. As setas sob os traços largos indicam a direção em que o
observador imaginou o corte. As letras do alfabeto, próximas às setas, dão o nome ao corte.
Quando o corte é representado na vista frontal, a indicação do corte pode ser feita na vista
superior, como no exemplo anterior, ou na vista lateral esquerda, como mostra a figura a seguir.
Como o corte pode ser imaginado em qualquer uma das vistas do desenho técnico, agora
você vai aprender a interpretar cortes aplicados na vista superior.
Imagine o mesmo modelo anterior visto de cima por um observador.
Para que os furos redondos fiquem visíveis, o observador deverá imaginar um corte. Veja, a
seguir, o modelo seccionado por um plano de corte horizontal.
Observe mais uma vez o modelo com dois furos redondos e um furo quadrado na base.
Imagine um observador vendo o modelo de lado.
Para que o furo quadrado fique visível, o observador deverá imaginar um plano de corte
vertical atingindo o modelo, conforme a figura a seguir. Veja também que a parte anterior do
modelo seccionado foi retirada.
Você deve ter acompanhado atentamente o efeito dos cortes imaginados no modelo
anterior. Considerando as informações anteriores, tome nota:
O plano de corte, que é paralelo ao plano de projeção lateral, recebe o nome de plano
transversal;
Na vista lateral, o furo quadrado, atingido pelo corte, aparece representado pela linha para
arestas e contornos visíveis;
As partes maciças, atingidas pelo corte, são representadas hachurada;
O furo redondo, visível pelo observador, também é representado pela linha para arestas e
contornos visíveis;
Nas vistas ortográficas deste modelo cm corte transversal, a vista frontal e a vista superior
são representadas sem corte;
Quando o corte é representado na vista lateral, a indicação do plano de corte tanto pode
aparecer na vista frontal como na vista superior.
7) Observe as vistas ortográficas e responda: em qual das vistas aparece a indicação do plano
de corte?
10) Considerando a vista de frente e a vista lateral direita da peça abaixo, desenhe a vista
superior em corte AA.
Meio corte
Há tipos de peças ou modelos em que é possível imaginar em corte apenas uma parte,
enquanto que a outra permanece visível em seu aspecto exterior. Este tipo de corte é chamado
meio corte, e é aplicado em apenas metade da extensão da peça.
É um tipo peculiar às peças ou modelos simétricos no sentido longitudinal ou transversal.
Você reparou que, nos dois casos, as partes resultantes da divisão são iguais entre si!!!
Trata-se, portanto, de um modelo longitudinal e transversalmente simétrico. Neste modelo é
possível imaginar a aplicação do meio corte.
Observando o modelo com meio corte, você poderá analisar os elementos internos, além
disso, poderá observar também o aspecto externo, que corresponde à parte não atingida pelo
corte.
A linha traço e ponto estreita, responsável pela divisão da vista frontal ao meio, é a linha de
simetria. As partes maciças atingidas pelo corte são representadas hachuradas. O centro dos
elementos internos, que se tornaram visíveis com o corte, é indicado pela linha de centro.
A metade da vista frontal que não foi atingida pelo meio corte é exatamente igual à outra
metade. Assim, não será necessário repetir a indicação dos elementos internos na parte não
atingida pelo corte. Entretanto, o centro dos elementos não visíveis deve ser indicado.
Quando o modelo é representado com meio corte, não será necessário indicar os planos de
corte. As demais vistas são representadas normalmente.
Sempre que a linha de simetria que atravessa a vista em corte for vertical, a parte
representada em corte deve ficar à esquerda, conforme recomendação da NBR 10067. Veja a
figura a seguir.
Quando a linha de simetria que atravessa a vista em corte estiver na posição horizontal, a
metade em corte deverá ser representada na parte inferior do desenho, abaixo da linha de
simetria, conforme NBR 10067. É isso que você pode observar analisando a vista frontal em meio
corte no exemplo da figura abaixo.
A escolha da vista em que o meio corte deve ser representado depende das formas do
modelo e das posições dos elementos que se quer analisar.
