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G2 2021.

1 - 24A (Ana Clara Zacche)

1. Comente as afirmativas abaixo. Elas poderão ser verdadeiras ou falsas.


a) Em uma política de compra dos excedentes, a receita total de vendas
torna-se mais expressiva, já que o objetivo do governo é recompor (pelo
menos) a receita original dos produtores ao nível original. Assim sendo,
podemos dizer que os consumidores saem prejudicados, pois o preço final de
mercado torna- se maior.

R: Falso. Na política de compra de excedentes, de fato, o governo objetiva


recompor pelo menos a receita original dos produtores. Entretanto, um
excesso de oferta provoca pressões baixistas nos preços e agradam ao lado
da demanda. Nesse caso, o preço se mantém constante, a demanda não vê
diferença e a receita total dos produtores aumenta porque o governo compra
a quantidade da supersafra produzida ao mesmo preço para compor os seus
estoques reguladores.

b) A situação de prejuízo econômico zero viabiliza o resultado apresentado pelo


princípio de Marshall-Hicks, já que a firma estará alocando recursos de forma
eficiente e, portanto, remunerando o fator trabalho de forma satisfatória,
entretanto, firma estará operando em uma isolucro aquém da fronteira
tecnológica, invalidando a equivalência entre a taxa marginal de substituição
técnica e a razão entre as produtividades marginais dos fatores de produção
utilizados.

R: Falso. A situação de prejuízo econômico zero (ou seja: lucro econômico ou


lucro econômico zero) viabiliza o princípio de Marshall-Hicks que
compatibiliza o valor da produtividade da contribuição do trabalhador ao seu
salário. Isso porque em ambos os cenários a firma consegue cobrir os seus
custos econômicos, gerando resultados superiores ou iguais aos seus custos,
de modo que seja eficiente a remuneração do trabalhador. Nesse caso, a
firma não estará operando em uma isolucro aquém da fronteira tecnológica,
mas em uma isolucro que seja tangente à função de produção, validando a
equivalência entre a taxa marginal de substituição técnica e a razão entre as
produtividades marginais dos fatores de produção utilizados. A firma estará
operando na isolucro de número 2.
c) As preocupações com saúde e colesterol em função do consumo de carnes
vermelhas irão provocar um deslocamento da curva de oferta para a direita,
uma vez que as quantidades ofertadas desse tipo de carne sofrerão os
impactos da mudança de hábitos alimentares dos consumidores. Entretanto,
como a elasticidade preço-cruzada da demanda é negativa, os preços da
carne branca irão aumentar.

R: Falso. As preocupações com saúde e colesterol em função do consumo


de carnes vermelhas irão provocar um deslocamento da curva de oferta para
a esquerda e para cima, indicando uma diminuição das quantidades ofertadas
desse tipo de carne. Nesse caso, a elasticidade preço-cruzada da demanda é
positiva já que carne branca e carne vermelha são bens substitutos, logo, um
aumento do preço de uma, leva a um aumento na quantidade demandada de
outra. Assim, os preços da carne branca irão aumentar.

3. Suponha que uma companhia de água mineral detenha o monopólio da venda de


água engarrafada. Se o preço da água corrente (bica) aumentar, mostre graficamente
qual será a mudança observada nos níveis de produção que maximiza o lucro da
companhia; Podemos dizer que o novo preço de equilíbrio da companhia de água
mineral garantirá lucro econômico positivo? Justifique.

R: Se o preço da água corrente aumentar, a demanda por água engarrafada irá


aumentar, deslocando a reta de demanda para cima e para direita e aumentando os
preços por garrafa de água, aumentando também a receita total. Nesse caso, a produção
de água aumentará tendo em vista que os preços são maiores e os produtores são
agentes racionais, maximizando o lucro da companhia. Dessa maneira, podemos dizer
que o novo preço de equilíbrio da companhia de água mineral garantirá o lucro
econômico positivo porque os custos estão inferiores à receita total.
C: O aumento do preço da água corrente levará a uma maior procura pela água
engarrafada, pois são bens substitutos. Isso levará a um deslocamento da reta de demanda
para a direita e, da mesma forma, um deslocamento da Receita Marginal já que no equilíbrio
do monopólio essas retas andam juntas. As novas retas permitem um aumento dos preços
de mercado para A’ e um novo equilíbrio em E’ – ponto para maximização de lucros.

Obs.: Tem a correção do Guilherme nas provas abaixo, dessa mesma questão. A correção
acima é a correção da monitora.
G2 2020.1 - 24A

1. Uma cidade é atendida por muitos supermercados organizados em concorrência


perfeita que apresentam custo marginal constante; pede-se: (3,00)

a) Considerando o mercado de produtos alimentares, mostre graficamente os excedentes do


consumidor, produtor e total.

R: Considerando a estrutura de mercado em concorrência perfeita no mercado de produtos


alimentares, não há geração de excedente de bem-estar dos produtores e o excedente de
bem-estar dos consumidores é a região A no gráfico, também considerado o excedente
total. Nesse caso, a ordenada (Qcp, Pcp) representa o ponto de equilíbrio de mercado,
resultado da interseção da reta de demanda D com a reta de oferta correspondente ao custo
marginal constante. (Base da resposta do Guilherme)

b) Suponha agora que os supermercados se fundem em uma única rede; usando um novo
gráfico, mostre os excedentes do mercado; em relação a estrutura competitiva pré fusão,
qual foi a transferência de bem estar dos consumidores para a rede de supermercados,
houve geração de peso morto? Identifique no gráfico.

R: A fusão dos supermercados configura uma situação de monopólio. Na estrutura de


concorrência perfeita, os consumidores têm uma área de excedente de bem-estar maior do
que na situação de monopólio. Já os produtores, em situação de concorrência perfeita, não
apresentam excedente de bem-estar, e na situação de monopólio apresentam um bem-estar
de área correspondente ao retângulo Pm-J-I-Pcp. Há geração de peso morto, que é a área
J-I-B, conhecida também como triângulo de Harberger.

Concorrência Monopólio Delta


perfeita

Excedente cons. A - B - Pcp A - J - Pm Pm - J - B - Pcp

Excedente prod. ----------------------- Pm - J - I - Pcp Pm - J - I - Pcp


Exc. total A - B - Pcp A - J - Pm - I - Pcp - (J + I + B)

C Guilherme: Com a fusão e a consequente concentração do mercado em uma única rede,


o equilíbrio do monopólio ocorre no ponto I (Rmg = Cmg). O excedente dos consumidores
reduziu, agora representado pela área do triângulo AJPm. Houve geração de bem-estar para
a rede única de supermercados (excedente do produtor), o equivalente à área PmJIPcp;
esta região representa o bem-estar transferido dos consumidores para o monopólio, quando
a transição entre as estruturas de mercado. O triângulo JIB é o peso morto causado pela
concentração do mercado em uma única rede.

2. Comente as afirmativas abaixo. Elas poderão ser verdadeiras ou falsas.

a) No processo de minimização de custos, a igualdade entre a isoquanta mais alta factível e


a isocusto não garante a igualdade entre a taxa à qual a firma deseja trocar seus fatores de
produção e a taxa pela qual ela efetivamente poderá realizar tal substituição, já que a razão
entre as produtividades marginais dos fatores de produção difere (1,00).

R: Falso. No processo de minimização de custos, a igualdade entre a isoquanta desejável e


factível (que gera o maior volume de produção) e a isocusto garante a igualdade entre a
taxa à qual a firma deseja trocar seus fatores de produção e a taxa que ela poderá realizar
essa substituição, tendo em vista suas produtividades marginais.

C Guilherme: Falsa. A solução do problema de minimização de custos ocorre quando a


isocusto factível e desejável tangencia a isoquanta de produção. Nesse ponto, as
inclinações de ambas são iguais, isto é, a taxa marginal de substituição técnica na produção
(inclinação da isoquanta) se iguala à razão (quociente) dos preços dos fatores de produção
(preços relativos), “r” o preço do fator capital e “w” o preço do fator mão-de-obra; Como a
isoquanta define o volume meta de produção, à medida que a firma substitui capital por
mão-de-obra e vice-versa, não observamos variação no volume de produção meta
determinado pela isoquanta (caminhamos ao longo dela), embora o uso dos fatores
promova suas respectivas produtividades, isto é:

* ▲K . PMGK + ▲L . PMGL = 0  - [▲K / ▲L = PMGL / PMGK ]


b) A regulação por tarifas das utilities, potencializa a geração de eficiências tanto alocativas
como produtivas, além de promover resultados eficientes no sentido de Pareto (1,00).

R: Falso. A regulação por tarifa em utilities potencializa a geração de eficiências produtivas.


