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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E

MEIO AMBIENTE DO RIO GRANDE DO NORTE – IDEMA

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL DO RN

3ª Edição Atualizada
(Engloba a 1ª e 2ª Edições)

Natal/RN - 2000
GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E FINANÇAS

Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente


do Rio Grande do Norte – IDEMA

Governador do Estado
Garibaldi Alves Filho

Secretário de Planejamento e Finanças


Lindolfo Neto de Oliveira Sales

Diretor Geral do IDEMA

Geraldo Magela Cabral de Souza

Diretora Técnica e Administrativa


Josenita Araújo da Costa Dantas

Coordenadora de Meio Ambiente


Maria da Glória Queiroz Bezerra de Melo

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Pesquisa e Elaboração
Eliene Cavalcante Asfora

Apoio
Josenita Araújo da Costa Dantas

Colaboração
Ana Maria Teixeira Marcelino
Ana Maria Rocha Maia
João Arthur Silva Bezerra
Marcelo Lucas da Silva

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APRESENTAÇÃO

A Legislação Ambiental do Rio Grande do Norte, em sua 3ª edição, trata de


uma publicação que apresenta a coletânea atualizada das Leis, Decretos e Resoluções que
disciplinam a atividade do meio ambiente em nível estadual.
Com o presente trabalho, está o IDEMA cumprindo mais uma etapa no seu
papel de órgão responsável pela implementação da Política Estadual de Controle e
Preservação do Meio Ambiente. Através de sua ampla divulgação, espera-se dar
oportunidade para que toda a sociedade tome conhecimento de seus direitos e deveres na
busca conjunta de um ambiente saudável, objetivando uma melhor qualidade de vida para a
atual e futuras gerações e um desenvolvimento ecologicamente sustentável.

Natal/RN, 29 de dezembro de 2000.

GERALDO MAGELA CABRAL DE SOUZA


Diretor Geral

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SUMÁRIO

A - LEGISLAÇÃO BÁSICA

LEI Nº 5.147, DE 30 DE SETEMBRO DE 1982......................................................... 09


Dispõe sobre a Política e o Sistema Estaduais de Controle e Preservação do Meio
Ambiente, e dá outras providências
LEI Nº 5.743, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1987......................................................... 16
Disciplina proibição de uso de todo território do Rio Grande do Norte para depósito de
lixo atômico
LEI Nº 5.823, DE 07 DE DEZEMBRO DE 1988 ......................................................... 17
Dispõe sobre a criação e proteção do Parque Ecológico do Cabugy e dá outras
providências
LEI Nº 6.367, DE 14 DE JANEIRO DE 1993................................................................ 18
Institui o Plano Estadual de Recursos Hídricos, e dá outras providências
LEI Nº 6.504, DE 1º DE DEZEMBRO DE 1993.......................................................... 20
Proíbe a queimada de cana-de-açúcar num raio de 1.000 (mil) metros de distância da
periferia das cidades
LEI Nº 6.621, DE 12 DE JULHO DE 1994.................................................................... 21
Dispõe sobre o controle da poluição sonora e condicionantes do meio ambiente no
Estado do Rio Grande do Norte, e dá outras providências
LEI Nº 6.678, DE 21 DE JULHO DE 1994................................................................... 24
Cria o Fundo Estadual de Preservação do Meio Ambiente – FEPEMA, e dá outras
providências
LEI Nº 6.769, DE 11 DE MAIO DE 1995...................................................................... 26
Dispõe sobre a Política Florestal do Estado do Rio Grande do Norte, e dá outras
providências
LEI COMPLEMENTAR Nº 139,* DE 25 DE JANEIRO DE 1996............................ 37
Altera a Lei Complementar nº 129, de 02 de fevereiro de 1995, e dá outras providências
*Institui como Órgão Ambiental do Estado o IDEC – Instituto de Desenvolvimento
Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte.
LEI COMPLEMENTAR Nº 140, DE 26 DE JANEIRO DE 1996.............................. 45
Regulamenta os artigos 150 e 154 da Constituição Estadual, e dá outras providências

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LEI Nº 6.908, DE 01 DE JULHO DE 1996................................................................... 53
Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos, institui o Sistema Integrado de
Gestão de Recursos Hídricos – SIGERH, e dá outras providências
LEI Nº 6.950, DE 20 DE AGOSTO DE 1996................................................................ 63
Dispõe sobre o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro, e dá outras providências
LEI COMPLEMENTAR Nº 148, DE 26 DE DEZEMBRO DE 1996......................... 71
Altera a Lei Complementar nº 140, de 26 de janeiro de 1996, e dá outras providências
LEI Nº 7.059, DE 18 DE SETEMBRO DE 1997 ........................................................... 86
Cria o Programa de Apoio ao Desenvolvimento das Atividades do POLOGÁS-SAL
(PROGÁS), e dá outras providências
LEI COMPLEMENTAR Nº 154, DE 18 DE SETEMBRO DE 1997.......................... 88
Dispõe sobre a redução da taxa de Licença de Operação (LO), prevista na Lei
Complementar nº 148, de 26 de dezembro de 1996
LEI Nº 7.871, DE 20 DE JULHO DE 2000 ................................................................... 89
Dispõe sobre o Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral Oriental do Rio Grande do
Norte e dá outras providências
DECRETO Nº 7.237, DE 22 DE NOVEMBRO DE 1977........................................... 101
Declara de utilidade pública, para fins de desapropriação, bens situados na área das
dunas, adjacente ao Oceano Atlântico, no Município de Natal
DECRETO Nº 8.600, DE 03 DE MARÇO DE 1983................................................... 104
Aprova o Regulamento da Política e Sistema Estaduais de Controle e Preservação do
Meio Ambiente
DECRETO Nº 8.718, DE 16 DE SETEMBRO DE 1983............................................. 129
Cria a Coordenadoria do Meio Ambiente (CMA), e dá outras providências

DECRETO Nº 9.100, DE 22 DE OUTUBRO DE 1984............................................... 131


Enquadra cursos e reservatórios d’água do Estado na classificação estabelecida na
Portaria nº 13, de 15 de janeiro de 1976, do Ministro do Interior, e dá outras providências
DECRETO Nº 10.388, DE 07 DE JUNHO DE 1989.................................................. 136
Aprova o Plano de Manejo do Parque Estadual das Dunas de Natal.
DECRETO Nº 10.582, DE 06 DE MARÇO DE 1990.................................................. 138
Cria o Sistema de Controle Ambiental e Sanitário do Litoral (SCASL), e dá outras
providências

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DECRETO Nº 10.683, DE 06 DE JUNHO DE 1990................................................... 140
Cria a Área de Proteção Ambiental (APA), e dá outras providências
DECRETO Nº 12.620, DE 17 DE MAIO DE 1995...................................................... 141
Cria a Área de Proteção Ambiental (APA) Genipabu, nos Municípios de Extremoz e
Natal, e dá outras providências
DECRETO Nº 13.211, DE 09 DE JANEIRO DE 1997............................................... 144
Prorroga a suspensão de licenciamentos de construções na Zona Costeira, e dá outras
providências
DECRETO Nº 13.262, DE 06 DE MARÇO DE 1997.................................................. 145
Dispõe sobre a criação do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, e
dá outras providências
DECRETO Nº 13.500, DE 05 DE SETEMBRO DE 1997........................................... 147
Aprova o Regulamento dos Parques Estaduais
DECRETO Nº 13.798, DE 17 DE FEVEREIRO DE 1998.......................................... 158
Aprova o Regulamento do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente
do Rio Grande do Norte
DECRETO Nº 13.799, DE 17 DE FEVEREIRO DE 1998.......................................... 177
Aprova o Regulamento à Lei Complementar nº 140, de 26 de janeiro de 1996, que
dispõe sobre a Política e o Sistema Estaduais de Controle e Preservação do Meio
Ambiente, e dá outras providências
DECRETO Nº 13.957, DE 11 DE MAIO DE 1998 ..................................................... 204
Aprova o Regulamento do Programa de Apoio ao Desenvolvimento das Atividades do
POLOGÁS-SAL (PROGÁS)
DECRETO Nº 14.338, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1999.......................................... 214
Aprova o Regulamento do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente
do Rio Grande do Norte – IDEMA
DECRETO Nº 14.369, DE 22 DE MARÇO DE 1999 ................................................. 233
Cria a Área de Proteção Ambiental (APA) Bonfim/Guaraíra, nos Municípios de Nísia
Floresta, São José de Mipibu, Senador Georgino Avelino, Goianinha, Arês, Tibau do Sul, e
dá outras providências
DECRETO Nº 14.813, DE 16 DE MARÇO DE 2000 ................................................. 237
Regulamenta a Lei nº 5.823, de 07 de dezembro de 1988, que dispõe sobre a criação e
proteção do Parque Ecológico do Cabugy e dá outras providências

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DECRETO Nº 14.920, DE 02 DE JUNHO DE 2000................................................... 242
Suspende do licenciamento de empreendimentos situados às margens do Rio Pitimbú e
dá outras providências
DECRETO Nº 14.922, DE 05 DE JUNHO DE 2000................................................... 244
Institui a Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Estado do Rio Grande
do Norte, e dá outras providências
DECRETO Nº 15.117, DE 29 DE SETEMBRO DE 2000 .......................................... 247
Aprova o Regimento Interno do Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONEMA), e dá
outras providências
RESOLUÇÃO CECTEMA Nº 02/95 - DE 14 DE JUNHO DE 1995 ........................ 259
RESOLUÇÃO CONEMA Nº 01/99 – DE 12 DE ABRIL DE 1999........................... 262

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8
LEI Nº 5.147, DE 30 DE SETEMBRO DE 1982
Dispõe sobre a Política e o Sistema
Estaduais de Controle e Preservação do
Meio Ambiente, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE;


