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Osso Ishango. Ademir Basso.

Números Sumérios

Números Egípcios: 1, 10, 100, 1000, 10 000, 100 000 e 1 000 000

Números Chineses: na ordem de 1 a 10

Números Maias: na ordem que aparecem: 1, 2, 5, 6, 10, 17, 20 e 360

Números Gregos
α Β 𝛾 δ Ɛ ϛ
1 2 3 4 5 6
alfa beta gama delta epsilon digama

Números Romanos: I, V, X, L, C, D, M. Na ordem: 1, 5, 10, 50, 100, 500 e 1000

Números Indo-Arábicos: os números usados hoje de 0 a 9

Sistema Binário: a dupla 0 e 1

História dos números: origem e evolução dos números


Os números surgiram há mais de 30 mil anos quando os seres humanos tiveram que contar
objetos e animais. Quando sentiam necessidade de contar aquilo que caçavam ou pescavam, os
homens e mulheres primitivos desenhavam animais nas paredes para indicar sua quantidade.
Com o passar do tempo, as pessoas foram vivendo em grupos maiores, as tribos, e cada uma
delas desenvolveu um modo de contar. Por isso, os números não foram inventados por uma só pessoa,
mas sim por vários povos.
Neste texto, vamos descobrir como os números surgiram na pré-história e como era a maneira
de contar de babilônicos, romanos, hindus e árabes, os povos que mais influenciaram na numeração
que usamos atualmente.

Os traços ao lado dos desenhos dos animais indicariam a quantidade. Pintura da Serra da Capivara
(PI)

Números na pré-história
A partir do momento em que os humanos que se tornaram sedentários, ou seja, se fixaram à
terra para cultivá-la e passaram a domesticar animais, os indivíduos tiveram que encontrar formas de
contar.
Isto aconteceu porque era preciso controlar quantos animais possuíam. Assim, passaram a
fazer relação com objetos. Por exemplo: cada animal valia uma pedra. Quando levavam os animais
para pastar, colocavam uma pedra num saco, correspondendo a cada animal. No fim do dia, quando
os animais voltavam ao cercado, bastava contar as pedras no saco para saber se todos estavam ali ou
se algum tinha se perdido.
Também utilizavam traços marcados em galhos de árvores ou ossos de animais. Um traço
correspondia a um objeto, dois traços dois objetos, e assim sucessivamente. Estes métodos eram bons
para pequenas quantidades. No entanto, quando era preciso contar muitas coisas ficava mais
complicado. Uma das formas encontradas para facilitar a contagem de grandes quantidades foi
agrupar os objetos a cada dez unidades. Isso aconteceu porque temos dez dedos nas mãos.

História dos números babilônicos


À medida que as aldeias se transforam em cidades e estas em Impérios, o comércio entre os
povos cresceu e houve necessidade de criar registros mais precisos. Este foi o caso de uma das grandes
civilizações da babilônica, que construíram um império de 1792 a. C.- 539 a. C., no território que
corresponde aproximadamente ao Irã e ao Iraque atuais.
Para controlar os impostos e comércio entre as regiões do reino, os povos babilônicos
aperfeiçoaram o sistema de contagem. Eles escreviam os valores com símbolos e estes ocupavam
posições diferentes de acordo com a quantidade que se desejava registrar, exatamente como fazemos
hoje. Afinal, quando escrevemos 14, não é o mesmo que 41, apesar de usarmos o 1 e o 4.
Isto facilitou a contagem e os cálculos, pois não era preciso inventar novos símbolos para
escrever números muito grandes. Os números babilônicos eram escritos de maneira cuneiforme, ou
seja, usando uma cunha, que era um instrumento pontiagudo que permitia gravar na argila. Os
números e o sistema matemático babilônico foram aproveitados pelos hindus. Veja exemplos de
números babilônicos:

Números babilônicos e sua correspondência com os algarismos indo-arábicos

História dos números romanos


Se os babilônios usavam símbolos, os romanos recorreram às letras para representar os
números. Empregavam a letra "I" para contar de 1 a 3, depois agrupavam as quantidades a cada cinco
unidades, cinco dezenas, uma centena e um milhar. Combinando as letras era possível escrever as
quantidades.
Até hoje, os números romanos estão presentes em nossa vida, para indicar capítulos de livros
ou os séculos. Na numeração romana, a ordem das letras era fundamental para compor o valor dos
números. Se colocamos a letra "I" antes do "X", temos "IX", e estamos escrevendo o número nove.
No entanto, se posicionamos o "I" depois do "X", temos "XI", e obtemos o número onze. Os números
romanos eram bons para contar, mas não para calcular. Assim, foram sendo substituídos pelos
algarismos indo-arábicos.