Isso porque em eficiências alocativas, a agência reguladora exige que a firma se comporte
como competitiva e cobre o preço socialmente desejável. Essa opção não representa
incentivos à firma oferecer o serviço, já que ignora suas características estruturais e não
cobre os seus custos totais médios. Em eficiências produtivas, a agência reguladora permite
que a concessionária cobre um valor supra competitivo (característica estrutural de
monopólios), mas com um determinado limite. Dessa maneira, nenhuma das duas
eficiências promoverão resultados ESP porque uma alocação de mercado será ESP se ela
for a melhor opção e se maximizar o bem-estar, havendo compatibilidade entre o preço de
oferta e o preço de reserva. E na escolha pela eficiência produtiva, há geração de peso
morto que impede a maximização do bem-estar necessária para considerar a solução
eficiente no sentido de Pareto.

C Guilherme: Falso: A regulação por tarifas das utilities (monopólios naturais) promove um
trade off para as agências reguladoras, isto é, quando da fixação da tarifa pela agência
reguladora esta deverá optar entre eficiência alocativa ou eficiência produtiva. No primeiro
caso, a agência reguladora obrigará que a concessionária opere como uma firma em
concorrência perfeita, cobrando dos consumidores uma tarifa competitiva (P = CMG); no
segundo caso, a agência reguladora reconhece as características estruturais dos
monopólios naturais e permite a cobrança de uma tarifa supra-competitiva (P = CTME),
incentivando a participação de potenciais concessionárias candidatas a explorar o setor. A
solução do trade off se dá em prol da eficiência produtiva, mas gera peso morto para a
sociedade.

c) A imposição de uma tarifa de importação, ao reduzir a quantidade importada, desloca o


mercado interno para uma situação eficiente no sentido de Pareto, pois a economia
doméstica estará mais próxima do seu equilíbrio sem comércio exterior, o que amplia os
excedentes do consumidor e produtor (1,00).

R: A imposição de uma tarifa de importação, ao reduzir a quantidade importada, não coloca


desloca o mercado para uma situação ESP. É considerada eficiente no sentido de Pareto
toda e qualquer alocação que seja a melhor possível, ou seja, aquela que maximize o
bem-estar geral. Como observado no gráfico e na tabela abaixo, não há ampliação do
bem-estar geral, tendo em vista a redução do excedente do consumidor e geração de peso
morto.

Antes da tarifa Depois da tarifa Variação

Exc. consumidores A+E+I+U+H+J A+E+F+G - (I + U + H + J


+F+G+K + K)

Exc. produtores O O+I + I


Exc. governo --------------------- H+J + (H + J)

Exc. total A+E+I+U+H+J A+E+F+G+O+ - (U + K)>


+F+G+K+O I+H+J Peso morto

C Guilherme: Falso. A imposição de uma tarifa de importação reduz o excedente dos


consumidores do mercado interno e favorece (aumenta) o bem estar dos produtores
domésticos, além de gerar peso morto.

d) Mercados livres garantem a geração de eficiência alocativa e produtiva, pois para os


consumidores, o valor de mercado do bem medido pela disposição para pagar excede seu
custo, enquanto que para vendedores, o custo da mercadoria está aquém do seu preço
(1,00).

R: Falso. A geração de eficiência alocativa e produtiva, no geral, são características de


monopólios. A eficiência alocativa se dá quando a agência reguladora exige que a firma se
comporte como competitiva e cobre o preço socialmente desejável. No entanto, essa
solução ignora as características estruturais monopolistas e não cobre os custos totais
médios da firma. Já na eficiência produtiva, a agência reguladora permite que a
concessionária cobre um valor supra competitivo, mas com um determinado limite, de modo
que as características monopolistas sejam reconhecidas e a firma consiga cobrir seus
custos totais médios. Sob essa ótica, em mercados livres, a maximização do bem-estar se
dá no ponto em que o preço de reserva dos consumidores (valor de mercado medido pela
disposição para pagar) é compatível com o preço que os produtores ou vendedores estão
dispostos a ofertar no mercado.
C Guilherme: No equilíbrio de mercado, segundo a ótica da economia do bem-estar,
observamos a exata compatibilidade entre disposição para pagar (valor) dos potenciais
consumidores com a disposição para vender dos potenciais produtores/vendedores.

3. Analise graficamente as intervenções do governo listadas abaixo e identifique o


impacto sobre o nível de bem estar (represente com uma tabela).

a) Redução dos encargos trabalhistas sobre a contratação de mão-de-obra após a fixação


de um salário mínimo compulsório (1,00).

R: Após a fixação do salário mínimo compulsório, os empregadores se sentem


desmotivados a contratar, devido ao alto custo de contratação. Dessa maneira, gera-se um
excesso de oferta de mão de obra no mercado e consequente desemprego. Nesse sentido,
objetivando voltar o mercado ao equilíbrio, há uma redução dos encargos trabalhistas que
deslocam a reta de demanda para cima e para direita, indicando um aumento da demanda
por mão de obra.

Antes dos encargos Depois dos Variação


encargos

Exc. consumidor A A+B + B


(patrão)

Ex. produtor C+D C+D ----------------


(trabalhador)

Exc. total A+C+D A+B+C+D + B


b) Imposição de um preço máximo para o algodão seguido de uma queda da renda dos
consumidores em razão de uma crise econômica (1,00).

R: Após a imposição do preço máximo para o algodão, houve uma queda de renda dos
consumidores em decorrência de uma crise econômica. Após esse fato gerado, a demanda
por algodão se deslocou, assim como a reta, de D1 para D2, ou seja, para baixo e para a
esquerda, indicando uma diminuição da quantidade demandada pelo produto. Por fim,
percebe-se que houve diminuição do excedente dos consumidores, enquanto o excedente
dos produtores não se alterou. Além disso, houve a geração de peso morto.

Antes da queda de Depois da queda de Variação


renda renda

Excedente dos A+B+D B - (A+ D)


consumidores

Excedente dos C C -------


produtores

Excedente total A+B+D+C B+C - (A + D)

c) Imposição de uma regulação ambiental (não tarifa) sobre o mercado de chumbo.

R: Ao impor uma regulação ambiental sobre o mercado de chumbo, a reta de oferta se


desloca para cima e para a esquerda, indicando uma diminuição na quantidade oferta e um
aumento dos preços de chumbo. O excedente do consumidor diminui enquanto o excedente
do produtor aumenta, gerando resultados positivos no excedente total de bem-estar.

Antes Depois Variação

Exc. consumidor A+B+D+E A - ( B+ D+ E)

Exc. produtor C+F B+C + (B + C) - F

Exc total A+B+D+E+C+ A+B+C + (D + E + F)


F
G2 2020.2 - 24A (Giulia Brunoro)

1. Suponha que uma companhia de água mineral detenha o monopólio da venda de


água engarrafada. Se o preço da água corrente (bica) aumentar, mostre
graficamente qual será a mudança observada nos níveis de produção que maximiza
o lucro da companhia; Podemos dizer que o novo preço de equilíbrio da companhia
de água mineral garantirá lucro econômico positivo ? Justifique.

R: O aumento do preço da água corrente gera um aumento na demanda por água


engarrafada, de modo que, considerando o cenário de monopólio, a companhia como
agente racional, coloca os preços acima do preço supra competitivo cobrado, maximizando
os lucros da firma. Ao estabelecer o novo preço de equilíbrio, a firma garantirá lucro
econômico positivo tendo em vista que a receita marginal supera os custos no ponto C,
maximizando seus lucros.

C: O aumento do preço da água corrente levará a uma maior procura pela água
engarrafada, pois são bens substitutos. Isso levará a um deslocamento da reta de demanda
para a direita e, da mesma forma, um deslocamento da Receita Marginal já que no equilíbrio
do monopólio essas retas andam juntas. As novas retas permitem um aumento dos preços
de mercado para A’ e um novo equilíbrio em E’ – ponto para maximização de lucros.
C Guilherme: Como o preço da água da bica aumentou, assumindo que água engarrafada
seja um bem substituto, a demanda pela água engarrafada sofrerá um aumento,
deslocando-se para a posição D2, assim como a receita marginal derivada desta, agora em
Rmg2. A estrutura de custos da firma monopolista não se alterou, portanto, no equilíbrio
inicial (Rmg1=Cmg), dado o custo total médio da firma, o lucro econômico (positivo) é
representado pela área do retângulo APm1IH; no novo equilíbrio da firma (Rmg2 = Cmg),
dado o mesmo custo total médio, o lucro econômico (positivo) passou a ser a área do
triângulo LPm2NT, maior que o cenário inicial (antes do aumento do preço da água da bica).

2. O governo de uma economia aplica um imposto sobre as compras de biscoitos.


Mostre graficamente as regiões correspondentes ao gasto total dos consumidores,
receita total dos produtores e receita tributária do governo nos cenários antes e
depois da aplicação do imposto. Considerando a elasticidade preço da demanda por
biscoitos, podemos dizer que se o gasto total dos consumidores cai, o excedente dos
consumidores aumenta? Justifique.