2) Analise as vistas ortográficas e faça um traço embaixo das palavras que respondem
corretamente às perguntas.
4) Imagine que a peça abaixo sofreu meio corte, vista de cima. Complete, no desenho técnico,
a vista atingida pelo corte.
6) Desenhe em CAD.
Corte parcial
Este tipo de corte é aplicado em uma parte da peça para focalizar um detalhe determinado
por uma linha continua estreita à mão livre ou por uma linha estreita em zigue-zague. conforme a
NBR 8403.
Observe o modelo em perspectiva com aplicação de corte parcial.
A linha continua estreita irregular à mäo livre, que você ve na perspectiva, é a linha de
ruptura.
A linha de ruptura mostra o local onde o corte está sendo imaginado, deixando visíveis os
elementos internos da peça. A linha de ruptura também é utilizada nas vistas ortográficas.
Você pode imaginar mais de um corte parcial na mesma vista do desenho técnico.
O corte parcial também pode ser representado em qualquer das vistas do desenho técnico.
Outra coisa muito importante que você deve observar é que, na representação em corte
parcial, não aparece o nome do corte. Não é necessário, também, indicar o corte parcial em outras
vistas.
Outra coisa muito importante que você deve observar é que, na representação em corte
parcial, não aparece o nome do corte. Não é necessário, também, indicar o corte parcial em outras
vistas.
2) Desenhe em CAD.
Corte em desvio
O corte em desvio procura buscar todos os detalhes da peça. Para isso precisa desviar a
linha de corte (linha simétrica), passando pelas partes desejadas.
Veja a seguir o detalhamento da peça em perspectiva, mostrada anteriormente.
b.
c.
5) Imagine o modelo a seguir, seccionado por dois planos de corte, como mostra a
ilustração, e assinale com um X a alternativa correta.
9) Desenhe em CAD.
Omissão de cortes
Omissão quer dizer: falta, ausência. Nas representações com omissão de corte, as hachuras
são parcialmente omitidas.
Apenas alguns elementos devem ser representados com omissão de corte, nesse caso
quando seccionados longitudinalmente pelo corte não devem ser hachurados.
Veja a seguir o emprego deste conceito em alguns casos.
8. Os dentes das rodas dentadas e raios de roldanas não se seccionam quando o plano de
secção é longitudinal.
1) Assinale com um X as perspectivas das peças que devem ser representadas com omissão
de corte.
2) Analise a perspectiva e represente as hachuras onde for necessário, nas vistas ortográficas
da peça.
a) ( ) nervuras;
b) ( ) dentes;
c) ( ) orelhas;
d) ( ) braços.
Seção e Encurtamento
Em desenho técnico busca-se sempre, a forma mais simples, clara e prática de representar
o maior número possível de informações.
Voce já viu como a representação em corte facilita a interpretação de elementos internos
ou de elementos não visíveis ao observador. Mas, as vezes, o corte não é o recurso adquado para
mostrar a forma de partes internas da peça. Nestes casos, devemos utilizar a representação em
seção, que é um dos assuntos que voce vai aprender neta aula. As representações em seção
também são normalizadas pela ABNT (NBR 10067/1987).
Seções
As seções indicam, de modo prático e simples, o perfil ou parte de peças, evitando visitas
desnecessárias que nem sempre identificam a peça.
Seções enegrecidas
Encurtamento e Ruptura
Encurtamento
Certos tipos de peças, que apresentam formas longas e constantes, podem ser
representadas de maneira mais prática.
O recurso utlizado em desenho técnico para representar estes tipos de peças é o
encurtamento.
A representação com encurtamento, além de ser mais prática, não apresenta qualquer
prejuízo para a interpretação do desenho.
Nem todas as peças podem ser representadas com encurtamento. A seguir voce vai
conhecer as condições para que se possa usar este tipo de representação.
O encurtamento só pode ser imaginado no caso de peças longas ou de peças que contem
partes longas e de forma constante. Veja o exemplo de um eixo com duas espigas nas
extremidades e uma parte central longa, de gorma constante. Imagine o eixo seccionado por dois
planos de corte, como mostra a ilustração.