FAÇO SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º. A Política Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente
tem por objetivo a proteção, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propícia à
vida, observados os seguintes princípios básicos:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico,
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente
assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II- racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III- planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV- proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V- controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente
poluidoras;
VI- incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso
racional e à proteção dos recursos ambientais;
VII- acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII- recuperação de áreas degradadas;
IX- proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X- educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
Art.2º. Para os fins desta Lei, considera-se:
I- meio ambiente, o espaço físico composto dos elementos naturais que abriga e
rege a vida em todas as suas formas;
II- degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do
meio ambiente;
III- poluição ambiental, a alteração das propriedades físicas, químicas ou
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de energia ou matéria que, direta
ou indiretamente:

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a) prejudique a saúde, a segurança e o bem estar da população;
b) crie condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) ocasione danos aos seres animais e vegetais;
d) afeta as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lance materiais ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos.
IV- poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,
responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ou poluição
ambiental;
V- fonte degradante do ambiente, toda e qualquer atividade, processo,
operação ou dispositivo, móvel ou não, que, independentemente do seu campo de
aplicação, induzam, produzam ou possam produzir a poluição do ambiente;
VI- recursos ambientais, a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, ou estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera.
Art. 3º. A Política Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente
visará:
I- à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a
preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II- à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à
qualidade e ao equilíbrio ecológico;
III- ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de
normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;
IV- ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias orientadas para o uso
racional de recursos ambientais;
V- à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de
dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a
necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
VI- à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas a sua
utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do
equilíbrio ecológico propício à vida;
VII- à imposição, ao poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ou
indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos
ambientais com fins econômicos.

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Art. 4º. Os órgãos e as entidades da Administração Estadual e dos
Municípios, bem como, as fundações instituídas pelo Poder Público que, de alguma forma,
atuam na proteção e na melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Estadual
de Controle e Preservação do Meio Ambiente, assim estruturado:
I - Órgão Superior: o Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio
Ambiente - CECTEMA, com a função da assessorar o Governador do Estado na definição
das políticas de Ciência, Tecnologia e do Meio Ambiente;
II - Órgão Central: a Secretaria do Planejamento do Rio Grande do Norte
SEPLAN/RN, a qual cabe promover, disciplinar e avaliar a implementação da Política
Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente, bem assim exercer a função de
Secretaria Executiva do CECTEMA;
III- Órgãos Setoriais: os órgãos e as entidades da Administração Pública
Estadual Direta e Indireta, bem como, as fundações instituídas pelo Estado, cujas
atividades estejam, total ou parcialmente, associadas à preservação da qualidade ambiental
ou ao disciplinamento do uso de recursos ambientais;
IV- Órgãos Locais: os órgãos e/ou entidades municipais responsáveis pelo
controle e fiscalização das atividades pertinentes ao sistema nas suas respectivas áreas de
jurisdição.
§ 1º. Fica o Poder Executivo autorizado a instituir, junto à Secretaria do
Planejamento do Rio Grande do Norte, unidade administrativa responsável pela
coordenação das atividades relativas à competência dessa na condição de Órgão Central do
Sistema.
§ 2º. A Fundação Instituto de Desenvolvimento do Rio Grande do Norte –
IDEC, supervisionada pela Secretaria do Planejamento do Rio Grande do Norte -
SEPLAN/RN, será responsável pelo apoio técnico e científico às atividades do Órgão
Central do Sistema.
*Art. 5º. Constituem instrumentos da Política Estadual de Controle e
Preservação do Meio Ambiente:
I- o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II- o zoneamento ambiental;
III- a avaliação de impactos ambientais;
IV- o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente
poluidoras;

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V- os incentivos à aquisição e à instalação de equipamentos e à criação ou à
absorção de tecnologia voltadas para a melhoria da qualidade ambiental;
VI- a criação de reservas e estações ecológicas, áreas de proteção ambiental
e as de relevante interesse ecológico pelo Poder Público Estadual e Municipal;
VII- as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento
das medidas necessárias à preservação ou à correção da degradação ambiental.
*VIII – O Policiamento ostensivo de proteção ambiental, à cargo da Polícia
Militar.
Art. 6º. A construção, a instalação, a ampliação e o funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou
potencialmente poluidores, bem como, os capazes, sob qualquer forma, de causar
degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento pelo CECTMA, sem prejuízo
de outras licenças exigíveis.
§ 1º. Os pedidos de licenciamento, a sua renovação e a respectiva
concessão serão publicados no Diário Oficial do Estado, bem como, em um periódico local
de grande circulação.
§ 2º. O CECTEMA poderá, se necessário e sem prejuízo das penalidades
pecuniárias cabíveis, determinar a redução das atividades geradoras de poluição, para
manter as emissões gasosas, os efluentes e os resíduos sólidos dentro das condições e dos
limites estipulados no licenciamento concedido.
§ 3º. Caberá exclusivamente ao Poder Executivo Federal, ouvidos os
Governo Estadual e Municipal interessados, o licenciamento previsto no “caput” deste
artigo quando relativo à pólos petroquímicos e cloroquímicos.
Art. 7º. Compete ao Órgão Central do Sistema propor ao CECTEMA
normas e padrões para implantação, acompanhamento e fiscalização do licenciamento
previsto no artigo anterior, além das que foram oriundas do próprio Conselho.
§ 1º. A fiscalização e o controle da aplicação de critérios, normas e padrões
de qualidade ambiental serão exercidos pelo Órgão Central do Sistema.
§ 2º. Inclui-se na competência de fiscalização e controle, a análise de
projetos de entidades públicas ou privadas, objetivando a preservação ou a recuperação de
recursos ambientais, afetados por processo de exploração predatórios ou poluidores.
Art. 8º. Os órgãos e as entidades de financiamento e incentivos do Governo
Estadual condicionarão a aprovação dos respectivos projetos para obtenção desses

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benefícios, ao licenciamento e ao cumprimento das normas e critérios estabelecidos na
regulamentação desta Lei e dos padrões expedidos pelo CECTEMA.
Parágrafo único. Os organismos referidos neste artigo deverão fazer constrar
dos projetos a realização de obras e a aquisição de equipamentos destinados ao controle de
degradação ambiental e à melhoria da qualidade do meio ambiente.
Art. 9º. Sem prejuízo das penalidades previstas na legislação federal, o não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou à correção dos investimentos e
danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
I- à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10
(dez) e, no máximo, a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs,
agravada em casos de reincidência específica, conforme dispuser o regulamento desta Lei,
vedada a sua cobrança pelo Estado se já tiver sido aplicada pela União ou pelo Município
de localização;
II- à perda ou à restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo
Poder Público;
III- à perda ou à suspensão de participação em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito;
IV- à suspensão de sua atividade.
§ 1º. Sem prejudicar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o
poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os
danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade.
§ 2º. O Ministério Público do Estado terá legitimidade para propor ação de
responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
§ 3º. Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratório
da perda, da restrição ou da suspensão, será atribuição da autoridade administrativa ou
financeira que concedeu os benefícios, incentivos ou financiamento, cumprindo resolução
do CECTEMA.
§ 4º. Nos casos de poluição provocada pelo derramamento ou lançamento de
detritos ou óleo em águas territoriais, por embarcações e terminais marítimos ou fluviais,
prevalecerá o disposto na Lei Federal nº 5.357, de 17 de novembro de 1967.
Art. 10. É da competência exclusiva do Presidente da República, a
suspensão prevista no inciso IV do artigo anterior por prazo superior a 30 (trinta) dias.

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§ 1º. O Ministro de Estado do Interior, por provocação do Governador do
Estado, poderá suspender as atividades referidas neste artigo por prazo inferior a 30 (trinta)
dias.
§ 2º. Da decisão proferida com base no parágrafo anterior, caberá recurso,
com efeito suspensivo, no prazo de 05 (cinco) dias, para o Presidente da República.
§ 3º. O Governador do Estado poderá adotar medidas de emergência,
visando a reduzir, nos limites necessários ou paralizar, pelo prazo de 15 (quinze) dias, as
atividades poluidoras.
§ 4º. Da decisão proferida com base neste último parágrafo, caberá recurso,
sem efeito suspensivo, no prazo de 05 (cinco) dias, para o Ministro do Interior.
Art. 11. A instalação, a construção, ou a ampliação de quaisquer atividades
de produção, transformação e comércio que envolvam o aproveitamento e a utilização dos
recursos naturais, bem como, a edificação ou a reforma de prédios em áreas consideradas
de proteção ambiental e a aprovação de loteamentos no Estado, ficam sujeitas à prévio
registro no Órgão Central do Sistema, que identificará as condições de uso, funcionamento
e localização, quanto à possibilidade de vir a causar poluição ambiental e/ou desequilíbrios
ecológicos.
Parágrafo único. As atividades de que trata este artigo, já instaladas e em
operação no Estado, ficam obrigadas a registro no Órgão Central do Sistema, no prazo de
180 ( cento e oitenta) dias, contados da data da vigência desta Lei.
Art. 12. A concessão, pelos órgãos e entidades da Administração Pública
Estadual, Direta e Indireta, de alvará de licença para construção, ampliação de maquinaria
e equipamentos ou funcionamento de quaisquer das atividades referidas no artigo anterior,
somente se efetivará mediante a apresentação do certificado do registro fornecido pelo
Órgão Central do Sistema.
Art. 13. O Poder Público promoverá a criação de áreas de preservação
ambiental, visando a conservação, a proteção ou a restauração das áreas de reconhecido
interesse ecológico, científico, econômico, social e histórico-cultural.
§ 1º. São consideradas áreas de preservação ambiental as extensões de terras
e água destinada à instalação de Parques, Reservas Biológicas ou Naturais, Distritos
Florestais, Estações Ecológicas e Experimentais.