R: A área em laranja, correspondente ao retângulo E, representa o gasto total dos


consumidores, enquanto a área em lilás, correspondente ao quadrado I, representa o gasto
total dos produtores. A área em laranja é maior do que a área lilás, de modo que seja
possível inferir que o ônus do imposto recai, nessa situação, sobre o lado da demanda, que
é o mais inelástico.
Considerando a elasticidade preço da demanda por biscoitos, quando o gasto total dos
consumidores cai, o excedente dos consumidores aumenta. Isso porque, gastando menos
ao comprar biscoitos por preços mais baixos, o lado demanda se demonstra mais motivado
a consumir esse produto e tem seu bem-estar ampliado. No entanto, não é isso que ocorre
na situação demonstrada abaixo, em que ao impor um imposto sobre a compra de biscoitos,
o lado da demanda arca com maior ônus do imposto. Nesse caso, o gasto total dos
consumidores aumenta porque o imposto aumenta o seu preço de mercado, tanto para os
consumidores quanto para os produtores, de modo que ambos tenham seus excedentes
diminuídos. Por fim, somente o governo será beneficiado com a medida.
Antes do imposto Depois do imposto Variação

Excedente dos A+E+U A - (E + U)


consumidores

Excedente dos O+I+L O - (I + L)


produtores

Excedente do ------------------ E+I + (E + I)


governo

Total A+E+U+O+I+ A+O+E+I - (U + L):


L representam
o peso morto

3. Comente as afirmativas abaixo. Elas poderão ser verdadeiras ou falsas.

a) Podemos dizer que quando ocorre discriminação de preços de primeiro grau por
parte do monopolista, o resultados alcançados serão sempre ESP.

R: Verdadeiro. A discriminação de primeiro grau (perfeita) ocorre quando o monopolista


cobra o preço de reserva de seus consumidores se apropriando da totalidade do bem-estar
dos consumidores. Nesse caso, podemos considerar que o resultado dessa discrimininação
obterá resultados ESP porque a maximização de bem-estar dos produtores é resultado da
compatibilidade do preço de oferta com o preço de reserva, sendo para o lado da oferta,
portanto, a melhor alocação possível.

C Giulia: Na discriminação de preços de primeiro grau, o monopolista vende seu produto ou


serviço pelo preço mais alto que puder, cada consumidor pagará o preço máximo que está
disposto a pagar (seu preço de reserva). Esta discriminação é considerada perfeita para o
monopolista, pois este se apropria do excedente do consumidor. Logo, P = Cmg.
Ao vermos a eficiência no sentido de Pareto (ESP), notamos que os recursos são alocados
da forma mais eficiente possível. Isto é, ela ocorre quando não há nenhuma alocação de
mercado factível X’, tal que esta seja preferível a X. Portanto, também assume P = Cmg.
Logo, a discriminação de preços de primeiro grau sempre será eficiente no sentido de
Pareto, pois segue a equação P = Cmg (o custo marginal é igual ao preço que os
consumidores estão dispostos a pagar).
b) A imposição de uma tarifa de importação, ao reduzir a quantidade importada,
desloca o mercado interno para uma situação eficiente no sentido de Pareto, pois a
economia doméstica estará mais próxima do seu equilíbrio sem comércio exterior, o
que amplia os excedentes do consumidor e produtor.

R: Falso. Ao impor uma tarifa de importação e consequentemente reduzir a quantidade


importada, o mercado não é deslocado para uma situação ESP. De fato, a economia
doméstica estará mais próxima do seu equilíbrio sem comércio exterior, mas essa situação
de imposição de tarifa diminui os excedentes dos produtores (que pagam mais caro pelo
produto tarifado) e amplia os excedentes do produtor, que após a tarifa correspondem à área
J + E. Nesse caso, o governo também é beneficiado. Por fim, considerando que a eficiência
no sentido de Pareto só é observada quando os recursos estão alocados da melhor forma;
isto é, a mais eficiente possível e o bem-estar geral é maximizado, não podemos afirmar que
a imposição de uma tarifa desloca o mercado para uma situação ESP.

Sem tarifa de Com tarifa de


Variação
importação importação
Excedente do A +B +C + D + E + - (E + F + G + H +
A+B+C+D
consumidor F+G+H+I I)
Excedente do
J J+E +E
produtor
+ (G + H)
Governo - G+H

A+B+C+D+E A+B+C+D+E+ - (F + I)> geração


Excedente total
+ F + G + H + I +J G+H+J de peso morto

c) No problema de maximização de lucros da firma, no curto prazo, o princípio de


Marshall-Hicks garante que o bem estar dos trabalhadores contratados seja
maximizado.

R: Verdadeiro. O princípio de Marshall-Hicks afirma que o salário pago ao trabalhador deve


ser compatível com a produtividade da mão de obra. Seguindo essa linha de raciocínio, no
problema de maximização de lucros da firma, na situação em que a isolucro é tangente à
função de produção, a firma opera em um ponto em que utiliza-se da sua capacidade
tecnológica, contrata um número ótimo de trabalhadores e gera nível ótimo de produção,
maximizando seus lucros. Nesse ponto ótimo, resultado da tangência da isolucro desejável e
factível com a função de produção (que garante a condição P x Pmg = W), a firma consegue
cobrir todos os seus custos, inclusive o salário dos trabalhadores, de modo que haja
maximização do bem-estar.

d) A hipótese de livre mobilidade dos recursos produtivos, no longo prazo, em uma


estrutura de mercado em concorrência perfeita, impede que as firmas da indústria
busquem maiores ambições quanto a ditar novos paradigmas de competitividade e
concorrência no setor.

R: A hipótese de livre mobilidade dos recursos produtivos afirma que não há restrição à
entrada ou saída de firmas da indústria que atuam, o que não significa que as firmas deixem
de buscar maiores ambições quanto aos paradigmas de competitividade e concorrência no
setor. No longo prazo, a permanência da firma em um mesmo setor em situação de lucro
econômico torna-se muito mais difícil. Observando o gráfico abaixo, é possível inserir que
inicialmente, cada firma toma o preço P1 para si e está em situação de lucro econômico
zero, produzindo q1 unidades. Em uma segunda situação, em decorrência de algum fato
gerador exógeno ao mercado, os preços sofrem uma pressão altista em que operam em
lucro econômico positivo (P2 > Ctme), produzindo q2 unidades. Essa situação, em que as
firmas operam em lucro econômico positivo, representa um estímulo para a entrada de
firmas naquele segmento, de modo que uma situação de maior concorrência e excesso de
oferta seja gerada. No terceiro cenário (de excesso de oferta), há uma grande queda nos
preços de mercado até P3, de modo que as firmas operem em prejuízo econômico, o que
estimula a saída de firmas desse mercado. Essa situação se repete em ciclo até a situação
de lucro econômico zero, em que não existem mais incentivos à entrada ou à saída de
firmas da indústria.
Portanto, fica evidente que as firmas devem estar sempre buscando e não são impedidas de
buscarem maiores ambições de competitividade e concorrência porque a livre mobilidade
dos capitais faz com que o cenário estimule a entrada de novas firmas para competir, assim
como situações de prejuízo econômico em que a firma deve se manter no mercado, mesmo
diante um desestímulo até a estabilização em lucro econômico zero.

Gráfico de longo prazo na última página do resumo de Concorrência Perfeita.


G2 2021.1 - 24B

1. Comente as afirmativas abaixo. Elas poderão ser verdadeiras ou falsas.

a) No modelo de H.O não há qualquer relação de causa e efeito entre os preços


relativos dos fatores de produção e as diferentes dotações desses fatores nas
economias, já que o custo de oportunidade é o parâmetro normativo das vantagens
comparativas no modelo (1,00).

R: Falso. O Teorema de H.O preconiza uma relação de comparação entre as tecnologias e


fatores de produção de duas economias e sua relação com os preços estabelecida da
seguinte forma: Ka/La > Kb/Lb → Pka/Pla < Pkb/Plb. Nesse caso, a economia que tiver
dotação de máquinas (K) e de força de trabalho (L) mais baratos, será mais abundante e
possuirá vantagens comparativas na produção de um determinado bem. O custo de
oportunidade seria apenas uma condição necessária para avaliar os ganhos entre as nações
que fazem trocas comerciais, mas a condição suficiente seriam as dotações diferentes dos
fatores de produção que as economias apresentam.

b) No problema de minimização de custos, dada uma isoquanta de produção, esta será


factível e desejável para qualquer isocusto que garanta equivalência entre a taxa
marginal de substituição técnica e a razão entre as produtividades marginais dos
fatores de produção utilizados, independente dos preços relativos de mercado destes
(1,00).

