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Aula 2
A S F UNÇ ÕES E XPONENCIAL E
L OGAR ÍTMICA

Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:

1 entender os conceitos de função exponencial, função


logaritmo e expressar gráficos dessas funções;
2 resolver problemas envolvendo as funções expo-
nenciais e logarı́tmicas.

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Métodos Determinı́sticos II | As Funções Exponencial e Logarı́tmica

Os conceitos de funções exponenciais e funções logarı́tmicas


estão baseados em operações de potenciação. Por isso, antes de
definir essa funções, vamos recordar brevemente como funciona
a potenciação quando a base é um número real positivo dife-
rente de 1 e o expoente um número real. A justificativa para
considerar como base apenas números reais b, tais que b > 0 e
b 6= 1, é porque apenas neste contexto são definidas as funções
logarı́tmicas.
Para o número racional m/p, onde o numerador é um número
inteiro e o denominador é um número inteiro positivo, definimos
a potência m/p de b, denotada por bm/p como sendo
√p m
bm/p = b .

Note que na definição o número m/p pode ser negativo. Nesta


situação, como p é sempre um número inteiro positivo, então m
é um número negativo.
Também, precisamos dar sentido à expressão br , quando r é
um número real. Neste ponto, vamos colocar o carro na frente
dos bois, apelando para um conceito que só será visto nas pró-
ximas aulas: o conceito de limite.
Nesta configuração, definimos br , a r-ésima potência de b,
onde r é um número real positivo, como o limite

br = lim (brn ) ,
n→∞

onde rn é uma seqüência de números racionais que convergem


para r. Note que o processo de limite significa que rn está arbi-
trariamente próximo de r, se n é muito grande. Se você preferir,
deixe este conceito para ser melhor entendido quando estudar o
conceito de limite nas aulas seguintes.
Para completar todas as possibilidades para o expoente x,
definimos que para x < 0,
 −x
x 1
b =
b

e convencionamos que
b0 = 1.

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Destas definições decorrem as propriedades tradicionais da


potenciação e radiciação, que também vamos recordar. Para to-

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dos os números reais m, r e s e qualquer número inteiro positi-
vo p.

1. br · bs = br+s
br

AULA
2. = br−s
bs

3. bm/p = p bm

A F UNÇÃO E XPONENCIAL
Uma função exponencial é uma função f : R → R definida
por f (x) = ax , onde a > 0 e a 6= 1. O número real fixo a é de-
nominado a base da função exponencial.
Precisamos fazer um comentário e uma observação de caráter
geral decorrentes da definição de função exponencial. Acompa-
nhe a nota que vem a seguir.

 i. Veja que a vantagem de excluir o valor a = 1 da


definição é porque para todo número real x, 1x = 1.
Portanto, se forçamos uma definição com a = 1, a
função exponencial assim definida seria uma função
constante, não acrescentando nenhuma novidade.
ii. O domı́nio D = D( f ) de uma função exponencial é
todo o conjunto R. Quanto ao conjunto imagem da
função, confira logo a seguir nas propriedades que
Im( f ) = (0, +∞).

P ROPRIEDADES DAS F UNÇ ÕES E XPONENCIAIS

1) Como a base da função exponencial é um número real a


que satisfaz a > 0 e a 6= 1, então para todo número real x, temos
que f (x) = ax > 0. Ou seja, os valores da função são todos posi-
tivos. Mais do que isso, o conjunto imagem da função coincide
com os números positivos. Ou seja Im( f ) = (0, +∞). Portanto,
o gráfico de qualquer função exponencial está situado acima do

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Métodos Determinı́sticos II | As Funções Exponencial e Logarı́tmica

eixo dos x. Esta situação pode ser constatada nos gráficos apre-
sentados um pouco mais adiante.
2) Para todo valor da base a > 0 e a 6= 1, temos que
f (0) = a0 = 1. Logo o gráfico de qualquer função exponen-
cial passa pelo ponto A = (0, 1). Veja este detalhe nos gráficos
apresentados logo a seguir.

G R ÁFICO DE UMA F UNÇ ÃO E XPONENCIAL

Antes de tratar o caso geral, vamos trabalhar um exemplo


particular, traçando o gráfico da função exponencial

f : R −→ R
x −→ f (x) = 2x .