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§ 2º. São áreas de preservação permanentes as de incidência de restingas,
como fixadouros de dunas ou estabilizadores de mangues, bem como, as florestas e demais
formas de vegetação previstas pela Legislação Federal.
Art. 14. As pessoas físicas ou jurídicas que, de qualquer modo, degradem
reservas ou estações ecológicas, bem como, outras áreas declaradas como de relevante
interesse ecológico, estão sujeitas às penalidades previstas no artigo 9º desta Lei.
Art. 15. Fica o Poder Executivo autorizado a expedir o regulamento desta
Lei, no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar de sua vigência.
Art. 16. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Palácio Potengi, em Natal, 30 de setembro de 1982, 94º da República.

LAVOSIER MAIA
Manoel de Medeiros Brito
--------------------------------------------------------------------------------------------
*Art. 5º:1. O inciso VIII, deste artigo, foi acrescentado pela Lei nº 6.351, de
30 de dezembro de 1992.

15
LEI Nº 5.743, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1987
Disciplina proibição de uso de todo
território do Rio Grande do Norte para
depósito de lixo atômico.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE;


FAÇO SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. O Território do RIO GRANDE DO NORTE somente pode ser


utilizado para depósito de resíduos ou rejeitos radioativos quando estes materiais sejam
fruto de serviços ou atividades realizadas no próprio Estado, vedado seu uso, em qualquer
hipótese, para depósito de resíduos ou rejeitos radioativos decorrentes de atividades ou
serviços desenvolvidos em outra unidade da Federação ou no Exterior.
Art. 2º. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Palácio Potengi, em Natal, 30 de dezembro de 1987, 99º da República.

GERALDO JOSÉ DE MELO


Vigolvino Wanderley Mariz

16
LEI Nº 5.823, DE 07 DE DEZEMBRO DE 1988

Dispõe sobre a criação e proteção do Parque Ecológico do


Cabugy e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE;


FAÇO SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º. Fica criado e denominado de PARQUE ECOLÓGICO DO
CABUGY, o atual Pico do Cabugy, localizado entre os municípios de Lages e Angicos.
Art. 2º. Fica o Governo do Estado autorizado, no prazo de seis (6) meses, a

partir da vigência desta Lei, através do Órgão Competente, a proceder à demarcação da

área do referido parque e baixar normas sobre a preservação da fauna e flora ali existentes.

Art. 3º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

Palácio Potengi, em Natal, 07 de dezembro de 1988, 100º da República.

GERALDO JOSÉ DE MELO


Luiz Fernando Pereira de Melo

17
LEI Nº 6.367, DE 14 DE JANEIRO DE 1993
Institui o Plano Estadual de Recursos
Hídricos, e dá outras providências

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE;


FAÇO SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. Fica instituído, nos termos do artigo112, § 1º, da Constituição


Estadual, o Plano Estadual de Recursos Hídricos - PERH, com o objetivo de promover o
aproveitamento racional dos recursos hídricos no Estado.
Art. 2º. São finalidades básicas do Plano Estadual de Recursos Hídricos -
PERH:
a) garantir a racional utilização dos recursos hídricos preservando o meio
ambiente e o eco-sistema;
b) consolidar investimentos voltados para o aproveitamento da infra-
estrutura hídrica existente no Estado;
c) preservar as fontes d’água de superfície e subterrânea, evitando a sua
contaminação e poluição;
d) desenvolver programas, projetos e pesquisas que possibilitem o
melhor aproveitamento das reservas hídricas do Estado;
e) promover políticas de irrigação e uso d’água que permitam o adequado
aproveitamento dos recursos hídricos em áreas agrícolas, facilitando o racional
desenvolvimento da agricultura irrigada.
Art. 3º... (vetado).
Art. 4º. Integram o Plano Estadual de Recursos Hídricos - PERH, entre outros:
I - PROGRAMA DE AÇUDAGEM;
II - PROGRAMA DE ADUTORAS;
III - PROGRAMA DE IRRIGAÇÃO E APROVEITAMENTO DOS
VALES;
IV - PROGRAMA DE POÇOS.
Art. 5º... (vetado).
Art. 6º... (vetado).
Art. 7º... (vetado).

18
Art. 8º. O Poder Executivo regulamentará a presente Lei, no prazo de 60
(sessenta) dias a contar de sua publicação.

Art. 9º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Palácio Potengi, em Natal, 14 de janeiro de 1993, 105º da República.

JOSÉ AGRIPINO MAIA


Mário Roberto Souto Filgueira Barreto
Ronaldo da Fonsêca Soares

19
LEI Nº 6.504, DE 1º DE DEZEMBRO DE 1993
Proibe a queimada de cana-de-açúcar num
raio de 1.000 (mil) metros de distância da
periferia das cidades.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE;


FAÇO SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. Fica proibida a queima de cana-de-açúcar num raio de 1.000 (mil)
metros de distância da periferia das cidades no Estado do Rio Grande do Norte.
Art. 2º. Os infratores ficam sujeitos ao pagamento de multa de cinquenta
por cento (50%) do valor da cana-de-açúcar queimada.
Art. 3º. Em caso de reincidência, a multa será de cem por cento (100%)
sobre o valor da cana queimada, sucessivamente a cada infração, sem prejuízo das sanções
penais no que couber na forma da Lei.
Parágrafo Único. A referida multa deverá ser recolhida ao órgão da
Administração Estadual responsável pela preservação do meio ambiente.
Art. 4º. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Palácio Potengi, em Natal, 1º de dezembro de 1993, 105º da República.

JOSÉ AGRIPINO MAIA


Manoel Pereira dos Santos

20
LEI Nº 6.621, DE 12 DE JULHO DE 1994
Dispõe sobre o controle da poluição sonora
e condicionantes do meio ambiente no
Estado do Rio Grande do Norte e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO


DO RIO GRANDE DO NORTE, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelo
artigo 49, § 7º, da Constituição do Estado, combinado com o artigo 71, II, do Regimento
Interno (RESOLUÇÃO Nº 046/90, de 14 de dezembro de 1990).
FAÇO SABER que o PODER LEGISLATIVO aprovou e EU promulgo a
seguinte Lei:
Art. 1º. É vedado perturbar a tranqüilidade e o bem estar da comunidade
norte-rio-grandense com ruídos, vibrações, sons excessivos ou incômodos de qualquer
natureza emitidos por qualquer forma em que contrariem os níveis máximos fixados nesta
Lei.
Art. 2º. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais e as associações
comunitárias, poderão colaborar no controle da poluição sonora, denunciando a emissão de
sons e ruídos acima dos níveis fixados nesta Lei.
Art. 3º. A autorização para uso ou denotação de explosivos ou similares e a
utilização de serviços de alto falantes, festas e outras fontes de emissão sonora, nos
horários diurno e noturno, como meio de propaganda, publicidade e diversão depende dos
órgãos competentes do governo do Estado.
Art. 4º. Fica vedado carregar e descarregar, fechar e executar outros
manuseios de caixas, engradados, recipientes, materiais de construção, latas de lixo ou
similares no período noturno, de modo que cause distúrbio sonoro em unidades territoriais
residenciais ou em zonas sensíveis à ruídos.
Art. 5º. A emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades
industriais, comerciais, prestação de serviços, inclusive de propaganda, bem como, sociais
e recreativas, obedecerá aos padrões e critérios estabelecidos nesta Lei.
Art. 6º. Ficam estabelecidos os seguintes limites máximos permissíveis de
ruídos:

21
I - O nível de som proveniente de fonte poluidora, medido dentro dos
limites reais da propriedade, não poderá exceder dos 10 dBA o nível de ruído de fundo
existente no local.
II - Independentemente do ruído de fundo, o nível de som proveniente da
fonte poluidora, medida dentro dos limites reais da propriedade, não poderá exceder aos
níveis fixados na tabela que é parte integrante desta Lei.
Parágrafo único - Quando a propriedade, onde se dá o incômodo, for escola,
creche, biblioteca pública, cemitério, hospital, ambulatório, casa de saúde ou similar,
deverão ser atendidos os limites estabelecidos para a zona residencial (ZR),
independentemente da efetiva zona de uso.
Art. 7º. A medição do nível de som será feita utilizando-se a curva de
ponderação A com circuito de resposta rápida, e, o microfone deverá estar afastado, no
mínimo, 1,50 m (um metro e cinqüenta centímetros) do solo.
Art. 8º. As vibrações serão consideradas prejudiciais quando ocasionarem
ou puderem ocasionar danos materiais à saúde e ao bem estar público.
Art. 9º. Os equipamentos e o método utilizado para a medição e avaliação
dos níveis de som e ruído, obedecerão às recomendações da norma NBR - 7731 da ABNT,
ou às que lhe sucederem.
Art. 10. Serão aplicadas as seguintes penalidades aos infratores desta Lei,
sem prejuízo das cominações cíveis e penais cabíveis:
I - Advertência, por escrito, em que o infrator será notificado para fazer
cessar a irregularidade, sob pena de imposição de outras sanções;
II - Multa de 1 (uma) a 200 (duzentas) UFIRN;
III - Suspensão de atividades até a correção das irregularidades;
IV - Cassação de alvarás de licença concedidos, a ser executada pelos
órgãos competentes do Executivo Estadual.
Art. 11º. Para efeito de aplicação de penalidades, as infrações aos
dispositivos desta Lei serão classificados como leves, graves e gravíssimas.
Art. 12º. A penalidade de advertência poderá ser aplicada quando se tratar
de infração de natureza leve e grave, fixando prazo para que sejam sanadas as
irregularidades anotadas.