Origem dos números atuais


Os algarismos indo-arábicos são a forma de escrever que utilizamos atualmente. Foi criado
pelos hindus e espalhado pelo mundo ocidental pelos árabes. Por isso, ele é chamado indo-arábico.
Os hindus desenvolveram um sistema onde cada número era um símbolo e não era preciso escrever
um sinal diferente para indicar cada agrupamento de objetos, como tinham feitos os egípcios. Assim como os
babilônios, os algarismos ocupavam diferentes posições de acordo com o valor que possuíam.
Um dos matemáticos mais importantes da Idade Média, al-Khwarizmi, que viveu de 780 a 850,
utilizava esta forma de escrever números nos seus cálculos. O nome deste estudioso em latim era "Alcuarismi"
e daí vem a palavra “algarismo” em português.
Al-Khwarizmi traduziu várias obras hindus para a língua árabe e estas chegaram à Europa pelo sul da
Espanha, que pertencia aos muçulmanos. Um dos responsáveis pela introdução deste sistema numérico no
mundo cristão foi o papa Silvestre II, que havia estudado obras de matemáticos islâmicos. A partir daí, os
números indo-arábicos conquistaram a Europa e passaram a ser a maneira de escrever quantidades em
praticamente todo o mundo.
Origem do número zero
O zero foi um dos últimos algarismos a ser criado. Isto ocorreu porque ele não representava uma
quantidade de objetos ou de animais e sim a ausência de valor. Talvez você nunca tenha se questionado sobre
a importância do zero, mas ele desempenha um papel fundamental na Matemática! Você sabia que ele foi um
dos últimos algarismos a serem criados? Isso aconteceu porque muitas civilizações antigas não conseguiam
compreender a necessidade de um símbolo que indicasse a ausência de uma quantidade.
Provavelmente, você deve ter aprendido nas aulas de Matemática sobre os algarismos romanos, mas
você se lembra de qual era o símbolo utilizado pelos romanos para representar o zero? Os romanos não
conheciam o zero! Não foi aqui que começou a história desse algarismo! Esse povo aprendeu a representar
números extremamente grandes, mas não sabia como representar a falta de um valor numérico.
Assim como nos algarismos romanos, as numerações grega, egípcia, hebraica, entre outras, não
possuíam um símbolo para representar o zero. Já os chineses, se quisessem mostrar que não havia um valor,
deixavam apenas um espaço em branco. Os indianos utilizavam a palavra sunya para representar o vazio
numérico, e os árabes utilizavam sifr com a mesma intenção.
Como de fato a presença de um “zero” era necessária, no século III a.C., uma civilização criou um
símbolo para representá-lo: os babilônicos. Eles utilizavam o símbolo ou para representar a ausência
de um valor numérico. Hoje utilizamos o símbolo 0 no sistema hindu-arábico com a mesma função.
Mas o que é esse sistema hindu-arábico? É o sistema de numeração decimal que utilizamos hoje, que
é formado pelos algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Esse sistema de numeração foi oficialmente “apresentado
ao mundo” em uma publicação de 1202, mas desde o século VII o matemático Brahmagupta já havia feito
definições sobre o zero que usamos até hoje! Ele afirmou, por exemplo, que a adição de zero a um número
resulta no próprio número, que a soma de zero com zero é zero e que o produto de qualquer número
por zero é zero. No entanto, os problemas apareceram com as operações de subtração e divisão!
Na subtração, o problema aparecia ao subtrair um número de zero. Hoje sabemos que o resultado para
essa subtração é um número negativo, mas, nessa época, os números inteiros ainda não eram conhecidos. E a
divisão por zero? Esse foi outro grande problema! O grande algebrista Bhaskara verificou que, quando se
divide um número por outro muito pequeno, o quociente é um número muito grande. Por exemplo, ao dividir
2 por 0,0000001, o resultado é 20.000.000! Bhaskara concluiu que, da divisão de um número por zero, o
resultado deveria ser infinito. Matematicamente, dizemos que uma divisão por zero é indeterminada!