R: Falso. Considerando o problema II da Firma, de minimização de custo, a firma deverá


escolher o plano de produção que combine fatores K e L ótimos capazes de atender à
condição de menor custo possível. Para isso, avalia a isocusto desejável e factível e não
necessariamente qualquer isocusto. A isocusto que tangencia a isoquanta será a que
garante a equivalência entre a taxa marginal de substituição técnica e a razão entre as
produtividades marginais dos fatores de produção utilizados. Como a isolucro e a função de
produção são tangentes temos que seus coeficientes angulares se igualam, permitindo a
seguinte relação:
W/ r = ΔK/ ΔL = Pmg L/ PmgK → ΔK x PmgK + ΔL x PmgL = 0, logo ΔK/ΔL = -PmgL/PmgK.
Assim, a firma escolherá a isolucro número 2 pois ela compreende o volume ótimo de mão
de obra que gera o nível ótimo de volume produzido e minimiza seus custos, utilizando-se
de sua capacidade tecnológica.
2. Uma cidade é suprida por muitos supermercados organizados em concorrência
perfeita que apresentam custo marginal constante; pede-se: (3,00)

a) Considerando o mercado de produtos alimentares, mostre graficamente os


excedentes do consumidor, produtor e total.

R: Considerando a estrutura de mercado em concorrência perfeita no mercado de produtos


alimentares, não há geração de excedente de bem-estar dos produtores e o excedente de
bem-estar dos consumidores é a região A no gráfico, também considerado o excedente
total. Nesse caso, a ordenada (Qcp, Pcp) representa o ponto de equilíbrio de mercado,
resultado da interseção da reta de demanda D com a reta de oferta correspondente ao custo
marginal constante

b) Suponha agora que os supermercados se fundem em uma única rede; usando um


novo gráfico, mostre os excedentes do mercado; em relação à estrutura competitiva
pré fusão, qual foi a transferência de bem estar dos consumidores para a rede de
supermercados, houve geração de peso morto? Identifique no gráfico.

R: A fusão dos supermercados configura uma situação de monopólio. Na estrutura de


concorrência perfeita, os consumidores têm uma área de excedente de bem-estar maior do
que na situação de monopólio. Já os produtores, em situação de concorrência perfeita, não
apresentam excedente de bem-estar, e na situação de monopólio apresentam um bem-estar
de área correspondente ao retângulo Pm-J-I-Pcp. Há geração de peso morto, que é a área
J-I-B, conhecida também como triângulo de Harberger.

Concorrência Monopólio Delta


perfeita

Excedente cons. A - B - Pcp A - J - Pm Pm - J - B - Pcp

Excedente prod. ----------------------- Pm - J - I - Pcp Pm - J - I - Pcp

Exc. total A - B - Pcp A - J - Pm - I - Pcp - (J + I + B)


G2 2020.1 - 24B

1. Suponha que uma companhia de água mineral detenha o monopólio da venda de


água engarrafada. Se o preço da água corrente (bica) aumentar, mostre
graficamente qual será a mudança observada nos níveis de produção que maximiza
o lucro da companhia; Podemos dizer que o novo preço de equilíbrio da companhia
de água mineral garantirá lucro econômico positivo ? Justifique (3,00).

R: Questão já feita em provas anteriores.

2. Suponha que o governo estabeleça uma tarifa sobre computadores importados com
o objetivo de proteger a indústria doméstica da concorrência internacional. Sendo a
economia doméstica atomizada em relação à estrutura do mercado internacional de
computadores, mostre graficamente a variação da quantidade importada nos
cenários de livre comércio e economia tarifada, a perda para os consumidores
domésticos e a transferência de bem estar dos consumidores do mercado interno
para os produtores domésticos e para o governo (3,00).

R: Com a imposição da tarifa sobre computadores importados, o excedente de bem-estar


dos consumidores diminuiu, o excedente de bem-estar dos produtores aumentou e o do
governo também. Apesar disso, houve geração de peso morto (parte que não foi apropriada
nem pelo lado da oferta, nem pelo lado da demanda, nem pelo governo), correspondente à
área I + F.

Antes da tarifa Depois da tarifa Variação

Excedente dos A+B+C+D+E+ A+B+C+D - (E + F + G +


consumidores F+G+H+I H + I)
Excedente dos J J+E + E
produtores

Excedente do --------------------- G+H G+H


governo

3. Comente as afirmativas abaixo, elas poderão ser verdadeiras ou falsas.

a) A situação de lucro econômico zero inviabiliza o resultado apresentado pelo


princípio de Marshall-Hicks, já que a firma estará alocando recursos de forma
ineficiente e, portanto, não remunerando o fator trabalho de forma satisfatória. Assim
sendo, podemos afirmar que a firma estará operando em uma isolucro além da
fronteira tecnológica, o que invalida a condição de maximização de seus lucros
(1,00).

R: Falso. Na situação de lucro econômico zero, a alocação dos recursos para a firma tem
os melhores resultados de alocação, em que o lucro contábil empata com o custo de
oportunidade do capital. Dessa maneira, conclui-se que a firma estará alocando os seus
recursos de maneira eficiente, já que pode cobrir seus custos econômicos, entre eles o
salário do trabalhador, viabilizando o princípio de Marshall-Hicks, que compatibiliza a
produtividade da mão de obra ao valor pago à ela. Nesse caso, a firma está operando em
uma isolucro na exatamente na fronteira tecnológica, de modo que seja factível e desejável,
contratando volume ótimo de mão de obra, gerando nível ótimo de produção e maximizando
os seus lucros, portanto, resolvendo o problema de maximização dos lucros da firma.

b) Podemos dizer que a estratégia da OPEP de reduzir a oferta de petróleo foi sempre
racional, já que os preços sofreram uma pressão altista. Dessa forma, a receita da
OPEP estaria garantida dando ao cartel maior poder sobre a indústria do petróleo e
derivados (1,00).

R: Falso. A estratégia da OPEP de reduzir a oferta de petróleo não foi sempre racional,
sendo racional somente no curto prazo. Em situação de curto prazo, não há possibilidade de
desenvolver ou encontrar novas fontes energéticas que substituam a commodity do petróleo,
cuja demanda é inelástica. Assim, ao diminuir a oferta de petróleo, o crescimento dos preços
é maior proporcionalmente do que a variação da quantidade demandada de petróleo, de
modo que a receita total dos produtores aumente e gere mais lucros. Já em situação de
longo prazo, a demanda por petróleo demonstra-se elástica, de maneira que a queda no
consumo seja maior proporcionalmente do que a pressão baixista dos preços (diminuição
dos preços). Portanto, a receita dos produtores diminui assim como seus lucros.

c) Para uma economia exportadora de fármacos, no modelo clássico de comércio


internacional, o preço internacional representa a oferta mundial do produto e será
sempre compatível com o custo de oportunidade da produção doméstica (1,00).

R: Falso. Para uma economia exportadora de fármacos, o preço internacional representa a


demanda mundial daquele produto e não será sempre compatível com o custo de
oportunidade da produção doméstica. Isso porque no modelo clássico de comércio
internacional, o preço doméstico representa o custo de oportunidade da produção no
mercado internacional antes da abertura internacional. Apenas após a abertura do mercado
que há convergência de preços.

d) Em concorrência perfeita, no curto prazo, a condição de encerramento da produção


não tem qualquer relação com a curva de oferta da firma (1,00).
R: Falso. Para analisar se a firma deverá encerrar sua produção ela deve analisar o custo
variável médio. Se o custo variável médio estiver acima do preço de mercado (equivalente à
receita marginal; P = Rmg), os custos variáveis são superiores à receita da firma e ela não
consegue cobrir seus custos e, portanto, encerra. Em outro cenário, caso o custo variável
estiver abaixo do preço de mercado (também, nesse caso, equivalente à Rmg), há um
excesso de receita em relação aos custos variáveis, de modo que a firma se mantenha
aberta porque pode cobrir seus custos variáveis e parte dos custos fixos. Portanto,
conclui-se que a condição de encerramento da firma é P CVme, como observado no gráfico
abaixo.
G2 2020.2 - 24B (Fernando Borsi)

1. Uma cidade é atendida por muitos supermercados organizados em concorrência


perfeita que apresentam custo marginal constante; pede-se:
a) Considerando o mercado de produtos alimentares, mostre graficamente os
excedentes do consumidor, produtor e total.
R: Considerando a estrutura de mercado em concorrência perfeita no mercado de produtos
alimentares, não há geração de excedente de bem-estar dos produtores e o excedente de
bem-estar dos consumidores é a região A no gráfico, também considerado o excedente
total. Nesse caso, a ordenada (Qcp, Pcp) representa o ponto de equilíbrio de mercado,
resultado da interseção da reta de demanda D com a reta de oferta correspondente ao custo
marginal constante.

b) Suponha agora que os supermercados se fundem em uma única rede; usando um


novo gráfico, mostre os excedentes do mercado; em relação à estrutura competitiva
pré-fusão, qual foi a transferência de bem estar dos consumidores para a rede de
supermercados, houve geração de peso morto? Identifique no gráfico.
R: Com a fusão dos supermercados em uma única rede, configura-se uma situação de
monopólio. Na transição da concorrência perfeita para o monopólio, o excedente de
bem-estar dos consumidores diminuiu enquanto o excedente dos produtores aumentou.
Houve também a geração de peso morto, correspondente à área do triângulo F-K-I, também
conhecido como Triângulo de Harberger.

