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Questão 1
Uma função de produção, q = f (L,K), de curto é descrita pelo uso de apenas dois fatores,trabalho, L, e máquinas. K,
Completo
utilizando-se os mesmos termos da aula 8 do nosso livro didático.
Vale 0,50
ponto(s). Se q = 10 L K, com o emprego fixo de 5 unidades de máquinas, calcule o número da produtividade marginal do trabalho
no ponto de L=2.
Resposta: q=100
Questão 2 Em microeconomia, um bem inferior caracteriza-se pela observância de seu nível de consumo variar-se inversamente
Completo proporcional à variação de preço.
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma opção:
Verdadeiro
Falso
Questão 3 Responda quantas das assertivas a seguir são corretas. Obs: responda em palavras (zero, um, dois, três, quatro)
Completo
a) Dois bens perfeitamente substituíveis ao consumo resultam em uma Curva de Indiferença de formato convexo em
Vale 0,50 relação à origem.
ponto(s).
b) Dois bens complementares ao consumo resultam em Curva de Indiferença em forma de reta.
c) A Restrição Orçamentária, RO, não desloca-se paralelamente para cima, se a renda do consumidor aumentar em x% e
os preços de todos os bens também aumentarem nessa mesma proporção;
d) Em um mapa de Curvas de Indiferenças se duas delas se tocarem, o consumidor terá alcançado o ponto de máxima
satisfação dada a sua renda monetária.
Resposta: Dois
Questão 4 Quantas das afirmativas abaixo estão corretas? obs: responda escrevendo em palavras (zero, um, dois, três, quatro)
Completo
Vale 0,50 a. Uma empresa pode apresentar a produtividade média de um fator de produção com valor negativo.
ponto(s).
b. Em termos de números discretos, a produtividade marginal do capital representa a variação da produção alcançada
mediante a incorporação na empresa de mais uma unidade de capital, considerando todos os demais fatores
constantes.
c. Em teoria, podemos admitir a produtividade marginal do trabalho com valor negativo, na função de produção de curto
prazo.
d. Em uma função de produção o ponto o qual a produção é máxima, será o ponto a ser produzido pela empresa, caso
ela tenha consumidores que até possam comprar essa quantidade.
Resposta: dois
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18/04/2020 APX1: Revisão da tentativa
Questão 5 No gráfico representativo de curvas de oferta e demanda com um preço de equilíbrio, qual a única alternativa correta
Completo acerca de os consumidores suporem que os preços aumentarão no futuro (futuro próximo), e na oferta os produtores
Vale 0,50 experimentarem uma queda no preço da matéria prima (insumo) envolvida na fabricação do produto que leva ao
ponto(s). mercado?
Escolha uma:
a. A curva de demanda desloca-se para baixo, a curva de oferta também se desloca para baixo.
b. Apenas ocorrem variações ao longo das curvas de oferta e demanda, não há deslocamentos nas curvas.
c. Mudanças na expectativa de preços nao afetam a curva de demanda, mas a curva de oferta desloca-se para baixo
(direita) de sua posicao incial.
e. A curva de oferta desloca-se para baixo (direita) e a curva de demanda para cima (direita) em relação as suas
posições iniciais.
Questão 6 Se o preço de mercado de um produto permanecer abaixo do nível de preço de equilíbrio, entendemos que:
Não respondido
b. Haverá uma escassez de mercado quantificada pela diferença entre a quantidade demanda e quantidade ofertada
na situação de o preço de equilíbrio
c. A curva de demanda irá deslocar-se à direita, porque o preço de mercado é menor do que o preço de equilíbrio.
d. Haverá um excedente de produtos no mercado, possivelmente pela expansão da oferta que ira produzir mais para
garantir o mesmo nível de lucro anterior.
e. Haverá uma escassez de mercado quantificada pela diferença entre a quantidade demandada e a quantidade
ofertada ao nivel do preço de mercado.
Questão 7
Suponha um tabelamento de preços para o álcool 70 graus INPM, produto muito demandado para a não contaminação
Completo
por covid19.
Vale 0,50
ponto(s). Assinale a assertiva consistente com os conceitos e nossos estudos em microeconomia.
Escolha uma:
a. o tabelamento de preços é eficaz para regular as condições de preços estáveis.
b. Se ao preço tabelado constatar-se que este está acima do preço de equilíbrio haverá escassez desse produto.
c. havendo ágio, em algum momento o preço tabelado restou determinado abaixo do valor do preço de equilíbrio.
d. Se por qualquer razão a curva de demanda deslocar-se para cima ( para a direita) , o preço tabelado poderá
apresentar redução na escassez de produtos, caso a escassez já ocorra.
Questão 8 Em determinado instante, a população reconhece a importância de um bem ao combate de uma letal e preocupante
Completo doença sanitária. Assim, para esse bem:
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma:
a. A demanda de mercado será horizontal no gráfico.
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18/04/2020 APX1: Revisão da tentativa
Questão 9 Se a renda da população sofreu uma diminuição por conta da queda do emprego e das atividades econômicas, o
Não respondido resultado sobre a demanda por produtos denominados como bens inferiores, normais ou superiores (conceito
Vale 0,50 microeconômico) é consistente com:
ponto(s).
Escolha uma:
a. diminuição na demanda por bens inferiores, mas aumento na demanda pelos bens normais ou superiores.
b. A demanda por bens inferiores e a demanda por bens normais ou superiores, não são fortemente afetados por
variação da renda.
c. Aumento na demanda por bens inferiores e aumento na demanda por bens normais ou superiores.
e. aumento na demanda por bens inferiores, mas diminuição na demanda por bens normais ou superiores.
Questão 10 A curva de oferta de mercado na forma atípica de uma reta vertical no gráfico de preços e quantidades, nos informa que:
Completo
b. não se admite uma curva de oferta na modalidade reta vertical, em um gráfico de preços versus quantidades
ofertadas.
c. produtos industrializados, exemplo os automóveis, são exemplos de curva de oferta na forma de uma reta vertical.
d. os produtores (vendedores) estão dispostos a vender por qualquer preço, o que produziu e levou ao mercado
(exemplo, vendedores de alface em feiras livre).
c. houver uma variação da produtividade média de 10% e a produção aumentar em mais de 10%.
Questão 12 A pandemia do novo coronavírus obrigou uma intervenção do poder público estadual, no sentido de coibir a circulação
Completo de pessoas em locais públicos, bem como em lojas que não sejam de alimentos, medicamentos, produtos essenciais à
Vale 0,50 população. Considerando um gráfico de oferta e demanda para um produto não essencial, ex. sorvetes, qual o efeito
ponto(s). dessa intervenção na posição da curva de demanda no gráfico? (Desloca para cima ou para a direita); (desloca para baixo
ou para esquerda); não se desloca?
d. A Curva de Indiferença tangencia a Restrição Orçamentária no ponto em que se consome mais dos produtos mais
baratos.
e. No ponto de Equilíbrio , o nível de consumo de dois produtos dados em uma Restrição Orçamentária é o mesmo.
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18/04/2020 APX1: Revisão da tentativa
Escolha uma:
a. A produtividade média do fator fixo e do fator variável de produção.
Questão 16 A Taxa Marginal de Substituição Técnica, TMST, conceito e definição bastante relacionados com a isoquanta, apresenta
Completo como correta apenas uma das seguintes sentenças.
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma:
a. Ao longo de uma isoquanta a TMST é zero.
b. A TMST representa a taxa marginal de troca de produtos para uma empresa que produz dois produtos.
c. Ao longo da Isoquanta, em que o ponto inicial seja o de um ponto alto em direção a um ponto mais baixo da
mesma, a TMST vai aumentando em valor absoluto (módulo).
d. A TMST é decrescente na hipótese de uma Isoquanta representativa de dois fatores perfeitamente substituíveis.
e. A TMST reflete a taxa de troca de um insumo por outro ao longo de uma isoquanta.
- (alternativa) apenas aumenta a produção, podendo não deslocar a fdp inicial, a depender do tipo de tecnologia sobre
a fdp .
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18/04/2020 APX1: Revisão da tentativa
Questão 18 Para o sucesso de um lojista que queira aumentar o faturamento bruto da empresa ao implementar uma liquidação de
Completo preços (promoção), ele deve torcer para:
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma:
a. que o grau de elasticidade preço da demanda não interfira no faturamento do lojista.
b. que seus clientes tenham demanda com elasticidade unitária para seus produtos.
Questão 19 Uma empresa só consegue alterar todos os seus insumos em um mínimo de 8 anos. Então em quatro anos, ela está no
Completo período de curto, médio ou longo prazo, segundo o conceito de função de produção na microeconomia?
Vale 0,50
ponto(s).
Resposta: curto
Questão 20 Se um bem for do tipo bem superior, uma elevação na renda dos consumidores que adquirem esse produto irá deslocar a
Completo curva de oferta para a direita (ou para cima)
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma opção:
Verdadeiro
Falso
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Resumos de aps
Período - 2011/1º
1) Um consumidor recebe mensalmente $16. Seus gastos são apenas com os bens x e y.
Os preços de x e y são $1 e $2, respectivamente. Pede-se:
a) A expressão algébrica (equação) da restrição orçamentária;
16 = x + 2y
b) A forma da restrição orçamentária em um gráfico de x e y ( não esqueça de atribuir
pelo menos dois pares ordenados em valores);
Desenho de uma reta tocando os eixos x e y. No ponto do eixo y o par ordenado é
(16,0); no ponto do eixo x o par ordenado é (0, 8). Outros possíveis pontos são
(2,7) e (4,6).
c) Se o consumidor quer comprar o máximo de x, quanto poderá comprar?
X=16.
d) Se o consumidor quer comprar o máximo de y, quanto poderá comprar?
Y= 8
e) Se o consumidor passar a receber $ 20, qual o valor da nova inclinação da restrição
orçamentária?
Será – 0,5.
f) Suponha que o preço de x aumente para $2 e nada ocorra com o preço de y. A
renda continua sendo $20. Desenhe a nova restrição orçamentária e determine a
sua inclinação. (valor da questão: três pontos)
A nova restrição orçamentária será uma reta com os pontos de pares que tocam os eixos
sendo ( 0,10) e (10, 0). A inclinação será -1.
2) As pessoas mais ricas adquirem mais ternos de fibra natural e neles gastam uma parte
maior de sua renda do que o resto da população. Os ternos a base de poliéster são
pouco comprados pelas pessoas mais ricas.
a)O que se pode dizer sobre a elasticidade renda dos ternos de fibra natural e os de
poliéster?
A elasticidade renda para ternos de fibra natural é maior do que a para ternos a base
de poliéster.
b) De acordo com o conceito microeconômico, defina bem inferior e bem superior;
pelo enunciado dessa questão, esses tipos de ternos são exemplos de bem inferior ou
superior? (valor da questão: dois pontos)
Bem inferior é o bem cujo aumento de renda implica uma queda em seu consumo. Já
no bem superior ocorre o contrário, um aumento da renda gera uma elevação em seu
consumo. O terno de fibra natural é um bem superior. O terno a base de poliéster é
um bem inferior se o aumento da renda levar a queda do consumo tanto para ricos
como para pobres.
3) A satisfação ou utilidade que um consumidor tem ao consumir uma unidade adicional
de um certo bem, será sempre maior que a satisfação obtida do consumo da unidade
anterior. Explique (objetivamente) se essa afirmativa é falsa ou verdadeira. (valor da
questão: dois pontos)
È uma afirmativa falsa, pois o consumo adicional de um bem é de menor satisfação
que a da unidade anterior. A cada unidade a mais, um menor ganho de satisfação
estará sendo gerado em relação ao ganho anterior,conforme o principio da utilidade
marginal decrescente.
(F) A curva de indiferença de proporção fixa entre dois bens estabelece que a aquisição
contínua de apenas um deles, confere mais satisfação ao consumidor.
(V) Se o consumo de bens está abaixo da reta da restrição orçamentária, pode-se dizer que a
renda não está sendo totalmente gasta.
(V) Uma demanda preço elástica estimula uma redução de preços, caso o objetivo da empresa
seja aumentar o faturamento. (valor da questão: três pontos)
Período - 2012/2º
1. Uma empresa pode auferir um lucro econômico negativo ao mesmo tempo que
tenha um lucro contábil positivo? Justifique.
Sim. Lucro contábil é a simples diferença entre Receitas e custos contábeis de
produção. O lucro econômico incorpora o custo de oportunidade, isto é, aquele
que considera o rendimento que poderia obter na possível produção alternativa
da empresa.
2. Se há uma variação no preço do produto, a curva de demanda por ele se desloca
ou apenas muda a quantidade demandada?
Apenas ocorre a mudança na quantidade demandada, pois houve uma variação
no preço, variável do gráfico de preços e quantidades (variável endógena).
3. Suponha que o preço de mercado esteja abaixo do preço de equilíbrio. O governo
sem se dar conta do que está acontecendo, tabela o preço desse produto em um
nível menor ainda. Qual o efeito desse tabelamento? A sociedade apoiará esse
tabelamento? Responda objetivamente.
Haverá uma situação mais grave de falta de produto no mercado. O preço estará
mais baixo, porém muitos consumidores estarão insatisfeitos pela
impossibilidade de achá-los.
4. Em determinado momento a quantidade vendida é de 250 unidades quando o
preço é R$28. Para vender mais, o comerciante diminui o preço para R$24. Por
conta disso, a demanda passa para 320. Nessa situação, a demanda se mostrou
elástica ou inelástica? Calcule o valor da elasticidade.
Pelo cálculo da elasticidade preço média (arco) = - 1,64.
Elasticidade ponto: 1,31 ou 1,96.
Portanto, a situação é demanda elástica.
5. A função utilidade é dada por U = 4 x y3. Calcule o valor da utilidade marginal de y
no ponto em que o consumidor adquire 3 e 2 unidades de x e y, respectivamente.
Umgy= 12xy2, como x=3 e y = 2;
Umgy = 144
6. A função de produção de curto prazo é dada por: q = 2LK, onde L e K são
respectivamente os fatores mão de obra e trabalho. Dada a quantidade fixa de k,
ao se utilizar 10 trabalhadores, a produtividade média de L é 12. Nessa situação
qual é a produtividade média de K?
Q= 120; K= 6; Pmek= 20.
7. Uma isoquanta A está acima de outra isoquanta (B) em um mapa de isoquantas.
Qual a razão que leva a isoquanta A estar acima da B?
A isoquanta A deve conter mais quantidade de bens.
8. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) conforme seu entendimento:
a(V) a função de proporção fixa de fatores apresenta a situação em que a
empresa não altera a sua produção se apenas aumentar o uso de um fator de
produção.
b( V) O efeito substituição, um dos elementos do efeito preço, representa a
tendência do consumidor substituir o produto cujo preço aumentou, por um
outro, mesmo que esse último não tenha reduzido seu preço.
c(F) Se o bem é classificado como bem inferior um aumento no preço fará com que
o efeito substituição seja positivo.
d(F) Se a demanda não se altera com a variação do preço a elasticidade é infinita.
e(F) a produtividade marginal do trabalho indica quanto cada trabalhador produz
em média.
f(F) O preço real do produto é o preço observado depois de colocado os impostos
que incidem na mercadoria.
GABARITO
Período - 2013/1º
Questões
9. Em 2005, o preço de x era $12. Em 2012, tal produto valia $ 16. Sabe-se que o
índice de preços em 2005 e em 2012, apontou, respectivamente, os valores 132,2
e 143,1. Pede-se:
Não vale, pois se a elasticidade é unitária, o faturamento da empresa não varia com
a queda de preços. Valeria se a elasticidade de demanda fosse maior que um
(demanda elástica)
12. Suponha um gráfico que ilustre a restrição orçamentária de um indivíduo. Qual o
efeito nessa restrição orçamentária se os preços e renda (desse indivíduo)
aumentarem em 10%?
Nenhum efeito. A posição da RO fica a mesma. O aumento nominal de preços
fica compensado pelo aumento da renda nominal. Logo a renda real fica a
mesma, não há deslocamento ou mudança no ângulo da RO.
13. . A função de produção é dada por q = 10LK. A empresa produz com dez
trabalhadores e cinco máquinas. Calcule o valor das produtividades média e
marginal do trabalho nesse nível de produção.
Obs: q, representa a variável produção, L, o número de trabalhadores, k, o número
de máquinas.
As produtividades médias e marginais serão iguais a PMe= Pmg= 10k. Como utiliza-se 5
máquinas, então os valores de ambas serão= 50.
a(V) a função de proporção fixa de fatores pode ser exemplificada como o caso em
que o empresário pode comprar mais de um fator, mas que sua produção só
aumentará se tiver uma determinada combinação ótima entre seus fatores.
b(V) A soma do efeito substituição mais o efeito renda compõe o chamado efeito
preço. Assim, se o bem for do tipo bem normal, uma elevação do preço causará
uma redução no consumo.
Período - 2013/2º
Questões
c(F) a produtividade média pode ser tão baixa a ponto de se tornar negativa.
d(F) O preço de equilíbrio de mercado é aquele em que os produtores estão
produzindo em sua plena capacidade produtiva.
GABARITO
Período - 2014/2º
Questões
15. Em 2010, o preço de x era $12. Em 2012, tal produto valia $ 18. Sabe-se que o
índice de preços em 2010 e em 2012, apontou, respectivamente, os valores 132,2
e 143,1. Pede-se:
c. A variação proporcional nominal de preços entre os dois períodos.
Entre os dois períodos o preço nominal de x aumentou em 50% (18/12).
Aceitou-se a variação nominal do índice de preços para quem fez os cálculos e
respondeu o percentual corretamente (143,1/132.2 = 8,25%).
Obs. Por pertencer a aula 1, quem teve a resposta errada ou deixou a resposta em
branco; a pontuação de 1 ponto foi transferida para a questão 3.
d. Em termos reais, em qual dos dois anos, x estava mais barato?
O preço em 2010 era mais barato em termos reais. Em 2010 o preço real de x
foi (12/132,2 = 0,09) e em 2012, ( 18/143.1 = 0.1258).
Obs.Quem teve a resposta errada ou deixou a resposta em branco; a pontuação de 1
ponto foi transferida para a questão 4.
19. . A função de produção é dada por q = 10LK. A empresa produz com dez
trabalhadores e cinco máquinas. Calcule o valor das produtividades média e
marginal do capital nesse nível de produção.
Obs: q, representa a variável produção, L, o número de trabalhadores, k, o número
de máquinas.
Pmg= 100 Pme = 100
20. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) conforme seu entendimento:
a(V) a função de proporção fixa de fatores pode ser exemplificada como o caso em
que o empresário pode comprar mais de um fator, mas que sua produção só
aumentará se tiver uma determinada combinação ótima entre seus fatores.
b(V) A soma do efeito substituição mais o efeito renda compõe o chamado efeito
preço. Assim, se o bem for do tipo bem normal, uma elevação do preço causará
uma redução no consumo.
GABARITO
Período - 2015/1º
Questões
b) Em qual dos dois programas o Silvio estava efetivamente mais generoso? Justifique sua
resposta em termos do item a.
Pelo observado no item anterior, o valor real do aviãozinho foi maior em 2002. Logo naquele
ano o SS foi mais generoso, posto ter maior poder aquisitivo a cédula de 10 reais em 2002.
2. No estudo sobre o mercado consumidor classifica-se os bens como inferiores, normais
ou superiores. Nesse contexto, pode-se unicamente afirmar:
() os bens normais são aqueles de uso comum a todos, como os bens de alimentação,
vestuário e moradia.
() bens inferiores são os bens de qualidade inferior, de baixa produção técnica, sendo esse o
seu fator preponderante. Se o bem for de boa qualidade, não será bem inferior.
() um aumento na renda não implica aumento no consumo do bem normal, apenas eleva o
consumo de bem superior.
(X) para faixas muito baixas de renda, um aumento da renda pode gerar um aumento no bem
inferior; a partir de certo ponto da renda, a medida que a faixa de renda for aumentando o
consumo do bem inferior acabará por diminuir.
Resposta: gráfico com a curva de oferta e demanda com o ponto de equilíbrio sendo aquele de
interseção entre tais curvas. Com a expectativa de aumento de preços, a curva de demanda
desloca-se para cima (a direita) levando a um aumento no novo preço de equilíbrio.
Obs. Só o desenho do gráfico, condição necessária e suficiente, pontua integralmente a
resposta à questão. Quem deslocou a curva de oferta, não foi pontuado. Quem deixou de
designar as variáveis designativas do gráfico (eixo vertical, preço; eixo horizontal quantidades)
perdeu parcialmente a pontuação máxima.
R> Deve aumentar o preço, pois em demanda inelástica a variação proporcional da demanda é
menor do que a respectiva variação proporcional no preço. Assim, um aumento de preços
implica um aumento de receita.
Obs. Quem respondeu que a demanda não se altera com o aumento de preços, não foi
pontuado.
a. Há apenas duas situações as quais a restrição orçamentária irá deslocar paralelamente para
cima. Quais são? OBS. Seja preciso em sua resposta!
Aumento de renda; diminuição na MESMA PROPORÇAO dos preços do produtos.
a(V) Admitindo apenas dois insumos, a função de produção (fdp) pode apresentar a produção
resultante da alteração de um fator, permanecendo o outro fixo. Essa é, portanto, uma fdp de
curto prazo.
C(F) Para maximizar a satisfação com o consumo de bens, consumidor hedonista, a restrição
orçamentária deve tocar a curva de indiferença em qualquer ponto dela.
ALUNO: MATR:
Questões
COMENTÀRIO GERAL. Não obstante o que está determinado acima, em letras com caixa alta e
não obstante informação de alerta na plataforma, semana da AP1, algumas poucas
negrito;
pessoas (suponho 3 alunos entre o total de 214) não procederam como as orientações, não
ocorrendo, pois, a pontuação das respostas não contidas na folha de respostas. Uma prova é
um documento que deve ser lido e seguido nas orientações nelas constantes, sob pena de o
autor assumir as responsabilidades por tais violações.
Questões
1. Em 2002, o índice de preços (IP) marcava 115. Dez anos depois, 2012, o mesmo
índice de preços foi 262.
Assinale na FOLHA DE RESPOSTAS, V (verdadeiro) ou F (falso):
(V* ou F*)Dez reais (R$ 10) em 2010 apresentou valor real maior do que vinte reais
(R$20) em 2012.
(F) Preço real é o preço nominal multiplicado pelo índice de Preços.
(V) As variáveis nominais são expressas em moeda corrente.
(V) A inflação afeta o valor real das variáveis nominais.
* aceitou-se qualquer resposta para este item.
Padrão de pontuação:
- quem deslocou a curva de demanda, mas não indicou no gráfico o efeito sobre o
preço e quantidade de equilíbrio recebeu 1 ponto;
- quem deslocou a curva de oferta, ainda que tenha deslocado a demanda: zero ponto;
- quem desenhou gráfico sem especificar as variáveis que determinam os eixos: zero
ponto.
- Quem não fez o gráfico: zero ponto.
a( F) Se a demanda tem elasticidade preço zero, o gráfico da demanda por esse bem é
horizontal.
GABARITO COMENTADO
Letra a : A primeira frase está correta. A segunda frase está correta. A segunda frase é um
exemplo de economia positiva. A terceira frase está correta.
Letra b: A primeira frase está incorreta. A segunda frase está correta. A segunda frase é um
exemplo de economia normativa. A terceira frase está correta.
Letra c: A primeira frase está incorreta. A segunda frase está correta. A segunda frase é um
exemplo de economia positiva. A terceira frase está incorreta.
Letra d: A primeira frase está correta. A segunda frase está incorreta. A segunda frase é um
exemplo de economia normativa. A terceira frase está incorreta.
Letra e: A primeira frase está incorreta. A segunda frase está incorreta. A segunda frase é um
exemplo de economia normativa. A terceira frase está correta.
Resposta: Letra C
Questão 2
O preço nominal dos bens não se alterou. Todavia, a renda dos consumidores diminuiu
reflexamente diante da prolongada recessão ( queda da produção do país). Nesse caso,
responda (folha de respostas, não esqueça), qual (quais) das sentenças seguintes são corretas.
C. Em geral, os bens inferiores têm expansão nas vendas quando a renda da população
diminui.
D. Para faixa muito baixa de renda, um bem inferior pode assumir características de um bem
superior.
E. Bem superior na microeconomia é aquele em que a qualidade é superior, enquanto o bem
inferior é caracterizado pela baixa qualidade do produto.
Resposta: Letras C e D.
Questão 3
Como é um valor absoluto menor do que 1, a demanda está inelástica. (ponto = 0,5)
Questão 4
O preço da energia elétrica tem aumentado nesses últimos anos, bem mais do que a variação
dos salários. Suponha, pois, que a tarifa da energia tenha aumentado em 40% , em
determinado ano. O salário de um trabalhador, em termos nominais, subiu apenas 10%.
Considere que esse trabalhador apenas utilize luz e alimentos em sua cesta de consumo. Os
alimentos permaneceram com os mesmos preços ao longo do ano. Se em um gráfico da
restrição orçamentária (RO) a energia elétrica está no eixo horizontal, enquanto os alimentos
(como um todo) estão no eixo vertical, desenhe a RO desse consumidor, antes e depois desse
aumento na energia.
Resposta Comentada:
A RO trata-se de uma reta que une dois pontos entre o eixo vertical e horizontal. Se a renda
aumentou a RO vai se deslocar em seus dois pontos extremos. No eixo vertical , alimentos, a
variação da renda foi maior do que o aumento de preços, portanto, o ponto no eixo estará
acima do anterior.
No eixo horizontal, energia elétrica, o ponto que toca o eixo estará aquém do ponto anterior,
posto o aumento da energia ter sido maior do que o aumento da renda.
Pontuação: quem apenas errou o eixo vertical, no caso, não alterando em relação ao ponto
inicial, tem 1,5 ponto.
Quem alterou o ponto do eixo vertical colocando-o abaixo do ponto original, acertando o
ponto horizontal, tem 1,0 ponto.
A questão solicitou a resposta em um único gráfico. Assim, pode-se comparar o efeito
resultante das proposições.
(V) A curva de oferta é uma curva constante ou crescente em um gráfico que utiliza as
variáveis preços e quantidades.
(V) Na produção de curto prazo, entende-se que pelo menos um fator de produção está com
severas limitações para ser alterado.
GABARITO COMENTADO
Bruno Goulart Braga, polo Rocinha, obteve nota DEZ. Outros dos mais diversos polos
bateram na trave do 10: nota 9,5. Parabéns !
Reparei que alguns estudantes, respondem com muita pressa, ansiedade ou mesmo
com aparência de desleixo às questões. Não indicam onde está a resposta, não deixam
claro onde está a resposta, no meio a tantas contas. Importante destacar a resposta,
com a designação de RESPOSTA, ou sublinhado, círculos ... Alguns deixam com letras e
números de difícil leitura. Isso em nada ajuda à pontuação, em alguns casos, não se
concede ponto por conta dessa dificuldade.
Algumas curvas de uma rodovia, a Administração Pública informa que são trechos com
alto índice de acidentes. A intenção é o chamar atenção para o cuidado adicional: o
usuário da estrada deve ter uma atenção redobrada.
Nessa nossa disciplina, infelizmente, há um número significativo de baixas notas.
Portanto, vale o empenho adicional na leitura constante e a tempo para passar por ela
da melhor e mais rápida forma possível. O coordenador quer ver os estudantes com
notas elevadas, pelas respostas corretas que produzem. Ele fica feliz, acredite.
FOLHA DEORIENTAÇÕES
QUESTÕES PARA OS APLICADORES DA PROVA
FOLHA DESr.QUESTÕES
Tutor Aplicador da PROVA: solicito não grampear a folha de questões com a
folha de Respostas.
Na entrega da prova do examinando, solicito não receber apenas a FOLHA DE
QUESTÕES como FOLHA DE RESPOSTAS, conforme orientação acima. Grato por
recolher as Provas em ordem alfabética.
Questões
Questão 1
Uma função de produção, q = f (L,K), de curto é descrita pelo uso de apenas dois fatores,trabalho, L, e máquinas. K,
Completo
utilizando-se os mesmos termos da aula 8 do nosso livro didático.
Vale 0,50
ponto(s). Se q = 10 L K, com o emprego fixo de 5 unidades de máquinas, calcule o número da produtividade marginal do trabalho
no ponto de L=2.
Resposta: q=100
Questão 2 Em microeconomia, um bem inferior caracteriza-se pela observância de seu nível de consumo variar-se inversamente
Completo proporcional à variação de preço.
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma opção:
Verdadeiro
Falso
Questão 3 Responda quantas das assertivas a seguir são corretas. Obs: responda em palavras (zero, um, dois, três, quatro)
Completo
a) Dois bens perfeitamente substituíveis ao consumo resultam em uma Curva de Indiferença de formato convexo em
Vale 0,50 relação à origem.
ponto(s).
b) Dois bens complementares ao consumo resultam em Curva de Indiferença em forma de reta.
c) A Restrição Orçamentária, RO, não desloca-se paralelamente para cima, se a renda do consumidor aumentar em x% e
os preços de todos os bens também aumentarem nessa mesma proporção;
d) Em um mapa de Curvas de Indiferenças se duas delas se tocarem, o consumidor terá alcançado o ponto de máxima
satisfação dada a sua renda monetária.
Resposta: Dois
Questão 4 Quantas das afirmativas abaixo estão corretas? obs: responda escrevendo em palavras (zero, um, dois, três, quatro)
Completo
Vale 0,50 a. Uma empresa pode apresentar a produtividade média de um fator de produção com valor negativo.
ponto(s).
b. Em termos de números discretos, a produtividade marginal do capital representa a variação da produção alcançada
mediante a incorporação na empresa de mais uma unidade de capital, considerando todos os demais fatores
constantes.
c. Em teoria, podemos admitir a produtividade marginal do trabalho com valor negativo, na função de produção de curto
prazo.
d. Em uma função de produção o ponto o qual a produção é máxima, será o ponto a ser produzido pela empresa, caso
ela tenha consumidores que até possam comprar essa quantidade.
Resposta: dois
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18/04/2020 APX1: Revisão da tentativa
Questão 5 No gráfico representativo de curvas de oferta e demanda com um preço de equilíbrio, qual a única alternativa correta
Completo acerca de os consumidores suporem que os preços aumentarão no futuro (futuro próximo), e na oferta os produtores
Vale 0,50 experimentarem uma queda no preço da matéria prima (insumo) envolvida na fabricação do produto que leva ao
ponto(s). mercado?
Escolha uma:
a. A curva de demanda desloca-se para baixo, a curva de oferta também se desloca para baixo.
b. Apenas ocorrem variações ao longo das curvas de oferta e demanda, não há deslocamentos nas curvas.
c. Mudanças na expectativa de preços nao afetam a curva de demanda, mas a curva de oferta desloca-se para baixo
(direita) de sua posicao incial.
e. A curva de oferta desloca-se para baixo (direita) e a curva de demanda para cima (direita) em relação as suas
posições iniciais.
Questão 6 Se o preço de mercado de um produto permanecer abaixo do nível de preço de equilíbrio, entendemos que:
Não respondido
b. Haverá uma escassez de mercado quantificada pela diferença entre a quantidade demanda e quantidade ofertada
na situação de o preço de equilíbrio
c. A curva de demanda irá deslocar-se à direita, porque o preço de mercado é menor do que o preço de equilíbrio.
d. Haverá um excedente de produtos no mercado, possivelmente pela expansão da oferta que ira produzir mais para
garantir o mesmo nível de lucro anterior.
e. Haverá uma escassez de mercado quantificada pela diferença entre a quantidade demandada e a quantidade
ofertada ao nivel do preço de mercado.
Questão 7
Suponha um tabelamento de preços para o álcool 70 graus INPM, produto muito demandado para a não contaminação
Completo
por covid19.
Vale 0,50
ponto(s). Assinale a assertiva consistente com os conceitos e nossos estudos em microeconomia.
Escolha uma:
a. o tabelamento de preços é eficaz para regular as condições de preços estáveis.
b. Se ao preço tabelado constatar-se que este está acima do preço de equilíbrio haverá escassez desse produto.
c. havendo ágio, em algum momento o preço tabelado restou determinado abaixo do valor do preço de equilíbrio.
d. Se por qualquer razão a curva de demanda deslocar-se para cima ( para a direita) , o preço tabelado poderá
apresentar redução na escassez de produtos, caso a escassez já ocorra.
Questão 8 Em determinado instante, a população reconhece a importância de um bem ao combate de uma letal e preocupante
Completo doença sanitária. Assim, para esse bem:
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma:
a. A demanda de mercado será horizontal no gráfico.
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18/04/2020 APX1: Revisão da tentativa
Questão 9 Se a renda da população sofreu uma diminuição por conta da queda do emprego e das atividades econômicas, o
Não respondido resultado sobre a demanda por produtos denominados como bens inferiores, normais ou superiores (conceito
Vale 0,50 microeconômico) é consistente com:
ponto(s).
Escolha uma:
a. diminuição na demanda por bens inferiores, mas aumento na demanda pelos bens normais ou superiores.
b. A demanda por bens inferiores e a demanda por bens normais ou superiores, não são fortemente afetados por
variação da renda.
c. Aumento na demanda por bens inferiores e aumento na demanda por bens normais ou superiores.
e. aumento na demanda por bens inferiores, mas diminuição na demanda por bens normais ou superiores.
Questão 10 A curva de oferta de mercado na forma atípica de uma reta vertical no gráfico de preços e quantidades, nos informa que:
Completo
b. não se admite uma curva de oferta na modalidade reta vertical, em um gráfico de preços versus quantidades
ofertadas.
c. produtos industrializados, exemplo os automóveis, são exemplos de curva de oferta na forma de uma reta vertical.
d. os produtores (vendedores) estão dispostos a vender por qualquer preço, o que produziu e levou ao mercado
(exemplo, vendedores de alface em feiras livre).
c. houver uma variação da produtividade média de 10% e a produção aumentar em mais de 10%.
Questão 12 A pandemia do novo coronavírus obrigou uma intervenção do poder público estadual, no sentido de coibir a circulação
Completo de pessoas em locais públicos, bem como em lojas que não sejam de alimentos, medicamentos, produtos essenciais à
Vale 0,50 população. Considerando um gráfico de oferta e demanda para um produto não essencial, ex. sorvetes, qual o efeito
ponto(s). dessa intervenção na posição da curva de demanda no gráfico? (Desloca para cima ou para a direita); (desloca para baixo
ou para esquerda); não se desloca?
d. A Curva de Indiferença tangencia a Restrição Orçamentária no ponto em que se consome mais dos produtos mais
baratos.
e. No ponto de Equilíbrio , o nível de consumo de dois produtos dados em uma Restrição Orçamentária é o mesmo.
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18/04/2020 APX1: Revisão da tentativa
Escolha uma:
a. A produtividade média do fator fixo e do fator variável de produção.
Questão 16 A Taxa Marginal de Substituição Técnica, TMST, conceito e definição bastante relacionados com a isoquanta, apresenta
Completo como correta apenas uma das seguintes sentenças.
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma:
a. Ao longo de uma isoquanta a TMST é zero.
b. A TMST representa a taxa marginal de troca de produtos para uma empresa que produz dois produtos.
c. Ao longo da Isoquanta, em que o ponto inicial seja o de um ponto alto em direção a um ponto mais baixo da
mesma, a TMST vai aumentando em valor absoluto (módulo).
d. A TMST é decrescente na hipótese de uma Isoquanta representativa de dois fatores perfeitamente substituíveis.
e. A TMST reflete a taxa de troca de um insumo por outro ao longo de uma isoquanta.
- (alternativa) apenas aumenta a produção, podendo não deslocar a fdp inicial, a depender do tipo de tecnologia sobre
a fdp .
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18/04/2020 APX1: Revisão da tentativa
Questão 18 Para o sucesso de um lojista que queira aumentar o faturamento bruto da empresa ao implementar uma liquidação de
Completo preços (promoção), ele deve torcer para:
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma:
a. que o grau de elasticidade preço da demanda não interfira no faturamento do lojista.
b. que seus clientes tenham demanda com elasticidade unitária para seus produtos.
Questão 19 Uma empresa só consegue alterar todos os seus insumos em um mínimo de 8 anos. Então em quatro anos, ela está no
Completo período de curto, médio ou longo prazo, segundo o conceito de função de produção na microeconomia?
Vale 0,50
ponto(s).
Resposta: curto
Questão 20 Se um bem for do tipo bem superior, uma elevação na renda dos consumidores que adquirem esse produto irá deslocar a
Completo curva de oferta para a direita (ou para cima)
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma opção:
Verdadeiro
Falso
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ANÁLISE MICROECONÔMICA – COMPILADO DE APS
1) Um consumidor recebe mensalmente $16. Seus gastos são apenas com os bens x e y. Os preços de x e y
são $1 e $2, respectivamente. Pede-se:
a) A expressão algébrica (equação) da restrição orçamentária;
16 = x + 2y
b) A forma da restrição orçamentária em um gráfico de x e y ( não esqueça de atribuir pelo menos dois
pares ordenados em valores);
Desenho de uma reta tocando os eixos x e y. No ponto do eixo y o par ordenado é (16,0); no ponto do
eixo x o par ordenado é (0, 8). Outros possíveis pontos são (2,7) e (4,6).
c) Se o consumidor quer comprar o máximo de x, quanto poderá comprar?
X=16.
d) Se o consumidor quer comprar o máximo de y, quanto poderá comprar?
Y= 8
e) Se o consumidor passar a receber $ 20, qual o valor da nova inclinação da restrição orçamentária?
Será – 0,5.
f) Suponha que o preço de x aumente para $2 e nada ocorra com o preço de y. A renda continua sendo
$20. Desenhe a nova restrição orçamentária e determine a sua inclinação. (valor da questão: três
pontos)
A nova restrição orçamentária será uma reta com os pontos de pares que tocam os eixos sendo ( 0,10) e (10, 0). A
inclinação será -1.
2) As pessoas mais ricas adquirem mais ternos de fibra natural e neles gastam uma parte maior de sua renda
do que o resto da população. Os ternos a base de poliéster são pouco comprados pelas pessoas mais
ricas.
a)O que se pode dizer sobre a elasticidade renda dos ternos de fibra natural e os de poliéster?
A elasticidade renda para ternos de fibra natural é maior do que a para ternos a base de poliéster.
b) De acordo com o conceito microeconômico, defina bem inferior e bem superior; pelo enunciado dessa
questão, esses tipos de ternos são exemplos de bem inferior ou superior? (valor da questão: dois pontos)
Bem inferior é o bem cujo aumento de renda implica uma queda em seu consumo. Já no bem superior
ocorre o contrário, um aumento da renda gera uma elevação em seu consumo. O terno de fibra natural é
um bem superior. O terno a base de poliéster é um bem inferior se o aumento da renda levar a queda do
consumo tanto para ricos como para pobres.
3) A satisfação ou utilidade que um consumidor tem ao consumir uma unidade adicional de um certo bem,
será sempre maior que a satisfação obtida do consumo da unidade anterior. Explique (objetivamente) se
essa afirmativa é falsa ou verdadeira. (valor da questão: dois pontos)
È uma afirmativa falsa, pois o consumo adicional de um bem é de menor satisfação que a da unidade
anterior. A cada unidade a mais, um menor ganho de satisfação estará sendo gerado em relação ao
ganho anterior,conforme o principio da utilidade marginal decrescente.
(F) A curva de indiferença de proporção fixa entre dois bens estabelece que a aquisição contínua de apenas um
deles, confere mais satisfação ao consumidor.
(F) Segundo a microeconomia, a definição de bem superior é a de bens dotados de boa qualidade ou de boas
vendas no mercado.
(V) Se o consumo de bens está abaixo da reta da restrição orçamentária, pode-se dizer que a renda não está
sendo totalmente gasta.
(V) Uma demanda preço elástica estimula uma redução de preços, caso o objetivo da empresa seja aumentar o
faturamento. (valor da questão: três pontos)
GABARITO
Avaliação Presencial – AP1
Período - 2012/1º
Disciplina: Análise Microeconômica
Coordenador: Cleber Barbosa
Orientações para prova:
• Só serão aceitas respostas feitas à caneta esferográfica azul ou preta;
• ATENÇÃO: as respostas só serão pontuadas se estiverem na Folha de
Respostas.
Boa Prova!!!
Questão 1. Imagine uma curva de demanda. Cite uma situação de mercado (exemplo) que acarrete uma variação
ao longo da curva de demanda e outra que provoque um deslocamento da mesma.
Obs: obviamente, não se esqueça de discriminar qual situação é a da variação e qual é a de deslocamento da
demanda. (1 ponto)
Resposta: uma simples mudança do preço de mercado como a alteração fortuita do empresário em
precificar seu produto faz com que o consumidor altere a sua quantidade demandada, isso é uma mudança
ao longo da curva de demanda.
Qualquer variação na condição de ceterius paribus na curva de demanda, como por exemplo, a mudança de
renda do consumidor implica em deslocamento da curva.
Questão 2. Uma empresa tem 50 funcionários e 10 máquinas. Sua produção mensal é de 5000 unidades. Observa-
se que com o mesmo número de máquinas, ao contratar mais um funcionário a produção mensal cai para 4980
unidades. Por sua vez, se com os mesmos 50 funcionários, a empresa adquirir mais uma máquina, a produção
atinge a escala de 6000 unidades. Por fim, com 51 funcionários e 11 máquinas, a produção totalizaria 6320
unidades.
Com base nessas informações, responda:
a) A taxa marginal de substituição seria zero, negativa, positiva ou constante? Obs: basta responder.
Constante.
Obs. Quem respondeu como negativa também recebeu a pontuação.
b) ilustre graficamente o mapa de curvas de indiferença para esse caso com duas curvas de indiferença. (2
pontos)
ver figura 2.11 da aula 2 do livro antigo.
Questão 4. Distinga produção de curto prazo da de longo prazo, isto é, que fator(es) as diferencia(m)? (2 pontos)
No curto prazo um fdp é fixo; no longo prazo todos os fatores podem variar.
(F) A isoquanta de uma função de produção de proporção fixa, apresenta a taxa marginal de substituição técnica
como uma função decrescente.
(V) em microeconomia, em apenas um mês a empresa pode estar em seu período de longo prazo.
(F) a Restrição Orçamentária do consumidor tem sua inclinação alterada se os todos os preços dos produtos
consumidos aumentarem em uma mesma taxa.
(F) no ponto de equilíbrio de mercado, o preço produz um determinado nível de excedente de produção.
(F) Se o bem tem demanda inelástica (elasticidade preço menor do que 1) quase sempre o bem é supérfluo.
(V) Um aumento de preço para um bem com demanda elástica reduz a receita total do vendedor. (3pontos)
GABARITO
Avaliação Presencial – AP1
Período - 2013/1º
Questões
9. Em 2005, o preço de x era $12. Em 2012, tal produto valia $ 16. Sabe-se que o índice de preços em
2005 e em 2012, apontou, respectivamente, os valores 132,2 e 143,1. Pede-se:
a. A taxa de aumento nominal de preços entre os dois períodos.
Calculando a taxa de aumento do índice de preços, tem-se: (143,1-132,2/ 132,2) = 0,825 , o que
equivale a 8,25%.
b. Em termos reais, em qual dos dois anos, x estava mais barato?
Obs: Apresente os seus cálculos (como chegou a sua resposta).
Basta comparar os preços reais de cada período (preço nominal/IP):
Preço real em 2005 = 0,0908; Preço real em 2012 = 0,1118. Logo, x esteve mais barato em 2005.
10. Desenhe o gráfico de oferta e demanda de um produto. Suponha o equilíbrio de mercado. Nesse
mesmo gráfico, mostre o efeito que nele terá se a renda dos consumidores aumentar e o produto em
questão for um bem inferior.
Em sendo um bem inferior, se a renda aumenta, o consumidor irá comprar menos desse produto.
Assim, a curva de demanda desloca-se para baixo (à direita da posição em que se encontrava). O
efeito final será de uma queda no volume negociado no mercado e diminuição do preço (cai o preço
de equilíbrio, cai a quantidade de equilíbrio).
11. Se a elasticidade preço da demanda de um bem for de elasticidade unitária (ε= -1), vale a pena para o
comerciante fazer a promoção de preços (reduzir preço) para aumentar seu faturamento? Obs: não
há pontuação se responder apenas SIM ou Não. Uma justificativa mínima (em uma ou duas linhas) já
pontua.
Não vale, pois se a elasticidade é unitária, o faturamento da empresa não varia com a queda de preços.
Valeria se a elasticidade de demanda fosse maior que um (demanda elástica)
12. Suponha um gráfico que ilustre a restrição orçamentária de um indivíduo. Qual o efeito nessa
restrição orçamentária se os preços e renda (desse indivíduo) aumentarem em 10%?
Nenhum efeito. A posição da RO fica a mesma. O aumento nominal de preços fica compensado
pelo aumento da renda nominal. Logo a renda real fica a mesma, não há deslocamento ou mudança
no ângulo da RO.
13. . A função de produção é dada por q = 10LK. A empresa produz com dez trabalhadores e cinco
máquinas. Calcule o valor das produtividades média e marginal do trabalho nesse nível de produção.
Obs: q, representa a variável produção, L, o número de trabalhadores, k, o número de máquinas.
As produtividades médias e marginais serão iguais a PMe= Pmg= 10k. Como utiliza-se 5 máquinas, então
os valores de ambas serão= 50.
4. . A função de produção é dada por q = 2LK. A empresa produz com dez trabalhadores e cinco
máquinas. Calcule o valor das produtividades médias do trabalho e capital.
Obs: q, representa a variável produção, L, o número de trabalhadores, k, o número de máquinas.
R: PMe L = 10; PMe k=20
c(F) a produtividade média pode ser tão baixa a ponto de se tornar negativa.
d(F) O preço de equilíbrio de mercado é aquele em que os produtores estão produzindo em sua plena
capacidade produtiva.
GABARITO
Avaliação Presencial – AP1
Período - 2014/2º
Disciplina: Análise Microeconômica
Questões
15. Em 2010, o preço de x era $12. Em 2012, tal produto valia $ 18. Sabe-se que o índice de preços em
2010 e em 2012, apontou, respectivamente, os valores 132,2 e 143,1. Pede-se:
c. A variação proporcional nominal de preços entre os dois períodos.
Entre os dois períodos o preço nominal de x aumentou em 50% (18/12). Aceitou-se a variação
nominal do índice de preços para quem fez os cálculos e respondeu o percentual corretamente
(143,1/132.2 = 8,25%).
Obs. Por pertencer a aula 1, quem teve a resposta errada ou deixou a resposta em branco; a pontuação de 1
ponto foi transferida para a questão 3.
d. Em termos reais, em qual dos dois anos, x estava mais barato?
O preço em 2010 era mais barato em termos reais. Em 2010 o preço real de x foi (12/132,2 =
0,09) e em 2012, ( 18/143.1 = 0.1258).
Obs.Quem teve a resposta errada ou deixou a resposta em branco; a pontuação de 1 ponto foi transferida
para a questão 4.
Obs: Apresente os seus cálculos ( deixe um mínimo de seus cálculos na folha de respostas).
16. Desenhe o gráfico de oferta e demanda de um produto. Suponha o equilíbrio de mercado. Nesse
mesmo gráfico, mostre o efeito que nele terá se a renda dos consumidores aumentar e o produto em
questão for um bem normal ou superior.
Desenhar um gráfico como o da figura 3.2 da aula 3.
17. Se a elasticidade preço da demanda de um bem for zero (ε= 0), vale a pena para o comerciante fazer
a promoção de preços (reduzir preço) para aumentar seu faturamento? Obs: não há pontuação se
responder apenas SIM ou Não. Uma justificativa mínima (em uma ou duas linhas) já pontua.
Não, se a elasticidade é zero, não há variação da demanda com a redução de preços.
18. Suponha um gráfico que ilustre a restrição orçamentária de um indivíduo. Qual o efeito nessa
restrição orçamentária se apenas os preços aumentarem em 10%?
A restrição orçamentária tem deslocamento paralelo em direção a origem do gráfico.
19. . A função de produção é dada por q = 10LK. A empresa produz com dez trabalhadores e cinco
máquinas. Calcule o valor das produtividades média e marginal do capital nesse nível de produção.
Obs: q, representa a variável produção, L, o número de trabalhadores, k, o número de máquinas.
Pmg= 100 Pme = 100
20. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) conforme seu entendimento:
a(V) a função de proporção fixa de fatores pode ser exemplificada como o caso em que o empresário
pode comprar mais de um fator, mas que sua produção só aumentará se tiver uma determinada
combinação ótima entre seus fatores.
b(V) A soma do efeito substituição mais o efeito renda compõe o chamado efeito preço. Assim, se o
bem for do tipo bem normal, uma elevação do preço causará uma redução no consumo.
c(V) Se a demanda não se altera com a variação do preço a elasticidade preço é zero.
d(F) a produtividade marginal do trabalho indica quanto cada trabalhador produz em média.
e(V) O preço de equilíbrio de mercado é aquele em que a escassez do produto no mercado é zero.
GABARITO
Avaliação Presencial – AP1
Período - 2015/1º
Disciplina: Análise Microeconômica
Coordenador: Cleber Ferrer Barbosa
Questões
1. Silvio Santos, consagrado apresentador de programa da tv, em seu quadro “Quem quer dinheiro”
dobrando papel-moeda em forma de aviãozinho lança-o ao seu auditório feminino. Sua irmã (prima ou
namorada), esteve em duas ocasiões assistindo tal programa. Na primeira vez, ano de 2002, ela conseguiu
apanhar um aviãozinho de R$ 10. Na segunda vez, em 2012, sortuda, agarrou pra si um aviãozinho de R$ 20. Os
índices de preços daqueles anos apontavam níveis de 115 e 242 em referência aos anos 2002 e
2012,respectivamente.
b) Em qual dos dois programas o Silvio estava efetivamente mais generoso? Justifique sua resposta em
termos do item a.
Pelo observado no item anterior, o valor real do aviãozinho foi maior em 2002. Logo naquele ano o SS foi mais
generoso, posto ter maior poder aquisitivo a cédula de 10 reais em 2002.
2. No estudo sobre o mercado consumidor classifica-se os bens como inferiores, normais ou superiores.
Nesse contexto, pode-se unicamente afirmar:
() os bens normais são aqueles de uso comum a todos, como os bens de alimentação, vestuário e moradia.
() bens inferiores são os bens de qualidade inferior, de baixa produção técnica, sendo esse o seu fator
preponderante. Se o bem for de boa qualidade, não será bem inferior.
() um aumento na renda não implica aumento no consumo do bem normal, apenas eleva o consumo de bem
superior.
(X) para faixas muito baixas de renda, um aumento da renda pode gerar um aumento no bem inferior; a partir de
certo ponto da renda, a medida que a faixa de renda for aumentando o consumo do bem inferior acabará por
diminuir.
3. Desenhe o gráfico de oferta e demanda de um produto para o período de um determinado mês. Suponha
o equilíbrio de mercado. Nesse mesmo gráfico, mostre o efeito que nele resultará caso, em dado instante, os
consumidores assumam uma expectativa de que os preços irão aumentar no mês seguinte.
Resposta: gráfico com a curva de oferta e demanda com o ponto de equilíbrio sendo aquele de interseção entre
tais curvas. Com a expectativa de aumento de preços, a curva de demanda desloca-se para cima (a direita)
levando a um aumento no novo preço de equilíbrio.
Obs. Só o desenho do gráfico, condição necessária e suficiente, pontua integralmente a resposta à questão. Quem
deslocou a curva de oferta, não foi pontuado. Quem deixou de designar as variáveis designativas do gráfico (eixo
vertical, preço; eixo horizontal quantidades) perdeu parcialmente a pontuação máxima.
4. A demanda pelo produto apresenta elasticidade preço da demanda do tipo inelástica. Sabendo dessa
informação o empresário deve aumentar ou diminuir o preço se quiser aumentar seu faturamento? Obs: com até
duas linhas responde-se a questão.
R> Deve aumentar o preço, pois em demanda inelástica a variação proporcional da demanda é menor do que a
respectiva variação proporcional no preço. Assim, um aumento de preços implica um aumento de receita.
Obs. Quem respondeu que a demanda não se altera com o aumento de preços, não foi pontuado.
5. Suponha um gráfico que ilustre a restrição orçamentária de um indivíduo em razão de dois bens por ele
demandado.
a. Há apenas duas situações as quais a restrição orçamentária irá deslocar paralelamente para cima. Quais são?
OBS. Seja preciso em sua resposta!
Deslocamento paralelo da RO , apresentando as variáveis de cada eixo (a quantidade de cada produto) e cada RO
sendo uma reta cujo extremos são cada um dos dois eixos do gráfico.
a(V) Admitindo apenas dois insumos, a função de produção (fdp) pode apresentar a produção resultante da
alteração de um fator, permanecendo o outro fixo. Essa é, portanto, uma fdp de curto prazo.
b(F) A hipótese da ocorrência de progresso técnico implica alteração para a mais na quantidade ilustrada no
gráfico da função de produção, mas não há deslocamento da mesma.
C(F) Para maximizar a satisfação com o consumo de bens, consumidor hedonista, a restrição orçamentária deve
tocar a curva de indiferença em qualquer ponto dela.
1. Em 2002, o índice de preços (IP) marcava 115. Dez anos depois, 2012, o mesmo índice de preços foi
262.
Assinale na FOLHA DE RESPOSTAS, V (verdadeiro) ou F (falso):
(V* ou F*)Dez reais (R$ 10) em 2010 apresentou valor real maior do que vinte reais (R$20) em 2012.
(F) Preço real é o preço nominal multiplicado pelo índice de Preços.
(V) As variáveis nominais são expressas em moeda corrente.
(V) A inflação afeta o valor real das variáveis nominais.
* aceitou-se qualquer resposta para este item.
2. No estudo sobre o mercado consumidor classificam-se os bens como inferiores, normais ou superiores.
Nesse contexto, pode-se unicamente afirmar:
( ) os bens normais são aqueles de uso comum a todos, como os bens de alimentação, vestuário e
moradia.
( ) bens inferiores são os bens de qualidade inferior, de baixa produção técnica, sendo esse o seu fator
preponderante. Se o bem for de boa qualidade, não será bem inferior.
( ) um aumento na renda não implica aumento no consumo do bem normal, apenas eleva o consumo de
bem superior.
(X) para faixas muito baixas de renda, um aumento da renda pode gerar um aumento no bem inferior; a
partir de certo ponto da renda, a medida que a faixa de renda for aumentando o consumo do bem
inferior acabará por diminuir.
A ( F) Se a demanda tem elasticidade preço zero, o gráfico da demanda por esse bem é horizontal.
B ( V) Geralmente, remédio tem elasticidade-preço (em módulo) da demanda menor do que um; enquanto
a demanda por passagens aéreas do Brasil para a China é elástica.
C (F) Para maximizar a satisfação com o consumo de bens, consumidor hedonista, a restrição orçamentária
deve tocar a curva de indiferença em qualquer ponto dela.
GABARITO COMENTADO
Avaliação Presencial – AP1 Período - 2016/1º
Disciplina: Análise Microeconômica Coordenador: Cleber Ferrer Barbosa
AP1 Análise Microeconômica
Questão 1
O Valor real do dinheiro é diretamente proporcional ao nível de preço. Então, quando os preços de todas as
mercadorias sobem, normalmente, os consumidores tornam-se propensos a reduzir a demanda por elas.
Certamente, um dos motivos dessa propensão à queda da demanda é a de os consumidores preferirem reter o
dinheiro, dado o aumento no valor real do dinheiro.
Letra a : A primeira frase está correta. A segunda frase está correta. A segunda frase é um exemplo de economia
positiva. A terceira frase está correta.
Letra b: A primeira frase está incorreta. A segunda frase está correta. A segunda frase é um exemplo de
economia normativa. A terceira frase está correta.
Letra c: A primeira frase está incorreta. A segunda frase está correta. A segunda frase é um exemplo de
economia positiva. A terceira frase está incorreta.
Letra d: A primeira frase está correta. A segunda frase está incorreta. A segunda frase é um exemplo de
economia normativa. A terceira frase está incorreta.
Letra e: A primeira frase está incorreta. A segunda frase está incorreta. A segunda frase é um exemplo de
economia normativa. A terceira frase está correta.
Resposta: Letra C
Questão 2
O preço nominal dos bens não se alterou. Todavia, a renda dos consumidores diminuiu reflexamente diante da
prolongada recessão ( queda da produção do país). Nesse caso, responda (folha de respostas, não esqueça), qual
(quais) das sentenças seguintes são corretas.
B. Se a demanda por um tal produto aumentou, trata-se de um bem conceituado na microeconomia como bem
normal ou superior.
C. Em geral, os bens inferiores têm expansão nas vendas quando a renda da população diminui.
D. Para faixa muito baixa de renda, um bem inferior pode assumir características de um bem superior.
E. Bem superior na microeconomia é aquele em que a qualidade é superior, enquanto o bem inferior é
caracterizado pela baixa qualidade do produto.
Resposta: Letras C e D.
Questão 3
No mercado de bens e serviços, em dado momento, um bem sofreu um aumento de 20% em seu preço.
Consumidores revoltados, a demanda total reduziu em 10% em relação a situação anterior. Se com essas
informações a elasticidade- preço da demanda possa ser calculada, explicite o valor dela respondendo , também,
se a demanda é elástica, inelástica ou elasticidade constante. Informe também se a receita total com a venda
desse bem deve aumentar ou reduzir.
Resposta: A elasticidade é a variação percentual da quantidade demandada pela variação percentual do preço.
Portanto, da divisão dessas variações, a elasticidade é – 0,5. Valor 1 ponto.
Como é um valor absoluto menor do que 1, a demanda está inelástica. (ponto = 0,5)
Questão 4
O preço da energia elétrica tem aumentado nesses últimos anos, bem mais do que a variação dos salários.
Suponha, pois, que a tarifa da energia tenha aumentado em 40% , em determinado ano. O salário de um
trabalhador, em termos nominais, subiu apenas 10%. Considere que esse trabalhador apenas utilize luz e
alimentos em sua cesta de consumo. Os alimentos permaneceram com os mesmos preços ao longo do ano. Se em
um gráfico da restrição orçamentária (RO) a energia elétrica está no eixo horizontal, enquanto os alimentos
(como um todo) estão no eixo vertical, desenhe a RO desse consumidor, antes e depois desse aumento na
energia.
Resposta Comentada:
A RO trata-se de uma reta que une dois pontos entre o eixo vertical e horizontal. Se a renda aumentou a RO vai se
deslocar em seus dois pontos extremos. No eixo vertical , alimentos, a variação da renda foi maior do que o
aumento de preços, portanto, o ponto no eixo estará acima do anterior.
No eixo horizontal, energia elétrica, o ponto que toca o eixo estará aquém do ponto anterior, posto o aumento da
energia ter sido maior do que o aumento da renda.
Pontuação: quem apenas errou o eixo vertical, no caso, não alterando em relação ao ponto inicial, tem 1,5 ponto.
Quem alterou o ponto do eixo vertical colocando-o abaixo do ponto original, acertando o ponto horizontal, tem
1,0 ponto.
A questão solicitou a resposta em um único gráfico. Assim, pode-se comparar o efeito resultante das proposições.
Questão 5.
(V) A curva de oferta é uma curva constante ou crescente em um gráfico que utiliza as variáveis preços e
quantidades.
(F) Se a empresa produz 100 unidades com 20 unidades de um insumo, a produtividade marginal desse insumo é
cinco.
(V) Na produção de curto prazo, entende-se que pelo menos um fator de produção está com severas limitações
para ser alterado.
(V) Se a demanda é perfeitamente inelástica, a empresa tem como aumentar o preço e aumentar o faturamento.
Ultimo Comentário: as perguntas objetivas não exigem respostas comentadas. Apenas a resposta simples e
objetiva. Alguns escrevem mais do que o necessário. Outros com letras ilegíveis.
Outras pessoas escrevem sem nenhuma correspondência com o que poderia ser uma resposta consistente.
Avaliação Presencial – AP 1
Período - 2016/2º
Disciplina: Análise Microeconômica
Coordenador: Cleber Ferrer Barbosa
ALUNO: MATR:
Orientações para prova:
• Só serão aceitas respostas feitas à caneta esferográfica azul ou preta;
• ATENÇÃO: as respostas só serão pontuadas se estiverem na Folha de Respostas.
• Cada questão vale 2 pontos
Questão 1
Marque V (verdadeiro) ou F (falso):
(F) Ocorre um deslocamento da curva de demanda quando o preço do produto aumenta ou diminui no gráfico.
(V) se o preço de um bem substituto aumentar, a curva de demanda deve deslocar para cima ou à direita da
posição inicial.
(V) preço de equilíbrio é o preço em que a quantidade ofertada iguala-se a quantidade demandada.
(F) A renda do consumidor quando aumenta, sempre implicará um deslocamento para cima da curva de
demanda por determinado produto.
Questão 2
Um mercado de um determinado produto é caracterizado pelas seguintes equações, onde p representa o preço e
Q a quantidade do produto:
Q= 10 + 2p
Q= 40 – p.
Diante disso, responda:
1) qual das duas equações representa a oferta?;
Q = 10+2p
Questão 3
As sentenças abaixo referem-se ao conceito de elasticidade. Identifique se elas estão corretas. Se sim, diga qual
ou quais?
a. Se o preço de um produto aumentar 20% e a demanda cair mais do que 30% , a elasticidade preço
demanda será menor que 1, em valor absoluto.
b. Os camelôs que se postaram perto das arenas dos jogos olímpicos aumentaram os seus preços em 50%.
Ficaram felizes com o faturamento que aumentou. Nesse caso a elasticidade renda dos consumidores era
do tipo inelástica.
c. Se em um gráfico ( p versus q), a curva de demanda é vertical, então a elasticidade preço é infinita.
d. Se a elasticidade preço é unitária, qualquer aumento de preço do produto não altera o faturamento da
empresa.
R: apenas a letra D está correta.
Questão 4
Suponha que como administradores de empresas queremos mostrar aos nossos clientes que a linha de nossos
produtos são de bens complementares. Nossos clientes são economistas. Portanto, em nossa apresentação,
utilizaremos gráfico de bens complementares perfeitos. Desenhe um gráfico que representa curvas de
indiferenças para bens complementares perfeitos. OBS: não esqueça de designar as variáveis que estão nos eixos
do gráfico.
Questão 5
Marque V (verdadeiro) ou F ( falso).
(V) Se a renda do consumidor aumenta, a RO (restrição orçamentária) do consumidor desloca-se para cima.
(F) Duas curvas de indiferença que se cruzam representam uma situação rara, mas possível do ponto de vista da
lógica do comportamento do consumidor.
(F) a produtividade média do trabalho negativa significa que a empresa deve reduzir o número de trabalhadores
ou baixar seus salários.
(V) Se a produtividade média do trabalho é maior que a produtividade marginal então o produto médio não é
máximo.
Avaliação Presencial – AP 1 Período - 2017/1º
FOLHA DE QUESTÕES
1. Suponha que o nível de utilidade de um indivíduo possa ser representada por U (x 1,x2) =
2(x1)0,5(x2), sendo x1 e x2 os dois bens de consumo, tais como no livro de estudo. Diante disso,
pergunta-se :
a) qual seria o nível de utilidade alcançado por esse indivíduo quando consumisse 4 unidades de
ambos os bens?
R: U = 2 (2) 4 = 16
b) Se no nível de consumo do item anterior, esse indivíduo adquirisse apenas mais uma unidade do
bem x2, qual seria o valor da respectiva utilidade marginal?
R: UMG= 20-16/1 = 4
OBS: para receber os pontos da questão deve-se deixar na Folha de Respostas um mínimo de
demonstração de como chegou ao resultado, isso é, não pode apenas deixar o valor da resposta.
3. Dois bens (x, y) possuem os seus respectivos preços de mercados (px, py) são R$ 2 e R$6. O
consumidor tem renda semanal de R$ 100.
a. Construa a equação da Restrição Orçamentária (RO) nesse caso.
RO : 100= 2 x + 6 y
b. Faça o gráfico da RO para esse caso, evidenciando pelo menos dois pares de pontos (x,y).
R:Grafico com uma reta decrescente que toca os dois eixos, sem ultrapassa-los, conforme livro
didático. Dois dados podem ser qualquer quantidade de x e y , conforme a equação RO. Dois
exemplos são os eixos ( 0; 16,7) e ( 50, 0)
c. Repita o gráfico construído no item anterior e mostre a alteração que teria caso o preço de x (p x)
aumente para R$4.
R: o gráfico agora seria uma reta que fosse a metade do valor no ponto que toca o eixo x,
portanto, o par (25,0), com nada alterando no eixo do y.
d. Utilizando o gráfico gerado pelo item c, destaque um par de consumo inalcançável pelo
consumidor, pelo fato da alteração do preço x.
R: qualquer ponto acima da nova RO, cujo valores de x e y na em 4x + 6y > 100. Como exemplo :
x= 50, y= 0.
4. Supondo que a especificação de uma função de produção seja dada por f( x, y) = 10 xy, sendo x e
y, os dois únicos insumos utilizados na produção, responda:
a. O emprego de seis unidades de cada um dos insumos levaria a produção para qual quantidade?
R: 360
b. De acordo com a situação do item anterior, qual é o valor da produtividade média de x?
R: PMe= (360 / 6 )= 60
(V) uma curva de demanda pode ser elaborada a partir de gráficos de equilíbrio do consumidor
dados pelas curvas de indiferença e restrição orçamentária.
(F) bens de Giffen são os que bens que conferem status. Um exemplo são os luxuosos casacos de
pele comprados por pessoas bastante ricas, que os compram ainda mais quando aumentam os
preços daqueles.
(F) No puro conceito da microeconomia, o curto prazo é o período de até um ano; passados dez
anos, certamente, atinge-se o longo prazo.
Avaliação Presencial – AP 1 Período - 2017/2º
FOLHA DE QUESTÕES
1. Houve época em que vigorou o tabelamento de preços no Brasil. Suponha a seguinte tabela de preços
(P) e quantidades ofertadas (Q) e demandadas (Q)de um dado bem:
P 0 5 10 15 20 25
Q 0 10 15 18 22 24
Q 5500 32 25 20 10 02
Depois de várias reclamações de que o preço estava muito elevado, o governo resolve tabelar o preço
no valor de R$ 5, isto é, determinação do governo exige que no mercado o preço máximo não
ultrapasse tal valor. Pelo dito, pede-se:
a) Informar a situação de mercado (se equilíbrio, excedente ou escassez de produtos) em que
provavelmente vigorará, e em quantidades;
RESPOSTA: escassez de 22 unidades. Comentário: a resposta precisava explicitar a quantidade da
escassez. Quem não respondeu 22, mesmo dizendo que era 32 de demanda e 10 de oferta,
recebeu metade da pontuação.
b) Supondo que empresários estejam dispostos, clandestinamente, cobrar ágios, qual o maior valor
de ágio que poderia ser cobrado?
RESPOSTA: O VALOR DE ÁGIO é R$ 15. Observe que o preço com ágio não poderia ser 25, pois
nesse caso a demanda seria de 2 unidades, gerando sobra de 8 unidades.
2. Em uma loja de anéis de prata, o administrador registra que ao preço de R$100,00 por unidade, vende
diariamente, em média, 90 anéis. Ao aumentar em 10% o preço do anel de prata, as vendas diárias
são reduzidas para 67 unidades. Qual o valor da Elasticidade preço da demanda no trecho dessa
mudança de preços? Nesse trecho a demanda é elástica, inelástica ou apresenta elasticidade unitária?
