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Sardá
DIRETOR
Deonísio da Silva
VICE-DIRETOR
Alessandra Turnes
S E C R E TÁ R I A E X E C U T I VA
Amaline Mussi e
Vivian Mara Silva Garcia
ASSISTENTES EDITORIAIS
Jucélia Fernandes
REVISÃO
Officio (officio.com.br)
EDITOR AÇ ÃO
AV E N I D A P E D R A B R A N C A , 2 5
FA Z E N D A U N I V E R S I TÁ R I A P E D R A B R A N C A
8 8 1 3 7 - 2 7 0 – PA L H O Ç A S C
FONE: (48) 3279-1088
FA X : ( 4 8 ) 3 2 7 9 - 1 1 7 0
EDITORA@UNISUL.BR
Introdução 11
Alexandre Viana 13
Diana Carneiro 19
Diana Marques 25
Fátima Zagonel 31
Maura Piccoli 49
Rogério Lupo 59
Rosane Quintella 67
Sobre os artistas 73
A N AT O M I A D E U M A I LU S T R A Ç Ã O : O S B A S T I D O R E S D A I LU S T R A Ç Ã O C I E N T Í F I C A 11
Introdução
Passo a passo
O LIVRO AQUI apresentado é um Em novembro de 2013, no Jar-
dos resultados da 1ª Jornada de dim Botânico do Rio de Janeiro,
Ilustração Científica –Sul, carinho- durante o IV Encontro Nacional de
samente conhecida como JIC-Sul, Ilustradores Científicos (IV ENIC)
que aconteceu em Julho de 2014, surgiu novamente o desejo de rea-
em Florianópolis. Este catálogo re- lizar um encontro em Santa Catari-
trata as obras apresentadas na Ex- na. Nesse momento, conversando
posição “Anatomia de uma ilustra- com Diana Carneiro, pensou-se em
ção”, que também foi parte inte- realizar algo menor, talvez regio-
grante desse evento. nal. A ideia seria realizar esses en-
Falar sobre a exposição remete contros regionais nos anos em que
à concepção da Jornada. Esse início não acontecesse o evento nacio-
aconteceu há bastante tempo, mais nal. Contando com o forte incenti-
especificamente, no ano de 2008, vo da Diana e de toda a equipe do
em Curitiba, durante o II Encontro CIBP (Centro Ilustração Botânica de
Brasileiro de Ilustração Científica (II Curitiba) achamos que seria possí-
EBIC). Nesta ocasião, quando foi de- vel a organização desse evento,
batida a sede do próximo Encontro nesses moldes.
Nacional, consideramos a possibili- Felizmente, a proposta agra-
dade de realizá-lo em Florianópolis. dou a muitos, que nos incentiva-
A proposta nem chegou a ser apre- ram, aceitaram participar e auxilia-
sentada na plenária porque acha- ram na concretização dessa Jorna-
mos que não tínhamos ainda as da e da Exposição. Aqui uma breve
condições para assumir essa em- menção de agradecimento a toda
preitada. Mas, ficou a vontade. essa grande equipe: autores aqui
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Olho de Cão
Priacanthus arenatus, (Cuvier, 1829).
Técnica: Técnica Mista - Aquarela e Guache
Materiais utilizados: Aquarela Winsor & Newton, gouache
Talens, pincéis Plantec Marta legitimo nº 00, 0, 3 e 8, Keramik
sintético 12 e papel Fabriano 5 100% algodão, 360 gramas.
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OPriacanthus arenatus,
(Cuvier, 1829), peixe co-
nhecido vulgarmente como olho
colocado sobre uma superfície de
poliuretano flexível expandido, de
cor branca, sobre a qual as suas
de cão, foi coletado pelo próprio nadadeiras foram fixadas com alfi-
autor na Ilha dos Corais, região de netes. O exemplar foi colocado na
Florianópolis, em abril de 2014, postura clássica para observação
através de pesca submarina. Con- dos detalhes e fotografado deta-
servado em gelo, o exemplar foi lhadamente (Figura 1).
Figura 2 - Desenho em escala 1:1 gura 4), gerando o desenho base para
um estudo preliminar no qual foram
testadas as cores que tiveram, como
referências principais, fotos subaquá-
ticas da internet (Figuras 5 e 6).