Seguindo nossa técnica geral, precisamos construir uma quanti-


dade de pontos da curva que permitam intuir o gráfico da função.
Veja a tabela anexa à Figura 1.1.

y = f (x)
Pontos x f (x) = 2x
A -3 2−3 = 18
8 G
B -2 2−2 = 14
C -1 2−1 = 12
D 0 20 = 1 4 F
E 1 21 = 2
F 2 22 = 4 2 E
G 3 23 = 8 A B C D
−3 −2 −1 1 2 3 x

Figura 2.1: Gráfico da função exponencial f (x) = 2x .

Com os dados usados para construir anteriormente o gráfico


da função exponencial f (x) = 2x , podemos definir um conjunto
de pontos suficientes para esboçar o gráfico da função exponen-
cial de base 12 .

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Considere, então, a função

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f : R −→ R  x
1
x −→ f (x) = .
2

Adaptando os dados da tabela anterior, definimos alguns pon-


tos do gráfico desta nova função exponencial.

AULA
y = f (x)
 x
1
Pontos x f (x) =
2
A 8
1 −3
A -3 = 23 = 8
2
1 −2
B -2 = 22 = 4
2
1 −1 B 4
C -1 = 21 = 2
2
10 C 2
D 0 = 20 = 1
2 E F
11 1 D G
E 1 =
2 2 −3 −2 −1 1 2 3 x
2
1 1
F 2 =
2 4
13 1
G 3 =
2 8
 x
1
Figura 2.2: Gráfico da função exponencial f (x) = .
2

A partir do gráfico de duas funções exponenciais, que acaba-


mos de construir, podemos intuir que, de modo geral, os gráficos
das funções exponenciais são de dois tipos dependendo do va-
lor da base ser um número real maior que zero e menor que um
ou um número real maior que um. Veja os gráficos a seguir,
representados na Figura 1.3.

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Métodos Determinı́sticos II | As Funções Exponencial e Logarı́tmica

y y

1 1

x x

Figura 2.3: As funções f (x) = ax , a > 1 e f (x) = ax , 0 < a < 1.

Exercı́cio 2.1

1. Mostre através de representação gráfica que os gráficos


das funções f (x) = −3x + 14 e g(x) = 3x possuem um
ponto de interseção.

2. Determine o domı́nio das funções:


s 
1 1 x
a) f (x) = x b) − 3x
4 − 3x 3

A F UNÇÃO L OGARITMO , UMA P ITADA


DA H IST ÓRIA

No século XVII, o desenvolvimento da Matemática na Eu-


ropa, embora continuasse avançando em suas conquistas teóricas,
rende-se à necessidade de realização de cálculos concretos, para
modelar dados obtidos através da experimentação empı́rica.
A nova exigência é provocada pelo momento que a ciência e
o comércio vivem na Europa. Destaque, de um lado, para a
Astronomia, às voltas com uma descrição do sistema solar com-
patı́vel com as observações; de outro lado, para as necessida-
des do comércio, principalmente devido à construção de mapas
náuticos para as grandes navegações.
As rotinas de trabalho nestas duas frentes exigiam uma in-
finidade de longos e fatigantes cálculos, todos feitos manual-
mente. Tudo se complicava, principalmente, quando havia ne-
cessidade de multiplicar dois ou mais números grandes. Por

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exemplo, o algorı́tmo usual para a multiplicação de dois números


de sete algarismos necessita de 49 multiplicações e uma adição!

2 1 MÓDULO 1
A situação colocava um grande desafio às mentes matemáticas
da época. Como produzir um método confortável e eficiente,
menos sujeito a erros, para dar conta das laboriosas operações
numéricas exigidas?
Este quadro mudou espetacularmente em 1614, quando John

AULA
Neper (1550 - 1617) introduziu o cálculo logaritmico e construiu
a primeira tábua de logaritmos.