RESPOSTA: a ELASTICIDADE É - 2.3. A situação é demanda elástica. Recebeu 0,5 ponto quem apenas
respondeu ELASTICO.
3. Juquinha é um adolescente de 16 anos, e um exímio conhecedor dos recursos da informática.
Desenvolve, pois, um aplicativo para celular , utilidroapp, cuja função é de, através de um sensor,
atribuir pontos para cada produto consumidor por qualquer indivíduo, conforme sua escala pessoal de
preferências. Cada ponto equivale a uma unidade de medida, a que ele denominou utis. Quanto mais
o bem conferir unidades, mais utis apontará o aplicativo. Versões mais atualizadas do utilidroroapp já
fornecem fórmulas de cálculos da Utilidade Total ou satisfação de vários produtos para cada
consumidor, isso é, utilidade para consumo de várias cestas de bens. Uma pessoa que baixou tal
aplicativo observou que sua função utilidade , U, para dois produtos (x,y) apresentou a seguinte
especificação:
U (x, y) = 2x0,5y.
Sendo assim, responda:
a) Supondo que a pessoa adquiriu (consumiu) 4 unidades de y, qual a utilidade total gerada se ela
também adquirir 4 unidades de x? Resposta: 16
b) Qual o valor em utis da utilidade marginal de x quando antes ela nada consumia de x , mas agora
venha a adquirir (consumir) uma unidade de x, ao mesmo tempo que
também consuma 4 unidades de y? Resposta: 4 (resolvendo por derivada), 8 (resolvendo por
variação discreta). Aceitou-se qualquer uma dessas duas respostas.
c) Regra geral, você espera que a utilidade marginal seja crescente, decrescente ou constante?
Resposta: decrescente
d) Observando a formula da utilidade para a cesta de x e y desse consumidor, para ele tais bens são
do tipo bens superiores, substitutos, complementares, inferiores, ou neutros? Obs: apenas
responda, sem precisar justificar.
Resposta: complementares. Comentário: superiores e inferiores não têm sentido pois são bens que
precisam da variação da renda para identificá-los; não há classificação para bens neutros na
microeconomia. Bens substitutos são bens que conferem utilidades equiparáveis em termos de
intensidade ou valores, o que não se verifica na especificada função da questão; bens complementares
são bens cuja utilidade de um está associada a outra, o que sugere a função utilidade apresentada.
4. Uma função de produção (q) onde há apenas mão de obra (L) e capital (K) como fatores, a expressão
matemática é dada por q = 3k2L.
A) Expresse a expressão matemática (função) da produtividade marginal da mão de obra associada a
essa função de produção. R: 3k2
B) Se houver o emprego de duas máquinas e um trabalhador, qual a estimativa da produtividade
média da mão de obra? R: 12
C) Se houver o emprego de duas máquinas e um trabalhador, qual a estimativa da produtividade
marginal da mão de obra? R: 12
D) Utilizando-se duas máquinas e dois trabalhadores, a empresa resolve contratar mais um
trabalhador. Qual o valor da produtividade marginal nesse caso? R:12
Comentários Gerais. A nota máxima foi de grau 9, obtidos pelos estudantes Hiago Faria (POLO Magé); Thayanne Souza (POLO
Piraí); Leonaide Uzeda (POLO Rocinha); Waldir Nunes ( POLO Rocinha). Parabéns !
Observei no ato de pontuar as provas que alguns deixaram de receber notas mais elevadas possivelmente por, digamos, uma
dose de preguiça ou ansiedade no momento de estarem em prova. Por exemplo, na primeira questão, requereu-se que
respondesse a quantidade de escassez ou excedente gerada com o tabelamento de preços. Pois, alguns responderam que a
situação gerada era de escassez ( correto) e que a oferta seria 10 e a demanda 32, sem informar (explicitar) que a escassez
seria de 22 unidades. Isso é, simplesmente não respondeu, não foi completo na resposta, quando facilmente poderia. Esse
item valia 1 ponto, no caso recebeu apenas 0,5 ponto.
Quero dar parabéns a todos que compareceram, em especial aqueles que fizeram uma prova com
organização nas respostas, caligrafia legível, e demonstraram ter lido as Orientações para a Prova. A
feitura de provas com essas boas características proporciona uma correção mais célere e causa uma
boa impressão.
Muitas respostas mostraram grande capacidade de compreensão e também que leram o material de
leitura. Isso também dá satisfação ao professor.
Convite. No dia da visita técnica desse semestre aos Polos , dia 28 de outubro, estaremos (eu e a
tutora a distância Cristiane ) no Polo Angra dos Reis. Nessa oportunidade, farei uma palestra cujo
tema é “Crimes Empresariais”. Portanto, se houver interesse no assunto e/ou em estar com a gente
para qualquer outra questão, diálogos etc., é só comparecer para nos proporcionar grande estima,
honra e prazer.
Cleber Ferrer Barbosa
AP 1 Período - 2018/1º Análise Microeconômica
1. Suponha o mercado de um produto representado pelo gráfico de variáveis preços e quantidades por
período de tempo. Há as curvas de oferta e demanda, sendo que a demanda por esse produto é
totalmente inelástica.Pede-se:
a.Desenhe o gráfico desse mercado destacando(ilustrando) o preço de equilíbrio e a quantidade de
equilíbrio.
Gráfico de variáveis p x q ,onde a curva de demanda é vertical e a curva de oferta apresenta inclinação
positiva (crescente).O preço de equilíbrio é o ponto de cruzamento entre as duas curvas.
b. Suponha a situação de redução salarial dos funcionários que trabalham na produção do produto
desse mercado. Repita o gráfico do item a, incorporando o efeito dessa alteração salarial.
Repetindo o gráfico do item anterior, inserir a curva de oferta em posição abaixo da oferta do item a. O
preço de equilíbrio é o da interseção da curva de demanda com a nova oferta.
Comentário: Pontuação. Para ser pontuado, não pode esquecer de deixar escrito as variáveis de cada eixo
do gráfico. Não há sentido em inserir números à questão. A menos que o enunciado solicite exemplificar,
em nenhuma prova o respondente pode inserir números.Tem que se ater estritamente ao enunciado da
questão.
Q = - 100 + 30p
Obs: não esqueça de designar as variáveis que representam os eixos vertical e horizontal .
O preço de equilíbrio é 8. A quantidade de equilíbrio é 140. O gráfico correto vale 0,5 ponto .
3. Após ver no noticiário que a economia do País apresenta sinais de recuperação, o lojista resolveu
aumentar o preço do que vende.Quando o preço era R$100,00 por unidade, vendia diariamente, em média,
90 unidades. Ao aumentar o preço em R$10, as vendas diárias são reduzidas para 67 unidades.
Qual o valor da Elasticidade preço da demanda no trecho dessa mudança de preços?
Nesse trecho a demanda é elástica, inelástica ou apresenta elasticidade unitária?
Resposta
Três valores de respostas são aceitos, conforme tenha- se utilizado a elasticidade ponto (preço inicial,
preço final) e elasticidade arco ou ponto médio. São as equações 8 e 10 da aula 4 do livro texto. O
desenvolvimento da resposta pode ser visto no corpo da aula 4.
As respostas aceitas são: Elasticidades: e 1 = 2, 55; e 2= 3,74; e 3= 3,07 que são respectivamente a
elasticidade ponto com preço =100, preço 110 e elasticidade preço médio.
4. Teoricamente a satisfação de um consumidor com dois produtos (x , y) é dada pela função utilidade
( U) : U( x , y) = 4 x y.
a.Se x e y têm preços iguais, o consumo de x será maior, igual ou menor do que de y?
R: nível de consumo é o mesmo entre x e y.(pela vista da equação de utilidade os dois bens têm o mesmo
peso)
5. Uma função de produção (q) apenas com os insumos mão de obra (L) e capital(K)
possui expressão matemática dada por q = 5LK.
A)Determine a função da produtividade marginal da mão de obra associada a essa função de produção.
PmgL =5k
B)Se houver o emprego de duas máquinas e um trabalhador, qual o valor da produtividade média da mão
de obra?
Resposta: 10
C)Se houve r o emprego de duas máquinas e um trabalhador, qual o valor da produtividade marginal da
mão de obra?
Resposta: 10
D)Utilizando-se duas máquinas e dois trabalhadores, a empresa resolve contratar mais um trabalhador.
Qual o valor da produtividade marginal nesse caso?
Resposta: 10
( F) o aumento no preço de um bem complementar tem o efeito de deslocar a curva de demanda para cima
ou para à direita de sua posição original.
( F )se a curva de demanda é horizontal, o consumidor está disposto a comprar a quantidade que necessita,
mesmo que haja elevação do preço.
( F) A elasticidade renda evidencia que alterações na renda impactam os preços pelo fato de alterar a
demanda dos consumidores no mercado.
GABARITO ESPECIALMENTE COMENTADO AP1 Microeconomia 2019
Período - 2019/1º
Disciplina: Análise Microeconômica Coordenador: Cleber Ferrer Barbosa
Questões
3. Suponha a utilidade do consumidor com dois produtos (x e y) dadas pela expressão U (x, y) = 2x
y3. Se o consumidor está consumindo 2 unidades de y e 1 unidade de x, qual o valor da utilidade
marginal de x?
GABARITO: utilidade marginal de x = 16.
4. Restrição Orçamentária (RO) representa o conjunto de bens que podem ser adquiridos pelo
consumidor, considerando os preços dos bens e a renda. Podemos dizer:
a.( ) no gráfico da RO , uma cesta de produtos abaixo da reta RO, representa uma situação inalcançável ,
tendo em vista a renda auferida pelo consumidor dessa RO.
b.( ) A expressão da RO considerando dois bens complementares terá uma forma de L.
c. (X) Todos os pontos da RO implicam dizer que a poupança do consumidor é zero.
d. O consumidor deve procurar consumir a cesta de produto que esteja no ponto médio da RO, em vez
dos pontos próximos ao extremo.
e.( ) Se a renda aumenta e os preços não, a RO fica mais inclinada.
5. Qual a diferença entre curto e longo prazo em microeconomia? Obs. Seja breve. Se você precisar
de mais de duas linhas para responder, provavelmente você não sabe a resposta.
GABARITO: No curto prazo, pelo menos um fator de produção é fixo; no longo prazo, todos os
fatores podem variar.
7. A função de produção de uma atividade econômica é dada por q = 2 L K2. Ao empregar cinco
trabalhadores (L=5), utilizando duas maquinas (K=2), qual o valor da produtividade média do
trabalho?
GABARITO: produtividade média do trabalho= 8
Obrigado por comparecerem à prova. Observem que todas as questões são facilmente
encontradas nos nossos livros de aula.
Estamos visitando os Polos uma semana antes da AP para uma aula presencial e/ou
conversarmos sobre nossa matéria e demais questões. Caso queiram nossa visita, avise ao
coordenador do Polo para agendarmos nossa ida.
Avaliação Presencial – AP 1 Período - 2019/2º
Disciplina: Análise Microeconômica Coordenador: Cleber Ferrer Barbosa
Gabarito COMENTADO
AP1 do 2 sem 2019 Microeconomia
GABARITO COMENTADO
Importante também responder conforme o enunciado. Se a questão foi formulada com variáveis A e B,
não se deve responder com variáveis X e Y.
Algumas curvas de uma rodovia, a Administração Pública informa que são trechos com alto índice de
acidentes. A intenção é o chamar atenção para o cuidado adicional: o usuário da estrada deve ter uma
atenção redobrada.
Nessa nossa disciplina, infelizmente, há um número significativo de baixas notas. Portanto, vale o
empenho adicional na leitura constante e a tempo para passar por ela da melhor e mais rápida forma
possível. O coordenador quer ver os estudantes com notas elevadas, pelas respostas corretas que
produzem. Ele fica feliz, acredite.
Questões
1. Uma empresa constata que ao preço de R$100,00, por unidade, vende diariamente 90 produtos.
Ao aumentar em 10% o preço daquele produto, as vendas diárias são reduzidas para 67 unidades.
Qual o valor da Elasticidade preço da demanda dessa mudança de preços? Nesse trecho a
demanda é elástica, inelástica ou apresenta elasticidade unitária?
2. A utilidade do consumidor com dois produtos (x e y) é dada pela expressão U (x, y) = 2x y2. Se o
consumidor está consumindo 2 unidades de y e 1 unidade de x, qual o valor da utilidade marginal
de x?
R: umg de x = 8
5. A função de produção de uma atividade econômica é dada por q = 2 L K2. Ao empregar dez
trabalhadores (L=10), utilizando duas máquinas (K=2): a) qual o valor da produtividade média do
trabalho? B) qual o valor da função de produção no ponto do item anterior?
R: a) Pmel do trabalho= 8; b) q = 80
1) Um consumidor recebe mensalmente $16. Seus gastos são apenas com os bens x e y. Os preços de x e y
são $1 e $2, respectivamente. Pede-se:
a) A expressão algébrica (equação) da restrição orçamentária;
16 = x + 2y
b) A forma da restrição orçamentária em um gráfico de x e y ( não esqueça de atribuir pelo menos dois
pares ordenados em valores);
Desenho de uma reta tocando os eixos x e y. No ponto do eixo y o par ordenado é (16,0); no ponto do
eixo x o par ordenado é (0, 8). Outros possíveis pontos são (2,7) e (4,6).
c) Se o consumidor quer comprar o máximo de x, quanto poderá comprar?
X=16.
d) Se o consumidor quer comprar o máximo de y, quanto poderá comprar?
Y= 8
e) Se o consumidor passar a receber $ 20, qual o valor da nova inclinação da restrição orçamentária?
Será – 0,5.
f) Suponha que o preço de x aumente para $2 e nada ocorra com o preço de y. A renda continua sendo
$20. Desenhe a nova restrição orçamentária e determine a sua inclinação. (valor da questão: três
pontos)
A nova restrição orçamentária será uma reta com os pontos de pares que tocam os eixos sendo ( 0,10) e (10, 0). A
inclinação será -1.
2) As pessoas mais ricas adquirem mais ternos de fibra natural e neles gastam uma parte maior de sua renda
do que o resto da população. Os ternos a base de poliéster são pouco comprados pelas pessoas mais
ricas.
a)O que se pode dizer sobre a elasticidade renda dos ternos de fibra natural e os de poliéster?
A elasticidade renda para ternos de fibra natural é maior do que a para ternos a base de poliéster.
b) De acordo com o conceito microeconômico, defina bem inferior e bem superior; pelo enunciado dessa
questão, esses tipos de ternos são exemplos de bem inferior ou superior? (valor da questão: dois pontos)
Bem inferior é o bem cujo aumento de renda implica uma queda em seu consumo. Já no bem superior
ocorre o contrário, um aumento da renda gera uma elevação em seu consumo. O terno de fibra natural é
um bem superior. O terno a base de poliéster é um bem inferior se o aumento da renda levar a queda do
consumo tanto para ricos como para pobres.
3) A satisfação ou utilidade que um consumidor tem ao consumir uma unidade adicional de um certo bem,
será sempre maior que a satisfação obtida do consumo da unidade anterior. Explique (objetivamente) se
essa afirmativa é falsa ou verdadeira. (valor da questão: dois pontos)
È uma afirmativa falsa, pois o consumo adicional de um bem é de menor satisfação que a da unidade
anterior. A cada unidade a mais, um menor ganho de satisfação estará sendo gerado em relação ao
ganho anterior,conforme o principio da utilidade marginal decrescente.
(F) A curva de indiferença de proporção fixa entre dois bens estabelece que a aquisição contínua de apenas um
deles, confere mais satisfação ao consumidor.
(F) Segundo a microeconomia, a definição de bem superior é a de bens dotados de boa qualidade ou de boas
vendas no mercado.
(V) Se o consumo de bens está abaixo da reta da restrição orçamentária, pode-se dizer que a renda não está
sendo totalmente gasta.
(V) Uma demanda preço elástica estimula uma redução de preços, caso o objetivo da empresa seja aumentar o
faturamento. (valor da questão: três pontos)
GABARITO
Avaliação Presencial – AP1
Período - 2012/1º
Disciplina: Análise Microeconômica
Coordenador: Cleber Barbosa
Orientações para prova:
• Só serão aceitas respostas feitas à caneta esferográfica azul ou preta;
• ATENÇÃO: as respostas só serão pontuadas se estiverem na Folha de
Respostas.
Boa Prova!!!
Questão 1. Imagine uma curva de demanda. Cite uma situação de mercado (exemplo) que acarrete uma variação
ao longo da curva de demanda e outra que provoque um deslocamento da mesma.
Obs: obviamente, não se esqueça de discriminar qual situação é a da variação e qual é a de deslocamento da
demanda. (1 ponto)
Resposta: uma simples mudança do preço de mercado como a alteração fortuita do empresário em
precificar seu produto faz com que o consumidor altere a sua quantidade demandada, isso é uma mudança
ao longo da curva de demanda.
Qualquer variação na condição de ceterius paribus na curva de demanda, como por exemplo, a mudança de
renda do consumidor implica em deslocamento da curva.
Questão 2. Uma empresa tem 50 funcionários e 10 máquinas. Sua produção mensal é de 5000 unidades. Observa-
se que com o mesmo número de máquinas, ao contratar mais um funcionário a produção mensal cai para 4980
unidades. Por sua vez, se com os mesmos 50 funcionários, a empresa adquirir mais uma máquina, a produção
atinge a escala de 6000 unidades. Por fim, com 51 funcionários e 11 máquinas, a produção totalizaria 6320
unidades.
Com base nessas informações, responda:
a) A taxa marginal de substituição seria zero, negativa, positiva ou constante? Obs: basta responder.
Constante.
Obs. Quem respondeu como negativa também recebeu a pontuação.
b) ilustre graficamente o mapa de curvas de indiferença para esse caso com duas curvas de indiferença. (2
pontos)
ver figura 2.11 da aula 2 do livro antigo.
Questão 4. Distinga produção de curto prazo da de longo prazo, isto é, que fator(es) as diferencia(m)? (2 pontos)
No curto prazo um fdp é fixo; no longo prazo todos os fatores podem variar.
(F) A isoquanta de uma função de produção de proporção fixa, apresenta a taxa marginal de substituição técnica
como uma função decrescente.
(V) em microeconomia, em apenas um mês a empresa pode estar em seu período de longo prazo.
(F) a Restrição Orçamentária do consumidor tem sua inclinação alterada se os todos os preços dos produtos
consumidos aumentarem em uma mesma taxa.
(F) no ponto de equilíbrio de mercado, o preço produz um determinado nível de excedente de produção.
(F) Se o bem tem demanda inelástica (elasticidade preço menor do que 1) quase sempre o bem é supérfluo.
(V) Um aumento de preço para um bem com demanda elástica reduz a receita total do vendedor. (3pontos)
GABARITO
Avaliação Presencial – AP1
Período - 2013/1º
Questões
9. Em 2005, o preço de x era $12. Em 2012, tal produto valia $ 16. Sabe-se que o índice de preços em
2005 e em 2012, apontou, respectivamente, os valores 132,2 e 143,1. Pede-se:
a. A taxa de aumento nominal de preços entre os dois períodos.
Calculando a taxa de aumento do índice de preços, tem-se: (143,1-132,2/ 132,2) = 0,825 , o que
equivale a 8,25%.
b. Em termos reais, em qual dos dois anos, x estava mais barato?
Obs: Apresente os seus cálculos (como chegou a sua resposta).
Basta comparar os preços reais de cada período (preço nominal/IP):
Preço real em 2005 = 0,0908; Preço real em 2012 = 0,1118. Logo, x esteve mais barato em 2005.
10. Desenhe o gráfico de oferta e demanda de um produto. Suponha o equilíbrio de mercado. Nesse
mesmo gráfico, mostre o efeito que nele terá se a renda dos consumidores aumentar e o produto em
questão for um bem inferior.
Em sendo um bem inferior, se a renda aumenta, o consumidor irá comprar menos desse produto.
Assim, a curva de demanda desloca-se para baixo (à direita da posição em que se encontrava). O
efeito final será de uma queda no volume negociado no mercado e diminuição do preço (cai o preço
de equilíbrio, cai a quantidade de equilíbrio).
11. Se a elasticidade preço da demanda de um bem for de elasticidade unitária (ε= -1), vale a pena para o
comerciante fazer a promoção de preços (reduzir preço) para aumentar seu faturamento? Obs: não
há pontuação se responder apenas SIM ou Não. Uma justificativa mínima (em uma ou duas linhas) já
pontua.
Não vale, pois se a elasticidade é unitária, o faturamento da empresa não varia com a queda de preços.
Valeria se a elasticidade de demanda fosse maior que um (demanda elástica)
12. Suponha um gráfico que ilustre a restrição orçamentária de um indivíduo. Qual o efeito nessa
restrição orçamentária se os preços e renda (desse indivíduo) aumentarem em 10%?
Nenhum efeito. A posição da RO fica a mesma. O aumento nominal de preços fica compensado
pelo aumento da renda nominal. Logo a renda real fica a mesma, não há deslocamento ou mudança
no ângulo da RO.
13. . A função de produção é dada por q = 10LK. A empresa produz com dez trabalhadores e cinco
máquinas. Calcule o valor das produtividades média e marginal do trabalho nesse nível de produção.
Obs: q, representa a variável produção, L, o número de trabalhadores, k, o número de máquinas.
As produtividades médias e marginais serão iguais a PMe= Pmg= 10k. Como utiliza-se 5 máquinas, então
os valores de ambas serão= 50.
4. . A função de produção é dada por q = 2LK. A empresa produz com dez trabalhadores e cinco
máquinas. Calcule o valor das produtividades médias do trabalho e capital.
Obs: q, representa a variável produção, L, o número de trabalhadores, k, o número de máquinas.
R: PMe L = 10; PMe k=20
c(F) a produtividade média pode ser tão baixa a ponto de se tornar negativa.
d(F) O preço de equilíbrio de mercado é aquele em que os produtores estão produzindo em sua plena
capacidade produtiva.
GABARITO
Avaliação Presencial – AP1
Período - 2014/2º
Disciplina: Análise Microeconômica
Questões
15. Em 2010, o preço de x era $12. Em 2012, tal produto valia $ 18. Sabe-se que o índice de preços em
2010 e em 2012, apontou, respectivamente, os valores 132,2 e 143,1. Pede-se:
c. A variação proporcional nominal de preços entre os dois períodos.
Entre os dois períodos o preço nominal de x aumentou em 50% (18/12). Aceitou-se a variação
nominal do índice de preços para quem fez os cálculos e respondeu o percentual corretamente
(143,1/132.2 = 8,25%).
Obs. Por pertencer a aula 1, quem teve a resposta errada ou deixou a resposta em branco; a pontuação de 1
ponto foi transferida para a questão 3.
d. Em termos reais, em qual dos dois anos, x estava mais barato?
O preço em 2010 era mais barato em termos reais. Em 2010 o preço real de x foi (12/132,2 =
0,09) e em 2012, ( 18/143.1 = 0.1258).
Obs.Quem teve a resposta errada ou deixou a resposta em branco; a pontuação de 1 ponto foi transferida
para a questão 4.
Obs: Apresente os seus cálculos ( deixe um mínimo de seus cálculos na folha de respostas).
16. Desenhe o gráfico de oferta e demanda de um produto. Suponha o equilíbrio de mercado. Nesse
mesmo gráfico, mostre o efeito que nele terá se a renda dos consumidores aumentar e o produto em
questão for um bem normal ou superior.
Desenhar um gráfico como o da figura 3.2 da aula 3.
17. Se a elasticidade preço da demanda de um bem for zero (ε= 0), vale a pena para o comerciante fazer
a promoção de preços (reduzir preço) para aumentar seu faturamento? Obs: não há pontuação se
responder apenas SIM ou Não. Uma justificativa mínima (em uma ou duas linhas) já pontua.
Não, se a elasticidade é zero, não há variação da demanda com a redução de preços.
18. Suponha um gráfico que ilustre a restrição orçamentária de um indivíduo. Qual o efeito nessa
restrição orçamentária se apenas os preços aumentarem em 10%?
A restrição orçamentária tem deslocamento paralelo em direção a origem do gráfico.
19. . A função de produção é dada por q = 10LK. A empresa produz com dez trabalhadores e cinco
máquinas. Calcule o valor das produtividades média e marginal do capital nesse nível de produção.
Obs: q, representa a variável produção, L, o número de trabalhadores, k, o número de máquinas.
Pmg= 100 Pme = 100
20. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) conforme seu entendimento:
a(V) a função de proporção fixa de fatores pode ser exemplificada como o caso em que o empresário
pode comprar mais de um fator, mas que sua produção só aumentará se tiver uma determinada
combinação ótima entre seus fatores.
b(V) A soma do efeito substituição mais o efeito renda compõe o chamado efeito preço. Assim, se o
bem for do tipo bem normal, uma elevação do preço causará uma redução no consumo.
c(V) Se a demanda não se altera com a variação do preço a elasticidade preço é zero.
d(F) a produtividade marginal do trabalho indica quanto cada trabalhador produz em média.
e(V) O preço de equilíbrio de mercado é aquele em que a escassez do produto no mercado é zero.
GABARITO
Avaliação Presencial – AP1
Período - 2015/1º
Disciplina: Análise Microeconômica
Coordenador: Cleber Ferrer Barbosa
Questões
1. Silvio Santos, consagrado apresentador de programa da tv, em seu quadro “Quem quer dinheiro”
dobrando papel-moeda em forma de aviãozinho lança-o ao seu auditório feminino. Sua irmã (prima ou
namorada), esteve em duas ocasiões assistindo tal programa. Na primeira vez, ano de 2002, ela conseguiu
apanhar um aviãozinho de R$ 10. Na segunda vez, em 2012, sortuda, agarrou pra si um aviãozinho de R$ 20. Os
índices de preços daqueles anos apontavam níveis de 115 e 242 em referência aos anos 2002 e
2012,respectivamente.
b) Em qual dos dois programas o Silvio estava efetivamente mais generoso? Justifique sua resposta em
termos do item a.
Pelo observado no item anterior, o valor real do aviãozinho foi maior em 2002. Logo naquele ano o SS foi mais
generoso, posto ter maior poder aquisitivo a cédula de 10 reais em 2002.
2. No estudo sobre o mercado consumidor classifica-se os bens como inferiores, normais ou superiores.
Nesse contexto, pode-se unicamente afirmar:
() os bens normais são aqueles de uso comum a todos, como os bens de alimentação, vestuário e moradia.
() bens inferiores são os bens de qualidade inferior, de baixa produção técnica, sendo esse o seu fator
preponderante. Se o bem for de boa qualidade, não será bem inferior.
() um aumento na renda não implica aumento no consumo do bem normal, apenas eleva o consumo de bem
superior.
(X) para faixas muito baixas de renda, um aumento da renda pode gerar um aumento no bem inferior; a partir de
certo ponto da renda, a medida que a faixa de renda for aumentando o consumo do bem inferior acabará por
diminuir.
3. Desenhe o gráfico de oferta e demanda de um produto para o período de um determinado mês. Suponha
o equilíbrio de mercado. Nesse mesmo gráfico, mostre o efeito que nele resultará caso, em dado instante, os
consumidores assumam uma expectativa de que os preços irão aumentar no mês seguinte.
Resposta: gráfico com a curva de oferta e demanda com o ponto de equilíbrio sendo aquele de interseção entre
tais curvas. Com a expectativa de aumento de preços, a curva de demanda desloca-se para cima (a direita)
levando a um aumento no novo preço de equilíbrio.
Obs. Só o desenho do gráfico, condição necessária e suficiente, pontua integralmente a resposta à questão. Quem
deslocou a curva de oferta, não foi pontuado. Quem deixou de designar as variáveis designativas do gráfico (eixo
vertical, preço; eixo horizontal quantidades) perdeu parcialmente a pontuação máxima.
4. A demanda pelo produto apresenta elasticidade preço da demanda do tipo inelástica. Sabendo dessa
informação o empresário deve aumentar ou diminuir o preço se quiser aumentar seu faturamento? Obs: com até
duas linhas responde-se a questão.
R> Deve aumentar o preço, pois em demanda inelástica a variação proporcional da demanda é menor do que a
respectiva variação proporcional no preço. Assim, um aumento de preços implica um aumento de receita.
Obs. Quem respondeu que a demanda não se altera com o aumento de preços, não foi pontuado.
5. Suponha um gráfico que ilustre a restrição orçamentária de um indivíduo em razão de dois bens por ele
demandado.
a. Há apenas duas situações as quais a restrição orçamentária irá deslocar paralelamente para cima. Quais são?
OBS. Seja preciso em sua resposta!
Deslocamento paralelo da RO , apresentando as variáveis de cada eixo (a quantidade de cada produto) e cada RO
sendo uma reta cujo extremos são cada um dos dois eixos do gráfico.
a(V) Admitindo apenas dois insumos, a função de produção (fdp) pode apresentar a produção resultante da
alteração de um fator, permanecendo o outro fixo. Essa é, portanto, uma fdp de curto prazo.
b(F) A hipótese da ocorrência de progresso técnico implica alteração para a mais na quantidade ilustrada no
gráfico da função de produção, mas não há deslocamento da mesma.
C(F) Para maximizar a satisfação com o consumo de bens, consumidor hedonista, a restrição orçamentária deve
tocar a curva de indiferença em qualquer ponto dela.
1. Em 2002, o índice de preços (IP) marcava 115. Dez anos depois, 2012, o mesmo índice de preços foi
262.
Assinale na FOLHA DE RESPOSTAS, V (verdadeiro) ou F (falso):
(V* ou F*)Dez reais (R$ 10) em 2010 apresentou valor real maior do que vinte reais (R$20) em 2012.
(F) Preço real é o preço nominal multiplicado pelo índice de Preços.
(V) As variáveis nominais são expressas em moeda corrente.
(V) A inflação afeta o valor real das variáveis nominais.
* aceitou-se qualquer resposta para este item.
2. No estudo sobre o mercado consumidor classificam-se os bens como inferiores, normais ou superiores.
Nesse contexto, pode-se unicamente afirmar:
( ) os bens normais são aqueles de uso comum a todos, como os bens de alimentação, vestuário e
moradia.
( ) bens inferiores são os bens de qualidade inferior, de baixa produção técnica, sendo esse o seu fator
preponderante. Se o bem for de boa qualidade, não será bem inferior.
( ) um aumento na renda não implica aumento no consumo do bem normal, apenas eleva o consumo de
bem superior.
(X) para faixas muito baixas de renda, um aumento da renda pode gerar um aumento no bem inferior; a
partir de certo ponto da renda, a medida que a faixa de renda for aumentando o consumo do bem
inferior acabará por diminuir.
A ( F) Se a demanda tem elasticidade preço zero, o gráfico da demanda por esse bem é horizontal.
B ( V) Geralmente, remédio tem elasticidade-preço (em módulo) da demanda menor do que um; enquanto
a demanda por passagens aéreas do Brasil para a China é elástica.
C (F) Para maximizar a satisfação com o consumo de bens, consumidor hedonista, a restrição orçamentária
deve tocar a curva de indiferença em qualquer ponto dela.
GABARITO COMENTADO
Avaliação Presencial – AP1 Período - 2016/1º
Disciplina: Análise Microeconômica Coordenador: Cleber Ferrer Barbosa
AP1 Análise Microeconômica
Questão 1
O Valor real do dinheiro é diretamente proporcional ao nível de preço. Então, quando os preços de todas as
mercadorias sobem, normalmente, os consumidores tornam-se propensos a reduzir a demanda por elas.
Certamente, um dos motivos dessa propensão à queda da demanda é a de os consumidores preferirem reter o
dinheiro, dado o aumento no valor real do dinheiro.
Letra a : A primeira frase está correta. A segunda frase está correta. A segunda frase é um exemplo de economia
positiva. A terceira frase está correta.
Letra b: A primeira frase está incorreta. A segunda frase está correta. A segunda frase é um exemplo de
economia normativa. A terceira frase está correta.
Letra c: A primeira frase está incorreta. A segunda frase está correta. A segunda frase é um exemplo de
economia positiva. A terceira frase está incorreta.
Letra d: A primeira frase está correta. A segunda frase está incorreta. A segunda frase é um exemplo de
economia normativa. A terceira frase está incorreta.
Letra e: A primeira frase está incorreta. A segunda frase está incorreta. A segunda frase é um exemplo de
economia normativa. A terceira frase está correta.
Resposta: Letra C
Questão 2
O preço nominal dos bens não se alterou. Todavia, a renda dos consumidores diminuiu reflexamente diante da
prolongada recessão ( queda da produção do país). Nesse caso, responda (folha de respostas, não esqueça), qual
(quais) das sentenças seguintes são corretas.
B. Se a demanda por um tal produto aumentou, trata-se de um bem conceituado na microeconomia como bem
normal ou superior.
C. Em geral, os bens inferiores têm expansão nas vendas quando a renda da população diminui.
D. Para faixa muito baixa de renda, um bem inferior pode assumir características de um bem superior.
E. Bem superior na microeconomia é aquele em que a qualidade é superior, enquanto o bem inferior é
caracterizado pela baixa qualidade do produto.
Resposta: Letras C e D.
Questão 3
No mercado de bens e serviços, em dado momento, um bem sofreu um aumento de 20% em seu preço.
Consumidores revoltados, a demanda total reduziu em 10% em relação a situação anterior. Se com essas
informações a elasticidade- preço da demanda possa ser calculada, explicite o valor dela respondendo , também,
se a demanda é elástica, inelástica ou elasticidade constante. Informe também se a receita total com a venda
desse bem deve aumentar ou reduzir.
Resposta: A elasticidade é a variação percentual da quantidade demandada pela variação percentual do preço.
Portanto, da divisão dessas variações, a elasticidade é – 0,5. Valor 1 ponto.
Como é um valor absoluto menor do que 1, a demanda está inelástica. (ponto = 0,5)
Questão 4
O preço da energia elétrica tem aumentado nesses últimos anos, bem mais do que a variação dos salários.
Suponha, pois, que a tarifa da energia tenha aumentado em 40% , em determinado ano. O salário de um
trabalhador, em termos nominais, subiu apenas 10%. Considere que esse trabalhador apenas utilize luz e
alimentos em sua cesta de consumo. Os alimentos permaneceram com os mesmos preços ao longo do ano. Se em
um gráfico da restrição orçamentária (RO) a energia elétrica está no eixo horizontal, enquanto os alimentos
(como um todo) estão no eixo vertical, desenhe a RO desse consumidor, antes e depois desse aumento na
energia.
Resposta Comentada:
A RO trata-se de uma reta que une dois pontos entre o eixo vertical e horizontal. Se a renda aumentou a RO vai se
deslocar em seus dois pontos extremos. No eixo vertical , alimentos, a variação da renda foi maior do que o
aumento de preços, portanto, o ponto no eixo estará acima do anterior.
No eixo horizontal, energia elétrica, o ponto que toca o eixo estará aquém do ponto anterior, posto o aumento da
energia ter sido maior do que o aumento da renda.
Pontuação: quem apenas errou o eixo vertical, no caso, não alterando em relação ao ponto inicial, tem 1,5 ponto.
Quem alterou o ponto do eixo vertical colocando-o abaixo do ponto original, acertando o ponto horizontal, tem
1,0 ponto.
A questão solicitou a resposta em um único gráfico. Assim, pode-se comparar o efeito resultante das proposições.
Questão 5.
(V) A curva de oferta é uma curva constante ou crescente em um gráfico que utiliza as variáveis preços e
quantidades.
(F) Se a empresa produz 100 unidades com 20 unidades de um insumo, a produtividade marginal desse insumo é
cinco.
(V) Na produção de curto prazo, entende-se que pelo menos um fator de produção está com severas limitações
para ser alterado.
(V) Se a demanda é perfeitamente inelástica, a empresa tem como aumentar o preço e aumentar o faturamento.
Ultimo Comentário: as perguntas objetivas não exigem respostas comentadas. Apenas a resposta simples e
objetiva. Alguns escrevem mais do que o necessário. Outros com letras ilegíveis.
Outras pessoas escrevem sem nenhuma correspondência com o que poderia ser uma resposta consistente.
Avaliação Presencial – AP 1
Período - 2016/2º
Disciplina: Análise Microeconômica
Coordenador: Cleber Ferrer Barbosa
ALUNO: MATR:
Orientações para prova:
• Só serão aceitas respostas feitas à caneta esferográfica azul ou preta;
• ATENÇÃO: as respostas só serão pontuadas se estiverem na Folha de Respostas.
• Cada questão vale 2 pontos
Questão 1
Marque V (verdadeiro) ou F (falso):
(F) Ocorre um deslocamento da curva de demanda quando o preço do produto aumenta ou diminui no gráfico.
(V) se o preço de um bem substituto aumentar, a curva de demanda deve deslocar para cima ou à direita da
posição inicial.
(V) preço de equilíbrio é o preço em que a quantidade ofertada iguala-se a quantidade demandada.
(F) A renda do consumidor quando aumenta, sempre implicará um deslocamento para cima da curva de
demanda por determinado produto.
Questão 2
Um mercado de um determinado produto é caracterizado pelas seguintes equações, onde p representa o preço e
Q a quantidade do produto:
Q= 10 + 2p
Q= 40 – p.
Diante disso, responda:
1) qual das duas equações representa a oferta?;
Q = 10+2p
Questão 3
As sentenças abaixo referem-se ao conceito de elasticidade. Identifique se elas estão corretas. Se sim, diga qual
ou quais?
a. Se o preço de um produto aumentar 20% e a demanda cair mais do que 30% , a elasticidade preço
demanda será menor que 1, em valor absoluto.
b. Os camelôs que se postaram perto das arenas dos jogos olímpicos aumentaram os seus preços em 50%.
Ficaram felizes com o faturamento que aumentou. Nesse caso a elasticidade renda dos consumidores era
do tipo inelástica.
c. Se em um gráfico ( p versus q), a curva de demanda é vertical, então a elasticidade preço é infinita.
d. Se a elasticidade preço é unitária, qualquer aumento de preço do produto não altera o faturamento da
empresa.
R: apenas a letra D está correta.
Questão 4
Suponha que como administradores de empresas queremos mostrar aos nossos clientes que a linha de nossos
produtos são de bens complementares. Nossos clientes são economistas. Portanto, em nossa apresentação,
utilizaremos gráfico de bens complementares perfeitos. Desenhe um gráfico que representa curvas de
indiferenças para bens complementares perfeitos. OBS: não esqueça de designar as variáveis que estão nos eixos
do gráfico.
Questão 5
Marque V (verdadeiro) ou F ( falso).
(V) Se a renda do consumidor aumenta, a RO (restrição orçamentária) do consumidor desloca-se para cima.
(F) Duas curvas de indiferença que se cruzam representam uma situação rara, mas possível do ponto de vista da
lógica do comportamento do consumidor.
(F) a produtividade média do trabalho negativa significa que a empresa deve reduzir o número de trabalhadores
ou baixar seus salários.
(V) Se a produtividade média do trabalho é maior que a produtividade marginal então o produto médio não é
máximo.
Avaliação Presencial – AP 1 Período - 2017/1º
FOLHA DE QUESTÕES
1. Suponha que o nível de utilidade de um indivíduo possa ser representada por U (x 1,x2) =
2(x1)0,5(x2), sendo x1 e x2 os dois bens de consumo, tais como no livro de estudo. Diante disso,
pergunta-se :
a) qual seria o nível de utilidade alcançado por esse indivíduo quando consumisse 4 unidades de
ambos os bens?
R: U = 2 (2) 4 = 16
b) Se no nível de consumo do item anterior, esse indivíduo adquirisse apenas mais uma unidade do
bem x2, qual seria o valor da respectiva utilidade marginal?
R: UMG= 20-16/1 = 4
OBS: para receber os pontos da questão deve-se deixar na Folha de Respostas um mínimo de
demonstração de como chegou ao resultado, isso é, não pode apenas deixar o valor da resposta.
3. Dois bens (x, y) possuem os seus respectivos preços de mercados (px, py) são R$ 2 e R$6. O
consumidor tem renda semanal de R$ 100.
a. Construa a equação da Restrição Orçamentária (RO) nesse caso.
RO : 100= 2 x + 6 y
b. Faça o gráfico da RO para esse caso, evidenciando pelo menos dois pares de pontos (x,y).
R:Grafico com uma reta decrescente que toca os dois eixos, sem ultrapassa-los, conforme livro
didático. Dois dados podem ser qualquer quantidade de x e y , conforme a equação RO. Dois
exemplos são os eixos ( 0; 16,7) e ( 50, 0)
c. Repita o gráfico construído no item anterior e mostre a alteração que teria caso o preço de x (p x)
aumente para R$4.
R: o gráfico agora seria uma reta que fosse a metade do valor no ponto que toca o eixo x,
portanto, o par (25,0), com nada alterando no eixo do y.
d. Utilizando o gráfico gerado pelo item c, destaque um par de consumo inalcançável pelo
consumidor, pelo fato da alteração do preço x.
R: qualquer ponto acima da nova RO, cujo valores de x e y na em 4x + 6y > 100. Como exemplo :
x= 50, y= 0.
4. Supondo que a especificação de uma função de produção seja dada por f( x, y) = 10 xy, sendo x e
y, os dois únicos insumos utilizados na produção, responda:
a. O emprego de seis unidades de cada um dos insumos levaria a produção para qual quantidade?
R: 360
b. De acordo com a situação do item anterior, qual é o valor da produtividade média de x?
R: PMe= (360 / 6 )= 60
(V) uma curva de demanda pode ser elaborada a partir de gráficos de equilíbrio do consumidor
dados pelas curvas de indiferença e restrição orçamentária.
(F) bens de Giffen são os que bens que conferem status. Um exemplo são os luxuosos casacos de
pele comprados por pessoas bastante ricas, que os compram ainda mais quando aumentam os
preços daqueles.
(F) No puro conceito da microeconomia, o curto prazo é o período de até um ano; passados dez
anos, certamente, atinge-se o longo prazo.
Avaliação Presencial – AP 1 Período - 2017/2º
FOLHA DE QUESTÕES
1. Houve época em que vigorou o tabelamento de preços no Brasil. Suponha a seguinte tabela de preços
(P) e quantidades ofertadas (Q) e demandadas (Q)de um dado bem:
P 0 5 10 15 20 25
Q 0 10 15 18 22 24
Q 5500 32 25 20 10 02
Depois de várias reclamações de que o preço estava muito elevado, o governo resolve tabelar o preço
no valor de R$ 5, isto é, determinação do governo exige que no mercado o preço máximo não
ultrapasse tal valor. Pelo dito, pede-se:
a) Informar a situação de mercado (se equilíbrio, excedente ou escassez de produtos) em que
provavelmente vigorará, e em quantidades;
RESPOSTA: escassez de 22 unidades. Comentário: a resposta precisava explicitar a quantidade da
escassez. Quem não respondeu 22, mesmo dizendo que era 32 de demanda e 10 de oferta,
recebeu metade da pontuação.
b) Supondo que empresários estejam dispostos, clandestinamente, cobrar ágios, qual o maior valor
de ágio que poderia ser cobrado?
RESPOSTA: O VALOR DE ÁGIO é R$ 15. Observe que o preço com ágio não poderia ser 25, pois
nesse caso a demanda seria de 2 unidades, gerando sobra de 8 unidades.
2. Em uma loja de anéis de prata, o administrador registra que ao preço de R$100,00 por unidade, vende
diariamente, em média, 90 anéis. Ao aumentar em 10% o preço do anel de prata, as vendas diárias
são reduzidas para 67 unidades. Qual o valor da Elasticidade preço da demanda no trecho dessa
mudança de preços? Nesse trecho a demanda é elástica, inelástica ou apresenta elasticidade unitária?
RESPOSTA: a ELASTICIDADE É - 2.3. A situação é demanda elástica. Recebeu 0,5 ponto quem apenas
respondeu ELASTICO.
3. Juquinha é um adolescente de 16 anos, e um exímio conhecedor dos recursos da informática.
Desenvolve, pois, um aplicativo para celular , utilidroapp, cuja função é de, através de um sensor,
atribuir pontos para cada produto consumidor por qualquer indivíduo, conforme sua escala pessoal de
preferências. Cada ponto equivale a uma unidade de medida, a que ele denominou utis. Quanto mais
o bem conferir unidades, mais utis apontará o aplicativo. Versões mais atualizadas do utilidroroapp já
fornecem fórmulas de cálculos da Utilidade Total ou satisfação de vários produtos para cada
consumidor, isso é, utilidade para consumo de várias cestas de bens. Uma pessoa que baixou tal
aplicativo observou que sua função utilidade , U, para dois produtos (x,y) apresentou a seguinte
especificação:
U (x, y) = 2x0,5y.
Sendo assim, responda:
a) Supondo que a pessoa adquiriu (consumiu) 4 unidades de y, qual a utilidade total gerada se ela
também adquirir 4 unidades de x? Resposta: 16
b) Qual o valor em utis da utilidade marginal de x quando antes ela nada consumia de x , mas agora
venha a adquirir (consumir) uma unidade de x, ao mesmo tempo que
também consuma 4 unidades de y? Resposta: 4 (resolvendo por derivada), 8 (resolvendo por
variação discreta). Aceitou-se qualquer uma dessas duas respostas.
c) Regra geral, você espera que a utilidade marginal seja crescente, decrescente ou constante?
Resposta: decrescente
d) Observando a formula da utilidade para a cesta de x e y desse consumidor, para ele tais bens são
do tipo bens superiores, substitutos, complementares, inferiores, ou neutros? Obs: apenas
responda, sem precisar justificar.
Resposta: complementares. Comentário: superiores e inferiores não têm sentido pois são bens que
precisam da variação da renda para identificá-los; não há classificação para bens neutros na
microeconomia. Bens substitutos são bens que conferem utilidades equiparáveis em termos de
intensidade ou valores, o que não se verifica na especificada função da questão; bens complementares
são bens cuja utilidade de um está associada a outra, o que sugere a função utilidade apresentada.
4. Uma função de produção (q) onde há apenas mão de obra (L) e capital (K) como fatores, a expressão
matemática é dada por q = 3k2L.
A) Expresse a expressão matemática (função) da produtividade marginal da mão de obra associada a
essa função de produção. R: 3k2
B) Se houver o emprego de duas máquinas e um trabalhador, qual a estimativa da produtividade
média da mão de obra? R: 12
C) Se houver o emprego de duas máquinas e um trabalhador, qual a estimativa da produtividade
marginal da mão de obra? R: 12
D) Utilizando-se duas máquinas e dois trabalhadores, a empresa resolve contratar mais um
trabalhador. Qual o valor da produtividade marginal nesse caso? R:12
Comentários Gerais. A nota máxima foi de grau 9, obtidos pelos estudantes Hiago Faria (POLO Magé); Thayanne Souza (POLO
Piraí); Leonaide Uzeda (POLO Rocinha); Waldir Nunes ( POLO Rocinha). Parabéns !
Observei no ato de pontuar as provas que alguns deixaram de receber notas mais elevadas possivelmente por, digamos, uma
dose de preguiça ou ansiedade no momento de estarem em prova. Por exemplo, na primeira questão, requereu-se que
respondesse a quantidade de escassez ou excedente gerada com o tabelamento de preços. Pois, alguns responderam que a
situação gerada era de escassez ( correto) e que a oferta seria 10 e a demanda 32, sem informar (explicitar) que a escassez
seria de 22 unidades. Isso é, simplesmente não respondeu, não foi completo na resposta, quando facilmente poderia. Esse
item valia 1 ponto, no caso recebeu apenas 0,5 ponto.
Quero dar parabéns a todos que compareceram, em especial aqueles que fizeram uma prova com
organização nas respostas, caligrafia legível, e demonstraram ter lido as Orientações para a Prova. A
feitura de provas com essas boas características proporciona uma correção mais célere e causa uma
boa impressão.
Muitas respostas mostraram grande capacidade de compreensão e também que leram o material de
leitura. Isso também dá satisfação ao professor.
Convite. No dia da visita técnica desse semestre aos Polos , dia 28 de outubro, estaremos (eu e a
tutora a distância Cristiane ) no Polo Angra dos Reis. Nessa oportunidade, farei uma palestra cujo
tema é “Crimes Empresariais”. Portanto, se houver interesse no assunto e/ou em estar com a gente
para qualquer outra questão, diálogos etc., é só comparecer para nos proporcionar grande estima,
honra e prazer.
Cleber Ferrer Barbosa
AP 1 Período - 2018/1º Análise Microeconômica
1. Suponha o mercado de um produto representado pelo gráfico de variáveis preços e quantidades por
período de tempo. Há as curvas de oferta e demanda, sendo que a demanda por esse produto é
totalmente inelástica.Pede-se:
a.Desenhe o gráfico desse mercado destacando(ilustrando) o preço de equilíbrio e a quantidade de
equilíbrio.
Gráfico de variáveis p x q ,onde a curva de demanda é vertical e a curva de oferta apresenta inclinação
positiva (crescente).O preço de equilíbrio é o ponto de cruzamento entre as duas curvas.
b. Suponha a situação de redução salarial dos funcionários que trabalham na produção do produto
desse mercado. Repita o gráfico do item a, incorporando o efeito dessa alteração salarial.
Repetindo o gráfico do item anterior, inserir a curva de oferta em posição abaixo da oferta do item a. O
preço de equilíbrio é o da interseção da curva de demanda com a nova oferta.
Comentário: Pontuação. Para ser pontuado, não pode esquecer de deixar escrito as variáveis de cada eixo
do gráfico. Não há sentido em inserir números à questão. A menos que o enunciado solicite exemplificar,
em nenhuma prova o respondente pode inserir números.Tem que se ater estritamente ao enunciado da
questão.
Q = - 100 + 30p
Obs: não esqueça de designar as variáveis que representam os eixos vertical e horizontal .
O preço de equilíbrio é 8. A quantidade de equilíbrio é 140. O gráfico correto vale 0,5 ponto .
3. Após ver no noticiário que a economia do País apresenta sinais de recuperação, o lojista resolveu
aumentar o preço do que vende.Quando o preço era R$100,00 por unidade, vendia diariamente, em média,
90 unidades. Ao aumentar o preço em R$10, as vendas diárias são reduzidas para 67 unidades.
Qual o valor da Elasticidade preço da demanda no trecho dessa mudança de preços?
Nesse trecho a demanda é elástica, inelástica ou apresenta elasticidade unitária?
Resposta
Três valores de respostas são aceitos, conforme tenha- se utilizado a elasticidade ponto (preço inicial,
preço final) e elasticidade arco ou ponto médio. São as equações 8 e 10 da aula 4 do livro texto. O
desenvolvimento da resposta pode ser visto no corpo da aula 4.
As respostas aceitas são: Elasticidades: e 1 = 2, 55; e 2= 3,74; e 3= 3,07 que são respectivamente a
elasticidade ponto com preço =100, preço 110 e elasticidade preço médio.
4. Teoricamente a satisfação de um consumidor com dois produtos (x , y) é dada pela função utilidade
( U) : U( x , y) = 4 x y.
a.Se x e y têm preços iguais, o consumo de x será maior, igual ou menor do que de y?
R: nível de consumo é o mesmo entre x e y.(pela vista da equação de utilidade os dois bens têm o mesmo
peso)
5. Uma função de produção (q) apenas com os insumos mão de obra (L) e capital(K)
possui expressão matemática dada por q = 5LK.
A)Determine a função da produtividade marginal da mão de obra associada a essa função de produção.
PmgL =5k
B)Se houver o emprego de duas máquinas e um trabalhador, qual o valor da produtividade média da mão
de obra?
Resposta: 10
C)Se houve r o emprego de duas máquinas e um trabalhador, qual o valor da produtividade marginal da
mão de obra?
Resposta: 10
D)Utilizando-se duas máquinas e dois trabalhadores, a empresa resolve contratar mais um trabalhador.
Qual o valor da produtividade marginal nesse caso?
Resposta: 10
( F) o aumento no preço de um bem complementar tem o efeito de deslocar a curva de demanda para cima
ou para à direita de sua posição original.
( F )se a curva de demanda é horizontal, o consumidor está disposto a comprar a quantidade que necessita,
mesmo que haja elevação do preço.
( F) A elasticidade renda evidencia que alterações na renda impactam os preços pelo fato de alterar a
demanda dos consumidores no mercado.
GABARITO ESPECIALMENTE COMENTADO AP1 Microeconomia 2019
Período - 2019/1º
Disciplina: Análise Microeconômica Coordenador: Cleber Ferrer Barbosa
Questões
3. Suponha a utilidade do consumidor com dois produtos (x e y) dadas pela expressão U (x, y) = 2x
y3. Se o consumidor está consumindo 2 unidades de y e 1 unidade de x, qual o valor da utilidade
marginal de x?
GABARITO: utilidade marginal de x = 16.
4. Restrição Orçamentária (RO) representa o conjunto de bens que podem ser adquiridos pelo
consumidor, considerando os preços dos bens e a renda. Podemos dizer:
a.( ) no gráfico da RO , uma cesta de produtos abaixo da reta RO, representa uma situação inalcançável ,
tendo em vista a renda auferida pelo consumidor dessa RO.
b.( ) A expressão da RO considerando dois bens complementares terá uma forma de L.
c. (X) Todos os pontos da RO implicam dizer que a poupança do consumidor é zero.
d. O consumidor deve procurar consumir a cesta de produto que esteja no ponto médio da RO, em vez
dos pontos próximos ao extremo.
e.( ) Se a renda aumenta e os preços não, a RO fica mais inclinada.
5. Qual a diferença entre curto e longo prazo em microeconomia? Obs. Seja breve. Se você precisar
de mais de duas linhas para responder, provavelmente você não sabe a resposta.
GABARITO: No curto prazo, pelo menos um fator de produção é fixo; no longo prazo, todos os
fatores podem variar.
7. A função de produção de uma atividade econômica é dada por q = 2 L K2. Ao empregar cinco
trabalhadores (L=5), utilizando duas maquinas (K=2), qual o valor da produtividade média do
trabalho?
GABARITO: produtividade média do trabalho= 8
Obrigado por comparecerem à prova. Observem que todas as questões são facilmente
encontradas nos nossos livros de aula.
Estamos visitando os Polos uma semana antes da AP para uma aula presencial e/ou
conversarmos sobre nossa matéria e demais questões. Caso queiram nossa visita, avise ao
coordenador do Polo para agendarmos nossa ida.
Avaliação Presencial – AP 1 Período - 2019/2º
Disciplina: Análise Microeconômica Coordenador: Cleber Ferrer Barbosa
Gabarito COMENTADO
AP1 do 2 sem 2019 Microeconomia
GABARITO COMENTADO
Importante também responder conforme o enunciado. Se a questão foi formulada com variáveis A e B,
não se deve responder com variáveis X e Y.
Algumas curvas de uma rodovia, a Administração Pública informa que são trechos com alto índice de
acidentes. A intenção é o chamar atenção para o cuidado adicional: o usuário da estrada deve ter uma
atenção redobrada.
Nessa nossa disciplina, infelizmente, há um número significativo de baixas notas. Portanto, vale o
empenho adicional na leitura constante e a tempo para passar por ela da melhor e mais rápida forma
possível. O coordenador quer ver os estudantes com notas elevadas, pelas respostas corretas que
produzem. Ele fica feliz, acredite.
Questões
1. Uma empresa constata que ao preço de R$100,00, por unidade, vende diariamente 90 produtos.
Ao aumentar em 10% o preço daquele produto, as vendas diárias são reduzidas para 67 unidades.
Qual o valor da Elasticidade preço da demanda dessa mudança de preços? Nesse trecho a
demanda é elástica, inelástica ou apresenta elasticidade unitária?
2. A utilidade do consumidor com dois produtos (x e y) é dada pela expressão U (x, y) = 2x y2. Se o
consumidor está consumindo 2 unidades de y e 1 unidade de x, qual o valor da utilidade marginal
de x?
R: umg de x = 8
5. A função de produção de uma atividade econômica é dada por q = 2 L K2. Ao empregar dez
trabalhadores (L=10), utilizando duas máquinas (K=2): a) qual o valor da produtividade média do
trabalho? B) qual o valor da função de produção no ponto do item anterior?
R: a) Pmel do trabalho= 8; b) q = 80
Período - 2016/2º
Questão 1
(V) se o preço de um bem substituto aumentar, a curva de demanda deve deslocar para cima
ou à direita da posição inicial.
(F) A renda do consumidor quando aumenta, sempre implicará um deslocamento para cima
da curva de demanda por determinado produto.
Questão 2
Q= 10 + 2p
Q= 40 – p.
Resposta: Q = 10+2p
Resposta: Q=30
Questão 4
Suponha que como administradores de empresas queremos mostrar aos nossos clientes que a
linha de nossos produtos é de bens complementares. Nossos clientes são economistas.
Portanto, em nossa apresentação, utilizaremos gráfico de bens complementares perfeitos.
Desenhe um gráfico que representa curvas de indiferenças para bens complementares
perfeitos. OBS: não esqueça de designar as variáveis que estão nos eixos do gráfico.
Questão 5
(F) Duas curvas de indiferença que se cruzam representam uma situação rara, mas possível do
ponto de vista da lógica do comportamento do consumidor.
(F) a produtividade média do trabalho negativa significa que a empresa deve reduzir o número
de trabalhadores ou baixar seus salários.
b. Maximizar o lucro significa tentar produzir e vender o máximo que se pode produzir em uma empresa
Questão 2 No mercado caracterizado por Concorrência Monopolística, diz-se que, uma empresa, com um produto de qualidade
Completo levemente superior ao de seus concorrentes, poderá gozar de um preço diferenciado em relação aos concorrentes, ainda
Vale 0,50 mais se os consumidores reconhecerem essa qualidade.
ponto(s).
Falso
Questão 3 Se o governo quer, efetivamente, garantir um numero máximo, X, de automóveis chineses importados, o melhor
Completo mecanismo de proteção à importação é a Cota, comparados com o instrumento da denominada Tarifa.
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma opção:
Verdadeiro
Falso
Questão 4 A leve diferenciação de produtos e o lucro de longo prazo de valor zero são características ou resultados do mercado de
Completo concorrência monopolistica.
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma opção:
Verdadeiro
Falso
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27/06/2020 APX3- microeconomia: Revisão da tentativa
Questão 5 Se a renda da população aumentou, o resultado sobre a demanda por produtos denominados bens normais ou
Completo superiores ou inferiores (conceito microeconômico) implica em:
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma:
a. aumento na demanda pelos bens normais ou superiores.
b. Aumento na demanda por bens inferiores e aumento na demanda por bens normais ou superiores.
c. aumento na demanda por bens inferiores, mas diminuição na demanda por bens normais ou superiores.
d. A demanda por bens inferiores e a demanda por bens normais ou superiores, não são fortemente afetados por
variação da renda.
Questão 6 Em microeconomia, um bem inferior caracteriza-se pela observância de seu nível de consumo variar-se inversamente
Completo proporcional à variação de preço.
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma opção:
Verdadeiro
Falso
b. Se a empresa enfrenta um mercado em que os preços são constantes a forma da receita total no gráfico é de uma
reta que passa pela origem.
c. O custo total, parte integrante da equação lucro, pode ser decrescente em relação ao volume produzido.
d. Se, curto prazo, a empresa está tentando maximizar o lucro, mas seu lucro é negativo, então ela sairá do mercado.
e. Se o preço de mercado é afetado pelo volume de vendas, o gráfico da receita total é uma reta crescente.
Questão 8 Cartéis, a maioria, são temporários. O cartel pode ser criticado a sua formação se constitui de uma prática ilegal, porém
Completo ajuda a expandir a expansão da indústria.
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma opção:
Verdadeiro
Falso
Questão 9 Se o preço de mercado de um produto permanecer acima do nível de preço de equilíbrio, entendemos que:
Completo
b. O governo poderá propor tabelamento de preço, dado o preço mais alto do que o de equilíbrio.
c. Haverá uma excedente de mercado quantificada pela diferença entre a quantidade demandada e quantidade
ofertada na situação de o preço de equilíbrio
d. A curva de oferta irá deslocar-se para à direita dado o preço de mercado maior do que o de equilíbrio.
e. Haverá um excedente de produtos no mercado, possivelmente pela expansão da oferta que irá produzir mais para
garantir o mesmo nível de lucro anterior.
https://graduacao.cederj.edu.br/ava/mod/quiz/review.php?attempt=216612&cmid=330949 2/5
27/06/2020 APX3- microeconomia: Revisão da tentativa
Questão 10 A diferenciação de produtos, o elevado poder de mercado e o lucro de longo prazo de valor zero ou positivo são
Completo características ou resultados do mercado de concorrência monopolística.
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma opção:
Verdadeiro
Falso
Questão 11 Suponha mercado onde hã um preço de equilíbrio. Qual a única alternativa correta acerca de os consumidores suporem
Completo que os preços aumentarão no futuro (futuro próximo), e na oferta os produtores experimentarem uma queda no preço da
Vale 0,50 matéria prima (insumo) envolvida na fabricação do produto que leva ao mercado?
ponto(s).
Escolha uma:
a. Apenas ocorrem variações ao longo das curvas de oferta e demanda, não há deslocamentos nas curvas.
b. Mudanças na expectativa de preços nao afetam a curva de demanda, mas a curva de oferta desloca-se para baixo
(direita) de sua posicao incial.
d. A curva de demanda desloca-se para baixo, a curva de oferta também se desloca para baixo.
e. A curva de oferta desloca-se para baixo (direita) e a curva de demanda para cima (direita) em relação as suas
posições iniciais.
Questão 12
Suponha um tabelamento de preços para máscaras cirúrgicas , produto muito demandado para a não contaminação por
Completo
covid19.
Vale 0,50
ponto(s). Assinale a assertiva consistente com os conceitos e nossos estudos em microeconomia.
Escolha uma:
a. havendo deságio, em algum momento o preço tabelado restou determinado abaixo do valor do preço de
equilíbrio.
c. O ágio pode ocorrer quando o preço tabelado fica acima do preço de mercado.
d. Se ao preço tabelado constatar-se que este está acima do preço de equilíbrio haverá escassez desse produto e
ocorrencia de ágio.
e. Se por qualquer razão a curva de demanda deslocar-se para cima ( para a direita) , o preço tabelado poderá
apresentar aumento na escassez de produtos, caso a escassez já ocorra.
b. Na Curva de Indiferença que ocorre a máxima satisfação, há um único ponto de interseção entre ela e a linha da
Restrição Orçamentária.
c. A Curva de Indiferença tangencia a Restrição Orçamentária no ponto em que se consome mais dos produtos mais
baratos.
https://graduacao.cederj.edu.br/ava/mod/quiz/review.php?attempt=216612&cmid=330949 3/5
27/06/2020 APX3- microeconomia: Revisão da tentativa
Questão 14
LEIA TODO O ENUNCIADO e as OBSERVAÇÕES
Completo
Uma função de produção, q = f (L,K), de curto é descrita pelo uso de apenas dois fatores,trabalho, L, e máquinas. K,
Vale 0,50
ponto(s). utilizando-se os mesmos termos das variáveis conforme o material da disciplina.
b. A Industria em concorrência perfeita produz bens homogêneos ou idênticos, característica ou hipótese teórica
dessa estrutura de mercado da microeconomia clássica.
d. Se, curto prazo, a empresa está tentando maximizar as vendas, o seu lucro será positivo e bastante elevado.
Questão 16 Se um bem for do tipo bem superior, uma elevação na renda dos consumidores que adquirem esse produto irá deslocar a
Completo curva de oferta para a direita (ou para cima)
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma opção:
Verdadeiro
Falso
Questão 17 Se uma empresa vende ao preço de R$ 10, a quantidade de 10 unidades, com o custo total de R$ 300, então o lucro
Completo unitário é negativo e a receita média é 5.
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma opção:
Verdadeiro
Falso
Questão 18 Responda quantas das assertivas a seguir são corretas. Obs: responda em palavras (zero, um, dois, três, quatro)
Completo
a) Dois bens perfeitamente substituíveis ao consumo resultam em uma Curva de Indiferença de formato convexo em
Vale 0,50 relação à origem.
ponto(s).
b) Dois bens complementares ao consumo resultam em Curva de Indiferença em forma de reta.
c) A Restrição Orçamentária, RO, não desloca-se paralelamente para cima, se a renda do consumidor aumentar em x% e
os preços de todos os bens também aumentarem nessa mesma proporção;
d) Em um mapa de Curvas de Indiferenças se duas delas se tocarem, o consumidor terá alcançado o ponto de máxima
satisfação dada a sua renda monetária.
Resposta: dois
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27/06/2020 APX3- microeconomia: Revisão da tentativa
Questão 19 A Taxa Marginal de Substituição Técnica, TMST, conceito e definição bastante relacionados com a isoquanta, apresenta
Completo como correta apenas uma das seguintes sentenças.
Vale 0,50
ponto(s). Escolha uma:
a. Ao longo de uma isoquanta a TMST é zero.
b. A TMST reflete a taxa de troca de um insumo por outro ao longo de uma isoquanta.
c. Ao longo da Isoquanta, em que o ponto inicial seja o de um ponto alto em direção a um ponto mais baixo da
mesma, a TMST vai aumentando em valor absoluto (módulo).
d. A TMST representa a taxa marginal de troca de produtos para uma empresa que produz dois produtos.
e. A TMST é decrescente na hipótese de uma Isoquanta representativa de dois fatores perfeitamente substituíveis.
b. Esse bem tem baixa qualidade e por isso mais elasticidade renda.
e. A elasticidade preço ficou maior que a elasticidade preço cruzada, com valor acima de 1 (valor em módulo).
https://graduacao.cederj.edu.br/ava/mod/quiz/review.php?attempt=216612&cmid=330949 5/5
GABARITO
Período - 2015/1º
Questão 1
Em 2002, o índice de preços (IP) marcava 115. Dez anos depois, 2012, o mesmo índice de
preços foi 262.
(V* ou F*) Dez reais (R$ 10) em 2010 apresentou valor real maior do que vinte reais (R$20) em
2012.
Questão 2
() os bens normais são aqueles de uso comum a todos, como os bens de alimentação,
vestuário e moradia.
() bens inferiores são os bens de qualidade inferior, de baixa produção técnica, sendo esse o
seu fator preponderante. Se o bem for de boa qualidade, não será bem inferior.
() um aumento na renda não implica aumento no consumo do bem normal, apenas eleva o
consumo de bem superior.
(X) para faixas muito baixas de renda, um aumento da renda pode gerar um aumento no bem
inferior; a partir de certo ponto da renda, a medida que a faixa de renda for aumentando o
consumo do bem inferior acabará por diminuir.
Questão 3
Questão 4
(F) Se a demanda tem elasticidade preço zero, o gráfico da demanda por esse bem é
horizontal.
(V) Geralmente, remédio tem elasticidade-preço (em módulo) da demanda menor do que um;
enquanto a demanda por passagens aéreas do Brasil para a China é elástica.
(F) Para maximizar a satisfação com o consumo de bens, consumidor hedonista, a restrição
orçamentária deve tocar a curva de indiferença em qualquer ponto dela.
Questão 5
Q = 300 – 8p
Q= 48 + 10p
Questões
6. Uma isoquanta (A) está acima de outra isoquanta (B) em um mapa de isoquantas.
Qual a razão ou característica que leva a isoquanta A estar acima da B?
Anulada porque realmente a questão não estava no espaço de aulas para a AP1.
Portanto, todos ganharam o ponto.
(F) a função de proporção fixa de fatores é aquela em que os fatores são fixos, mas
podem ser substituídos entre si em qualquer proporção sem alterar a produção.