Concorrência Monopólio Variação


perfeita

Excedente dos A - K - Pcp A - F - Pm Pm - F - K - Pcp


consumidores

Excedente dos -------------------- Pm - F - I - Pcp Pm - F - I - Pcp


produtores

Excedente total A - K - Pcp A - F - I - Pcp - Pm F-K-I

2. Analise graficamente o impacto dos fatos geradores abaixo e identifique os efeitos sobre
o bem estar nos respectivos mercados (represente com uma tabela).
a) Quebra da safra de mandioca em uma economia exportadora deste produto (1,00).
R: Com a quebra de safra, a quantidade ofertada desse produto irá reduzir, deslocando a
reta de oferta para cima e para a esquerda. Nesse caso, o excedente dos consumidores
permanece inalterado enquanto o excedente dos produtores diminui.
Antes da quebra de Depois da quebra de Variação
safra safra

Excedente dos M M ---------------


consumidores

Excedente dos Z+J+L+K+N+ Z+J+N - (L+ K + Y)


produtores Y

Excedente total M+Z+L+J+K+ M+Z+J+N - (L + K + Y)


N+Y

b) Imposição de um preço mínimo compulsório para o algodão seguido de uma queda da


renda dos consumidores em razão de uma crise econômica (1,00).
R: Após a fixação do salário mínimo compulsório, os empregadores se sentem
desmotivados a contratar, devido ao alto custo de contratação. Dessa maneira, gera-se um
excesso de oferta de mão de obra no mercado e consequente desemprego. Nesse sentido,
objetivando voltar o mercado ao equilíbrio, há uma redução dos encargos trabalhistas que
deslocam a reta de demanda para cima e para direita, indicando um aumento da demanda
por mão de obra.

Antes dos encargos Depois dos Variação


encargos

Exc. consumidor A A+B + B


(patrão)

Ex. produtor C+D C+D ----------------


(trabalhador)
Exc. total A+C+D A+B+C+D + B

c) Redução dos encargos trabalhistas sobre a contratação de mão-de-obra após a fixação


de um salário mínimo compulsório (1,00).
R: Após a fixação do salário mínimo compulsório, os empregadores se sentem
desmotivados a contratar, devido ao alto custo de contratação. Dessa maneira, gera-se um
excesso de oferta de mão de obra no mercado e consequente desemprego. Nesse sentido,
objetivando voltar o mercado ao equilíbrio, há uma redução dos encargos trabalhistas que
deslocam a reta de demanda para cima e para direita, indicando um aumento da demanda
por mão de obra.

Antes dos encargos Depois dos Variação


encargos

Exc. consumidor B B+A + A

Exc. produtor D+E+F+G D+E+F+G+C + C

Exc. total B+D+E+F+G B+A+D+E+F+ + (A + C)


G+C

3) Comente as afirmativas abaixo. Elas poderão ser verdadeiras ou falsas.


a) No problema de minimização de custos da firma, a igualdade entre a razão das
produtividades marginais dos fatores de produção e a taxa marginal de substituição técnica
garante que o preço cobrado pela firma seja o socialmente desejável.
R: Verdadeiro. No problema de minimização de custos da firma, a firma deverá escolher o
plano de produção que lhe dê a combinação ótima entre o uso dos fatores K e L. Para isso,
deve escolher a isocusto desejável e factível, que se encontra tangente à isoquanta de
produção. Nesse caso, a inclinação da isocusto se iguala à inclinação da isoquanta no curto
prazo, de modo que seus coeficientes angulares também se igualem. Dessa maneira,
considerando o coeficiente angular da isocusto igual a W/ r e o coeficiente angular da
isoquanta como a Taxa Marginal de Substituição Técnica -ΔK/ +ΔL, temos a relação:
W/ r = ΔK/ ΔL = Pmg L/ PmgK → ΔK x PmgK + ΔL x PmgL = 0, logo ΔK/ΔL = -PmgL/PmgK.
Assim, a firma compreende o ponto ótimo em que utiliza-se da sua capacidade tecnológica,
utilizando-se uma quantidade ótima de mão de obra, produzindo um nível ótimo de produção
e minimizando seus custos. Portanto, a firma consegue arcar com todos os seus custos e
portanto, cobrar o preço socialmente desejável.

b) No trade off enfrentado pelas agências reguladoras dos monopólios naturais, embora a
solução tenda para a opção segundo melhor, esta será ESP (1,00).
R: Falso. No trade off enfrentado pelas agências reguladoras dos monopólios naturais, a
solução, de fato, tende à segunda melhor (conhecida como eficiência produtiva) ao invés de
solução primeiro melhor (eficiência alocativa). Nesse caso, a eficiência produtiva reconhece
as características estruturais do monopólio e a agência reguladora permite que a
concessionária cobre um valor supra competitivo com limitações. Entretanto, nenhuma das
duas soluções será ESP porque uma alocação só será considerada a melhor opção quando
houver maximização do bem-estar geral, o que não ocorre em nenhum dos dois casos. No
caso da eficiência alocativa, há maximização do bem-estar para os consumidores, mas
redução do bem-estar para os produtores; enquanto na eficiência produtiva, há geração de
peso morto e diminuição do bem-estar dos consumidores.
c) Ao compararmos o modelo de concorrência perfeita com o modelo de monopólio puro,
assumindo uma demanda inelástica, notamos que a fração de consumidores “expulsos” do
mercado em razão do exercício do poder de monopólio é bastante expressiva, daí o peso
morto gerado. Porém, nada podemos dizer quanto à ocorrência de apropriação de parcelas
do excedente do consumidor, já que este permanecerá inalterado em função da baixa
sensibilidade dos consumidores a variações do preço, ceteris paribus (1,00).
R: Falso. Ao compararmos o modelo de concorrência perfeita com o modelo monopolista,
observamos que na concorrência perfeita, há uma quantidade superior de oferta e um preço
menor que o supra competitivo, adotado pelos monopólios. Nesse sentido, para o
monopolista, é racional a atuação em mercados mais inelásticos tendo em vistas que, sendo
menos sensíveis às variações de preço, não irão deixar de consumir expressivamente os
produtos ofertados pela firma monopolista ao preço supra competitivo. Nesse caso, notamos
que não há uma fração considerável de consumidores expulsos do mercado, haja vista a
sua baixa sensibilidade às variações de preço. Na transição da concorrência perfeita para o
monopólio, há uma perda brutal de bem-estar para os consumidores e aumento de
bem-estar gerado aos produtores, assim como geração de peso morto, resultado da parcela
não apropriada pelos consumidores e pelos produtores, como podemos observar no gráfico
e na tabela abaixo.

Concorrência Monopólio Variação


perfeita

Excedente dos A - K - Pcp A - F - Pm Pm - F - K - Pcp


consumidores

Excedente dos -------------------- Pm - F - I - Pcp Pm - F - I - Pcp


produtores

Excedente total A - K - Pcp A - F - I - Pcp - Pm F-K-I

d) Para uma economia exportadora de fármacos, no modelo clássico de comércio


internacional, o preço internacional representa a oferta mundial do produto e será sempre
compatível com o custo de oportunidade da produção doméstica (1,00).
R: Falso. Para uma economia exportadora de fármacos, o preço internacional representa a
demanda mundial daquele produto e não será sempre compatível com o custo de
oportunidade da produção doméstica. Isso porque no modelo clássico de comércio
internacional, o preço doméstico representa o custo de oportunidade da produção no
mercado internacional antes da abertura internacional. Apenas após a abertura do mercado
que há convergência de preços.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO.
PROVA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA-I (2ª.Chamada-24A & 24B) 2021/1-IRI.
PROF: Guilherme Nunes da Costa (Departamento de Economia).