Bambu-listrado
Bambusa vulgaris var. striata
Técnica: Aquarela
Suporte: Papel Arches Aquerelle, 640gm²
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O
trabalho foi inspirado em visi-
tas a três locais distintos (Cha-
pada do Veadeiros/ GO, Morretes/PR e
ram tiradas várias fotos mostrando as-
pectos do hábito, como folhagem,
colmos, ramificações dos nós, brotos e
Parque Barigui, Curitiba/PR), onde fo- demais detalhes (Figura 1).
1 Parte do Trabalho de doutorado, parcialmente financiado pelo projeto Europeu POPH/FSE e por uma bolsa da Fundação para a
Ciência e Tecnologia (SFRH/BD/51840/2012), do programa UT Austin|Portugal, CoLab
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Skin & Bones trará aos visitantes ce) e pediu-se-lhe que conferisse vá-
a possibilidade de ver a anatomia rias fases de produção do trabalho.
externa de uma Vaca do Mar sobre- Segundo a sua recomendação, pres-
posta ao esqueleto real que está tou-se atenção à anatomia dos Du-
pendurado no teto da galeria. gongues, uma das espécies extantes
Para esse fim criou-se um mode- de Sirenídeos que se julga ser o pa-
lo digital tridimensional do animal. rente mais próximo da Vaca do Mar
(Figura 4).
Mandacaru
Cereus jamacaru DC.
Técnica: Aquarela
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Figura 8 - Estudo de formato e cor do fruto. Aqui podemos notar que todos
os cladódios foram retratados do
mesmo ponto de visão. No entanto,
o cladódio mais velho, por ser mais
alto, fica numa perspectiva diferen-
te (Figura 10).
dos ficam bem diferenciados e re- apesar de ser uma cirurgia progra-
conhecíveis, pois são representa- mada, o campo é um tanto confu-
dos de forma mais gráfica. Aqui o so e, embora se possa identificar o
realismo não é desejável. Na figura coração, os demais tecidos ficam
de referência (Figura 2) vê-se que, pouco evidentes.
Coleóptero
Técnica: Aquarela
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Figura 1 – O desenho
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Estrelítzia
Strelitzia reginae
Técnica: Lápis de cor
Material Utilizado: Papel: Arches Grain Satiné – 300gr
Lápis: Faber-CastellPolychromos
Blender: Lyra Rembrandt
Solvente: Sansodor – Winsor& Newton
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Passo 3: Esse trabalho foi produzido Passo 4: Após uma base de lápis de
com várias camadas de tinta. Encon- cor, apliquei o solvente. Ele ajuda a
tra-se a cor local fazendo-se testes, dissolver um pouco o pigmento do
misturando-se cores, até se encon- lápis de cor, fazendo com que pene-
trar a cor certa. É muito importan- tre melhor no papel. Esse solvente
te anotar a marca do lápis que foi aceita que você coloque, ainda, vá-
usado e o número da cor. Assim rias camadas de lápis. É importante
você poderá fazer um acervo de isolar as partes com bastante luz.
misturas para futuros trabalhos.
Essas camadas devem ser apli- Dica: Cuidado se usar máscara flui-
da, pois o solvente irá dissolvê-la
cadas de forma delicada e o mais
também.
uniforme possível. Lápis de cor pro-
duzem cores translúcidas. Imperfei- Figura 4 - Isolar partes com luz
ções nas camadas de base podem
aparecer e, às vezes, ficarem muito
evidentes nas camadas superiores.
Tainha
Mugil platanus
Técnica: Lápis de cor
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Microlicia sp.