Período - 2019/1º
Disciplina: Análise Microeconômica Coordenador: Cleber Ferrer Barbosa
- Nas questões cujas respostas sejam marcar a letra correta, deve-se fazê-las
com o uso de letra maiúscula e em forma ( A;B;C;D;E;F;G). Se a letra parecer
com duas, ambiguidade, (ex. e com c), não se pontua a questão.
2. Parabéns para a aluna de São Gonçalo, Rafaela Campos, que obteve grau 10
(dez).
3. Por favor, quem possa transmitir MEU AGRADECIMENTO aos que tutores que
aplicaram a prova, pelo cortesia de arrumarem as provas em ordem
alfabética. Isso ajuda a rapidez para corrigir e lançar a nota.
4. Foram 226 provas corrigidas. A questão com menor índice de acertos foi a 6.
As demais tiveram índices de acertos próximos umas das outras.
Estamos visitando os Polos uma semana antes da AP para uma aula presencial
e/ou conversarmos sobre nossa matéria e demais questões. Caso queiram
nossa visita, avise ao coordenador do Polo para agendarmos nossa ida.
GABARITO COMENTADO
FOLHA DE QUESTÕES
Depois de várias reclamações de que o preço estava muito elevado, o governo resolve
tabelar o preço no valor de R$ 5, isto é, determinação do governo exige que no
mercado o preço máximo não ultrapasse tal valor. Pelo dito, pede-se:
a) Informar a situação de mercado (se equilíbrio, excedente ou escassez de produtos)
em que provavelmente vigorará, e em quantidades;
RESPOSTA: escassez de 22 unidades. Comentário: a resposta precisava explicitar a
quantidade da escassez. Quem não respondeu 22, mesmo dizendo que era 32 de
demanda e 10 de oferta, recebeu metade da pontuação.
b) Supondo que empresários estejam dispostos, clandestinamente, cobrar ágios, qual
o maior valor de ágio que poderia ser cobrado?
RESPOSTA: O VALOR DE ÁGIO é R$ 15. Observe que o preço com ágio não poderia
ser 25, pois nesse caso a demanda seria de 2 unidades, gerando sobra de 8
unidades.
2. Em uma loja de anéis de prata, o administrador registra que ao preço de R$100,00 por
unidade, vende diariamente, em média, 90 anéis. Ao aumentar em 10% o preço do
anel de prata, as vendas diárias são reduzidas para 67 unidades. Qual o valor da
Elasticidade preço da demanda no trecho dessa mudança de preços? Nesse trecho a
demanda é elástica, inelástica ou apresenta elasticidade unitária?
RESPOSTA: a ELASTICIDADE É - 2.3. A situação é demanda elástica. Recebeu 0,5 ponto
quem apenas respondeu ELASTICO.
3. Juquinha é um adolescente de 16 anos, e um exímio conhecedor dos recursos da
informática. Desenvolve, pois, um aplicativo para celular , utilidroapp, cuja função é
de, através de um sensor, atribuir pontos para cada produto consumidor por qualquer
indivíduo, conforme sua escala pessoal de preferências. Cada ponto equivale a uma
unidade de medida, a que ele denominou utis. Quanto mais o bem conferir unidades,
mais utis apontará o aplicativo. Versões mais atualizadas do utilidroroapp já fornecem
fórmulas de cálculos da Utilidade Total ou satisfação de vários produtos para cada
consumidor, isso é, utilidade para consumo de várias cestas de bens. Uma pessoa que
baixou tal aplicativo observou que sua função utilidade , U, para dois produtos (x,y)
apresentou a seguinte especificação:
U (x, y) = 2x0,5y.
Sendo assim, responda:
a) Supondo que a pessoa adquiriu (consumiu) 4 unidades de y, qual a utilidade total
gerada se ela também adquirir 4 unidades de x? Resposta: 16
b) Qual o valor em utis da utilidade marginal de x quando antes ela nada consumia de
x , mas agora venha a adquirir (consumir) uma unidade de x, ao mesmo tempo que
também consuma 4 unidades de y? Resposta: 4 (resolvendo por derivada), 8
(resolvendo por variação discreta). Aceitou-se qualquer uma dessas duas
respostas.
c) Regra geral, você espera que a utilidade marginal seja crescente, decrescente ou
constante?
Resposta: decrescente
d) Observando a formula da utilidade para a cesta de x e y desse consumidor, para
ele tais bens são do tipo bens superiores, substitutos, complementares, inferiores,
ou neutros? Obs: apenas responda, sem precisar justificar.
Resposta: complementares. Comentário: superiores e inferiores não têm sentido pois
são bens que precisam da variação da renda para identificá-los; não há classificação
para bens neutros na microeconomia. Bens substitutos são bens que conferem
utilidades equiparáveis em termos de intensidade ou valores, o que não se verifica na
especificada função da questão; bens complementares são bens cuja utilidade de um
está associada a outra, o que sugere a função utilidade apresentada.
4. Uma função de produção (q) onde há apenas mão de obra (L) e capital (K) como
fatores, a expressão matemática é dada por q = 3k2L.
A) Expresse a expressão matemática (função) da produtividade marginal da mão de
obra associada a essa função de produção. R: 3k2
B) Se houver o emprego de duas máquinas e um trabalhador, qual a estimativa da
produtividade média da mão de obra? R: 12
C) Se houver o emprego de duas máquinas e um trabalhador, qual a estimativa da
produtividade marginal da mão de obra? R: 12
D) Utilizando-se duas máquinas e dois trabalhadores, a empresa resolve contratar
mais um trabalhador. Qual o valor da produtividade marginal nesse caso? R:12
Comentários Gerais. A nota máxima foi de grau 9, obtidos pelos estudantes Hiago Faria (POLO Magé);
Thayanne Souza (POLO Piraí); Leonaide Uzeda (POLO Rocinha); Waldir Nunes ( POLO Rocinha). Parabéns !
Observei no ato de pontuar as provas que alguns deixaram de receber notas mais elevadas possivelmente
por, digamos, uma dose de preguiça ou ansiedade no momento de estarem em prova. Por exemplo, na
primeira questão, requereu-se que respondesse a quantidade de escassez ou excedente gerada com o
tabelamento de preços. Pois, alguns responderam que a situação gerada era de escassez ( correto) e que
a oferta seria 10 e a demanda 32, sem informar (explicitar) que a escassez seria de 22 unidades. Isso é,
simplesmente não respondeu, não foi completo na resposta, quando facilmente poderia. Esse item valia 1
ponto, no caso recebeu apenas 0,5 ponto.
Quero dar parabéns a todos que compareceram, em especial aqueles que fizeram uma
prova com organização nas respostas, caligrafia legível, e demonstraram ter lido as
Orientações para a Prova. A feitura de provas com essas boas características
proporciona uma correção mais célere e causa uma boa impressão.
Muitas respostas mostraram grande capacidade de compreensão e também que
leram o material de leitura. Isso também dá satisfação ao professor.
Convite. No dia da visita técnica desse semestre aos Polos , dia 28 de outubro,
estaremos (eu e a tutora a distância Cristiane ) no Polo Angra dos Reis. Nessa
oportunidade, farei uma palestra cujo tema é “Crimes Empresariais”. Portanto, se
houver interesse no assunto e/ou em estar com a gente para qualquer outra questão,
diálogos etc., é só comparecer para nos proporcionar grande estima, honra e prazer.
Cleber Ferrer Barbosa
GABARITO
Avaliação Presencial – AP 1
Período - 2017/1º
Questão 1
Suponha que o nível de utilidade de um indivíduo possa ser representada por U (x1,x2)
0,5
= 2(x1) (x2), sendo x1 e x2 os dois bens de consumo, tais como no livro de estudo. Diante disso,
pergunta-se :
a) Qual seria o nível de utilidade alcançado por esse indivíduo quando consumisse 4
unidades de ambos os bens?
R: U = 2 (2) 4 = 16
Questão 2
a. Em um único gráfico desenhe duas ‘curvas’ de indiferença de bens que sejam bens
substitutos perfeitos entre si.
R: GRAFICO COM duas retas que toquem os dois eixos, conforme livro conceito e
gráfico do livro didático.
b. Em um único gráfico desenhe duas ‘curvas’ de indiferença de bens que sejam bens
complementares perfeitos entre si.
R: Gráfico cujo formato sejam duas retas (uma vertical e a outra horizontal) com a
mesma forma que seja o 1º quadrante do gráfico cartesiano, conforme livro
didático. Como a questão pediu duas curvas de indiferença, são portanto, duas
formas como a descrita.
Questão 3
Dois bens (x, y) possuem os seus respectivos preços de mercados (px, py) são R$ 2 e R$6. O
consumidor tem renda semanal de R$ 100.
a. Construa a equação da Restrição Orçamentária (RO) nesse caso.
RO: 100= 2 x + 6 y
b. Faça o gráfico da RO para esse caso, evidenciando pelo menos dois pares de pontos
(x,y).
R: Gráfico com uma reta decrescente que toca os dois eixos, sem ultrapassa-los,
conforme livro didático. Dois dados podem ser qualquer quantidade de x e y,
conforme a equação RO. Dois exemplos são os eixos ( 0; 16,7) e ( 50, 0)
c. Repita o gráfico construído no item anterior e mostre a alteração que teria caso o
preço de x (px) aumente para R$4.
R: o gráfico agora seria uma reta que fosse a metade do valor no ponto que toca o eixo
x, portanto, o par (25,0), com nada alterando no eixo do y.
Questão 4
Supondo que a especificação de uma função de produção seja dada por f( x, y) = 10 xy,
sendo x e y, os dois únicos insumos utilizados na produção, responda:
a. O emprego de seis unidades de cada um dos insumos levaria a produção para qual
quantidade?
R: 360
b. De acordo com a situação do item anterior, qual é o valor da produtividade média
de x?
R: PMe= (360 / 6)= 60
Questão 5
(F) Em um mesmo gráfico duas curvas de indiferenças podem ter o mesmo par de pontos.
(V) uma curva de demanda pode ser elaborada a partir de gráficos de equilíbrio do consumidor
dados pelas curvas de indiferença e restrição orçamentária.
(F) bens de Giffen são os que bens que conferem status. Um exemplo são os luxuosos casacos
de pele comprados por pessoas bastante ricas, que os compram ainda mais quando aumentam
os preços daqueles.
(F) No puro conceito da microeconomia, o curto prazo é o período de até um ano; passados
dez anos, certamente, atinge-se o longo prazo.
GABARITO
Período - 2012/1º
Questão 1. Imagine uma curva de demanda. Cite uma situação de mercado (exemplo) que
acarrete uma variação ao longo da curva de demanda e outra que provoque um deslocamento da
mesma.
Resposta: uma simples mudança do preço de mercado como a alteração fortuita do empresário
em precificar seu produto faz com que o consumidor altere a sua quantidade demandada, isso é
uma mudança ao longo da curva de demanda.
Qualquer variação na condição de ceterius paribus na curva de demanda, como por exemplo, a
mudança de renda do consumidor implica em deslocamento da curva.
Questão 2. Uma empresa tem 50 funcionários e 10 máquinas. Sua produção mensal é de 5000
unidades. Observa-se que com o mesmo número de máquinas, ao contratar mais um
funcionário a produção mensal cai para 4980 unidades. Por sua vez, se com os mesmos 50
funcionários, a empresa adquirir mais uma máquina, a produção atinge a escala de 6000
unidades. Por fim, com 51 funcionários e 11 máquinas, a produção totalizaria 6320 unidades.
a) A taxa marginal de substituição seria zero, negativa, positiva ou constante? Obs: basta
responder.
Constante.
Obs. Quem respondeu como negativa também recebeu a pontuação.
b) Ilustre graficamente o mapa de curvas de indiferença para esse caso com duas curvas
de indiferença.
ver figura 2.11 da aula 2 do livro antigo.
Questão 4. Distinga produção de curto prazo da de longo prazo, isto é, que fator (es) as
diferencia(m)?
Resposta: No curto prazo um fdp é fixo; no longo prazo todos os fatores podem variar.
(F) A isoquanta de uma função de produção de proporção fixa, apresenta a taxa marginal de
substituição técnica como uma função decrescente.
(V) Em microeconomia, em apenas um mês a empresa pode estar em seu período de longo
prazo.
(F) A Restrição Orçamentária do consumidor tem sua inclinação alterada se os todos os preços
dos produtos consumidos aumentarem em uma mesma taxa.
(F) Se o bem tem demanda inelástica (elasticidade preço menor do que 1) quase sempre o
bem é supérfluo.
(V) Um aumento de preço para um bem com demanda elástica reduz a receita total do
vendedor.
Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Período - 2013/2º
ALUNO: MATR:
Questões
c(F) a produtividade média pode ser tão baixa a ponto de se tornar negativa.
d(F) O preço de equilíbrio de mercado é aquele em que os produtores estão
produzindo em sua plena capacidade produtiva.
GABARITO
Período - 2014/2º
Questões
1. Em 2010, o preço de x era $12. Em 2012, tal produto valia $ 18. Sabe-se que o
índice de preços em 2010 e em 2012, apontou, respectivamente, os valores 132,2
e 143,1. Pede-se:
3. Se a elasticidade preço da demanda de um bem for zero (ε= 0), vale a pena para o
comerciante fazer a promoção de preços (reduzir preço) para aumentar seu
faturamento? Obs: não há pontuação se responder apenas SIM ou Não. Uma
justificativa mínima (em uma ou duas linhas) já pontua.
Não, se a elasticidade é zero, não há variação da demanda com a redução de
preços.
(V) a função de proporção fixa de fatores pode ser exemplificada como o caso em
que o empresário pode comprar mais de um fator, mas que sua produção só
aumentará se tiver uma determinada combinação ótima entre seus fatores.
(V) A soma do efeito substituição mais o efeito renda compõe o chamado efeito
preço. Assim, se o bem for do tipo bem normal, uma elevação do preço causará
uma redução no consumo.
Período - 2013/1º
Questões
1. Em 2010, o preço de x era $12. Em 2012, tal produto valia $ 16. Sabe-se que o
índice de preços em 2005 e em 2012, apontou, respectivamente, os valores 132,2
e 143,1. Pede-se:
a) (V) a função de proporção fixa de fatores pode ser exemplificada como o caso
em que o empresário pode comprar mais de um fator, mas que sua produção
só aumentará se tiver uma determinada combinação ótima entre seus fatores.
Período - 2013/1º
Questões
1. Em 2010, o preço de x era $12. Em 2012, tal produto valia $ 16. Sabe-se que o
índice de preços em 2005 e em 2012, apontou, respectivamente, os valores 132,2
e 143,1. Pede-se:
a) (V) a função de proporção fixa de fatores pode ser exemplificada como o caso
em que o empresário pode comprar mais de um fator, mas que sua produção
só aumentará se tiver uma determinada combinação ótima entre seus fatores.
Meta da aula
Apresentar os conceitos básicos, a abrangência e a
fundamentação lógica da microeconomia, destacando a
sua importância para um estudante de
Administração de Empresas.
objetivos
A microeconomia
8 CEDERJ
Por sua vez, a ótica da microeconomia visa compreender o com-
1
AGENTE ECONÔMICO
portamento das empresas, dos consumidores e os mercados de uma
AULA
É todo aquele (pes-
forma segmentada e interativa. Estuda a competição entre as empresas, soa física ou jurídi-
ca) que através de
os fatores que podem alterar a produção, os preços e os salários dentro suas ações interage
no mundo econô-
de uma empresa ou indústria. É fácil entender que a microeconomia e a
mico. O governo,
macroeconomia se interrelacionam. Uma distinção entre elas é o enfo- os consumidores,
empresários, inves-
que. A macroeconomia trabalha com as variáveis agregadas em termos tidores, importado-
res entre outros são
nacionais, como o PIB, a inflação, a dívida externa. A microeconomia, exemplos de agen-
como ramo da teoria econômica, procura estudar o comportamento tes econômicos.
?
Adam Smith (1723-1790) – um dos pioneiros da
teoria econômica
CEDERJ 9
Análise Microeconômica | A temática da microeconomia
Atividade 1
Assinale ao lado das assertivas as letras P ou N para respectivamente designar 2
10 CEDERJ
1
Respostas Comentadas
AULA
1) Economia positiva, pois a redução do imposto irá diminuir os preços
aumentando, portanto, as vendas de automóveis e de combustíveis.
2) Economia normativa, visto que se utiliza de um critério de igualdade, sem
que se tenha explicitamente identificado qual análise científica está sendo
utilizada.
3) Economia normativa, pois trata-se de um juízo de valor.
4) Economia positiva, pois ao maximizar o lucro o empresário acaba tecnicamente
reduzindo a sua produção.
5) Economia normativa, pois a escolha por um percentual de imposto envolve
várias considerações de natureza subjetiva ou de razoável imprevisibilidade.
CEDERJ 11
Análise Microeconômica | A temática da microeconomia
Pn (1)
Pr IP
Onde:
Pr representa o preço real da mercadoria A no momento t;
Pn representa o preço nominal de A no momento t;
IP representa determinado índice de preços no momento t.
12 CEDERJ
O que representa o índice de preços?
1
AULA
Como sabemos, a inflação é medida através de um índice de preços,
que é a medida agregada dos preços de uma cesta de mercadorias. No
Brasil, vários institutos, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística (IBGE) e a Fundação Getulio Vargas, calculam índices de preços.
O IPC, por exemplo, calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (Fipe), mede o custo de uma cesta de mercadorias típica
para consumidores de padrão de renda de um a vinte salários mínimos.
Veremos agora como obter os preços reais dos produtos a partir
de informações dos preços e índices de preços.
Dados os preços do açúcar, café, leite tipo B, e também o IPC em
vários anos apresentados na Tabela 1.1, vamos verificar os preços reais
desses produtos.
Tabela 1.1: Preços nominais de açúcar, café, leite e o IPC (anos selecionados)
Dez 1995 Dez 2000 Dez 2005 Jul 2009
Preços nominais
CEDERJ 13
Análise Microeconômica | A temática da microeconomia
95
P r
= 0,75/145 = 0,0052.
09
P r
= 2,35/308,51 = 0,0076.
? d
Esse
aumento real de preços
deve ser explicado por fenôme-
nos de ordem de mercado (oferta e
demanda), matéria das próximas
de
aulas.
14 CEDERJ
Preço real do leite de 2009 em poder aquisitivo de 1995:
1
AULA
P $1995
2009
P 2009 IPC 1995 (PL2009$1995) =
IPC 2009
P $1995
2009
P 2009
IPC
IPC
1995
2009
=
CEDERJ 15
Análise Microeconômica | A temática da microeconomia
Atividade 2
Verificando se o preço real do café aumentou. 3
Resposta Comentada
1º método: calculando os preços reais em cada período.
Preço real em 1995:
2,89 / 145 = 0,019931.
Preço real em 2005:
4,94 / 2,89 = 0,018603.
Assim, o preço real é menor em 2005, cuja queda foi de aproximadamente
7%.
2º método: vamos verificar o preço real em dezembro de 2005 em comparação
com dezembro de 1995.
2005
=
16 CEDERJ
1
AULA
Alguns Índices de
Preços em detalhes
Vários são os índices de preços utiliza-
dos no Brasil. Eles são indicadores da variação
de preços da economia. A verificação entre dois
períodos na variação de um índice de preços permite
?
uma indicação da inflação ocorrida. Os índices diferem
principalmente em sua metodologia de cálculo. São questões
que normalmente os diferenciam: o período de coleta dos pre-
ços, os produtos que terão seus preços aferidos, a região geográ-
fica utilizada. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo, são as organizações
que calculam os índices de preços mais utilizados pelo governo e pela ini-
ciativa privada. Vejamos alguns desses índices e suas características:
1) O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe). O IPC mede a variação de pre-
ço
ços para o consumidor na cidade de São Paulo com base nos gastos de quem
ganha de um a vinte salários mínimos. A estrutura de ponderação dos preços
pode ser verificada no portal da Fipe (http://www.fipe.com.br). O período de
pesquisa do IPC ocorre do primeiro ao último dia de cada mês. A divulgação ofi-
cial do índice ocorre normalmente no período de dez a vinte do mês subsequen-
te. A Fipe divulga o IPC desde fevereiro de 1939.
2) O Índice Geral de Preços (IGP) é calculado pela FGV desde 1947. IGP-M/FGV é
calculado mensalmente pela FGV e é divulgado no final de cada mês de refe-
rência. Há três versões para o IGP, a saber, IGP-10, IGP-M e IGP-DI. A diferença
entre eles se dá principalmente pelos períodos de coleta. O IGP-10 a coleta de
preços realiza-se entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de divulgação
do índice; o IGP-M a coleta se dá entre o dias 21 do mês anterior e 20 do mês
de referência do índice; o IGP-DI, entre os dias 1º e 30 do mês de referência
do índice.
A cada dez dias, a FGV divulga as variações prévias que comporão o índi-
ce referente ao período completo analisado.
3) O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) tem como
unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de
serviços, concessionária de serviços públicos e domicílios (para
levantamento de aluguel e condomínio). A área de coleta
abrange as regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza,
Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São
Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e o município
de Goiânia. O período de coleta compreende
os dias 1º a 30 de cada mês.
Fonte:http://www.portalbrasil.net/ipc.
htm
CEDERJ 17
Análise Microeconômica | A temática da microeconomia
1,
M (2)
P
1
M . (3)
IP
O valor da moeda é estimado pela sua relação inversamente pro-
porcional a um índice de preços.
Vamos examinar a Tabela 1.2. Ela apresenta o IGP-DI entre os
meses de agosto de 1994 e janeiro de 1996. O período base é agosto de
1994, o que quer dizer que o índice está construído com o poder aquisiti-
vo de 1 real referente a agosto de 1994, cujo valor da moeda corresponde
a 100. Então, poderemos estimar o poder aquisitivo de cada real (R$
1,00) de agosto de 1994, mês a mês, até janeiro de 1996. Isso se faz pelo
inverso do IGP (multiplicado por 100), como na equação.
Por exemplo, em setembro de 1994, o poder aquisitivo de um
real em agosto equivalia:
1 real em agosto de 1994 =
1
x 100 = 98,5 centavos de
101,549
real em setembro do mesmo ano.
18 CEDERJ
!
1
AULA
Uma
interpretação disso é:
quem, por acaso, tenha deixado
guardado em casa um real de agos-
to a setembro, ao gastá-lo teria apenas
o que valeria 98,5 centavos em agosto.
Como se tivesse sido roubado ou perdido
quase dois centavos por ter deixado
o dinheiro em casa.
Fonte: http://fgvdados.fgv.br/dsp_frs_pai_ferramentas.asp
CEDERJ 19
Análise Microeconômica | A temática da microeconomia
? dos
preços
pre
O que é preço?
Preço é muito mais do que rapi-
damente poderíamos supor. Os preços
do produtos postos no mercado são preços,
mas
ma há muito mais exemplos. Os salários são
da mão de obra paga pelo empresário
para tê-la na fábrica; os juros são o preço que se
pagará quando você conseguir um emprésti-
mo; a taxa de câmbio é o preço de se adqui-
rir uma moeda estrangeira. Esses e todos
os preços podem ser expressos em
termos nominais e reais.
20 CEDERJ
Preço nominal e preço real
1
AULA
Preço nominal é o preço absoluto determinado pelo seu valor em
moeda corrente; o valor expresso e visto normalmente. Se o preço de um
refrigerante em um determinado estabelecimento e período for $2,00,
esse é o preço nominal.
Preço real é o preço do produto, mas também considerando outros
preços; um preço relativo a outros preços. A sua determinação se dá
pela divisão do preço nominal pelo preço médio de uma gama de outros
preços, uma cesta de preços, com base na qual, mediante um método de
seleção de coleta e medição de preços, surge um índice de preços.
W
W r
. (4)
IP
CEDERJ 21
Análise Microeconômica | A temática da microeconomia
Onde:
Wr representa o salário real;
W representa o salário nominal;
IP é o índice de preços.
É fácil entender que os trabalhadores estão muito mais interessados
nos salários reais do que em salários nominais. O salário nominal apenas
fornece o dinheiro recebido pelo trabalhador. O poder de compra desse
dinheiro é visto quando se estuda o salário real. Em outras palavras,
o salário real indica o que se pode comprar com o que se ganha em
termos nominais. Como sabemos que as unidades monetárias têm seus
valores alterados pela variação de preços, o importante seria observar
tanto o valor nominal dos salários como os preços dos produtos, isto é,
o conceito de salário real.
Você deve observar que algumas vezes (em realidade, muitas
vezes) somos iludidos por ganhos no salário nominal. Pensamos que
um aumento no salário nominal implicará um aumento no nosso poder
aquisitivo. Isso ocorre porque desconhecemos como realmente está o
crescimento dos preços dos produtos que consumimos. Se não soubermos
"a quantas anda" o custo de vida, podemos nos deixar levar pela ilusão
de que o ganho no salário nominal tenha aumentado o poder aquisitivo
dos nossos salários, isto é, confundir salários nominais com salários
reais. A Atividade 3 ilustra essa questão.
22 CEDERJ
Atividade 3
1
AULA
O sindicato dos trabalhadores acaba de conseguir no Acordo Coletivo de sua cate- 3
goria um reajuste salarial de 65% para o ano seguinte. Um especialista alerta que
a inflação no período em que vigorará o aumento salarial será de 70% (admita como
certa essa previsão). Alfredo e Pedro são trabalhadores. O primeiro ouviu o especialista
e acredita que a inflação será tal como prevista. João desconhece totalmente qualquer
previsão de inflação. Como cada um irá interpretar o reajuste salarial?
Resposta Comentada
Estamos tratando da questão de variações no salário nominal e real. O salário
real, como indicador do poder aquisitivo do emprego, se altera pela relação
entre a variação do salário nominal vis-à-vis a variação de preços. Se o salário
nominal aumenta em 65% e um ambiente de inflação, em 70%, então, em
índices, as variações são respectivamente de 1,65 e 1,70.
Ou seja: salário nominal aumenta 65%, significa que o novo salário será o salário
integral (100%), acrescido de 65%.
W + W% = 100% + 65% = 1,65.
Portanto, como o índice de preços subiu mais do que o salário nominal, o salário
real será menor:
W real = 1,60 / 1,75 = 0,914.
Esse resultado expressa que no final do período, o salário real será de aproxima-
damente 91,4% do que se podia comprar com o salário no início do período, ou
seja, se o empregado recebesse 100 unidades monetárias no início do período,
estaria perdendo 8,6 unidades monetárias do que se poderia adquirir no início
do período, ainda que seu salário de face (nominal) fosse $160.
Nesses termos, Alfredo estaria propenso a entender que não foi uma grande
negociação salarial. Por outro lado, Pedro se sentiria mais agraciado com
o ganho nominal dos salários.
CEDERJ 23
Análise Microeconômica | A temática da microeconomia
CUSTO DE OPORTUNIDADE
24 CEDERJ
$10.000 e apenas se recebe $6.000, então o emprego escolhido está lhe
1
impedindo de ganhar mais. Se você entendeu, certamente vai compreen-
AULA
der com facilidade o conceito e a importância do custo de oportunidade.
Vamos agora à definição!
! Custo de oportunidade
representa o valor máximo do uso
alternativo dos fatores em utilização na
empresa ou em qualquer atividade
em geral.
CEDERJ 25
Análise Microeconômica | A temática da microeconomia
Adminis-
Desempre-
Atividades tração de Professor Bancário Taxista
gado
empresas
Rendi-
mentos 10.000,00 6.000,00 3.000,00 2.500,00 0,00
líquidos $
Atividade 4
Imagine uma empresa em reunião de fim de ano. O contador sênior da orga- 5
nização anuncia que o lucro anual da empresa foi de $1 milhão. Em seguida, o
economista, que também participava da reunião, informa que a empresa na verdade
tivera um prejuízo de $200 milhões.
Identifique o motivo dessa celeuma entre o respeitável contador e o capacitado eco-
nomista.
Resposta Comentada
Notadamente, o contador está utilizando o critério contábil de lucro como o resultado
direto entre receitas e custos. Assim, a empresa deve ter apresentado em suas contas
um total de receitas (faturamento) superior em $1 milhão ao de custos. Por sua vez,
provavelmente, o economista está querendo enfatizar a possibilidade perdida de a
empresa ter direcionado seus recursos para um outro tipo de atividade ou outra linha
negocial, a qual auferiria um lucro de $1,2 milhão. Como o lucro foi de $1 milhão, esse
resultado deve ser interpretado como um prejuízo na razão do que deixou de ganhar:
$1,2 milhão, que seria o custo de oportunidade. Portanto, o critério do contador foi o
de lucro contábil, onde se contabilizam as receitas e custos das operações realizadas,
enquanto o economista advertiu sobre o lucro econômico. Esse, como o lucro que
também considera as melhores alternativas econômicas que a empresa pode
realizar.
26 CEDERJ
1
AULA
Deu no jornal O
?
Fictício!
Muitas vezes, quando o tema Custo de
Oportunidade é dado em aulas, alguns alu-
nos não se convencem de que “deixar de ganhar
é perder”. Vamos a um exemplo fictício.
Estudante esgana sua empregada doméstica, mas é
inocentado na Justiça!
Um estudante do curso de Administração estudou, mas
não concordou que “deixar de ganhar é perder”. Para ele, o
nã
importante é não perder o que se tem. Se deixou de ganhar,
im
mas se não despendeu recursos ou dinheiro, então não perdeu.
Veja o que a vida lhe pregou.
Uma determinada noite, o estudante sonha com os números da
loteria da Mega-Sena de final de ano. O sonho foi tão intenso que
ele acordou convencido de que deveria jogar. Era o último dia de
aposta, e ele tinha que chegar cedo à faculdade para estudar com
um grupo de colegas para a prova que faria no período da tarde.
Por não dispor de tempo, pediu a sua empregada que fosse a uma
casa lotérica e fizesse o jogo. Anotou os números em um pedaço
de papel, deu o dinheiro da aposta, R$2,00. Foi à faculdade,
fez as provas e depois foi comer pizza em uma lanchonete à
noite. Na hora do sorteio, a lanchonete transmitiu o resulta-
do, em que, um a um, o aluno foi verificando os números
que jogara. Pálido e suando frio, ainda ouviu o comen-
tário de um especialista prevendo apenas um ganha-
dor. Voltou rapidamente pra casa. Acordou sua
empregada aos berros e beijos: “Maria, estou
rico! Rico, rico, rico! Pegue o cartão da
aposta que te dei pra fazer, pega
logo!”
CEDERJ 27
Análise Microeconômica | A temática da microeconomia
Eis
que Maria res-
pondeu: “Sabe o que é? Eu
?
fui à loja jogar, tava uma fila que
não acabava mais, deu uma vontade de
fumar; como eu não tinha dinheiro, usei os
seus R$2,00 pra comprar uns 'varejões'. Se pre-
ocupa não. Eu sei que o senhor não acha que dei-
xar de ganhar é perder, então toma de volta os seus
R$2,00; o senhor, assim, apenas deixou de ganhar.”
O estudante cai em cima da pobre mulher, esgana-a quase
levando-a
l a óbito. Levado a júri popular, foi absolvido por
unanimidade,
un pois seu estado foi considerado como passível
de qualquer um nessa situação. Ele deixou de ganhar R$50
d
milhões por um erro de sua assistente, o que provocou-lhe em
mi
estado de loucura!
28 CEDERJ
Atividade Final
1
AULA
1) A tabela a seguir é reprodução da Tabela 1.1 ampliada com as lacunas para 3 4 5
preços reais de cada um dos três produtos em cada um dos quatro anos.
a) Preencha as lacunas acerca dos preços reais para cada produto e ano.
b) Interprete os preços reais do café ao longo dos quatro períodos.
c) Identifique o preço real do açúcar em dezembro de 2000 em relação aos preços de julho
de 2009.
d) Identifique o preço do leite em dezembro de 2005 em relação aos preços de dezembro
de 1995.
e) Determine para cada um dos quatro períodos o preço do leite em relação aos preços de
dezembro de 2005.
f) Interprete os resultados do item e.
Tabela 1.5: Preços nominais de açúcar, café, leite e o IPC em anos selecionados
CEDERJ 29
Análise Microeconômica | A temática da microeconomia
Respostas Comentadas
1)
a) De acordo com o primeiro método aplicado nesta aula para determinação dos
preços reais, temos:
b) O preço real do café é maior em dezembro de 1995. Isso indica que era mais caro
tomar café naquele período do que em qualquer dos outros três meses informados.
Em dezembro de 2000, o preço real do café foi o menor de todos. Observe que, para
que tenhamos uma indicação mais precisa sobre a queda ou não do preço real desse
produto, seria importante dispor de dados mensais.
c) O preço real do açúcar de dezembro de 2000 em relação aos preços de julho de
2009 é:
P $2009
2000
= P 2000
x IPC
IPC
2009
2000
= 0 ,66 x
308 ,51
187 ,17
1,0879.
P = P
$1995
2005 2005
x IPC
IPC
1995
2005
= 1,65 x
145
265 ,55
0 ,901.
30 CEDERJ
1
e) O preço do leite em relação ao preço base de dezembro de 2005.
AULA
Em dezembro de 1995:
P $2005
1995
= P 1995
x IPC
IPC
2005
1995
= 0 ,75 x
265 ,55
145
1,3735.
Em dezembro de 2000:
P $2005
2000
= P 2000
x IPC
IPC
2005
2000
= 1,7735.
Dezembro de 2005:
P $2005
2005
= P 2005
x IPC
IPC
2005
2005
= 1,65.
Em julho de 2009:
P $2005
2009
= P 2009
x IPC
IPC
2005
2009
= 2,0228.
2)
a) Inflação:
Pn Pn1995
Taxa de Variação 2009
= .100 = 213,33%.
Pn 1995
Pr 2009
Pr 1995
Taxa de Variação = .100.
Pr 1995
2 ,0228
1,3735 1 .100 47 , 26%.
$2000 81,4
P 2008
4 , 21. 1,7542.
195 ,36
CEDERJ 31
Análise Microeconômica | A temática da microeconomia
$2000 81,4
P 2008
48 ,4. 20 ,1667.
195 ,36
32 CEDERJ
1
RESUMO
AULA
A microeconomia estuda o comportamento dos agentes econômicos,
consumidores e produtores de bens e serviços que interagem nos mercados.
As decisões dos agentes econômicos são tomadas com base nos seus
objetivos e recursos, utilizando-se da análise comparativa de preços. Assim,
a microeconomia trata das questões abrangidas pelos preços relativos.
Em grande parte, a microeconomia aplica em seus estudos os métodos de
análise positiva, que é a análise voltada para descrever as relações de causa
e efeito entre duas ou mais variáveis. Há também, no seu campo prático de
atuação, situações em que a microeconomia trata de questões de natureza
da análise normativa. Essa última envolve questões relacionadas a juízos de
valor, algo como o que seja mais vantajoso ou melhor.
A distinção entre as variáveis nominais e reais, e o Custo de Oportunidade
são conceitos importantes da microeconomia. Preços nominais são os
preços absolutos expressos em moeda corrente. Preços reais são os preços
relativos, pois estão relacionados a uma medida agregativa de uma cesta
de produtos, o índice de preços. A microeconomia procura examinar a
mudança de preços relativos.
Custo de Oportunidade é o entendimento de que devemos considerar como
custo o que se deixa de ganhar em alternativas possíveis do uso dos recursos
disponíveis. Do Custo de Oportunidade extrai-se o lucro econômico, o qual
é o resultado da diferença entre o faturamento e todos os custos envolvidos
diretamente na produção e no Custo de Oportunidade.
CEDERJ 33
2
AULA
O mercado e seus fundamentos
Cleber Ferrer Barbosa
Meta da aula
Descrever o funcionamento do mercado em hipótese
de concorrência perfeita e as forças de demanda e
oferta como elementos de determinação dos preços e
quantidades negociados no mercado.
objetivos
INTRODUÇÃO Você pode perceber que o termo "mercado" é utilizado de várias maneiras e
em vários contextos. Uma mãe pode pedir ao filho: "Menino, vá ao mercado,
compre duas dúzias disso ou daquilo." Entre empresários ou investidores já
se ouviu: "O mercado de ações está em alta." Por outro lado, ao você levar o
carro usado à concessionária para trocar por um novo, o vendedor irá pagar
uma bagatela por seu veículo, certamente argumentando que o mercado não
paga mais do que aquele valor. Pois então, o que é, afinal, mercado? Qual o
significado de mercado para os estudos econômicos? Nesta aula, introduzimos
tal tema abordando seus conceitos e fundamentos, os quais permitirão uma
boa compreensão dos elementos comuns aos diversos tipos de mercado.
MERCADO
36 CEDERJ
2
Industrial Bens industriais Empresas e com- Diversos locais
pradores
AULA
Internacional Bens exportados e Empresas e com- Locais nacionais e
importados pradores internacionais
Futuro Diversos bens, Investidores, pro- Bolsas de valores
moeda estrangei- dutores (BM&F)
ra, ouro etc.
MERCADO
Um mercado constitui-se de um conjunto de agentes
Esse quadro apresenta alguns dos vários econômicos, consumidores e vendedores que negociam
uma extensão de produtos e/ou serviços nos limites de
tipos de MERCADOS do país. O mercado atacadista
uma área geográfica para a qual a venda desses produ-
é aquele em que são negociados produtos em tos é economicamente viável e significativa.
efetivamente conhecidos na data estipulada no É aquele onde se negociam contratos em que as partes
– compradora e vendedora – assumem o compromisso
contrato, uma data futura para a realização da de comprar ou vender determinada quantidade e quali-
dade de um ativo (financeiro ou físico). Os contratos são
compra ou venda do produto negociado; daí já padronizados para liquidação física ou financeira, em
se pode intuir que é um mercado de significativo uma data no futuro. Em outras palavras, o contrato do
mercado futuro é de natureza legal, em que as partes se
risco de alteração de preços. obrigam a entregar ou receber determinada quantidade
do ativo especificado no contrato, pelo preço do pregão
da bolsa de futuros do dia do vencimento do contrato
ou mesmo antes dele. Na maioria das vezes, ao invés da
entrega ou recebimento da mercadoria (ativo), a tran-
sação é feita em dinheiro pelo ajuste de preços entre o
preço do contrato e o preço que vigora na bolsa.
CEDERJ 37
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
38 CEDERJ
como o guaraná. Assim, uma parcela da demanda por Coca-Cola pode
2
passar a demandar guaraná. Afinal, são produtos com elevados graus
AULA
de substituição nas preferências dos consumidores. Em tese, todos os
produtos que os consumidores admitam como substitutos pertencem
a um mesmo mercado. Uma alteração no preço de um afeta a deman-
da do outro; portanto, pertencem a um mesmo mercado. No caso do
mercado de refrigerantes, fácil fica identificar alguns produtos, como
Coca-Cola, guaraná etc. Mas será que os refrigerantes tipo Baré e os
isotônicos também não poderiam pertencer ao mercado de refrigerantes?
Esses últimos podem afetar ou serem afetados pelas forças de demanda
e de oferta por Coca-Cola e guaraná? Em outras palavras, uma queda
no preço dos isotônicos poderia fazer com que muitos consumidores
de guaraná passassem a preferir um pouco mais dos primeiros? Se sim,
então há algum grau de substitutibilidade em tais produtos, levando
a concluir, por assim dizer, como produtos pertencentes a um mesmo
mercado. Nesse caso, o nome de mercado de refrigerantes, talvez, não
seja o mais adequado. Quem sabe, um nome como mercado de bebidas
não alcoólicas ou algo do gênero seja mais realístico.
A importância de investigar a gama de produtos que pertencem a
um mesmo mercado é muitas vezes fundamental para uma empresa. Ela
precisa saber quem são os seus produtos concorrentes. Precisa saber a
quem ela afeta e por quem é afetada. Há produtos que claramente são
percebidos como concorrentes. Outros vão depender da subjetividade
da lista de preferência e gostos dos consumidores. Água de coco em
caixinha e água mineral são substitutos? A resposta vai depender do
comportamento do consumidor. Instituições que cuidam de examinar
os mercados utilizam técnicas para testar os produtos pertencentes em
um mercado. Em geral, são feitas pesquisas ou estimativas procurando
identificar se os consumidores consideram os produtos como substitutos
ou não. A Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da
Fazenda (SEAE-MF) é uma dessas instituições com tal tarefa, pois essa
Secretaria atua em processo de fusões empresariais em que a análise de
mercado é objeto de estudo.
CEDERJ 39
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
40 CEDERJ
nos fatores que não sejam econômicos. Esses são tratados em disciplinas
2
como Marketing e/ou em disciplinas ligadas à Psicologia. Pois então,
AULA
como estudantes de Microeconomia, estamos interessados em investigar
os elementos econômicos capazes de influenciar o nível de consumo de
uma ou mais pessoas.
O primeiro deles, o mais importante, certamente, seria o próprio
preço da mercadoria. Uma elevação no preço tende a fazer com que
o consumidor, insatisfeito com tal aumento, reduza a quantidade que
se queria comprar. O contrário também ocorre: uma queda de preço
impulsiona o consumidor a adquirir mais produtos do que pretendia
anteriormente. Assim, podemos estabelecer a relação entre preços e
quantidades demandadas. Elas possuem entre si uma relação inversa
ou negativa, isto é, uma elevação na variável preço tende a reduzir a
demanda e vice-versa.
O que acabamos de dizer pode ser sintetizado da seguinte forma:
d
quantidades demandadas, q , dependem inversamente da variação do
nível do preço, p, de tal mercadoria. Há, portanto, uma relação fun-
cional de dependência entre essas variáveis expressa matematicamente
por uma função:
d
q f(p)
CEDERJ 41
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
42 CEDERJ
!
2
Bens
AULA
substitutos e
bens complementares
Bens substitutos são os que
têm semelhantes níveis de utili-
dade para o consumidor. Se os bens
forem substitutos perfeitos, a utilidade
de cada um dos bens é a mesma. Quan-
do a utilidade de um bem é próxima do
outro, há de se entender como bens subs-
titutos imperfeitos. Observe-se que o grau
de substitutibilidade entre os bens também
é questão subjetiva. Um indivíduo pode
fazer distinção entre duas marcas de
refrigerantes, enquanto outro não!
Bens complementares são bens cuja
utilidade de um está diretamente
associada à utilidade do outro.
Exemplos: açúcar e café;
gasolina e automóvel
etc.
d) A expectativa do preço
Na década de 1980 e início dos anos 1990 do século passado, os
brasileiros tinham sonhos de consumo do tipo comprar freezers, realizar
cursos de comida congelada. Era uma "febre"! Proliferavam as técnicas
e receitas de comida congelada, venda de freezers etc. Nessa época, a
inflação no país era alta e constante. Os supermercados tinham suas fre-
quências aumentadas na primeira semana do mês, quando normalmente
se recebem os salários. Na segunda quinzena do mês, eles ficavam mais
vazios. Qual seria a explicação microeconômica para que os supermer-
cados estivessem muito movimentados no começo do mês? Por que se
vendiam tantos freezers? A resposta é simples. Havia inflação. As pessoas
queriam se livrar dos aumentos futuros dos preços. Logo, procuravam
como podiam, antecipar as compras. Ao receberem seus rendimentos,
os consumidores compravam o que podiam e tratavam de conservar em
freezers, congelando seus alimentos. A teoria econômica assim formula
a questão: uma expectativa de elevação de preços gera logo uma ação
CEDERJ 43
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
Onde:
As variáveis qd, p, R, ps, pc, pe, O, representam, respectivamente, as
variáveis quantidades demandadas, preço do produto em questão, renda do
consumidor, preço do produto substituto, preço do produto complementar,
expectativa de preços, e por fim, todos os outros fatores que influenciem
a demanda que a microeconomia considera como constante.
CURVA DE DEMANDA
44 CEDERJ
Diante de uma curva de demanda, tudo se passa como se um
2
consumidor tivesse respondido a um questionário sobre quanto estaria
AULA
disposto a comprar a cada eventual preço de mercado. A tabela a seguir
ilustra uma hipotética curva de demanda.
P Qd
0 10
1 8
2 6
3 4
4 2
5 0
CEDERJ 45
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
46 CEDERJ
2
AULA
Figura 2.2: Curva de demanda de mercado a partir das curvas de demandas indi-
viduais.
?
Um pouco de
história...
Curiosamente, segundo his-
toriadores econômicos, a primei-
ra forma de se expressar a Lei da
de
demanda foi através de dados sobre
tr
trigo gerando uma tabela, no início,
den
denominada Lei de King, devido ao seu
autor, Gregory King, em 1699. O primei-
ro gráfico para expressar a curva de
demanda veio com A. Cournot, mais de
cem anos depois, em 1838. Olhando
agora, podemos ressaltar como
puderam levar tanto tempo
para evoluir o conceito para
uma versão gráfica!
CEDERJ 47
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
48 CEDERJ
?
2
AULA
Ceteris paribus
Antigamente, a ciência
econômica era escrita com o
uso de diversos termos em latim,
assim como até hoje ocorre com o
Direito. Hoje, restam poucas palavras
D
em latim nos textos econômicos. Um dos
mais usados, ainda que nem tanto assim, é
mai
ceteris paribus. O que significa? Vejamos
o ce
com um exemplo de nosso interesse.
Suponha a existência de apenas três variáveis,
x, y ,z, para afetar a variável t. Sabemos que
x e t se alteraram. Para estarmos seguros da
alteração de t como em razão de x, é preciso
a certeza de que y e z não se alteraram. Isso
pode ser dito da seguinte maneira: x terá sido
responsável pela mudança em y se todas
as demais variáveis que também podem
afetar t tenham permanecido constantes.
O termo em latim ceteris paribus quer
dizer "tudo o mais constante". Por-
tanto, ainda poder-se-ia escrever:
x terá sido o fator que afetou
t, dado o ceteris pari-
bus.
ALTERAÇÕES NA RENDA
CEDERJ 49
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
50 CEDERJ
Tabela 2.3: Deslocamento da curva de demanda dada alteração na renda
2
AULA
D em unidades D' em unidades
Preço
Renda = $1.000 Renda = $1.600
5 10 14
8 7 11
12 3 9
CEDERJ 51
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
Atividade 1
Os bens normais representam a maioria dos casos: com um salário maior, o
5
consumidor tende a comprar mais dos produtos. Por sua vez, o bem inferior seria
o caso de, com o aumento da renda, ou consumir procurar produtos mais sofisticados,
ou de maior qualidade. Por exemplo, quando se ganha pouco compra-se leite tipo C.
Se a renda aumentar substancialmente, reduz-se ou deixa-se de consumir tal produto
por agora poder adquirir leite tipo B.
Pode-se atentar também que a distinção entre bem inferior e bem superior depende da
faixa da renda e do tipo de produto. Nesse sentido, você poderia responder: automóvel
é um bem superior ou inferior?
Resposta Comentada
Na maioria dos casos é um bem normal, mas não há de se negar a possibilidade
de o indivíduo, ao se tornar muito rico, andar bem menos com seu carro, por uti-
lizar mais helicópteros ou aviõezinhos para sua locomoção. Explicando com mais
detalhes: em sendo rico, o indivíduo tem oito carros só para ele. Megamilionário,
ele se desfaz de cinco carros e adquire dois helicópteros e um jatinho. Assim,
automóvel para esse consumidor seria um bem inferior, pelo menos na passagem
da faixa de renda de muito rico para megamilionário.
52 CEDERJ
Atividade 2
2
AULA
Considere a tabela a seguir como representando a demanda por um bem. Ela é 2
dada pela coluna P e Q1, onde se supõe um consumidor com renda mensal de
1.000 unidades monetárias. Ao se admitir um aumento de renda, digamos, 1.500,
demanda para esse consumidor passa a ser P e Q2.
P Q1 Q2
0 10 14
1 8 12
2 6 10
3 4 8
4 2 6
5 0 4
Resposta Comentada
a. O gráfico pertinente é exatamente o da Figura 2.3.
b. O bem é normal ou superior, pois se observa que, com o aumento de renda,
a demanda aumentou para qualquer preço.
CEDERJ 53
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
?
O empreendedor e o con-
ceito de bem normal ou inferior
Um empreendedor planeja construir um res-
taurante cujas obras e outros pormenores deman-
darão cerca de dois anos até a sua inauguração. Em
leitura de jornais, conhece a opinião quase unânime dos
economistas (muito difícil encontrar unanimidade nessa classe)
ec
em acenar como estável o alto ritmo de crescimento econômico
gerador
ger de emprego e renda. A previsão é a da perda de ritmo da
atividade
ativ econômica. Em dois anos, certamente, o país voltará ao
ritmo dos anos 1980, ou seja, atravessará uma longa recessão. Tendo
a opção de montar um requintado restaurante ou um estabelecimento
mais popular, que tipo de restaurante o empresário construirá? Claro,
a previsão de queda na renda da população, dada a recessão, as pessoas
deverão optar por alimentação mais barata, o que, por sapiência econômi-
ca comum, estimulará o empreendedor a construir um restaurante popular.
Nos anos 1980, época em que o Brasil passou por uma prolongada reces-
são, houve uma proliferação de restaurantes e pizzarias em detrimento da
queda de restaurantes à la carte. Com a crise e os salários apertados, as
famílias substituíram os tradicionais jantares em restaurantes por pizza-
rias. Por renderem mais, as pizzas servidas à francesa eram as mais
pedidas. Na história econômica brasileira recente, observe-se que
no período de baixo crescimento econômico no país, surgiram e
prosperaram shoppings de roupas populares. A estrutura deles
era menos sofisticada, vendiam-se roupas mais simples com
preços mais baixos. São exemplos, portanto, da importân-
cia de distinguir bens inferiores e normais (ou supe-
riores) dada a expectativa de venda por conta da
mudança de renda da população.
54 CEDERJ
Tabela 2.4: Deslocamento da demanda devido à alteração no preço do bem com-
2
plementar
AULA
Preço D em unidades D' em unidades
5 10 14
8 7 11
12 3 9
CEDERJ 55
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
56 CEDERJ
Resumidamente:
2
Se ocorrer uma mudança numa variável que tenha o efeito de
AULA
expandir a demanda, a sua forma gráfica será a de um deslocamento à
direita da posição original; em caso contrário, o deslocamento da curva
de demanda será para a esquerda.
Podemos sintetizar esse entendimento com o quadro a seguir.
CEDERJ 57
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
A CURVA DE OFERTA
58 CEDERJ
As representações da curva de oferta:
2
AULA
Figura 2.7: Gráfico de uma curva de oferta.
Q = f(p) q= 5+p
Expressão matemática de uma curva de oferta por equação.
Observe a relação inversa entre a oferta e a demanda: quanto
maior for o preço, maior tende a ser a quantidade ofertada a ser colocada
no mercado. E quando o preço apresentar redução, a quantidade a ser
oferecida no mercado tende a sofrer uma queda. É o comportamento
inverso com a relação entre preço e quantidade demandada.
CEDERJ 59
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
Há, pelo menos, três outros fatores que podem afetar a oferta de
um produto. São o preço dos produtos afins, o custo de produção e o
progresso tecnológico.
a) Produtos afins:
Denominam-se produtos afins aqueles que também podem ser
produzidos pela empresa. Por exemplo, uma fábrica especializada em
produzir bolsas pode ter condições de produzir sacolas e chapéus. Esses
últimos, portanto, são produtos afins na produção de bolsa, dados os
recursos para também produzir tais produtos.
Ao considerar fixo o preço de mercado do produto X, a elevação
do preço de um produto afim, Y, estimula a produção desse último. Isso
pode fazer com que o empresário transfira parte de seus trabalhadores
e demais recursos que estavam sendo utilizados para produzir X à
produção de Y. O mesmo raciocínio se faz, porém, de maneira inversa
quando cai o preço do bem que o empresário também pode produzir,
o produto afim.
b) Custo de produção:
O custo de produção é a despesa com a produção e a colocação
do produto no mercado. Para nossos propósitos, podemos simplesmente
entendê-lo como o preço dos insumos que são utilizados na produção.
São exemplos os salários e os preços das matérias-primas. Um aumento
salarial (funcionários da empresa) é um aumento de custo. Em não sendo
possível repassar tal aumento para os preços, haverá uma tendência
a diminuir a produção. Talvez você possa pensar: com o aumento do
custo, o empresário desejará vender mais para receber o mesmo nível
de lucro anterior. Mas, reflita, como ele vai simplesmente vender mais?
O que ele pode fazer para vender mais, ele já o faria antes do aumento
nos custos! O que se deve atentar é que se o preço é o mesmo e o custo
aumentou, o lucro diminuiu. A tendência, portanto, é a de procurar
produzir algo mais vantajoso ou mesmo não se interessar tanto pelo
que produzia. Para consolidar o raciocínio, vamos analisar pelo caso
de uma queda de custos, até um pouco mais intuitivo. Suponha que por
algum motivo extravagante qualquer, os trabalhadores se proponham
a receber apenas 10% do que recebiam mensalmente. O que acontece-
ria com a produção nessa fábrica? O empresário, feliz da vida, estaria
60 CEDERJ
altamente estimulado a produzir mais, pois seus custos diminuíram e,
2
ao preço que está vigorando no mercado, sua taxa de lucro aumentaria.
AULA
Podemos entender custo de produção como sinônimo de dificuldade de
produção. Se o custo aumenta, tudo se passa como se estivesse mais
difícil produzir, assim a oferta tende a diminuir. De modo contrário, se
o custo diminui, vale interpretar como se tivesse mais fácil produzir. Em
sendo fácil, produz-se mais.
c) O progresso tecnológico:
O progresso tecnológico incidente à empresa resulta em um
incremento no seu potencial de produção. Uma nova tecnologia significa
maior eficiência na produção. Em geral, ou produz-se mais ou melhor!
Em consequência, a empresa dispõe de condições para produzir mais.
Isso se traduz no entendimento de que a quantidade ofertada aumenta
a cada preço que possa ter existido antes da nova tecnologia.
Você deve perceber que mudanças na tecnologia reduzem os cus-
tos de produção e/ou inovam o produto. Não há como imaginar uma
tecnologia que venha simplesmente aumentar o custo de produzir, pois
nesse caso, qual empresário estaria interessado em adotá-la? No caso da
inovação de produto com resultados na melhoria do produto, é possível
que resulte em um custo mais elevado, pois se o produto foi beneficiado,
este, em tese, pode ser interpretado como um novo produto, ou seja, um
preço mais elevado pode ocorrer, mas não necessariamente contrariará
o consumidor. Se o produto está melhor, há mais satisfação ou utilidade
ao consumidor; em consequência, pode-se pagar mais.
CEDERJ 61
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
62 CEDERJ
Suponha que o preço seja $10 e as quantidades, 90 unidades.
2
Considere que um fato exógeno, como a redução dos custos, tenha
AULA
estimulado o aumento da produção. A cada preço possível, o produtor
se dispõe a produzir mais. Ao preço de $10, a produção passa para
110, por exemplo.
Podemos, portanto, estabelecer a seguinte síntese:
Uma alteração na variável exógena que aumenta a oferta causa
um deslocamento da curva de oferta. Esse deslocamento será para fora
(ou para a direita), como se observa na Figura 2.8, do ponto A para
o ponto C. Por outro lado, se a alteração na variável exógena for no
sentido de reprimir a quantidade ofertada, o deslocamento da curva de
oferta será para dentro (ou para a esquerda).
Se houver apenas mudanças nos preços da mercadoria ofertada,
então o deslocamento da curva de oferta não ocorrerá. Será o caso,
sim, de uma mudança ao longo da curva de oferta, isto é, de um par
ordenado (preços e quantidades) da curva de oferta vai-se para um
outro dentro da mesma curva de oferta, como se observa na Figura
2.8 do ponto A para o ponto B.
CEDERJ 63
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
Q d f(p) (5)
Q s f(p) (6)
64 CEDERJ
?
2
AULA
Você sabia?
No plano de combate à
inflação instituído em 1986,
Plano Cruzado, os preços de
todos
todo os produtos foram tabelados.
Isso ocasionou a escassez de vários
produtos no mercado. Uma pesquisa
prod
realizada por consultorias de mercado
constatou que o maior fator de irri-
tação às donas de casa era a falta de
mercadorias nos estabelecimentos.
Para elas, pior do que verificar os
preços altos e crescentes nos códi-
gos de barras dos produtos,
era não encontrá-los nas
prateleiras dos super-
mercados.
CEDERJ 65
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
66 CEDERJ
que a procura? Certamente não! Para que a oferta abundante resulte
2
em queda de preços, será preciso um grande período de tempo para
AULA
que tal fato ocorra. Os produtores podem estocar o produto com mais
facilidade e por mais tempo do que os produtores de alface e demais
produtos agrícolas. Então, dependendo do produto, nem sempre o
excedente de produtos leva a uma rápida queda de preços. Vai depender
das características do mercado. Questões como estocagem do produto,
perecibilidade, condições da concorrência, entre outros, são fatores que
darão ou não condições para que os preços sejam reduzidos. Portanto,
no mercado industrial, pelo menos, a teoria de que os preços de merca-
do vão em direção ao preço de equilíbrio não é bem verificada. Nesse
mercado, ainda que haja excedente, os preços têm rigidez para cair. Se
faltar produto, o preço tende a subir com facilidade, mas se sobrar, é
muito lenta a queda de preço.
Por outro lado, no mercado de produtos agrícolas, essa teoria
encaixa direitinho com o que observamos no dia a dia. Para se convencer
disso, vá a um grande ou médio supermercado. Observe as prateleiras
dos produtos industrializados e as dos produtos hortifrutigranjeiros.
Verifique, ao longo da semana, em qual dos dois a oscilação de preços
é maior. Sobrando produtos no setor hortifruti, você verificará que os
preços tendem a baixar com mais rapidez do que no dos enlatados.
O que dizer sobre o mercado de ações? E o mercado cambial?
Esses e outros, como o mercado financeiro, seguem o jogo da oferta e da
demanda para determinar os preços. Havendo muita procura, o preço
sobe. Se a posição ofertada for maior, o preço cai.
Nesses mercados, intuir sobre os fatores que podem impulsionar a
oferta e a demanda consiste em estimar as devidas oscilações de preço. Os
agentes desse mercado, como os especuladores, procuram se antecipar às
variações de preços. Procuram, portanto, prever os fatores que movimen-
taram a oferta e/ou a procura para atuarem antes da variação esperada
de preços. Que fatores são esses? Muitos desses são o que acabamos de
estudar: custo de produção, descobertas tecnológicas, concorrência, renda,
preços dos produtos complementares e substitutos. Você acabou de ver,
portanto, onde se aplica com mais frequência o modelo do livre jogo de
oferta e demanda que leva ao preço de equilíbrio. Muitos dos profissionais
desses mercados utilizam tais conceitos no seu dia a dia de trabalho.
CEDERJ 67
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
Preço
Oferta
Pm>Pe Excedente
Escassez
Pm<Pe
Demanda
qe Quantidade
Atividade 3
Suponha que o mercado de um determinado produto seja dado pelas seguintes 3
equações:
Q = 1 + 2p
Q = 10 – p
Pede-se:
a) identificar qual das duas equações deve representar a curva de demanda;
b) o preço de mercado que leva ao preço e quantidade de equilíbrio;
c) a situação do mercado, caso o preço de mercado seja $1;
d) a situação do mercado, caso o preço do mercado seja $5;
e) o gráfico que ilustra esse mercado.
68 CEDERJ
2
Respostas Comentadas
AULA
a) a equação q = 10 – p deve representar a demanda, posto que ela gera
uma função em que preços e quantidades se relacionam inversamente, o
que é típico de uma curva de demanda. Por sua vez, a outra equação é a de
oferta, pois nesta a relação é direta, isto é, se o preço aumenta, a quantidade
aumenta, como deve ser a resposta de uma oferta a variações de preços;
b) o preço de equilíbrio é aquele em que a quantidade ofertada é a mesma
que a quantidade demandada. Assim, basta igualar as duas equações, como
se segue:
Qs = Qd
1 + 2p = 10 – p
P=3
CEDERJ 69
Análise Microeconômica | O mercado e seus fundamentos
Atividade Final
a) Monte um gráfico que ilustre a situação de um mercado de carne bovina após 1 2 3
uma significativa queda no preço da carne de frango. O que deve acontecer
com a demanda por carne vermelha? Qual a alteração esperada sobre o preço e a quantidade
negociada nesse mercado?
b) Distinga um deslocamento da curva de demanda de uma variação ao longo da mesma.
c) No mercado industrial, há uma assimetria entre a velocidade das oscilações de preços nos
casos de excesso de oferta e excesso de demanda. Comente!
Resposta Comentada
a) Como a carne de frango é um bem substituto da carne vermelha, a queda de preço no
primeiro afetará o consumo do segundo. Assim, a curva de demanda de carne vermelha
irá deslocar-se para a esquerda, ou seja, qualquer que seja o preço da carne vermelha, o
fato de redução do preço da carne de frango irá diminuir a compra de carne vermelha por
força da substituição do consumidor em procurar adquirir mais frango, a carne que barateou.
70 CEDERJ
2
b) No caso do deslocamento, trata-se de um exemplo de violação do ceteris paribus. Um dos
AULA
fatores que afetam a demanda, que não seja o preço do próprio produto, ao se alterar, irá des-
locar a curva de demanda. Se houver apenas uma variação no preço do próprio produto que
se está estudando como demanda, a variação será ao longo da própria curva, não havendo o
que se falar de deslocamento da curva.
c) A assertiva quer enfatizar que, dadas as características do mercado industrial, como o alto poder
de estocagem, os preços não caem rapidamente se houver uma superprodução resultante de
excedentes de mercado. Sabemos que, se houver escassez, o preço tende a subir com facilidade,
pois até mesmo o comprador poderá propor pagar mais para obter o bem. Assim, a assimetria
seria a de que, para subir preços, é rápido, mas para baixá-los há uma certa lentidão; portanto,
a velocidade de aumento de preços em caso de escassez é maior do que em situação de
queda de preços, naquele mercado.
RESUMO
CEDERJ 71
INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA AULA
3
AULA
sistema de mercado
Cleber Ferrer Barbosa
Meta da aula
Apresentar os fatores que podem alterar os preços
e as quantidades de equilíbrio, por intermédio dos
deslocamentos das curvas de oferta e demanda.
objetivos
74 CEDERJ
MÓDULO 1
um aumento na quantidade demandada. Então, ao preço de R$ 1,00, a
3
demanda almeja alterar seu consumo de 50 para, digamos, 90 unidades,
AULA
que corresponde ao ponto Ao do gráfico da Figura 3.2, onde D é a curva
de demanda; O é a curva de oferta e D’ é a nova curva de demanda.
Aprendendo mais…
Bem inferior é o bem em que a variação no consumo é inversamente relacio-
nada com a variação da renda. Se a renda aumenta, o consumo diminui; se a
renda diminui, o consumo aumenta.
CEDERJ 75
Análise Microeconômica | Mudanças de preços no sistema de mercado
!
De modo
geral, qualquer altera-
ção de uma variável que leve ao
deslocamento da demanda, no sentido
de expansão do consumo, resulta numa eleva-
ção no preço e na quantidade de equilíbrio. Da
mesma forma que qualquer alteração de uma
variável que leve ao deslocamento da deman-
da, no sentido de redução do consumo,
resulta numa queda no preço e na
quantidade de equilíbrio.
Exemplo 2:
Para sermos justos com a oferta, vamos simular uma situação
exemplificativa de deslocamento da curva de oferta. Suponha, ini-
cialmente, o mercado em uma situação de equilíbrio, como ilustra
o gráfico da Figura 3.3 no ponto A. O preço de uma importante
matéria-prima (insumo) para a produção aumentou, ou seja, o custo
de produção aumentou. O mercado, antes do aumento do insumo,
experimentava o preço de equilíbrio com o par preço e quantidade
de equilíbrio (R$ 1,50; 40 unidades).
Com esse fato novo ao mercado, não mais interessa aos pro-
dutores produzirem 40 unidades ao preço de R$ 1,50. A esse preço,
eles passam a oferecer apenas 18 unidades (possivelmente, estão redi-
recionando parte de seus recursos produtivos para outros mercados).
Então, o mercado começa a observar uma escassez de 22 unidades (40
unidades demandadas, menos as 18 unidades postas à venda). Ora,
dada a escassez, como no exemplo anterior, o preço se elevará, até
atingir um ponto em que a oferta se iguale ao desejo de consumo, o
novo preço de equilíbrio. Esse preço de equilíbrio, R$ 1,60, é aquele
resultante do cruzamento entre a nova curva de oferta, O’, com a
demanda D, que é o ponto B.
76 CEDERJ
MÓDULO 1
3
AULA
Figura 3.3: Efeitos de um deslocamento na curva de oferta.
CEDERJ 77
Análise Microeconômica | Mudanças de preços no sistema de mercado
78 CEDERJ
MÓDULO 1
Se há novas tecnologias, estaremos tratando de analisar mudanças na
3
curva de oferta, deslocamento para baixo (ou para a sua direita), uma vez
AULA
que mais tecnologia implica maior intensidade de produção e/ou menores
custos. Dizemos "menores custos", posto que muitas tecnologias são para
baratear os custos de produção. Quanto ao aumento no contingente popu-
lacional, a referência é a curva de demanda. Devemos observar que uma
população mais numerosa significa mais consumidores no mercado. Logo,
a análise gráfica é de um deslocamento para cima (ou para a sua direita) da
curva de demanda. Atente aqui para o fato de que tudo se passa como se
estivéssemos incorporando a variável População como elemento de impacto
à demanda, ou seja, a função de demanda seria representada por:
CEDERJ 79
Análise Microeconômica | Mudanças de preços no sistema de mercado
80 CEDERJ
MÓDULO 1
Situação 2:
3
Crescimento populacional significativo com baixo progresso
AULA
tecnológico.
Dado o entendimento da Situação 1, fácil fica entender que,
neste caso, o deslocamento da curva de demanda deve ser mais
impactante ao mercado. O gráfico da Figura 3.8 a seguir evidencia o
resultado que é o de uma quantidade maior e também de um maior
preço de equilíbrio.
Situação 3:
Mudança tecnológica e crescimento populacional com desloca-
mentos equiproporcionais nas curvas de oferta e demanda.
CEDERJ 81
Análise Microeconômica | Mudanças de preços no sistema de mercado
Atividade 1
1
82 CEDERJ
MÓDULO 1
3
Resposta Comentada
AULA
Sim, é possível que o mercado continue negociando o mesmo volume de
produção. Para tal, os deslocamentos das curvas devem ser tais que haja uma
alteração no preço de equilíbrio com o mesmo nível de vendas, conforme
ilustração gráfica a seguir:
Atividade 2
2
CEDERJ 83
Análise Microeconômica | Mudanças de preços no sistema de mercado
Resposta Comentada
Nesse caso, o aumento dos salários tem um duplo efeito. De um lado, indicará
aumento de renda da população. Por outro lado, representará um aumento
nos custos de produção. Assim, as forças são no sentido de deslocamento
para cima da curva de demanda (aumento de renda), e deslocamento da
curva de oferta para cima (aumento dos custos salariais). Para sermos precisos
na resposta, teríamos que advertir acerca de três respostas possíveis sobre a
variação na quantidade de equilíbrio.
Sobre o preço de equilíbrio, a resposta é única: ele subirá. Isto porque os
deslocamentos da oferta e procura são no sentido de aumento de preços. A
questão a ser investigada recai sobre o que acontece com o volume de vendas.
Aumento de renda é elemento para expandir as vendas, mas o aumento de
custos restringe a produção. Portanto, precisaríamos saber onde o aumento do
salário foi mais impactante. A seguir, ilustramos as três situações.