1) Comente as afirmativas abaixo. Elas poderão ser verdadeiras ou falsas.

a) Em concorrência perfeita, no curto prazo, a condição de encerramento da produção não


apresenta qualquer relação com a curva de oferta da firma (1,00).

b) Podemos considerar que o resultado do jogo batalha dos sexos se assemelha ao resultado
do stag hunt, pois em ambos notamos a presença de soluções sub-ótimas dominadas por
equilíbrios de Nash necessariamente eficientes no sentido de Pareto (1,00).

c) Não há incentivos gerados ao monopolista discriminador de preços de primeiro grau cobrar


preços mais elevados em mercados inelásticos, pois ao reduzir o bem estar dos consumidores,
o excedente do monopólio também se reduz, já que a demanda do mercado atende à lei da
procura (1,00).

e) Rendimentos crescentes de escala garantem per se, que o custo médio de longo prazo seja
decrescente à medida que a firma expande sua produção. Entretanto, a escala eficiente de
produção poderá não ser alcançada, mesmo na suposição de que a firma seja eficiente do
ponto de vista produtivo (1,00).

f) Uma quebra da safra de feijão poderá gerar benefícios aos agricultores. Nesse sentido, se o
governo resolver inverter esta situação, ele deverá impor uma cunha fiscal, pois assim sua
receita tributária estaria sempre garantida, mesmo sabendo que o peso morto provocado é
bastante expressivo (1,00).

g) O trade off entre eficiência econômica e eqüidade exclui a possibilidade de maximização


do bem estar em uma sociedade, independentemente da opção por priorizar qualquer um dos
dois objetivos (1,00).

2) Suponha que a mineração de ouro seja uma atividade competitiva; pede-se:

a) Mostre graficamente o equilíbrio de longo prazo para o mercado e para uma única mina
representativa (1,00).

b) Suponha que um aumento na demanda por jóias de ouro provoque um aumento da


demanda pelo metal. Mostre graficamente o que ocorreria, no curto prazo, com o mercado e
com cada mina competidora (1,00).

c) Se a demanda permanecesse elevada, o que aconteceria com o preço no decurso do tempo?


O cenário seria de lucro econômico positivo, nulo, ou prejuízo econômico, no longo prazo?
Explique (1,00).
Exercícios Mercado e Bem-Estar

1. Analise se as afirmativas são verdadeiras ou falsas:


a) O advento de uma supersafra na produção de arroz aumenta seu preço no
mercado, dificultando o consumo das famílias. Dessa maneira, o governo inicia uma
política de compra de excedentes para estabelecer um novo equilíbrio de mercado.
Tendo em mente que a economia é fechada, esse excedente comprado não tem nenhuma
utilidade para o governo que o comprou.
R: Falso. O advento da supersafra de arroz provoca uma pressão baixista dos preços no
mercado, de modo que a receita total dos produtores diminua. Dessa maneira, o governo
inicia uma política de compra de excedentes para estabelecer um novo equilíbrio no
mercado, utilizando o estoque regulador para evitar que os produtores diminuam a oferta do
produto ou façam uma estratégia de cartel. Nesse caso, os produtores ao tentarem provocar
uma pressão altista nos preços através dessa estratégia, são surpreendidos com os
estoques do governo que são jogados no mercado.
b) Em vista de uma crise de desemprego, o governo estabelece um salário mínimo
compulsório, pois este implicaria num incentivo para novas contratações.
R: Falso. O salário mínimo compulsório não melhora o cenário de desemprego pois
representa um incentivo apenas para o lado da oferta (trabalhadores) e não para o lado da
demanda (empresas que contratam). Ao estabelecer um salário mínimo compulsório o
desemprego aumenta porque os trabalhadores, que são agentes racionais, se demonstram
motivados a ofertarem sua mão de obra enquanto as empresas que contratam se
demonstram desmotivadas devido ao aumento de preço da contratação, o que acaba
gerando um excesso de oferta e intensificação do desemprego. Para melhorar essa
situação, cabe ao governo oferecer encargos trabalhistas que diminuam os custos das
contratações para que o mercado volte a posição de equilíbrio.

c) Com a criação de um novo imposto sobre a oferta: os produtores têm sua receita total
reduzida, o governo tem a sua aumentada e os consumidores não são afetados pela
medida.
R: Falso. A criação de um novo imposto sobre a oferta fará com que os produtores e os
consumidores sejam afetados pela medida. Isso porque os produtores irão aumentar o preço
do produto vendido para que consigam se manter no mercado de maneira lucrativa, de
modo a aumentar o preço do produto para os consumidores. Dessa forma, a receita total
dos produtores é reduzida e os consumidores pagarão preços mais altos, enquanto o
governo tem a sua receita total aumentada.
d) Quanto maior o tamanho da cunha fiscal, maior a receita tributária do governo. Maior
ainda se a demanda for elástica, nesse caso a receita aumenta ainda mais conforme
aumenta o tamanho da cunha.
R: Falso. A cunha fiscal não pode ser aumentada ad infinitum porque um aumento muito
grande da cunha fiscal gerá também um aumento do peso morto para o governo, de modo
que consumidores e produtores sejam expulsos do mercado até o seu momento de
paralisação. Além disso, se a demanda for elástica, o governo deverá ser ainda mais
cauteloso ainda ao aumentar a cunha porque o peso morto gerado por uma cunha fiscal é
mais expressivo para ofertas e demandas inelásticas. Logo, sob mercados elásticos, o
governo deveria promover uma cunha fiscal menor porque a entropia seria mais expressiva
e a receita total diminuiria ao aumentar o tamanho da cunha. Essa relação pode ser
mostrada pela curva de Laffer.

e) Dentre a demanda de computadores e medicamentos, o maior ônus do imposto recai


sobre a demanda por computadores.
R: Falso. O ônus do imposto recai sempre sobre os mercados mais inelásticos, tendo em
vista que a demanda inelástica está menos sensível às variações de preço. Dessa forma, o
imposto no mercado inelástico não fará com que a quantidade demandada diminua muito,
mesmo com aumento de preços. Nesse caso, os computadores têm demanda elástica
enquanto os medicamentos, por serem produtos de necessidade, tem a demanda mais
inelástica, de modo que o ônus do imposto recai mais sobre a demanda por medicamentos.
2. Analise graficamente e como essas medidas do governo implicam no
bem-estar (necessário fazer a tabela) e, portanto, se no final foram positivas ou
negativas.
a) A imposição de um preço máximo no mercado de esmaltes.
Antes do Depois do Variação
tabelamento de tabelamento de
preços preços

Excedente dos
consumidores

Excedente dos
produtores

b) O estabelecimento de um salário mínimo compulsório.

c) Um imposto sobre os computadores


d) A diminuição dos encargos trabalhistas num cenário de salário mínimo.
❖ Exercícios Teoria da Firma

1. Analise se é verdadeiro ou falso e justifique:


a) É racional que a firma aumente progressivamente o fator L de produção quando K é
mantido constante.
R: Falso. Não é racional aumentar progressivamente o fator L (mão de obra)
enquanto se mantém o K constante porque a produtividade marginal dos
trabalhadores é decrescente, ou seja, atende à Lei dos Rendimentos Decrescentes
de Ricardo. Logo, se a firma vai contratando unidades adicionais do fator L e
mantendo o número de máquinas fixo, observa-se uma queda na ociosidade das
máquinas, porém, um aumento na ociosidade do trabalhador em consequência da
diminuição da contribuição do empregado.

C: A afirmativa é falsa. Não é racional que a firma aumente progressivamente o


fator de produção trabalho (L) quando K é mantido constante por conta da Lei dos
Rendimentos Decrescentes. No curto prazo, se há um fator fixo como K, e L é
aumentando crescentemente, em um momento, chega-se a um limite. A partir desse
ponto o rendimento passa a ser decrescente pela ociosidade dos trabalhadores.

b) Um lucro econômico zero significa um grande prejuízo para a produção.