O L OGARITMO N EPERIANO

Neper trabalhou mais de vinte anos na formulação de suas


idéias de cálculo com logaritmos. Em 1614, publicou a obra
Descrição da maravilhosa regra dos logaritmos, causando forte
impacto. A palavra ”logaritmo” foi inventada por Neper a partir
das palavras gregas logos razão e aritmos número.
O método dos logaritmos, como passou a ser conhecido,
simplificava muito as rotinas dos longos cálculos de então, fa-
cilitando, por exemplo, a construção de cartas náuticas e impul-
sionando o desenvolvimento da Astronomia e do comércio.
Um dos maiores trunfos obtidos pelo projeto de Neper foi
o auxı́lio que forneceu às pesquisas de Johann Kepler. Na ta-
refa de encontrar um modelo para o sistema solar, Kepler lidava
com intermináveis cálculos, com base em dados experimentais.
Sem a ajuda da técnica dos logaritmos, provavelmente não teria
conseguido emergir do mar de cálculos.
Os logaritmos foram essenciais para a formulação de seu
modelo do sistema solar em três proposições fundamentais:

• o sol é o centro do sistema e os astros giram ao redor dele


em órbitas que descrevem uma elipse;

• os movimentos elı́pticos dos planetas em torno do sol são


tais que o sol ocupa um dos focos;

• colocando o astro em um dos focos e definindo a cada


momento um raio imaginário partindo do sol até um pla-
neta, o movimento do planeta em órbita em torno do sol

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Métodos Determinı́sticos II | As Funções Exponencial e Logarı́tmica

faz com que os raios, ao variarem, varram áreas iguais em


tempos iguais.

A obra de Neper envolvia de uma forma não explı́cita o


número que hoje é representado pelo sı́mbolo e, um dos mais
importantes da Matemática rivalizando com o número π . Um
pouco mais tarde voltaremos a focalizar atenção no número e.

L OGARITMO NA BASE b

Como no caso da definição das funções exponenciais, defi-


niremos funções logaritmos com bases b, tais que b > 0 e b 6= 1.
Além disso, o domı́nio D de definição de uma função logaritmo
é o conjunto dos números positivos, isto é, D = (0, +∞). Re-
servando a notação logb para representar a função logaritmo na
base b, definimos o valor da função para um número positivo x
através da equivalência,

logb : (0, +∞) −→ R onde logb (x) = y ⇔ by = x .

Na definição de logaritmo, logb (x) = y, o número b é denomi-


nado base do logaritmo. Lemos, então, a expressão dizendo que
o logaritmo de x na base b é y.
✞ ☎
Exemplo 2.1 ✆

a) log2 64 = 6, pois 26 = 64
b) log20 1 = 0, pois 200 = 1
c) log15 15 = 1, pois 151 = 15
1 1
d) log5 = −2, pois 5−2 =
25 25

P ROPRIEDADES DA F UNÇ ÃO L OGARITMO

Já vimos propriedades que decorrem diretamente da definição.


Veremos, agora, outras propriedades.

a) logb (x · y) = logb x + logb y (logaritmo do produto)

b) logb aw = w · logb a (logaritmo da potência)

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x
c) logb = logb x − logb y (logaritmo do quociente)
y

2 1 MÓDULO 1
1
d) logbz a = · logb a
z
w
e) logbz aw = · logb a
z

AULA
Vamos mostrar por que valem as propriedades enunciadas. Pre-
cisamos apenas trabalhar cuidadosamente com a definição de
logaritmo.
Prova da propriedade (a)
Seja logb (x · y) = z, logb x = z1 e logb y = z2 . Queremos
provar que z = z1 + z2 . Podemos escrever

bz = x · y, bz1 = x e bz2 = y .

Logo,
bz1 · bz2 = xy ⇒ bz1 +z2 = xy .
Então,
bz = bz1 +z2 ⇒ z = z1 + z2 .
Esta última igualdade era o que precisávamos provar.
Prova da propriedade (b)
Seja logb aw = x e w logb a = y. Precisamos provar que x = y.
Temos,
y
bx = aw e logb a = .
w
Logo,
bx = aw e by/w = a .
Elevando à potência w a última igualdade vem que

bx = aw e by = aw ⇒ x = y .

Esta última igualdade era o que precisávamos provar.