84 CEDERJ
MÓDULO 1
3
b) O aumento de salários como maior efeito para os custos de produção;
AULA
De A para B, a mudança do preço e das quantidades de equilíbrio.
c) Impactos semelhantes sobre as curvas de oferta e demanda no que tange
ao efeito nas vendas.
CEDERJ 85
Análise Microeconômica | Mudanças de preços no sistema de mercado
?
Formas de
intervenção econômica
O governo intervém na economia de
várias formas. Vejamos algumas delas:
O governo lança mão de impostos e subsídios para, a par-
tir dos efeitos que causam nos preços, incentivar ou reprimir a
demanda. Por exemplo, ao elevar os impostos incidentes sobre bebi-
d
das alcoólicas, tende a reduzir seu consumo, pois imposto mais elevado
tende a aumentar preços.
Ou
Outra forma de intervir é quando o governo compra produtos nos próprios
merc
mercados. Exemplo: Na década de 1930, em que houve grande depressão eco-
nôm
nômica, o governo de Getúlio Vargas comprou café dos produtores nacionais
para evitar o aprofundamento da crise instalada na época.
As agências reguladoras de mercado, como a Agência Nacional de Telecomu-
nicações (Anatel), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Agência Nacional de Águas
(ANA) e outras, são uma outra forma de intervenção governamental.
A Anatel regulamenta o período de reajuste de tarifas da telefonia;
a Aneel regula o setor de energia elétrica; a Anvisa cuida do
setor de saúde, como planos de saúde, remédios etc.; a
ANA é a Agência Nacional de Águas, cuidan-
do da regulação nesse setor.
Todas essas agências federais reguladoras possuem portais eletrônicos bem estruturados,
com muitas informações. Vale a pena visitá-los e conhecê-los:
Agência e endereço Lei e ano de criação Mercados
Antaq – Agência Nacional de Transpor-
te Aquaviário 10.233/01 Portuário
www.antaq.gov.br
ANTT – Agência Nacional para Trans-
porte Terrestre 10.233/01 Ferroviário e rodoviário
www.antt.gov.br
ANA – Agência Nacional de Águas
9.984/00 Meio ambiente
www.ana.gov.br/
ANS – Agência Nacional de Saúde
Suplementar 9.961/00 Saúde
www.ans.gov.br
Anvisa – Agência Nacional de Vigilân-
cia Sanitária 9.782/99 Saúde
www.anvisa.gov.br
ANP – Agência Nacional de Petróleo
9.478/97 Petróleo e gás natural
www.anp.gov.br
Anatel – Agência Nacional de Teleco-
municações 9.472/97 Telecomunicações
www.anatel.gov.br
Aneel – Agência Nacional de Energia
Elétrica 9.427/96 Energia
www.aneel.gov.br
86 CEDERJ
MÓDULO 1
Outro tipo de intervenção é a Defesa da Concorrência. É a inter-
3
venção do governo contra a prática de exploração abusiva de grandes
AULA
empresas contra o mercado. A prática de CARTEL, a prática de venda CARTEL
casada (a vinculação da venda de um produto com a venda de outro) e É a conduta ilícita
entre empresas de
a análise de casos em que uma grande empresa venha a comprar outra um mesmo ramo de
negócios de combi-
concorrente (fusões) são objetos de investigação por agências do gover- nar ações visando
no, a saber, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), à dominação de
mercados, preferen-
a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) e a Secretaria de cialmente através de
acordo sobre preços
Direito Econômico (SDE). ou divisão de mer-
cados. Desta forma,
o consumidor fica
O TABELAMENTO DE PREÇOS sem alternativa de
escolha de menor
preço. Na legislação
Até o passado recente, uma boa parte dos economistas defendia brasileira, a Lei
8.884/94, denomi-
a política de tabelamento de preços como instrumento de combate à nada Lei Antitruste,
inflação. O raciocínio era simples. O governo impunha um preço para prevê punições às
empresas carteli-
o produto, o qual seria o valor máximo legal a ser pago. zadas.
CEDERJ 87
Análise Microeconômica | Mudanças de preços no sistema de mercado
Agata Urbaniak
Como os fiscais do tabelamento irão identificar o suco com
mais água? Produtos industriais também podem ser objeto
de burla ao tabelamento. Um sapato de couro pode passar
a ter um pouco menos de couro ou o couro utilizado pode
ser substituído por outro de uma qualidade inferior.
O empresário almejando um preço maior, mas
não impedido por força do tabelamento, pode recorrer a
esses e outros artifícios pouco recomendados do ponto de
vista ético.
Por conseguinte, podemos listar produtos que seriam
difíceis para o controle de preços, como os produtos agríco-
Figura 3.10: O tabelamento gera difi- las, assim como boa parte de produtos industriais. Serviços
culdades na fiscalização dos tipos e
tamanhos de certos produtos, como
como condomínios, consultas médicas e bens importados
suco de laranja, por exemplo. são exemplos de produtos cujo tabelamento está fadado
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1222123
ao fracasso.
No momento, nosso interesse é o de compreender os efeitos do
tabelamento de preços à luz do modelo de mercado com preços de equi-
líbrio. Para tal, vamos nos remeter a um período recente da economia
brasileira, o Plano Cruzado. Esse foi um dos planos de maior repercussão
para os brasileiros. Tendo como objetivo eliminar a inflação, o Plano
Cruzado, instituído em 1986, utilizou a ousada política de tabelamento
de preços em todos os produtos. A proposta era a de que tabelando-se
todos os produtos, não haveria como seus preços subirem. Todavia, por
mais que tenha gerado grande apelo e aceitação popular, já nos primeiros
meses de sua implantação, a população enfrentou crescentes problemas
de desabastecimento de produtos, perda de qualidade nos bens etc.
O produto de maior destaque na mídia como fruto da insatisfa-
ção dos consumidores com o tabelamento foi a carne bovina. Vamos,
portanto, retratar o caso da carne bovina com a política de tabelamento
de preços realizada com o Plano Cruzado.
Os problemas evidenciados foram a falta da carne no mercado, a
demanda crescente pelo produto, a consequente importação de carne e
O Á G I O é o valor preços com Á G I O . Para fins de ilustração, é importante assinalar o sucesso
que se paga a mais
do que o preço que do Plano Cruzado nos seus primeiros meses de implantação. Antes do
está estipulado. plano, a inflação alcançava taxas mensais superiores a 10%, o que era
muito elevado. Com o tabelamento, em um só instante, a inflação baixou
para algo em torno de zero.
88 CEDERJ
MÓDULO 1
No primeiro mês, apontou-se leve deflação, isto é, taxa de
3
crescimento negativo de preços. Alguns preços diminuíram depois do
AULA
tabelamento. Assim, as pessoas ficaram satisfeitas com a economia do
país, pois poderiam planejar os seus gastos com maior exatidão com os
preços praticamente constantes. Isso levou a uma euforia no consumo.
As pessoas sentiram o poder de compra da moeda em um ambiente
de estabilidade de preços. Aumentou-se a frequência em restaurantes,
shoppings etc. Todavia, já nos três primeiros meses, começou-se a per-
ceber a falta de algumas mercadorias na prateleira dos supermercados.
De que adiantavam os preços estáveis, sem que se pudessem comprar os
produtos por não encontrá-los? As donas de casa começaram a reclamar
cada vez mais. Entre os produtos de grande queixa, a carne bovina.
Os pecuaristas diminuíram a entrega de carne
Fred Fokkelman
aos frigoríficos, argumentando que os preços
tabelados estavam muito abaixo do que seria
razoável para que houvesse lucratividade no
setor. Talvez o tabelamento tivesse sido mesmo
executado com o preço da carne muito baixo. As
empresas tinham seu período de reajustamento
de preços, conforme iam observando a evolu-
ção de seus custos e lucros. Na época, algumas
podiam reajustar seus preços quinzenalmente, Figura 3.11: Carne bovina foi um dos itens mais afe-
tados no tabelamento de preços do Plano Cruzado,
outras, semanalmente etc. Vale dizer, o tabela- em 1986.
mento de preços foi uma medida-surpresa. Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1251894
CEDERJ 89
Análise Microeconômica | Mudanças de preços no sistema de mercado
Preços $ 10 12 15 19 23 30
Quantidade 50 42 38 20 8 0
90 CEDERJ
MÓDULO 1
Ilustrando graficamente cada etapa, inserindo alguns valores
3
exemplificativos para os preços e demanda, temos:
AULA
a) Se houve um tabelamento de preços que prontamente resultou
em falta do produto, a presunção é de que o preço fixado tenha
sido abaixo do preço de mercado. O preço tabelado seria,
digamos, R$ 1,3, enquanto o preço ideal para não ocorrer pro-
blemas nesse mercado seria o preço de equilíbrio (R$ 1,8).
CEDERJ 91
Análise Microeconômica | Mudanças de preços no sistema de mercado
92 CEDERJ
MÓDULO 1
observa com a nova curva de demanda D’ no gráfico a seguir.
3
Ao preço tabelado, a demanda aumentou do ponto B para o
AULA
ponto F, conforme ilustra o gráfico da Figura 3.14.
CEDERJ 93
Análise Microeconômica | Mudanças de preços no sistema de mercado
Atividade 3
3
Resposta Comentada
94 CEDERJ
MÓDULO 1
3
O preço tabelado (ptab) está acima do preço de equilíbrio (pe). Nesse ponto,
AULA
portanto, deverá ocorrer um excedente de produtos no mercado, cujo volu-
me do excedente será dado pela distância entre os pontos B e A, ou seja, a
demanda será menor do que a oferta de produtos colocados no mercado. Tal
excedente é fator de propensão à queda de preços até o preço de equilíbrio, em
que se atingirá o ponto E. Isso, por iniciativa dos próprios ofertadores, posto que
não estejam vendendo tudo que levaram ao mercado. Em geral, o tabelamento
de preços é situação de norma governamental, cuja restrição é de que os preços
não possam subir acima do valor estabelecido, mas não se proíbe que possam
vigorar preços abaixo do tabelado. Assim, tal tabelamento é inócuo.
CEDERJ 95
Análise Microeconômica | Mudanças de preços no sistema de mercado
Onde:
• pm é o preço de mercado;
• t representa a quantidade de unidades monetárias, que é o
próprio imposto específico;
• pp é o preço que o produtor efetivamente recebe com a
venda.
Exemplo:
Se o preço de mercado (pm) é R$ 10 e há um imposto específico
de R$ 2, o valor recebido pelo produtor para a mercadoria por ele
vendida é R$ 8.
pm (1 – t ) = pp
pp
pm
(1 t )
96 CEDERJ
MÓDULO 1
Onde:
3
• pm é o preço de mercado;
AULA
• t representa a quantidade de unidades monetárias que compõe
o imposto ad valorem;
• pp é o valor que o produtor efetivamente recebe com a venda.
Exemplo:
Em um produto incide um imposto ad valorem de 10%. Se vendido
por R$ 100, a alíquota é 0,1, o valor recebido pelo produtor será R$ 90.
O governo arrecadará R$ 10 com cada mercadoria vendida. Se o preço
de mercado passar para R$ 150, o governo arrecadará R$ 15, ou seja,
ao contrário do imposto específico, a arrecadação com cada mercadoria
aumenta quando o imposto é ad valorem.
A nossa indagação consiste em saber o efeito sobre o preço e a
quantidade de equilíbrio quando o governo institui um imposto indi-
reto. Além disso, ao se cobrar um imposto na venda de um produto,
quem verdadeiramente paga pelo imposto, isto é, arca com o ônus dessa
tributação?
Vamos analisar essa questão, em que você poderá observar que
nem sempre o preço final do produto aumenta de todo o valor do imposto
cobrado. E pode ser até que o preço não se altere com a instituição de
um imposto sobre o produto.
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO
CEDERJ 97
Análise Microeconômica | Mudanças de preços no sistema de mercado
Pawel Kryj
Vamos fazer uma suposição sobre a
parcela do imposto paga pelo consumidor e
pelo produtor. Suponha que um produto seja
de extrema necessidade para o consumidor,
e que ele precise de certa quantidade desse
produto, sem que possa abrir mão dele (por
exemplo, a situação de alguém que necessite de
um remédio). A colocação de um imposto para
98 CEDERJ
MÓDULO 1
A quantidade de equilíbrio é determinada atribuindo-se o preço
3
de equilíbrio em qualquer uma das equações de demanda ou oferta:
AULA
Q = –100 + 30 (8)
ou
Q = 300 – 20 (8)
Q = –100 + 30 (p – 2)
Q = –160 + 30 p
Q = 300 – 20 (9,2)
Q = 116
CEDERJ 99
Análise Microeconômica | Mudanças de preços no sistema de mercado
Você deve observar que, ainda que o preço aumente, pode ocorrer
que o dispêndio total de todos os consumidores com o produto possa
cair. Afinal, o gasto que se tem com a compra dos produtos é o resultado
da multiplicação do preço pela quantidade comprada.
Por um lado, o imposto aumenta o preço, o que leva a uma dimi-
100 CEDERJ
MÓDULO 1
nuição das compras. Por outro, a queda nas compras pode ser tal que a
3
despesa com o preço seja menor. Em outras palavras, a queda na demanda
AULA
total é tão significativa que a despesa com o preço diminui.
• Antes do imposto:
Despesa dos consumidores = receita do produtor => R$ 8 x 140
= R$ 1.120
• Com o imposto:
Despesa dos consumidores => R$ 9,2 x 116 = R$ 1.067,2
Atividade 4
Em um mercado que não tem imposto, as curvas de oferta e demanda são: 4
Q = –10 + 2p
Q = 20 – p
CEDERJ101
Análise Microeconômica | Mudanças de preços no sistema de mercado
Resposta Comentada
Antes do imposto, o preço de equilíbrio é obtido igualando-se as curvas de oferta e
demanda:
Qs = Qd
–10 + 2p = 20 – p
P = 10
Para determinar o novo par de preço e a quantidade de equilíbrio, basta igualar a nova
curva de oferta com a demanda.
– 19 + 2p = 20 – p
P = 13
102 CEDERJ
MÓDULO 1
3
d) O consumidor paga R$ 3 a mais por causa da instituição do imposto. Logo, a
AULA
incidência é de 66,67% do imposto. O produtor, que recebia R$ 10, agora obtém
R$ 8,5 como seu preço, o que determina arcar com 33,33% do imposto.
CONCLUSÃO
CEDERJ103
Análise Microeconômica | Mudanças de preços no sistema de mercado
Atividade Final
1 2 3
a) Sabemos que o poder aquisitivo das pessoas aumenta no Natal devido ao pagamento do
décimo terceiro salário. Mostre no gráfico da oferta e demanda o efeito esperado dessa situação
sobre o preço e a quantidade de equilíbrio no mercado de brinquedos.
b) Na produção de um automóvel, o preço de uma importante matéria-prima encareceu o
custo de produção. Mostre o efeito dessa elevação de custo no mercado desse bem.
c) Admita que o produtor de leite in natura constate uma significativa elevação do preço do
queijo. Considere que ele também saiba produzir queijo. Confirmado que o preço do queijo
no mercado está bem mais elevado, qual será o efeito esperado no mercado de leite?
Resposta Comentada
a) Com o décimo teceiro salário salário, a renda das pessoas aumenta, o que impli-
ca o deslocamento da curva de demanda para a direita. Assim, há um aumento
do consumo. Para atender essa elevação do consumo, a oferta aumenta o preço,
o que de certa forma reduz parte do que seria a expansão do consumo, se não
houvesse esse aumento de preço. Os novos preços e quantidade de equilíbrio
serão determinados no ponto onde cruzam a nova curva de demanda
com a oferta.
104 CEDERJ
MÓDULO 1
3
AULA
b) A elevação do preço da matéria-prima encarece o custo. Isso implica um deslo-
camento da curva de oferta para a esquerda. Isto retrata que, para o preço que está
vigorando, o lucro com o que se vende diminuiu, causando uma contração na produ-
ção. Para produzir o que se vendia, o preço terá que ser mais elevado. Ao aumentar o
preço, a demanda irá reduzir as compras. O efeito final será um preço mais elevado
acompanhado de uma redução no volume de bens vendidos. O ponto de equilíbrio é
o da interseção entre a nova curva de oferta e a curva de demanda.
RESUMO
CEDERJ105
Análise Microeconômica | Mudanças de preços no sistema de mercado
106 CEDERJ
4
AULA
Elasticidades
Cleber Ferrer Barbosa
Meta da aula
Apresentar o conceito e as aplicações de vários
tipos de elasticidades.
objetivos
Pré-requisitos
Para se ter um bom aproveitamento desta aula, é
importante você relembrar a construção de grá-
fico de oferta e demanda (Aula 2), o cálculo de
valores percentuais e aplicação de derivadas, vis-
tos nas Aulas 10, 11 e 12 da disciplina Modelos
Determinísticos II do seu curso.
Análise Microeconômica | Elasticidades
ELASTICIDADE: O CONCEITO
108 CEDERJ
De modo contrário, se a demanda reagir muito com a variação de preços, isto
4
é, reduzir bastante sua quantidade comprada, então ela foi muito sensível.
AULA
O termo aqui empregado como sensibilidade quer mostrar que
o consumidor pode alterar muito ou pouco sua quantidade consumida
em situação de mudança de preços do bem. Formalmente falando, se
uma variável afeta outra, neste caso se o preço afeta a quantidade
demandada, há de se verificar que a dada variação proporcional do
preço pode afetar a quantidade demandada em uma de três proporções
possíveis: maior; menor; ou exatamente igual à variação proporcional
na primeira.
Como veremos, a possibilidade da variação proporcional da
demanda ser maior ou menor do que a variação proporcional do preço
acarreta efeitos diversos e importantes sobre o faturamento das empresas,
o gasto do consumidor e outras questões de mercado.
Do exposto, vamos estabelecer que a variação no preço de um
produto pode resultar mudanças significativas ou não na sua demanda.
Estas mudanças são retratadas pelo conceito de elasticidade preço da
demanda ou simplesmente elasticidade preço.
Temos que elasticidade é o calculo ou a verificação de quanto uma
variação proporcional de uma variável afeta a outra, medida também
em termos proporcionais.
Assim, elasticidade preço da demanda consiste em medir qual será
a variação proporcional da quantidade demandada, dada uma variação
proporcional no preço do bem.
Uma expressão matemática define a medida da elasticidade:
q% (1)
=
p %
Onde:
= elasticidade preço da demanda;
q% = variação proporcional da quantidade demandada;
p% = variação proporcional do preço.
Você deve observar que o sinal da elasticidade preço da demanda
é negativo.
Isto porque a elasticidade é dada por uma fração em que o
numerador e o denominador têm sinais opostos; portanto, será sempre
negativa. Como é sempre negativo, em muitos casos, podemos
CEDERJ 109
Análise Microeconômica | Elasticidades
110 CEDERJ
onde:
4
RT = Receita Total;
AULA
p = preço;
q = quantidade vendida.
Uma variação nos preços resulta em uma variação em sentido
inverso na quantidade vendida pela empresa; portanto, como as duas
variáveis que compõem a receita total detêm sentidos contrários, o
sentido da alteração da receita irá depender de qual das duas variáveis
terá maior variação.
Em outras palavras, posto que uma variação do preço implica
uma variação em sentido contrário na quantidade demandada (vendida),
a empresa terá uma receita maior ou menor, conforme a intensidade da
variação da demanda for maior ou menor do que a variação de preços.
Por exemplo, uma grande variação percentual na demanda pode
ocorrer devido a um aumento quase inexpressivo no preço de um bem.
Neste caso, espera-se a diminuição na receita (faturamento) com este
bem, conforme ilustra a expressão (3).
RT = p% q% (3)
RT < 0
Considerando o tamanho da seta como representativo da variação
proporcional, a pequena subida de preços que resulte em uma grande
queda na demanda deve resultar em uma queda na receita total.
Se ocorrer o contrário, ou seja, a variação percentual do preço for
maior do que a variação percentual da quantidade demandada, a receita
total deverá aumentar, como ilustra a expressão (4).
RT =p% q% (4)
RT > 0
Por último, se a variação percentual do preço implicar uma varia-
ção idêntica à variação percentual na quantidade demandada, não haverá
variação na receita total, como mostra a equação (5).
RT = p% q% (5)
RT = 0
Supondo uma elevação de x% no preço de um produto, a quan-
tidade demandada pode reduzir em:
a) mais do que x%. Neste caso, a elasticidade será maior do
que um, pois o seu numerador é maior do que seu denominador.
Por ser maior do que um, elasticidade é dita elástica. Isto implica dizer
CEDERJ 111
Análise Microeconômica | Elasticidades
112 CEDERJ
Percebemos que houve um aumento de 10% no preço, o que
4
provocou uma redução de 25% na quantidade comprada. A elasticidade
AULA
demanda será do tipo elástica, pois :
q %
| 25% / 10% | 2,5
p %
Tabela 4.1: Relação entre elasticidade, receita total e despesa dos consumidores,
em caso de aumento de preços
p% = x%
q% Despesa dos
Q% || Demanda RT = p q Exemplo
p% consumidores
Atividade 1
Dentro do que estudamos até o momento, podemos caracterizar o comporta- 1
CEDERJ 113
Análise Microeconômica | Elasticidades
d. O preço de um bem cai em 50%, mas seus consumidores não alteram o seu con-
sumo. Neste caso, o que se pode afirmar sobre a elasticidade preço de sua demanda?
Resposta Comentada
Item (a)
Se são sensíveis à variação de preços, significa dizer que qualquer alteração no
preço provoca uma alteração mais intensa em sua demanda, o que representa
o conceito de bem com demanda elástica;
Item (b)
Um aumento no preço do automóvel irá implicar uma grande queda na deman-
da. Por outro lado, se ocorrer uma queda de preços, a demanda irá aumentar
em uma proporção bem maior que a queda proporcional do preço. O bem tem
demanda elástica.
Item (c)
Isto se pensarmos que o vegetariano não tem muita opção de consumo para
substituir a carne. A soja passa a ser um produto do qual ele não abre mão da
quantidade necessária à sua alimentação diária. Por isto, supomos não haver
significativas alterações em seu consumo, mesmo havendo aumento ou queda
de preços. Neste caso, poderíamos ter duas situações de resposta: se houver
grande alteração no consumo é elástica e se não houver grande alteração no
consumo é inelástica.
Item (d)
O consumidor está sendo totalmente insensível a esta variação de preços.
A receita do vendedor deverá reduzir, o que representa o conceito
de bem com demanda inelástica.
114 CEDERJ
REFORMULANDO A EXPRESSÃO DA ELASTICIDADE DA
4
DEMANDA
AULA
Da equação (1) que representa a elasticidade, podemos operá-la
para chegar a uma forma importante:
q%
|| (1)
p%
Observe que:
q q f qi
q % (6)
q qi
p p f pi
p % (7)
p pi
CEDERJ 115
Análise Microeconômica | Elasticidades
A porcentagem
Por definição, a porcentagem de
uma quantidade x sobre outra quantidade
y é dada pela fração de z /100, equivalendo-se a
razão de x / y.
?
Ou seja: z /100 = x / y ( 8’)
De igual forma:
35% = 35 (1/100) = 0,35 ou
0,35 (100) = 35%
116 CEDERJ
Atividade 2
4
AULA
Um empresário observa que vende 250 unidades de seu produto diariamente, 2
quando o preço é R$ 28. Imagina que, ao reduzir o preço para R$ 24, a demanda
diária passará a ser 320 unidades.
a) Calcule a elasticidade preço para este trecho de variação de preços.
b) Vale a pena para o empresário reduzir o preço para R$ 24?
Resposta Comentada
Item (a)
A elasticidade pode ser calculada pela equação (1).
Efetuando o cálculo para quantidade:
(qf – qi )/ qi = (320 – 250) / 250 = (70) / 250 = 0.28
Em taxa porcentual: 0,28 (100) = 28%
Obtemos que a variação proporcional das quantidades é de 28%.
Efetuando o cálculo para preço:
(pf – pi )/ pi = (24 – 28) / 28 = (– 4) / 28 = – 0.14286
Em taxa porcentual: –0,1428 (100) = – 14,286%
Obtemos que a variação proporcional dos preços é de – 14,29%.
CEDERJ 117
Análise Microeconômica | Elasticidades
Item (b)
A receita total era de:
RT = (R$ 28) (250) = R$ 7.000
Olhando para o faturamento, pode-se dizer que aumentou. Isto pode ser vanta-
joso, desde que não haja um grande aumento nos custos associados à elevação
nas vendas. Em não havendo acréscimos de custos, certamente o empresário se
beneficiou com a redução de preços.
dq p
(9)
dp q
Exemplo:
Para q = 100 – 2 p
A elasticidade no ponto de preço igual a 5.
Calculando a derivada de q em relação a p na equação da demanda
q = 100 – 2 p, obtemos que a derivada é –2.
118 CEDERJ
e finalmente podemos calcular a elasticidade:
4
dq p
– 2 (5 / 90) = |– 0,11 | = 0,11
AULA
dp q
CEDERJ 119
Análise Microeconômica | Elasticidades
120 CEDERJ
Atividade 3
4
AULA
Em um determinado mercado, o preço de um bem era vendido a R$ 50. Por 1 2
sua vez, a demanda associada a este preço era de 10 unidades. Por alguma
razão, o preço baixou para R$ 48, o que gerou uma demanda de 11 unidades.
Pede-se:
a) determinar a elasticidade preço da demanda pelos métodos de cálculo das equações
(8) e (10), analisando se há diferença entre estes métodos;
b) identificar se a demanda nestes trechos da demanda é elástica, inelástica ou de
elasticidade unitária;
c) identificar se o faturamento de quem vende o produto aumentou ou reduziu com a
queda de preços;
d) fazer o gráfico da demanda, ilustrando os pontos apresentados.
Resposta Comentada
Item (a)
Os pontos são pi = 50; qi = 10; pf = 48; qf= 11.
p = 48 – 50 = –2
q= 11–10 = 1
p% = – 2 / 50 = – 0,04
q% = 1 / 10 = 0,1
então:
q% = |– 2,5| = 2,5
=
p %
CEDERJ 121
Análise Microeconômica | Elasticidades
Utilizando-se p e q iniciais:
= – 0,5 50 = – 2,5
10
Utilizando-se p e q finais:
48
= – 0,5 = – 2,18
11
Utilizando-se a equação (10)
98
= – 0,5 = – 2,33
21
Observam-se os resultados como aproximados, indicando uma elasticidade em
torno de dois; portanto, pouca diferença faz, nesse caso, entre utilizar qualquer
dos métodos de cálculo da elasticidade.
Item (b)
Como o resultado foi acima de 1 (em módulo, |є| >1), a demanda nos valores
apresentados é elástica.
Item (c)
Dado que a demanda é elástica, uma variação de preços no sentido de uma
redução implica um aumento mais do que proporcional na sua demanda, o que
faz a receita total aumentar.
No ponto inicial, a receita era:
RT = (R$ 50). (10) = R$ 500
Com a queda de preços, a receita passou para RT = (R$ 48). (11) = R$ 528
Item (d)
Lembrando que estudamos a construção do gráfico de oferta e demanda na Aula
2, o gráfico que ilustra a questão:
122 CEDERJ
CASOS ATÍPICOS
4
AULA
Há dois casos particulares merecedores de nossa atenção. São os
dois extremos da curva de demanda. Em primeiro lugar, há consumidores
que não alteram o seu consumo, qualquer que seja o preço de mercado.
Por outro lado, há também aqueles em que uma mínima mudança de
preços altera muito fortemente a demanda (com uma pequena subida de
preços, deixam de comprar; em uma pequena queda de preços, compram
tudo que estiver no mercado).
Para o primeiro caso, a demanda será dita como perfeitamente ine-
lástica, isto é, sua elasticidade é zero. Para qualquer alteração de preço, a
demanda continua inalterada. A representação da demanda perfeitamente
inelástica é de forma vertical, conforme o gráfico da Figura 4.2.
CEDERJ 123
Análise Microeconômica | Elasticidades
Pawel Kryj
Figura 4.3: O remédio é um produto de extrema necessidade para o consumidor.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1111305
Figura 4.4: Demanda perfeitamente elástica. Uma variação de preços ocasiona uma
variação infinita na quantidade demandada.
124 CEDERJ
A demanda é perfeitamente elástica, quando uma dada variação
4
de preços leva a uma variação infinitamente grande na quantidade
AULA
demandada. Assim, o numerador da fração que resulta a elasticidade
é uma variação tendendo ao infinito, o que faz a elasticidade também
tender ao infinito (є = – ∞).
Uma curva de demanda (Figura 4.4) indica o consumidor propenso
a consumir o produto apenas a um determinado preço. Um exemplo
para esboçar este caso é o do preço tabelado, entendido pela sociedade
como o único que pode ser cobrado. Se o comerciante aumentar o preço,
a sociedade tanto deixa de comprar que até o denuncia aos órgãos de
proteção ao consumidor.
?
Não podemos confundir faturamento com lucro. O pri-
meiro é apenas um elemento do segundo. Pode ocorrer que,
ao aumentar o faturamento de uma firma, o lucro aumente, mas
nem sempre isto acontece. Se, no aumento do faturamento, também
se verificar uma elevação no custo, o lucro pode até diminuir. Isto porque
lucro
lucr é o faturamento (receita total) deduzidos os custos. Se o faturamento
aumenta
aum porque se vendeu mais, o custo desta venda pode ter subido tam-
bém.
bém Deste modo, em situação de demanda elástica, a redução do preço irá
gerar um aumento na receita total, mas não garante que o lucro venha a
aumentar. No entanto, no caso de a demanda estar no ramo inelástico,
um aumento no preço irá repercutir tanto no aumento da receita
como no lucro. Isto porque o aumento da receita não resulta em
nenhum crescimento de custo, posto não haver aumento
de vendas, apenas o aumento no preço.
Lucro = Receita – Custos
CEDERJ 125
Análise Microeconômica | Elasticidades
126 CEDERJ
do sal: um hipotético aumento de 50% em seu preço não deverá
4
implicar uma grande queda de demanda, pois o preço do sal repre-
AULA
senta um peso ínfimo no salário de grande parte dos consumidores.
Tabela 4.2: Algumas estimativas para elasticidade preço da demanda para deter-
minados bens
Produtos Estimativas
Automóvel 1,35
Cerveja 1,13
Refeição em restaurante 2,27
Batata 0,31
Açúcar 0,31
Gasolina 0,1 a 0,3
ELASTICIDADE RENDA
CEDERJ 127
Análise Microeconômica | Elasticidades
128 CEDERJ
Tabela 4.3: Elasticidade renda e os bens normais, superiores e inferiores
4
Elasticidade renda Classificado como: Exemplo
AULA
Єr >1 Bem superior Viagens turísticas
0 < Єr 1 Bem normal Roupas
Єr 0 Bem inferior Leite tipo C
CEDERJ 129
Análise Microeconômica | Elasticidades
Renda (y)
Figura 4.5: Bem inferior. Até o ponto de consumo q*, o bem assume comportamento
de bem superior; a partir deste valor, o aumento da renda provoca uma queda de
consumo, o que o caracteriza como bem inferior. Assim, até a faixa de renda y*,
o bem apresenta características de bem superior (aumento na renda; aumento no
consumo). Acima deste nível de renda, o bem é essencialmente um bem inferior
(aumento na renda; diminuição no consumo).
130 CEDERJ
Atividade 4
4
AULA
Nos anos 1960 e até meados dos anos 1970 do século anterior, as pessoas tinham 3
o hábito de frequentar restaurantes à la carte, isto é, aqueles em que se serviam
os tradicionais e sofisticados jantares. Naquela época, o país chegou a passar pelo
chamado "milagre econômico", momento de grande prosperidade de crescimento
econômico e renda.
Com os anos 1980, veio a recessão. A economia entrou em estagnação econômica,
levando à queda do emprego e da renda. Neste período, as pizzarias proliferaram nos
bairros, pois as pessoas passaram da optar por uma pizza em vez dos jantares à luz de vela.
Relacione esta informação com os bens normais e inferiores e suas elasticidades renda.
Resposta Comentada
Podemos supor que, em se tratando de jantares, os restaurantes à la carte servem
bens normais; pizzas seriam os bens inferiores.
Admitindo os anos 1960 e início dos anos 1970 como marcados por crescimento
de renda, a população quis consumir os bens normais, jantares à la carte. Quan-
do ocorreu a queda de renda, o consumo de pizza aumentou, o que se aponta
como bem inferior. Por isto, o empreendedor nos anos 1980 preferiu construir
seu negócio à base de pizzarias do que em vez de restaurantes tradicionais. Em
sendo isto, pizza tem elasticidade renda negativa (caiu a renda, aumentou o
consumo), enquanto refeição à la carte, elasticidade renda positiva (renda e
consumo com relações proporcionais de mesmo sentido).
CEDERJ 131
Análise Microeconômica | Elasticidades
132 CEDERJ
Se a elasticidade cruzada for negativa, uma variação percentual do
4
preço de um bem y implica uma variação contrária no consumo do bem
AULA
x. Este é o caso dos bens complementares. Por exemplo, se o preço da
manteiga aumentar em 50%, espera-se que o consumo de pão diminua
em alguma proporção.
De outra forma, se a elasticidade cruzada tiver valor positivo, os
bens x e y, envolvidos na apuração da elasticidade, guardam inter-relação
de substituição.
Suponha que o preço do álcool etílico (combustível) aumente em
40%. Certamente, os proprietários de C A R R O S FLEX irão preferir abas- CARRO FLEX
tecer seus automóveis com gasolina; portanto, o sinal da elasticidade É aquele que
possui tanque
preço cruzada da demanda indica se os bens devem ser considerados bicombustível, ele
pode rodar com
substitutos ou complementares. gasolina ou álcool.
CEDERJ 133
Análise Microeconômica | Elasticidades
Figura 4.6: A curva de oferta no caso especial em que é uma reta vertical. Neste
caso, a elasticidade preço da oferta é igual a zero.
134 CEDERJ
Nesse caso, a elasticidade apresenta valor tendendo ao infi-
4
nito, pois uma variação no preço implica uma variação infinita na
AULA
quantidade ofertada.
Atividade 5
Relacione as assertivas com os conceitos pertinentes a elas: 4
Resposta Comentada
Na letra (a), trata-se de bem inferior, assim a elasticidade renda tem valor
negativo;
a letra (b) é o caso da oferta inelástica, ou seja, da forma gráfica da oferta como
vertical; na letra (c), a demanda é de elasticidade unitária;
a letra (d) é o caso da demanda elástica;
a letra (e) representa a situação de bens substitutos cuja elasticidade cruzada é
positiva; na letra (f), o bem apresenta, por definição, elasticidade renda positiva.
Assim, temos:
(c) elasticidade preço da demanda com valor igual a um
(b) elasticidade oferta com valor igual a zero
(a) elasticidade renda negativa
(f) elasticidade renda positiva
(d) demanda elástica
(e) elasticidade cruzada positiva
CEDERJ 135
Análise Microeconômica | Elasticidades
O cálculo da elasticida-
de, utilizando a derivada
Do cálculo diferencial, aprendemos a utilizar
a derivada para expressar variações muito peque-
nas de uma variável em relação à outra dentro de uma
?
escala contínua. A observação de uma variação infinitamen-
te pequena no preço, implicando uma variação na quantidade,
requer, portanto, a utilização da derivada,
conceito de variação marginal em uma função contínua.
Da equação (7):
q p
(7)
p q
Temo
Temos que a primeira fração do lado direito refere-se a uma função discreta. Em
se tratando de uma função contínua, a elasticidade passa a ser representada por
q p
p q
dq
onde é a derivada de p em relação a q.
dp
Por exemplo, se uma equação de demanda é dada por q = 150 – 4p; se
o preço de mercado for 5, a elasticidade preço da demanda neste
ponto será:
5
4. 0,15 ,
130
ou seja, naquele ponto a demanda
é inelástica.
CONCLUSÃO
136 CEDERJ
Se a demanda por seu produto for elástica, seus consumidores são
4
muito reativos a aumentos de preços. Em razão disto, uma elevação nos
AULA
preços implicará uma redução mais acentuada na demanda; portanto, o
efeito proporcional sobre a redução da demanda será mais elevado do
que o aumento proporcional de preços. A receita do empresário dimi-
nuirá, todavia, se o caminho for o inverso, isto é, ao reduzir o preço,
a variação proporcional de aumento de consumo será maior, o que
repercutirá em elevação no faturamento. Assim, com demanda elástica,
a redução de preços é o melhor negócio, se o objetivo for simplesmente
aumentar receita.
Por outro lado, se a demanda por seu produto for inelástica, seus
consumidores reagem pouco a aumentos de preços. Em razão disto, uma
elevação nos preços implicará apenas uma suave redução na demanda;
portanto, o efeito proporcional sobre a redução da demanda será menos
elevada do que o aumento proporcional de preços. A receita do empre-
sário aumentará, todavia, se o caminho for o inverso, isto é, ao reduzir o
preço, a variação proporcional de aumento de consumo será menor, o que
repercutirá em queda no faturamento. Assim, com demanda inelástica,
a elevação de preços é o melhor negócio, se o objetivo for simplesmente
aumentar receita.
O grau de elasticidade da demanda é afetado por fatores como o
número de substitutos, a essenciabilidade do bem e o peso do preço do
bem em relação à renda adquirida do consumidor. Um bem que tenha um
baixo preço, com poucos substitutos no mercado, e que seja bem essencial
ao consumo deve ter uma demanda inelástica. O sal é um bem com estas
características bem evidentes, portanto, um bem com demanda inelástica.
Além da elasticidade preço da demanda, conhecemos outras
elasticidades. A elasticidade renda contribui para classificar os bens
como superiores ou inferiores. A elasticidade preço cruzada da deman-
da identifica se determinados bens são complementares ou substitutos.
Por fim, a elasticidade oferta tem tratamento analítico similar à elasti-
cidade da demanda, só que trata da questão de quanto uma variação
percentual do preço do produto no mercado estimula o crescimento da
oferta em termos percentuais.
CEDERJ 137
Análise Microeconômica | Elasticidades
Atividade Final
Em um estado brasileiro, no ano de 2004, o preço e a quantidade (per capita) 1 4 5
anual demandada do bem A eram R$ 100 e 22 kg/hab., respectivamente.
Em 2008, estes valores passaram para R$ 135 e 33 kg/hab. A tabela a seguir, sintetiza estas
informações:
Como assessor econômico da empresa produtora desse bem, o diretor-presidente lhe consulta
para esclarecer as razões pelas quais, a despeito da elevação de preço, a demanda também
cresceu. Ele indaga os motivos para o crescimento das vendas, mencionando nenhuma alteração
no produto, tampouco mudanças na publicidade.
De imediato, você sabe pelos órgãos de pesquisa, que a renda dos consumidores típicos de A
cresceu 18% entre 2004 e 2008.
Para ter uma resposta mais técnica, você encomenda estudos à UFRRJ, procurando identificar
a elasticidade preço do bem A (Єp), a variação da renda dos consumidores típicos do produto,
a elasticidade renda destes consumidores (Єr), a elasticidade do bem complementar a A (Єc),
e a elasticidade do preço do bem substituto a A (Єs). As duas tabelas a seguir, apresentam os
dados aplicáveis à questão:
Estimativas das elasticidades preço, renda, cruzada dos bens substitutos e bens complementares
Elasticidades Valor
Preço de A (Єp) – 2,42
De posse desses dados, identifique os efeitos da variação da renda dos preços do bem subs-
tituto e complementar que justifiquem a elevação das vendas.
138 CEDERJ
4
AULA
Resposta Comentada
Sabemos que a demanda por um produto depende de vários fatores: preço do bem,
renda do consumidor, preço do bem substituto, preço de bens complementares e
outras variáveis.
A elasticidade fornece a extensão pela qual uma variável afeta a outra.
Assim, teremos o efeito do preço do próprio bem, afetando a sua demanda, cuja
dimensão será calculada pela elasticidade preço da demanda; o efeito renda, afetando
a demanda, calculado pela elasticidade renda; o efeito do preço do bem substituto
calculado pela elasticidade cruzada do preço do bem substituto; o efeito do preço do
bem complementar calculado pela elasticidade cruzada do bem substituto.
CEDERJ 139
Análise Microeconômica | Elasticidades
Q A %
0,82
PS %
Como o preço do bem substituto passou de R$ 92 para R$ 181, então:
Ps% = 96,74%
Q A %
0, 62
Pc %
Como o preço do bem complementar passou de R$ 42 para R$ 38, então:
Pc% = – 9,52%
140 CEDERJ
4
Então, a variação do consumo causada por esse fator seria:
AULA
Q = (0,059) (22) = 1,29 kg/hab.
RESUMO
CEDERJ 141
Análise Microeconômica | Elasticidades
142 CEDERJ
O comportamento do
AULA
consumidor no mercado
Cleber Ferrer Barbosa
Meta da aula
Apresentar como a Microeconomia fundamenta
o comportamento do consumidor em torno das
escolhas dos bens adquiridos no mercado.
objetivos
Pré-requisitos
Esta aula utiliza representações gráficas dentro
do primeiro quadrante do plano cartesiano (cons-
trução de gráficos estudados no Ensino Médio).
Também são abordados conceitos básicos de
funções e derivadas, além de se utilizar um pouco
de manipulações algébricas no tratamento de
equações. São, portanto, questões da Matemática
utilizadas nas Aulas 10, 11 e 12 da disciplina
Métodos Determinísticos II, estudadas por você.
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
David Lebrero
144 CEDERJ
PREFERÊNCIAS DO CONSUMIDOR
5
AULA
Os bens e serviços no mercado são assim chamados, porque têm
utilidades para as pessoas. Os indivíduos se interessam em adquirir bens
levando em conta a sua utilidade, ou seja, quanto mais útil maior será
a preferência pelo bem. Desta forma, podemos verificar que os bens
sinalizam utilidades e satisfação, o que justifica a procura por eles.
Por exemplo:
Suponha que existam à disposição dos consumidores vários
bens que denominamos por n bens de mercado. Cada tipo de bem será
denominado por um subscrito i, que terá uma variação de 1 a n bens
do mercado.
CEDERJ 145
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
Vamos utilizar o sinal > para designar o termo ‘é preferível a’, isto
é: quando escrevermos X > Y, estamos dizendo que a cesta X é preferí-
vel à cesta Y. Se isto ocorrer, é porque na cesta X há um nível maior de
utilidade do que na cesta Y.
De forma semelhante, podemos utilizar o sinal ~ para designar o
termo “é indiferente a”. Assim: quando escrevermos X ~ Y é o mesmo
que dizer que a cesta X tem a mesma preferência que a cesta Y, isto é ,
o consumidor está indiferente entre optar por X ou Y.
Assim, podemos supor que o consumidor é consistente ou racional
em suas escolhas se, dadas três cestas quaisquer – A, B, C – estiverem
presentes os pressupostos:
a) Da transitividade: Se A > B e B > C, então A > C. Isto é, se a
cesta A é preferível a B e B preferível a C, então ele preferirá A a C.
b) Da reflexividade: A ~ A, isto é, cestas idênticas são tão desejadas
quanto qualquer uma delas.
c) Das preferências completas: Para quaisquer duas cestas, A e B, ou
A > B ou A < B ou A ~ B, como já dito anteriormente.
Vamos supor que o consumidor sempre está motivado a optar pela
cesta que mais utilidade lhe proporcionar. Admitindo que, em geral, os
bens sempre trazem utilidades, quanto mais bens uma cesta tiver, maior
será o número de interessados por ela. Assim, pressupomos o consumidor
como insaciável na aquisição de bens.
A consequência é que “mais bens é sempre preferível a menos
bens”; isto é chamado de princípio da não saciedade. No entanto, sabe-
mos que nem sempre isso se verifica na vida real. Afinal, os bens, depois
de certa quantidade, podem enjoar o consumidor ou trazer problemas
de armazenamento, entre outros problemas. Não obstante, podemos
considerar como caso geral observável para grande parte da população
que quanto mais bens, maior será a utilidade para o indivíduo.
A seguir, vamos construir uma função para expressar a utilidade
dos bens.
146 CEDERJ
A FUNÇÃO UTILIDADE
5
AULA
Diremos a função U (xi) como a expressão que confere aos bens
xi um certo grau de utilidade. Esta função é chamada F U N Ç Ã O UTILIDADE FUNÇÃO UTILIDADE
T O TA Lrepresenta o
T O TA L . A utilidade é uma medida que tem por objetivo representar o nível de utilidade ou
satisfação gerada a
nível de satisfação em hipótese de aquisição de produtos.
partir da quantidade
As primeiras construções teóricas sobre a função utilidade trata- de bens disponibili-
zada ao consumidor.
vam de atribuir números às satisfações do consumidor com os diversos
bens do mercado. Cada cesta de bens era avaliada com base numa certa
medida de utilidades, denominada artificialmente como utis. Por exem-
plo, um bem proporcionava 5 utis ao consumidor, outro bem digamos
que proporcionava 12 utis. Assim, a função utilidade identificava as
cestas de consumo por quantidade de utis. As que tinham mais utis eram
as mais preferíveis.
CEDERJ 147
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
Tabela 5.1: Utilidade total e utilidade marginal da função utilidade U(x1) = 2x1
148 CEDERJ
Tabela 5.2: Utilidade marginal de x2 da função utilidade U (x1, x2) = 2x10,5x2
5
Quantidade de x1 Quantidade de x2 Utilidade total Utilidade marginal de x2
AULA
4 2 8 -
4 3 12 4
! No cálculo da
utilidade marginal,
apenas a quantidade do
bem que estamos querendo
examinar deve sofrer
alteração.
U
UMg1 = (1);
x1
CEDERJ 149
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
U 83 80
UMg1 = 3
x1 1
U
UMg 2 = (2)
x2
150 CEDERJ
Isto exemplifica a utilidade marginal como positiva, porém
5
decrescente. Estamos supondo que os indivíduos, em geral, tenham esta
AULA
característica como consumidores.
Atividade 1
Um consumidor tem satisfação em adquirir dois produtos no mercado: x1 e x2. 1
Uma aproximação desta situação é dada pela formulação de uma equação que
represente a forma pela qual estes bens fornecem uma escala de utilidades. Digamos,
a função utilidade: U (x1, x2) = 2x10,5x2
Resposta Comentada
Para obter os valores das utilidades marginais requeridas, basta substituir os valores
para cada variável na função utilidade.
CEDERJ 151
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
152 CEDERJ
CURVAS DE INDIFERENÇA
5
AULA
As pessoas têm as suas preferências pelos vários bens postos à
venda. Há também os casos em que uma determinada combinação de
bens (ou seja, a cesta de bens) possa ser igualmente preferível a uma ou
mesmo a diversas outras combinações de bens.
Por exemplo:
Um indivíduo afirma que teria a mesma satisfação em ser presen-
teado com doze ingressos de futebol e quatro diárias de um hotel (uma
cesta de bens), comparado a dez ingressos de futebol com cinco diárias.
Poderia ser indiferente, também, a uma terceira opção: cinco ingressos
de futebol associados a dez diárias.
Ilustramos, com a Tabela 5.3, hipotéticas possibilidades do tipo
"tanto faz", ou seja, situações em que o consumidor estaria indiferente
quanto às cestas de ingressos para futebol (x2) e diárias de hotel (x1), ou
seja, cestas Xi(x1, x2) ~ Xj(x1, x2), sendo Xi e Xj as diversas possibilidades
de cestas de bens.
CEDERJ 153
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
154 CEDERJ
tencente a uma curva de indiferença, então, aquela cesta (F) será também
5
preferível a todas as cestas da mesma curva de indiferença (A, B, C, D),
AULA
pois estas últimas são igualmente preferíveis entre si.
De maneira análoga, analisamos os pontos abaixo da curva de
indiferença, como exemplifica a cesta E. Comparando-a com a cesta C,
vemos que há a mesma quantidade de x2, porém menos unidades de x1;
logo, a cesta C é preferível à cesta E. Se esta cesta é menos preferível à
cesta C, que está numa curva de indiferença, então, nada mais consistente
do que admitir que E será preterida a qualquer das cestas pertencentes
à curva de indiferença que contém C.
Observe que a cesta F também pode pertencer a um conjunto de
cestas alternativas, todas indiferentes ao consumidor. Por este modo, a
cesta F continua sendo preferível à curva de indiferença I0, mas também
é ponto de outra curva de indiferença, digamos I1. Esta é composta por
todas as combinações de x1 e x2 que estejam na mesma ordem de prefe-
rência à cesta F. A Figura 5.3 mostra a curva de indiferença I1 estando
acima da curva de indiferença I0.
CEDERJ 155
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
156 CEDERJ
5
AULA
Figura 5.5: As curvas de indiferenças não se interceptam.
Fonte: Cleber Barbosa.
CEDERJ 157
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
158 CEDERJ
A taxa marginal de substituição (TMS) é uma taxa decrescente.
5
Suponha uma pessoa que adora beber refrigerante saboreando porções
AULA
de azeitonas. Por ser seu aniversário, um amigo a convida a um boteco.
Primeiro, oferece-lhe 10 latas de refrigerantes com uma porção de azei-
tonas. Uma razoável taxa marginal de substituição entre estes dois bens
seria que na primeira troca o aniversariante fique indiferente na opção
de 7 refrigerantes, se ganhar uma porção a mais de azeitonas. Afinal,
está com muito refrigerante e poucas azeitonas. Neste caso, a TMS é –3.
Nessa cesta, ele teria 7 refrigerantes e 2 porções de azeitonas. Se o
garçom lhe falasse que pelo mesmo preço poderia dar-lhe mais azeitonas,
mas com menos refrigerantes e lhe perguntasse quantos refrigerantes
trocaria para ganhar outra porção de azeitonas, certamente ele diria que
seria menos de 3, suponha dois refrigerantes. Assim, a TMS passou para
– 2, pois abrindo mão de duas latas de refrigerantes (alteração de 7 para
5 refrigerantes) para receber uma porção de azeitonas, o aniversariante
fica com o mesmo índice de satisfação (curva de indiferença).
Azeitonas (x1) Porções Refrigerantes (x2) Latas Cesta (x1, x2) TMS
1 10 (1, 10) –
2 07 (2, 7) –3
3 05 (3, 5) –2
CEDERJ 159
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
x2 (3);
TMS = –
x1
Atividade 2
Da tabela abaixo, contendo os bens x1 e x2, construa uma coluna adicional, atri- 2
buindo os valores da TMS na passagem de cada uma das cestas para a seguinte.
X1 X2 Cesta
2 18 A
3 12 B
4 10 C
5 09 D
Resposta Comentada
Aplicando a equação (3), que define a taxa marginal de substituição (TMS), basta
medir quanto se deixa de x2 para adquirir uma unidade de x1, para cada mudança
de cesta. Assim de A para B, abre-se mão de 6 unidades de x2; de B para C, 2;
e de C para D, 1 unidade de X2.
160 CEDERJ
5
A tabela a seguir apresenta a coluna da TMS, mostrando que é decrescente.
AULA
Cestas de bens (x1, x2) indiferentes a um indivíduo.
X1 X2 Cesta TMS
2 18 A –
3 12 B –6
4 10 C –2
5 09 D –1
?
vas de indiferenças são exercidas com base na fun-
ção utilidade para os consumidores. Vejamos um exemplo
para demonstrar esta relação.
Suponha um consumidor em escolha sob bens de alimentação A
e bens de vestuário V. Assim, podemos considerar A como a variável
q
quantidade de bens de alimentação, em quilos; V representa a variável
quantidade de roupas, em unidades.
A fu
função utilidade para este consumidor é supostamente dada pela função
especificada:
u (A, V) = AV.
CEDERJ 161
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
162 CEDERJ
quantidade de alimentos por uma certa quantidade de roupa, quando
5
tivermos em um nível razoável de alimentos e pouca quantidade de
AULA
roupa. Mas esta troca vai diminuindo, à medida que vamos ficando sem
alimentos (ponto extremo da curva de indiferença). Dizemos, portanto,
que há uma substituição, mas não perfeita, entre estes bens.
Dois produtos são
Há o caso especial de bens S U B S T I T U T O S PERFEITOS entre si. São SUBSTITUTOS PER-
F E I T O S quando o
aqueles que podem ser trocados até o limite de se ter apenas um deles, consumidor pode
sem que haja perda de satisfação (mesma curva de indiferença). São casos aceitar, sem perda de
satisfação, a substi-
excepcionais, mas possíveis. O consumidor pode ser indiferente entre ter tuição entre eles até
o ponto em que nada
canetas azuis ou canetas pretas, até o limite em que tenha apenas uma se consuma de um,
delas. Outros exemplos de bens: margarina e manteiga, ou guaraná da isto é, a curva de
indiferença toca os
marca A ou da marca B. Tudo vai depender da escala de preferências do eixos do gráfico.
CEDERJ 163
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
!
Uma pequena consideração
deve ser tomada para adequar o exem-
plo à figura gráfica. Suponha que as cores da
caneta possam ser adquiridas, também, em propor-
ções diferentes dentro de uma mesma caneta. Assim,
o indivíduo pode comprar uma única caneta com
diferentes proporções de carga azul ou preta, de
maneira a permitir quantidades fraciona-
das de cores azuis ou pretas.
As cestas u(5, 0); u(4, 2); u(3, 4); u(0, 10) são algumas das cestas
pertencentes à mesma curva de indiferença.
164 CEDERJ
dx2
5
agora, derivando x2 em relação a x1, , observando que u (x1, x2) é uma
dx1
AULA
constante (pois está em uma mesma curva de indiferença), temos:
dx2
2 ,
dx1
onde essa equação é lida como a utilidade gerada aos bens como asso-
ciada a um mínimo de quantidades dadas entre as disponibilidades ax1
e bx2. As letras a e b nesta função são representações genéricas para os
números positivos que darão a dimensão de proporcionalidade entre
os bens.
CEDERJ 165
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
166 CEDERJ
Atividade 3
5
AULA
Um exemplo clássico de bens complementares perfeitos é o que considera os 3
pares de sapato. Para o consumidor, só faz sentido adquirir os sapatos com o
lado direito (x1) e esquerdo (x2); portanto, os pares, pé direito e esquerdo, são os que
auferem utilidades. Neste caso:
a) apresente a expressão da função utilidade que represente os pares de sapatos (x1
e x2) como complementares perfeitos;
b) ilustre graficamente o mapa de curvas de indiferença.
Resposta Comentada
a) O número de pares de sapatos que gera utilidade ao consumidor é o mínimo
de sapatos direitos e esquerdos na escala 1 lado direito para 1 lado esquerdo,
ou seja, 1:1. Assim, a função utilidade terá a forma:
U (x1, x2) = min (x1, x2);
onde x1 e x2 são os lados direitos e esquerdos, respectivamente, dos sapatos.
CEDERJ 167
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
A RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA – RO
168 CEDERJ
5
AULA
v
ko
bya
Ko
la
ae
ich
M
Sendo uma reta, sabemos que são suficientes dois pontos de pares
ordenados (x1, x2) para determiná-la.
CEDERJ 169
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
170 CEDERJ
O conjunto de pontos pertencentes à reta representa as cestas de
5
consumo cujas despesas exaurem a renda. Cestas de consumo abaixo
AULA
da curva, como o ponto C, são despesas com valores menores do que a
renda, ou seja, nem toda renda é gasta; pontos acima da reta mostram
que a renda é insuficiente para adquirir os bens dispostos nelas.
Identificada a reta orçamentária, ou seja, a posição pela qual passa
a restrição orçamentária, indagamos sobre o que diz a inclinação desta
reta: ela mede a taxa pela qual o consumidor precisa deixar de comprar
um produto se quiser adquirir, por exemplo, uma unidade do outro,
utilizando todo o seu dinheiro disponível, M.
Como é uma reta, a inclinação é sempre a mesma, o que, por sua
vez, implica dizer que a taxa de troca de um produto por outro, dentro
do mesmo orçamento, é única para qualquer tipo de cesta de bens da reta.
O grau da inclinação da reta pode ser dado pela verificação do
seu ângulo. Para tal, utiliza-se o princípio matemático da derivada, como
instrumento para determinar quanto uma variável se altera mediante a
variação de outra.
Se a reta é dada por x2 = (m/p2) – [(p1/p2) x1], devemos derivar x2
em relação a x1.
Então:
dx2 p (6)
1
dx1 p2
CEDERJ 171
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
Podemos extrair a
inclinação da reta orçamen-
tária de outra forma. Da restrição
orçamentária, sabemos que mudanças ao
longo dela ocorrem numa variação (x) para
cada um dos bens, ou seja, na equação da reta
orçamentária, tem-se:
?
Observe que a equação (7) representa qualquer mudança de
cesta de bens ao longo da reta orçamentária, pois o lado esquerdo
está restrito ao valor da renda m. Por causa disto, x1 e x2 têm sinais
opostos. Em outras palavras, se houver um aumento de
compras para x1, deverá haver uma diminuição no consumo de x2, para
manter-se dentro do orçamento dado por m.
m = x1 p1 + x2 p2
–
m = p1(x1 + x1) + p2 (x2 + x2)
x2 p
1
x1 p2 (6’)
172 CEDERJ
O entendimento da expressão dada pela inclinação da reta ou restrição
5
orçamentária tem implicações importantes de natureza econômica. Pri-
AULA
meiro, observe que são P R E Ç O S R E L AT I V O S , isto é, um preço relacionado PREÇOS
R E L AT I V O S
a outro. Assim, destaca-se que a variação de apenas um preço afeta o
São as relações entre
consumo do outro, pois estão dentro de uma estrutura de renda exaurida dois ou mais preços.
no consumo deles. No caso de dois
bens, indica quantos
Podemos deduzir que uma queda de preços amplia a possibilidade bens são necessá-
rios para equivaler
por maior consumo do bem mais barato. Assim, se a queda de preços a outro. A relação
entre dois bens
for do bem x1, a reta orçamentária tende a tocar o respectivo eixo em
(p1/p2) pode ser lida
um ponto mais afastado da origem (Figura 5.10A). Se, ao contrário, for como o preço do
bem 1 em relação ao
uma elevação do preço, a reta orçamentária tende a tocar o respectivo preço do bem 2. Se
esta relação for 4,
eixo em um ponto mais próximo da origem (Figura 5.10B), ou seja, um por exemplo, indica
aumento na inclinação, o que também condiz com a inclinação dada que são necessários
gastos de quatro uni-
pela equação (6’). dades do bem 1 para
equivaler ao preço
do bem 2.
CEDERJ 173
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
Atividade 4
Pelo que observamos nas Figuras 5.10 e 5.11, a variação de apenas um preço 4
altera o ângulo da reta orçamentária, mas não a desloca. Responda por que não
há o deslocamento da reta.
Dica: há uma argumentação técnica (em termos do ponto de interseção da reta com
os eixos cartesianos) e uma argumentação de intuição econômica.
174 CEDERJ
5
Resposta Comentada
AULA
Os pontos extremos da reta orçamentária envolvem a renda dividida pelo
preço do bem, isto é, a reta toca o eixo do bem x1 no valor m/px1; e no eixo de
x2, por m/px2. Assim, se apenas o preço de x1 variar, o eixo de x1 irá se alterar,
porém nada acontecerá com o eixo de x2. Por sua vez, se apenas o preço de
x2 variar, o eixo de x2 irá se alterar, porém nada acontecerá com o eixo de x1.
Intuitivamente, uma variação de preço de x1 nada afeta o ponto da reta que
toca o eixo de x2. Este último significa a quantidade de x2 que seria adquirida, se
toda a renda fosse utilizada em seu consumo. Assim, o preço de x1 pode variar
o quanto puder, que a quantidade máxima de adquirir x2 não se altera. Afinal,
nesta posição nada se consome do bem x1. O mesmo raciocínio se faz no caso
do ponto de consumo único de x1 em hipótese de variação de preço de x2.
CEDERJ 175
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
Jonathan Werner
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/712748/ Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1058015/
176 CEDERJ
Atividade 5
5
AULA
5. Um trabalhador recebe o mesmo rendimento, salário nominal, durante três 5
meses. Cada mês, a inflação é de 10%. Ilustre o efeito da inflação sobre a reta
orçamentária deste assalariado.
Obs: Considere que a inflação aumenta os preços dos bens exatamente na mesma taxa.
Resposta Comentada
Se, em cada mês, a inflação reflete um aumento de 10% nos preços de cada
bem (x,y), a RO do consumidor desloca-se para dentro, de forma paralela, pois
ambos os preços têm igual aumento. Representando p1, p2 e p3 como os preços
nos três primeiros meses, temos o gráfico:
CEDERJ 177
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
O EQUILÍBRIO DO CONSUMIDOR
178 CEDERJ
5
AULA
Mapa de curvas de indiferença.
CEDERJ 179
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
180 CEDERJ
A inclinação da reta orçamentária, como vimos, é a relação de
5
p1
preços com o sinal negativo; a inclinação da reta tangente em um
AULA
p2
p1 x
2 (9)
p2 x1
Façamos uso do conceito de Diferenciação total (em termos
discretos) para chegarmos a uma importante implicação econômica na
observação do equilíbrio do consumidor. Pela diferenciação total aplicada
à função utilidade com dois bens, U(x,y):
U U
U x y (10)
x y
Para entender um pouco mais a equação (10), vamos colocá-la
em palavras: a utilidade (ou satisfação) do consumidor com os bens x e
y pode ser alterada (U), tanto pelo que ele perder ou ganhar de x ou de
y. De x, a parcela seria dada pela multiplicação de quanto o consumidor
sente mais ou menos satisfação cada vez que ele adquire ou perde do
bem x (U / x) multiplicada por quantos x ele venha a receber ou a
perder. A mesma coisa em relação a y, ou seja, a parcela seria dada pela
multiplicação de quanto o consumidor sente mais ou menos satisfação
cada vez que ele adquire ou perde do bem y ( U / y) multiplicada por
quantos y, ele venha a receber ou a perder.
Por exemplo:
Suponha uma pessoa que toda vez que ganhasse um picolé (x)
ficaria "dois pontos" mais satisfeita (U / x = 2) e para o caso de jujuba
(y) ficasse meio ponto mais satisfeita (U / y = 0,5). Assim, pela equação
(10), se, por acaso, ela ganhar cinco picolés e dois sacos de jujuba, a sua
satisfação seria alterada de:
CEDERJ 181
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
U = 5 ( 2) + 2 (0,5) = 11
U = 0
De 12, temos:
y UMg x
(13)
x UMg y
182 CEDERJ
A equação (13) nos diz que a taxa de troca entre os bens está
5
relacionada às suas respectivas utilidades marginais. Deduzimos que é
AULA
o reconhecimento de que trocamos os bens em correspondência ao que
nos darão de utilidade, dentro da relação entre perda e ganho com eles.
Em termos desta equação, se uma unidade a mais de x é muito boa para
o consumidor (utilidade marginal de x muito alta), maior será a quan-
tidade de y dada para se obter uma unidade de x. Por outro lado, se a
utilidade de y for muito alta, a quantidade de y dada à troca será menor.
Agora, podemos fazer uma análise, envolvendo o ponto de escolha
ótima do consumidor. Como vimos, no ponto de equilíbrio, a igualda-
de de inclinação entre a RO e a curva de indiferença informa-nos esta
igualdade pela equação (9):
p1 x
2
p2 x1
px UMg x
py UMg y
UMg x UMg y
(14)
px py
CEDERJ 183
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
184 CEDERJ
No segundo caso, o preço de x2 é menor do que x1. De raciocínio
5
análogo, a preferência será por comprar só do x2, o mais barato. Temos,
AULA
portanto, o equilíbrio com a compra de apenas x2 (Figura 5.14B).
Por fim, se os produtos substitutos tiverem exatamente o mesmo
preço, o consumidor poderá comprar qualquer cesta das mais variadas
quantidades destes bens, incluindo as posições extremas de só um ou só
de outro bem (Figura 5.14C).
CEDERJ 185
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
186 CEDERJ
CONCLUSÃO
5
AULA
Nesta aula, um tanto quanto comprida (reconhecemos), você
estudou como a Microeconomia fundamenta o comportamento do
consumidor em torno das escolhas dos bens adquiridos no mercado.
Através de suposições acerca de preferências bem definidas e organizadas,
conhecidos os preços dos bens e a renda disponível para as compras, o
equilíbrio é alcançado quando ocorre uma igualdade entre a relação de
preços e a relação de utilidades dos bens.
Tecnicamente falando, no ponto de equilíbrio verifica-se o ponto
de tangência da restrição orçamentária com a curva de indiferença. Neste
ponto, diz-se que o consumidor está maximizando a sua satisfação com
os bens, considerando os preços de mercado e sua renda monetária.
Atividade Final
Um consumidor tem um conjunto de utilidades com os bens x e y, cujas estimativas apon- 5
tam para a função utilidade U = f(x,y), especificada por 8 = xy. Os preços destes bens,
x e y, no mercado são R$ 10 e R$ 20, respectivamente. Sua renda mensal é R$ 110. Com base
nestes dados, determine:
a) a equação da reta orçamentária;
b) a inclinação da reta orçamentária;
c) a taxa marginal de substituição y por x (quanto se deve abandonar de y para obter uma
unidade adicional de x), no ponto em que se consomem quatro unidades de y;
d) a cesta de consumo de equilíbrio deste consumidor (a cesta ótima);
e) o valor da utilidade no ponto de consumo da cesta ótima;
f) o gráfico que ilustra o equilíbrio do consumidor.
CEDERJ 187
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
Resposta Comentada
a) A equação da reta orçamentária (RO) é construída adicionando os preços e a renda
divulgados na questão de acordo com a equação (4). Assim, temos a RO:
10 x + 20 y =110
188 CEDERJ
5
e) O valor da utilidade é facilmente obtido, ao substituir os valores de x e y no ponto
AULA
de equilíbrio do consumidor.
U = xy,
Como a cesta é u(4, 3,5), a utilidade é 14.
f) O gráfi
g co qque ilustra o equilíbrio
q do consumidor é:
RESUMO
CEDERJ 189
Análise Microeconômica | O comportamento do consumidor no mercado
190 CEDERJ
A resposta do consumidor
à variação de renda e
AULA
preços de mercado
Cleber Ferrer Barbosa
Meta da aula
Apresentar como os efeitos de variação na renda
e nos preços afetam o consumo.
objetivos
Pré-requisitos
Esta aula dá continuidade ao que aprendemos
na aula anterior. Assim, utilizam-se os conceitos
básicos lá estudados, bem como as suas represen-
tações gráficas acerca do equilíbrio do consumidor.
Análise Microeconômica | A resposta do consumidor à variação de renda e preços de mercado
David Lebrero
Sigurd Decroos
Figura 6.1: Os efeitos de variação dos preços e também na renda afetam o consumo.
Fontes: http://www.sxc.hu/photo/1109777/; http://www.sxc.hu/photo/1274003/; http://www.
sxc.hu/photo/1124847/
192 CEDERJ
A CURVA DE DEMANDA A PARTIR DO CONSUMO DE
6
EQUILÍBRIO
AULA
Considere o consumidor escolhendo a cesta que lhe gere a maior
satisfação possível, dada a sua restrição orçamentária. É o que dizemos
uma posição de equilíbrio (do consumidor). O que aconteceria se, por
um fato superveniente, ou seja, posterior, ocorrer um aumento do preço
de um bem? Qual seria o seu novo ponto de equilíbrio? Em verdade,
estas perguntas são pertinentes à aula anterior. Vimos que a reta da
restrição orçamentária gira conforme a direção da variação de preço
do produto em questão. Sabemos que o ponto de equilíbrio, a escolha
ótima, é obtido no ponto em que a curva de indiferença tangencia (toca
em apenas um ponto) a reta da restrição orçamentária (RO), conforme
ilustra o gráfico da Figura 6.2:
CEDERJ 193
Análise Microeconômica | A resposta do consumidor à variação de renda e preços de mercado
preço menor de x1, o consumidor pode comprar mais de x1, o que expan-
de a possibilidade de consumo por x1, dada pela restrição orçamentária
agora mais ampla para aquele produto.