Rupturas
O suporte, representado em perspectiva, é uma peça que tem várias partes longas, onde
voce pode imaginar encurtamentos. Na vista ortográfica desta peça é possível representar, ao
mesmo tempo, os encurtamentos e as seções.
Note que a peça está representada através da vista frontal. Neste desenho estão
representados 4 encurtamentos e 4 seções. Duas seções estão indicadas na vista frontal e
representadas fora da vista: Seção AA e Seção BB. Uma seção aparece rebatida dentro da vista.
Quando a seção vem rebatida na vista, não é necessário dar-lhe um nome. Por fim, observe que
no encurtamento da parte inclinada aparece representada a quarta seção.
3) Desenhe em CAD.
4) Desenhe em CAD.
Projeção em rotação
Certas peças que têm superfícies oblíquas em relação ao plano de projeção, por
convenção, são representadas por meio de outro tipo especial de projeção ortográfica: a projeção
em rotação.
A “rotação de detalhes oblíquos” tem por finalidade evitar o encurtamento que resultaria
da verdadeira projeção de detalhes inclinados. Faz-se a rotação destes detalhes de modo a
projetá-los sem deformação. Observe o seguinte exemplo.
Certas peças, embora simples, necessitam - devido a pequenos detalhes - de mais de uma
vista para sua inteira compreensão. A representação destas peças pode ser simplificada, deixando-
se de desenhar a segunda vista por inteiro, mas apenas o detalhe. É o caso, por exemplo, de uma
peça com chanfro ou furo escareado. Observe os seguintes exemplos.
1) Desenhe abaixo, a vista frontal e parcial da peça abaixo. Utilize a escala 1:1.
Vista simplificada
Quando representamos uma peça pelas suas projeções, usamos as vistas que melhor
identificam suas formas e suas dimensões. Podemos usar três ou mais vistas, como também
podemos usar duas vistas e, em alguns casos, para simplificar, até uma única vista.
Tome como exemplo o cilindro a seguir, desenhado em duas vistas. Com o emprego do
sinal convencional indicativo de diâmetro (Ø), pode-se eliminar a vista lateral, sem prejudicar a
clareza do desenho.
1) Empregando no máximo duas vistas, desenhe e cote - à mão livre – as peças abaixo.
Utilize estratégia de simplificação de vistas.
Perspectivas
Perspectiva é o desenho que mostra os objetos da maneira como eles são vistos na
realidade. A rigor, a visualização exata não é possível porque este desenho é feito a partir de um
determinado ponto de vista e lançado sobre uma superfície plana, enquanto a imagem real é
tridimensional. A perspectiva não é utilizada nas oficinas de fabricação porque deforma as
superfícies e é difícil de cotar. Além disso, a realização dessas perspectivas exige um trabalho
longo e minucioso. Elas são utilizadas nos catálogos dos construtores para as peças de reposição.
A figura abaixo apresenta um exemplo de uma perspectiva. Podemos dizer que a vista está
detalhada. Separa os diferentes componentes de um sistema de bielas de uma moto enquanto se
respeita a posição relativa de montagem.
A mais usada das perspectivas é a isométrica. Neste caso, as três faces sofrem a mesma
deformação, isto é, reduções iguais nos três eixos.
Como na perspectiva isométrica as reduções são iguais nos três eixos, utiliza-se o chamado
desenho isométrico, que é a figura obtida quando se passam para os eixos perspectivos as
medidas reais do objeto.
Observação:
Observe que, para completar a perspectiva de um sólido, será necessário desenhar outra
circunferência, ou arco, na face paralela e oposta à primeira, já traçada. Esta outra circunferência
terá as mesmas dimensões e seus vértices serão isometricamente coincidentes, ou seja, serão
ligados por linhas paralelas a um dos eixos isométricos (com a linha que liga os pontos E e E´na
figura a seguir, que é paralela ao eixo vertical).