22
Parágrafo Único - A penalidade de advertência será aplicada uma única vez
para uma mesma infração cometida por um único infrator.
Art. 13º. Na aplicação das multas de que trata o inciso II do art. 10. serão
observados os seguintes limites:
I - de 1 (uma) a 50 (cinqüenta) UFIRN no caso de infração leve;
II - de 51 (cinqüenta e uma) a 100 (cem) UFIRN no caso de infração grave;
III - de 101 (cento e uma) a 200 (duzentas) UFIRN no caso de infração
gravíssima.
Parágrafo único - O valor da multa será fixado pela autoridade competente,
levando-se em conta a natureza da infração, as suas conseqüências, o porte do
empreendimento, os antecedentes do infrator e as demais circunstâncias agravantes ou
atenuantes, sendo dobrada em caso de reincidência.
Art. 14º. O Poder Executivo designará os órgãos competentes para a
aplicação desta Lei e regulamentará sua execução no prazo de 60 (sessenta) dias após sua
publicação.
Art. 15º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO


NORTE, Palácio “JOSÉ AUGUSTO”, em Natal, 12 de julho de 1994.

Deputado Raimundo Fernandes


Presidente

TABELA
PERÍODO DO DIA
----------------------------------------

TIPO DE ÁREA DIURNO | NOTURNO


-------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------
RESIDENCIAL (ZR) 55 dBA 45 dBA
DIVERSIFICADA (ZD) 65 dBA 55 dBA
INDUSTRIAL (ZI) 70 dBA 60 dBA
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

23
LEI Nº 6.678, DE 21 DE JULHO DE 1994
Cria o Fundo Estadual de Preservação do
Meio Ambiente - FEPEMA e dá outras
providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE;


FAÇO SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. Fica criado o Fundo Estadual de Preservação do Meio Ambiente -


FEPEMA, com o objetivo de promover o financiamento dos planos, programas, projetos,
pesquisas e atividades que visam o uso racional e sustentável de recursos naturais, através
do controle, preservação, conservação e recuperação do meio ambiente no sentido de
elevar a qualidade de vida da população.
Art. 2º. O FEPEMA será gerenciado pela Coordenadoria do Meio Ambiente
da Secretaria de Fazenda e Planejamento (CMA/SFP) através de um gestor administrativo
que, semanalmente ou quando solicitado, apresentará relatório das atividades e dos
recursos recebidos e gastos.
Parágrafo único. Os relatórios semestrais serão submetidos à fiscalização
do Tribunal de Contas.
Art. 3º. São Fontes de recursos do FEPEMA:

I - ...Vetado.
II - o produto das multas por inflação às normas ambientais;
III - dotações orçamentárias da União e de Municípios;
IV - ....Vetado.
V - rendimento de qualquer natureza derivado da aplicação de seu
patrimônio;
VI - receita estadual referente ao adicional de até cinco por cento (5%) do
IR previsto no art. 155, II da Constituição Federal;
VII - recursos provenientes da ajuda e cooperação internacional e acordos
bilaterais entre governos;
VIII - arrecadação decorrente de acordos, convênios, contratos e consórcios;

24
IX - recursos resultantes da aplicação da Lei nº 5.147, de 30.09.82, e suas
posteriores alterações;
X - receitas resultantes de doações, legados, contribuições em dinheiro,
valores, bens móveis e imóveis que venham a receber de pessoas físicas ou jurídicas;
XI - outras receitas eventuais.
§ 1º. As pessoas físicas e jurídicas que fizerem doações ao FEPEMA
poderão gozar de benefícios relativos aos impostos estaduais, conforme regulamentação do
Poder Executivo.
§ 2º. Os recursos previstos neste artigo, serão depositados em conta bancária
a crédito do FEPEMA.
Art. 4º...Vetado.
Parágrafo Único. O FEPEMA poderá remunerar órgão ou entidade
competente por pareceres técnicos e fiscalização dos projetos aprovados.
Art. 5º. O saldo positivo do FEPEMA apresentado em balanço anual, será
transferido para o exercício seguinte à crédito do mesmo Fundo.
Art. 6º. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito especial que
possibilite a implantação do FEPEMA.
Art. 7º. O Poder Executivo aprovará por Decreto a regulamentação do
FEPEMA, no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data de entrada em vigor desta Lei.
Art. 8º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.

Palácio Potengi, em Natal, 21 de julho de 1994, 106º da República.

VIVALDO COSTA
Heriberto de Andrade

25
LEI Nº 6.769, DE 11 DE MAIO DE 1995
Dispõe sobre a Política Florestal do Estado
do Rio Grande do Norte e dá outras
providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO


NORTE; FAÇO SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
Art. 1º. As florestas existentes no território do Estado do Rio Grande do
Norte e demais formas de vegetação, reconhecidas como de utilidade ao meio ambiente e
às terras que revestem, são bens de interesse comum aos habitantes do Estado, exercendo-
se o direito de propriedade com as limitações que a legislação em geral e esta lei
estabelecem.
Art. 2º. As atividades florestais deverão assegurar a manutenção da
qualidade de vida e do equilíbrio ecológico e a preservação do patrimônio genético,
observando-se os seguintes princípios:
I - preservação e conservação da biodiversidade;
II - função social da propriedade;
III - compatibilização entre o desenvolvimento e o equilíbrio ambiental;
IV - uso sustentado dos recursos naturais renováveis.
Art. 3º. A política florestal do Estado tem por objetivo:
I - assegurar a conservação das principais formações fitoecológicas;
II - disciplinar a exploração dos adensamentos vegetais nativos, através de
sua conservação e fiscalização;
III - controlar a exploração, utilização e consumo de produtos e subprodutos
florestais;
IV - ordenar a atividade de florestamento e reflorestamento, especialmente
no que se refere a ocupação físico-ambiental destes empreendimentos;
V - desenvolver ações com a finalidade de suprir a demanda de produtos
florestais susceptíveis de exploração e uso;
VI - promover a recuperação de áreas degradadas;
VII - proteger a flora e a fauna silvestres;

26
VIII - estimular programas de educação ambiental e de turismo ecológico
em áreas florestais e unidades de conservação;
IX - promover a conservação dos recursos hídricos;
X - promover a conservação e manejo dos solos.
Art. 4º. O Poder Executivo criará mecanismos de fomento a:
I - florestamento e reflorestamento, objetivando:
a) suprimento do consumo de madeira, produtos lenhosos e subprodutos
para uso industrial, comercial, doméstico e social;
b) minimização do impacto da exploração e utilização dos adensamentos
florestais nativos;
c) complementação à programas de conservação do solo e regeneração
ou recomposição de áreas degradadas, incluídas aquelas em processo de desertificação,
para incremento do potencial florestal do Estado, bem como, a minimização da erosão e o
assoreamento de cursos de água, naturais ou artifíciais;
d) utilização de espécies nativas e/ou exóticas em programas de
reflorestamento, manejo florestal e modelos agro-silvo-pastoris, adptadas às características
físicas do Estado;
e) estabelecer programas de incentivo à transferência de tecnologia e de
métodos de gerenciamento, no âmbito dos setores públicos e privados.
II - pesquisa, objetivando:

a) preservação e recuperação de ecossistemas;


b) criação, implantação e manejo das unidades de conservação;
c) manejo florestal das matas nativas;
d) sistemas agro-silvo-pastoris;
e) definição de espécies nativas e/ou exóticas apropriadas para o
reflorestamento.
III - desenvolvimento de programas de extensão florestal e educação
ambiental.

Art. 5º.A vegetação xerófila, nativa ou não, é bem de interesse comum pela
função recuperadora do solo, pela criação de um permanente suporte forrageiro, além de
outras finalidades sócio-econômicas em razão das quais serão tomadas as seguintes
medidas:

27
I - Ordenamento sistemático de informações sobre áreas expostas à
desertificação e à seca;
II - ações voltadas para conter e reverter o processo de degradação dos solos
a partir de cobertura vegetal com prioridade para as leguminosas;
III - implantação de programas integrados em condições de remunerar o
trabalho e os investimentos garantindo nível de renda superior à subsistência;
IV - promover a integração de programas locais com os planos estaduais e
nacionais além de harmonizá-los com as diretrizes dos órgãos internacionais;
V - racionalizar os planos em função da finalidade maior do
desenvolvimento autosustentado, superando as atividades incompatíveis com a seca a
partir de uma agricultura climaticamente compatível;
VI - incentivar a participação popular, transmitindo informações amplas
sobre as características nordestinas do meio ambiente, os instrumentos de luta contra a
desertificação e os avanços tecnológicos que asseguram a convivência útil com a seca.
Art. 6º. O Poder Executivo promoverá, no prazo de até 24 (vinte e quatro)
meses, a partir da publicação do regulamento desta lei, o inventário e o mapeamento das
coberturas vegetais nativas e/ou exóticas, e implantará a infra-estrutura necessária para o
monitoramento contínuo das coberturas vegetais, para a adoção de medidas especiais de
proteção.
Art. 7º. Para efeito do disposto nesta Lei, as florestas e demais formas de
vegetação ficam assim classificadas:
I - de preservação;
II - produtiva com restrição de uso;
III - de produção;
IV - integrante de reserva legal;
V - integrante de unidade de conservação.
Art. 8º. Considera-se de preservação permanente, a área silvestre ou de
vegetação nativa, definida em lei, destinada à proteção das espécies de fauna e da flora,
permitindo-se o uso científico.
Art. 9º. Considera-se produtiva, com restrição de uso, a área silvestre que
produza benefícios múltiplos de interesse comum, necessários à manutenção dos processos
ecológicos essenciais à vida.