Assim, a diminuição do preço de x1 provoca uma rotação da RO
para a direita, sentido possibilidade de ampliação de consumo em x1,
mais barato. Com uma nova RO, basta utilizar a mesma regra de deter-
minação do ponto de equilíbrio: o consumidor irá atingir o novo ponto
de equilíbrio, quando a sua nova RO encontrar a curva de indiferença
mais alta. Isto, como estudamos na Aula 5, será no ponto em que elas se
tangenciam, isto é, onde a curva de indiferença tangencia a reta de restri-
ção orçamentária. O gráfico da Figura 6.3 mostra esta situação, quando
apresenta a RO antiga e a RO’, gerada a partir da queda de preço em x1.
A RO’ no ponto em que tangencia a curva de indiferença mais afastada
da origem evidenciará o novo ponto de escolha ótica de consumo.
Figura 6.3: Novo ponto de equilíbrio, devido à queda de preços em x1. O consu-
midor atinge uma nova cesta de consumo, onde a nova RO’ tangencia a curva de
indiferença, I2.
194 CEDERJ
6
AULA
Figura 6.4: Novo ponto de equilíbrio, devido à queda de preços em x1. O consu-
midor atinge uma nova cesta de consumo, onde a nova RO’’ tangencia a curva de
indiferença, I3.
Figura 6.5: Curva de demanda (D), gerada a partir das mudanças de preços em x1
do gráfico de equilíbrio do consumidor.
CEDERJ 195
Análise Microeconômica | A resposta do consumidor à variação de renda e preços de mercado
Figura 6.6: Novo ponto de equilíbrio devido à elevação de preços em x1. O consu-
midor atinge uma nova cesta de consumo, onde a nova RO’ tangencia a curva de
indiferença a cada mudança no preço.
196 CEDERJ
Como no caso anterior da queda de preços, estamos verificando
6
que alterações no preço de x1 induzem variações nas quantidades com-
AULA
pradas desse bem, situação típica de uma curva de demanda. Reunindo
os diversos pares de preços e quantidades compradas de x1, temos a
curva de demanda para este bem, como mostra o gráfico da Figura 6.7:
Figura 6.7: Curva de demanda (D), gerada a partir das mudanças de preços em x1
do gráfico de equilíbrio do consumidor.
CEDERJ 197
Análise Microeconômica | A resposta do consumidor à variação de renda e preços de mercado
Atividade 1
Estudamos como, a partir do gráfico de equilíbrio do consumidor, obtemos a curva 1
de demanda por x1 e sua respectiva curva preço-consumo. Analogamente, pode-
mos obter a curva de demanda por x2 (bem disposto no eixo das ordenadas) e sua
respectiva curva preço-consumo, quando houver uma variação em seu preço. Construa
uma situação em que haja duas quedas de preço para x2, evidenciando:
a. Os novos pontos de equilíbrio do consumidor, ou seja, as cestas ótimas.
b. A curva de demanda por x2.
c. A respectiva curva preço-consumo para x2.
198 CEDERJ
6
Resposta Comentada
AULA
a. Suponha que, dado o preço p2 , o preço se reduza para p2’ e depois outra
redução para p2’’. Assim, como o caso é de redução de preço, a RO será
estendida no eixo de x2 (dada a mesma renda, há maior possibilidade de
consumo para este bem). O gráfico fica com a expressão:
Os novos pontos de equilíbrio, quando os preços são p2’ e p2’’, são, respectiva-
mente, os dados pelas cestas E’ e E’’.
b. A curva de demanda será dada pelos pares ordenados do consumo por x2 , obser-
vando-se as cestas E, E’ e E”, associadas aos preços p2 , p2’ e p2’’, respectivamente.
CEDERJ 199
Análise Microeconômica | A resposta do consumidor à variação de renda e preços de mercado
200 CEDERJ
6
A curva de Engel recebe este nome em home-
nagem ao seu criador, o brilhante estatístico
AULA
do século XIX nascido na Prússia (1821-1896),
Ernst Engel.
Estudando orçamentos familiares, ele analisou
a relação de despesas domésticas em razão do
crescimento do rendimento familiar. Observou
que em proporção à renda: os gastos relativos
com energia caem; os gastos com despesas
de habitação mantêm-se proporcionalmente
constantes; para outros produtos domésticos o
aumento de despesas dependeria do tamanho
do crescimento da renda.
Fonte: http://fr.wikipedia.org/
wiki/Ernst_Engel
Figura 6.9: Curva de renda-consumo (crc). É a curva traçada a partir dos pontos de
consumo de equilíbrio em um bem, dada a variação de renda.
CEDERJ 201
Análise Microeconômica | A resposta do consumidor à variação de renda e preços de mercado
Figura 6.10: Curva de Engel: função da demanda por um bem em função da varia-
ção da renda.
202 CEDERJ
6
AULA
Figura 6.11: Curva de Engel para o caso de bens substitutos perfeitos. Todo aumen-
to de renda é destinado ao consumo do bem mais barato (x1); a curva de Engel é
uma reta.
Efeito substituição
CEDERJ 203
Análise Microeconômica | A resposta do consumidor à variação de renda e preços de mercado
204 CEDERJ
Podemos observar que existe uma tendência a substituir os bens
6
relativamente mais caros pelos bens mais baratos. Este entendimento
AULA
(a tendência) é chamado EFEITO SUBSTITUIÇÃO. Este efeito representa EFEITO
SUBSTITUIÇÃO
uma das causas pelas quais uma alteração de preço implica em uma
É a alteração da
resposta do consumidor às compras. Esta resposta é identificada como taxa de troca de um
bem, cujo preço se
uma mudança nos preços relativos da cesta de consumo. Um aumento
alterou, pelos demais
no preço do produto torna todos os outros bens relativamente mais outros bens com pre-
ços constantes.
baratos; portanto, um estímulo a substituir o consumo do bem com
preço majorado pelos demais bens tornados relativamente mais baratos.
Por sua vez, uma queda de preço de um bem torna todos os outros bens
(cujos preços não se alteraram) relativamente mais caros; portanto, um
estímulo a reduzir, em alguma escala, a demanda pelos demais produtos,
agora relativamente mais caros, por mais consumo do bem mais barato.
Atividade 2
Sabemos que se o preço de um bem fica mais barato, o consumo por outro bem 3
substituto a ele diminui – é o princípio da substituibilidade dos bens diante dos
preços. Suponha um consumidor gastando sua renda apenas com dois bens: livros de
economia e pães doces. Certamente, estes bens não são substitutos. Justifique a ação
deste consumidor que, ao perceber que o preço do pão doce aumentou drasticamente,
ele passou a comprar mais livros de economia.
Resposta Comentada
Realmente, esses dois bens não são substitutos. Todavia, pelo menos, eles concor-
rem entre si, no que seja a disputa por onde o consumidor irá gastar seu dinheiro.
Um produto mais caro implica entender que tem de se gastar mais dinheiro com
ele; portanto, menos dinheiro para gastar com os outros. Inversamente, o que
se deixa de gastar com o produto mais caro, pode-se comprar mais de outro
produto cujo preço não se alterou. Aí reside a substituição implícita, quando
o preço de apenas um bem aumenta e outro mantém constante.
CEDERJ 205
Análise Microeconômica | A resposta do consumidor à variação de renda e preços de mercado
Efeito renda
206 CEDERJ
o EFEITO RENDA. Quando varia o preço de um produto, a demanda
6
EFEITO RENDA
modifica-se, em razão da alteração que é ocasionada no poder aquisitivo
AULA
É o efeito incidente
do consumidor, o denominado efeito renda. no poder aquisiti-
vo do consumidor
No efeito renda, sabemos que o sentido de variação dos preços (renda real) quando
o preço de um pro-
sobre a renda real é objetivo. Se aumentar o preço, a renda real diminui; se
duto altera-se. Se o
diminuir o preço, a renda real sobe. Mas e depois? Se a renda real diminuir, preço aumenta, a
renda real diminui;
a demanda pelo produto aumenta ou diminui? Se a renda real aumentar, a se o preço diminui, a
renda real aumenta.
procura pelo produto aumenta ou diminui? Já sabemos da resposta. Se Em ambos os casos,
o produto que aumentou o preço for o que definimos como bem normal a alteração na renda
real deverá gerar
ou superior, a queda da renda real representa uma tendência a diminuir o uma alteração na
demanda pelo
consumo. Mas se o produto for bem inferior, a tendência é de aumentar o produto.
consumo. De forma inversa, se o produto que sofreu uma queda de preço
for o que definimos como bem normal ou superior, o decorrente aumento
de renda real representará uma tendência a aumentar o consumo. Por outro
lado, se o produto for bem inferior, a tendência é de diminuir o consumo,
quando a renda real sobe. Podemos concluir: o sentido da variação da
renda real sobre a tendência do consumo vai depender do bem que está
tendo a variação de preços ser bem normal ou bem inferior.
!
Façamos neste
momento uma observação de
alerta: estamos estudando a variação
da renda real como um dos elementos que
são afetados pela variação de preços; portan-
to, a variação da renda real sobre a demanda é
apenas um componente sobre o que ocorrerá com a
quantidade demandada.
Adam Ciesielski
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/264140
CEDERJ 207
Análise Microeconômica | A resposta do consumidor à variação de renda e preços de mercado
EP = ES + ER (1)
onde:
208 CEDERJ
então, inequivocamente, quando o preço de um bem superior (ou nor-
6
mal) eleva-se, a quantidade demandada deste bem diminui. O mesmo
AULA
raciocínio é analogamente aplicado para a diminuição do preço, no caso,
irá provocar uma queda no consumo. Você pode lembrar que este efeito
está em conformidade com a "Lei da demanda".
CEDERJ 209
Análise Microeconômica | A resposta do consumidor à variação de renda e preços de mercado
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/183329/
David Lat
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/668656/
210 CEDERJ
Por algum motivo, o preço do arroz diminui. Tal redução acarreta
6
um significativo ganho no poder aquisitivo (em relação ao arroz) nessa
AULA
família. Afinal, com o que deixa de gastar com o arroz mais barato,
sobra-lhe dinheiro para comprar carne, por exemplo. Assim, a família
pode optar por comprar menos arroz e comprar um pouco de carne
em suas refeições de finais de semana, por exemplo. Portanto, o preço
diminui, o efeito renda (renda real subiu tanto) torna-se maior do que
o efeito substituição.
Os pouquíssimos casos em que o efeito renda é superior ao efeito
substituição são denominados de bens ultrainferiores. Quem primeiro
chamou atenção para eles foi o economista inglês, Robert Giffen (1837-
1910), daí estes bens passaram a levar o seu nome: Bem de Giffen.
O Bem de Giffen é, portanto, o caso de um bem ultrainferior, dito com
o efeito renda maior do que o efeito substituição.
Bem de Giffen é aquele cuja demanda está diretamente relacionada
com o preço. Um aumento no preço causa um aumento na demanda.
Uma queda no preço causa uma queda no consumo. É uma exceção
(muito rara) à Lei de demanda.
Bens que
conferem status não são
Bens de Giffen
?
Sofisticados casacos, cordões de ouro, relógios de
marcas são bens que conferem status. Não raro se verificam
pessoas que passam a comprar mais do bem, justamente porque
ele está mais caro.
Sendo bens que conferem status, o aumento de preço lhe trará mais
stat
status ainda, pois uma parcela menor de pessoas poderá adquiri-los. Aque-
le consumidor, atraído pelo status, poderá se interessar em comprar mais,
just
justamente porque o preço aumentou. Então, os bens que conferem status
seriam Bens de Giffen? Afinal, se o preço aumenta, o consumidor (a "mada-
me") compra mais ainda.
Muitos alunos quando iniciam seus estudos sobre essa temática supõem
que esses bens seriam também Bens de Giffen.
Na verdade, não são! O preço aumentou, a resposta foi um aumento
no consumo. Todavia, não foi o efeito renda que atuou, tampou-
co o efeito substituição. Simplesmente, se o produto passa a
conferir mais status para quem os possui, ele está lhe
gerando mais utilidade; logo, em termos abs-
tratos, está se transformando em
outro produto.
CEDERJ 211
Análise Microeconômica | A resposta do consumidor à variação de renda e preços de mercado
Para refletir...
Dizem que para uma pessoa que compra um relógio da marca Rolex (ou
Patek Philippe), que custa cerca de 80 mil reais, o último motivo que
a faz comprar este relógio é o de ver as horas. Normalmente, por
não ter como adentrar com o seu carro BMW ou
Mercedes-Benz no banco, supermercado ou em seu
escritório, ela põe este relógio para exi-
bir seu poder aquisitivo.
Tabela 6.1: Efeito preço sobre o consumo para os casos dos bens normais, inferiores
e de Giffen
P (situação) ES + ER = Q
Bem normal q q Q
EP=
Bem inferior q q Q
Bem de Giffen q q Q
212 CEDERJ
Atividade 3
6
AULA
Tobias pertence à classe média, adora filé de salmão, o qual consumiria mais ainda 4
se sua renda fosse maior. Tem o hábito de levar mortadela para casa para comer
com pão. A sua preferência mesmo seria por presunto, mas, diante da sua atual renda,
ele acaba consumindo mortadela. Já o Djalmão, desempregado, sobrevive fazendo
bicos (biscates). Gasta quase toda a sua baixa renda comprando café; consome café
em larga escala, como que para substituir outros alimentos que gostaria de consumir,
porém não o faz porque são mais caros. Considere que estes três produtos (salmão,
mortadela e café) tenham tido redução em seus preços, cada um, em um único e
diferente momento dos outros dois. Diante do exposto, construa uma tabela para
apontar o efeito preço, decomposto pelos efeitos renda e substituição para cada um
destes produtos, supondo que os três casos (bem normal, inferior e de Giffen) estejam
contemplados entre os bens aqui citados.
Resposta Comentada
Pelo que se disse, o salmão é um bem normal (ou superior), pois com um
aumento da renda, Tobias compraria mais; a mortadela é um bem inferior, já que
o consumidor compraria menos dela para comprar mais presunto, caso viesse
a receber uma renda maior. Para Djalmão, café seria Bem de Giffen, dadas as
características de consumo deste bem e as circunstâncias econômicas por que
passa o Djalmão.
Se o preço do salmão diminui, o seu consumo deve aumentar (os efeitos subs-
tituição e renda apontam no sentido de aumentar o consumo); para o caso da
mortadela, se o preço diminui, seu consumo também aumenta. No caso do café,
Djalmão terá uma oportunidade de comprar outro alimento, com o efeito de seu
poder aquisitivo ter aumentado com a queda no preço do café, o qual representa
significativo peso em seu orçamento.
A tabela a seguir ilustra os efeitos preços e sua decomposição entre efeito subs-
tituição e efeito renda.
P (situação) ES + ER = Q
Bem normal q q Q
EP=
Bem inferior q q Q
Bem de Giffen q q Q
CEDERJ 213
Análise Microeconômica | A resposta do consumidor à variação de renda e preços de mercado
Jonathan Werner
214 CEDERJ
Perguntado, o adolescente informa que prefere ir um pouco
6
menos ao cinema e gastar o dinheiro com outra coisa (talvez assistir a
AULA
um jogo de vôlei, passear na pracinha etc.). Este é justamente o efeito
substituição. O preço aumentou, hipoteticamente o consumidor recebe
uma renda compensatória de maneira a poder adquirir a mesma quan-
tidade de antes do aumento (a mesma renda real), mas o preço relativo
mudou, fazendo-o diminuir o consumo do bem com preço majorado.
A queda na frequência de ida ao cinema é a variação de consumo devido
ao efeito substituição.
Façamos uso do gráfico para ilustrar a situação. A situação inicial
é a do adolescente (consumidor) em equilíbrio no ponto E da Figura
6.12. Neste ponto, ele vai ao cinema 10 vezes por mês (um cinéfilo!).
O preço do ingresso aumenta. Se só isto ocorrer, ele tem sua restrição
orçamentária girada para atingir o novo equilíbrio em Ef com o consumo
de 5 ingressos mensais. Este é o efeito total da variação do preço sobre
a quantidade consumida.
CEDERJ 215
Análise Microeconômica | A resposta do consumidor à variação de renda e preços de mercado
sua renda para outros bens. Para medir este efeito no gráfico, basta mani-
pular nosso conhecimento sobre a inclinação da restrição orçamentária.
No equilíbrio inicial, estávamos com a restrição orçamentária ROi, cuja
inclinação era dada pela relação de preços (p1/p2). Quando encareceu
o preço do cinema, a nova relação de preços aumentou a inclinação da
RO, que passou a ser (p1’/ p2), a ROf.
216 CEDERJ
ISOLANDO O EEITO RENDA
6
AULA
Identificado o efeito substituição, fica muito fácil medir o efeito
renda. Se o efeito preço é a soma entre os efeitos substituição e renda,
tendo o efeito preço e o efeito substituição, o efeito renda é deduzido da
subtração do primeiro pelo segundo.
No gráfico da Figura 6.12, o efeito preço é 5, a variação do
consumo no equilíbrio inicial para o equilíbrio final (q = 10 – 5).
O efeito substituição, 2 (q = 10 – 8). O efeito renda será a diferença
entre o efeito total (5) e o efeito substituição (3), o que resulta uma
variação de 2 unidades.
CONCLUSÃO
Atividade Final
Um estudante de economia da UFRRJ recebe mesada do pai para se manter ao 2 4
longo da semana na Universidade. Suponha apenas dois produtos para consumo
(x, y), sendo px = 2 e py = 1. Nesta situação, o estudante alcança seu equilíbrio de consumo
(dada pela teoria do consumidor), adquirindo a cesta A (x = 4, y = 10). Em seguida, por
algum motivo, o preço de x reduz-se em 50%, o que faz o estudante adquirir nova cesta de
equilíbrio, B = (10, 8).
CEDERJ 217
Análise Microeconômica | A resposta do consumidor à variação de renda e preços de mercado
Pede-se:
a. Qual o efeito total do preço (efeito preço) da variação de preço do bem x?
b. Qual o efeito substituição?
c. Qual o efeito renda?
d. O bem x é superior ou inferior? Justifique.
e. Ilustre graficamente estes efeitos, não se esquecendo de discriminar as cestas.
Resposta Comentada
a. O efeito total do preço (Efeito Preço) é variação do consumo, devido à variação
do preço. O consumo era de 4; o preço reduziu-se, o consumo passou para
10. O efeito total é de 6.
218 CEDERJ
6
b. O efeito substituição é aquele em que tão somente se verifica o efeito da mudança
AULA
de preços relativos no consumo. É o ponto em que se consumiria se houvesse um
ajuste na renda monetária, para manter a renda real que existia antes da variação do
preço. No caso, a variação entre o consumo de 4 unidades para 8 unidades. Assim, a
variação de 4 unidades é o efeito substituição.
d. O bem x é claramente um bem normal (superior), pois o efeito renda aponta por
uma variação positiva, isto é, a renda real subiu (pois o preço caiu) e o efeito da renda
foi de apontar por um aumento no consumo.
e. A ilustração gráfica:
A cesta E (4, 10) é o equilíbrio inicial. Neste ponto, a RO tangencia a curva de indiferença
I1, evidenciando a máxima satisfação possível, dados a renda e os preços vigentes.
Quando o preço de x diminui, o estudante atinge sua nova posição de satisfação
máxima com a cesta (Ef ). Nesta cesta, a RO pertinente é a ROf , a qual tangencia a
mais alta curva de indiferença possível (I2 ).
Se o pai do estudante lhe retira renda o suficiente para que seu filho ainda possa
manter-se no mesmo nível de consumo, a representação gráfica exige uma contração
da RO com a mesma inclinação dada pelos novos preços, ou seja, a RO desloca-se
paralelamente até atingir a cesta original (E). Com esta nova restrição orçamentária,
o estudante pode atingir uma curva de indiferença ainda superior aquela de início, o
que lhe confere mais satisfação; portanto, ele vai atingir seu ponto de equilíbrio onde
a RO’ tangenciar a curva de indiferença Ii .
A explicação para isto é que com preço menor para x, ele compra mais de x, pois este
produto tornou o produto y relativamente mais barato, o que faz consumir menos dele
e mais do bem mais barato (x).
CEDERJ 219
Análise Microeconômica | A resposta do consumidor à variação de renda e preços de mercado
RESUMO
220 CEDERJ
Teoria da produção:
AULA
o curto prazo
Cleber Ferrer Barbosa
Meta da aula
Apresentar os conceitos básicos
relacionados à produção de bens e
serviços no período de curto prazo.
objetivos
Pré-requisito
Nesta aula, em alguns momentos, são utilizados
conceitos e técnicas de cálculo diferencial, as
chamadas Derivadas. Se houver necessidade, esse
tema encontra-se na disciplina Método Determi-
nístico II, estudado por você nas Aulas 9, 10 e 11.
Análise Microeconômica | Teoria da produção: o curto prazo
Abdulhamid Al Fadhly
Figura 7.1: Sala de reuniões.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1110515/
Para tal, a diretoria de ações estratégicas (ou tão somente seus administrado-
res) deve decidir o que produzir, como produzir e para quem produzir, isto
é, há um mínimo de planejamento acerca de quais produtos e quais técnicas
de produção devem ser adotadas.
Sarah Dawn Nichols
222 CEDERJ
Nesse propósito, há interesse em determinar o nível de produção ideal em
7
termos de quantidade e em nível de qualidade. São perguntas cujas respostas
AULA
dependem de considerações objetivas e subjetivas, ligadas à conjuntura dos
mercados, isto é, como estão os desejos de consumo das pessoas, os salários,
os juros, a política econômica do governo, entre tantas outras coisas. Algumas
destas, como a disponibilidade dos insumos que integram e geram a produ-
ção e o estado da tecnologia, são fundamentais. Nesta aula, estudaremos o
enfoque básico da Microeconomia em tais questões.
BEM D E C A P I TA L
RECURSOS
N AT U R A I S
CEDERJ 223
Análise Microeconômica | Teoria da produção: o curto prazo
Armin Hanisch
Figura 7.3: Bicicletas.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1180083/
Onde:
Q representa a quantidade produzida;
x1 representa o fator de produção (ou insumo 1);
x2 representa o fator de produção (ou insumo 2);
dispondo-se, possivelmente, de n distintos fatores de produção.
224 CEDERJ
Matematicamente, lê-se a equação (1) da seguinte forma: q é fun-
7
ção das variáveis xi, sendo xi variando de um a n. Interpretando como
AULA
uma função de produção, lê-se: a quantidade produzida é uma função
dos diversos insumos ou fatores de produção, xi.
Vamos exemplificar a equação (1), considerando o segmento de
mercado da construção civil. Para produzir residências (q), uma firma de
engenharia precisa de escavadeiras (x1), caminhões (x2), pedreiros (x3),
mestres de obra (x4), engenheiros (x5).
Remigiusz Szczerbak
Lotus Head
Lotus Head
CEDERJ 225
Análise Microeconômica | Teoria da produção: o curto prazo
Quantidade de Trabalho (L) Quantidade de capital (K) Produto total (q) q = K3L
0 1 0
1 1 1
1 2 8
2 1 2
3 1 3
1 3 27
226 CEDERJ
seus fatores de produção, também denominados insumos, no sentido
7
de produzir um resultado quantitativo de bens ou serviços que poderá
AULA
levar ao mercado para realização de negócios.
A função de produção (expressa na forma da equação) apresenta
algumas características básicas:
a. Trivialmente, não se admitem valores negativos para seus
insumos como para o seu resultado produtivo. Isto quer dizer, não há
produção ou insumos negativos, pelo que não se pode dizer: “–3 insumos
ou a produção é de –10”;
b. Não se produz sem que haja pelo menos alguma quantidade
do insumo mão de obra (trabalho), isto é, não há produção totalmente
mecanizada. Isto aduz (leva) a supor que mesmo uma produção total-
mente mecanizada ou robotizada há de ter alguém, pelo menos para
ligar/desligar as máquinas;
c. A produção em que se dependa de dois ou mais fatores, se a
quantidade empregada de um desses se mantiver fixa, a partir de certo
ponto em que se aumente um ou mais dos outros fatores, o crescimento
da produção irá diminuir. Essa característica, estudada adiante, é deno-
minada Lei dos Rendimentos Decrescentes.
Atividade 1
No século passado, uma montadora de automóveis produzia 5.000 unidades com 1
uma dada combinação de fatores de produção. No atual século, esta empresa,
para produzir a mesma quantidade, emprega menos fatores. Dentro do conceito de
função de produção, o que justifica tal situação?
Resposta Comentada
Possivelmente, o desenvolvimento tecnológico entre esses dois períodos pode
explicar o fato de a empresa produzir, utilizando menos fatores de produção. Com
o mesmo número de empregados e com o mesmo número de máquinas, uma
empresa que utilize nova tecnologia de produção, o resultado em quantidade
(ou qualidade) é maior.
CEDERJ 227
Análise Microeconômica | Teoria da produção: o curto prazo
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1124847/
228 CEDERJ
tório, a maior demanda pode ser atendida com horas extras, ou mesmo
7
com a contratação de trabalhadores temporários.
AULA
Imagine que o Conselho Administrativo da empresa tenha diag-
nosticado o aumento da demanda como algo que veio para ficar (um
crescimento permanente da demanda) e, nesta situação, tenha decidido
que deveria dobrar toda a escala produtiva. A meta, portanto, seria a de
produzir com uma fábrica de 2.000 m2, 600 máquinas e 200 trabalha-
dores. Desta decisão, devemos observar que a obtenção destes fatores
não é imediata.
Observe que a contratação de operários pode ser rápida.
Um anúncio no jornal pode resultar rapidamente na oferta de muitos tra-
balhadores. Um ou dois meses de treinamento, e a empresa, certamente,
já terá contado com o fator mão de obra que almejou. No entanto, para
ter a fábrica ampliada, suponha demandar pelo menos um ano, para as
obras. Para adquirir as máquinas (robôs sofisticados) que são importadas
do Japão (imagine assim), seriam necessários dois anos como tempo para
a encomenda, produção e entrega do capital importado.
Assim, observamos uma restrição de tempo na tomada de decisão
por ampliação da produção. Mesmo que queiramos, não podemos alterar
a quantidade de todos os fatores de produção ao mesmo tempo.
Agora podemos distinguir o conceito de curto e longo prazos
na Microeconomia. Se dois anos são necessários para alterar todos os
fatores de produção, diremos que, a partir deste período, a empresa
ingressa em seu período de longo prazo. Abaixo de dois anos, o curto
prazo. Assim, curto prazo é o período no qual pelo menos a quantidade
de um F AT O R D E P R O D U Ç Ã O (OU INSUMO) é FIXO, isto é, constante. F AT O R DE
PRODUÇÃO
É constante porque a empresa não consegue alterá-lo por alguma razão.
(INSUMO) FIXO
Por sua vez, o longo prazo é o período pelo qual a empresa pode variar
É aquele que perma-
todos os seus fatores de produção. nece com sua quan-
tidade inalterada
Você deve observar, portanto, que na Microeconomia os curto qualquer que seja o
nível de produção.
e longo prazos não são diferenciados por uma questão fixa e única de Fator de produção
tempo. Pode ser que a passagem do curto para o longo prazo seja dife- (insumo) variável
é o insumo que se
rente para um ou outro setor industrial. Tudo vai depender, neste caso, consegue variar para
alterar a produção.
do tempo em que a quantidade dos fatores pode ser alterada.
Se uma empresa tem alguma impossibilidade de alterar a sua capa-
cidade produtiva, esse período é o de curto prazo. A partir do tempo em
que ela possa alterar todos os seus fatores, ela atingirá o longo prazo.
CEDERJ 229
Análise Microeconômica | Teoria da produção: o curto prazo
Em síntese, conceituamos:
Curto prazo: período em que pelo menos um dos fatores de pro-
dução tem a sua quantidade fixa (constante);
Longo prazo: período a partir do qual a empresa pode alterar
todos os seus fatores de produção.
Podemos concluir que o curto prazo é um período de limitação da
capacidade da empresa de aumentar a produção ou implementar, como
quiser, seus negócios. Há uma restrição. No longo prazo, tal restrição
é eliminada.
Atividade 2
Em Microeconomia, o período de curto prazo para uma empresa petrolífera é 2
Resposta Comentada
Em virtude do grande e complexo maquinário utilizado em uma empresa de
exploração de petróleo, o tempo necessário para alterar suas instalações é pro-
vavelmente bem maior, em relação aos móveis e utensílios de uma papelaria.
Sendo assim, não há dúvidas de que a papelaria alcança o longo prazo em
menor tempo.
230 CEDERJ
7
Portanto, por determinação legal, para ampliar sua capacidade produtiva, a
empresa pública está obrigada à licitação. Tal processo é inequivocamente
AULA
consumidor de tempo. Como a empresa privada não tem tal restrição, é fácil
concluir que dentro de um mesmo ramo de produção e semelhança de insumos,
a empresa pública tem uma lentidão dada pela obrigatoriedade de licitar. Isto
leva a concluir que o curto prazo para ela é maior do que para a empresa privada.
Conforme disposição do parágrafo único, Art. 1º- da Lei de Licitações, além
da empresa pública, estão obrigadas à licitação as autarquias, as fundações
públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e municípios.
q = f (K, L) (4)
q = f (Ko, L) (5)
CEDERJ 231
Análise Microeconômica | Teoria da produção: o curto prazo
Chris Baker
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1238452, /
y
Pmel = (7)
L
232 CEDERJ
Por sua vez, as produtividades marginais dos fatores K e L são:
7
AULA
y
Pmg k = (8)
K
y
Pmg l = (9)
L
Os lados direitos das equações (8) e (9) são lidas como a variação
da produção (y), devido à variação de uma unidade do fator capital
(k), e a variação da produção, devido à variação de uma unidade do
fator trabalho (L).
Vale ressaltar que se temos uma função de produção com n fatores,
podemos ter n produtividades médias e n produtividades marginais, ou
seja, cada fator pode gerar um conjunto de produtividades médias e de
produtividades marginais, associados aos diversos níveis de produção.
Observe também que a unidade do fator de produção pode
ser medida em números discretos ou contínuos. Por exemplo, o fator
trabalho em contagem discreta poderá variar como 10 trabalhadores,
11 trabalhadores, 15 trabalhadores. Por outro lado, sua quantificação
traduz-se por horas de trabalho. Nesse caso, como 10 horas de trabalho,
10h30min, 11h15min, 11h20min etc.
No caso da contagem dos fatores de produção em número con-
tínuo, o conceito de produtividade marginal é aplicado em termos da
variação da quantidade produzida dada pela menor variação possível
(infinitesimal) na quantidade do fator de produção. A notação de varia-
ção passa, portanto, a ser aplicada pelo conceito de derivada. Assim, as
equações (8) e (9) são levemente alteradas para as equações (10) e (11),
respectivamente, que são as notações de derivadas para as respectivas
produtividades marginais:
dy (10)
Pmg k =
dk
dy
Pmg l = (11)
dL
CEDERJ 233
Análise Microeconômica | Teoria da produção: o curto prazo
dy
Pmg L = 6
dL
234 CEDERJ
7
A produtividade
AULA
Definimos produtividade como a relação que mede o volume de produção por
insumo utilizado, como representado pelas equações (6) e (7). Em geral, nos
livros-textos de Microeconomia, a produtividade é medida principalmente em
função da mão de obra, utilizando o total de funcionários.
No entanto, a produtividade pode ser observada com outros enfoques. Pelo
critério utilizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a mão de
obra computada seria o total de trabalhadores de uma empresa, descontados
os trabalhadores administrativos e pessoal de apoio, como os terceirizados.
Na agropecuária, existem diversas possibilidades para aferir a produtividade.
Por exemplo, no setor de pecuária de leite, poderíamos medir:
1) produtividade do rebanho: relação entre o total em litros de leite por
número de vacas;
2) produtividade da terra: relação entre o total em litros de leite por número
de hectares-pasto;
3) produtividade dos pecuaristas: relação entre o total em litros de leite e o
número de dias-homem;
4) produtividade do capital: relação entre o total em litros por quilos de con-
centrados.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1147438/
CEDERJ 235
Análise Microeconômica | Teoria da produção: o curto prazo
236 CEDERJ
Resumindo:
7
Lei dos Rendimentos Decrescentes
AULA
À medida que um insumo aumenta, mantendo-se constantes os
demais insumos, a taxa de aumento da produção, a partir de determi-
nado ponto, diminui. Portanto, há de se considerar que, dada uma faixa
de proporcionalidade adequada para o uso dos fatores de produção, a
aplicação de insumos fora desta faixa pode acarretar indesejados rendi-
mentos na linha de produção de uma fábrica.
Um exemplo numérico ajuda a consolidar o entendimento sobre
a LRD.
Dando continuidade à escala de produção da Tabela 7.2, criamos
dados hipotéticos do que seria a função de produção, empregando-se de
três a nove trabalhadores.
CEDERJ 237
Análise Microeconômica | Teoria da produção: o curto prazo
Relembrando...
?
Vamos relembrar algumas pro-
priedades do conceito de derivada,
estudada por você em Métodos Determi-
nísticos (não vale traumas, hein!).
Se uma função atinge seu valor máximo, a deri-
vvada naquele ponto é igual a zero. Afinal, a tan-
ge
gente no ponto de máximo é horizontal ao eixo das
ab
abscissas. Se for horizontal, a inclinação é zero; como
a de
derivada é a inclinação da tangente no ponto, então
a derivada é zero; portanto, em um ponto de máximo, a
derivada naquele ponto é zero.
Nosso interesse é o de analisar a função produtividade
média em seu valor máximo. Como ela é uma função (para
cada quantidade do insumo, há um valor para a produtivi-
dade), vamos derivá-la e igualar o resultado (ou a expres-
são de sua derivada) a zero. Antes de derivarmos, obser-
ve que podemos reescrever a produtividade média de
um insumo, digamos L, como se segue:
y
Pme1 = Pmel = y L–1,
L
isto é, apenas “subimos” o denominador da
fração, tornando a PmeL mais simples
para, em seguida, derivarmos.
238 CEDERJ
A produtividade média é uma função da quantidade de trabalho,
7
L. Assim, a sua derivada é em função de L, ou seja:
AULA
d ( Pme) d ( yL1 )
dL dL
e
v’ = d(L–1)/dL= – L–2
d ( Pme) dy –1
(L )+ y(-L–2 ) (12)
dL dL
d ( Pme)
estando no ponto de máximo, a derivada é igual a zero, o que,
(dL)
CEDERJ 239
Análise Microeconômica | Teoria da produção: o curto prazo
PmgL – PmeL = 0
240 CEDERJ
3. Por último, observe que a produtividade média é sempre um
7
valor positivo.
AULA
O entendimento desta propriedade é bem mais simples. A pro-
dutividade média consiste no quociente entre a produção e um insumo.
Essas variáveis são positivas; logo, o quociente de variáveis positivas
resulta sempre em resultados positivos.
De posse desse entendimento, podemos esboçar os gráficos da fun-
ção de produção (produto total) e das produtividades médias e marginais.
Gráfico (A)
Gráfico (B)
Figura 7.5: Gráfico (A) Função de produção e gráfico (B) produtividades média e
marginal.
CEDERJ 241
Análise Microeconômica | Teoria da produção: o curto prazo
Atividade 3
Em uma empresa com apenas duas máquinas (K = 2), a produtividade média do 3
242 CEDERJ
7
AULA
Resposta Comentada
a. Sabemos que quando a produtividade média é máxima seu valor é igual ao
da produtividade marginal; portanto, ao igualarmos a equação da produtividade
marginal com o valor da produtividade média máxima, poderemos extrair a
quantidade de trabalho associada ao valor máximo. Observe o número fixo de
máquinas (k = 2), determinado no enunciado da questão, o qual substituiremos
no decorrer da resolução.
Façamos:
PmgL = PmeLmax
PmgL= 7,5
-b ± b 2 - 4ac
x=
2a
4 16 9
O que gera: L
0,6
Como a raiz de resultado negativo não faz sentido, pois não existe medição
negativa de trabalhadores, temos L = 15.
CEDERJ 243
Análise Microeconômica | Teoria da produção: o curto prazo
Então:
0,3L2 – 2LK = 0
0,3L2 – 4L = 0
L = 13,3
Então, com 13,3 de mão de obra, a produção é máxima. Mas, você pode estar
se questionando, se existem 13,3 trabalhadores. Considere o trabalho em sendo
medido por número de horas trabalhadas. Assim, a leitura é com 13,3 horas
de trabalho atinge-se a produção máxima.
244 CEDERJ
emprego público dá-se por intermédio de concurso público de provas e
7
títulos, conforme a Constituição da República de 1988, artigo 37, inciso
AULA
II, exceto os casos de nomeações em cargo de comissão.
Em referência ao item c, os simpáticos à iniciativa privada con-
tavam a seguinte piada:
Qual a solução para um prédio empresarial que tem um elevador
e dois ascensoristas?
Resposta: Se a empresa for privada, demite-se um ascensorista;
se pública, manda construir um segundo elevador!
Atividade 4
Uma empresa dispõe de uma determinada quantidade de trabalhadores, sem 4
qualquer intenção de alterá-la. O gestor faz uma consulta ao engenheiro de pro-
dução. Quer saber os resultados, em termos de produção, ao uso de equipamentos
(k) na escala de 10 a 15 máquinas. A resposta está na tabela que se segue:
K 10 11 12 13 14 15
Q (mil unidades) 10 15 18 19 19 18
Diante disso:
a. Calcule as escalas de produtos marginais e médias da máquina.
b. Se esta produção apresenta rendimentos decrescentes de escala, a partir de que nível
de k ela vigora?
c. Apresente uma possível razão para a produtividade marginal ter valor negativo.
Resposta Comentada
a. Utilizando-se das definições de produto médio ( Pmek = Q/K) e produto mar-
Q
ginal ( Pmgk ) do capital, construímos a tabela seguinte com tais valores:
K
CEDERJ 245
Análise Microeconômica | Teoria da produção: o curto prazo
K Q* PmeK* PMgK*
10 10 1 –
11 15 1,36 5
12 18 1,50 3
13 19 1,46 1
14 19 1,35 0
15 18 1,20 –1
*Em mil unidades.
PROGRESSO TECNOLÓGICO
246 CEDERJ
Tabela 7.4: Produção e produtividade média do trabalho
7
y
AULA
Capital Trabalho Produto total Produtividade média
( L)
3 3 60 20
3 4 95 23,75
3 5 110 22
3 6 115 19,16
3 7 118 16,85
3 8 118 14,75
3 9 114 12,66
Produtividade média
y
Capital Trabalho Produto total
( L)
3 3 70 23,33
3 4 105 26,25
3 5 120 24
3 6 124 20,66
3 7 128 18,28
3 8 130 16,25
3 9 129 14,33
CEDERJ 247
Análise Microeconômica | Teoria da produção: o curto prazo
Q = A f (x1, x2).
Onde:
x1 e x2 são as variáveis, representando os dois insumos,
e A é o parâmetro que representa a tecnologia.
248 CEDERJ
7
A Sharp, empresa japonesa produtora de diversos eletrônicos (copiadoras,
calculadoras, TVs, Blue-Ray, fornos de micro-ondas e aparelhos de áudios) divul-
AULA
gou, em janeiro de 1992, que precisava de 81 minutos para a produção de uma
TV; em março de 1996, este indicador de produtividade caiu para 19 minutos.
Podemos imaginar quantos minutos, hoje em dia, são necessários para tal?
Além de TV de tubo, atualmente estão presentes em sua linha de montagem
TV de LCD, LED entre outros. Sem sombra de dúvida, é uma constatação dos
efeitos do progresso técnico, incidindo sobre a qualidade dos produtos e o
tempo de produzi-los.
Vale ressaltar a origem do nome Sharp. Seu fundador, Tokuji Hayakawa, por
volta dos anos de 1910, inventou a lapiseira “Ever-Sharp” (tradução: “sempre
afiado” ou “apontado”). Era a alusão de que o lápis não necessitava de apon-
tador. Diante do sucesso de tal invenção, o produto acabou por dar o nome
da companhia.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você estudou o período de curto prazo para uma empresa
pelo ponto de vista da Microeconomia. No curto prazo, há uma restrição
na capacidade de alterar pelo menos um insumo de produção. Quando a
empresa pode alterar todos os seus insumos, há o longo prazo. Como insu-
mo variável, geralmente se admite o fator trabalho. Afinal, é mais rápido
contratar trabalhadores do que adquirir novas máquinas.
Se há uma restrição por pelo menos um insumo, há alguma limita-
ção para a produção; portanto, no curto prazo, utilizando-se mais e mais
dos insumos que podem ser alterados, pode-se alcançar os rendimentos
decrescentes de produção até o ponto em que a produção seja a máxima.
A produtividade média e a produtividade marginal são dois indi-
cadores da importância do insumo sobre o que se produz. Não se produz
com produtividade marginal negativa, pois é uma demonstração de que
se gasta com um insumo adicional, ao passo que este faz cair a produção.
Em uma função de produção dada em uma escala de números contínuos,
na produção máxima, a produtividade marginal é zero.
CEDERJ 249
Análise Microeconômica | Teoria da produção: o curto prazo
Atividade Final
Em 1980, a partir de uma coleta de dados da época, uma tese de dou- 1 3 4 5
torado estimou que a função de produção de um setor agrícola pudesse
ser razoavelmente identificada pela equação: y = 50 K0,5L0,5. As variáveis y, K, L representam,
respectivamente, a quantidade produzida, as unidades de capital e mão de obra.
Em 2010, o mesmo autor da tese, agora professor titular, reestimou a equação com a mesma
metodologia utilizada anteriormente. Com os novos dados, a equação tomou a forma de
y = 70 K0,6L0,4. Diante destas informações, pede-se:
a. A quantidade produzida ao empregar dezesseis unidades de L e nove de K, em ambos os
períodos.
b. A expressão da produtividade média e da produtividade marginal da mão de obra referente
à função de produção estimada em 1980.
c. A expressão da produtividade média e a da produtividade marginal da mão de obra da
função de produção estimada em 2010.
d. Alguma suposição a respeito da mudança de valores dos parâmetros entre as duas equações.
Resposta Comentada
a. Para responder ao item, basta substituir os valores fornecidos à equação.
Em 1980, temos: y = 50 (16)0,5(9)0,5 = 50 (4) (3) = 600.
Em 2010: y = 70 (16)0,6(9)0,4 = 70 (5,278) (2,408) = 889,74
Observe que, com a mesma quantidade de fatores, em 2010, produz-se bem mais.
50L0,5 k 0,5 K
PmeL 50L0,5 k 0,5 50 0,5 .
L ( L)
Para obter a produtividade marginal do trabalho, a equação (7), o que nos exige derivar
a equação da produção em relação à variável mão de obra, isto é:
K
PmgL 50(0,5)L0,5 K 0,5 25
( L)0,5
250 CEDERJ
7
RESUMO
AULA
A função de produção indica a quantidade máxima que se pode alcançar,
à medida que se utilizam as diversas combinações de insumos pertinentes
à produção. A função de produção considera o uso da melhor tecnologia
disponível à produção, isto é, supõe a eficiência técnica. Por esta hipótese,
o emprego de insumos (mão de obra, capital, recursos naturais) permite a
máxima produção possível.
A produtividade média de um insumo (ou fator de produção) expressa a
produção média desse insumo. Se a produção média do insumo for 10,
entende-se que cada insumo utilizado na produção produz 10 unidades do
produto em média. Por sua vez, a produtividade marginal é a variação da
produção ocasionada pela variação de uma unidade do fator de produção,
em determinado momento.
A produção pode ser de curto prazo, o que implica que pelo menos um fator
de produção a empresa não consegue alterar em sua linha de produção. O
longo prazo consiste no período de tempo em que se conseguem alterar
todos os fatores de produção.
O progresso tecnológico implica em aumentar a potencialidade da função
de produção.
CEDERJ 251
8
AULA
A produção no longo prazo
Cleber Ferrer Barbosa
Meta da aula
Apresentar os conceitos básicos relacionados à
produção de bens e serviços no período de
longo prazo.
objetivos
Pré-requisitos
Para se ter um bom aproveitamento desta aula, é
importante você relembrar o conceito de função
de produção nos períodos de curto e de longo
prazos, estudado na Aula 7, e o conceito de curva
de indiferença, estudado na Aula 5.
Análise Microeconômica | A produção no longo prazo
INTRODUÇÃO Uma fábrica de sofás apresenta uma produção mensal de 3.000 unidades.
O volume de vendas mensais é de cerca de 2.900 unidades. Seu parque
produtivo é estruturado com uma fábrica de 1.000 m2, 300 máquinas e 100
trabalhadores.
Por algum motivo ainda desconhecido, em dois meses consecutivos, a empresa
percebe um crescimento de demanda, sinalizando as vendas totais para 3.500
unidades. O que fazer para atender a essa nova demanda?
Sarah Barth
Michael Lorenzo
David Jones
Figura 8.1: E agora, o que fazer para atender a essa nova demanda de sofás?
http://www.sxc.hu/photo/1268866/; http://www.sxc.hu/photo/1021153/; http://www.sxc.hu/
photo/748286/
Fonte: http://www.sxc.hu/
photo/1124847/
254 CEDERJ
Na Aula 7, você estudou o conceito de curto prazo da microe-
8
conomia. Segundo ele, pelo menos um fator de produção ou INSUMOS
AULA
INSUMO
permanece fixo, isto é, sem condições de modificar sua quantidade, São os recursos uti-
lizáveis à produção.
mesmo que se queira produzir mais. São exemplos as
matérias-primas, os
Nesta aula, vamos abandonar essa hipótese e considerar a flexibi-
bens intermediários,
lidade de variar todos os insumos necessários à produção, em qualquer as máquinas, horas
de trabalho etc.
medida. Daí, estamos nos referindo ao conceito de longo prazo. Como Podem ser chamados
também por fatores
você aprendeu na aula anterior, o longo prazo é o período pelo qual de produção.
todos os fatores podem ser modificados.
A produção de longo prazo envolve a liberdade para o E M P R E S Á R I O EMPRESÁRIO
INDIVIDUAL
INDIVIDUAL ou a S O C I E D A D E EMPRESÁRIA escolher o tamanho da fábrica
E SOCIEDADE
mais adequado ao seu prognóstico de quanto deve produzir e alocar de EMPRESÁRIA
insumos para atingir suas metas operacionais. É, portanto, um período Pela normatização
do Direito Empre-
favorável a grandes planejamentos! sarial (artigos 966
e 981 do Código
Civil), empresário é
ISOQUANTAS E A PRODUÇÃO DE LONGO PRAZO a pessoa natural que
exerce profissional-
mente atividade eco-
Normalmente, uma empresa produz com n fatores de produção. nômica organizada,
para a produção ou
Sem que haja problemas conceituais, podemos simplificar nosso estudo,
a circulação de bens
considerando apenas dois fatores de produção ou insumos: trabalho (L) ou serviços. Socie-
dade empresária é
e capital (K). a pessoa jurídica
composta por duas
Suponha que, para produzir os níveis de 60, 90 e 100 unidades de ou mais pessoas que
um produto, a empresa tenha alternativas de utilização de seus fatores, se organizam para
estabelecer uma
conforme os dados da tabela a seguir: empresa.
Y = 60 Y = 90 Y = 10
1000
L K L K L K
2 6 2 8 2 12
3 4 3 6 3 10
4 3 4 5 4 6
CEDERJ 255
Análise Microeconômica | A produção no longo prazo
256 CEDERJ
8
Adam Ciesielski
AULA
? Obs
Observe que as isoquantas são análogas às curvas de
indiferença estudadas na Teoria do Consumidor,
in
Aula 5. Enquanto uma curva de indiferença apresen-
ta o mesmo nível de satisfação para diversas quan-
tidades de produtos ao consumidor, a curva de
isoquanta evidencia um determinado nível
de produção por diversos meios alterna-
tivos de uso dos insumos.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/264140/
Atividade 1
Estudamos a função de produção nos períodos de curto e de longo prazos. Pedimos: 1
a) a distinção conceitual de uma da outra;
b) através de um mapa de isoquantas, como o gráfico da Figura 8.2, mostrar a função
de produção com seis unidades do insumo o fixo capital para três níveis de produção;
c) relacionar a função de produção de longo prazo com a forma gráfica da isoquanta.
CEDERJ 257
Análise Microeconômica | A produção no longo prazo
Resposta Comentada
a) Uma função de produção é uma relação técnica entre a quantidade de
insumos utilizada e a respectiva quantidade de produtos obtida na produção.
No curto prazo, a função de produção retrata o período em que a empresa
não consegue alterar pelo menos um dos seus insumos. A longo prazo é pos-
sível alterar todos os insumos úteis à produção. Portanto, a diferença é a da
possibilidade ou não de alterar todos os insumos de uma linha de produção.
b) Utilizando o gráfico da Figura 8.2, considerando o capital como fixo em 6
unidades, a produção será alterada, a partir da adoção de unidades de trabalho.
Então, nos pontos A, B e C da figura a seguir, observamos a função de curto
prazo. Com duas unidades, três e quatro unidades de trabalho, a produção será
respectivamente 60, 90 e 100 unidades. Portanto, ao traçar uma linha que se
inicia no ponto de seis unidades de capital e atinge as isoquantas do mapa de
ç
produção, p ç de p
podemos identificar a função ç de curto p
produção prazo.
258 CEDERJ
Proporções fixas
8
AULA
Em algumas linhas de produção, pode ocorrer que no processo
produtivo a proporção de uso dos insumos seja extremamente rígida.
Por exemplo:
CEDERJ 259
Análise Microeconômica | A produção no longo prazo
Y = min (7, 7)
Dispondo de mais unidades de K, digamos, 10 unidades (ponto E),
Y = min (14 L ,10)
2
Y = min (7,10)
a produção está restrita a 7, se há apenas 14 de L.
260 CEDERJ
8
Adam Ciesielski
AULA
? Voc pode estar se lembrando da Teoria do Consumi-
Você
dor, quando abordamos o caso dos bens complemen-
tares perfeitos. Estes produziam curvas de indife-
ta
rença de idênticas formas (Aula 5). Pois é, são
tratamentos analíticos bastante
semelhantes.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/264140/
CEDERJ 261
Análise Microeconômica | A produção no longo prazo
Adam Ciesielski
? Observe que a Figura 8.4 é análoga à curva de
indiferença de bens perfeitamente substitutos
(Aula 5).
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/264140/
Função Cobb-Douglas
262 CEDERJ
Onde:
8
Y é a quantidade produzida;
AULA
A representa o parâmetro da tecnologia, isto é, o padrão da relação
entre os insumos e a produção, que intensifica as produtividades;
a representa quanto o insumo x1 impacta a produção;
b representa quanto o insumo x2 impacta a produção;
A, a e b são constantes positivas.
A curva I1, por estar localizada acima da curva I0, retrata um nível
de produção superior.
Podemos ressaltar, também, a analogia entre a isoquanta no caso
da Cobb-Douglas (extensiva às demais isoquantas) e a curva de indife-
rença, estudada na Aula 5.
As características entre elas são essencialmente as mesmas: quanto
mais afastadas da origem, maior nível de produto as isoquantas expressam;
duas isoquantas não se tocam, pois se assim fizessem, apresentariam uma
CEDERJ 263
Análise Microeconômica | A produção no longo prazo
264 CEDERJ
Função de produção de curto prazo
8
AULA
A passagem do ponto D para o ponto C pode ser exemplo de uma
função de produção de curto prazo. Um insumo está fixo (no caso a
mão de obra) em três unidades, o outro varia de um para três unidades,
propiciando uma mudança de produção de 60 para 85 unidades. Em
geral, qualquer mudança de um ponto de uma isoquanta para outro
ponto em outra isoquanta onde um insumo apresenta-se como invariável
pode servir de exemplo para uma função de produção no curto prazo.
Por exemplo, o caso do ponto A para B e de B para C também
pode retratar o curto prazo, pois a unidade K está fixa em três unidades,
enquanto o insumo mão de obra está variando de um para dois, e, pos-
teriormente, de dois para três, simultaneamente à alteração na produção
de 60 para 70 e 85 unidades.
CEDERJ 265
Análise Microeconômica | A produção no longo prazo
Onde:
K é a variação no insumo K;
L é a menor variação no insumo L.
266 CEDERJ
de quantidade dos dois insumos evidenciados ao longo de I2. No ponto A
8
(1, 5), são cinco unidades de capital e uma de mão de obra. Estando nesse
AULA
ponto, se, por alguma razão, a empresa desejar saber quanto deixaria de
utilizar de capital ao contratar uma unidade de trabalho, mantendo-se
no mesmo nível de produção, a resposta envolveria os pontos A (1,5) e
B (2,3). Pelos dados da figura, pode-se reduzir duas unidades de capital
(K) ao adquirir uma unidade de trabalho (L) dentro do mesmo nível
de produção.
Esta é a TMST entre os pontos A e B. TMSTL,K = (5-3)/(2-1) = 2/1 = 2.
Se estando no ponto B vislumbra-se a ideia de adquirir mais uma
unidade de mão de obra, observaria uma possibilidade de reduzir uma
unidade de capital, o ponto C (3,2), com a TMSTL,K = 1/1 = 1.
Se a questão for da passagem de C para D (4, 1,33), a TMST é
de 2/3.
Você deve estar observando que a TMST esta diminuindo a cada
passagem de um ponto alto para outro mais baixo, isto é, que a TMST
tem taxas decrescentes. Isso se dá porque a isoquanta apresenta a forma
convexa (caso geral). Se os insumos podem ser substituídos, mas essa
substituição é limitada ou não perfeita, a taxa de substituição vai ficando
cada vez mais difícil quando insistimos na troca de um insumo por outro.
CEDERJ 267
Análise Microeconômica | A produção no longo prazo
?
escolhe o nível de emprego de seus insumos. Por exemplo, uma
empresa pode se estabelecer no mercado apresentando uma produ-
ção predominante mecanizada ou não. A TMST ajuda a identificar as
escalas de alta ou baixa mecanização. Uma empresa tipicamente mecani-
zada, isto é, aquela em que a produção é realizada em alta proporção de
insumos (alta relação Capital/Trabalho), a combinação de
insumos apresenta a TMST em níveis elevados. Uma elevação no custo de
manutenção das máquinas pode produzir um grande impacto no custo
dessa empresa, comparado a uma empresa em que a utilização é mais
intensiva em mão de obra. A escolha entre produzir com mais ou
menos dos fatores em um dado ponto da isoquanta vai ser influen-
ciada pelo preço (preço de compra e manutenção) desses fatores.
Se o preço de um fator for relativamente mais alto, a tendên-
cia é de utilizar menos dele, o que conduz a empresa a
caminhar ao longo da isoquanta com uma maior
taxa de substituição técnica desse insumo.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1323680/
Atividade 2
3
268 CEDERJ
8
AULA
Resposta Comentada
a) A TMST de A para B: ao passar de 5 para 6 funcionários, pode-se reduzir
4 unidades de K. TMST= 4/1; portanto, a TMST é de 4.
A TMST de B para C: ao passar de 6 para 7 funcionários, pode-se reduzir 2
unidades de K; portanto, a TMST é de 2.
A TMST de C para D: ao passar de 6 para 7 funcionários, pode-se reduzir 1
unidade de K; portanto, a TMST é de 1. O gráfico a seguir ilustra esses pontos.
CEDERJ 269
Análise Microeconômica | A produção no longo prazo
RENDIMENTOS DE ESCALA
Chris Baker
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1238452/
270 CEDERJ
Você deve atentar para a consideração de que a proporção de
8
variação de insumos é a mesma para cada um dos insumos pertinentes à
AULA
produção, isto é, não há variação relativa na combinação dos insumos.
Com o auxílio da linguagem matemática, podemos formalizar o
conceito de rendimentos de escala.
Considere o fator de multiplicação dos insumos. Logo, > 1.
Assim, a quantidade obtida pela função de produção, q = f (x1, x2), ao
ser multiplicada em todos os seus fatores, assume a notação: f (x1, x2).
Dessa forma, um aumento de em cada um dos insumos resulta em:
CEDERJ 271
Análise Microeconômica | A produção no longo prazo
Atividade 3
Suponha uma função de produção especificada por q = x10,8x22. Calcule o grau 4
Resposta Comentada
Façamos t o fator de aumento de 10% em cada um dos dois insumos.
Pela aplicação da equação (4), temos:
q = x10,8x22
tq = (tx1)0,8(tx2)2
= t 0,8x10,8 t2x22
= t0,8+2 x10,8x22
= t2,8 x10,8x22
= t2,8 q.
Portanto, como n da equação é 2,8, que é o grau de rendimento de escala.
Logo, a função de produção exibe rendimentos crescentes de escala. Ao aumen-
tar a produção em 10%, o valor de t é de 1,1. Assim, a produção passará para
1,12,8 q = 3,08 q. Portanto, um aumento de apenas 10% para essa técnica de
produção resulta praticamente em triplicar a produção. Vale comentar que é um
rendimento de escala demasiadamente alto, raramente observável no
mundo real dos negócios.
272 CEDERJ
UM RESUMO SOBRE RENDIMENTO DE ESCALAS
8
AULA
Vimos na Atividade 3 o caso de um rendimento crescente de
escala. Em geral, espera-se que os rendimentos sejam constantes
de escala. Normalmente, ao dobrarmos cada insumo utilizado, a
produção responderá com a mesma variação porcentual. Tudo se
passa como se fosse uma repetição precisa do modo como se produz.
Nesse caso, o expoente n da equação (4) é 1. Assim, se triplicarmos
os insumos, teremos a expressão:
31 f (x1, x2) = f (3x1,3x2)
Essa é a equação (4), quando a função de produção assume forma
de rendimento constante e triplica-se a utilização dos insumos.
Se o caso for de dobrar os insumos, a expressão matemática
passa para:
21 f (x1, x2) = f (2x1,2x2)
CEDERJ 273
Análise Microeconômica | A produção no longo prazo
274 CEDERJ
MULTIPLICANDO OS RECURSOS
8
AULA
O exemplo da seção anterior ocorre com alguma frequência
quando se quer abrir uma filial.
Supondo igualdade de condições como ponto comercial, o dono
de uma loja pode resolver abrir uma filial em outro bairro de idênticas
situações de mercado. Deste modo, adquire todos os fatores que utiliza
na filial. Como não pode gerenciar as duas lojas ao mesmo tempo, con-
cede a função de gerente ao seu irmão, este dotado de mesmo grau de
experiência e conhecimento teórico.
A filial pode gerar resultados médios de vendas: iguais, menores
ou maiores comparados à matriz. Em outras palavras, a quantidade de
fatores foi dobrada, mas as vendas conjuntas (matriz e filial) podem
mais do que dobrar (rendimento crescente de escala) como menos do
que dobrar (rendimento decrescente de escala).
Imagine que o gerente da filial não tenha a mesma motivação ou
empenho que o irmão. Isso, certamente afetará os negócios daquela loja.
Entendido como um fator de produção, a capacidade empresarial não
pode ser estendida tão facilmente como se poderia supor.
Portanto, a despeito da quantidade de fatores, os fatores podem
não ser perfeitamente multiplicados como desejado (no caso, a capaci-
dade empresarial), resultando em rendimentos decrescentes de escala.
CEDERJ 275
Análise Microeconômica | A produção no longo prazo
Atividade 4
Uma empresa produz dentro do horário normal, compreendido entre 8h e 17h. 5
Visando duplicar a produção, contrata o mesmo número de funcionários (com igual
competência ), disponibilizando também os demais insumos. Todavia, a produção não
consegue dobrar como esperado. Qual o rendimento de escala observado? Apresente
uma justificativa possível para sua resposta.
Resposta Comentada
Se uma empresa produz no horário diurno e pretende operar também no noturno,
nas mesmas condições de uso dos insumos, mas não consegue o resultado na
produção proporcional ao que se ampliou de insumos, temos o fenômeno dos
rendimentos decrescentes de escala. Mesmo reproduzindo fielmente o mesmo
nível de insumos, a produção não teve o resultado equivalente.
Pode ser que o horário de trabalho noturno venha a causar diferenças na produ-
tividade dos insumos, como questões da inadaptação de trabalhadores quanto a
mudança em seu horário de sono, ou a luz elétrica não substituir de igual maneira
o aproveitamento da luz natural no ambiente de trabalho diurno acarretando,
assim,diferenças na produção.
Podemos imaginar que mesmo com trabalhadores de igual competência não
haja o mesmo estímulo ou comprometimento (gerentes diferentes) percebidos
no horário diurno. Isso altera o rendimento da empresa, apesar do mesmo
número de insumos.
276 CEDERJ
8
O Grau de Rendimentos de
AULA
escala na função Cobb-Douglas
?
Como estudamos, a função Cobb-Douglas é definida
pela equação q = Ax1ax2b. Verificamos que a soma dos parâme-
tros a e b (expoentes dos fatores x1 e x2) fornece o grau de rendi-
mento de escala.
Apli
Aplicando o parâmetro t como fator de ampliação dos insumos e a forma da
equação (4), temos:
f (tx1,tx2) = A(t x1)a (tx2)b
= A(ta x1a) (tbx2b)
= A ta+b x1ax2b = A x1ax2b
= ta+b q.
Então, a soma de a + b fornece o valor n que exibe o grau de rendi-
mentos de escala. Se a + b for igual a um, tem-se rendimentos
constantes de escala. Se a + b for maior ou menor do que
um, temos, respectivamente, rendimentos cres-
centes ou decrescentes de escala.
Atividade 5
Cientistas afirmam que se o besouro for aumentado em sete vezes em tamanho, 5
peso e demais atributos, ele não voa. Qual paralelo pode ser feito com o fenômeno
dos rendimentos de escala?
Resposta Comentada
A princípio, por abstração e lógica, poderíamos esperar que o besouro continuasse
a voar. Todos os elementos que constituem o besouro estariam aumentados em
uma mesma proporção, e seria esperada a continuidade do voo. Se ele não voa,
possivelmente há um fator que não pode ser alterado como deveria. Nesse caso,
a aerodinâmica do inseto não consegue ser ampliada àquela dimensão. Esse fato
pode aduzir ao caso de rendimentos decrescentes de escala. Em escala
CEDERJ 277
Análise Microeconômica | A produção no longo prazo
CONCLUSÃO
Atividade Final
Uma fazenda opera empresarialmente no setor de gado de corte. Dotada de 1 2 3
30 empregados e 10 caminhões, transporta, mensalmente, 20 toneladas de
carne de boi através de uma única estrada de barro que liga a fazenda à cidade, em um trajeto
de 40km. De olho na boa situação de poder aquisitivo dos consumidores, o empresário dobra
cada um dos seus insumos (caminhões, empregados etc.). No entanto, após tais investimentos,
suas entregas não passam de 38 toneladas/mês.
Pergunta-se:
1. Construindo uma isoquanta para apenas os insumos mão de obra e caminhões, a melhor
forma gráfica seria a de função Cobb-Douglas, a de fatores fixos ou a de fatores substituíveis?
2. Do ponto de vista da função de produção, a situação relatada é de curto ou longo prazo?
3. Ao ampliar a escala de insumos, que tipo de rendimentos de escala o empresário experimentou?
4. O que poderia justificar a resposta do item anterior?
278 CEDERJ
8
AULA
Resposta Comentada
1. Supondo que cada caminhão envolve um motorista e um ajudante, a mais adequada
isoquanta seria a de proporção fixa. No caso, para cada caminhão, dois empregados.
A função seria q = f (L, K) = min (0,5L, K), onde L e K seriam, respectivamente, a mão
de obra e o caminhão. Por hipótese, supondo que todo empregado pudesse dirigir ou
servir como ajudante, a quantidade de viagens máxima seria dada por q = min (0,5.
30; 10) = min (15; 10) = 10 viagens.
Mesmo com 30 empregados, somente 10 viagens seriam realizadas ao mesmo tempo,
pois o fator limitativo é o número de caminhões. Nesta situação, haveria 10 emprega-
dos sem caminhão para trabalhar, o que certamente seria alocado em outros setores.
CEDERJ 279
Análise Microeconômica | A produção no longo prazo
RESUMO
280 CEDERJ
INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA
8
AULA
Na próxima aula, iniciaremos estudos acerca dos custos envolvidos na
produção. Por meio dos custos, a empresa pode decidir em que nível de
produção quer operar e estabelecer preços mínimos para os produtos que
quer negociar.
CEDERJ 281
Custos de produção: no
AULA
curto prazo
Cleber Ferrer Barbosa
Meta da aula
Apresentar os conceitos básicos relacionados aos
custos de produção da empresa no período de
curto prazo.
objetivos
Pré-requisitos
Para que você tenha aproveitamento total desta
aula, relembre a Aula 3, de Métodos Determi-
nísticos II, e a Aula 7, em que você estudou as
produtividades.
Esta aula apresenta alguns conceitos que são
análogos aos estudados nas Aulas 5 e 7. Eles são
referenciados à medida que aparecem no presen-
te estudo. O seu rendimento pessoal nesta aula
é que irá sinalizar a necessidade ou não de uma
rápida visita àqueles tópicos.
Análise Microeconômica | Custos de produção: no curto prazo
INTRODUÇÃO Imagine que você foi convidado por um amigo para ir a uma grande festa.
Asif Akbar
Figura 9.1: Festa.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/933475
8 CEDERJ
Esta aula será como uma grande festa, onde os vários tipos de custos em
9
uma dada produção serão representados como sendo a variedade de pessoas
AULA
que será apresentada a você.
Nas duas últimas aulas, estudamos a produção. Abordamos os pontos de pro-
dução máxima, mínima e as produtividades dos fatores. Apesar de já constituir
grandes passos na caminhada do estudo microeconômico da empresa, há
outro aspecto, intimamente relacionado com a produção, tal como o outro
lado da moeda: o estudo dos custos de produção! Sem custos, praticamente,
não há produção! É fácil se convencer que raramente uma empresa opera em
seu ponto máximo de produção. Mais fácil ainda é verificar que os custos são
a razão disso. Como se diz no jargão, a custo zero, isto é, inexistindo custos,
a empresa produziria o máximo. Nada lhe custaria! Portanto, a existência dos
custos de produção é que vai dar o tom da quantidade produzida, de quantos
insumos serão empregados no processo produtivo. Esses são os elementos
principais de estudo da nossa aula.
Os custos são como um dos lados da tesoura que permitem à empresa tecer
o seu lucro. O outro lado são os preços de venda.
Enzo Forciniti
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/679928/
CEDERJ 9
Análise Microeconômica | Custos de produção: no curto prazo
Figura 9.3: Custo fixo: qualquer que seja o nível de produção (q), o custo fixo não
se altera; é um custo de valor monetário constante.
10 CEDERJ
do imóvel, que é utilizado como fábrica (custo fixo), terá o mesmo valor.
9
Outro exemplo seriam as instalações de móveis e utensílios que, uma
AULA
vez comprados, permitem seus usos em várias faixas de produção, sem
acréscimos de custos.
Por sua vez, o custo variável apresenta forma de curva crescente,
conforme o nível de produção realizado. Vale ressaltar a existência de
oscilações na maneira como o custo variável cresce.