Prova da propriedade (c)
Usando as propriedades (a) e (b) anteriores, escrevemos
 
x 1 1
logb = logb x · = logb x + logb .
y y y

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Métodos Determinı́sticos II | As Funções Exponencial e Logarı́tmica

Mas,  
1
logb = logb y−1 = −1 · logb y .
y
Juntando os dois resultados está completa a prova da proprie-
dade (c).
Prova da propriedade (d)
Seja logbz a = x e 1z logb a = y. Precisamos provar que x = y.
Temos
bzx = a e logb a1/z = y .
Ou seja,
bx = a1/z e by = a1/z ⇒ x = y .
Esta última igualdade prova a propriedade (d).
Prova da propriedade (e)
Usando a propriedade (b) e em seguida a propriedade (d),
escrevemos
w
logbz aw = w logbz a = logb a .
z

M UDANÇA NA BASE DE UM L OGARITMO

Todos as propriedades que vimos até agora envolvem loga-


ritmos de mesma base. Em algumas aplicações, é interessante
transformar um logaritmo de uma base para outra. Conseguimos
isto com a propriedade:
logc a
logb a = ,
logc b

onde a, b, c > 0, b 6= 1 e c 6= 1.
Vamos provar esse resultado.
Se logb a = x, logc a = y e logc b = z, precisamos provar que
y
x= .
z
De fato,

bx = a, cy = a e cz = b ⇒ bx = cy e cz = b .

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Logo,
bx = cy e czx = bx ⇒ zx = y .

2 1 MÓDULO 1
Esta última igualdade prova o que querı́amos.
✞ ☎
Exemplo 2.2 ✆

Se log2 x = 3 e log2 y = 5, então

AULA
log2 x 3
logy x = = .
log2 y 5

 i. Os logaritmos de base 10 são chamados decimais. O


logaritmo decimal de um número x (com x > 0) é
indicado por log x (pode-se omitir o 10 na base).
ii. Mais adiante um pouco, vamos introduzir um dos
mais importantes números da Matemática: o número
e. Também, adiante, justificaremos porque esse nú-
mero é importante. Os logaritmos de base e são cha-
mados logaritimos naturais ou neperianos. O loga-
ritmo neperiano de x é indicado por ℓn x ou loge x.

A F UNÇ ÃO E XPONENCIAL COMO I NVERSA DO


L OGARITMO

Considere b um número real positivo. A partir da recordação


feita sobre o estudo de potenciação, no inı́cio desta aula, ficaram
definidas a potência bx , para todo número real x. E, como con-
seqüência, uma função exponencial f (x) na base b é definida
por
f : R −→ R
x −→ f (x) = bx .

 Como b > 0 e b 6= 1, as definições tornam a função expo-


nencial f (x) = bx e g(x) = logb (x) funções inversas uma
da outra. Veja porquê. Se x é um número real, então

g( f (x)) = logb ( f (x)) = logb (bx ) = x logb (b) = x .

Por outro lado:

f (g(x)) = f (logb (x)) = blogb (x) = x .

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Métodos Determinı́sticos II | As Funções Exponencial e Logarı́tmica

Portanto, está mostrado que logb ( f (x)) = x e, daı́, que


g(x) = logb (x) e f (x) = bx são funções inversas.

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N ÚMERO e

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Dentro deste contexto, vamos receber um personagem im-
portante do conjunto dos números reais: o número e. Esse
número, denominado número de Neper, constitui a base dos lo-
garitmos neperianos. O número e é um número irracional, cujo
valor com três casas decimais é e ≈ 2, 716. Em aulas futuras,
quando você estudar o processo de limite, poderá apreciar o va-

AULA
lor exato de e dado por uma série infinita convergente:
1 1 1 1
e = 1+ + + +···+ +··· .
1! 2! 3! n!

L OGARITMO N ATURAL E F UNÇ ÃO E XPONENCIAL

Quando a base b para uma função logaritmo é o número e,


então a função recebe uma notação mais simplificada: simples-
mente ln. Ou seja, quando a base é o número e, isto é, loge , é
simplesmente escrito como ln e é denominada função logaritmo
neperiano, ou logaritmo natural. A função inversa do logaritmo
neperiano será denominada, simplesmente, função exponencial
e denotada por exp. Portanto,

exp : R −→ R
x −→ exp(x) = ex .

G R ÁFICOS DA F UNÇ ÃO L OGARITMO

A função logaritmo é a função inversa da função exponen-


cial. Portanto, a partir dos gráficos das função exponencial, veja
o inı́cio da aula anterior; concluı́mos que:

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Métodos Determinı́sticos II | As Funções Exponencial e Logarı́tmica

a) Se a > 1 (base > 1).