28
Parágrafo Único - O licenciamento para exploração de áreas consideradas,
excepcionalmente, de vocação mineratória, dependerá da aprovação de projeto técnico de
recuperação da flora, com espécies nativas locais ou regionais, em complemento ao projeto
de recuperação do solo.
Art. 10. Considera-se de produção, as florestas e demais formas de
vegetação, não incluídas nos arts. 7º e 8º desta lei, destinadas às necessidades sócio-
econômicas, através de suprimento sustentado de matéria-prima de origem vegetal.
Parágrafo Único - Considera-se, também, floresta de produção, aquela
originária de plantio integrante de projeto florestal.
Art. 11. Considera-se reserva legal, a área de no mínimo 20% (vinte por
cento) de cada propriedade ou posse rural, de domínio público ou privado, onde o
proprietário rural fica obrigado a preservar ou recuperar a floresta nativa, através do
florestamento e/ou reflorestamento, sendo passível ao regime de manejo sustentado.
§ 1º. A localização da reserva legal, ficará sujeita à critérios estabelecidos
pelo órgão competente, devendo ser localizada prioritariamente em áreas contínuas com
vegetação nativa representativa da região.
§ 2º. Para cômputo da reserva legal, poderão estar inseridas áreas de
preservação permanente, à critério da autoridade competente, desde que a cobertura
vegetal dessas áreas seja nativa, sujeitando-se a área da reserva às restrições impostas às
áreas de preservação permanente.
§ 3º. Nas áreas de assentamento e reassentamento de agricultores, deverá
ser obedecido o percentual da reserva legal prevista no caput deste artigo, devendo ser
localizada preferencialmente em área contígua e comunitária.
§ 4º. A reserva legal prevista no caput deste artigo, será averbada no
Registro Imobiliário, nos termos da legislação pertinente.
§ 5º. Em propriedades rurais, cuja área total inferior a 50ha (cinquenta
hectares), o poder público, através do órgão competente, fornecerá a planta de situação do
imóvel, necessária ao cumprimento do previsto no parágrafo anterior.
Art. 12. Considera-se unidade de conservação, as áreas dos parques
nacionais, estaduais ou municipais, reservas biológicas, estações ecológicas, florestas
nacionais, estaduais ou municipais, áreas de produção ambiental e outras categorias a
serem definidas pelo poder público.

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§ 1º. As unidades de conservação são classificadas em categorias de uso
direto e indireto.
§ 2º. O Poder Executivo estabelecerá critérios quanto às formas de
utilização dos recursos naturais, das categorias de uso direto, considerados os princípios
ecológicos e conservacionistas, nas categorias de manejo, tais como:
I - florestas estaduais e municipais;
II - áreas de proteção ambiental;
III - outras definidas pelo poder público.
§ 3º. Fica proibida, ressalvada a apicultura, a exploração dos recursos
naturais, nas categorias de uso indireto, tais como:
I - parques estaduais e municipais;
II - reservas biológicas;
III - estações ecológicas;
IV - outras definidas pelo poder público, em lei.
§ 4º. Para implantação de unidades de conservação, o poder público poderá
utilizar-se do instrumento da desapropriação.
§ 5º. O poder público fixará, no orçamento anual, o montante de recursos
financeiros, para atender ao programa de desapropriação de áreas destinadas à
implantação de unidades de conservação.
Art. 13. Fica o poder público autorizado a conceder incentivos especiais ao
proprietário rural que:
I - preservar e conservar a cobertura florestal existente na propriedade;
II - recuperar, com espécies nativas e/ou exóticas, com finalidade econômica
ou ecologicamente adaptadas, as áreas degradadas de sua propriedade;
III - sofrer limitações ou restrições no uso de recursos naturais existentes na
sua propriedade, mediante ato do órgão competente, federal, estadual ou municipal;
IV - manejar de forma sustentada, embasado em proposta técnica, as áreas
com cobertura florestal consideradas de produção.
Art. 14. Depende de consulta prévia ao órgão competente, qualquer tipo de
exploração florestal necessária ao uso alternativo do solo.
Parágrafo único - O aproveitamento de material lenhoso ou de outros
produtos e resíduos florestais, decorrentes da exploração a que se refere o caput deste
artigo, deverá ser fiscalizado e monitorado pelo órgão competente.

30
Art. 15. A todo produto subproduto vegetal cortado, colhido ou extraído,
deve ser dado aproveitamento sócio-econômico, inclusive quanto aos resíduos.
Parágrafo único - O Poder Executivo estabelecerá critérios para
aproveitamento de resíduos florestais, desde que provenientes de utilização, de desmates
ou de exploração legítimas.
Art. 16. Qualquer tipo de exploração florestal no Estado, dependerá de
prévia autorização do órgão competente.
Art. 17. A exploração de florestas nativas primárias ou em estágio inicial,
médio ou avançado de regeneração, somente poderá ser feita através de Plano de Manejo
Florestal de Rendimento Sustentado, elaborado em consonância com a legislação
específica para as diferentes formações florestais.
§ 1º. O Plano de Manejo de Rendimento Sustentado, de que trata o caput
deste artigo, será projetado e executado com o objetivo de prover o
manejo ecológico das espécies vegetais e ecossistemas locais e assegurar um meio
ambiente ecologicamente equilibrado e a formação de uma área de produção florestal.
§ 2º. Nas florestas de que trata este artigo, será proibida a destoca, sendo,
apenas em casos especiais, permitida mediante aprovação pelo órgão competente.
Art. 18. Ficam obrigadas ao registro e sua renovação anual, no órgão
competente, as pessoas físicas ou jurídicas que explorem, utilizem, consumam,
transformem, industrializem ou comercializem, sob qualquer forma, produtos e
subprodutos da flora.
§ 1º. Para as pessoas que tiverem registro idêntico em órgão federal, o
registro no órgão estadual competente será efetuado sem pagamento de taxas e
emolumentos.
§ 2º. Ficam isentas desse registro, as pessoas físicas que utilizam lenha para
uso doméstico ou produtos destinados à trabalhos artesanais e ainda aqueles que têm por
atividade a apicultura.
Art. 19º. As pessoas físicas ou jurídicas que atuam no setor de
reflorestamento e florestamento no Estado do Rio Grande do Norte, deverão adotar
práticas conservacionistas em seus empreendimentos florestais.
Art. 20º. Fica proibida a queimada no preparo do solo, objetivando o seu
uso alternativo.

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Art. 21º. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 17 que
industrializem, comercializem, beneficiem, utilizem ou sejam consumidoras de produtos
ou subprodutos florestais, cujo volume anual seja igual ou superior a 12.000 (doze mil)
estéreos ou 3.500.00 m3 (três mil e quinhentos metros cúbicos) de carvão, ou 8.000.00 m3
(oito mil metros cúbicos) de madeira, incluindo seus respectivos resíduos ou subprodutos,
tais como, cavaco, moinho e outros, observados seus respectivos índices de conservação e
normas aplicáveis, assim definidos pelo órgão competente, deverão promover a formação
ou a manutenção de florestas próprias ou de terceiros ou ainda áreas sob manejo florestal
sustentado, capazes de abastecê-las na composição de seu consumo integral.
§ 1º. No ato do registro, a empresa apresentará o seu plano de auto-
suprimento, com especificação dos programas previstos para plantio e para manejo
sustentado, que deverão ser cumpridos nos prazos estipulados no regulamento desta lei,
sob as penas prevista no § 3º deste artigo.
§ 2º. Para cumprir a obrigação de auto-suprimento, as empresas referidas
neste artigo apresentarão, no ato do seu registro, cronograma próprio, obedecidos critérios
e parâmetros definidos no regulamento desta lei.
§ 3º. O não cumprimento das obrigações assumidas no cronograma e no
plano de auto-suprimento previstos no § 1º, implicará na substituição do plantio ou área de
manejo, correspondente a omissão por pena pecuniária equivalente ao seu custo corrigido,
sem prejuízo da obrigação de novos plantios e novas áreas a serem manejadas para auto-
suprimento, facultada a opção por um plantio equivalente a 120% (cento e vinte por cento)
do que seria devido e não executado.
§ 4º. Na falta de plantio ou de manejo sustentado, ou na execução destes,
em percentual inferior a 70% (setenta por cento) do previsto até o ano considerado, a
licença de funcionamento da empresa será restrita, proporcionalmente, aos limites do que
tiver plantado, ou cancelada a licença, se a execução do projeto respectivo for inferior a
50% (cinquenta por cento) do programa até o ano.
§ 5º. Para efeito do cálculo da área a ser plantada e da obrigação de auto-
suprimento, o órgão competente deverá considerar a produtividade florestal alcançada nos
projetos sob responsabilidade da empresa, o consumo de produtos florestais equivalente a
média de consumo apurado nos últimos 3 (três) anos da atividade e a capacidade instalada.
§ 6º. Para as empresas que venham a iniciar suas atividades após a
publicação desta lei, a autoridade competente, no ato de seu registro, deverá considerar