No início da produção, há os fatores fixos disponibilizados para
uso. É preciso contratar trabalhadores para “tocar” a produção. A
empresa verifica o aumento no custo variável por conta de um dado
número de novos trabalhadores. Cada um que vai sendo contratado
tem uma produtividade marginal diferente, em virtude de fatores como
a relação entre fatores fixos e variáveis à produção. Essa relação é tal
que, dadas as primeiras contratações, a produção aumenta sem grandes
custos, mas com o aumento contínuo da produção, vai se esgotando a
relação entre fatores fixos e variáveis. Assim, os custos vão aumentando
mais para cada unidade adicional de produção. A quantidade de fatores
fixos, que antes era boa, já se apresenta como insatisfatória àquela escala
de produção. Há dificuldade em aumentar a produção, por isso o custo
variável sobe muito, quando se quer produzir mais.
Dessa forma, construímos a forma geral da curva de custo variável,
como a Figura 9.4.
Figura 9.4: O custo fixo e o custo variável. O custo fixo é uma reta constante; o
variável, uma função não decrescente.
CEDERJ 11
Análise Microeconômica | Custos de produção: no curto prazo
?
Produção zero, custo
com mão de obra zero?
Além do salário, em que pesem outras consi-
derações sobre os custos do fator trabalho, há de se
considerar os custos de demissão e admissão. Uma empre-
sa incorre em custos de admissão, abrangidos pelos custos de
seleção e treinamento com o recurso humano. Fácil perceber a
situação de perda de produtividade mediante a saída do trabalhador
experiente e substituído por um funcionário novato.
Sob tal ótica, o gestor pode pensar cinco vezes no momento em que
cogitar a demissão de seus funcionários. Se os custos de demissão e admis-
são forem suficientemente elevados, podemos nos convencer de que uma
parcela da mão de obra pode até transparecer como um insumo fixo na
empresa. Algumas empresas podem não reduzir seu pessoal em razão de
problemas de queda de vendas.
Uma fábrica de chocolate, em virtude de problemas de transporte e
conservação de seus produtos, devido às altas temperaturas no verão,
cessou por vezes sua produção nessa época do ano. Todavia, não
demitia seus funcionários. Há também o expediente das férias
coletivas como uma alternativa para não demitir seus tra-
balhadores, quando há problemas de baixas vendas e
produção. Na prática, portanto, nem sempre pro-
dução zero, custo variável zero, se este for
representado pela mão de obra.
12 CEDERJ
Vale dizer, se temos as formas do custo fixo e do custo variável,
9
também teremos a expressão da curva de custo total.
AULA
Como o custo total é a soma do custo fixo com o custo variável,
a forma gráfica do custo total resulta da soma das formas dessas curvas
(Figura 9.5).
Observe a semelhança de forma entre a curva de custo variável
e a curva de custo total. Elas são paralelas. Afinal, se a diferença entre
esses dois custos é exatamente o custo fixo (CT – CV = CF), e este é
constante, temos o porquê de elas serem paralelas.
Figura 9.5: O custo total é a soma do custo fixo com o custo variável. A curva de
custo total é paralela à curva de custo variável.
CEDERJ 13
Análise Microeconômica | Custos de produção: no curto prazo
Onde:
r → taxa de juros;
w → o salário;
K → quantidade de capital;
L → quantidade de trabalho.
Todos resultam no custo total (CT) de produção.
Exemplo:
Uma empresa utiliza 5 máquinas e 8 trabalhadores para empre-
ender a sua produção. Paga R$100,00 de salários a cada funcionário
e mensalmente tem uma despesa de R$20,00 com cada uma das suas
máquinas.
A equação do custo total de produção é:
CT = r5 + w8
CT = 20.5 + 100.8 = 900
CT= R$ 900,00
Fonte: h,ttp://www.sxc.hu/photo/784492/
14 CEDERJ
9
Alguns significados em Economia
AULA
Boa parte das variáveis em Economia é representada pela primeira letra de
seus nomes, mas em inglês. Por exemplo, a variável salário é representada
por w, primeira letra de wage. Isso nada tem a ver com a correta (em meu
julgamento) crítica que se faz de utilizarmos no dia a dia expressões e pala-
vras inglesas, quando poderíamos empregar a nossa boa Língua Portuguesa.
No início, como quase a totalidade dos livros de Economia era traduzida,
optou-se por acompanhar os símbolos no que se podia. Ademais, artigos
científicos são de leitura internacional, costuma-se utilizar os símbolos
internacionais para facilitar a comunidade internacional científica. A seguir,
citamos algumas das variáveis econômicas e símbolos de referências comuns
a diversos países.
Significado em Economia para algumas variáveis:
CT (3)
Cme =
q
CEDERJ 15
Análise Microeconômica | Custos de produção: no curto prazo
CT CF + CV CF CV
Cme = = = + (4)
q q q q
CF
CFme = (5)
q
?
O custo fixo
médio assemelha-se
1
ao gráfico da função f(x) = , definida para os valo-
x
res positivos de x. Para você relembrar (talvez com nostalgia) da
Aula 3 de Métodos Determinísticos II, podemos utilizar a linguagem mate-
mática para estudar a função custo fixo médio:
a
CFme é uma f (x) =
x
16 CEDERJ
9
Onde: a é
AULA
um valor fixo tal que a > 0,
x é uma variável x > 0
CEDERJ 17
Análise Microeconômica | Custos de produção: no curto prazo
Adam Ciesielski
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/264245/
Observe uma situação real que pode ajudar a entender a relevância do custo
fixo médio:
No Distrito de Seropédica, cidade onde se localiza a Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro, o aluguel de uma casa simples de dois quartos no local
conhecido como “49” (distrito rural com pouca infraestrutura), tem preços
próximos a de bons bairros da capital da cidade. Muitas dessas casas são antigas,
em ruas não asfaltadas. O que poderia explicar o preço relativamente alto dos
aluguéis? A informação importante é que a Universidade Rural está localizada
a 70km do centro do Rio de Janeiro, estimulando os estudantes à formação
de “repúblicas”, termo para representar a reunião de um grande número de
alunos para alugar residências próximas à universidade. Ora, com cerca de dez
alunos a ocupação de uma casa de dois quartos já torna o aluguel (custo fixo)
18 CEDERJ
9
barato para cada um dos alunos. A despesa com aluguel fica um tanto quanto
mais barata quanto mais pessoas houver; portanto, a formação de repúblicas
AULA
é fator de encarecimento dos aluguéis, para um casal recém-casado que vá
alugar uma residência.
Fonte: http://www.ufrrj.br/portal/album/crbst_0.html
CEDERJ 19
Análise Microeconômica | Custos de produção: no curto prazo
CV
CVme = (6)
q
CF CV
+ = Cme (4)
q q
20 CEDERJ
custo fixo médio nunca chega a zero, o que faria o custo médio ser igual
9
ao custo variável médio.
AULA
Figura 9.7: As curvas de custo médio, variável médio e fixo médio. À medida que a
produção aumenta, as curvas de custo médio e variável médio vão se aproximando,
porém nunca se tocam, pois a diferença entre elas é dada pelo valor do custo fixo
médio, esta uma função decrescente, porém sempre positiva.
CEDERJ 21
Análise Microeconômica | Custos de produção: no curto prazo
Atividade 1
A equação de custos totais de uma firma foi estimada em CT = 50 + 2q3. 1
Resposta Comentada
Da equação CT = 50 + 2q3, percebe-se que 50 é o custo fixo, pois, qualquer
que seja a quantidade produzida (q), esse valor será sempre observado na
composição dos custos.
CF = 50
O custo variável é o que complementa a equação do CT, após a verificação do
custo fixo, CT = 2q3. Observa-se que a variação na produção altera o custo total,
o que confirma ser a parcela de custo variável.
22 CEDERJ
9
De forma equivalente, o custo variável médio é a divisão do CV pela quan-
AULA
tidade produzida:
CVme = (16.000 / 20) = 800
O custo médio pode ser calculado pelo custo total, dividido pela quantidade
produzida:
CT = 50 + 16.000 = 16.050
Cme = (CT / q) = 802,50
CV = 2(30)3 = 54.000.
O custo médio pode ser calculado pela soma do CFme com o CVme:
Quando se quer produzir uma unidade adicional, qual seria o acréscimo de gastos para
a empresa?
CEDERJ 23
Análise Microeconômica | Custos de produção: no curto prazo
Yamamoto Ortiz
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1159639/
∆CT
Cmg = (7)
∆q
24 CEDERJ
?
9
A equação
AULA
(7) retrata o custo marginal em
números discretos. Quando a função custo apre-
sentar-se em números contínuos, a expressão do custo margi-
nal é definida pela aplicação de derivada. Assim, a notação do custo
marginal para o caso de função contínua é:
dCT
Cmg = (8)
dq
Em que o numerador e denominador da equação são, res-
pectivamente, a derivada do custo total em rela-
ção à quantidade produzida.
∆CV (9)
Cmg =
∆q
CEDERJ 25
Análise Microeconômica | Custos de produção: no curto prazo
Nível de Custo Custo Custo Custo Custo fixo Custo variá- Custo
produção fixo variável total marginal médio vel médio médio
R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$
0 40 0 40 - - - -
1 40 50 90 50 40.0 50.0 90.0
2 40 87 127 37 20.0 43.5 63.5
3 40 98 138 11 13.3 32.7 46.0
4 40 115 155 17 10.0 28.8 38.8
5 40 134 174 19 8.0 26.8 34.8
6 40 155 199 25 6.7 26.5 33.2
7 40 187 227 28 5.7 26.7 32.4
8 40 210 250 23 5.0 26.3 31.3
9 40 230 270 20 4.4 25.6 30.0
Agora, você aprenderá uma das mais heróicas relações dadas pela
Microeconomia. Não raro, a Economia traz recomendações cujos efeitos
são antagônicos: beneficiam uma parte da população, sacrificam outra.
Outras vezes, ela adverte sob medidas possíveis de favorecer alguns,
contudo com o passar do tempo prejudica a todos. Por exemplo, um
reajuste de salários pode ajudar no poder aquisitivo da população em
determinado momento, mas gera o crescimento da inflação. O que vamos
estudar agora apresenta alto enfoque prático. Está costumeiramente
inserido no cotidiano de políticas e programas de geração de renda,
também tem natureza de justiça social, e vale mencionar é objeto da
Lei 10.101, de dezembro de 2.000, que dispõe sobre a participação dos
trabalhadores nos lucros da empresa.
Vamos, então, compreender e desfrutar dessa riqueza conceitual
a seguir.
26 CEDERJ
A teoria microeconômica constata relações inversas entre custos e
9
produtividade. Isto é, um aumento na produtividade de um fator resulta
AULA
em uma queda nos custos de produção.
Ivan Prole
Figura 9.8: Relação inversa entre custo e produtividade.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1187162/
Por sua vez, o custo variável médio, CVme = –, pode ser refor-
mulado como:
CVme = – (10)
q
PmeL =
L
L 1
= (11)
q PmeL
CEDERJ 27
Análise Microeconômica | Custos de produção: no curto prazo
w
CVme = (12)
PmeL
∆CV
Cmg = (9)
∆q
∆CV= ∆wL
∆CV ∆L
Cmg = =w (14)
∆q ∆q
∆q
Pmg L =
∆L
w
Cmg = (15)
PmgL
28 CEDERJ
O exemplo da equação (12) evidencia a relação inversa entre o
9
custo variável médio e a produtividade média do trabalho; a equação
AULA
(15) também indica a relação inversa entre custo marginal e produtivi-
dade marginal.
Ressaltamos que teríamos uma relação importante, prática e de
natureza social. Mas, afinal, onde está essa relação cunhada por nós de
heroica?
w w
CVme = e Cmg =
PmeL PmgL
CEDERJ 29
Análise Microeconômica | Custos de produção: no curto prazo
30 CEDERJ
9
A carga horária de trabalho no mundo não é uniforme. Países possuem horas
semanais diversas. Além da produtividade, outros fatores influenciam gran-
AULA
demente a diferença, tanto da carga horária de trabalho, como dos níveis
salariais. A mobilização sindical, a organização do mercado de trabalho, o
grau de instrução da classe trabalhadora, tudo pode afetar a maneira como se
distribuem os efeitos da produtividade sobre a carga horária de trabalho, os
salários, o nível de produção, preços e lucros. A tabela a seguir ilustra a diferença
de carga horária no setor de transformação, em alguns países selecionados.
Atividade 2
Uma empresa paga dois mil reais de salário a cada um dos seus funcionários. A 2
produtividade de cada funcionário é de 10 unidades mensais. Cada funcionário,
por iniciativa própria, formou-se em um curso universitário e complementou seus
estudos com cursos de especialização. O resultado para a empresa é que a produtivi-
dade do trabalho passou de 10 para 16. Até quanto seria justo a empresa melhorar a
remuneração de seus funcionários?
CEDERJ 31
Análise Microeconômica | Custos de produção: no curto prazo
Resposta Comentada
Os salários podem aumentar para até 3.200 reais.
Sabemos da relação inversa entre custos e produtividade. Temos que CVme
= w / Pme.
Antes do investimento em educação, a produtividade era 10.
Após a qualificação do trabalhador, a produtividade passou para 16. Isso
representou um aumento de 60%.
Assim, há espaço para um reajuste salarial de 60% sem que se altere o custo
da empresa.
Vejamos:
Antes, o CVme = R$ 2.000,00 / 10 = 200
Se os salários aumentarem em 60%, passarão para 3.200. Como a produtividade
aumentou para 16, temos:
CVme = R$ 3.200,00 / 16 = 200
Assim, a empresa terá os mesmos custos unitários, pois está produzindo mais,
graças ao aumento do rendimento produtivo de cada funcionário.
32 CEDERJ
9
AULA
Figura 9.9: Produtividades média e marginal do insumo L. No ponto L’, a produtivi-
dade média é máxima e iguala-se à marginal. No ponto L*, a produtividade marginal
é zero, onde, a partir desse nível de insumo, passa a ser negativa.
CEDERJ 33
Análise Microeconômica | Custos de produção: no curto prazo
Figura 9.10: Curvas de custo marginal e custo variável médio, a partir das produti-
vidades marginais e médias.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/696442
34 CEDERJ
Atividade 3
9
AULA
O entendimento da empresa é o de que com 120 empregados tem-se a 2 3
Resposta Comentada
Se o ponto de produtividade média é máxima, então, nesse mesmo ponto,
temos o valor da produtividade marginal. Pelo que estudamos da relação entre
produtividade e custos, se a produtividade média é máxima, o custo variável
médio é mínimo. Temos:
Pme máxima = 20; w = 800; L = 120.
CEDERJ 35
Análise Microeconômica | Custos de produção: no curto prazo
CONCLUSÃO
Atividade Final
Considere uma estimativa da função custo total (CT) no curto prazo, como: 1 2 3
CT = q3 – 6q2 + 25q + 5
Determine:
a) O custo fixo, custo variável, custo médio de curto prazo, quando a produção é 4;
36 CEDERJ
9
Resposta Comentada
AULA
a) CF = 5, pois esse é o valor mínimo dos custos e não varia para qualquer quantidade
no curto prazo;
CV = q3 – 6q2 + 25q. Produzindo quatro unidades, o valor do custo variável é:
(4)3 – 6(4)2 + 25(4) = 64 – 96 + 100 =68;
O custo médio é o resultado do custo total, dividido pela quantidade produzida:
CT 73
Cme = = = 18.25
q 4
CF 5
b) CFme = = = 0,833
q 6
CV 68
CVme = = = 11, 33
6 6
c) Para determinar a produtividade média ao nível de quatro unidades produzidas
(q= 4), vamos considerar a relação entre custo variável médio e produtividade média:
w
CVme =
PmeL
Explicitando a produtividade, temos:
w
PmeL =
CVme
Substuindo os valores de w e CVme no nível q= 4:
100
PmeL = = 5,882 . Cada um dos funcionários produz 5,882 produtos em média.
17
RESUMO
No curto prazo, ocorrem os custos fixos e custos fixos médios, os quais devem ser
distinguidos dos custos variáveis e custos variáveis médios. As curvas de custos
médios, em geral, apresentam formato em U. O custo variável é uma curva paralela
à curva de custo total, pois a diferença entre eles é dada pelo custo fixo, que é
sempre uma constante.
CEDERJ 37
Análise Microeconômica | Custos de produção: no curto prazo
38 CEDERJ
Custos de produção no
10
AULA
longo prazo
Cleber Ferrer Barbosa
Meta da aula
Apresentar os tipos de custos de produção da
firma no longo prazo.
objetivos
Pré-requisitos
Esta aula é parte integrante da aula anterior, pois
complementa o estudo de custos de curto prazo,
estendendo o período para o longo prazo. Além
disso, são desenvolvidos alguns conceitos análo-
gos aos estudados nas Aulas 5 e 7. Assim, caso
haja alguma grande dificuldade, talvez seja reco-
mendável uma nova visita àquelas aulas, a cujos
tópicos fazemos remissão na presente aula.
Análise Microeconômica | Custos de produção no longo prazo
40 CEDERJ
Nessa equação, os custos totais de produção são dados pela soma
10
da quantidade de capital (K), multiplicada pelo seu preço (r), com a
AULA
quantidade de trabalho (L) vezes o seu preço (w).
No que abordamos agora, a equação de custo total é inteiramente
análoga à teoria do consumidor. Na Aula 5, desenvolvemos a restrição
orçamentária do consumidor que apresenta alta semelhança com a
denominada i s o c u s t o (consulte a Figura 5.9 da Aula 5, se precisar de Isocusto
mais detalhes acerca da forma gráfica da isocusto, a seguir). É o conjunto de
todas as alternativas
Quando a empresa tem uma meta de produção, nossa teoria é de uso de trabalho
e capital, dotada
aplicada como a empresa escolhendo a isoquanta, associada àquele nível de igual despesa ou
de produção. Identificada a isoquanta, ela quer o menor custo. Para tal, custo. O nome já
induz ao conceito:
procurará qual das inúmeras combinações de insumos encontra a menor iso quer dizer igual;
isocusto é a linha de
isocusto, isto é, o menor custo de produção. várias alternativas
de uso de insumos
de igual custo de
A forma gráfica da isocusto produção.
CEDERJ 41
Análise Microeconômica | Custos de produção no longo prazo
0 = (CT / r) – [(w / r) L]
[(w / r) L] = (CT / r); cortando r de ambos os lados da equação:
wL = CT
L = CT / w
Figura 10.1: Linha de isocusto. Ela é gerada considerando-se os preços dos insumos
e os custos totais como constantes. O conjunto de pontos pertencentes à reta repre-
senta as combinações de insumos cujas despesas com tais aquisições resultam em
dado custo. Combinações de insumos abaixo da curva, como o ponto C, são despesas
com valores menores do que a do isocusto, ou seja, nem todo o dinheiro para ser
gasto com a compra de insumos é gasta; pontos acima da reta mostram que a o
dinheiro que se tem para os custos é insuficiente para adquirir os insumos dispostos
neles. Podemos observar que os pontos A e B são cestas de consumo extremas. Em
A, todo o valor para a compra de insumos, o custo total, é destinado a adquirir o
insumo capital. Para isso, não se adquire nada de L. Portanto, CT/r, é o cálculo de
quanto se pode consumir gastando todo o dinheiro com um só insumo.
∆k w
A inclinação da isocusto é dada pela relação = . A maneira
∆l r
para identificar essa inclinação é idêntica a da determinação da inclina-
ção da restrição orçamentária do consumidor, demonstrada na Aula 5.
Observe que a isocusto é uma espécie de restrição de produção à empresa,
isto é, a produção fica limitada aos custos a serem despendidos.
42 CEDERJ
Vale observar, uma mudança nos preços dos fatores (w, r) afeta
10
a inclinação da isocusto. Portanto, haverá um reordenamento de gastos
AULA
para cada insumo cujo preço foi alterado. Se o insumo trabalho encarecer
(aumento de salário), a empresa verá sua linha de isocusto mais inclinada,
indicando que, com o mesmo nível de gastos para gerar a produção, não
se poderá adquirir tanto trabalho como antes. Pelo oposto, se o insumo
trabalho tiver uma redução de preço, a isocusto ficará menos inclinada,
indicando que se poderá adquirir mais unidades de trabalho.
Portanto, o que poderíamos dizer sobre a isocusto, caso o preço
do capital variasse? Basta verificar a inclinação da isocusto para respon-
der. Em situação de aumento do preço do capital (r), a inclinação ,
w
r
diminui. Assim, com o valor monetário inicial para a compra desse
insumo, haverá uma redução na quantidade máxima para adquiri-lo.
Caso o preço do capital diminua, a inclinação aumentará. Isso significa
que haverá maior quantidade de capital que poderá ser comprado com
o mesmo valor de custos.
O PONTO DE PRODUÇÃO
Figura 10.2: Ponto de produção ótimo. Dada a isoquanta, o ponto ótimo (equilíbrio)
será aquele em que a isocusto tangencia a isoquanta.
CEDERJ 43
Análise Microeconômica | Custos de produção no longo prazo
Atividade 1
Suponha que um país europeu, afetado pela crise internacional financeira de 2008, 1
tenha reduzido os impostos para a compra de insumos. Todos os preços dos insu-
mos, inclusive os salários (aprovados por negociação entre sindicatos de empregados
e patronais) foram reduzidos em igual intensidade. Ilustre graficamente o efeito dessa
medida sobre o ponto ótimo de produção entre a isocusto e a isoquanta.
Resposta Comentada
Pela exposição do problema, os preços dos insumos caíram na mesma proporção.
Com a mesma dotação orçamentária para aquisição de insumos, a empresa
pode produzir mais, ou seja, a partir do deslocamento para cima e paralelo da
isocusto, consegue alcançar uma isoquanta em posição mais elevada.
44 CEDERJ
10
Assim, ela pode produzir mais e abaixar os seus preços de venda, permitindo
AULA
a elevação da demanda. A figura a seguir mostra a passagem da isocusto C0
original para a isocusto C1 (pós-redução dos impostos). A produção no ponto
E passa para o ponto E’.
CEDERJ 45
Análise Microeconômica | Custos de produção no longo prazo
46 CEDERJ
para R$ 19.000 mensais (haveria a necessidade de mais trabalhadores).
10
Todavia, com a troca das atuais máquinas por outras importadas da
AULA
Suíça, os custos totais seriam de R$ 16.000 mensais (desconsidere os
custos iniciais de compra das novas máquinas). No entanto, todo o pro-
cesso de compra das máquinas e de treinamento dos funcionários para
operá-las levaria pelo menos 12 meses. Assim, temos:
• Novo período de longo prazo: 12 meses.
• Novo custo total de curto prazo: R$ 19.000.
• Novo custo total de longo prazo: R$ 16.000.
• Nova meta de produção: 2.600 unidades.
Atividade 2
O Conselho Administrativo de uma grande empresa informa à gerência de recursos 2
humanos que estão proibidas as contratações de trabalhadores que gostem de
futebol até que a próxima Copa do Mundo acabe. Considerando tal hipótese, argumente
no sentido de que tal determinação irá implicar em custo de longo prazo menor do
que o de curto prazo.
Resposta Comentada
A proibição de contratar funcionários com tais características e por um determinado
prazo representa uma restrição à variação de funcionários de uma empresa.
CEDERJ 47
Análise Microeconômica | Custos de produção no longo prazo
48 CEDERJ
CUSTOS DE LONGO PRAZO E RENDIMENTOS DE ESCALA
10
Estudamos os rendimentos de escala na aula sobre a produção de
AULA
longo prazo. Os rendimentos de escala também podem ser observados
a partir dos custos, no caso, a curva de custo médio de longo prazo. A
longo prazo, o custo médio é dado pelo custo total, dividido pelo que
se produziu, ou seja:
CT
CmeLp = (3)
q
CEDERJ 49
Análise Microeconômica | Custos de produção no longo prazo
Economias de escala:
fatores desencadeadores
?
Alvo de estudos para economistas, adminis-
tradores de empresas, sociológicos entre outros,
os motivos para a economia de escala são diversos.
Veja alguns desses:
1. Há escalas de produção em que uma reordenação de
funcionários proporciona uma especialização na linha de
produção, de forma a elevar a produtividade do trabalho
2. O aumento do nível de produção pode viabilizar a substituição de
antigos métodos produtivos por outros mais avançados. Por exemplo,
equipamentos manuais podem ser substituídos por equipamentos
automatizados eficientes
3. Melhorias nas condições gerais de produção, distribuição e venda de bens
e serviços, advindas do aumento na escala de produção
4. Melhoria na negociação no mercado de insumos pela criação ou pelo
aumento de poder de barganha, gerado pelo aumento na produção e
consequente elevação nas compras de insumos
5. Para que o elevado nível de produção comece a gerar ganhos de eco-
nomia em publicidade e marketing (cada unidade monetária de gastos
atendendo a mais produtos) e P&D (pesquisa e desenvolvimento)
6. Quando os custos fixos são uma parte significativa dos custos médios, o
crescimento da produção pode proporcionar importantes reduções
nos custos fixos médios da empresa resultante da operação.
As economias de escala podem ser divididas em dois tipos: econo-
mias reais e pecuniárias. As primeiras dizem respeito à econo-
mia efetiva na quantidade de insumos quando a produção se
expande (itens 1, 2 e 4), dados os preços dos insumos. É, por-
tanto, uma eficiência de escala de produção. Já as pecu-
niárias são aquelas em que o ganho no custo médio
são devidos à redução dos preços dos insumos
(item 3), o que reflete uma transferência de
renda de um setor (mercado de insu-
mos) para outro (mercado de
produtos).
50 CEDERJ
causar economia de escala? Há diversas possibilidades. A mais divul-
10
gada é a da especialização dos fatores com o aumento da produção.
AULA
A divisão do trabalho começa a ser executada quando a produção atinge
determinado patamar. Essa especialização (cada trabalhador exercendo
uma única função) aumenta a produtividade, gerando uma economia de
custos. A partir de certo ponto de produção, há dificuldade em se obter
tais ganhos, o que vai gerando uma queda na produtividade dos fatores,
gerando aumento nos custos médios.
Portanto, de forma geral, atribui-se ao custo médio de longo prazo
uma curva em forma de U, como ilustra a Figura 10.3. Até o nível q*,
há economia de escala. A partir desse ponto, ocorre o inverso, o custo
médio passa a refletir a deseconomia de escala. O ponto q* é dito ponto
de tamanho ótimo da fábrica ou do setor industrial, pois indica o ponto
de produção onde o custo por unidade produzida é mínimo.
CEDERJ 51
Análise Microeconômica | Custos de produção no longo prazo
O CONCEITO DE EXTERNALIDADE
52 CEDERJ
10
AULA
Figura 10.4: Externalidades e custo médio de longo prazo. Se há externalidade posi-
tiva, a curva de custo médio diminui (parte A). Se ocorre externalidade negativa, a
curva de custo médio aumenta (parte B).
O sentido da externalidade
Situação 1:
O seu vizinho toca maravilhosamente duas melodias românticas em seu piano,
justamente na hora em que você janta com sua namorada, em casa, à luz de
velas; certamente uma externalidade positiva.
Situação 2:
O seu vizinho resolve aprender a tocar bateria. Treina o dia inteiro sem parar
a mesma batida! Certamente, uma externalidade negativa.
Atividade 3
Em uma noite qualquer da semana, todos são tomados por um furo de reportagem 3
no noticiário da TV. Gravações por minicâmeras escondidas revelam um escândalo
financeiro onde um banco comercial fraudava sua contabilidade. Além disso, gerentes
desse banco arredondavam valores das contas-correntes de seus clientes, sem que
estes soubessem, causando perdas significativas, quando somadas. Semanas seguintes,
o Banco Central, na sua função de autoridade monetária, impõe severas regras ao setor
bancário o que impõe novos custos a todos os bancos.
Pergunta-se: tal situação seria uma externalidade? De que tipo?
CEDERJ 53
Análise Microeconômica | Custos de produção no longo prazo
Resposta Comentada
As externalidades na produção são eventos de natureza externa à empresa,
isto é, sem que ela tenha lhe dado causa, mas com afetação aos seus custos.
Os demais bancos que compõem o sistema bancário experimentaram, sim, uma
externalidade. Seria a externalidade negativa, pois tiveram custos operacionais
mais altos em decorrência de nova regulamentação no setor.
ELASTICIDADE DE CUSTO
54 CEDERJ
ao da elasticidade de preço da demanda (Aula 4).
10
Ademais, a primeira fração da equação 4 explica o conceito de
AULA
elasticidade de custo (a variação percentual dos custos dada por uma
variação percentual na produção). Dessa fração, já podemos observar que
a elasticidade pode ser maior, menor ou igual a um. Para a quantidade
produzida, altera em, digamos, 1%:
• Se ocorrer economia de escala, �c < 1.
• Se ocorrer deseconomia de escala, �c >1.
• Se os custos aumentarem em 1%, �c =1.
Prosseguindo na análise da equação (4), observe que a segunda
fração é a repetição da primeira, mas expressando o significado do que
∆C
seja uma variação percentual de custos ∆C% = e também uma
∆q C
variação da produção ∆q% = . Por fim, a terceira fração é o desen-
q
volvimento da segunda na forma em que a operação de uma divisão
de frações é dada pela repetição da primeira multiplicada pelo inverso
da segunda. Uma pequena realocação dos termos do denominador
∆C ∆q ∆C q
= leva-nos a uma importante relação.
C q ∆q C
∆C C
Cmg = e Cme =
∆q q
CEDERJ 55
Análise Microeconômica | Custos de produção no longo prazo
custo médio e custo marginal de longo prazo. Observe: à medida que a eco-
nomia de escala vai diminuindo, a relação entre custos médio e marginal vai
reduzindo, o que os torna iguais no ponto mínimo da curva de custo médio
(tamanho ótimo da planta de produção). Por último, se a deseconomia de
escala aumentar com a elevação da produção, o custo marginal estará cada
vez mais elevado em comparação ao respectivo custo médio.
Atividade 4
A estrutura de custos de longo prazo de uma firma é dada por: 4
CT = q – 4q + 21q.
3 2
Resposta Comentada
Para verificar a economia de escala, utilizamos a elasticidade de custo, que é
dada pela relação entre custo marginal e custo médio. Ainda que o valor do custo
marginal tenha sido dado pelo problema, podemos extraí-lo ao derivar o custo
total em relação à quantidade, assim:
dCT
Cmg = = 3q 2 – 8q + 21
dq
Como q = 3,
Cmg = 3 (3)2 – 8 (3) + 21 = 24
56 CEDERJ
10
Economia de escopo
Um empreendedor deseja produzir dois produtos diferentes. Ele pode fazê-
AULA
lo com uma única fábrica, ou alternativamente com duas fábricas, cada uma
produzindo um único produto. Se com uma única fábrica for mais barato (ou
se produzir mais) do que com duas, diz-se que há economia de escopo. Há
deseconomia de escopo, se ocorrer o inverso: com uma única fábrica for mais
caro (ou se produzir menos).
Em termos analíticos:
Se C (q1 + q2) < C(q1) + C(q2), há economia de escopo.
Onde: C (q1) e C(q2) representam o custo de produção individual do produto 1
e 2; C(q1+ q2) representa o custo da produção conjunta desses bens.
Em geral, as economias de escopo resultam do bom compartilhamento entre
os insumos nas diversas oportunidades de geração de produtos. Isto é, podem-
se compartilhar insumos na produção de vários produtos. Assim, são menores
os custos da produção conjunta, pois há melhor aproveitamento de fatores
na produção simultânea. Produtos que são gerados a partir de uma mesma
plataforma de produção tendem a auferir economia de escopo.
A diferença entre economias de escala real e de escopo é que as primeiras são
economias físicas de insumos, derivadas do aumento do volume de produção
final. As economias de escopo são economias derivadas da produção conjunta
de dois ou mais bens.
CONCLUSÃO
Atividade Final
Considere uma estimativa da função custo total (CT) no curto prazo como: 2 3 4
CT = q3 – 6q2 + 25q + 5.
No longo prazo, a estimativa para a função custo (CT) passa para: CT = q3 – 6q2 + 25q
Determine:
a) O custo fixo, custo variável, custo médio, quando o período é de longo prazo e em nível de
quatro unidades de produção.
CEDERJ 57
Análise Microeconômica | Custos de produção no longo prazo
b) Uma nova expressão para a equação de custo médio compatível com a hipótese de que a
empresa apropriou-se de uma externalidade positiva.
Resposta Comentada
a) No longo prazo, temos:
CF = 0
CV = q3 – 6q2 + 25q. Produzindo quatro unidades, o valor do custo variável é:
(4)3 – 6(4)2 + 25(4) = 64 – 96 + 100 = 68;
CT
Cme = = q 2 − 6q + 25 =17
q
58 CEDERJ
10
Vejamos: o custo marginal é a derivada do custo total em relação à quantidade. Ou seja:
AULA
Cmg = 3 q2 + 12 q + 25. Assim, quando q = 5, o custo marginal é 160.
O Cme é q2 – 6q + 25. Se q = 5, o Cme = 20. Logo, a elasticidade de custo é maior
do que 1, o que leva a concluir existir deseconomia de escala.
RESUMO
Os custos podem ser de curto ou longo prazo. No longo prazo, todos os custos
podem variar. Assim, não há o que se falar de custos fixos e custos fixos médios.
As curvas de custos médios em geral apresentam formato em U.
As externalidades na produção são eventos de natureza externa à empresa, mas
representam uma variação nos seus custos médios de longo prazo. A externalidade
é positiva quando a empresa internaliza o efeito positivo, gerado por uma ação
que não foi de sua competência.
Os rendimentos de escala podem ser identificados a partir da elasticidade
de custos. Quando os custos marginais são menores que os custos médios, a
elasticidade de custo é menor do que um, o que indica economia de escala.
Se a elasticidade de custo é menor do que um, a situação é de deseconomia
de escala. Em sendo igual a um, não há economia ou deseconomia de escala.
Economia de escopo e economia de aprendizagem são questões que afetam os
custos das empresas. A economia de escopo é a percepção dos casos em que a
concentração de vários produtos em uma única fábrica pode ser mais econômica
do que cada um dos produtos produzidos em cada fábrica. A economia de
aprendizagem mede o efeito dos ganhos de aprendizagem (gerando aumento
de produtividade) que os trabalhadores acumulam com os anos de experiência.
CEDERJ 59
Análise Microeconômica | Custos de produção no longo prazo
60 CEDERJ
11
AULA
O fator lucro
Cleber Ferrer Barbosa
Meta da aula
Examinar o objetivo de lucro das empresas e sua
fundamentação microeconômica.
objetivos
Pré-requisitos
Esta aula é auxiliada por conceitos das aulas
anteriores. Da Aula 1, o custo de oportunidade; da
Aula 4, a elasticidade e sua relação com a curva de
demanda. Por fim, a Aula 9 contribui com os custos
totais e marginais. São esses os pontos já estuda-
dos que, talvez, se for o caso, valem uma consulta
rápida para serem relembrados.
Análise Microeconômica | O fator lucro
LUCRO
62 CEDERJ
empresa certamente terá objetivos, ações e estratégias diferenciadas
11
das pequenas empresas. Vamos examinar algumas hipóteses sobre os
AULA
objetivos da empresa, levando em conta que o lucro de uma forma ou
de outra é sempre considerado. Destacamos três tipos:
a) a maximização do lucro;
b) a maximização das vendas;
c) a maximização das vendas, condicionada a uma taxa mínima
de lucro.
Apesar do que já se disse, podemos perceber, em algum momento,
uma empresa abrindo mão do resultado positivo entre o que se vende e
o que se paga para produzir, isto é, o lucro. Pode ser o caso, quando o
empresário visa conseguir um rápido crescimento da empresa no merca-
do. Nesse caso, vender seus produtos, cobrando preços bem próximos
do custo. No extremo dessa linha de raciocínio, há o que denominamos
no mercado como política de preços predatórios. A prática de preços
predatória, como veremos nesta aula, é uma conduta ilícita (ilegal),
adotada por uma grande ou poderosa empresa que, visando eliminar
empresas concorrentes, estabelece preços abaixo do custo para assim
causar prejuízo aos rivais ao ponto de fazê-los deixar o mercado. Logo,
no momento em que é única no mercado, a empresa passa a estipular
preços altos para obter lucros abusivos.
No plano internacional, tem-se o dumping, que designa a ação Uma empresa vende
seus produtos no
também ilegal de a empresa exportar, colocando preços mais baixos que mercado interno e
externo. Estará pra-
os preços praticados no mercado interno. A finalidade é ganhar mercado
ticando d u m p i n g , se
internacional para depois impor preços mais elevados. Observamos, exportá-los a preços
bastante inferiores,
portanto, que apesar de por um certo período o lucro ser deixado de quando compara-
dos aos preços que
lado, mais cedo ou mais tarde será alcançado. pratica no mercado
interno, visando
eliminar as empresas
A EQUAÇÃO DO LUCRO rivais no mercado
externo para poste-
rior dominação desse
O lucro total (L) é o resultado positivo da diferença entre a receita mercado.
total (RT) e os custos totais (CT) envolvidos, conforme a equação (1).
Se o valor da receita auferida for menor do que os custos, o lucro terá
sido negativo, o que chamamos de prejuízo.
L = RT – CT (1)
Se RT > CT, então L > 0
CEDERJ 63
Análise Microeconômica | O fator lucro
64 CEDERJ
é a variação da receita devida à venda adicional de uma unidade. Isso
11
quando os números da quantidade produzida estão em termos discretos
AULA
(um automóvel, dois automóveis etc.), ou seja, variando de um em um.
Se em termos contínuos, isto é, a variação de produção pode ser infini-
tesimalmente pequena (balança de pesagem de ouro como 900 gramas
de ouro, 900,01 gramas etc.), temos a ideia de ser a menor fração da
unidade possível de venda, ou seja, a unidade marginal.
Exemplo: suponha a venda de x produtos, resultando em uma recei-
ta de R$ 100. Se ao vender x +1 unidades a receita passar para R$ 103,
então, a receita marginal associada é de R$ 3.
∆RT
Rmg = (2)
∆q
Onde:
∆RT designa a variação na receita, e ∆q, a variação de uma unidade
na produção vendida, isto é, ∆q = 1.
O conceito de receita marginal como descrito na última equação
pode ser escrito em termos de uma função. Esta função que simboliza a
receita marginal tem uma notação típica de derivada de uma função, isto é:
dRT
Rmg = (2)
dq
Onde:
dRT designa a variação na receita em termos contínuos e dq, a
respectiva variação de uma unidade na produção vendida, o que repre-
senta a derivada da receita em termos de produção.
Por sua vez, como falamos, o custo total (CT) já é por nós conhe-
cido (Aula 9), o qual, no curto prazo, assume, em geral, a forma gráfica
da Figura 11.2:
CEDERJ 65
Análise Microeconômica | O fator lucro
66 CEDERJ
Seria o caso, por exemplo, de custos fixos não sendo cobertos pela
11
baixa receita, devido à diminuta produção. Por outro lado, produção
AULA
demasiadamente elevada pode gerar mais custos do que receitas. Isto
porque fica mais difícil e caro adquirir os insumos que já podem estar
escasseados no mercado, e as vendas em muitas unidades poderão forçar
preços mais baixos (caso de quebrar a hipótese de preços constantes).
Uma explicação mais técnica para a acentuada inclinação do custo
total em unidades elevadas de produção está na Aula 9. Lá, vimos que o
esgotamento da capacidade de produção exige o emprego de mais fato-
res para cada unidade adicional de produção (queda de produtividade
marginal do insumo variável), o que implica custo marginal maior, assim,
custo total mais inclinado.
Passamos a examinar a receita total (RT), desconsiderando
a hipótese de preço constante. Depois de um certo nível de vendas,
para aumentá-las é possível vir a precisar reduzir seus preços tal como
“informa” a curva de demanda (preços inversamente relacionados com a
quantidade comprada). Nesse aspecto, a receita total deixa de apresentar
a forma gráfica de uma reta. Vejamos, pois, a construção da forma da
receita total no caso de preços variáveis.
Supondo a curva de demanda em forma de uma reta, teremos a
respectiva receita total, ilustrada na Figura 11.4. Vemos a receita total
composta por uma faixa crescente e outra decrescente. A razão disso é
dada pela associada curva de demanda. Quando os preços estão muito
elevados, a demanda está reprimida: as pessoas não compram muito em
razão de o produto estar muito caro. Uma redução de preços levaria a um
elevado aumento na quantidade comprada, resultando aumento na recei-
ta. Esta é a faixa em que a elasticidade da demanda é maior do que um.
Sucessivas reduções de preços ainda aumentarão a receita total,
mas o aumento será em intensidade cada vez menor (o grau de elastici-
dade da demanda vai diminuindo). Por fim, haverá determinado preço
cuja redução trará agora um efeito contrário sobre a receita, ou seja, a
RT diminuirá. Não entraremos em detalhes, mas o preço a partir do qual
a receita começa a diminuir coincide exatamente com o ponto médio da
curva de demanda na forma de uma reta.
Como vimos na Aula 4, se a redução dos preços diminui a receita
total, então nessa faixa a elasticidade de preço da demanda é menor do
que um. Novas reduções de preços implicarão acréscimos pequenos nas
CEDERJ 67
Análise Microeconômica | O fator lucro
Figura 11.4: A curva de demanda e a receita total, sem a hipótese de preço constante.
68 CEDERJ
11
AULA
Figura 11.5: Níveis lucrativos de produção na hipótese de preços variáveis.
LUCRO MÁXIMO
RT = f(q) (3)
CT = g (q) (4)
CEDERJ 69
Análise Microeconômica | O fator lucro
L = z (q) (5)
1º passo:
L (q) = RT(q) – CT (q) (6)
2º passo:
Vamos derivar a equação lucro, cuja expressão é:
dL dRT dCT
= − =0 (7)
dq dq dq
70 CEDERJ
da receita total e do custo total. Nesta última, a derivada do custo em
11
relação à quantidade é o custo marginal, estudado na Aula 9 da nossa
AULA
disciplina. Como vimos lá, é a variação do custo total, quando varia a
produção em uma unidade ou na menor margem possível de variação.
Resta apresentar a derivada da receita total, a chamada receita marginal.
Assim, a equação (7) pode ser reescrita como:
dL
= Rmg − Cmg = 0 (8)
dq
CEDERJ 71
Análise Microeconômica | O fator lucro
72 CEDERJ
Assim, se a empresa visa ao lucro máximo, tenderá a diminuir sua produção
11
se o custo marginal for menor do que a sua respectiva receita marginal.
AULA
Bem, se a empresa estará estimulada a aumentar a produção quan-
do a receita marginal for maior que o custo marginal e a diminuir, no
caso de a receita marginal apresentar valor menor que o custo marginal,
então, por lógica, apenas no ponto em que essas duas variáveis forem
iguais é que teremos uma posição de estabilidade na produção, no caso,
de lucro máximo. Moral dessa bela história: se a empresa está no ponto
de produção em que o lucro é o maior possível (lucro máximo), a receita
marginal tem o mesmo valor que o seu respectivo custo marginal, tal
qual vimos pelo processo admirável das derivadas.
Uma advertência! Lucro máximo não é o mesmo que dizer que
o lucro seja alto. Pode ser um lucro de baixo valor monetário. Dadas
as condições do momento acerca de preços, custos, vendas etc., o lucro
máximo possível pode ser baixo. Pode até ser o lucro máximo uma situ-
ação de menor prejuízo. Nesse caso, vamos dizer que o ponto de lucro
máximo (o máximo que se pode fazer do ponto de vista do lucro) é na
verdade o prejuízo mínimo.
Vamos a um exemplo teórico e detalhado de como se pode extrair
o ponto de lucro máximo, a partir das curvas de receita e de custo mar-
ginais. Imagine uma empresa com a estrutura de custos definida por
uma equação como:
CT = q3 – 3,5q2 + 7 q + 50 (10)
A equação (10) é a curva de custo total. Por sua vez, essa empresa
pode vender ao preço de R$ 5, a unidade. Vamos extrair o ponto de
produção em que o lucro é máximo e o valor desse lucro. Como sabemos,
no ponto de produção de lucro máximo, a receita marginal é igual ao
custo marginal. Vamos determinar essas variáveis e igualá-las, assim,
teremos, dadas as condições de custos e receitas, a produção geradora
de maior lucro. Vejamos:
CEDERJ 73
Análise Microeconômica | O fator lucro
RT = 5q
∆RT ∆5q
Rmg = = =5
∆q ∆q
dCT
Cmg = = 3q 2 − 7q + 7
dq
5 = 3q2 – 7q + 7
3q2 – 7q + 2 = 0
−b ± b2 − 4ac
x=
2a
7 ± 49 − 24
q=
6
74 CEDERJ
Na realidade, o resultado dessa equação gerou dois valores de q.
11
Como regra (sem exceção), você pode considerar a quantidade de maior
AULA
valor numérico, por uma razão demasiadamente teórica para nossos propó-
sitos, o que, em razão do nosso espaço de aula, optamos por não justificar.
Da mesma forma, observe o que está escrito no enunciado do item c. Foi,
utilizada a palavra presunção. Isso porque com todo o rigor necessário, não
poderíamos dizer que a simples observação de que Rmg = Cmg já seria sufi-
ciente para termos o ponto de lucro máximo. A rigor, teríamos de confirmar
tal ponto, analisando a segunda derivada, o que também não fazemos por
conta do nosso espaço de aulas e dos nossos objetivos, tendo em vista ser
esta uma aula voltada para a graduação do curso de Administração.
Atividade 1
Um empreendedor estima que a estrutura de custos para o intervalo de produ- 4
ção de zero a 5 (em lotes de cem unidades) será algo como a curva de custo,
1
CT = − q3 + 2q 2 + 6q .
3
Seu empreendimento é pequeno, ele sabe que suas ações de produção não afetam o
mercado. Portanto, pode vender o que quiser ao preço de mercado, que é invariavelmente
R$ 10. Pede-se:
1. Como ele objetiva alcançar o máximo lucro, qual seria o nível de produção para tal?
CEDERJ 75
Análise Microeconômica | O fator lucro
2. Sabemos que nem toda nova empresa consegue lucros assim tão facilmente. Às
vezes, mesmo dando o melhor de si, acaba tendo de fechar as portas. Verifique se o
ponto de produção é mesmo de uma maximização efetiva de lucro ou uma situação
de minimização de prejuízo.
Resposta Comentada
1. Temos um tratamento de custos dado por equação. Para achar o ponto de
produção de maximização de lucros, vamos igualar a expressão da receita
marginal com o custo marginal.
Rmg =10
dCT
Cmg = = − q2 + 4q + 6
dq
Rmg = Cmg
10 − q 2 + 4 q + 6
Rmg = Cmg
10 = − q 2 + 4 q + 6
−q 2 + 4 q − 4 = 0
1 3
O custo total é CT = − q + 2q 2 + 6q = − 2,67 + 8 +12 = 17, 33 .
3
76 CEDERJ
RECEITA MARGINAL DECRESCENTE
11
Acabamos de abordar a situação de receita marginal constante,
AULA
todavia, devemos considerar o caso da receita marginal decrescente.
Isto é, ao vender uma unidade adicional, a receita marginal diminui. A
curva de demanda decrescente vem justamente demonstrar que o preço
diminui quando se quer vender mais, o que pode resultar em queda de
receita marginal. A demanda compra mais uma unidade quando o preço
cai. Como ilustração, veja a Tabela 11.3:
CEDERJ 77
Análise Microeconômica | O fator lucro
Figura 11.6: Relação gráfica entre curva de demanda, receita total e receita marginal.
78 CEDERJ
Utilizamos a palavra “teoricamente”, pois, na prática, nenhum empresá-
11
rio, almejando o lucro máximo, admitiria baixar os preços para receber
AULA
menos. A receita marginal no trecho negativo é estímulo para o empre-
sário aumentar o preço, pois aumentando-o, a receita total irá aumentar,
conforme o conteúdo do boxe explicativo a seguir.
Receita marginal
negativa: é possível?
A receita marginal é possível em uma situa-
ção temporária, não em uma situação de produ-
?
ção estabilizada ou de equilíbrio. Isto é, o empresário
maximizador de lucro não escolhe o nível de produção em
que a respectiva receita marginal esteja com valor negativo.
Estando em um trecho de produção em que economicamente a
receita marginal está negativa, o administrador tratará de reduzir
a produção, pois sua receita e seu lucro aumentarão. Observe dados
numéricos criados na tabela a seguir:
CEDERJ 79
Análise Microeconômica | O fator lucro
Atividade 2
Uma empresa objetiva maximizar lucros. A demanda do mercado em que atua 3 4
Resposta Comentada
a) Para determinar o lucro, precisamos igualar a expressão da receita marginal
à expressão do custo marginal. Em seguida, extrair a quantidade resultante dessa
igualdade. A receita marginal (Rmg) é a derivada da receita total. A receita total
(RT) é o preço multiplicado pela quantidade; portanto, se temos a equação de
preços, basta multiplicá-la pela variável quantidade para termos a receita total:
p = 14 – 2q.
RT = pq = 14 q – 2q2.
dRT
Rmg = =14 − 4 q
dq
O custo marginal é a derivada do custo total:
dCT
Cmg = = 4q + 2
dq
Rmg = Cmg → 14 – 4q = 2q + 2 → q = 2
Portanto, a empresa maximiza o lucro ao produzir 2 unidades.
80 CEDERJ
11
c) Para achar o lucro, basta substituir os valores de p e q encontrados na
AULA
equação de lucros:
L = RT – CT = 14 q – 2 q2 – q2 – 2q = 28 – 8 – 4 – 4 = 12.
CEDERJ 81
Análise Microeconômica | O fator lucro
82 CEDERJ
Atividade 3
11
AULA
Uma empresa tem uma curva de demanda, formulada pela equação: q = a – 2
bp, onde o parâmetro b representa o coeficiente do preço sobre a quantidade
demandada e a o coeficiente que representa todos os fatores que afetam a demanda
exceto o preço. No momento, a empresa está adotando a política de vender o máximo
possível, mas desde que não tenha prejuízo. Infelizmente, por alguma razão, o poder
aquisitivo dos consumidores cai.
Aponte graficamente se haverá ou não alguma alteração do ponto de produção dessa
empresa, considerando que esta ainda persiste em maximizar o valor de suas vendas
enquanto não sofrer prejuízo.
Resposta Comentada
Apenas precisamos lembrar o efeito de uma queda de renda na curva de
demanda e depois ajustá-la na curva de receita total da empresa. Se a renda
cai, a curva de demanda desloca-se para baixo, comprimindo a curva de receita
total, conforme ilustra o gráfico. Na equação da demanda, tal efeito recai sobre o
parâmetro a, que passará a representar um valor menor. Percebe-se que o novo
ponto a ser alcançado é o q’’*; portanto, uma produção menor do que era o ponto
q’’. Assim, mesmo que o interesse não seja exatamente o lucro, a produção irá
diminuir pelo fato de o resultado da demanda sofrer uma alteração desfavorável.
CEDERJ 83
Análise Microeconômica | O fator lucro
Sociedade
empresária
É a pessoa jurídica
constituída para
exercer atividade
econômica organiza-
da para a produção
ou circulação de
bens e serviços. O
capital social da
sociedade é integra-
lizado por um grupo
de membros, os cha-
mados sócios mem-
bros. Em linguagem
popular, é a empresa
composta por sócios. MAXIMIZAÇÃO DAS VENDAS SUJEITA A UM MÍNIMO DE
LUCRO
Sociedade
anônima Grandes empreendimentos empresariais, como normalmente são
É a espécie de socie- caracterizadas as s o c i e d a d e s empresárias do tipo s o c i e d a d e anônima
dade empresária cujo
capital social é cons-
(S.A.), podem almejar o crescimento de sua participação do mercado, mas
tituído por ações. Os depois de alcançado um determinado nível de lucro. Afinal, em uma S.A.,
sócios (acionistas)
têm responsabilidade o lucro é o dividendo que precisa ser distribuído entre os acionistas, além,
limitada aos valo-
res de suas ações. é claro, de constituir-se em fonte de recursos para novos investimentos.
A constituição é Assim, é possível a uma S.A. ter o objetivo de maximizar vendas
dada por estatuto,
em conformidade após a realização de um mínimo de lucro. A Figura 11.8 ilustra a situação.
com a Lei 6.404, de
1976. A Comissão O conselho administrativo determina o mínimo de lucro, digamos, L*.
de Valores Mobiliá-
Enquanto os lucros forem menores, tudo que a empresa fará será maxi-
rios (CVM) regula,
autoriza e fiscaliza as mizar o lucro até alcançar aquele valor (L*), contudo, após atingir esse
sociedades econômi-
cas de capital aberto. valor, a ideia é produzir o máximo possível. Se as condições do mercado
84 CEDERJ
(demanda, concorrência etc.) resultam em função lucro como a da Figura
11
11.8, fica fácil perceber a meta para a produção. Produzir-se-á ao nível
AULA
q’’. Este é o ponto de maximização de vendas que satisfaz a realização de
lucros exigida. Observe que o ponto de produção q* é o de maximização
de lucros. Abre-se mão de um lucro maior porque há o interesse de uma
maior participação de mercado (os executivos gostam de mostrar aos
acionistas que a empresa “cresceu”!).
Atividade 4
O executivo profissional (aquele que não faz parte do quadro societário das 1
empresas) acredita ser de grande relevância aumentar tanto quanto for possível
a participação da empresa no mercado em que atua. Afinal, isso lhe conferirá prestígio
no mundo empresarial e, certamente, ele despontará como o executivo do ano. No
entanto, a assembleia de acionistas decidiu uma margem mínima de lucros (L*) para
o ano X. Considere o gráfico a seguir, que aponta para o ano X as condições de lucro
e o patamar mínimo de lucro exigido. Analise a situação em torno dos objetivos dos
acionistas e da maximização das vendas. A empresa maximizará as vendas ou o lucro?
CEDERJ 85
Análise Microeconômica | O fator lucro
Resposta Comentada
Como se observa, a taxa mínima de lucros exigida é maior do que a capacidade
da empresa para tal. Nesse caso, tudo que resta ao executivo é levar a produção
até o ponto de máximo de lucro, ponto q*. Sendo assim, o objetivo de
maximizar vendas é posto de lado.
86 CEDERJ
prática de preços predatórios. Antes de mais nada, é muito importante
11
ressaltar a ilicitude de tal conduta empresarial. No Brasil (e em mais
AULA
de 100 países), há leis para punir empresas em ações desleais; no caso,
tomar uma atitude de vender a preço abaixo de custo com a intenção
de causar danos a seus concorrentes.
Assim, passamos a definir preço predatório. Preço predatório
é a política de uma empresa (predadora) de vender suas mercadorias,
adotando preços abaixo do custo, com a finalidade de eliminar seus
concorrentes, isto é, os consumidores procurarão produtos da firma com
menor preço. Ou as concorrentes passam a reduzir seus preços, o que
as levaria a auferir prejuízo, ou vão perder clientes até o ponto de não
mais poderem continuar a produção.
A empresa predadora adota essa estratégia ao estar convicta de
que tem mais condições de suportar prejuízos do que as demais. Algo
como se uma pessoa, sabendo da superioridade de fôlego em relação a
uma terceira (inimiga), pulasse de um barco para o fundo do mar com
ela abraçada. Portanto, a empresa predadora teria prejuízo junto com as
demais, mas, em razão da sua superioridade em capacidade econômica,
supõe-se que as outras entrarão em colapso financeiro, o que trará o
mercado só para ela. Nessa fase, a predadora voltaria a estabelecer os
preços de antes, quiçá mais elevados ainda, pois agora teria menos rivais,
na posição, quem sabe, de única no mercado.
Você já percebeu que é uma aposta quanto ao tempo? Percebeu
também que, na verdade, a predadora não está com o objetivo de prejuí-
zo, apenas o aceita, para ter lucros ainda maiores no futuro? A indagação
é: vale a pena ter prejuízo para depois auferir um lucro maior? Ora, isso
vai depender do tamanho e da extensão do prejuízo, comparados ao que
se espera receber de acréscimos de lucros no futuro. A Figura 11.9 traz a
questão, observando a duração de tempo como um fator fundamental ao
sucesso dessa estratégia de preços (lembre-se, ilícita). Vimos por parte da
empresa predadora a política de praticar preços incrivelmente baixos por
um período de tempo suficientemente longo para causar a expulsão de seus
concorrentes no mercado. Nesse intervalo de tempo, o predador sabe dos
seus prejuízos (lucros negativos), supondo o período t*. Após esse estágio,
os concorrentes sucumbem (abandonam o mercado). Eis o momento em
que o predador poderá elevar seus preços a níveis até mais altos do que
antes da ação predatória, posto que não terá os concorrentes; portanto,
terá níveis de lucros superiores aos de antes da prática ilícita.
CEDERJ 87
Análise Microeconômica | O fator lucro
88 CEDERJ
2) Caso o concorrente não tenha acesso a financiamento nacional
11
ou internacional para suportar o prejuízo, na hipótese de saber que está
AULA
havendo preço predatório e que esta prática é transitória.
CEDERJ 89
Análise Microeconômica | O fator lucro
90 CEDERJ
Se o indivíduo comprou a ação por R$ 10 e a vendeu por R$ 6,
11
sofreu prejuízo de R$ 4 por ação. Se tivesse vendido no primeiro dia
AULA
seguinte à compra, o prejuízo seria de R$ 1; portanto, teria tido um
lucro de R$ 3, pois o prejuízo de R$ 1 é bem melhor do que o prejuízo
de R$ 4. Se ele demorar a vender e a tendência do preço da ação for de
queda, maior será o seu prejuízo.
Em síntese, temos duas acepções para o lucro. Há o lucro históri-
co e o lucro em perspectiva. Lucro histórico é aquele medido em razão
do que se gastou e vendeu. O lucro em perspectiva despreza qualquer
medida de gastos do passado. Leva em conta o que pode vir pela frente.
Uma frase aduz o lucro em perspectiva: “O que passou, passou!” Nessa
acepção, o importante é olhar para a frente, estimar tendências sobre os
preços e mercados. No caso do exemplo, se no dia seguinte o preço está
em R$ 9, o importante é saber o que virá pela frente. Ao ficar preso no
preço histórico (decisão de não vender porque pagou anteriormente um
preço maior), o prejuízo pode ser ainda pior.
Várias são as interpretações para o lucro. Ao se estudar contabi-
lidade de empresas, estuda-se lucro bruto, lucro líquido, lucro pré e pós
impostos, lucro real, lucro presumido. Enfim, são diversos tipos do gênero
lucro, importante para quem vai gerenciar e administrar uma empresa.
Atividade 5
Uma empresa industrial tem capacidade e recursos para produzir quatro tipos de 5
bicicletas: com marcha (A); com rodinhas de alumínio (B), com freio a disco (C);
com bagageiro (D). Pesquisas de mercado apontam os seguintes rendimentos líquidos
anuais: A = R$ 500; B = R$ 500, C = R$ 300, D = R$ 200.
Observação: considere rendimento líquido como a receita deduzida dos custos explícitos
ou contábeis.
Responda:
a) Qual o lucro econômico da empresa ao optar pela produção apenas de C?
CEDERJ 91
Análise Microeconômica | O fator lucro
c) Suponha que o rendimento líquido de A fosse R$ 100, qual seria a resposta da letra b?
Resposta Comentada
a) O lucro econômico na opção C será dado pela observação do rendimento líqui-
do com o respectivo custo de oportunidade nessa opção. Ao decidir por C, o custo
de oportunidade, isto é, o maior valor alternativo que poderia ser auferido, seria de
R$ 500. Como foi de R$ 300, o lucro econômico é de – R$ 200 (R$ 300 – R$ 500).
Assim, apesar de a empresa receber um lucro de R$ 300, deixa de receber
R$ 200 do mercado por não produzir uma bicicleta que teria condições de fazê-lo.
b) Na opção B, o custo de oportunidade é R$ 500. Ao comparar com o que se
recebe, o lucro econômico totaliza zero. Isto informa que a empresa negocia um
produto que lhe traz a mesma rentabilidade que a melhor alternativa existente traria.
c) Nesse caso, o custo de oportunidade passaria para R$ 300, o que resulta em
lucro econômico de R$ 200 (R$ 500 – R$ 300), isto é, a empresa está na atividade
mais rentosa que lhe é possível. A segunda melhor atividade lhe traria um
rendimento líquido em valor inferior a R$ 200.
CONCLUSÃO
92 CEDERJ
Em geral, as empresas têm como objetivo a maximização do
11
lucro. No entanto, outras motivações podem estar presentes, como a
AULA
maximização de vendas, além do lucro; todavia, a inexistência do lucro
irá decretar mais cedo ou mais tarde a saída da empresa do mercado.
Atividade Final
Início de ano: os diretores da empresa Lucro Vem Ltda. reúnem-se para 1 2 4 5
discussão sobre os rumos dessa organização. Na pauta, os seguintes temas:
CEDERJ 93
Análise Microeconômica | O fator lucro
Resposta Comentada
1. Maximização do lucro ou das vendas.
Pelo que se observa, o lucro precisa ser no mínimo igual a R$ 1.000. A maximização
das vendas condicionada a essa faixa de lucro pode ser alcançada produzindo-se 150
unidades. Se maximizar o lucro, a meta será produzir 120 unidades; portanto, um ou
outro pode ser alcançado. A vantagem da maximização das vendas está em se ter uma
empresa com maior participação no mercado, o que lhe confere maior prestígio social
por ter mais produtos no mercado, mais empregos etc. A vantagem da maximização do
lucro são os lucros mais altos. Estes podem ser distribuídos aos sócios e/ou reinvestidos.
RESUMO
94 CEDERJ
11
AULA
recebidas. O lucro econômico envolve o conceito de custo de oportunidade. O
lucro econômico positivo sinaliza que, considerando os seus recursos, a empresa
está produzindo o produto mais rentável dentre todas as suas opções possíveis.
Se o lucro econômico é zero, a interpretação é de que pode estar havendo o lucro
contábil, no entanto, existe outra possibilidade de produção de igual lucratividade.
Se o lucro econômico é negativo, existe alternativa produtiva que, se escolhida,
poderia apresentar um lucro contábil maior.
Há diversas formas de interpretar o lucro. Para fins de tomada de decisão, uma
delas é a percepção de que o lucro deve ser avaliado em perspectiva. Nesse caso,
devemos considerar os gastos e receitas que estarão por vir, em vez daqueles que
já se realizaram.
CEDERJ 95
12
AULA
O mercado competitivo
Cleber Ferrer Barbosa
Meta da aula
Analisar o comportamento de uma empresa,
quanto à decisão de preço e de produção em um
ambiente de alta competição.
objetivos
Pré-requisitos
Esta aula utiliza a representação gráfica dos
custos e receita de uma empresa, e o conceito de
maximização de lucros, estudados nas Aulas 9,
10 e 11. A lembrança desses pontos ajudará para
uma fácil leitura dos tópicos desta aula.
Análise Microeconômica | O mercado competitivo
ESTRUTURA DE MERCADO
98 CEDERJ
a palavra estrutura tem o significado de “disposição e ordem das partes
12
de um todo”. Há também uma segunda acepção como “o conjunto das
AULA
partes de uma construção que se destina a resistir a cargas”.
O mercado, que é o grande contexto de realização da produção,
transporte, comercialização, negociação de um ou mais produtos ou
serviços, é estruturado a partir de algumas considerações. São as consi-
derações de ordem tecnológica, econômica, institucional e sociológica. As
questões institucionais são exemplificadas pelas leis (direito empresarial
e do consumidor) e a forma como são julgados os processos judiciais,
bem como a esfera sociológica (por exemplo, a formação cultural da
sociedade) são temas deveras importantes. Todavia, tendo em vista
nossas limitações de conteúdo programático, nós nos concentraremos
nas duas primeiras abordagens: as partes tecnológica e econômica, para
caracterizar as estruturas de mercado.
Como ilustramos na introdução desta aula, as empresas podem ser
grandes ou pequenas. Determinado setor industrial (mercado industrial)
pode apresentar uma quantidade de grandes empresas bem diferente de
outro tipo de setor industrial. Por exemplo, o número de grandes empre-
sas automobilísticas é bem diferente do número de grandes empresas do
setor têxtil. As características técnicas ou econômicas de um mercado
podem ser bem diferentes, a ponto de distinguir um mercado do outro,
o que enseja entender estruturas de mercados diferentes.
Desse modo, a estrutura de mercado representa as características
de ordem econômica e tecnológica que bem definem um determinado
segmento produtivo. Resta saber quais são as características tecnológicas
e econômicas.
As questões tecnológicas são as ligadas à função de produção: Trabalho qua-
lificado
a forma em que são constituídos os custos de produção; onde e como
É aquele em que,
conseguir os fatores de produção; a necessidade ou não de trabalho para ser realizado, é
preciso um mínimo
qualificado, se a matéria-prima é abundante, se a técnica de produção de horas de apren-
é barata, se os custos fixos são elevados ou não etc. dizado. Há graus de
diferenciação para
As considerações de ordem econômica são aquelas ligadas ao trabalho qualificado.
Em regra, o trabalho
próprio mercado, à verificação do perfil dos consumidores quanto ao de um profissional
aspecto de renda e ao grau de preferência por marca ou não dos pro- de cirurgia cardíaca
exige um mínimo de
dutos suscetíveis à propaganda, às características do produto quanto à horas de treinamento
diverso daquele apto
propensão de surgimento de produtos substitutos e à facilidade ou não à cirurgia de extra-
ção de um dente.
de novas empresas ingressarem na produção, afetando a concorrência etc.
CEDERJ 99
Análise Microeconômica | O mercado competitivo
100 CEDERJ
12
Cabe uma observação
?
AULA
acerca da nomenclatura de termos
utilizados nesta aula. Por exemplo, são sinô-
nimas as palavras “empresa” e “firma”. Empresa ou
firma representam a unidade de produção, voltada para o
interesse do lucro. Por sua vez, “indústria” representa o total
de empresas constituintes de um mercado. A indústria é, portanto,
a soma de todas as empresas (firmas) participantes do mercado. O
quadro a seguir dispõe, lado a lado, os termos por nós admitidos como
de mesmo significado. Vale ressaltar que, a rigor, tais termos possuem dife-
renças conceituais. Para fins didáticos, os tomamos como equivalentes.
Termos utilizados como sinônimos nesta aula:
Firma = Empresa
Concorrência pura = Concorrência perfeita
Empresa em concorrência pura = Empresa ou firma competitiva
Produtor = Vendedor
Oferta agregada = Oferta de mercado
Demanda agregada = Demanda de mercado
Oferta da indústria = Oferta de mercado
Lucro econômico positivo = Lucro econômico extraordi-
nário
Lucro econômico zero = Lucro normal
Preço de mercado no longo prazo = Preço de equilíbrio de merca-
do no longo prazo
renciação de conteúdo ou forma entre eles. Produtos sem diferenciação Poder que uma parte
tem para negociar
são denominados homogêneos. com a outra, normal-
Os consumidores desses produtos também são inúmeros. Cada mente exercido sobre
preços, condições de
um compra apenas uma pequena porção do total que é levado ao financiamento, pra-
zos de entrega dos
mercado. Assim, nenhum consumidor dispõe de p o d e r de barganha produtos etc.
na hora das compras.
CEDERJ 101
Análise Microeconômica | O mercado competitivo
102 CEDERJ
tudo que levou. Os consumidores conhecem o preço que é vendido no local
12
em que você está. Assim é o preço de um mercado em concorrência pura.
AULA
Pelo mencionado, a empresa no mercado de concorrência, peque-
na, não “faz” o preço. Tudo se passa como se o preço fosse constante.
Ela “toma” o preço, isto é, o preço é dito tomado pela empresa. Diz-se
que o empresário de uma firma em concorrência (pura) é “t o m a d o r de A expressão t o m a -
dor de preço (price
p r e ç o ”. A expressão em inglês é com alguma frequência empregada por taker) expressa a
incapacidade de uma
consultores econômicos brasileiros: price taker.
empresa influenciar
A questão de preço constante para a firma em concorrência per- o preço de mercado.