R: Falso. Um lucro contábil zero significa um grande prejuízo para a produção, pois
nesse caso, os custos explícitos superam a receita total de vendas. O lucro
econômico zero pressupõe que há lucro contábil, mas que esse empata com o custo
de oportunidade de capital (custo implícito)
C: A afirmativa é falsa. O lucro econômico zero somente significa que a opção de
alocação de recursos na firma tem resultados iguais a melhor opção alternativa de
alocação.Isto porque, o cálculo do lucro econômico leva em conta os custos
implícitos

c) O encontro entre a isoquanta e a isocusto mais baixa não garante a relação TMSTec
= -w/r.
R: Falso. Considerando a isoquanta preta no gráfico abaixo, observa-se que ela
tangencia a isocusto na cor verde, representada pelo plano de produção C, cujas
coordenadas são (L*, K*). Logo, o plano de produção C, resultando da tangência
entre a isoquanta e a isocusto mais baixa possível, capazes de gerar um volume
meta estabelecido, é considerado o plano ótimo pois é aquele que minimiza os
custos. Assim, fica evidente que as inclinações da isoquanta e da isocusto são
iguais, de modo que caminhar ao longo da isoquanta, seja do plano A para o plano C
ou vice-versa, nos possibilita a situação que chamamos de TMgSTéc que atende a
relação TMgSTéc = - w/r, indicando a inclinação da isocusto e corroborando a
necessidade de combinar o desejável com o factível.
C: A afirmativa é parcialmente falsa. Pois o encontro da isoquanta com a isocusto
que garante a relação da Taxa Marginal de Substituição Técnica com o coeficiente
-w/r se dá com a menor isocusto factível.

d) Se a curva de Custo Total Médio estiver acima do preço constante no equilíbrio da


firma, é correto afirmar que a firma está auferindo lucro econômico.
R: Falso. Se a curva de Custo Total Médio estiver acima do preço constante no
equilíbrio da firma, a firma não estará auferindo lucro econômico, mas estará em
situação de prejuízo econômico. Isso pode ser confirmado analisando o lucro
econômico = receita total (preço x quantidade vendida) - custos totais. Logo, se o
custo total médio estiver acima do preço constante de equilíbrio, a receita total será
menor que os custos totais, de modo que o lucro econômico seja negativo (prejuízo
econômico).
C: A afirmativa é falsa. Apenas preços altos não garantem prosperidade. A firma
precisa analisar seus custos para ter certeza. De forma que se a curva de CTMe
estiver acima da Rmg, a firma está em posição de prejuízo econômico.

e) A multiplicação de cada um dos fatores gera um maior volume de produção do que a


multiplicação do próprio volume de produção quando há rendimentos crescentes de
escala.
R: Verdadeiro. Ao multiplicar o fator L (mão de obra) e o K (maquinário), em situação
de rendimentos crescentes de escala, gera um volume de produção mais do que
proporcional ao volume anterior. Isso significa que, considerando que f (t.K; t.L) = t . f
(K; L) onde t > 0, se t=2, o volume de produção será maior do que o dobro, de modo
que possa concluir que a tecnologia está em sua fase jovem.
C: A multiplicação de cada um dos fatores gera um maior volume de produção do
que a multiplicação do próprio volume de produção. Pois, no retorno crescente de
escala, a variação na quantidade do produto total é mais do que proporcional a
variação da quantidade utilizada dos fatores de produção. Sendo assim: f(t⋅K ;t
⋅L)>t⋅f(K ; L)→ t>0.

2. De acordo com as propriedades das isoquantas de produção e analisando o gráfico


abaixo, demonstre a inconsistência lógica de duas isoquantas poderem se cruzar.

R: É incoerente porque as isoquantas se cruzam. Nesse caso, em L1, não atenderia à


propriedade da monotonicidade, ou seja, não haveria uma isoquanta de produção preferível
à outra. Assim, o volume de produção Y1 não seria maior e nem menor que Y2 e vice-versa.
C: A (plano de produção qualquer sobre a isoquanta azul); B (plano de produção qualquer
no cruzamento entre as isoquantas azul e vermelha); C (plano de produção qualquer sobre a
isoquanta vermelha).

Dica: Use as seguintes notações: “ f” (preferência); “ : ” (indiferença).

A propriedade “b” (monotonicidade) das isoquantas de produção nos diz que um volume de
produção maior é preferível a um volume menor; também sabemos que qualquer plano de
produção ao longo (sobre) de uma mesma isoquanta é indiferente entre si, pois proporciona
o mesmo nível de produção meta. Dessa forma, no gráfico acima, vemos que os planos de
produção “A” e “B” são indiferentes (estão sobre a mesma isoquanta em azul), o mesmo
podemos dizer quanto aos planos de produção “B” e “C” (estão sobre a mesma isoquanta
em vermelho). Assim sendo, segundo o gráfico, os três planos de produção são indiferentes,
pois se o plano “A” é indiferente ao plano “B” e o plano “B” indiferente ao plano “C”, “A”
seria indiferente a “C” o que é uma falácia, pois o plano de produção “A” é preferível ao
plano de produção “C” (monotonicidade), não indiferente, já que se encontra em uma
isoquanta de produção (azul) acima da isoquanta em vermelho.

Em uma representação axiomática teríamos: A : B e B : C Þ A : C Þ FALÁCIA, pois A f C.


Exercícios de Monopólio

1. Demonstre gráficamente se o preço cobrado em um mercado monopolizado é


supracompetitivo.

R: O preço é supra-competitivo porque ele está acima do custo marginal de


produção.

C: O preço supra competitivo do monopólio pode ser demonstrado no gráfico de equilíbrio


pelo gap do equilíbrio e do preço de mercado (PM-PE).

2. Diga se as afirmativas abaixo são verdadeiras ou falsas e comente:


a) O perigo do monopolista que segue a discriminação de 1o grau é que ele não se
apropria de todo o excedente dos consumidores, sendo assim, ele é passível de
ilicitude embora seja difícil de ser detectado.

R: Falso. O perigo do monopolista que segue a discriminação do primeiro grau é


justamente que ele comete uma ilicitude ao se apropriar da totalidade do excedente
dos consumidores, não gerando excedente de bem-estar para os seus compradores.
No entanto, ele é difícil de ser identificado.

C: A afirmativa é falsa. O discriminador de 1° grau se apropria de todo o excedente


dos consumidores. Mas ele é sim passível de ilicitude e difícil de ser identificado

b) No trade-off das agências reguladoras, estas acabam optando pela solução 1o


melhor, ou seja, pela eficiência produtiva já que se deve reconhecer as
características estruturais do monopólio.

R: Falso. No trade-off das agências reguladoras em relação aos monopólios naturais,


essas acabam optando pela solução segundo melhor, que será chamada também de
eficiência produtiva. Nela, a agência reguladora, reconhecendo as características
estruturais de um monopólio, permite que a concessionária cobre um valor supra
competitivo, mas com determinado limite pré-estabelecido. De qualquer forma, ela
demonstra um incentivo maior do que a solução primeiro melhor, apesar de gerar
peso morto.

C: A afirmativa é falsa. As agências reguladoras optam pela eficiência produtiva, a


solução 2° melhor. Esta gera certo peso morto, porém não abre espaço para prejuízo
econômico. Dessa forma, ela respeita as características estruturais dos monopólios.

3. Imagine que a Companhia de Águas Fonte Limpa detenha o monopólio da venda de água
engarrafada na Califórnia. Se o preço da água corrente aumentar, qual a mudança nos
níveis de produção maximizadora de lucro, de preço e de lucro da empresa? Explique
graficamente.

R: Se o preço da água corrente aumentar, o preço da água engarrafada consequentemente


também aumentará. Dessa maneira, os custos totais no Pm2 serão superiores à receita
total, tendo em vista que a quantidade produzida ofertou, diminuindo a receita total da firma
monopolista. Em conclusão, os níveis de produção maximizadora de lucro irão diminuir, o
preço da garrafa de água irá aumentar e o lucro da empresa irá diminuir tendo em vista que
sua receita total também diminuiu.
C: O aumento do preço da água corrente levará a uma maior procura pela água
engarrafada, pois são bens substitutos. Isso levará a um deslocamento da reta de demanda
para a direita e, da mesma forma, um deslocamento da Receita Marginal já que no equilíbrio
do monopólio essas retas andam juntas. As novas retas permitem um aumento dos preços
de mercado para A’ e um novo equilíbrio em E’ – ponto para maximização de lucros.

4. Uma pequena cidade é atendida por um único supermercado que possui custo marginal
constante. Imagine agora que o grande supermercado feche e apareçam diversos novos
supermercados independentes. Mostre graficamente qual as mudanças de preço e
quantidade.
5. Uma pequena cidade é atendida por muitos supermercados concorrentes que têm custo
marginal constante.

a. Usando um gráfico do mercado de produtos alimentares, mostre os excedentes dos


produtos, do consumidor e total.

b. Imagine agora que os supermercados independentes se unam para constituir uma rede.
Mostre graficamente, em relação ao mercado competitivo, qual as transferências de
consumidores para produtores? E qual o peso morto?
❖ Exercícios de Mercados Competitivos

1. Do Wall Street Journal: “Desde o seu auge, em 1976, o consumo de carne bovina por
habitante nos Estados Unidos caiu em 28,6%... e o tamanho do rebanho diminuiu para seu
ponto mínimo em 30 anos.”

a) Usando gráficos para empresas e para o conjunto da atividade, mostre o efeito, no


curto prazo, de uma demanda declinante de carne bovina.

R: No curto prazo, com uma demanda declinante de carne bovina, observa-se uma redução
nos preços da carne bovina, assim como na quantidade demandada. Nesse caso, a firma
não mais poderá produzir e oferecer Q1 unidades. A decisão racional para a firma seria a de
produzir, no máximo, Q2 unidades porque nesse ponto, representado pelo equilíbrio de
mercado E2 (Q2,P2), os custos marginais são inferiores à receita marginal, de modo que a
firma aufira lucro econômico positivo. Se ela permanecer produzindo Q1 unidades (ou
qualquer valor para além de Q2), enfrentará um cenário de prejuízo econômico porque os
custos marginais superam a receita marginal.
C: Uma demanda declinante de carne bovina desloca a reta para a esquerda reduzindo seu
preço de mercado e, portanto, a firma entra num cenário de prejuízo econômico.

b) Em outro gráfico, mostre o efeito, no longo prazo, de uma demanda declinante de


carne bovina. Explique.