32
além do disposto nos § § 1º e 2º deste artigo, a comprovação da disponibilidade da matéria-
prima florestal capaz de garantir o seu abastecimento, de acordo com o potencial dos
recursos florestais do Estado.
§ 7º. Na ocorrência de sucessão de empresas ou de arrendamento de
instalações industriais, a sucessora ou arrecadatária fica obrigada a executar o auto-
suprimento na proporção equivalente a sua participação na sucessão.
§ 8º. O auto-suprimento dos percentuais mínimos a serem definidos no
regulamento desta Lei, deverá ser composto por floresta de produção, conforme disposto
no art. 9º desta lei, e poderá ser feito diretamente ou através de empreendimentos
executados por terceiros.
§ 9º. A composição do auto-suprimento, prevista no parágrafo anterior,
deverá ser feita mediante projeto aprovado para implantação de floresta compatível com os
abastecimentos anuais futuros.
§ 10. Nos projetos de reflorestamento, é obrigatório o plantio de 2% (dois
por cento) da área com espécies protegidas por lei, determinadas pelo órgão competente,
de acordo com a localização da área a ser reflorestada.
Art. 22. As pessoas físicas ou jurídicas definidas no art. 17 e que não se
enquadram no art. 19, poderão formar ou manter florestas para efeito de reposição , em
compensação pelo consumo de matérias-primas florestais.
§ 1º. A reposição florestal poderá ser executada diretamente pelas próprias
pessoas físicas ou jurídicas, ou através de participação em empreendimentos de terceiros
ou sistemas cooperativos, desde que tenham aprovação prévia do órgão competente.
§ 2º. A reposição florestal a que se refere o caput deste artigo, deverá ser
feita, necessariamente, com espécies equivalente àquelas consumidas ou através de
projetos de recomposição florestal, desde que aprovados.
§ 3º. O Poder Executivo criará mecanismos que permitam ao pequeno
consumidor optar pela participação em projetos públicos de recuperação florestal de áreas
degradadas ou devastadas, em contrapartida às obrigações estatuídas nesta lei.
§ 4º. A reposição florestal, quando executada pelo próprio interessado ou
quando contratada com terceiros, terá o início da sua execução no ano agrícola subsequente
ao de consumo.
§ 5º. O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de uso de
lenha para consumo doméstico, madeira serrada, aparelhada, produtos acabados, prontos

33
para o uso final e outros, desde que procedentes de pessoa física ou jurídica que tenha
cumprido as obrigações estabelecidas nesta lei.
Art. 23º. A recomposição florestal prevista no artigo anterior deverá ser
feita no município de origem da matéria-prima florestal, obedecidos os critérios sócio-
econômicos de sua utilização.
Art. 24º. O uso dos remanescentes de Mata Atlântica e dos recursos
existentes nas áreas de relevante interesse ecológico, assim definidos pelo Poder Público,
bem como, qualquer outra forma de alteração desses ecossistemas, somente poderá ocorrer
em estrita consonância com a legislação específica, ouvido, previamente, o Conselho
Estadual competente.
Art. 25. A comprovação de exploração autorizada se faz:
I - quanto ao desmate, deslocamento e demais atos que dependam da
autorização formal do órgão competente, mediante a licença respectiva, sua certidão ou
fotocópia autenticada.
II - quanto ao transporte, estoque, consumo ou uso, pela nota fiscal com
menção expressa, que pode constar de carimbo aposto, a licença respectiva do ato anterior
concedida ao fornecedor ou ao produtor rural.
Parágrafo Único - O Poder Executivo instituirá documento apropriado para
legalização do transporte, movimentação e armazenamento do produto e subproduto
florestal.
Art. 26. As ações ou omissões contrárias às disposições dessa lei, sujeitam
os infratores sem prejuízo da reparação do dano ambiental e de outras sanções
administrativas e penais cabíveis, as penalidades de:
I - multa de 100 a 15.000 UFIRN’s, calculada conforme a natureza da
infração, o seu grau, espécie, valores envolvidos, área de propriedade e suas características,
valor ecológico e nível de esclarecimento do infrator;
II - apreensão;
III - interdição ou embargo;
IV - suspensão;
V - cancelamento de autorização, licença ou registro;
VI - ação civil pública comunitária.

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§ 1º. As penalidades incidem sobre os autores diretos da infração e/ou sobre
quem tenha, de qualquer forma, concorrido para sua prática, ou dela obtido vantagem,
podendo ser aplicadas individual ou cumulativamente.
§ 2º. Em caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro.
§ 3º. O pagamento das multas poderá ser parcelado em até 03 (três) meses,
com a devida atualização monetária.
§ 4º. A pessoa física ou jurídica que reincidir na suspensão, terá cancelada a
autorização, licença ou registro.
§ 5º. Será admitida, à critério do órgão competente, a conversão de até 50%
(cinqüenta por cento) da multa aplicada no custo de execução do projeto de reparação que,
nesta hipótese, permanecerá sob a forma de caução, devidamente corrigida.
§ 6º. Se da infração participar técnico responsável, será este passível de
representação perante seu órgão de classe fiscalizador da profissão, para abertura de
processo disciplinar, sem prejuízo das demais cominações legais.
Art. 27. As penalidades do art. 25 desta lei serão aplicadas a quem, em
desacordo com as normas vigentes, praticar as infrações tipificadas, independentemente de
outras cominações aplicáveis.
§ 1º. As infrações ao disposto nesta lei serão apuradas por meio de auto de
infração, com a indicação do fato, do seu enquadramento legal e da penalidade.
§ 2º. O autuado terá o prazo de 30 (trinta) dias para apresentar defesa,
independentemente de depósito ou caução, dirigida ao órgão competente para processar e
julgar o auto de infração.
§ 3º. Caberá pedido de reconsideração ao Conselho Estadual competente,
contra a decisão do órgão que julgar o autor de infração, no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 28. A transformação, por incorporação, fusão, cisão, consórcio ou
outra forma que, de qualquer modo, afete o controle e a composição ou os objetivos sociais
da empresa, não a eximirá, ou sua sucessora, das obrigações florestais anteriormente
assumidas e que constarão, obrigatoriamente, dos instrumentos escritos que formalizarem
tais atos.
Art. 29. O Poder Executivo instituirá os emolumentos e outros valores
pecuniários necessários à aplicação desta lei, incluindo-se os custos operacionais.
Art. 30. Fica sob a responsabilidade da Secretaria de Planejamento e
Finanças - SEPLAN o controle, a execução e a fiscalização do disposto na presente lei.

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Art. 31. Nas áreas suscetíveis de exploração, os prazos para concessão de
licenças, autorizações, registros, bem como, para outros procedimentos administrativos
previstos nesta lei, serão fixados em regulamento e improrrogáveis.
Art. 32. No prazo de 120 (cento e vinte) dias, a contar da publicação desta
lei, o Estado do Rio Grande do Norte, através da Secretaria de Planejamento e Finanças,
promoverá a revisão dos convênios firmados com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente
e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, para adequar a sua colaboração com aquele
órgão aos termos desta lei, simplificando e unificando a fiscalização das atividades
florestais.
Art. 33. Exemplares desta lei deverão ser distribuídos gratuitamente, de
forma obrigatória, às escolas de 1º, 2º e 3º graus públicas e privadas, sindicatos,
associações de proprietários e trabalhadores rurais do Estado, bibliotecas públicas, e
prefeituras municipais, acompanhada de amplo processo de divulgação e explicação do seu
conteúdo e dos princípios de conservação da natureza.
Art. 34. O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 120 (cento e
vinte) dias, a contar de sua publicação.
Art. 35. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Palácio Potengi, em Natal, 11 de maio de 1995, 107º da República.

GARIBALDI ALVES FILHO


Abelírio Vasconcelos da Rocha

36
LEI COMPLEMENTAR Nº 139, DE 25 DE JANEIRO DE 1996
Altera a Lei Complementar nº 129, de 02 de
fevereiro de 1995, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE:


FAÇO SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Complementar:

Art. 1º. O art. 16, acrescido de parágrafo único; o art. 17 e seu parágrafo
único; os arts. 30 e 32; e as alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do art. 33, acrescido
das alíneas “d”, “e” e “f”, da Lei Complementar nº 129, de 02 de fevereiro de 1995,
passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 16. A Consultoria Geral do Estado, órgão diretamente subordinado ao
Governador, compete assessorá-lo em assuntos de natureza jurídica de interesse da
Administração Estadual.
Parágrafo Único - Os pareceres do Consultor- Geral aprovados pelo
Governador do Estado revestem-se de caráter normativo para a Administração Estadual.
Art. 17. À Procuradoria Geral do Estado compete:
I- exercer a representação judicial e extrajudicial do Estado;
II- prestar assessoramento jurídico ao Poder Executivo - relativamente ao
controle da legalidade dos atos da Administração Estadual;
III- prestar assessoramento jurídico suplementar às entidades da
administração indireta, quando determinado pelo Governador do Estado;
IV- inscrever, controlar e cobrar, com exclusividade, a Dívida Ativa do
Estado;
V- exercer outras atividades correlatas.
Parágrafo único - A exclusividade da representação de que trata este artigo
não impede a contratação de profissional para exercitar a defesa dos interesses do Estado,
em juízo ou fora dele, em casos especiais definidos em lei e quando, por qualquer motivo
relevante, a Procuradoria Geral do Estado estiver impedida ou impossibilitada de exercer a
defesa do Estado.
“Art. 30. À Secretaria de Planejamento e Finanças compete:

37
I- elaborar políticas e planos de desenvolvimento econômico, social e de
meio ambiente do estado;
II- levantar e divulgar dados e informações sobre o sistema produtivo e a
realidade social do Estado;
III- orientar a elaboração de propostas orçamentárias e de planos plurianuais
pelas Secretarias de Estado e entidades descentralizadas;
IV- estabelecer os programas de execução orçamentária e acompanhar sua
efetivação;
V- estabelecer a programação financeira dos recursos do Estado;
VI- Avaliar a programação orçamentária e financeira das entidades da
administração indireta dependentes de repasses do Tesouro Estadual;
VII- controlar o movimento de tesouraria envolvendo ingressos, pagamentos
e disponibilidades;
VIII- realizar a contabilização da movimentação econômica, financeira e
patrimonial do Estado, levantando as demonstrações pertinentes;
IX- coordenar os entendimentos do Governo do Estado com entidades
federais, internacionais e outras para obtenção de financiamentos e/ou recursos a fundo
perdido, destinados ao desenvolvimento de programas estaduais;
X- assessorar o Governador do Estado na avaliação do desempenho das
Secretarias de Estado, órgãos e entidades descentralizadas, inclusive órgãos de regime
especial;
XI- exercer outras atividades correlatas.
“Art. 32. À Secretaria de Administração compete:
I- prestar serviços de apoio necessários ao funcionamento regular da
Administração Direta;
II- realizar as atividades de administração de pessoal relativas a:
a) desenvolvimento de recursos humanos da Administração Direta, das
Autarquias e das Fundações Públicas, através de programas de treinamento de pessoal,
com a participação de instituições de ensino;
b) admissão, posse e lotação de pessoal;
c) avaliação do desempenho funcional para fins de progressão, ascensão,
treinamento, disponibilidade e dispensa;