A Matemática na Era da Informática


Na verdade, a evolução da Matemática deu-se por conta da evolução dos números, até então
a maior evolução dos números havia ocorrido com a invenção e aperfeiçoamento dos números indo-
arábicos. No entanto, as maiores mentes do passado sempre estavam em busca de algo mais, algo
maior, algo que fizesse com que os cálculos fossem feitos de maneira mais rápida e mais eficiente,
sem erros, portanto. Uma dessas mentes brilhantes foi a do matemático Gottfried Wilhelm Leibniz,
ele intencionava abolir o erro nos cálculos matemáticos.
Ele indagava que se a imperfeição, o vazio pertencia ao zero, então certamente o espírito de
Deus e sua luz pertenciam ao todo poderoso número um. Essa ideia vem de encontro ao que se
pensava antes do século V a.C., quando se acreditava que todo o espaço e portanto tudo o que existia
era preenchido por matéria, mas durante este século (V a.C.) Leucipo e Demócrito admitiram a
existência de matéria e não matéria, ou seja, espaços com matéria e espaços vazios no universo
(OLIVEIRA, 2006).
Leibniz pensava, muito além do seu tempo, que para construir o mundo precisava-se de algo,
o um e de muito nada, ou seja, o zero, ele acreditava que os números um e o zero, eram os únicos que
o homem necessitava, com essa ideia ele criou o sistema binário e projetou uma máquina de calcular
mecânica que utilizava bolas de metal que entravam ou não em buracos, os buracos com bolas,
representava o número um, os buracos sem bola, o número zero (BOYER, 2012).
Dessa forma, após a introdução dos números indo-arábicos, a maior evolução da Matemática
e por consequência da humanidade, não havia surgido nada tão interessante e inovador como a ideia
do sistema binário, no entanto a ideia de Leibniz teve que esperar até a Segunda Guerra Mundial para
tomar corpo, mais de 250 anos, portanto. Foi nessa época, em 1944, que o Colossus, o primeiro
computador que funcionava com o sistema binário, foi criado, ele era enorme, do tamanho de um
cômodo em uma casa, mas era o início de uma nova Era (PAIVA, 2009).
O Colossus que funcionava com a ideia do algo e do nada, do um e do zero, não era mais a
máquina de Leibniz, com bolas de metal e buracos, mas era uma máquina elétrica, que funcionava
com a ideia de on e off, ou seja, ligado e desligado, era a evolução da ideia de matéria e vazio.
O sistema binário representou o maior avanço para a tecnologia no planeta, tanto que hoje não
se pode, “grosso modo”, viver sem a tecnologia que está imersa em toda obra humana. Mas como
funciona este sistema binário? Primeiro é importante recordar que é a leitura de toda maquinaria
moderna, pois a maioria dos aparelhos eletrônicos funciona com essa ideia.
Esse sistema funciona como já foi dito, com uns e zeros, mas a leitura que o computador faz
possui a ideia de base 2 com expoente que pertence aos naturais. Observa-se que os números de base
dois podem ser escritos na sequência: 20, 21, 22, 23, 24, 25, e assim por diante até o infinito. É essa a
ideia, pois todos os números podem ser formados a partir da soma de números provenientes da base
2 (PAIVA, 2009).
O número três, por exemplo, no sistema binário é 1 1, o número cinco em binário é 1 0 1, o
número oito no sistema binário é 1 0 0 0. Para quem não conhece é bastante confuso, mas é
extremamente simples, veja como funciona a ideia. A leitura é feita de traz para frente, assim: ... 25,
24, 23, 22, 21, 20. Para a leitura do número três, soma-se as bases dois que no sistema indo-arábico dá
três, ou seja, 21 + 20 = 3, como foram utilizadas as duas bases na sequência, então foram utilizados
algo e algo, logo 1 1, por isso três no sistema binário é 1 1.
O número cinco, por sua vez é 22 e 21 e 20, mas é sabido que o cinco é somente 22 + 20, no
entanto o sistema binário lê todas as bases na sequência, nesse caso, como o cinco só utiliza 22 e 21 e
20, os sublinhados, então utilizou algo, nada e algo, ou seja, 1 0 1. O número oito então é 23 e 22 e 21
e 20, ou melhor, 1 0 0 0, o sistema utiliza todas as bases 2 até o 20, e neste caso foi utilizado somente
o 23 que dá como soma oito, os demais não foram utilizados, ou seja, oito para o sistema binário é
algo, nada, nada e nada.
Quando se afirma que a Matemática está em toda a parte, que ela acompanha o homem desde
seu surgimento e que hoje ela é essencial à vida e a existência da raça humana neste planeta é porque
é possível verificar na estrutura altamente tecnológica que a humanidade está inserida. Em toda obra
humana, seja ela em terra, ar ou água, a tecnologia – os uns e zeros – estão presentes, até fora do
planeta com as missões espaciais, elas não seriam possíveis da maneira como o são, sem a tecnologia
avançada, mais uns e zeros, mais Matemática.

Referências Bibliográficas
ASSIS, Jéssica Roldão de. A Origem dos Números. Campinas: Unicamp, 2014.
BASSO, Ademir. M4T3M4T1C4 3 C0T1D14N0: do homem das cavernas à atualidade. São Paulo:
Livraria da Física, 2021.
JACOB, Jandira Luiza Martins. Uma abordagem histórica da origem dos números. Florianópolis:
UFSC, 2002.
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Disponível em: https://www.todamateria.com.br/historia-dos-numeros-origem-e-evolucao-dos-numeros/. Acesso em 03/03/2021.
Disponível em: https://escolakids.uol.com.br/matematica/origem-do-zero.htm. Acesso em 03/03/2021.

Atividades para entregar na próxima aula


1 – Antes da invensão do zero, como os chineses mostravam quanto nao havia nenhum valor?

2 – Que palavra os indianos usavam para representar o vazio numérico?

3 - Que palavra os árabes usavam para representar o vazio numérico?

4 – Quais os símbolos criaram os babilônicos para representar o nada?

5 - Que ano foram criados os números indo-arábicos?

6 – Que ano foi criado o zero como o conhecemos hoje?

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