1 x

Figura 2.4: Gráfico de y = loga x.

b) Se 0 < a < 1 (base entre 0 e 1).

1 x

Figura 2.5: Gráfico de y = loga x.

 É importante revisar o método que permite a construção


dos gráficos da função logaritmo.

Como a função logaritmica g(x) = loga x é a inversa da função


exponencial f (x) = ax , podemos obter seu gráfico a partir do
gráfico da exponencial. Basta usar o fato de que o gráfico de
uma função e sua inversa são simétricos em relação à reta y = x,
que é a reta bissetriz do 1o e 3o quadrantes. Representando em
um mesmo gráfico as funções logaritmo e exponencial, temos:

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(I) base b > 1

2 1 MÓDULO 1
y

y = bx
y=x

AULA
1 y = logb x

1 x

Figura 2.6: Simetria das funções y = bx e y = logb x com respeito à reta


y = x.

(II) base b, com 0 < b < 1

y
y = bx
y=x

1
1 x

y = logb x

Figura 2.7: Simetria das funções y = bx e y = logb x com respeito à reta


y = x.

Nos dois casos, para a função f (x) = logb x, vale que


D( f ) = (0, +∞) e Im( f ) = R.
Observando os gráficos anteriores e notando que logb 1 = 0,
pois b0 = 1, qualquer que seja a base b, concluı́mos que o gráfico
da função y = logb x sempre passa pelo ponto (1, 0).

 A função exp(x) = e é uma das mais importantes funções


x

da Matemática. Quando tratarmos do assunto derivada,

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Métodos Determinı́sticos II | As Funções Exponencial e Logarı́tmica

nas próximas aulas, colocaremos em relevância uma sin-


guları́ssima qualidade de exp(x) = ex : Ela é a única função
com a propriedade que todas as suas derivadas coincidem
com a própria função.

C OMPARAÇ ÃO DE G R ÁFICOS

Ao construir o gráfico de y = log(x), fica evidente que, em-


bora essa função seja crescente, seu gráfico fica sempre abaixo
do gráfico da função y = x. Observe a Figura 1.8.

y=x
y = log x

1 x

Figura 2.8: Comparação entre y = log(x) e y = x.

Analiticamente, as informações dos gráficos garantem que,


para todo número real x, vale

log(x) < x .

✞ ☎
Exemplo 2.3 ✆

Usando log 2 = 0, 3010 calcule:
a) log 200 b) log 0, 0128
Solução:
a) log 200 = log(2 · 102 ) = log 2 + 2 = 2, 3010

b) log 0, 0128 = log(128 × 10−4 ) = log 128 + log 10−4 =


= log 27 − 4 = −4 + 7 · log 2 = −4 + 7 × (0, 3010) = −1, 893

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✞ ☎
Exemplo 2.4 ✆

2 1 MÓDULO 1
Determine o número de dı́gitos do inteiro 250 .
Solução: Calculamos seu logaritmo decimal,

log 250 = 50 × log 2 = 50 × 0, 3010 = 15, 05 .

Como 15 ≤ log 250 < 16, então 250 é um inteiro de 16 dı́gitos.

AULA
Exercı́cio 2.2

1. Calcule:
1 √
3
a) log3 c) log 1 64 e) log0,01 10
27 4

b) log25 125 d) log13 13 · log15 1

2. Sendo f (x) = 32x e g(x) = log4 x, calcule f (g(2)).

3. Calcule o valor de 4log2 9 .

4. Determine o domı́nio da função f (x) = logx x2 − 3x + 2.


 3 
a
5. Sendo logx a = 4, logx b = 2 e logx c = 1, calcule logx 2 2 .
b c
6. Usando log 3 = 0, 4771, calcule:
a) log 3000 b) log 0, 003 c) log 0, 81

7. Calcule log0,04 125, usando que log 2 = 0, 3010.

8. Um número x tem logaritmo igual a 4 na base a e tem


a
logaritmo igual a 8 na base · Calcule x e a.
3
9. Simplifique a expressão (logx 9) · (log81 16) · (log4 3).

C E D E R J 37

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