38
d) realização de estudos para elaboração de planos de cargos e salários
para a administração Direta e Indireta;
e) manutenção de cadastro atualizado de pessoal da administração
pública direta e indireta, para permitir informações necessárias à gestão do quadro de
pessoal do Estado.
III- administrar materiais, patrimônio e serviços auxiliares, aí incluídas as
atividades de:
a) padronização e codificação de materiais;
b) conservação e alienação de bens e materiais;
c) inventário anual;
d) reprodução e arquivo de documentos;
e) administração do Centro Administrativo, bem como, manutenção e
conservação de prédios públicos;
f) circulação de correspondência;
g) administração de serviços contratados de terceiros.
IV- promover, executar e coordenar o programa de Modernização
Administrativa do Estado, inclusive o aperfeiçoamento permanente de métodos e
procedimentos;
V- determinar a realização de auditorias administrativas;
VI- preparar os atos necessários ao provimento de cargos da Magistratura e
do Tribunal de Contas, nas hipóteses previstas na constituição;
VII- supervisionar as atividades de previdência dos servidores públicos;
VIII- executar serviços de processamento de dados e tratamento de
informações;
IX- coordenar a elaboração das folhas de pagamento da administração direta
e indireta do Estado;
X- elaborar e coordenar o processo de informatização da Administração
Estadual;
XI- exercer outras atividades correlatas.
“Art.33..............................................................................................................
Parágrafo único.................................................................................................

39
a) à Secretaria de Administração, nos casos de alienação, compras e
serviços gerais, em que seja exigida tomada de preços ou concorrência, ressalvado o
disposto nas alíneas “c” e “d”;
b) à Secretaria de Transportes e Obras Públicas, nos casos de obras e
serviços de engenharia, ressalvada as hipóteses das alíneas “c” e “d”;
c) à Secretaria de Educação, Cultura e Desportos, nos casos de alienação,
compras e serviços gerais, em que seja exigida tomada de preços ou concorrência, quando
interessada a própria Secretaria, bem como, de obras e serviços de engenharia relativos à
conservação e reparação de prédios escolares;
d) à Secretaria de Recursos Hídricos e Projetos Especiais, nos casos de
obras e serviços de engenharia relativos à oferta hídrica, à gestão de recursos hídricos e à
projetos especiais em que seja exigida tomada de preços ou concorrência;
e) à Secretaria de Saúde Pública, nos casos de alienação, compras e
serviços gerais em que seja exigida tomada de preços ou concorrência, quando interessada
a própria Secretaria;
f) a qualquer Secretaria, órgão equivalente ou órgão de regime especial,
para fins de compras e serviços gerais em que couber convite.”
Art. 2º. Fica transformada a Fundação Instituto de Desenvolvimento do Rio
Grande do Norte - IDEC, criada pela Lei nº. 4.286, de 06 de dezembro de 1973 e alterada
pela Lei nº. 4.414, de 04 de novembro de 1974, na autarquia Instituto de Desenvolvimento
Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte - IDEC.
§ 1º. Ao Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio
Grande do Norte - IDEC compete:
I- produzir e difundir informações técnicas e estatísticas pertinentes ao
conhecimento da realidade estadual;
II- realizar os estudos e pesquisas necessários à atividade do planejamento
público estadual, ou mediante remuneração, à preço de mercado, de interesse de terceiros;
III- formular, coordenar, executar e supervisionar a política estadual de
preservação, conservação, aproveitamento, uso racional e recuperação dos recursos
ambientais;
IV- fiscalizar o cumprimento das normas de proteção, controle, utilização e
recuperação dos recursos ambientais, aplicando as penalidades disciplinares e/ou
compensatórias às infrações apuradas;

40
V- exercer outras atividades correlatas.
§ 2º. São transferidos à autarquia Instituto de Desenvolvimento Econômico
e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte - IDEC, no que couber, o patrimônio, o
contingente de pessoal, com direitos e obrigações a ele inerentes, as receitas próprias, os
fundos e dotações orçamentárias previstos na Lei nº. 6.754, de 28 de dezembro de 1994, da
Fundação IDEC, ora transformada.
§ 3º. Fica o Poder Executivo autorizado a regulamentar por decreto as
medidas necessárias à transformação de que trata este artigo.
Art. 3º. A Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Norte,
é uma sociedade de economia mista, autorizada a sua criação pela Lei Estadual nº. 4.528,
de 17 de dezembro de 1975, constituída sob a forma de sociedade por ações, e tem os
seguintes objetivos:
I- assessorar sobre a realização de estudos técnicos e sistemáticos
necessários à informatização e ao aprimoramento de métodos e processos de trabalho,
tendo em vista o processamento de dados pelos órgãos e entidades da Administração
Estadual;
II- disponibilizar mão-de-obra especializada em diversas categorias, para os
órgãos da Administração Pública Estadual;
III- gerenciar os Recursos Humanos das empresas incorporadas definindo a
política de treinamento em todos os níveis;
IV- exercer a função de órgão responsável pela pesquisa e a lavra de
minérios, bem como, por requerimento de áreas minerais junto ao DMPM, órgão
vinculado ao Ministério das Minas e Energia, em todo o território do Rio Grande do Norte,
sua comercialização, importação, exportação, como também a realização de estudos,
pesquisas, projetos e serviços e avaliação de jazidas minerais, para a execução de serviços
de abastecimento d’água;
V- exercer função de órgão arrecadador das prestações e débitos vencidos e
vincendos dos mutuários do sistema financeiro de habitação, cujo agente tenha sido a
COHAB, até o final dos respectivos contratos;
VI- exercer a função de órgão responsável pelas atividades de turismo,
decorrentes de contratos ou convênios efetuados pela EMPROTURN, até o dia 23 de
agosto de 1995;

41
VII- celebrar convênios com órgãos estaduais ou federais para prestação dos
serviços previstos nos ítens anteriores;
VIII- assumir os Créditos e Débitos, Ativos e Passivos de todas empresas
incorporadas, inclusive aqueles provenientes de acordos, convênios e ajustes celebrados
com organismos nacionais e internacionais:
IX- exercer outras atividades correlatas.
Art. 4º. Fica criada a Secretaria de Recursos Hídricos e Projetos Especiais -
SERHID, com as seguintes atribuições:
I- formular, implantar e avaliar as políticas e programas estaduais de
recursos hídricos;
II- coordenar as políticas de recursos hídricos do Estado;
III- promover e executar ações para exploração e preservação de recursos
hídricos no Estado;
IV- elaborar estudos; planejar pesquisas e programas; gerenciar projetos;
executar obras relativas à oferta de água de superfície e subterrânea e realizar a gestão dos
recursos hídricos do Estado;
V- elaborar estudos; planejar pesquisas e programas; gerenciar projetos e
executar obras relativas a projetos especiais definidos pelo Governador do Estado;
VI- articular-se com órgãos e entidades nacionais e internacionais de sua
área de atuação;
VII- exercer outras atividades correlatas.
§ 1º. São transferidos à Secretaria de Recursos Hídricos e Projetos
Especiais, no que couber, o patrimônio, o contingente de pessoal, as receitas próprias, os
fundos e as dotações orçamentárias previstas na Lei nº. 6.754, de 28 de dezembro de 1994.
§ 2º. Vetado. ...
Art. 5º. Fica o Poder Executivo autorizado a:
I- expedir, mediante decreto, os regulamentos e demais atos necessários à
execução desta Lei Complementar;
II- fixar através de decreto as tabelas de lotação de cargos em comissão e
funções gratificadas criadas por esta Lei Complementar;
III- redistribuir, entre a Secretaria de Recursos Hídricos e Projetos Especiais
e as entidades sucessoras de que tratam os artigos 2º, 3º e 4º desta Lei Complementar os
recursos e dotações consignadas no Orçamento Geral do Estado aprovado pela Lei nº

42
6.754, de 28 de dezembro de 1994, em favor da Secretaria de Planejamento e Finanças e
das entidades sucedidas.
Art. 6º. Ficam vinculadas:
I- à Assessoria de Comunicação Social, o órgão de regime especial
Departamento Estadual de Imprensa - DEI;
II- à Secretaria de Planejamento e Finanças, a autarquia Instituto de
Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte - IDEC;
III- Vetado. ...
Art. 7º. Os vencimentos do cargo de Subdiretor de Unidade Regional, da
Secretaria de Tributação, previsto no anexo I desta Lei, são fixados em R$ 507,59
(quinhentos e sete reais e cinquenta e nove centavos), correspondendo R$ 203,04 (duzentos
e três reais e quatro centavos) ao vencimento e R$ 304,55 (trezentos e quatro reais e
cinquenta e cinco centavos) à representação do cargo.
Art. 8º. Os vencimentos do cargo de Diretor Geral de órgão de regime
especial, previsto no art. 5º inciso IV, da Lei Complementar Nº. 129, de 02 de fevereiro de
1995, são fixados em R$ 3.800,00 (três mil e oitocentos reais), correspondendo R$
1.520,00 (hum mil, quinhentos e vinte reais) ao vencimento e R$ 2.280,00 (dois mil,
duzentos e oitenta reais) à representação do cargo.
Art. 9º. Os vencimentos dos cargos de provimento em comissão, de
Assessor Jurídico, Assessor Técnico, Secretário Executivo e Chefe de Setor e as funções
gratificadas de Assistente Administrativo, Assistente de Apoio e Auxiliar de Apoio, da
autarquia Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do
Norte - IDEC, ficam fixados nos valores constantes do anexo II, parte integrante desta Lei.
Art. 10. No Quadro Geral de Pessoal do Estado, Parte I, Tabela I, ficam
criados os seguintes cargos de provimento em comissão:
I- 01 (um) de Secretário de Recursos Hídricos e Projetos Especiais;
II- 01 (um) de Secretário Adjunto, 01 (um) coordenador e 01 (um) de
subcoordenador na Secretaria de Recursos Hídricos e Projetos Especiais;
Parágrafo único - Os cargos de provimento em comissão de Consultor, da
Consultoria Geral do Estado, passam a denominar-se de Consultor Jurídico.
Art. 11. São transformados e transpostos, de conformidade com o anexo I,
parte integrante desta Lei, os cargos de provimento em comissão e funções gratificadas
nele relacionadas.