R: Já no longo prazo, os preços da carne bovina também diminuem com a demanda


declinante. Nesse caso, a firma deverá reduzir a sua produção para, no máximo, Q2
unidades, tendo em vista que da origem até o ponto Q2, a firma tem seus custos totais
médios decrescentes e o custo marginal inferior ao valor da receita marginal. Assim, a firma
irá auferir, até o ponto E (Q2,P2), lucro econômico. Ao ultrapassar esse ponto, o custo total
médio é crescente, assim como o custo marginal supera a receita marginal, no ponto
anterior de Q1 unidades, de modo que a firma aufira prejuízo econômico. Esse cenário de
prejuízo econômico fará com que as firmas sejam expulsas do mercado até a situação de
lucro econômico zero até a situação em que P = custo total médio.
C: Já no longo prazo, o prejuízo econômico expulsa firmas do mercado reduzindo a oferta.
Esse deslocamento leva o mercado de volta para um equilíbrio e as firmas retornam a um
cenário de lucro econômico zero.

2. Suponha que o setor de impressão de livros seja competitivo e parta do equilíbrio de


longo prazo.

a) Trace um diagrama que descreva a empresa típica do setor.


b) O gráfica e editora Hi-Tech inventou um novo processo que reduz substancialmente
o custo da produção de livros. O que acontece no curto prazo, quando a patente da
Hi-Tech impede que as outras empresas usem a tecnologia?

R: Quando a patente da Hi-Tech impede que as outras empresas utilizem essa tecnologia
ela fica concentrada na mão de uma só firma, de modo que, no curto prazo, o mercado fique
em equilíbrio e a receita total da firma aumente, tendo em vista que seus custos marginais e
total médio serão menores do que a receita marginal. Nesse caso, a firma estará auferindo
lucro econômico positivo.
C: No curto prazo, para a Hi-Tech, com os custos reduzidos teremos um gap maior entre os
preços e os custos gerando lucro econômico. Como as curvas de custos das outras
empresas não sofrerão alterações e como as firmas são atomizadas, o preço se manterá o
mesmo tal como seu lucro econômico.

c) O que acontece no longo prazo, quando a patente expira e as outras empresas


passam a poder utilizar a tecnologia?

R: No longo prazo, quando a patente expira, a oferta dessa tecnologia no mercado


aumenta, se deslocando para baixo e para a esquerda. Nesse caso, as expectativas
de custos serão menores já que diversas empresas arcarão com eles, de modo que
haja uma previsão maior de lucro econômico, atraindo um número maior ainda de
firmas para o mercado. Entretanto, ocorrerá um excesso de firmas no mercado, de
modo que elas aufiram prejuízo econômico pela redução de preço, o que expulsará
as firmas até uma situação de lucro econômico zero (P = Ctme)
C: No longo prazo, há a possibilidade das outras firmas utilizarem a nova tecnologia.
Assim, na expectativa de que as curvas de custos diminuirão e elas poderão aumentar seus
lucros econômicos, novas empresas serão atraídas para o setor. O novo excesso de oferta
reduzirá os preços, desequilibrando os custos da firma novamente. O cenário de prejuízo
econômico, então, expulsa firmas do mercado até que ele retorne ao de lucro econômico
zero de volta ao equilíbrio.

3. Muitos barcos pequenos são feitos de fibra de vidro, um derivado do petróleo.


Suponhamos que o preço do petróleo aumente.

a) Usando diagramas, demonstre o que acontece com as curvas de custos de uma


empresa individual fabricante de barcos e com a curva de oferta do mercado.

R: Com o aumento do preço do petróleo, o preço dos barcos pequenos aumenta,


diminuindo a oferta do produto e deslocando a reta para cima e para a direita. Já no
ambiente da firma, as curvas de custos irão superar a receita marginal após o
aumento dos preços. Nesse caso, os custos marginais, o custo total médio e o custo
variável médio operam acima da receita marginal, de modo que a firma opere em
situação de prejuízo econômico.

C: Imediatamente após o aumento no preço do petróleo as firmas saem de um cenário de


equilíbrio onde o lucro econômico é zero para um onde há prejuízo econômico. Então, a
oferta vai se realocando – em função do prejuízo – e se desloca para a esquerda pelas
firmas que vão deixando o mercado. Nesse ponto se estabelece um novo equilíbrio.

b) O que acontece com os lucros dos fabricantes de barcos no longo prazo?

R: O lucro dos fabricantes no longo prazo diminui tendo em vista que os custos
passam a operar acima da receita marginal, tanto o marginal, quanto o total médio.
Assim, as firmas operam em um cenário de prejuízo econômico. Assim, empresas
serão expulsas do mercado até que o equilíbrio se reestabeleça.
C: Como no curto prazo os custos totais passarão a ser maiores que a Rmg, os fabricantes
terão prejuízo econômico. No longo prazo, esse prejuízo expulsará empresas desse
mercado, reduzindo a oferta e deslocando a curva de oferta para a esquerda. Esse
movimento leva a um aumento no nível dos preços até um novo equilíbrio.

4. Imagine que existam mil quiosques de cachorro-quente funcionando em Nova York. A


demanda de mercado para os cachorros-quentes se inclina para baixo e o mercado está em
uma situação de equilíbrio competitivo de curto prazo.

a) Represente graficamente o equilíbrio traçando gráficos separados para o mercado


como um todo e para cada quiosque individual.
C:

b) Agora a cidade decide restringir as licenças para funcionamento dos quiosques,


reduzindo seu número para apenas 800. Qual o impacto desta medida sobre o
mercado e sobre cada um dos quiosques que permanecem em funcionamento?
Ilustre graficamente.
c) Imagine que a cidade decida cobrar uma taxa sobre cada uma das 800 licenças.
Como isso afetará o número de cachorros-quentes vendidos por um quiosque
individual e seu lucro? A cidade deseja arrecadar o máximo possível e também
assegurar que os 800 quiosques continuem funcionando. De quanto a cidade deveria
aumentar a taxa de licenciamento?

R:
C: Uma taxa de licenciamento aumenta as despesas dos quiosques. Como ela não se
relaciona com a produção individual de cada cachorro-quente, isso não afetará o custo
marginal. Contudo, ela reduz o lucro dos quiosques quando aumenta seus custos
totais. Dessa maneira, a cidade pode aumentar o tamanho da taxa até o ponto de equilíbrio
(E’ no mercado e A’ na firma), onde o lucro econômico é zero. Aumentos maiores que esses
expulsarão firmas da indústria.

5. Suponha que a mineração de ouro seja uma atividade competitiva.

a) Imagine que um aumento na demanda por joias de ouro induza um aumento na


demanda pelo metal. Usando seus gráficos, mostre o que ocorreria, no curto prazo,
com o mercado de ouro e com cada mina de ouro existente.

b) Se a demanda por ouro permanecer alta, o que acontecerá com o preço ao longo do
tempo? Especificamente, o novo preço de equilíbrio de longo prazo, estaria acima,
abaixo ou no mesmo ponto que o preço de equilíbrio de curto prazo mostrado no
item a? Seria possível que o novo preço de equilíbrio de longo prazo fosse superior
ao preço de equilíbrio de longo prazo original? Explique.
O aumento da demanda pelo ouro, deslocaria a reta para a direita elevando o preço do
metal. Isso aumentaria a Receita Marginal da mina a colocando num cenário de lucro
econômico, porque não houveram alterações nos seus custos de produção.

c) Se a demanda por ouro permanecer alta, o que acontecerá com o preço ao longo do
tempo? Especificamente, o novo preço de equilíbrio de longo prazo, estaria acima,
abaixo ou no mesmo ponto que o preço de equilíbrio de custo prazo mostrado no
item b? Seria possível que o novo preço de equilíbrio de longo prazo fosse superior
ao preço de equilíbrio de longo prazo original? Explique.

Se a demanda por ouro permanecer alta, no longo prazo, isso atrairá firmas para o mercado.
Apesar de não ser possível “fabricar” ouro, aumentará o número de minas e
consequentemente a oferta se deslocará para a direita. Um novo equilíbrio se daria atéP0 de
volta ao lucro econômico zero (no mesmo ponto de equilíbrio do item b). Um ponto inferior a
esse já configuraria um cenário de prejuízo econômico que expulsaria firmas do mercado até
a realocação em P0.

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