O preço para ela é
feita é de fundamental importância para definir esse mercado. Você pode uma constante. Ela
não tem qualquer
observar que, à exceção da hipótese da livre entrada e saída das firmas poder para modificar
nesse mercado, todas as outras bastam para constituir rapidamente essa o preço que já está
estabelecido pelo
presunção: ninguém no mercado consegue afetar o preço de mercado. mercado.
CEDERJ 103
Análise Microeconômica | O mercado competitivo
?
A classificação da
micro, pequena, média e grande
empresa no Brasil
O CURTO PRAZO
104 CEDERJ
pequena empresa, pode vender tudo que produziu ou não vender nada,
12
sem que venha a alterar o preço de mercado. Cada uma das inúmeras
AULA
empresas ali constituídas possui tal característica. Como vimos, elas são
do tipo price taker, tomadora de preço. Pois bem, a pergunta que você
pode estar querendo fazer é: se nenhuma firma “diz” o preço, quem então
estipula o preço que vigora no mercado, o chamado preço de mercado?
A resposta disso é tão simples como vaga: é o mercado!
O preço de mercado é dado pela forças de oferta e demanda, tal
como estudamos na Aula 2. Do total de ofertantes e demandantes que
levam suas aspirações (de compra e venda) ao mercado, chega-se após
certo período de tempo a um determinado preço. Esse é o preço de mer-
cado (de equilíbrio) que cada firma tomará como dado, isto é, como de
valor constante. A Figura 12.1 faz a ilustração.
CEDERJ 105
Análise Microeconômica | O mercado competitivo
106 CEDERJ
A PRODUÇÃO E O LUCRO DE CURTO PRAZO
12
Como o preço é uma variável que permanece constante, a atenção
AULA
da empresa estará voltada para os custos. A receita, que é o produto dos
bens vendidos, altera-se apenas pela quantidade vendida. Para vender, é
preciso arcar com os custos de produção. Assim, cada unidade a ser colo-
cada à venda será observada com o seu custo adicional para produzi-la.
Se o custo adicional da produção dessa unidade for menor que o preço
de mercado, valerá vendê-la. Em caso contrário, não.
Ora, estamos falando de custo marginal e receita marginal,
estudados na aula anterior. Lá, aprendemos a regra da maximização
de lucros: a produção será tal que a receita marginal será igual ao seu
associado custo marginal.
No caso da concorrência pura, o preço é constante, gerando uma
receita marginal também constante e igual ao preço (consulte a seção
“Equação do lucro” na Aula 11). Em linguagem gráfica, a determinação
do nível de produção que maximiza o lucro é de fácil identificação.
A Figura 12.2 mostra a receita marginal e o custo marginal da
empresa em regime de concorrência pura. Suponha que o preço de mer-
cado seja $ 7. A receita marginal é constante e igual ao preço. O custo
marginal assume a forma geral, como vimos na Aula 9. Assim, a produ-
ção de 6 unidades será a quantidade que se desejará levar ao mercado,
pois proporciona o maior lucro possível dadas as condições de mercado.
CEDERJ 107
Análise Microeconômica | O mercado competitivo
108 CEDERJ
12
AULA
Figura 12.3: O lucro de uma firma em concorrência pura.
CEDERJ 109
Análise Microeconômica | O mercado competitivo
110 CEDERJ
12
AULA
Figura 12.5: Situações de prejuízo e lucro zero no curto prazo.
Atividade 1
Em Muriqui, pequena cidade do interior do Rio, há muitos e pequenos 1 2
Quantidade
Preço Receita total Receita marginal Custo total Custo marginal Lucro
de cocadas
1 5 10 – -5
2 5 15 -5
3 5 19 -4
4 5 22 -2
5 5 24 1
6 5 27 3
7 5 32 3
8 5 38 2
9 5 45 0
10 5 54 -4
CEDERJ 111
Análise Microeconômica | O mercado competitivo
d) analisar se seria um bom negócio algum produtor vender seu produto abaixo do
preço de mercado, digamos, $ 4.
Resposta Comentada
a) Para a resposta desse item, basta seguir os conceitos: receita total é a multi-
plicação de preços com quantidades vendidas; receita marginal é a variação da
receita total, mediante uma unidade adicionalmente vendida; e custo marginal
consiste na variação de custos, devida à variação de uma unidade na produção.
Assim, a tabela completa é:
Quantidade
Preço Receita total Receita marginal Custo total Custo marginal Lucro
de cocadas
1 5 5 5 10 – -5
2 5 10 5 15 5 -5
3 5 15 5 19 4 -4
4 5 20 5 22 3 -2
5 5 25 5 24 2 1
6 5 30 5 27 3 3
7 5 35 5 32 5 3
8 5 40 5 38 6 2
9 5 45 5 45 7 0
10 5 50 5 54 9 -4
b) O nível de produção que maximiza o lucro será aquele em que a receita mar-
ginal iguala o custo marginal. Há dois níveis de produção com tais resultados. Ao
observar a coluna do lucro, observa-se que somente o nível de produção com sete
unidades representa o lucro máximo; portanto, a resposta do item.
c) Pelo enunciado da atividade, temos fortes evidências do que seja um mercado
competitivo, isto é, de concorrência pura. Vejamos: o produto é praticamente
idêntico, pois se afirma que são de mesma forma e qualidade. Os vendedores
são pequenos, isto é, sua produção é pequena em vista do tamanho do
mercado. O local de vendas é de pouco espaço, tendo em vista ser
uma rua de praia de uma pequena cidade do interior.
112 CEDERJ
12
Essas são as características que nos permitem a pensar em um mercado com
AULA
feições de concorrência.
d) Não seria um bom negócio. Se ele viesse a produzir ao preço de $ 4, venderia
rapidamente tudo o que levasse ao mercado. Todavia, dada a sua estrutura
de custos, teria prejuízo para qualquer nível de produto possível. Observe por
exemplo se, ao produzir as 7 cocadas, ele resolve vendê-las por tal preço. Rece-
beria $ 28 de receita total, mas teria $ 32 de custo total.
CEDERJ 113
Análise Microeconômica | O mercado competitivo
Figura 12.6: A oferta da firma no curto no prazo coincide com parte da curva de
custo marginal.
114 CEDERJ
O LUCRO E O PREJUÍZO DA FIRMA NO CURTO PRAZO
12
Se uma firma está auferindo lucros, até que se argumente ao con-
AULA
trário, ela está bem. E em uma situação de prejuízo, ela deve abandonar
suas atividades, isto é, desistir desse mercado? Ela continua a produzir
mesmo com o prejuízo ou nada produz?
Vamos enfrentar essa situação, vale dizer, bastante intuitiva e
recorrente no mundo dos negócios!
Se a empresa dá o melhor de si, isto é, produz com eficiência e na
quantidade ideal (Rmg = Cmg) e ainda assim tem prejuízo, ela deve ave-
riguar como está o mercado. Se o prejuízo é causado por uma demanda
momentaneamente baixa, por exemplo, uma condição climática desfa-
vorável ao consumo do produto, isso induz a concluir que o prejuízo é
temporário, um fator de curto prazo. Provavelmente, quando cessar o
problema que está mitigando a demanda, a situação de prejuízo pode
desaparecer. Vejamos esse ponto com o auxílio da Figura 12.7.
Por alguma razão, digamos, a população enfrenta um período de
baixos salários. Isso leva a demanda de mercado a uma posição muito
baixa como seria a demanda D’. Com essa demanda de mercado, o preço
de mercado é dado por pe. Esse preço representa a curva de demanda
horizontal para cada uma das empresas. Logo, essa curva de demanda
é a própria receita marginal para a firma, como vemos na parte B da
Figura 12.7.
Como sabemos, o ponto de maximização de lucros é determinado
ao se verificar a igualdade entre receita marginal e custo marginal, o que
implica na quantidade qe. Vemos que é essa uma posição de prejuízo,
pois nesse ponto o custo médio é maior do que o preço. Portanto, a
empresa está no menor prejuízo, pois, se ao produzir, esse seria o melhor
resultado, então, temos o prejuízo mínimo.
CEDERJ 115
Análise Microeconômica | O mercado competitivo
Como a firma está no curto prazo, esse prejuízo pode ser passa-
geiro. Ela pode esperar um restabelecimento da demanda de mercado de
forma a alcançar um nível tal como em D’’. Nesse ponto, observa-se um
novo preço de mercado, pe’’, gerando uma lucratividade dada pelo preço
maior do que o custo médio ao nível de produção em qe’’. Se houver essa
perspectiva, a empresa, certamente, poderá aguardar os bons ventos de
uma nova demanda, em vez de encerrar suas atividades.
Considerando a esperança em ver o mercado prosperar de forma a
obter lucros, ela tem uma decisão a pensar, enquanto está com prejuízo.
Ela pode operar com prejuízo ou nada produzir. O que seria melhor?
A resposta é dada em termos de onde é menor o prejuízo. Seria
nada produzindo ou produzindo alguma coisa? Quando a empresa
produz e vende com prejuízo, qual é parte dos custos que não consegue
cobrir com o faturamento obtido ao vender? Lembre-se que a empresa
assume os gastos fixos e os variáveis. Os variáveis são pagos à medida da
realização da produção. Já os custos fixos são pagos, produzindo ou não.
Suponha uma empresa com gastos fixos de $ 50. Ao produzir no
ponto de maximização de lucro, os gastos variáveis totalizam $ 100. Se
a receita associada é de $ 120, ela tem um prejuízo de $ 30. Ela está no
curto prazo e acredita que, depois de um certo tempo, conseguirá ter
lucro. Enquanto esse lucro não vem, ela pode nada produzir ou perma-
necer produzindo com tal prejuízo. Qual a melhor alternativa?
Como os custos fixos são pagos, mesmo se nada produzir, ela
deverá optar por produzir com o prejuízo de $ 30. Afinal, se nada pro-
duzir, não terá custo variável, mas terá um prejuízo de $ 50, causado
pela despesa com os custos fixos.
116 CEDERJ
Em termos algébricos, se a empresa produz, a receita total e o
12
custo variável têm valores positivos:
AULA
Lu (q>0) = RT – CF – CV = pq – CF – wL,
onde:
Lu = > lucro;
w = > o salário;
L = > quantidade de trabalho;
p = > preço;
q = > quantidade produzida;
RT = > a receita total como produto do preço pelas quantidades (pq);
Lu (q>0) = > lucro para determinado nível positivo de produção.
CEDERJ 117
Análise Microeconômica | O mercado competitivo
O LONGO PRAZO
118 CEDERJ
Portanto, o longo prazo é o período em que ou as novas empre-
12
sas podem entrar no mercado, ou as que já estão podem deixar suas
AULA
atividades produtivas. Assim, é dito o mercado do tipo concorrência
pura, como um mercado livre no sentido de qualquer um poder entrar
(produzir) ou sair desse mercado. Não há restrições à entrada ou saída
de firmas. Esse conceito é derivado do que seja o longo prazo. Afinal, a
entrada ou saída de firmas envolve uma alteração em todos os fatores
de produção, tal como o conceito no sentido restrito é compreendido.
Qual seria a diferença entre o curto e o longo prazo para as
empresas envolvidas em um mercado típico de concorrência pura? A
principal diferença se dá acerca da lucratividade da firma. No curto
prazo, vimos que uma ou mais empresas podem experimentar lucro ou
prejuízo. Entretanto, no longo prazo, vamos compreender algo que de
início pode parecer inusitado, mas se você ainda não percebeu, logo verá
que é lógico: as empresas terão lucro zero!
CEDERJ 119
Análise Microeconômica | O mercado competitivo
120 CEDERJ
É bem possível que nesse processo de entrada, a superprodução de
12
mercado seja tão grande ao ponto de que a resultante redução de preço
AULA
leve o lucro econômico a um valor negativo. Nesse caso, muitas das firmas
irão se desinteressar por tal mercado, dado o prejuízo. Ao que deixam
o mercado, a curva de oferta irá se deslocar para a esquerda (sentido de
contração da oferta), implicando uma relativa subida de preços. Isso é
um processo; ou seja, enquanto o lucro econômico for positivo, novas
empresas serão atraídas ao mercado. Se o lucro for negativo, o caminho é
inverso; haverá empresas deixando o mercado. Portanto, pelo que decorre
da lógica, somente quando o lucro for zero é que haverá estabilidade de
preços e produção. Eis o equilíbrio de mercado na concorrência pura.
Atividade 2
Em um determinado ano da década de 1980, alguns pequenos 3 4 5
CEDERJ 121
Análise Microeconômica | O mercado competitivo
Resposta Comentada
A questão induz a supor que nesse negócio havia livre mobilidade de fatores.
Isto é, fácil seria adquirir um botijão de café e vender com cigarro. Praticamente,
qualquer pessoa poderia exercer tal atividade: não havia barreiras à entrada.
Como se observou alta lucratividade, possivelmente superior a um salário liquido
de advogados e engenheiros em inícios de carreira, esses resolveram vender
café. Entrando mais firmas (atividade de vender café), a lucratividade reduziu-se
ao ponto de possivelmente ter levado muitos a experimentarem lucro econômico
negativo, o que certamente deve ter implicado abandono da atividade. Hoje, talvez,
o mercado esteja estabilizado com o nível de lucro normal para tal atividade.
122 CEDERJ
12
AULA
Figura 12.8: Equilíbrio de longo prazo.
CEDERJ 123
Análise Microeconômica | O mercado competitivo
Atividade 3
Se o produto é de fácil fabricação e comercialização, as empresas desse merca- 1 5
Resposta Comentada
Está correta a afirmação. Se o produto é de fácil produção pra qualquer empresa,
não há como auferir alto lucro elevado. Se os lucros forem altos, haverá quem
queira ingressar no mercado para recebê-los também. No limite, os consumidores
poderão, eles mesmos, produzi-los para consumo próprio ou mesmo venderem,
passando, portanto, de consumidores para produtores. Assim, as firmas serão de
pequeno porte, pois os lucros não permitirão grandes instalações. Tem-se nessa
questão a mobilidade de fatores e a homogeneidade do produto como fatores
determinantes ao tamanho da empresa.
124 CEDERJ
PREÇOS E CUSTOS MÉDIOS CRESCENTES OU CONSTANTES
12
Vimos que, se há lucro econômico positivo, firmas entrantes irão
AULA
participar do mercado. Isso impulsionará a oferta agregada do mercado,
isto é, a oferta da indústria e também a aquisição de fatores de produção.
Em outras palavras, se há mais firmas produzindo, há um aumento na
demanda por trabalho, máquinas e todos os demais insumos, necessários
à produção de mercado. Se há essa demanda, duas coisas podem acon-
tecer: o preço dos fatores de produção pode aumentar ou não.
Se aumentar, teremos uma elevação dos custos para cada uma das
firmas que utilizam os fatores. É um aumento na indústria. Cada unida-
de do fator de produção irá custar mais caro. A curva de custo médio
aumentará! Em ilustração gráfica, a curva de custo médio desloca-se para
cima da posição original. Por outro lado, se o aumento da demanda não
for tão forte a ponto de pressionar os preços dos fatores, não haverá
aumento de custos, portanto, a curva de custo médio não se alterará.
Vejamos os efeitos sobre os preços e as quantidades de equilí-
brio para a possibilidade de aumento de custos. Vamos obter auxílio
da Figura 12.9.
O ponto inicial é o ponto de lucro extraordinário, ponto A, de
curto prazo. Nele, o preço de equilíbrio é pe. Haverá uma expansão na
oferta dada pela entrada de firmas atraídas pelo lucro. Para produzir,
contratarão empregados e comprarão máquinas, encarecendo os preços
desses fatores. Daí, o custo médio eleva-se para cada uma das firmas,
passando de Cme para Cme’. Uma vez ocorrido o encarecimento dos
preços dos fatores, a oferta não se expandirá tanto quanto na hipótese
de custos inalterados (pe’=Rmg’).
Portanto, os preços não se reduzirão tanto assim, afinal os custos
subiram. A oferta aumenta, mas até a posição de S2’. Se não houvesse
o aumento de custos, a oferta teria sido deslocada até a posição S2, e os
preços, para pe’. O mercado irá produzir mais do que quando existia o
lucro econômico inicial. Comparativamente, a expansão da produção
com o mercado de custo crescente será menor do que com custo cons-
tante. Cada firma em atividade, antes da entrada de novas firmas, irá
produzir menos do que produzia anteriormente, posto que há novas
firmas. O preço, para elas, diminuiu, ao tempo em que o custo de pro-
duzir aumentou.
CEDERJ 125
Análise Microeconômica | O mercado competitivo
CONCLUSÃO
126 CEDERJ
Atividade Final
12
AULA
Suponha um mercado de concorrência pura em que a situação é de 2 3 4 5
equilíbrio de longo prazo. De repente, há uma forte imigração de pessoas
para a cidade em que há esse mercado. Consequentemente, mais consumidores com renda
para ingressar nesse mercado e efetuar compras. Sendo assim:
Resposta Comentada
a. Antes da imigração, o mercado estava no longo prazo; portanto, o lucro econômico
era zero.
b. Com a imigração, a demanda de mercado aumenta, isto é, há um deslocamento
da demanda para a direita da sua posição original.
c. Com o deslocamento da demanda, o preço de mercado irá subir, levando à reali-
zação de lucros positivos para as firmas. O efeito de longo prazo é que o lucro voltará
a ser zero, o preço estará acima do preço de equilíbrio de longo prazo dado antes da
imigração, mas menor do que o preço de curto prazo pós-imigração.
d. Inicialmente, o preço é pe. Ao surgir a imigração na cidade, a demanda passa de D
para D’. O preço passa para pe’, o que gera um aumento da produção para qe’ e um
lucro extraordinário. Novas firmas ingressam no mercado, fazendo com que não só
a produção aumente, mas também os preços dos fatores de produção. Os custos
médios passam para Cme’. O novo ponto de longo prazo será aquele em que
a oferta desloca-se até gerar o lucro zero. Este se dá no ponto em que
o preço iguala-se ao custo médio mínimo.
CEDERJ 127
Análise Microeconômica | O mercado competitivo
RESUMO
128 CEDERJ
12
AULA
No curto prazo, a empresa pode auferir lucro positivo ou negativo. Ao tentar
maximizar lucro e apenas verificar prejuízo, ela irá verificar se esse prejuízo é
menor ou maior que o prejuízo em nada produzir. Isso, se ela supõe que a situação
de lucro negativo é apenas de curto prazo, ou seja, irá melhorar seu resultado
econômico nesse mercado. Para optar pela produção com prejuízo, basta observar
se o preço é maior que o custo variável médio. Em sendo maior, irá produzir. Caso
contrário, preferirá ficar de portas fechadas, arcando com os custos fixos até que
a situação de curto prazo melhore.
A situação de longo prazo é dada principalmente pela livre mobilidade de fatores
de produção. Mais firmas entrarão no mercado, se houver lucro econômico
positivo de curto prazo. Isso resultará em expansão da oferta até o ponto em
que o lucro seja zero.
A expansão da oferta agregada pode ocasionar uma elevação nos preços dos
fatores de produção. Isso fará com que a curva de custos se eleve. Nessa hipótese,
a existência de lucro econômico de curto prazo irá atrair novas empresas, mas esse
efeito não será tão expansivo como no caso de inexistir elevação nos preços dos
fatores de produção. Quando há o aumento dos preços dos fatores de produção,
diz-se que a indústria é de custos crescentes. Quando os preços dos fatores não
se alteram, os custos são constantes.
CEDERJ 129
O mercado em situação
13
AULA
de monopólio
Cleber Ferrer Barbosa
Meta da aula
Analisar o comportamento de uma empresa
monopolista, quanto ao seu objetivo geral de
maximizar o lucro.
objetivos
Pré-requisitos
Esta aula utiliza os mesmos instrumentos de aná-
lise da Aula 12. Sendo assim, aplica-se ao caso do
monopólio a representação gráfica dos custos e
receita de uma empresa e o conceito de maximi-
zação de lucros estudados nas Aulas 9, 10 e 11.
Análise Microeconômica | O mercado em situação de monopólio
INTRODUÇÃO Monopólio é uma palavra conhecida por muitos. Mesmo uma pessoa comum,
não voltada aos estudos de Economia e Administração saberia responder
razoavelmente o que seria um monopólio. A empresa monopolista é única
no mercado. Não enfrenta concorrentes. O estigma de um empresário
monopolista: único dono da empresa, charuto na ponta da boca, sempre
pensando em como explorar mais um pouquinho o mercado, para obter
lucros e mais lucros. De uma forma ou de outra, é assim que a maioria das
pessoas “imagina” o monopólio. Portanto, ele é o extremo oposto do que
estudamos na aula anterior sobre o regime de concorrência perfeita. Nesta
aula, vamos esmiuçar como um monopolista surge ou permanece no mer-
cado. Traçaremos suas ações mais comuns em suas operações de mercado.
Veremos sua conduta, admitindo a hipótese de maximização de lucro. Assim,
teremos uma percepção um pouco mais acurada do comportamento de uma
empresa monopolista em seu mercado.
132 CEDERJ
Que barreiras seriam essas? Qualquer fator que dificulte uma empresa a
13
ingressar no mercado. Pode ser que a produção exija matéria-prima pela
AULA
qual só um monopolista tem acesso. Se uma empresa tem a formula de
um elixir da juventude e só ela detém o conhecimento dessa fórmula, ela
será monopolista para essa produção. Nesse caso, a barreira à entrada
é dada pela impossibilidade de outras empresas produzirem por não ter
acesso a essa matéria-prima.
Há também barreiras à entrada identificada por barreiras legais.
Por exemplo, quando existe pat e n t e no uso de uma matéria-prima (ou P at e n t e
mesmo de um produto), só o detentor da patente tem permissão para É o direito tempo-
rário (durante um
produzi-lo. Se uma mercadoria só pode ser fabricada com um insumo prazo determinado
pelo Estado) ao
que está patenteado, o titular dessa patente pode ser o monopolista desse
seu detentor, para
produto. Nesse caso, enquanto durar a patente, há de se ter uma barreira de forma exclusiva
manipular, fabricar,
na produção. Diz-se que esta é uma barreira legal, posto ser dada por comercializar, ven-
der aquilo que está
legislação que regulamenta a produção de patentes. patenteado.
Há outros tipos de barreiras. Por exemplo, a existência de altas
economias de escala acarreta uma grande dificuldade às novas empresas
em iniciar seus negócios no mercado. Relembrando: economias de escala
são caracterizadas pela presença de altos custos fixos iniciais à produção.
Esses só são compensados à medida que consiga atingir um volume de
produção muito elevada. Em geral, uma empresa nova passa por um bom
período de tempo para produzir e vender o volume de produção que venha
a cobrir os altos custos fixos. Isso exige alto volume de investimentos e
riscos de modo a se tornar um empecilho (ou desencorajamento) a novas
empresas entrantes. Assim, se a produção lucrativa demandar um alto
volume de produção (presença de economia de escala), isso representa
um desestímulo a empresas entrantes, mesmo observando a existência de
altos lucros para a já consolidada no mercado, a empresa monopolista.
Em geral, o produto negociado no mercado em regime de mono-
pólio não tem substitutos próximos, isto é, não há produtos em que os
consumidores venham a querer substituir por conta, por exemplo, de uma
alta de preços do produto monopolizado. Podemos ilustrar as caracte-
rísticas de inexistência de produtos substitutos próximos e a barreira à
entrada por motivo de economia de escala em um exemplo da história
recente. Até meados do século passado, não havia substitutos próximos
ao telefone fixo (convencional). Ou as pessoas tinham telefone fixo, ou
teriam de se comunicar por meio de cartas, telegramas (as alternativas
CEDERJ 133
Análise Microeconômica | O mercado em situação de monopólio
134 CEDERJ
?
13
A quebra do monopólio
AULA
da Petrobras (?)
Em 1997, com a instituição da Lei 9.478 (con-
sulte artigo 5º) o monopólio estatal da Petrobras foi
extinto, propiciando à abertura do mercado petrolífero à
iniciativa privada. A contar de sua criação (3/10/1953), foram mais
de 40 anos de monopólio, garantido pela então Lei 2.004/1953.
A Petrobras foi criada após longa campanha popular, para servir de base
para a indústria do petróleo no Brasil e para exercer, em nome da União, o
monopólio da exploração, produção, refino e comercialização do petróleo e
seus derivados.
Apesar da quebra do monopólio, na prática, a hegemonia dessa companhia é evi-
dente. Modernizada, sua participação no mercado nacional é praticamente a mesma
de uma empresa monopolista. Para se ter uma ideia, no mercado nacional de com-
bustíveis, a Petrobras é responsável por mais de 95% da produção, refino, importação
e transporte de petróleo. Sua eficiência, sua presença marcante em toda a cadeia pro-
dutiva (da perfuração à bomba do posto de gasolina) e os altos custos fixos necessários
constituem-se de altas barreiras à entrada.
A companhia atua nos seguintes setores de energia: exploração e produção, refino,
comercialização e transporte de óleo e gás natural, petroquímica, distribuição de
derivados, energia elétrica, biocombustíveis, além de outras fontes renováveis de
energia.
Destacada como uma empresa de referência mundial na exploração de petróleo
em oceanos de grandes profundidades, a Petrobras registrou no ano de 2010
o maior lucro de toda a sua história. Por esse resultado, foi identificada
como a 2ª empresa mais lucrativa das Américas em 2010, segundo
agências de consultoria especializada.
Portanto, ela foi uma empresa monopolista dada por lei –
barreira legal. Para muitos, ela atua como se ainda
fosse dada suas condições de eficiência, moder-
nidade e alta presença no mercado.
Atividade 1
Assinale as afirmações a seguir como V, em caso de verdadeiras, ou F, para o caso 1
de estarem incorretas.
( ) A necessidade de gastos em propaganda para tornar o produto de uma nova empresa
conhecido no mercado é um exemplo de barreiras à entrada.
( ) Uma empresa pode ser monopolista em um mercado, ainda que haja vários sócios
e entre esses outra empresa.
( ) Considere uma única empresa na produção de motocicletas para duas cidades:
Monopopólis e Concorropólis. Para os moradores de Concorropólis, o mero aumento
de preços de motos não os fazem procurar bicicletas, mas para os de Monopopólis, sim!
Pode-se dizer que a empresa de motos é monopolista em ambas as cidades.
CEDERJ 135
Análise Microeconômica | O mercado em situação de monopólio
Resposta Comentada
A primeira afirmativa está correta. Os gastos para tornar conhecido o produto
de uma nova empresa é exatamente um custo pelo qual uma empresa entrante
tem de incorrer. Quanto mais alto esse custo, a empresa tomará como uma
dificuldade para ingressar no mercado.
A segunda afirmativa também está correta. Isso porque o monopólio é na produção
e não na propriedade da empresa. Uma empresa monopolista pode ter vários
sócios. Um desses sócios pode ser outra empresa de outro ramo de produção.
Isto em nada afeta o conceito de monopólio.
A terceira afirmativa está incorreta. Se o aumento de preços de motos faz com
que os consumidores passem a demandar bicicleta é porque esses consideram
tais produtos como substitutos próximos. Assim, o conceito estrito de monopólio
é violado para a cidade de Monopopólis. Apesar de ter apenas uma empresa
produzindo motos, o mercado de produtos para essa última cidade é, na verdade,
o mercado de veículos de duas rodas (motos e bicicletas). Para os cidadãos de
Concorropólis, o mercado é de motos. Observe, portanto, que a substituibilidade
de produtos é questão subjetiva, ou seja, é objeto de determinação da demanda
e que pode definir o universo de produtos que compõem o mercado.
136 CEDERJ
MONOPÓLIO NATURAL
13
Hoje em dia, é raro identificar um mercado como tipicamente
AULA
monopolista, isto é, monopólio puro. Afinal, sempre existe algum subs-
tituto próximo ou algo que fará o consumidor a preterir a compra de um
produto em ocasião de um aumento de preços (simplesmente comprar
outra coisa). Isto para não falar que a economia de hoje de tão globalizada
promova praticamente para qualquer ramo de negócio uma multiplicida-
de de empresas. Portanto, mais realisticamente seria importante atentar
para mercados com altos graus de monopólio, em vez de considerar
um monopólio puro. Não obstante dessas reflexões, analisar a hipótese
de um único produtor ou vendedor de bens ou serviços, ainda que por
efeito didático ou para referência de casos assemelhados no mundo real,
é de fundamental importância. Há de se observar alguns casos especiais
que ainda ocorrem. O monopólio natural é um deles. Para entender esse
conceito, vamos iniciar com uma argumentação exemplificativa.
No mundo dos negócios empresariais, a diversificação de merca-
dos é grande. Há mercados nacionais, internacionais, como regionais e
locais. O mercado pode ser delimitado por uma pequena cidade. Nesse
último caso, vamos supor a produção de transporte coletivo para uma
população de 40 mil habitantes. Desses, não mais do que 20 mil têm o
hábito de utilizar transporte público, para deslocamentos de um ponto
a outro da cidade. A criação de uma empresa de ônibus envolve altos
custos fixos, como: os das garagens, compra dos veículos e atendimento
dos intervalos máximo de horários de um ônibus para outro. Suponha
que, dada a baixa demanda e o alto custo fixo, esse mercado poderia
suportar apenas uma empresa. Assim, duas empresas teriam altos custos
fixos que dificilmente seriam possíveis de serem cobertos na hipótese de
dividir entre elas a demanda de mercado existente. Nesse caso, se hou-
ver duas ou mais empresas, o serviço seria de menor qualidade (ônibus
sucateados, atrasos etc.), dado os problemas de lucratividade. Se nesse
mercado, dado os altos custos fixos, só há espaço para uma empresa,
podemos dizer que o monopólio é natural.
Portanto, denomina-se monopólio natural a incontestável observa-
ção de que só é possivel a instalação de uma empresa no mercado de bens
ou serviços. Isso porque os custos fixos de produção são demasiadamente
elevados para aquele mercado suportar outras empresas em competição.
CEDERJ 137
Análise Microeconômica | O mercado em situação de monopólio
138 CEDERJ
Para frisar que nem sempre se maximiza o lucro, pode-se arriscar
13
a dizer que em grandes empresas (grandes corporações) o lucro seja algo
AULA
secundário para os grandes administradores. Nelas, o lucro é deixado à
atenção de gerentes, restanto aos principais executivos os objetivos mais
estratégicos. Apesar dessas considerações, como já dito, a construção
do modelo de mercado em monopólio segue a hipotese de maximização
de lucro, a qual iremos admitir daqui pra frente. Assim, trataremos o
objetivo do monopolista, como o de procurar alcançar o máximo lucro
possível, dado as condições de demanda e sua estrutura tecnológica de
produção (ou comercialização) de bens ou serviços.
CEDERJ 139
Análise Microeconômica | O mercado em situação de monopólio
Atividade 2
Ao longo dos 500 km de uma longa e única estrada americana que liga duas cida- 2
des, há apenas um posto de gasolina. A demanda por gasolina para esse posto foi
estimada em: p = 100 – 0,5 q; em que p é o preço por litro e q é a a quantidade da
gasolina comprada em litro. O custo total para atividade do posto é: CT = 50 q + 1.000.
Sabendo que esse posto age em função de maximizar seus lucros, pedimos:
a. os níveis esperados de produção (quantidade encomendada pelo posto de gasolina
para revenda) e o preço;
b. a expressão do custo médio e o seu valor na produção esperada;
c. o lucro total e o lucro médio para esse solitário posto de combustível;
d. o gráfico com os pontos de preços e quantidades de equilíbrio.
140 CEDERJ
13
AULA
Resposta Comentada
a. Temos de determinar em que nível de produção (q) a receita marginal é
igual ao custo marginal. Isso porque o objetivo do posto é o de maximizar lucro.
Sabemos que a receita marginal é a derivada da receita total em relação à
variação da quantidade. Temos a equação de preços. Quando multiplicamos
ambos os lados por q, teremos a receita total. Assim, podemos derivar a receita
total para identificarmos a receita marginal. Vejamos:
p = 100 – 0,5 q
RT = p q = p q = 100 q – 0,5 q2
RT = 100 q – 0,5 q2
Receita marginal = 100 – q
O custo marginal é a derivada do custo total em relação à variação da quanti-
dade; portanto:
CT = 50 q +1.000
CMg = 50
Como a receita marginal iguala-se ao custo marginal:
100 – q = 50
q = 50
Determinada a quantidade de gasolina que deverá ser produzida (comprada para
a revenda pelo posto), basta substituir essa quantidade na curva de demanda
para obter
o preço: p = (100 – 0,5 q) = 75.
Portanto, a produção será q = 50, o preço cobrado será p = 75.
CEDERJ 141
Análise Microeconômica | O mercado em situação de monopólio
O lucro médio é o lucro por unidade, ou seja, o lucro por cada litro de gasolina
vendida. Assim, basta dividir o lucro total pela quantidade de gasolina vendida:
LT/ q = 250 / 50 = 5.
142 CEDERJ
Antes do frio, a demanda era D. Há lucro nessa atividade, pois
13
o preço pe é superior ao custo médio CMe, associado à produção qe.
AULA
Dados o custo médio, CMe, verificamos que o ponto qe de maximização
de lucro permite o lucro. Na entrada da baixa temperatura, a demanda
reduz-se, digamos, para D’. Agora a empresa experimenta prejuízo,
pois a nova produção qe’ conduz o custo médio CMe’. Esse é um valor
superior ao novo preço dado por p’. Apesar de ser única no mercado, a
empresa pouco pode fazer para enfrentar a queda de demanda. Em geral,
a empresa monopolista não abandonará essa atividade apenas por que
a demanda reduziu-se por uma questão apenas circunstancial. Normal-
mente, ela espera que a demanda "volte para o seu lugar" brevemente.
CEDERJ 143
Análise Microeconômica | O mercado em situação de monopólio
A PROPAGANDA NO MONOPÓLIO
Vale frisar que fazer propaganda envolve gastos. São valores altos,
isto é, propaganda envolve custos. Porém, em contrapartida, suscita a
expectativa de aumentar o faturamento da empresa. É óbvio, o mono-
polista haverá de se interessar em fazer propaganda se a estimativa de
144 CEDERJ
ganhos adicionais de vendas superar os custos, advindos em realizar a
13
propaganda. Assim, a propaganda desloca a curva de custo médio para
AULA
cima, mas também desloca a curva da demanda para a direita. Se essa
última proporcionar um deslocamento superior, far-se-á a propaganda.
Devemos observar que gastos com propaganda apesar de elevados são
relativamente pequenos, se comparados aos demais elementos de custos
de uma grande empresa, como a monopolista. Portanto, espera-se que
uma propaganda eficiente acabe por elevar de forma pouco significativa
a curva de custos, ao passo de impactar significativamente a curva de
demanda, a ponto de viabilizá-la. A Figura 13.3 ilustra na parte A uma
decisão razoável de efetuar propaganda; na parte B onde a relação indica
não ser favorável.
Atividade 3
Suponha que o proprietário do posto de gasolina, descrito na Atividade 1, esteja 3
disposto a aumentar suas vendas. Para isso, espalha por vários pontos da estrada
belos outdoors, enaltecendo a qualidade do posto. Como resultado, a curva de demanda
passa a ser: p = 150 – 0,5 q
Por sua vez, a propaganda causou-lhe novos e acentuados gastos. Assim, a estrutura de
custos passou a ser construída pela curva de custo total como:
CT = 50 q + 4.000.
Calcule os efeitos da propaganda ao referido negócio de combustível, comparado aos
resultados da Atividade 1.
CEDERJ 145
Análise Microeconômica | O mercado em situação de monopólio
Resposta Comentada
De: CT = 50 q + 1000; para: CT = 50 q + 4.000.
146 CEDERJ
13
AULA
POSIÇÃO DE LONGO PRAZO
CEDERJ 147
Análise Microeconômica | O mercado em situação de monopólio
CONCLUSÃO
Atividade Final
Em uma dada cidade, um grupo econômico constrói um grande e vistoso shopping 3 4
center. Com esse empreendimento, a cidade passa a ter seu primeiro shopping.
Determinadas lojas de varejo, cinemas, teatros e diversas atividades de entretenimento só se
encontram nesse shopping e não há mais espaço para novas construções. Apesar da beleza e
investidura do novo centro comercial, a frequência de consumidores está abaixo do esperado.
A lucratividade (contábil) anual agregada é de $1.500. Um projeto de propaganda é encomen-
dado, o que prevê um aumento de $400 na lucratividade anual, já descontado o custo anual
de $100 devido a propaganda. O projeto é aprovado e executado. No entanto, a lucratividade
anual passa a ser de $ 1.700. Passados alguns anos, consultores empresariais informam que a
construção de um edifício-garagem, compondo também algumas lojas comerciais e escritórios,
permitiria um lucro líquido contábil anual de $ 2100. Diante desse contexto:
a)Esboce o gráfico que retrate o efeito da propaganda, quanto aos custos, receita e lucro do
grupo econômico monopolista do mercado de shopping center.
b) Considerando que o shopping center está auferindo lucro contábil de $1.700, já na hipótese
de longo prazo, então o que se pode esperar quanto à decisão de continuar ou não com esse
empreendimento de shopping?
148 CEDERJ
13
AULA
Resposta Comentada
a) O gráfico a seguir apresenta a nova curva de custo médio (CMe’) que está levemente
superior à anterior curva de custo médio, por efeito dos custos com propaganda. A curva de
demanda desloca-se para direita, passando, portanto, de D para D’. Assim, a nova igualdade
entre RMg e CMg (omitidos no gráfico) é dada na produção q’, a qual representaria no
caso, o volume de vendas do shopping. A área do retângulo formado pelos pontos ABCD
representa o lucro de $1.700, pois a base desse retângulo dá o volume da produção das
lojas, enquanto a altura o lucro unitário das lojas. Em sentido análogo, a área do retângulo
formado pelos pontos EFGH representa o lucro antes da propaganda, ou seja, $1.500.
b) Apesar de o lucro contábil ter aumentado de $1.500 para $1.700, o grupo eco-
nômico deverá mudar a atividade de shopping para o edifício-garagem. Isso porque
o lucro econômico é negativo, ou seja, há uma perda econômica para o grupo de
$400 anuais ($ 2.100 – $ 1.700), por não estar com o edifício-garagem. Então,
no longo prazo, os recursos serão direcionados para a transformação do
shopping em edifício-garagem.
CEDERJ 149
Análise Microeconômica | O mercado em situação de monopólio
RESUMO
150 CEDERJ
O oligopólio e a concor-
14
AULA
rência monopolística
Cleber Ferrer Barbosa
Meta da aula
Descrever o oligopólio e a concorrência monopo-
lística como mercados intermediários aos mode-
los de monopólio e concorrência.
objetivos
Pré-requisito
Esta aula é parte integrante das Aulas 12 e 13,
pois utiliza características e conceitos relativos
aos mercados de concorrência e monopólio.
Assim, à medida que tais mercados sejam enfoca-
dos e você encontre dificuldade no que se argu-
menta, valerá o reinvestimento àquelas aulas.
Análise Microeconômica | O oligopólio e a concorrência monopolística
INTRODUÇÃO Se você for comprar um bom chocolate para sua(seu) namorada(o), certamente
terá de decidir entre não mais do que três ou quatro das boas marcas do merca-
do. Não é apenas uma empresa que comercializa tal guloseima, como acontece
em uma empresa monopolista. De igual modo, não podemos esperar que uma
grande quantidade de pequenas empresas disponibilize inúmeras marcas, todas
com o mesmo sabor, textura e demais aspectos, como ocorre nas firmas em con-
corrência. Assim, sabemos da existência de outros tipos de mercados em que a
diferenciação dos produtos que comercializam, em relação à quantidade de firmas
e demais aspectos, não se encaixam como monopolista ou concorrência perfeita.
Nas Aulas 12 e 13, estudamos as estruturas de mercado de concorrência pura
e monopólio. Esses são mercados extremos dentro do conjunto de estruturas
dadas pela Microeconomia. Nesta aula, estudaremos as estruturas de mercados
intermediárias àqueles mercados (monopolista ou concorrência perfeita). São
duas das mais importantes e frequentes formas de mercado, elas são denomi-
nadas como o oligopólio e a concorrência monopolística. A principal vantagem
de estudá-las é a proximidade com o mundo real. Na prática, a maioria das
empresas assume características que estão entre as firmas de concorrência
perfeita e monopólio; portanto, estão enquadradas mais realisticamente em
Concorrência estruturas ditas pelos economistas como de c o n c o r r ê n c i a imperfeita. Elas
i m p e r f e i ta não são tomadoras de preço. Pelo contrário, possuem condições, de uma forma
Compreende as for-
ou de outra, para precificar o preço dos produtos que comercializam, como,
mas de mercado em
que a empresa tem por exemplo, a significativa preferência dos consumidores (leia-se: clientela
poder para estabe-
lecer o preço de seu cativa de consumidores) por sua linha de produção.
produto no mercado.
O OLIGOPÓLIO
152 CEDERJ
Quando há apenas duas empresas, dividindo o mercado (não necessa-
14
riamente na mesma proporção) entre si, diz-se que há duopólio.
AULA
Quanto mais as empresas possuem um elevado market share, mais
próxima estarão dos resultados teóricos de um mercado oligopolizado.
A teoria pode distinguir dois tipos de oligopólio no aspecto do que é pro-
duzido. O oligopólio pode ser puro ou diferenciado. Este último ocorrerá
quando as empresas comercializarem produtos com alguma diferenciação
entre si. O outro é evidenciado pelos produtos serem praticamente os
mesmos. Por exemplo, no mercado de automóveis luxuosos, há uma certa
diferenciação entre eles; portanto, um oligopólio diferenciado. Se os pro-
dutos apresentarem baixa diferenciação, podemos entendê-los como um
mercado de oligopólio puro, como seria o caso do mercado de água mineral.
Do que foi dito até agora, podemos definir oligopólio em uma
frase: forma de mercado em que há poucas firmas (empresas produtoras
ou vendedoras) com grande capacidade de produção ou vendas, cada
uma negociando produtos similares ou idênticos entre elas.
Com facilidade, podemos observar vários mercados oligopolistas no
Brasil. São exemplos os setores automobilístico, de aviação, de bicicletas,
lâmpadas, cervejas, lacticínios etc. No plano internacional, o exemplo mais
marcante e conhecido é o do petróleo. Nesse, poucos países detêm parte
substancial da produção mundial, o que permite controlar em grande inten-
sidade os preços desse óleo. O controle de mercado, exercido por grandes
empresas por meio da fixação de preços, nível de quantidade ou qualidade
dos produtos, é denominado poder de mercado, como vimos na aula anterior.
?
A exportação de petróleo é um
dos mais tradicionais exemplos de oligopólio inter-
nacional. Frequentemente acusada de promover cartel (acordo
ilegal de condutas entre rivais sobre preços, quantidades ou regiões),
tem-se a internacionalmente conhecida OPEP. A OPEP – Organização dos
Países Exportadores de Petróleo –, criada em 1960, tem como países-membros a
Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Venezuela, entre outros*. Esta organização
com sede em Viena (Áustria) teve ação direta na eclosão da primeira (1973)
e segunda crise (1979) internacional do petróleo, que abalou o mundo.
Naquela época, o preço do barril do petróleo chegou a quadrupli-
car, impondo pesados custos aos países dependentes dessa
matéria-prima importada. Indiscutivelmente,
um dos objetivos da
CEDERJ 153
Análise Microeconômica | O oligopólio e a concorrência monopolística
OPEP é o de
cotar e controlar os preços de venda
de petróleo no mercado mundial. Esta é uma ação de
natureza típica aos mercados oligopolizados, porém condenada por
diversas legislações, haja vista a perda de bem-
estar para os consumidores dependentes de tais produtos. Atualmente, o poder
da OPEP já não é mais o de antigamente. A instabilidade presente em acordos entre
rivais e o crescimento de outros países produtores de petróleo fragilizou a impor-
tância dessa organização.
*Países-membros da OPEP: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos,
Irã, Iraque, Kuwait, Qatar, Angola, Líbia, Argélia, Nigé-
ria, Venezuela e Equador.
154 CEDERJ
Suponha, agora, o mercado de aparelhos celulares. Admita apenas
14
quatro empresas: Nokia, Samsung, Motorola, e LG. Certamente, uma
AULA
redução no preço do aparelho celular da marca Nokia irá incomodar as
rivais. Essas estarão atentas em observar se a queda de preço será capaz
de abalar a posição de cada uma no mercado. Outras questões podem
surgir, o desencadeamento ou não de uma guerra de preços entre todas
as quatro empresas. Portanto, há uma percepção sobre a ação e reação
entre as firmas integrantes do oligopólio, quando uma ou mais tomam
uma posição diferente no mercado. A isto, os economistas chamam de
interdependência econômica de empresas no mercado. A interde- Interdependên-
cia econômica
pendência obriga as empresas a tomar um comportamento estratégico,
de empresas
acerca de tomadas de decisão em relação as variáveis preço, volume ou
Ocorre quando a
mesmo qualidade de produção. decisão tomada de
uma empresa sobre
Vamos exemplificar o jogo da ação e reação no oligopólio e, o seu preço ou quan-
tidade produzida
portanto, as ações interdependentes das empresas. Imagine a Motorola, altera a decisão das
surpreendendo o mercado com uma redução de 30%, em toda a linha de demais sobre essas
mesmas variáveis.
seus aparelhos. O que tal ação poderia causar no mercado? Com certeza,
as rivais prontamente perceberiam a conduta da Motorola. Diante disso,
quase tudo poderia acontecer em termos de reação, inclusive, é claro,
nada. Vejamos algumas das possíveis reações (R):
R1: reduzir seus preços na mesma proporção. Isto, provavelmente,
irá frustrar o efeito de vendas esperado da Motorola. Contudo, aumenta-
rá um pouco a quantidade vendida de todas as empresas. Esse aumento
de vendas seria à custa de todas auferirem um lucro menor em relação
à posição inicial. Por quê? Porque o preço reduziu (demanda elástica) e
o custo total de produção aumentou.
R2: Reduzir seus preços em um percentual menor para que a queda
em sua demanda não seja tão acentuada, supondo até, quem sabe, que a
concorrente não irá suportar por muito tempo vender tão barato assim.
R3: Conceder uma redução de preços ainda maior. Assim, sinali-
zaria à Motorola de que a rival está pronta para enfrentar uma guerra
de preços.
R4: Nada fazer, pois ao abaixar o preço, a Motorola estaria desva-
lorizando o seu produto no mercado. Isso poderá não resultar em tantas
vendas adicionais, caso haja uma relação de status com a aquisição do
produto.
CEDERJ 155
Análise Microeconômica | O oligopólio e a concorrência monopolística
156 CEDERJ
Diante dos dados de mercado, observados na Tabela 14.1, quais
14
seriam os volumes de produção e vendas das duas firmas oligopolistas
AULA
A e B?
Como a oferta de mercado é dada por A e B, elas podem concorrer
intensamente ou simplesmente entrar em um acordo, para encontrar um
modo mais lucrativo de operar. Ao que venham a concorrer, provável
será a obtenção de resultados próximos ao que seria esse mercado em
situação de concorrência pura. Como vimos na Aula 12, a maximização
de lucros, na concorrência pura, conduz à igualdade entre custo marginal,
receita marginal e o preço. Como nesse caso o custo marginal é zero
(não há custos marginais), a receita marginal também será zero. Isto
leva a produção ao nível de 16 unidades. Ainda que esse resultado seja
muito estranho do ponto de vista prático (a concorrência seria tal que a
disputa acabaria por distribuir os produtos gratuitamente), o importante
é a sinalização de que seria uma produção com preço inferior à de uma
posição monopolista. Esta seria a de uma única firma que, sem concor-
rência, exploraria o mercado, visando ao maior lucro possível. Mas se
estamos com duas firmas para disputar o mercado, isso não seria o caso,
a menos que elas viessem a observar a vantagem de parar de competir
e agir de forma conjunta.
Ao que venham a agir de forma conjunta para auferir maiores van-
tagens, os economistas chamam tal atitude por ação concertada. Observe
que a palavra concertada vem de concerto (com c), representando ação
combinada entre empresas. Os economistas também utilizam a palavra
conluio como a ação concertada, visando a uma cooperação entre os Conluio
agentes que naturalmente deveriam concorrer em um mercado. Portanto, Em mercado de oli-
gopólio, o conluio
ao promover um acordo sobre o preço e a quantidade produzida, elas vão consiste em com-
binação entre dois
optar por gerar uma produção conjunta tal qual a de um monopolista.
ou mais rivais para
No nosso exemplo, seria a produção total de 8 unidades. Cada uma agirem de forma a
explorar o mercado
levaria 4 unidades ao mercado. O preço seria R$ 8. A lucratividade de pelo qual deveriam
agir de forma com-
cada uma teria o valor de R$ 32 (metade do lucro agregado de R$ 64). petitiva.
O CARTEL
CEDERJ 157
Análise Microeconômica | O oligopólio e a concorrência monopolística
158 CEDERJ
A organização administrativa para viabilizar o cartel teria a tare-
14
fa de identificar a posição monopolista de preços, produção e lucros.
AULA
Em seguida, acertar o preço que deve ser praticado e/ou a produção
permitida para cada uma das empresas participantes, não esquecendo de
determinar penalidades para quem eventualmente venha a descumprir o
acordo. A execução é a aplicação do que foi formulado. Cada empresa
deve cumprir o que se concertou. No que se refere ao controle, deno-
minado pela expressão “custo de policiamento” do cartel, visa vigiar o
dia a dia das empresas participantes.
Fica fácil compreender que, quanto mais empresas existir no
oligopólio, maior será a dificuldade de formular e controlar o acordo.
Em primeiro lugar, pela percepção de que qualquer acordo tende a ser mais
difícil quando se aumenta o número de participantes. Com cinco empresas
para dividir um mercado, teremos um nível de dificuldade para convencer
sobre o que vier a ser formulado. Com 15, a dificuldade tende a ser bem
maior. Mas não é só isso, pois o custo de vigiar o cumprimento é maior.
Portanto, chega-se à percepção de que quanto maior o número de
empresas no oligopólio, menos viável será a chance de uma cartelização
nesse mercado. Observe que um fator de dificuldade é a heterogeneidade
dos produtos. Mercado com produtos diferenciados implicam gerar
discórdias ao se impor preços iguais para todos. A empresa de produto
mais sofisticado ou líder na preferência dos consumidores irá pleitear
uma fatia maior de mercado ou um preço diferenciado. Dificilmente, as
outras terão a mesma opinião sobre tais questões. O fato é que a história
dos cartéis é a de curta duração, justamente pela dificuldade crescente
de proposição e controle do que for combinado ao longo do tempo em
que novas empresas e novos processos produtivos surjam no mercado.
Atividade 1
Podemos dizer que a probabilidade de que haja um cartel em um mercado de 1
concorrência perfeita é zero. A existência e a duração de um cartel só são com-
patíveis com a estrutura de um oligopólio. Você concorda? Qual a argumentação que
sustenta tais afirmações?
CEDERJ 159
Análise Microeconômica | O oligopólio e a concorrência monopolística
Resposta Comentada
Cartel é o acordo ilícito de um grupo de empresas rivais, para auferir lucros
acima do que normalmente receberiam. Por meio do cartel, são fixadas regras
sobre preços ou sobre quantidades produzidas por cada empresa participante.
No caso de acordo de preços, a administração do cartel visa estabelecer, controlar
e verificar o cumprimento de preços tão altos como os que seriam, se o mercado
fosse de monopolista.
Se há muitas firmas nesse mercado, mais difícil e custoso será a tarefa de vigiar
o cumprimento do acordo. Assim, cada firma convicta de que sua ação não será
percebida pelas demais terá o estímulo a reduzir seu preço. Dessa forma, terá
o menor preço do mercado, o que lhe renderá lucros maiores. Quanto maior o
número de empresas, mais difícil torna-se estabelecer um preço que todas venham
a concordar, como também a de cumprir; portanto, o risco será crescente sobre a
estabilidade e a duração do cartel. O oligopólio é caracterizado por poucas
firmas, o que enseja admitir a viabilidade de cartel.
160 CEDERJ
Por exemplo, podemos verificar quanto a concorrente está pro-
14
duzindo para, então, determinar o que fazer em termos do restante de
AULA
mercado que tem para si. Pode ser que, em vez de observar quanto as
rivais produzem, a empresa passe a identificar o preço que elas estão
cobrando para então decidir sobre que preço cobrar. Assim, as empresas
podem competir em torno do preço ou da quantidade a ser produzida.
Como a ação de uma leva à reação da outra, o processo de decisão de
preço ou quantidade repete-se por vários momentos até que se alcance
a estabilidade. É importante ressaltar que há várias formas de condutas
competitivas entre firmas para obtenção de maior market share e lucros.
Em termos comparativos, alcançado o equilíbrio de mercado, o
que podemos esperar da quantidade e do preço de mercado na estrutura
de oligopólio?
Imagine um produto sendo oferecido em três regiões (A, B e C)
independentes e idênticas quanto aos aspectos econômicos, exceto quanto
ao fato de em cada uma delas tal produto é negociado por estruturas de
mercado diferentes (concorrência pura, monopólio e oligopólio).
Fácil verificar que o preço do mercado em oligopólio estará entre
os níveis de concorrência e monopólio. Na concorrência pura, o preço é
dado para cada firma. No oligopólio, não! Enquanto a firma em concor-
rência pura não decide sobre o preço de sua mercadoria, o oligopolista
tem margens para impor o preço do seu produto. O oligopolista consegue
preços mais elevados, restringindo a sua produção; portanto, o preço no
oligopólio tende a ser maior; por sua vez, a quantidade tende a ser menor.
Em relação ao monopólio, o oligopolista tem rivais, já o mono-
polista é único. Por isso, o oligopolista possui menor poder de mercado,
para decidir sobre preço. O monopolista tem poder de mercado quase
ilimitado. Assim, espera-se maior nível de produção e menor preço no
mercado de estrutura oligopolista.
Quanto ao nível de lucros, em primeiro lugar, vale dizer que no curto
prazo o lucro pode ser positivo, negativo ou zero, para qualquer dos mer-
cados. No oligopólio, dado o tipo de interdependência econômica adotado
pela empresa, passamos a determinar a produção pela regra de igualdade
entre receita marginal e custo marginal, tal como os outros tipos de mercado.
A partir desse ponto, identificamos o valor do custo médio e do
preço. O lucro de cada mercadoria vendida (lucro unitário ou médio) será
a expressão da diferença entre o preço e o custo médio, associado àquela
CEDERJ 161
Análise Microeconômica | O oligopólio e a concorrência monopolística
Figura 14.1: Equilíbrio de curto prazo com lucro para uma firma oligopolista.
162 CEDERJ
lucro econômico positivo, também no longo prazo; portanto, são pou-
14
cas em número e “prazoavelmente” lucrativas. Como elas podem ser
AULA
poucas, se são lucrativas? Por uma razão simples, porque o mercado de
oligopólio traz em seu cerne a hipótese de elevadas barreiras à entrada.
Como é sempre bom relembrar, barreiras à entrada são os custos
em que novas empresas terão para ingressar no mercado. Elas são identifi-
cadas por questões de ordem técnicas, financeiras ou legais. A necessidade
de dispor de tecnologia, recursos escassos ou a de requerer elevado nível
produtivo para viabilizar economicamente a empresa entrante, exempli-
fica a barreira à entrada de natureza técnica. A necessidade de elevados
gastos contínuos em propaganda para enraizar na demanda a convicção
de que o produto da nova empresa é de boa qualidade pode constituir
uma elevada barreira. A produção de um setor regulado por agências
públicas ou a existência de patentes indica as barreiras de ordem legal.
Na medida em que barreiras à entrada traduzem a dificuldade de
entrada de novas empresas, os preços praticados e os lucros recebidos
pelas poucas empresas oligopolistas tendem a se repetir e perpetuar; por-
tanto, a diversidade e intensidade de fatores que dificultam ou encareçam
o estabelecimento de uma nova empresa é o que permite a lucratividade
no longo prazo.
Vale salientar o efeito do progresso tecnológico que resulte em
novos processos produtivos mais baratos e mais produtivos. Se há nova
e mais acessível tecnologia de produção, empresas podem ser criadas
para entrar em mercados oligopolizados. Assim, o progresso tecnológico
é fator de diminuição às barreiras. Com barreiras menores, o lucro de
longo prazo diminui. Em suma, a existência de lucro no longo prazo está
estritamente ligada à existência de barreiras à entrada.
Atividade 2
A globalização econômica é um fenômeno que se cristalizou de forma incisiva, a partir 2
da última década do século passado. Em suas causas, está o desenvolvimento das
tecnologias da informação e da comunicação, e dos meios de transporte. Por conseguinte,
empreendimentos, antes inviáveis economicamente, passaram a ser possíveis. Estabeleça
uma relação entre a globalização e o lucro de longo prazo das empresas oligopolistas.
CEDERJ 163
Análise Microeconômica | O oligopólio e a concorrência monopolística
Resposta Comentada
O lucro de longo prazo, em qualquer setor, só existirá se houver barreiras à
entrada. Um tipo de barreira à entrada consiste nos custos de aquisição da
tecnologia de produção e comercialização (logística) para viabilizar a entrada
de uma empresa no mercado que está gerando lucro. Admitindo que a globali-
zação é fruto do progresso tecnológico pelo qual reduziu o tempo de produção e
comercialização, bem como acelerou a difusão tecnológica de diversos métodos
produtivos, podemos esperar que a globalização, como resultado do progresso
tecnológico, tenha permitido uma concorrência mais intensa, possivelmente pela
entrada de novas empresas. Assim, os setores oligopolistas que perceberam um
crescimento de novos ofertantes terão sofrido uma queda de lucros no longo prazo.
Devemos atentar que há outros tipos de barreiras e estratégias que as grandes
empresas oligopolistas podem promover, no propósito de manter o elevado nível
de barreiras à entrada.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
164 CEDERJ
Isto é, a qualidade técnica dos reparos em alguma medida é diferente
14
entre uma e outra empresa. Tecnicamente, isso quer dizer que há dife-
AULA
renciação de produto (serviço).
O grau de diferenciação do produto (serviço) permitirá que uma
firma possa ditar preços, em vez simplesmente tomar preços estabelecidos
pelo mercado. Nesse aspecto, temos um cenário de monopólio. Observe
que a constituição de uma firma de serviços de informática não requer
elevados custos. Qualquer pessoa com alguma experiência e dedicação
pode, em tese, abrir uma loja. Com isso, estamos destacando outra hipó-
tese da concorrência monopolística: a inexistência de barreiras à entrada.
Quanto ao tamanho da empresa de concorrência monopolística,
não tome como rígida a hipótese de que ela venha a ser necessariamente
pequena. A ideia é que tenha um número de firmas mais elevado do que
o de oligopólio, cada uma delas com algum grau de diferenciação do que
produz. Isto é, cada uma tem uma carteira de clientes própria. Como
exemplo, podemos citar o mercado de sabonetes, marcas de cigarro,
escritórios de advocacia, cortes de cabelo, planos de saúde. Assim, é fácil
perceber a concorrência monopolística como um mercado mais frequente
do que a concorrência perfeita ou o monopólio.
Como dito, o grau de diferenciação do produto de uma empresa
é a medida do seu poder para fixar preço. Se uma firma de informática
tem condições de oferecer um excelente e inigualável serviço, terá uma
clientela só para si. Mas esse poder de mercado tem limite. Se vier a
cobrar um preço muito alto, seus clientes poderão decidir por utilizar
o serviço de outra empresa. O grau de diferenciação do seu serviço ou
produto é o limite para impor preços mais elevados.
Em suma, o mercado de concorrência monopolística é descrito por
muitas empresas, vendendo produtos que são levemente diferenciados.
A entrada de empresas nesse mercado é fácil (insignificantes barreiras à
entrada). Pelo grau de produto diferenciado se verificará a capacidade
de elas estipularem os preços de seus produtos ou serviços.
Tecnicamente, o poder de fixação de preços, gerado pela dife-
renciação de produtos, implica a curva de demanda para a firma nega-
tivamente inclinada. Quanto maior a diferenciação de produtos, mais
inclinada será a curva de demanda. Observe que, por hipótese, essa
diferenciação não é muito elevada. Isto é, os produtos são substituíveis
para os casos de aumentos de preços.
CEDERJ 165
Análise Microeconômica | O oligopólio e a concorrência monopolística
Atividade 3
Por ter alcançado boas notas, nas AP de todas as disciplinas cursadas no 2 3
166 CEDERJ
14
Resposta Comentada
AULA
Precisa saber das pessoas que lá consomem os chocolates e circulam pelas
lojas se têm preferências entre as mesmas. Outro indicador seria a diferença
de preços entre os chocolates e entre as lojas. A medida da diferença de preços
e da preferência por lojas e marcas, tais mercados (de vendas e de marcas de
chocolates) se aproximariam do modelo teórico de concorrência monopolista.
Em caso contrário, concorrência pura (ou perfeita). Atente para o fato de que na
prática é muito difícil encontrar um mercado que seja 100% do que caracteriza
a teoria. Aliás, isso é a regra de toda a teoria, não é mesmo?
CEDERJ 167
Análise Microeconômica | O oligopólio e a concorrência monopolística
Figura 14.2: Lucro econômico negativo e o efeito da propaganda para gerar lucro.
Antes da propaganda, a empresa tem lucro negativo, representado pela área do
retângulo P1Cme1BA. Com a propaganda, o lucro torna-se positivo, como se observa
pela área do retângulo Cme2P2DC.
168 CEDERJ
Atividade 4
14
AULA
Ainda que esteja produzindo no ponto de maximização de lucro, uma empresa típica 2
Resposta Comentada
A propaganda é um expediente utilizado pela firma para reduzir o prejuízo atra-
vés do impacto da mesma sobre a demanda. Alternativamente, pode-se tentar
deslocar para baixo o custo médio. Isso pode ser alcançado através da redução
do custo fixo (lembrando que o custo médio é a soma do custo variável médio
com o custo fixo médio). O custo fixo pode ser reduzido por meio da redução das
despesas fixas, como: gastos com aluguéis, escritórios de advocacia, empresas
de manutenção de informática etc.
CEDERJ 169
Análise Microeconômica | O oligopólio e a concorrência monopolística
170 CEDERJ
social atribuído pelo consumidor, ao que esse decide pagá-lo, iguala-se
14
ao custo realizado pelo produtor para produzi-lo. Por outro lado, se
AULA
o preço for maior do que o seu respectivo custo marginal, o valor do
produto pago pelo consumidor será maior do que o custo de produzi-lo.
Uma situação desfavorável ao consumidor. Afinal, para o bem-estar da
sociedade o preço que se paga por um produto deveria ser exatamente
o custo de produzi-lo.
No mercado de concorrência monopolista, o preço é maior do
que o de concorrência, pelo fato de haver a diferenciação do produto.
Como vimos, esse fator que não é tão elevado, possibilita ao empresá-
rio uma margem de possibilidade para a fixação de preços. Assim, ele
reduz um pouco a sua produção, para precificar um valor um pouco
mais elevado. Na concorrência perfeita, em razão da homogeneidade de
produtos, o empresário é apenas o tomador de preços. Assim, produz
o que for possível para ganhar pelo efeito de suas vendas. Pelo dito, em
concorrência pura, a quantidade de mercado é maior e o preço é menor.
CEDERJ 171
Análise Microeconômica | O oligopólio e a concorrência monopolística
172 CEDERJ
Por fim, quem mais produz é o mercado de concorrência pura.
14
Essa observação é intuitiva. Nessa estrutura de mercado, a concorrência
AULA
é tão acirrada que tudo que se pode fazer para ganhar mais é produzir.
Poderíamos arriscar a dizer que o concorrente puro sonha sempre em
reduzir o seu custo para produzir mais, certo de que ele não tem condi-
ções de ditar preços (poder de mercado).
A contrario s e n s u , o monopolista é o de menor produção. Sendo Contrario
sensu
único no mercado, restringe a oferta para manipular o preço e atingir
Expressão latina
a maior posição de maximização de lucros comparados aos demais. bastante utilizada no
O mercado em oligopólio apresenta a segunda menor oferta agregada, meio jurídico para
designar em sentido
uma vez que a característica de elevadas barreiras à entrada e, também, contrário.
CEDERJ 173
Análise Microeconômica | O oligopólio e a concorrência monopolística
Atividade 5
Considere uma situação em que um grande shopping seja constituído apenas por 3
comerciantes do ramo de produtos de informática. São centenas de lojas padroni-
zadas, vendendo exatamente os mesmos itens. Em dado momento, um lojista, agindo
como um empreendedor, contratou como balconista a ex-Miss Brasil do último ano.
O concorrente, em resposta, contratou o Ronaldinho Gaúcho. Um terceiro passa a fornecer
ingressos de cinema na compra por seus produtos. Alguns outros fazem algum tipo de
ação, procurando não perder clientes. Pergunta-se: essa estrutura de mercado ainda é
de concorrência perfeita? Por quê?
174 CEDERJ
14
AULA
Resposta Comentada
O mercado era de concorrência perfeita. Agora não é mais. Violou-se a hipótese
de produtos idênticos. Apesar de o produto em si ser igual entre todos os que
são negociados no shopping. Cada lojista procurou diferenciar o que vende.
Se os consumidores passaram a frequentar a loja por motivo da(o) balconista
ou por qualquer outro critério, não se pode mais falar em concorrência perfeita.
Há uma clientela criada, conferindo algum poder de mercado tanto mais quanto
mais forte tenha sido o efeito do atributo diferenciador dado pelo lojista aos con-
sumidores. O mercado passa a se configurar de forma mais próxima ao que seja
a estrutura de concorrência monopolística.
CONCLUSÃO
CEDERJ 175
Análise Microeconômica | O oligopólio e a concorrência monopolística
Concorrência Concorrência
Monopólio Oligopólio
monopolista perfeita
Nº de firmas Uma Poucas Várias Muitas
Sem substitutos Diferenciados Alguma Idênticos
Produto
próximos ou não diferenciação (homogêneos)
Tamanho típico Pequenas e
Grande Grande Pequenas
das firmas médias
Poder da firma
Grande Grande Pequeno Nenhum
sobre preço
Barreiras à
Altas Altas Sem barreiras Sem barreiras
entrada
Lucro econômico Positivo ou
Positivo ou zero Zero Zero
no longo prazo zero
Na maximização P > CMg; P > CMg; P > CMg;
P=Rmg=CMg
do lucro RMg = CMg RMg = CMg RMg = CMg
Produção agre- A menor de A segunda A segunda A maior de
gada todas menor maior de todas todas
Tamanho do lu- Tendência a Tendência a ser Tendência a ser o O menor de
cro de mercado ser o maior o segundo maior segundo menor todas
Atividade Final
Em cada um dos itens a seguir, identifique qual(is) do(s) quatro regimes de 1 3 4
mercados (oligopólio, monopólio, concorrência monopolística e concorrência
perfeita) são mais apropriados ou pertinentes.
a) Os produtos têm a mesma propriedade química. No entanto, grande parte dos 30 produtores
desse mercado efetua gastos em propaganda para diferenciar seu produto, via marca.
b) Há gastos em propaganda. Se uma empresa resolve produzir um pouco mais, todas as quatro
demais empresas do ramo fazem o mesmo.
c) As empresas desse ramo estão auferindo lucro econômico positivo no longo prazo.
d) As empresas desse ramo estão auferindo lucro econômico zero no longo prazo.
e) Setor de motocicletas no Brasil.
f) Não admite lucro zero (econômico) no longo prazo.