Técnica: nanquim a bico de pena / papel
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Através de uma extensão lateral Figura 3.2 - Fusão das imagens da flor
provida com um espelho, a lupa fun- ampliada e do papel, onde
a mão desenha, como ocorre
de a imagem ampliada da estrutura em uma das oculares.
vegetal com a imagem do papel,
permitindo um desenho muito fiel
ao modelo. Sob essa lupa, é possível
ver o objeto ampliado (figura 3.1) e,
acionando-se uma chave, abre-se
uma janela que permite ver ao mes-
mo tempo a estrutura vegetal e a
mão sobre o papel, desenhando-se
assim “sobre” a visão do objeto (figu-
ra 3.2). Estereo microscópio signifi-
ca ser binocular, isso, portanto, per-
mite a visão tridimensional. Mas a
fusão das imagens (figura 3B) acon-
tece somente em uma das oculares Figura 4 - Esquema de lupa com câmara
(figura 4). Assim sendo, pode-se fe- clara mostrando o caminho
da luz do objeto ampliado
char ou deslocar um dos olhos ao (seta inteira) e da luz do
desenhar, e isso já suprime a dimen- desenho (seta interrompida)
são de profundidade, ficando favore- fundindo-se na ocular direita.
cida a observação bidimensional
que é a essência de desenhar.
ções das cópias dos detalhes. Após forma viva, como era antes de ser
a definição da composição geral da seca e prensada (figura 7). Isso é fei-
ilustração, faço um esboço da plan- to com técnicas de desenho, que
ta seca diretamente no papel vege- levam em conta a experiência geral
tal usando a cópia vista por transpa- com observação e desenho de
rência por baixo. plantas vivas, com as modificações
Recomponho a posição das es- do processo de coleta e secagem e,
truturas e trago a planta de volta à eventualmente, ajuda de fotos.
Figura 7 - Ramo esboçado a lápis a partir de planta seca, recompondo sua forma viva.
A função do papel vegetal, co- -se uma mesa de luz. A luz terá que
mo suporte da composição dos re- atravessar o papel das cópias xero-
cortes, é permitir a passagem da luz gráficas e do desenho final, e o pa-
através dos desenhos, pois a finali- pel vegetal, como suporte, oferece
zação a nanquim será feita usando- menos obstáculo à luz (figura 8).
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Eritrina Candelabro
Erythrina speciosa Andrews (Fabaceae)
Técnica: Aquarela
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Sobre os artistas
de São Carlos (UFSCar), em 1993 e tura com Angel Martínez. Atua co-
doutorado em Ecologia e Recursos mo ilustrador biológico freelancer
Naturais pela mesma instituição, desde 1998, voltado principalmente
em 1998. Professor Associa- para o meio acadêmico. Pesquisa,
do da Universidade Estadual de desenvolve e/ou resgata e leciona
Londrina, PR, onde ministra aulas técnicas diversas que se adequem à
relacionadas à Zoologia em nível de representação científica. Possui pre-
Graduação e de Pós-Graduação. miações em concursos de ilustração
Dedica-se principalmente à ilustra- botânica nacionais e internacionais.
ção de peixes, mas se interessa pe-
la ilustração de animais em geral.
Fez ilustrações de peixes a pedi- Rosane Quintella
do da Itaipu Binacional, publicou Nascida em São Paulo-SP. Graduada
um livro com 40 peixes do Brasil e em Artes Plásticas pela Escola de
colaborou como ilustrador em ou- Música e Belas Artes do Paraná-EM-
tras publicações. Ministra minicur- BAP. Bacharelado e Licenciatura em
sos relacionados à ilustração de pei- Biologia pela Universidade Católica
xes em eventos de âmbito nacional do Paraná (PUC). Décima sétima
como o Encontro Brasileiro de Ilus- bolsista da Fundação Botânica Mar-
tradores Científicos, Congresso Bra- garet Mee para o Royal Botanic Gar-
sileiro de Zoologia e Encontro Brasi- dens, (Kew, Inglaterra). Realizou tra-
leiro de Ictiologia, entre outros. É balhos em pintura (Dioramas) para
natural de Jales, SP. museus no Paraná. Atualmente le-
ciona cursos de aquarela botânica
no CIBP, em Curitiba, e trabalha co-
Rogério Lupo mo ilustradora.
Graduou-se em Ciências Biológicas
pela Universidade de São Paulo
(USP), em 1997, iniciando-se em Leandro Lopes de Souza
pesquisa em botânica taxonômica Ilustrador científico autônomo com
sob orientação de José Rubens Pira- produção mais acentuada em publi-
ni. Estudou desenho clássico e pin- cações na área da taxonomia botâni-
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Willian Máximo
CHEFE DE GABINETE
Fabiano Ceretta
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