As duas circunferências em perspectivas serão ligadas por linhas que compõem faces do
sólido (seriam como os lados de um cilindro); estas linhas são tangentes aos arcos que compõem a
circunferência, e para definir sua posição basta ligar os pontos de interseção entre os arcos
traçados e as diagonais maiores dos quadrados isométricos (pontos 1 e 2).
5. Na sequencia abaixo, desenhe as fases que faltam para chegar ao traçado completo da
perspectiva isométrica.
Conjuntos mecânicos
Nos exemplos abaixo, estão desenhados detalhes e conjuntos de uma chave de fenda de
hastes permutáveis (intercambiáveis).
Um conjunto mecânico também pode ser desenhado apenas com o objetivo de mostrar
os seus componentes e a nomenclatura destes, como é o exemplo do desnho da “Serra Alternativa
do tipo Mecânica” apresentada abaixo. Note que o conjunto foi representado em vista única e não
houve preocupação com os seus detalhes, pois o objetivo era apenas em apresentar a
nomenclatura da peças componentes da Serra Alternativa.
Também poderia ter sido utilizada a representação em perspectiva, que nos mostraria o
conjunto com suas três dimensões; no entanto, sempres que é possível, devemos evitar esta
representação por ser de difícil e demorada elaboração (ser realizados manualmente, com o uso
de ferramentas CAD esta tarefa é rápida e fácil de ser executada, além de ser, em muitos casos,
indispensável para facilitar o entendimento do conjunto representado).
O desenho técnico além de mostrar as formas e as dimensões das peças, precisa conter
outras informações para representa-lo fielmente. Uma destas informações é a indicação dos
estados das superfícies das peças.
Acabamento – acabamento é um grau de rugosidade observado na superfície da peça. As
superfícies apresentam-se sob diversos aspectos, a saber: em bruto, desbastadas, alisadas
e polidas.
a. Superfície em bruto – é aquela que não é usinada, mas limpa com a
eliminação de rebarbas e saliências;
b. Superfície desbastada – é aquela em que os sulcos deixados pela
ferramenta são bastante visíveis, ou seja, a rugosidade é facilmente
percebida;
c. Superfície alisada – é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta
são pouco visíveis, sendo a rugosidade pouco percebida;
d. Superfície polida – é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta
são imperceptíveis, sendo a rugosidade detectada somente por meio de
aparelhos especiais.
No sistema antigo de representação de acabamento superficial os símbolos indicativos
eram os seguintes:
1. Escreva, nas linhas indicadas, a rugosidade das peças em sua grandeza máxima, conforme
o exemplo a.
4. De acordo com a ABNT, rugosidade de uma superfície é a média das áreas compreendidas
acima da linha média, num comprimento de amostragem.
( ) certo
( ) errado
5. O número escrito no símbolo de rugosidade em um desenho indica que quanto maior ele
for, menor a rugosidade.
( ) certo
( ) errado
Dimensão efetiva – Valor obtido medindo a peça. A dimensão efetiva poderá ser qualquer
valor compreendido entre as dimensões máxima e mínima. É a dimensão real da peça após
fabricada. Ex.: 30,024 mm
Sistema de ajustes
Campo de tolerância
Furos
Eixos
1) Escreva, junto às cotas dos desenhos abaixo, as tolerâncias ISSO-ABNT de acordo com os
tipos de ajuste indicados.
b. Dentre as medidas abaixo, assinale com um X as cotas que podem ser dimensões
efetivas deste ressalto:
Informações complementares
Referenciais bibliográficos
Apostilas do SENAI.
FIESP, CIESP SESI, SENAI, IRS. Leitura e Interpretação de Desenho Técnico Mecânico – Telecurso
2000 Profissionalizante. Fundação Roberto Marinho. Três volumes. São Paulo – SP.Ed. Globo,
2000.
Normas ABNT.
PROVENZA, F. Desenhista de Máquinas (4ª ed.). São Paulo, Publicações PROTEC, 1991.
TUPY, E. T. Manual de Desenho Técnico Mecânico (Vol. II). 8ª impressão. Jun. 1988.