176 CEDERJ
14
g) São muitas firmas, mas cada uma delas possui curva negativamente inclinada por seus
AULA
produtos.
h) Em alguns casos, todas as empresas desse mercado teriam oportunidade para um acordo
de maneira a auferir lucros monopolísticos, mas tal ação é ilícita.
i) Na busca pela maximização do lucro, observa-se que o preço é igual ao custo marginal.
Resposta Comentada
a) Concorrência monopolística. São muitos produtores, conseguindo sua diferenciação
do produto via valorização da marca. Para o oligopólio, esse número de produtores é
demasiado grande.
b) Oligopólio. Poucas empresas e ação de interdependência econômica estão evidentes.
c) Oligopólio. Não seria monopólio, pois o enunciado declara a existência de empresas
(plural).
d) Todas exceto o monopólio (pela razão mencionada no item anterior).
e) O setor de motocicletas tem elevados custos iniciais de produção (custos fixos). São
poucas empresas; portanto, seria oligopólio.
f) Todas as estruturas de mercado podem ter lucro econômico zero, tanto no curto
como no longo prazo.
g) Concorrência monopolística. Exclui-se a concorrência perfeita, uma vez que a curva
de demanda para firma é horizontal.
h) Oligopólio. Em vários casos, empresas desse setor são flagradas em ação de
cartel, o que é ilegal.
i) Concorrência perfeita. Só esse tipo de mercado admite o preço igual ao custo
marginal.
RESUMO
CEDERJ 177
Análise Microeconômica | O oligopólio e a concorrência monopolística
178 CEDERJ
A empresa e o mercado
15
AULA
internacional
Cleber Ferrer Barbosa
Meta da aula
Descrever alguns fatores econômicos, relaciona-
dos ao comércio.
objetivos
Pré-requisitos
Esta aula aplica alguns dos conceitos das Aulas
2 e 3, referentes às curvas de oferta e demanda,
e preços de equilíbrio de mercado. Ao sentir a
necessidade de relembrar tais conceitos, não
hesite em revisitar aquelas aulas.
Análise Microeconômica | A empresa e o mercado internacional
INTRODUÇÃO Toda empresa com boa lucratividade e eficiência nas suas atividades de
produção tende a crescer e conquistar mercados. As opções de crescimento
traduzem-se em várias possibilidades:
• aumentar o volume de produção;
• diversificar a linha de produtos;
• atuar em novos mercados regionais, nacionais e internacionais.
Uma empresa pode nascer pequena, média ou grande. Todavia, uma boa
parte das grandes empresas de hoje, atuantes em vários mercados, iniciou
suas atividades em um pequeno mercado. Começou pequena, cresceu,
conquistou mercados e mais mercados. Portanto, a medida da expansão de
uma empresa tem a característica de ingresso em novos mercados. Afinal,
uma empresa bem-sucedida, em termos de venda, lucratividade etc., pode
vislumbrar a expansão de seus negócios em outros pontos de venda, através
de novas filiais. Essas filiais podem ser em locais mais próximos, como bem
mais distantes, inclusive, em outros países. Hoje em dia, com a realidade da
globalização econômica, as empresas têm tido mais facilidade de se inter-
nacionalizar, isto é, ampliar seus negócios para além dos limites geográficos
de seu país. Neste entendimento, vamos estudar alguns dos elementos que
interferem nos negócios de uma empresa quando ela atua no mercado
internacional e quando as empresas estrangeiras atuam também no nosso
mercado nacional.
ECONOMIA ABERTA
180 CEDERJ
Há também de ser considerado o movimento financeiro entre
15
países, dado pelos empréstimos financeiros ou mesmo por doações
AULA
financeiras. Estas são o fluxo de relações financeiras internacionais,
usualmente denominadas de globalização financeira. Por exemplo, o
Brasil pode conceder ajuda financeira (doações) a países em estado de
emergência – como o caso do terremoto no Haiti (um dos países mais
pobres no mundo), ocorrido em janeiro de 2011.
Por sua vez, a facilidade de locomoção de trabalhadores e de
capital produtivo entre países constituem a mobilidade de fatores
de produção bastante frequente em países com elevados acordos de
i n t e g r a ç ã o e c o n ô m i c a . Atualmente, o Brasil tem enfatizado a necessi- Integração
econômica
dade de “importar” engenheiros para atender à alta de demanda destes
É a disposição fir-
profissionais em vários setores nacionais, isto é, contratar mão de obra mada entre países
para integrar seus
estrangeira para suprir a falta desses profissionais diante do elevado
mercados no senti-
nível de emprego no país. do de padronizar e
permitir, no que for
A reunião desses três itens em alto grau de intensidade traz o con- possível e desejável,
a livre movimen-
ceito de globalização econômica de mercados, isto é, podemos entender tação das relações
a globalização como o alto grau de observância dessas três modalidades econômicas em seus
mercados.
de abertura de mercados entre os diversos países no mundo.
Para o propósito desta aula, estudamos, inicialmente, a empresa
em sua capacidade de produzir para os mercados externos. Observe: não
raro no mercado nacional, onde estão as empresas brasileiras, também
estão presentes empresas concorrentes estrangeiras e vice-versa, isto é, do
mesmo modo em que a Vulcabras pode vender seu sapato (produto) em
outro país, a BMW pode vender seus automóveis no mercado nacional
brasileiro. Nada mais fácil de constatar isso do que ir a um supermercado
e defrontarmo-nos com a gama de produtos nacionais e importados,
dispostos em uma prateleira. De semelhante forma, ao viajarmos para o
exterior, também nos defrontamos com um ou outro produto do nosso
país, quiçá da nossa cidade, entre tantos produtos do país que lá estamos.
A empresa, ao cogitar negociar em um mercado exterior, entre
tantas outras questões, como o domínio do idioma, da cultura e da legis-
lação estrangeira, defronta-se com outro fator imprescindível para suas
operações comerciais: a verificação da taxa de câmbio entre a moeda de
seu país e a do mercado internacional que está atuando.
CEDERJ 181
Análise Microeconômica | A empresa e o mercado internacional
TAXA DE CÂMBIO
182 CEDERJ
15
País Moeda Símbolo Taxa de câmbio (R$)
AULA
EUA Dólar americano USD* 1,5537
União Europeia Euro EUR 2,2293
Argentina Peso argentino $ARG 0,3756
África do Sul Rand ZAR 0,229
Angola Kwanza AOA 0,017
Austrália Dólar australiano AUD 1.687
Canadá Dólar canadense CAD 1.639
Chile Peso CLP 0.003
China Yuan CNY 0.241
Cingapura Dólar de Cingapura SGD 1.284
Hong Kong Dólar de Hong Kong HKD 0,199
Índia Rúpia indiana INR 0,035
Japão Iene JPY 0,020
Reino Unido Libra esterlina GBP 2,5324
Suíça Franco suíço CHF 1,9012
Venezuela Bolívar VEB 0,4029
* USD=US$
Fonte: Banco Central do Brasil (www.bcb.gov.br).
CEDERJ 183
Análise Microeconômica | A empresa e o mercado internacional
VALORIZAÇÃO E DESVALORIZAÇÃO DE Z
184 CEDERJ
Considerando o caso em que com um real se comprava um dólar. Se a
15
partir de algum momento, com 50 centavos de real, pudermos comprar
AULA
um dólar, a taxa de câmbio estará valorizada. A nossa moeda (real) está
valendo mais do que anteriormente. Portanto, com um real poderemos
adquirir dois dólares.
Certamente, você poderá estar indagando sobre o que faz alterar
a taxa de câmbio, isto é, por que a taxa de câmbio valoriza-se ou
desvaloriza. Há várias teorias a respeito dos fatores que alteram a taxa de
câmbio. Para os nossos objetivos de entender os efeitos da taxa de câmbio
sobre as empresas, vamos tratar essencialmente a moeda estrangeira como
uma mercadoria. Portanto, haverá um preço por ela, a taxa de câmbio,
como já assinalamos. Em sendo uma mercadoria, existe um mercado
para negociá-la. Este mercado é denominado mercado cambial. Este será Mercado
cambial
composto por uma oferta e por uma demanda por moeda estrangeira.
Também denomina-
Naturalmente, há de se imaginar algumas pessoas (físicas ou jurídicas) do como mercado
querendo comprar dólares e outras querendo vendê-los. Quem haveria de moedas é o mer-
cado caracterizado
de demandar dólar? pela interação entre
oferta e demanda de
Aqueles que precisam de dólar para efetuar alguma transação moedas estrangeiras
no qual se determina
com outro país. Como já dito, uma pessoa que viaja para os Estados
o valor da taxa de
Unidos precisará de dólares. Uma empresa nacional, cuja atividade seja câmbio.
CEDERJ 185
Análise Microeconômica | A empresa e o mercado internacional
186 CEDERJ
Tanto a curva de oferta quanto a de demanda podem mudar de
15
posição. Por exemplo, suponha a ocorrência de um congresso mundial
AULA
de estudantes de Administração, em Nova York. Os organizadores do
evento concederam 60% de desconto aos estudantes brasileiros e 70%
aos docentes. Supondo o interesse da comunidade acadêmica brasileira
por esse evento, a procura por dólares irá aumentar. Assim, a curva de
demanda desloca-se para a direita (ou para cima) afetando a taxa de
câmbio no sentido de elevar o preço do dólar, isto é, uma desvalorização
cambial. A Figura 15.2 ilustra este caso. A curva de demanda D desloca-se
para D1. A taxa de câmbio Ze passa para Ze’.
CEDERJ 187
Análise Microeconômica | A empresa e o mercado internacional
188 CEDERJ
Atividade 1
15
AULA
Extraímos de tabela diária, divulgada pelo Banco Central do Brasil, a cotação, em 1
moeda nacional (real), das moedas americana (dólar), europeia (euro) e chinesa
(Yuan), em determinados dias e anos selecionados, como:
CEDERJ 189
Análise Microeconômica | A empresa e o mercado internacional
Resposta Comentada
a) Entre os dias especificados para 2010 e 2011, o preço do dólar (US$1)
passou de Z2010 = R$ 1,7658 para Z2011 = R$ 1,5639. O valor de Z caiu; logo,
houve uma valorização do real (da taxa de câmbio), o que demonstra que
cada real vale mais quantidade de dólar.
b) No mesmo sentido do item anterior, entre os dias especificados para 2009
e 2010, o preço do yuan (CNY 1) passou de Z2009 = R$ 0,2757 para Z2010 = R$
0,2605. O valor d e Z caiu; logo, houve uma valorização do real (da taxa de
câmbio) de cerca de 5,5%, em relação a moeda chinesa.
c) A taxa de câmbio entre a moeda brasileira, relativa a cada uma das três moedas
estrangeiras, desvalorizou-se, isto é, de 2000 para 2001 o preço de compra (em
real) para o dólar, euro e yuan aumentou.
d) Entre os anos de 2000 a 2001, o preço das moedas estrangeiras encareceu.
Isto é o mesmo que dizer que o real desvalorizou-se (taxa de câmbio desvaloriza-
da). Em relação ao período 2009/2011, houve a valorização do real em relação
a cada uma das três moedas estrangeiras. Como a desvalorização da taxa de
câmbio favorece as exportações, as empresas brasileiras devem ter tido mais
facilidade de exportar entre 2000 a 2001.
190 CEDERJ
demandada conjunta de consumidores nacionais e estrangeiros (mais
15
adiante, retiramos essa unificação da demanda com consumidores
AULA
nacionais e estrangeiros).
Suponha que a taxa de câmbio seja Z= R$ 2/ US$ 1. Assim, trocam-
se dois reais por um dólar. Imagine o preço vigente de R$ 6 no mercado.
Ao colocar esse produto no país estrangeiro, em valor equivalente ao
que vende internamente, o preço será US$ 3 para o consumidor estran-
geiro. Como dissemos, do ponto de vista da lucratividade, a empresa
estará indiferente entre vender o produto por R$ 6 para um consumidor
nacional ou US$ 3 para um estrangeiro. Para ilustrar um pouco mais,
imagine que a empresa esteja vendendo 120 produtos. Destes, 100 são
para o mercado interno e 20 para o externo. Assim, ela terá uma receita
de R$ 600 com o mercado interno (100 x R$ 6) e uma receita de U$ 60
com o mercado externo (20 x US$). Esta última deverá ser convertida em
reais, o que resulta em R$ 120 (60 x R$2). Assim, a empresa tem o total
de R$ 720 de faturamento com os mercados interno e externo. Podemos
ilustrar essa situação, como mostra a Figura 15.4. Nela, vemos o preço de
R$ 6, a quantidade de 120 produtos e uma curva de demanda agregada
que contempla conjuntamente consumidores nacionais e estrangeiros.
CEDERJ 191
Análise Microeconômica | A empresa e o mercado internacional
192 CEDERJ
1) uma desvalorização cambial amplia as vendas com os mercados
15
externos. Isto porque cai o preço em dólar das mercadorias exportadas;
AULA
2) se a expansão das vendas externas for tal que pressione os
custos de produção e o preço interno poderá haverá alguma alteração
no preço em real. Isto ocorrendo, também refletirá uma alteração no
preço em dólar. Como a quantidade exportada aumentou, a posterior
possibilidade de elevação do preço em dólar não poderá ser tal a igualar
ao preço estabelecido antes da alteração do câmbio. Devemos mencio-
nar que nem sempre a expansão nas vendas externas é suficiente para
impactar o custo de produção interna, isto é, pressionar o aumento do
preço em real do produto vendido no mercado interno. Este é o caso da
exportação de produtos resultar do excedente de produção, realizado
no mercado interno – assunto que tratamos a seguir.
Atividade 2
Examine o caso descrito pela Figura 15.4. O que aconteceria com o preço e a 1 2
Resposta Comentada
Se o dólar passa a valer menos do que o real, o consumidor estrangeiro irá per-
ceber a mercadoria por ele importada como mais cara, isto é, terá de ceder mais
dólares para pagar pela unidade do produto brasileiro. Em razão do princípio de
que preços mais elevados reduzem o consumo (lei da demanda), haverá uma
diminuição na quantidade importada. Assim, pelo método de agregação da
demanda (incorporação de consumidores nacionais e estrangeiros), a curva de
demanda vai deslocar-se para baixo. O preço no mercado nacional do produto
deve diminuir. A produção da empresa deve diminuir.
CEDERJ 193
Análise Microeconômica | A empresa e o mercado internacional
194 CEDERJ
Vejamos: café é um produto com cotação no mercado interna-
15
Commodity
cional. Suponha que o preço internacional dessa commodity seja U$ 2 a
É o produto padro-
AULA
saca. Se a taxa de câmbio é R$ 1 = US$ 1, então, a empresa produtora nizado, quanto aos
seus tipos, pesos,
nacional receberá R$ 2 por saca vendida no exterior. Caso, no Brasil, volumes e demais
características, per-
o preço da saca for R$ 1, essa empresa tende a ser prioritariamente ou
mitindo uma ampla
exclusivamente exportadora. negociação e cotação
de preços nos merca-
Vale ressaltar que a atividade de exportar, no Brasil, passa por severas dos internacionais.
críticas das federações de indústrias brasileiras que apontam o chamado
“custo Brasil”. Este termo é utilizado para chamar a atenção da elevada carga Custo Brasil
de custos à exportação, que fragiliza a capacidade produtiva da empresa Consiste na desig-
nação dada para
nacional em participar do mercado exportador. Ainda que essa questão apontar custos extra
empresa, decorrentes
seja, em muitos casos, determinantes, mas, observados nossos propósitos,
de altas despesas tri-
consideramos como questão a parte da análise microeconômica básica. butárias, portuárias
e burocráticas que
dificultam a colo-
cação do produto
nacional no mercado
exportador.
Custos
?
e procedimentos para
exportar
Independentemente do seu tamanho (peque-
na, média ou grande), toda empresa, com interesse
de ingressar no mercado exterior, deverá adotar alguns
procedimentos, quando da preparação da mercadoria para
exportação. A despesa com o frete (marítimo, aéreo, ferroviário ou
terrestre) deverá ser negociada em dois tipos: frete pré-pago (aquele
que o frete é pago no local de embarque) ou frete a pagar (frete pago
no local de desembarque). Além do fator distância, os custos de trans-
portar são variados, conforme as características do que se exporta (tipo de
carga, peso e volume, a perecibilidade do produto, embalagem e o valor do
produto). Muitas vezes, essas escolhas não são apenas de decisão única dos
administradores. Exigências do mercado internacional, dadas por questões
legais (cumprimento da legislação internacional) e por questões culturais ou
mesmo religiosas dos países importadores, impõem formas de transporte,
embalagem, volume e peso do produto. Vale ressaltar, também, que o país
exportador pode exigir um padrão de qualidade mínimo para a empresa
exportadora. Isto para proteger a imagem do país, perante o mercado
internacional. Para o empresário que deseja iniciar ou estudar opera-
ções com o mercado exportador, vale conhecer, antes de mais nada,
as normas e procedimentos aplicáveis às operações de comércio
exterior. Estas podem ser encontradas na Portaria Nº 23,
de 14/07/2011 da Secomex do Ministério do Desen-
volvimento, Indústria e Comércio Exterior, com
endereço eletrônico dado por www.
mdic.gov.br.
CEDERJ 195
Análise Microeconômica | A empresa e o mercado internacional
196 CEDERJ
da demanda, por ter mais moeda em reais comprará mais do produto
15
importado (para ele). Tudo se passa como se a desvalorização do real
AULA
tivesse enriquecido os detentores de dólares, quando vierem trocá-los
por reais. Por sua vez, a empresa verificará o aumento de suas exporta-
ções. Em tendo capacidade ociosa, poderá atender ao crescimento dessa
demanda, sem que venha alterar o preço.
Observe: o caso de preços internacionais abaixo dos preços de
equilíbrio no mercado nacional. Se lá fora o preço é menor, certamente,
todas as empresas nacionais desprezarão o estrangeiro. Serão empresas
tipicamente nacionais. Mas aí, ocorrerá o inverso. As empresas estran-
geiras é que estarão de “olho” no mercado nacional, pois está pagando
mais. Tentarão ofertar seus produtos.
Podemos pensar sob a ótica dos consumidores estrangeiros. Se
estes tomam conhecimento de que os preços dos produtos de outros
países são mais baixos, farão o que for possível para adquiri-los. Isso
é importação! Assim, haverá um volume de produtos importados e
nacionais no mercado interno.
Construindo o gráfico de oferta e demanda nacional, vamos supor
que o preço internacional seja totalmente conhecido por todos e que
não haja qualquer restrição ou custos para a importação. Se o preço
internacional é o menor, todo o mercado passa tê-lo como o preço que
prevalecerá. Se as empresas nacionais cotarem preços acima daquele, os
consumidores nacionais só comprarão produtos importados. Portanto, o
preço internacional, menor, dita o preço também no mercado nacional.
Na Figura 15.6, suponha que o preço internacional, p*, esteja
abaixo do que seria o preço de equilíbrio do mercado nacional, p e.
Como o preço máximo do mercado será p*, a produção das empresas
nacionais será qt. Este é o volume de produção nacional de interesse das
empresas nacionais em virtude do preço ser p*. Por sua vez, a deman-
da está interessada em adquirir qD. Assim, o volume importado (pelos
consumidores brasileiros) será a diferença entre o que a demanda quer
comprar, qD, e as empresas nacionais produzem, qN. Pela Figura 15.6,
podemos calcular o valor das importações.
O valor das importações resulta da multiplicação do preço pago
por cada unidade importada. Assim, é a área do retângulo qNABqD dada
pela base (qD- qN) vezes a altura (AqN ou BqD).
CEDERJ 197
Análise Microeconômica | A empresa e o mercado internacional
?
Há relações
entre preços de exportação,
preços internos e custos de exportação.
No nosso modelo teórico, visando simplicidade,
desconsideramos os custos de comercialização internacional.
Porém, vale uma menção acerca desse ponto. Dependendo do tipo
de mercado, o preço do produto exportado pode ser formado a partir
dos custos de exportação e custos internos para a empresa. De forma
alternativa, do preço do produto cotado internacionalmente se deduzirá
o preço que receberá o exportador. Portanto, o preço externo pode
causar o preço recebido internamente ou o contrário: do preço interno
incorpora-se custos e outras margens para determinar o preço do
bem exportado. Da causalidade de preços na direção do
preço internacional para determinação do preço
recebido pela empresa, observamos, como
exemplo, os preços das
198 CEDERJ
15
commodities,
negociadas no mercado
AULA
internacional. Por exemplo, do
preço da soja, negociado na bolsa de
mercadorias de Chicago (EUA) se deduzirá os
custos de exportar para evidenciar qual será o preço
recebido pelo produtor interno. Vejamos a equação
básica norteadora da formação do preço recebido a partir do
preço da bolsa internacional Chicago. Preço internacional (bolsa
de Chicago) = Preço FOB (Free on Board, preço da soja no navio no
local de embarque). Pode haver uma diferença de valor, dado pela
negociação (barganha) entre os agentes sobre a distância entre os locais
de embarque e desembarque, volume, demais características especificas do
produto, denominada prêmio da negociação. Preço FOB – custos de embarque
(armazenamento, frete até o local de embarque e despesas portuárias) – despesas
de juros de financiamentos à exportação – custos internos (embalagem especifica
para exportações e gastos adicionais da operação) = preço recebido pelo produtor.
No caso de formar o preço de exportação (causalidade de preços no sentido internos
para preços externos), temos, entre outros, os seguintes elementos a considerar:
• alguns impostos incidentes sobre o preço interno são isentos para a mercadoria
exportada;
• há de se retirar os custos de logística de distribuição interna do produto e incluir
os de distribuição externa;
• retira-se o custo de embalagem interna e acrescenta o de embalagem externa;
• deduz-se dos custos de propaganda externa as despesas com a propaganda no
mercado nacional.
Assim: preço no mercado nacional – impostos sobre a venda interna (ICMS, IPI,
PIS e COFINS) + (despesa de embalagem externa - despesa de embalagem
interna) + (despesa com propaganda, custos administrativos e comissão
de agentes no exterior - as respectivas despesas internas) + (custos de
embarque como os de frete, seguro e documentação) + margem para
riscos da operação + margem de lucro = preço para exportar.
A taxa de conversão entre moedas (taxa de câmbio) é
naturalmente considerada pelo empresário em qualquer dos
dois tipos de formação de preços. Inclusive, considerando
o risco de alteração do câmbio durante a diferença
temporal, envolvida entre o processo de efetuar
e efetivar a operação internacional.
TARIFA
CEDERJ 199
Análise Microeconômica | A empresa e o mercado internacional
200 CEDERJ
A Figura 15.7 ilustra o exemplo a seguir: inicialmente, o mercado
15
é livre. O preço internacional força ao mercado nacional o preço de $ 2,
AULA
ou seja, em virtude da possibilidade da troca de produtos nacionais por
importados, as empresas nacionais ficam limitadas a adotar igual preço
– sob pena de pouco ou nada vender, caso arbitre um preço superior.
Sendo assim, ao tomar o preço $ 2, as empresas nacionais produzem
uma oferta agregada de 10 unidades. Por sua vez, a demanda nacional é
de 16 unidades. A diferença entre a quantidade demandada e a ofertada
nacional dará o volume de importação para essa mercadoria, no caso,
seis unidades.
Observe o primeiro efeito da tarifa aduaneira: a redução das
importações.
Com o imposto à importação, digamos $ 1 de tarifa, comprar
o produto importado implica pagar o preço internacional, adicionado
à tarifa tal como se fosse um imposto sobre o consumo. Como receita
própria, a empresa estrangeira recebe apenas o preço sem a tarifa, isto é,
os mesmos $ 2. No entanto, a empresa nacional poderá cobrar o preço
igual ao que o consumidor paga pelo produto importado ($ 3), portanto,
produzirá mais (12 unidades). Aumentada a produção nacional, certa-
mente diminui a quantidade importada (de 6 para 2 unidades).
Vimos, assim, o estímulo à produção nacional. As empresas
domésticas estarão com maior volume de produção. Espera-se o aumento
de empregos diretos (possivelmente também indiretos) quando a produ-
ção nacional aumenta. Portanto, em geral, o efeito da tarifa à importação
é o de fomentar a indústria nacional com resultados correlacionados
ao aumento do emprego e renda no país. Mas, não é só isto! Há outro
agente que se beneficia da instituição da tarifa. Vamos olhar o lado das
finanças públicas.
A tarifa é fonte de receita pública. Ao se comprar um produto
importado com a tarifa incluída no preço, o valor desta tarifa é crédito
tributário, ou seja, fonte de arrecadação do governo. Facilmente, cal-
culamos a arrecadação do governo, gerada pela tarifa na Figura 15.7.
Como cada produto importado gera $ 1 de receita tributária, o volume
total arrecadado com o total de importações será de $ 2 ($1 x 2 unida-
des importadas). Antes da tarifa, o governo nada arrecadava de tarifa
aduaneira.
CEDERJ 201
Análise Microeconômica | A empresa e o mercado internacional
202 CEDERJ
Assim, o preço do mercado internacional limitará o preço nacio-
15
nal que vigorará no mercado interno. Se o preço internacional for P*,
AULA
este será o preço para o mercado nacional. Se não houver produção
nacional para esse preço, toda a demanda seria atendida com produtos
importados. Olhando para a curva de oferta das empresas nacionais, S,
observa-se que ao preço P* a oferta nacional será qN; a demanda nacional
deseja adquirir qD. Nesses termos, o volume de importação é dado por
qD - qN. Assim, o mercado desse produto é dominado pelo preço externo,
há importações e a produção nacional responde apenas por uma parcela
do mercado. Este é um mercado livre e aberto ao exterior.
Suponha que o governo venha a instituir uma tarifa específica de
t unidades monetárias ao produto estrangeiro. Assim, cada unidade de
produto importado sofrerá de um acréscimo de t unidades monetárias
em seu preço, p*. Isto possibilita a empresa nacional cotar o preço (em
moeda nacional) em P* + t, que é o mesmo preço a ser pago pelo produto
importado. Por isso, no gráfico o preço passa para a posição P* + t, o
que aumenta a produção nacional para qN’; diminui a demanda nacional
para qD’. As importações são reduzidas para um total dado por qD’ – qN’.
Observe que a imposição da tarifa trouxe uma arrecadação tributária
para o governo. Essa pode ser verificada pela área do retângulo BCEF,
pois a base e a altura desse retângulo representam, respectivamente, o
volume importado (quantidade de mercadorias importados) e o valor
da tarifa.
Podemos observar o faturamento agregado das empresas nacionais
antes e depois da tarifa. Antes, o faturamento (p vezes q) era verificada
pela área do retângulo 0qNAP* (não desenhado no Gráfico). Depois da
cobrança de tarifa, o faturamento correspondeu a área 0qN’C(P*+t). Fácil
constatar o benefício da tarifa para a empresa nacional; o faturamento
dela aumenta tanto pelo efeito do preço mais elevado como pelo maior
volume de vendas.
Do lado do consumidor, verificamos que, antes da tarifa, a despe-
sa com o produto (nacional e o importado) era expresso pelo retângulo
0qDGP* (não desenhado). Após a tarifa, a despesa passa a ser quantificada
pela área 0qD’E(P*+t). Neste caso, não se pode, a priori, dizer se a despesa
do consumidor aumenta ou diminui com a tarifa. Isto porque há dois
fatores de efeitos conflitantes sobre a variação de despesa. De um lado, o
preço aumenta, o que representa aumento de despesa. Todavia, há uma
CEDERJ 203
Análise Microeconômica | A empresa e o mercado internacional
Atividade 3
Será que a arrecadação do governo sempre aumenta? Suponha que o mercado 3
de um produto esteja com a tarifa de P* + t, conforme ilustra o gráfico da Figura
15.8. Em determinado momento, o governo decide dobrar o valor da tarifa. Com efeito,
o valor do preço com tarifa passa a coincidir com o valor do preço de equilíbrio (pe no
gráfico). Qual o valor da arrecadação tributária após essa nova tarifa, o “tarifaço”?
Resposta Comentada
A arrecadação do governo com a nova tarifa passa a ser exatamente zero. Isto
porque a nova tarifa permitiu as empresas cobrarem o preço em que ocorre a
igualdade entre a oferta e demanda nacional. Não há mais o que importar com
o preço mais elevado. Logo como é zero a quantidade importada, a receita com
a tarifa (t vezes zero unidade) será zero. Por este exemplo, percebe-se que nem
todo aumento de tarifa implica aumento de receita tributária. Nesses casos,
percebe-se que as importações foram drasticamente reduzidas a ponto de causar
uma queda de receita – uma vez observada a elevada tarifa sobre os preços
dos produtos.
204 CEDERJ
Observamos que a implantação de uma tarifa a produtos impor-
15
tados tem a influência de expandir a produção da empresa nacional
AULA
que produza bens similares aos importados. Em termos dos interesses
nacionais, a tarifa representa um instrumento da política econômica para
gerar aumento da produção nacional, redução das importações e ainda
gera arrecadação de receita para o governo. Constitui-se, portanto, de
um mecanismo para proteger a empresa nacional da concorrência de
empresas estrangeiras no mercado nacional. Neste ponto, façamos uma
pergunta: podemos dizer que a fixação de um valor para tarifa, digamos
$ t, garante ao longo do tempo a redução das importações? Por exem-
plo, no gráfico da Figura 15.7, vimos a redução das importações para
2 unidades dada a tarifa de $ 1 (t=1). Esta redução de importações é
efetiva ao longo do tempo?
A resposta é não. Se admitirmos a possibilidade de modificações,
tanto no lado da eficiência produtiva das empresas estrangeiras quanto
da posição da curva da demanda nacional, as importações podem con-
tinuar a ser elevadas.
Imagine o mercado de um produto qualquer, digamos da área de
Informática. Há empresas nacionais e empresas estrangeiras, produzindo
e vendendo no mercado nacional. Suponha as empresas estrangeiras
como as mais eficientes no custo de produção, isto é, produzem a um
custo relativamente menor. O governo institui uma tarifa à importação
de produtos de informática. Com isto a importação reduz-se. Se as
empresas estrangeiras continuarem tendo eficiência de custos, elas terão
condições de abaixar seus preços ao longo do tempo. Isto representaria
uma situação de queda de preço final.
Vejamos: suponha que o ganho de eficiência seja de forma a reduzir
o preço de $ 2 para $ 1. Assim, com a mesma tarifa de $ 1, o preço final
do produto importado seria o mesmo da situação de quando o mercado
era livre. Portanto, a tarifa não garante a redução das importações ao
longo do tempo, se admitirmos que as empresas estrangeiras têm mais
eficiência produtiva relativas às nacionais.
Imagine a situação de um aumento na renda dos consumidores.
Sabemos que um aumento na renda desloca a curva de demanda para a
direita. A Figura 15.9 mostra o efeito sobre as importações. Ainda que
haja a tarifa de $ t, as importações aumentam para o total de (qD” – qD’’).
Se o governo quiser assegurar a redução de importações, terá a dura mis-
CEDERJ 205
Análise Microeconômica | A empresa e o mercado internacional
?
A Organização Mundial do
Comércio (OMC), criada em 1995, com
sede em Genebra (Suíça), é uma organização que,
por sua vez, possui personalidade jurídica e é constituída
por mais de 140 países membros. A finalidade principal é a de
impor regras e normas para estabelecer um entendimento entre os
países e as instituições internacionais que atuam no campo econômico.
Ela pretende desenvolver o comércio mundial livre, evitando a instituição
de medidas protecionistas entre os países membros. Por meio de reunião,
são negociados e assinados acordos comerciais que, após serem ratificados
em cada nação, passam a disciplinar as ações relacionadas ao comércio
internacional. Além de preparar e operacionalizar acordos multilaterais de
comércio, a OMC tem diversas atribuições, correlatas à função de ditar o
sistema de comercio internacional. Serve de tribunal para os conflitos
do comércio internacional, onde nele as divergências são analisadas
e decididas com mecanismos de execução de cumprimento
único (single undertaking). Seus membros são compelidos a
concordarem e seguirem com os resultados dos conflitos
negociados, atentando para mitigar a decisão,
baseada em interesse unilateral de cada
país.
COTAS
206 CEDERJ
que o interesse do governo seja o de permitir um máximo de dois produ-
15
tos importados. Neste propósito, baixa um decreto, permitindo até duas
AULA
unidades de produtos de origem estrangeira. Essa é a cota à importação.
No mercado nacional, as empresas nacionais poderão cobrar o preço
semelhante àquele dado pela tarifa geradora da mesma quantidade de
importação. Isto porque realizada a importação permitida aos preços
internacionais, restaria toda a parcela de demanda para adquirir ao preço
determinado internacionalmente.
Duas observações devem ser realizadas. A primeira é de que o ins-
trumento de cota, por ser um fator mais rígido sobre o fluxo de comércio
internacional (medida puramente quantitativa), é bastante combatido
nos tratados comerciais internacionais. Se o país A determina cota de
importações, os países das empresas afetadas pela redução das vendas
externas irão reagir também, colocando cotas à importação de produ-
tos vindos de A. Isso restringe o comércio como um todo, certamente
trazendo problemas para todos (com tarifas isso também ocorre, mas
em menor escala).
A segunda observação cabe a quem receberia as licenças à impor-
tação, ou seja, quem seria o beneficiário de poder comprar o produto
com preço mais baixo. Certamente, os critérios de fixação e distribuição
das licenças derivadas das políticas de cotas é um problema de natureza
política (nacional e internacional) e ideológica, as quais certamente geram
varias distorções e discussões.
Neste sentido, não obstante a necessidade de autorização junto
a organizações internacionais, como a OMC, vários países utilizam do
instrumento da Cota. A Rússia (em via de integrar como país membro
da OMC) institui cota à importação de carne suína e frango, mas tem
diminuído tal critério quantitativo de limites às importações. O Uruguai
em área de produtos lácteos entre outros. Para dar um exemplo real na
economia brasileira, em 2009 o governo brasileiro alterou as cotas de
importação de pneus remoldados, comprados do Paraguai e do Uruguai.
Até 2008, a cota permitia até 332 mil unidades de pneu de ambos os
países (168 mil unidades do Uruguai, 164 mil do Paraguai. Com a alte-
ração da cota, instituída por Resolução da Camex (Câmara de Comércio
Exterior), em 14 de janeiro de 2009, as importações ficaram limitadas
a 166 mil pneus (84 mil do Uruguai e 82 mil do Paraguai) até o fim de
abril daquele ano. Por mês, a cota limitou o volume de 47,4 mil unidades.
CEDERJ 207
Análise Microeconômica | A empresa e o mercado internacional
CONCLUSÃO
208 CEDERJ
Atividade Final
15
AULA
Suponha a existência de um produto nacional brasileiro de idêntica qualidade a 2 3 4
de produtos importados. As curvas de oferta e demanda domésticas estão ilus-
tradas pela Tabela a seguir. No mercado internacional, esse produto tem oferta abundante com
o preço internacional de USD 6 (seis dólares americanos). A taxa de câmbio entre real e dólar é
de R$ 2: USD1 (dois reais são trocados por um dólar) Pede-se:
a) identificar o preço de equilíbrio e o volume de produtos negociados, se o mercado não
permitir a entrada de produtos estrangeiros (não integrado no comércio internacional);
b) descrever o efeito da abertura do mercado livre (entrada de produtos importados sem
qualquer tarifa) sobre o volume de produção agregada das empresas nacionais e calcular o
volume de importações;
c) identificar a modificação no mercado nacional quanto ao volume nacional de produtos. Em
seguida, calcular o volume de importação e a arrecadação do governo com uma tarifa de R$ 2;
d) na hipótese de mercado livre para esse produto, qual é o efeito de uma desvalorização da
taxa de câmbio de 50%?
CEDERJ 209
Análise Microeconômica | A empresa e o mercado internacional
Resposta Comentada
a) Se o mercado está fechado para a compra de produtos estrangeiros, o preço será
o de igualdade entre a oferta doméstica e a demanda nacional. O ponto é de preço
e quantidades de equilíbrio de R$ 18 e 120, respectivamente.
b) Se o mercado é livre, o preço internacional do produto depois da conversão dada
pela taxa de câmbio (2 reais para cada dólar) será R$ 12 (USD6 x R$ 2). Este será
o preço pelo qual as empresas nacionais terão de tomar como dado. Assim, a oferta
nacional será 90, a demanda 180. O volume importado é calculado pela diferença
entre o que a produção nacional oferta e os consumidores desejam comprar ao preço
de mercado, isto é, 90 unidades.
c) A entrada em vigor de uma tarifa à importação de R$ 2 permite à empresa nacional
cobrar R$ 14, pois este será o preço que o consumidor terá de pagar ao importar.
Nesse sentido, a oferta nacional aumenta para 100 unidades. As importações reduzem
para 60 unidades. A arrecadação do governo com a tarifa será de R$ 120 (60 x R$ 2).
d) Com a desvalorização, cada dólar passa a ser trocado por R$ 3. Assim, o preço em
real do produto importado passa a ser R$ 18. Portanto, as empresas nacionais pode-
rão cobrar este valor no mercado nacional. Isto levará a uma situação de eliminação
das importações. Observa-se, portanto, que a desvalorização cambial tem o efeito
de reduzir as importações, o que de certo modo pode ser utilizado como medida
para proteger o mercado nacional da entrada indesejada de importados.
RESUMO
210 CEDERJ
15
AULA
mais baixo do mercado internacional. As empresas nacionais estarão limitadas a
seguir o preço internacional.
Quando se institui uma tarifa à importação, o preço cobrado no mercado nacional
aumenta de acordo com o valor da tarifa. Isto favorece as empresas nacionais
que poderão cobrar um preço mais elevado e produzir um maior volume de
produção. Em contrapartida, os consumidores pagarão um preço mais elevado,
comprando menos em relação à situação anterior à tarifa. Com a tarifa, o governo
é contemplado com aumento da sua arrecadação, pois como é um imposto que
se cobra por cada produto importado, haverá um aumento de receita tributária.
A quantidade importada cai com a tarifa, uma vez que comprar o produto no
estrangeiro está mais caro.
A cota é um expediente similar a da tarifa, no que concede ao efeito de reduzir a
importação. A cota tem o condão de reduzir a importação por força da imposição
legal, isto é, decreta-se um limite à importação e este precisa ser cumprido. Aqueles
que venham a obter a licença de importar estarão beneficiados por comprar
produtos importados sem que tenham de pagar qualquer valor a mais além do
preço internacional.
A imposição de tarifas pode trazer como vantagens fatores, como a elevação
do emprego, a promoção do crescimento das empresas nacionais, entre outras.
Todavia, há várias desvantagens e riscos. Os preços dos produtos aumentam, os
consumidores diminuem sua demanda etc.
CEDERJ 211
Livro Eletrônico
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!∀#∃%&∋∀(
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1.! INTRODUÇÃO
Este material consiste de nove aulas escritas (em formato PDF), cada
uma contendo questões resolvidas das bancas mencionadas.
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graduação, em cursos livres preparatórios para concursos públicos e
certificações. Sou professor do Estratégia Concursos desde 2013!
Bons estudos!
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a) I e II.
b) I e IV.
c) II, III e V.
d) III, IV e V.
e) III e IV.
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∋( ∀ ()∗(+ (∗, −.
/∋
( ∀(+ ∗, −
/.
∋( ∀ (1
# &∃
!∀ %
∃ &#
0
!∀ % 2∗, −
1
! ∀ 2∗, 34
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III – VERDADEIRO. No equilíbrio, a oferta será igual a demanda. Ou
seja:
∋/ ∀ ∋5((
. ∀ )∗
∋( ∀ (−
# &∃
!∀ %
∃ &#
)∗
!∀ % 2∗, −
−
! ∀ 2)(
GABARITO: LETRA E
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a) elasticidade-renda da demanda pode ser positiva, nula ou negativa,
ao passo em que a elasticidade-preço da demanda é sempre negativa
(fora do módulo) devido à lei geral da demanda.
Vejamos as alternativas:
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c) Incorreto. A demanda é perfeitamente elástica ao preço quando a
elasticidade é infinita.
GABARITO: LETRA A
a) 1.
b) -1.
c) -a/p2.
d) -a.
e) a.
9 &:
8∀ %
: &9
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Sendo assim, a expressão de elasticidade toma a seguinte forma:
Derivando, temos:
;< >
∀ ; ? ∀ 2≅ %>%9Α?Α?
;= 9
;< >
∀2 Β
;= 9
Resolvendo:
9 >
8∀ > ∀2 Β
9
9
9 >
8∀ > ∀2 Β
9
9
9 >
8 ∀ 9% ∀2 Β
> 9
9Β >
8∀ ∀2 Β
> 9
8 ∀ 2≅
GABARITO: LETRA B
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II. A demanda é considerada inelástica quando a elasticidade é
menor que 1, o que significa que a quantidade varia
proporcionalmente menos que o preço.
IV. Quanto mais vertical for uma curva de demanda que passa
por determinado ponto, maior será a elasticidade-preço da
demanda.
a) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e IV, apenas.
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Vejamos os itens:
GABARITO: LETRA A
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a) −1/3
b) −1/4
c) −2/3
d) −2/4
e) −3/4
Inclinação = - 2/8
Inclinação = - 1/4
GABARITO: LETRA B
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Assuma uma função utilidade do tipo Cobb!Douglas em relação
a dois bens U(x1,x2)=x1ax21-a, em que a é uma constante
positiva. Suponha que o preço do bem x1 seja igual a p e o preço
do bem x2 seja igual a 1. Suponha também que a renda seja
exógena e igual a y.
a) a e ∀1
b) y e ∀1
c) a e –a
d) 1 e ∀1
e) a/y e ∀1
Elasticidade-renda da demanda
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Depois, podemos derivar a função de demanda pela renda para
encontrar dq/dR. A seguir, podemos substituir estes valores na
expressão de elasticidade fornecida.
Χ ∆
<Ε ∀ %
> 6 Χ 9Ε
<Ε ∀ ∆ 2 >∆(
Como o consumidor esgota sua renda (y) com a demanda pelos bens,
sua restrição orçamentária informa que o valor demandado pelo bem
1 mais o valor demandado pelo bem 2 é igual á renda: 9? %Κ? 6 9Β %ΚΒ ∀
∆
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A elasticidade renda, como apresentamos acima, pode ser obtida
através da derivada da função de demanda em relação à renda
multiplicada pela razão entre renda e a função de demanda do bem:
&Κ≅
8Λ ∀ Κ≅
&Μ
Μ
Μ &Κ≅
8Λ ∀ %
Κ≅ &Μ
8Λ ∀ ≅
Elasticidade-preço da demanda
Colocando na expressão:
&Κ≅
8Ν ∀ Κ≅
&9
9
9 &Κ≅
8Ν ∀ %
Κ≅ &9
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9 >∆
8Ο ∀ >∆ %2 Β
9
9
8Ο ∀ 2≅
GABARITO: LETRA D
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RT = P x Q
ou
GABARITO: CERTO
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A sequência está correta em
a) V, F, F.
b) V, V, F.
c) V, V, V.
d) F, F, F.
GABARITO: LETRA C
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b) As necessidades humanas são ilimitadas, e os recursos produtivos
existentes na natureza são escassos, ou seja, não são encontrados em
grande abundância.
Comentando as alternativas:
GABARITO: LETRA B
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Julgue o item seguinte, acerca dos fundamentos de economia e
da microeconomia.
Por mais que estas hipóteses não sejam totalmente compatíveis com
a realidade, em função de serem simplificadoras, elas permitem
exprimir a realidade através de instrumentos matemáticos que
possibilitam categorizar causa e efeito entre as variáveis.
GABARITO: CERTO
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GABARITO: CERTO
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12. CESPE - Especialista em Regulação de Aviação Civil/Área
4/2012/
GABARITO: CERTO
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e capital humano. Mas, é também possível verificar a classificação
entre recursos naturais, trabalho e capital.
GABARITO: ERRADO
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e IV, apenas.
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Vejamos os itens:
GABARITO: LETRA C
I. O que produzir.
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A existência ilimitada de recursos utilizáveis tornaria frágil o
caráter “econômico” dos problemas contidos em
a) I e IV, apenas.
b) I, II e III, apenas.
d) II e III, apenas.
GABARITO: LETRA C
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Como explicado em comentários anteriores, a economia fundamenta-
se na hipótese de que os recursos são escassos e não suficientes para
suprir as necessidades da coletividade.
GABARITO: ERRADO
GABARITO: ERRADO
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Como afirmado anteriormente, os modelos empregados em economia
partem de hipóteses simplificadoras da realidade, mas que possibilitam
o estabelecimento de relações de causa e efeito entre variáveis
econômicas.
GABARITO: ERRADO
a) I e III, apenas.
b) II e IV, apenas.
d) IV, apenas.
e) II, apenas.
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Às definições:
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GABARITO: LETRA C
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"! Elasticidade Unitária # |E| = 1, ou seja, quando a elasticidade,
em módulo, é igual a 1. Isto significa que o aumento no preço em
1% provoca redução na quantidade demandada nos mesmos 1%.
Em outras palavras, o aumento/redução no preço provoca
redução/aumento na quantidade demandada em igual escala (a
demanda possui sensibilidade unitária ao preço).
GABARITO: LETRA C
Qd = (25.Y)/P
c) o bem é inferior.
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# &∃
!∀ %
∃ &#
# Ρ∃
!∀ %
∃ Ρ#
7−Σ
∋/( ∀
.
Ρ∋/
( ∀ Η7−ΣΙ%.Α)
Ρ.
Ρ∋/ 27−Σ
(∀
Ρ. .7
# 27−Σ
!∀ %
∃ .7
27−Σ
!∀
.∃
GABARITO: LETRA B
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b) Ep pode ser positiva.
e) Ep + Ey = q/y.
# &∃ Τ &∃
!# 6 !Τ ∀ ( % 6 %
∃ &# ∃ &Τ
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Se desenvolvemos o produto acima o resultado não será o apresentado
pela questão.
GABARITO: LETRA A
A sequência correta é:
a) F, F, V e V;
b) V, V, F e F;
c) V, F, F e V;
d) V, F, V e V;
e) V, F, V e F.
Comentando os itens:
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1. Correto. Como já definido anteriormente, a elasticidade-preço da
demanda, uma medida de sensibilidade, mede a variação percentual
na quantidade demandada em função de uma variação percentual no
preço.
GABARITO: LETRA E
Questão interessante.
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do imposto). Quanto maior a elasticidade-preço da demanda e menor
a elasticidade-preço da oferta, maior o ônus sobre o produtor.
!/
.ΥςΩΞΨΞ#ΥΖ[∴(/∴(.ς∴/]Ω∴ς( ∀ (
!/ 6 !∴
Sendo:
Ed a elasticidade-preço da demanda
Eo a elasticidade-preço da oferta
ε,φγ
=>⊥_α9>Ζ[β(χβ(=⊥βχδ_β⊥( ∀ ((
ε,φγ 6 ≅,γη
ε,φγ
=>⊥_α9>Ζ[β(χβ(=⊥βχδ_β⊥( ∀ (
Ε,ιΕ
=>⊥_α9>Ζ[β(χβ(=⊥βχδ_β⊥( ∀ (ε,ϕϕΕ(
=>⊥_α9>Ζ[β(χβ(κβλµδνχβ⊥ο(≅(+ (=>⊥_α9>Ζ[β(χβ(=⊥βχδ_β⊥
=>⊥_α9>Ζ[β(χβ(κβλµδνχβ⊥ο(≅(+ (ε,ϕϕΕ
=>⊥_α9>Ζ[β(χβ(κβλµδνχβ⊥ο(ε,ιιφ
GABARITO: LETRA C
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I. Um aumento de preços provoca uma elevação da receita da
firma quando a demanda do produto é elástica.
a) I e II, apenas.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
Comentando os itens:
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GABARITO: LETRA C
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!/
.ΥςΩΞΨΞ#ΥΖ[∴(/∴(.ς∴/]Ω∴ς( ∀ (
!/ 6 !∴
.ΥςΩΞΨΞ#ΥΖ[∴(/∴(π∴θ5]ρΞ/∴ςο()(+ (.ΥςΩΞΨΞ#ΥΖ[∴(/∴(.ς∴/]Ω∴ς
Sendo:
Ed a elasticidade-preço da demanda
Eo a elasticidade-preço da oferta
Desta forma, quanto maior a relação Eo/Ed , maior deve ser a parcela
do imposto que recai sobre os consumidores.
GABARITO: LETRA B
Considere:
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Está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) I e II.
c) II e IV.
d) III e IV.
Comentando os itens:
# &∃
!∀ %
∃ &#
# Ρ∃
!∀ %
∃ Ρ#
Ρ∃
∀ )−∗∗∗#Α7
Ρ#
Ρ∃
∀ 24∗∗∗∗#Α4
Ρ#
! ∀ 27
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III. Incorreta. Como afirmado em comentários anteriores, a
elasticidade-preço cruzada de bens complementares é negativa.
IV. Correta. Bens elásticos indicam que a demanda pelo mesmo irá
diminuir em proporção maior que o aumento de preço. Outra forma de
dizer isto é afirmar que o dispêndio total dos consumidores é
decrescente à medida que o preço do bem aumenta.
GABARITO: LETRA C
a) oferta elástica.
b) elasticidade-renda negativa.
c) demanda inelástica.
e) elasticidade-renda positiva.
Questão direta.
GABARITO: LETRA A
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do produto e Q à quantidade demandada, julgue o item que se
segue.
# &∃
!∀ %
∃ &#
# Ρ∃
!∀ %
∃ Ρ#
)
. ∀ 2 ∋ 6 )∗
4
)
∋ ∀ )∗ 2 .
4
∋ ∀ 4∗ 2 4.
Ρ∋
∀ 24
Ρ.
∋ ∀ 4∗ 2 4%7
∋ ∀ 73
# Ρ∃
!∀ %
∃ Ρ#
7
!∀ %Η24Ι
73
! ∀ 2∗, 7−
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GABARITO: ERRADO
∋ ∀ 4∗ 2 4%−
∋ ∀ )−
# Ρ∃
!∀ %
∃ Ρ#
−
!∀ %Η24Ι
)−
! ∀ 2)
GABARITO: CERTO
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Considerando que a curva de demanda de determinado bem é
)
dada pela equação . ∀ 2 ∋ 6 )∗, em que P corresponde ao preço
4
|E| > 1
1
|E| = 1
|E| < 1
Resumindo:
GABARITO: CERTO
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32. CESPE - Auditor de Controle Externo (TCE-
PA)/Fiscalização/Economia/2016
∋ ∀ 4∗ 2 4%4
∋ ∀ 7)
# Ρ∃
!∀ %
∃ Ρ#
4
!∀ %Η24Ι
7)
4
!∀2
1
∋ ∀ 4∗ 2 4%4, 4∗
∋ ∀ 7∗, )
# Ρ∃
!∀ %
∃ Ρ#
4, 4
!∀ %Η24Ι
7∗, )
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σ, σ
!∀2
7∗, )
GABARITO: CERTO
GABARITO: ERRADO
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d) desconsiderando outros fatores, é de se esperar que a elasticidade-
preço da demanda de um bem seja tanto maior quanto mais essencial
for ele para o consumidor.
Comentando:
Verificando na expressão:
# Ρ∃
!∀ %
∃ Ρ#
#
!∀ %υ
∃
GABARITO: LETRA C
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35. CESPE - Auditor Fiscal de Controle Externo (TCE-
SC)/Controle Externo/Economia/2016
Questão direta.
GABARITO: ERRADO
b) Apenas quando p = 0.
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d) Apenas quando p < c/2d.
# ΡΤ
2) ω %
Τ Ρ#
Ρ∃
∀ 2/
Ρ#
#
2) ω % 2/
Ψ 2 /.
2Ψ 6 /. ω 2χ=
2Ψ ω 2Ε/.
Ψ ϖ Ε/.
Ψ
ϖ=
7/
GABARITO: LETRA D
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b) mais elástica em relação ao preço nos países mais ricos em relação
aos mais pobres;
GABARITO: LETRA A
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das altas temperaturas, ainda assim, independentemente dos
preços praticados, a curva de demanda
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P D
Q* Q
GABARITO: LETRA A
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Suponha que, no ano de 2000, os brasileiros tenham fumado
380 bilhões de cigarros. O preço médio no varejo era de R$2
por maço. Estudos estatísticos mostraram que o valor absoluto
da elasticidade-preço da demanda era de 0,5. Considerando
essas informações e que a curva de demanda é linear, a curva
de demanda por cigarro no Brasil, expressa em bilhões de
unidades, é dada por:
# Ρ∃
!∀ %
∃ Ρ#
7 Ρ∃
∗, − ∀ %
4ξ∗ Ρ#
Ρ∃
∀ σ−
Ρ#
Ρ∃
∀ υ ∀ σ−
Ρ#
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Substituindo na função de demanda temos que:
∋ ∀ Υ 2 υ#
∋ ∀ Υ 2 σ−#
∋ ∀ Υ 2 σ−#
4ξ∗ ∀ Υ 2 σ−%7
Υ ∀ 4ξ∗ 6 )σ∗
Υ ∀ −1∗
∋ ∀ −1∗ 2 σ−#
GABARITO: LETRA D
a) -1
b) 1
c) 3
d) 5
e) 7
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Questão interessante, pois apresenta uma variação no consumo
derivada de uma variação no preço, mas solicita a elasticidade-renda
da demanda.
Bom, a questão informa que a pessoa gastava 10% de sua renda com
energia elétrica. Se a renda deste indivíduo era de R$ 100,00, ele
gastava R$ 10,00 com energia. Após um aumento de 10% no preço,
considerando inicialmente que não ocorreram alterações no consumo
de energia, o consumidor passaria a gastar R$ 11,00 com energia
elétrica, ou seja, comprometeria agora 11% da sua renda com este
bem. Isto é, ocorreu uma queda de 1% no poder de compra da renda
do consumidor. Dito de outro modo, ele ficou mais pobre em 1%.
&Θτ
8Λ ∀ (
&ΘΜ
ηΘ
8Λ ∀
≅Θ
8Λ ∀ η
GABARITO: LETRA D
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Desse fato deduz-se que sua demanda por alimentos tem
elasticidade
b) renda igual a um
GABARITO: LETRA B
Questão direta.
O bem inferior, por sua vez, possui raciocínio inverso, pois sua
elasticidade-renda é negativa. Ou seja, uma queda na renda acarreta
em aumento na demanda pelo bem.
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Se a demanda pelo preço aumenta em função da redução na renda,
espera-se, segundo a lei da demanda, que o preço do bem aumente.
GABARITO: CERTO
a) inferior e superior.
b) de luxo e normal.
c) substituto e complementar.
d) supérfluo e inferior.
e) de Giffen e inferior.
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No caso da questão, a renda cai 10% e a demanda pelo bem cai em
&Θψ
20%. Neste caso, temos uma elasticidade-renda igual a 2 (8Λ ∀ ∀
&ΘΛ
ΑΒζ
∀ Ε. Ou seja, trata-se de bem supérfluo
Α?ζ
O bem inferior, por sua vez, possui raciocínio inverso, pois sua
elasticidade-renda é negativa. Ou seja, uma queda na renda acarreta
em aumento na demanda pelo bem.
GABARITO: LETRA D
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para bens inferiores é negativa (aumento da renda resulta em redução
na demanda), a Curva de Engel é negativamente inclinada
(decrescente).
GABARITO: LETRA C
Por definição, um bem é dito inferior se, e somente se, sua quantidade
demandada reduz quando o preço do bem diminui.
GABARITO: ERRADO
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Não é possível fazer a mesma afirmação em relação a renda.
GABARITO: ERRADO
GABARITO: ERRADO
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GABARITO: LETRA A
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50. CESGRANRIO - Supervisor de Pesquisas
(IBGE)/Geral/2014/
GABARITO: LETRA A
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O eixo das ordenadas mostra quantidades do bem B1 e o eixo das
abscissas, do bem B2. A restrição orçamentária é a reta no gráfico
acima, denotando as quantidades consumidas dos bens B1 e B2 de
acordo com o limite orçamentário disponível pelo consumidor. Cada
ponto sobre a restrição indica as quantidades de B1 e B2 consumidas.
GABARITO: LETRA C
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e) a escolha ótima do consumidor não se altera, independentemente
do tipo de tributo adotado.
x2
m/p2
(m-t)/p2
(m-t)/p1 m/p1 x1
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O preço do bem 1, antes igual a p1, após a incidência tributária possui
valor de (1 + t)p1. E a reta orçamentária
x2
m/p2
m/(1+t)p1 m/p1 x1
O
GABARITO: LETRA D
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a) a reta de restrição orçamentária sofrerá uma quebra no limite dessa
quota.
x2
Quota x1
O
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GABARITO: LETRA A
Π ∀ #) {) 6 #7 {7
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Vamos aplicar este raciocínio à função em questão em relação à p1:
ΩΠ ∀ Ω Π
Π ∀ #) {) 6 #7 {7
Π 2 #7 {7
#) ∀
{)
ΩΠ 2 ΗΩ#7 {7 Ι
ΗΩ#) Ι ∀
Ω{)
ΩΗΠ 2 #7 {7 Ι
ΗΩ#) Ι ∀
Ω{)
Ω Π 2 #7 {7
ΗΩ#) Ι ∀ %
Ω {)
Π 2 #7 {7
ΗΩ#) Ι ∀ Ω∗ %
{)
GABARITO: LETRA C
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no eixo das abscissas, e a do bem y, no eixo das ordenadas,
julgue o próximo item.
3y
2x x x
O
GABARITO: CERTO
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Se os preços dos bens x e y duplicarem e a renda do consumidor
triplicar, então haverá deslocamento paralelo para a direita da restrição
orçamentária.
Questão direta.
GABARITO: CERTO
Π ∀ #) {) 6 #7 {7
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Após as modificações, temos:
7Π ∀ 3#) {) 6 3#7 {7
7Π ∀ 3 #) {) 6 #7 {7
Π ∀ 7 #) {) 6 #7 {7
GABARITO: LETRA B
p1x1 + p2x2 = y
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A expressão apresentada pela questão indica que o consumidor
demanda dois tipos de bens (x1 e x2), que possuem os preços (p1 e
p2), respectivamente. Para proceder à demanda, o consumidor utiliza
a renda y.
GABARITO: LETRA A
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O gráfico acima, que representa as quantidades demandadas do
bem A ― eixo horizontal― e do bem B ― eixo vertical ―, mostra
alguns efeitos na restrição orçamentária de um consumidor,
efeitos que resultam da variação no preço do bem A. Após a
variação no preço do bem A, a restrição orçamentária do
consumidor desloca-se para a esquerda (de RO para RO’); U é
a curva de utilidade do consumidor — tangência RO no ponto X
—; U’ é a outra curva de utilidade do consumidor ― tangência
RO’ no ponto Y ―; a reta PT é paralela à RO’ e tangência U no
ponto Z o equilíbrio do consumidor move-se do ponto X = (QX,
Q1) para o ponto Y = (QY, Q2), no qual QX > QZ > QY > 0 e Q2
> Q1 > 0. Considerando essas informações e o gráfico, julgue o
item subsequente.
GABARITO: ERRADO
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A mudança no preço do Bem A desloca a restrição orçamentária do
consumidor de RO para RO´. Como é possível notar no gráfico, esse
deslocamento faz com que o consumidor consuma menores
quantidades do Bem A. Ou seja, há aumento no preço do Bem A.
GABARITO: CERTO
p1x1 + p2x2 = m
sendo:
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x1 e x2, as quantidades demandadas dos bens 1 e 2
m a renda.
GABARITO: ERRADO
p1B1 + p2B2 = m
sendo:
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p1 e p2 os preços dos bens 1 e 2
m a renda.
GABARITO: CERTO
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e vestuário, que esses dois bens sejam normais e que seus
preços mantenham-se constantes.
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um deles, mantendo o preço do outro constante (variação de preços
relativos) indica variação na demanda do bem cujo preço variou.
Assim, caso o preço do bem A, indicado no eixo das ordenadas,
aumentou, a demanda pelo bem irá reduzir. Ou seja, o ponto de
intersecção da curva de restrição com o eixo é modificado, indicando
menor quantidade demanda:
GABARITO: CERTO
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a) 2 e 2,5
Xb) 2 e 2
c) ½ e ½
d) ½ e ¾
e) 4 e 2
Π ∀ #) {) 6 #7 {7
Desta forma:
θΨΞθΥΖ[∴ ∀ (#)#7
3
θΨΞθΥΖ[∴ ∀
7
θΨΞθΥΖ[∴ ∀ 7
GABARITO: LETRA B
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a) OR = 40L + 10R
b) OR = 4000L + 1000R
c) OR= (40L*10R)/100
d) OR= (40L*10R)*100
e) OR = 0,4L+0,1R
Π ∀ # 6 #Π Π
Π ∀ ∗, 3 6 ∗, )Π
GABARITO: LETRA E
a) menos 1%
b) mais 1%
c) mais 4%
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d) menos 5%
e) mais 5%
GABARITO: LETRA A
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Com o aumento de 10% no aluguel há uma redução de 3% na renda
real do consumidor. Como ele gastava 30% da renda com esta despesa
e o preço do aluguel se elevou em 10%, o efeito líquido na renda será
de -3%.
GABARITO: LETRA C
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GABARITO: CERTO
GABARITO: CERTO
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Sua restrição orçamentária anteriormente às modificações pode ser
representada da seguinte forma:
Π ∀ #) {) 6 #7 {7
Π ∀ 7#) {) 6 7#7 {7
Π ∀ 7 #) {) 6 #7 {7
)
Π ∀ #) {) 6 #7 {7
7
GABARITO: CERTO
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obtida através da razão entre o preço do bem x pelo preço do bem y:
Px/Py = 1/3
GABARITO: ERRADO
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Π ∀ #) {) 6 #7 {7
Desta forma:
θΨΞθΥΖ[∴ ∀ (#)#7
GABARITO: ERRADO
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4.! LISTA DE QUESTÕES
a) I e II.
b) I e IV.
c) II, III e V.
d) III, IV e V.
e) III e IV.
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demanda, variações no preço do bem e na renda do consumidor
afetam a quantidade demandada do produto no mercado sob
análise. Sobre o conceito da elasticidade é correto afirmar que
a
a) 1.
b) -1.
c) -a/p2.
d) -a.
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e) a.
IV. Quanto mais vertical for uma curva de demanda que passa
por determinado ponto, maior será a elasticidade-preço da
demanda.
a) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e IV, apenas.
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a) −1/3
b) −1/4
c) −2/3
d) −2/4
e) −3/4
a) a e ∀1
b) y e ∀1
c) a e –a
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d) 1 e ∀1
e) a/y e ∀1
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( ) De acordo com o Princípio de Otimização, é razoável supor
que, sendo livres para escolher, as pessoas escolherão as coisas
que desejam, em vez das que não querem.
a) V, F, F.
b) V, V, F.
c) V, V, V.
d) F, F, F.
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10. CESPE - Analista Legislativo (CAM DEP)/Área III/Consultor
Legislativo/2014/
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Julgue o item a seguir, acerca do equilíbrio do consumidor, dos
efeitos preço, renda e substituição, da elasticidade da demanda
ou procura, dos fatores de produção e da elasticidade da oferta.
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e IV, apenas.
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e) I, II, III e IV.
I. O que produzir.
a) I e IV, apenas.
b) I, II e III, apenas.
d) II e III, apenas.
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17. CESPE - Especialista em Regulação de Serviços de
Transporte Aquaviário/Economico-Financeira/2014/
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a) I e III, apenas.
b) II e IV, apenas.
d) IV, apenas.
e) II, apenas.
Qd = (25.Y)/P
c) o bem é inferior.
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d) se P = 30, a elasticidade renda da demanda será negativa.
e) Ep + Ey = q/y.
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( ) Se um bem tiver elasticidade-preço da demanda menor do
que 1(um) em valor absoluto, dizemos que ele tem uma
demanda elástica.
A sequência correta é:
a) F, F, V e V;
b) V, V, F e F;
c) V, F, F e V;
d) V, F, V e V;
e) V, F, V e F.
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Sobre os efeitos de preço, renda e substituição e a elasticidade
da procura, analise as assertivas abaixo.
a) I e II, apenas.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
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c) os produtores sempre conseguem repassar o imposto para os
consumidores. Assim, os produtores não arcariam com nenhum ônus
do imposto.
Considere:
a) I.
b) I e II.
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c) II e IV.
d) III e IV.
a) oferta elástica.
b) elasticidade-renda negativa.
c) demanda inelástica.
e) elasticidade-renda positiva.
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Considerando que a curva de demanda de determinado bem é
)
dada pela equação . ∀ 2 ∋ 6 )∗, em que P corresponde ao preço
4
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33. CESPE - Auditor de Controle Externo (TCE-
PA)/Fiscalização/Economia/2016
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Situação hipotética: Em um mercado em equilíbrio inicial e com a renda
nominal constante, um consumidor adquiriu determinada quantidade
do bem 1 e determinada quantidade de outros bens. Posteriormente,
houve aumento no preço do bem 1. Assertiva: Nessa situação, o bem
1 será considerado elástico se, em decorrência do aumento de seu
preço, a despesa com os demais bens diminuir.
b) Apenas quando p = 0.
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b) mais elástica em relação ao preço nos países mais ricos em relação
aos mais pobres;
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Logo, o valor máximo possível da elasticidade renda da
demanda por eletricidade dessa pessoa é, aproximadamente,
igual a
a) -1
b) 1
c) 3
d) 5
e) 7
b) renda igual a um
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Em uma economia com dois bens, um inferior e outro normal, a queda
da renda dos consumidores resulta em aumento do preço do bem
inferior.
a) inferior e superior.
b) de luxo e normal.
c) substituto e complementar.
d) supérfluo e inferior.
e) de Giffen e inferior.
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d) inferiores e sua curva de Engel é crescente.
Por definição, um bem é dito inferior se, e somente se, sua quantidade
demandada reduz quando o preço do bem diminui.
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O gráfico abaixo mostra curvas de oferta de maçãs, a curto e a
longo prazos.
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e) peixe é um bem com muitos substitutos para seu comprador.
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d) sob condições específicas, o tributo sobre a renda deixaria o
consumidor com um nível de satisfação maior do que um tributo sobre
a quantidade consumida.
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a) as quantidades demandadas dos bens 1 e 2 dependem da
produtividade marginal dos fatores de produção.
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57. CESGRANRIO - Analista de Pesquisa Energética
(EPE)/Petróleo/Abastecimento/2010/
p1x1 + p2x2 = y
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e) a reta orçamentária se deslocar paralelamente em direção à
origem dos eixos.
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61. CESPE - Auditor de Controle Externo (TC-DF)/2014/
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64. CESGRANRIO - Analista de Pesquisa Energética
(EPE)/Petróleo/Abastecimento/2014/
a) 2 e 2,5
Xb) 2 e 2
c) ½ e ½
d) ½ e ¾
e) 4 e 2
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a) OR = 40L + 10R
b) OR = 4000L + 1000R
c) OR= (40L*10R)/100
d) OR= (40L*10R)*100
e) OR = 0,4L+0,1R
a) menos 1%
b) mais 1%
c) mais 4%
d) menos 5%
e) mais 5%
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b) precisa receber uma renda monetária adicional de R$ 5,00/mês para
manter seu padrão de vida (sua renda real).
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O Ministério da Justiça (MJ) tem um montante fixo para gastar
na aquisição de dois bens: mesas e computadores. Ainda, o MJ
planeja ocupar um prédio de sua propriedade, atualmente
alugado para profissionais liberais.
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