43
Art. 12. As despesas decorrentes da execução da presente lei, correrão por
conta dos recursos orçamentários próprios.
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,revogadas as
disposições em contrário, em especial o inciso III do Art. 31 e inciso V do Art. 63 da Lei
Complementar nº. 129 de 02 de fevereiro de 1995.

Palácio Potengi, em Natal, 25 de Janeiro de 1996, 108º da República.

GARIBALDI ALVES FILHO


Ticiano Duarte
Roberto Brandão Furtado
Pedro Fernandes Pereira
João Faustino Ferreira Neto
Ivanaldo Bezerra de Araújo Galvão
Múcio Gurgel de Sá
Sebastião Américo de Souza
Ivis Alberto Lourenço Bezerra de Andrade
Paulo Roberto Chaves Alves
Vicente Inácio Martins Freire
Lina Maria Vieira

44
LEI COMPLEMENTAR Nº 140, DE 26 DE JANEIRO DE 1996
Regulamenta os artigos 150 e 154 da
Constituição Estadual e dá outras
providências

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE:


FAÇO SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Complementar:
Art. 1º. A Política Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente
tem por objetivos a proteção, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental, com a
finalidade de assegurar condições ao desenvolvimento sócio-econômico e à proteção à vida
humana, observados os seguintes princípios básicos:
I- manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como
patrimônio público a ser preservado e protegido, em favor do uso coletivo;
II- planejamento e fiscalização da utilização dos recursos ambientais;
III- racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
IV- proteção dos ecossistemas com a preservação de áreas representativas;
V- controle das atividades poluidoras;
VI- incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso
racional e à proteção dos recursos ambientais;
VII- acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII- recuperação de áreas degradadas;
IX- proteção às áreas ameaçadas de degradação;
X- educação ambiental em todos os níveis escolares, inclusive nos
programas de educação da comunidade, destinados à capacitação para a participação ativa
na defesa do meio ambiente;
XI- preservação e restauração dos processos ecológicos essenciais;
XII- manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
XIII- preservação da diversidade do patrimônio genético do Estado.
Art. 2º. Para os fins desta Lei considera-se:
I- meio ambiente - o conjunto, dinamicamente ordenado, dos agentes
físicos, químicos, biológicos e dos fatores sócio-econômicos e culturais suscetíveis de

45
ocasionar efeito direto ou indireto, mediato ou imediato, sobre os integrantes da biota e a
qualidade das atividades humanas;
II - degradação da qualidade ambiental - a alteração adversa das
características do meio ambiente;
III - poluição ambiental - a alteração das propriedades físicas, químicas, ou
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de energia ou matéria que, direta
ou indiretamente:
a) prejudique a saúde,a segurança e o bem estar da população;
b) crie condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afete desfavoravelmente a biota;
d) agrida as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente.
IV- poluidor - pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,
responsável direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação ou poluição
ambiental;
V- fonte degradante do ambiente - toda e qualquer atividade, processo,
operação ou dispositivo, móvel ou não, que, independentemente do seu campo de
aplicação, induzam, produzam ou possam produzir poluição do ambiente;
VI- recursos ambientais - a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a
fauna e flora.
Art. 3º. A Política Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente
tem por objetivos:
I- compatibilizar o desenvolvimento econômico-social com a preservação da
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II- definir as áreas prioritárias da ação governamental relativa à qualidade e
ao equilíbrio ecológico;
III- estabelecer critérios e padrões de qualidade ambiental e normas relativas
ao uso e manejo de recursos ambientais;
IV- desenvolver pesquisas e tecnologias orientadas para o uso racional dos
recursos ambientais;
V- difundir tecnologia de manejo do meio ambiente;
VI - divulgar dados e informações ambientais com o fim de esclarecer à
população a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;

46
VII - preservar e restaurar os recursos ambientais com vistas à sua utilização
racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio
ecológico propício à vida;
VIII - estabelecer ao poluidor e ao predador a obrigação de recuperar e ou
indenizar os danos causados.
Art. 4º. Os Órgãos e as entidades de Administração Estadual e dos
Municípios, bem como, as fundações instituídas pelo Poder Público que, de alguma forma,
atuam na proteção e na melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Estadual
de Controle e Preservação do Meio Ambiente - SISNEMA, assim discriminados:
I - órgão superior - Conselho Estadual de Meio Ambiente - CONEMA, de
natureza consultiva e deliberativa, com função de assessoramento ao Governador do
Estado na formulação da política estadual e na definição das diretrizes governamentais
para o meio ambiente e recursos naturais;
II- órgão central - Secretaria de Planejamento e Finanças - SEPLAN, órgão
integrante da Administração Pública Estadual Direta, com a finalidade de planejar,
coordenar, supervisionar e controlar a Política Estadual e as diretrizes fixadas para o meio
ambiente, promovendo, disciplinando e avaliando a sua execução;
III - órgãos setoriais - os órgãos e as entidades da Administração Pública
Estadual Direta e Indireta, as fundações públicas instituídas pelo Estado, com atividades
voltadas a preservação da qualidade ambiental ou ao disciplinamento do uso de recursos
ambientais;
IV- órgãos locais - os órgãos e entidades municipais responsáveis pelo
controle e fiscalização das atividades pertinentes ao sistema nas suas respectivas áreas de
jurisdição.
§ 1º. A Coordenadoria do Meio Ambiente - CMA, da estrutura básica da
Secretaria de Planejamento e Finanças - SEPLAN, é a unidade administrativa responsável
pela coordenação das atividades relativas ao órgão central do sistema.
§ 2º. A Fundação Instituto de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do
Norte - IDEC, supervisionada pela Secretaria de Estado de Planejamento e Finanças -
SEPLAN, é a responsável pelo apoio técnico e científico às atividades do órgão central do
sistema.
Art. 5º. Compete ao Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONEMA:

47
I- assessorar o Governador do Estado na formulação da política estadual e
das diretrizes governamentais para o meio ambiente e recursos naturais;
II - baixar as normas de sua competência necessárias à regulamentação e
implementação da política estadual de meio ambiente;
III- encaminhar proposições contendo minutas de atos de competência
exclusiva do Governo do Estado, relativas à execução da política estadual do meio
ambiente;
IV- aprovar, previamente, o orçamento destinado a incentivar o
desenvolvimento ambiental;
V- estabelecer, com o apoio técnico do órgão central do Sistema Estadual de
Controle do Meio Ambiente - SISNEMA, normas e critérios gerais para o licenciamento
das atividades efetiva ou potenciamente poluidoras;
VI- decidir, como última instância administrativa, sobre as multas e outras
penalidades impostas pelo titular do órgão central do Sistema Estadual de Controle e
Preservação do Meio Ambiente - SISNEMA;
VII- estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e a
manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos
ambientais, principalmente os hídricos, ouvido o Órgão Central do Sistema Estadual de
Controle e Preservação do Meio Ambiente - SISNEMA, quando a proposta não for de sua
iniciativa;
VIII- definir normas gerais relativas às áreas de proteção ambiental, no
limite da competência do Poder Público Estadual;
IX- fixar os critérios de definição de áreas críticas, saturadas e em vias de
saturação;
X- determinar, quando julgar necessário, inclusive antes do respectivo
licenciamento e em acompanhamento às suas disposições, a realização de estudo das
alternativas e das conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando
aos órgãos estaduais e municipais e às entidades privadas, as informações indispensáveis
ao exame da matéria;
XI- homologar acordos visando a transformação de penalidades pecuniárias
na obrigação de executar medidas de interesse para a proteção e/ou recuperação ambiental;
XII- administrar o Fundo Estadual de Preservação do Meio Ambiente -
FEPEMA.

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Parágrafo único. Os atos normativos do Conselho do Estadual do Meio
Ambinte
- CONEMA entrarão em vigor após sua aprovação por Decreto do governador do Estado.
Art. 6º. O Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONEMA terá a sua
composição definida no regulamento a esta lei.
§ 1º. O Conselho Estadual de Meio Ambiente - CONEMA poderá dividir-se
em câmaras técnicas especializadas, mediante resolução do plenário.
§ 2º. O Secretário de Planejamento e Finanças é o Presidente nato do
Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONEMA.
§ 3º. Caberá à Secretaria de Planejamento e Finanças - SEPLAN, Órgão
Central do Sistema, prover os serviços da Secretaria Executiva do Conselho Estadual do
Meio Ambiente - CONEMA e de suas câmaras.
§ 4º. Os conselheiros e seus respectivos suplentes serão nomeados pelo
Governador do Estado, com mandato de dois anos, permitida a recondução por igual
período, e a posse ocorrerá na primeira reunião após a publicação do ato no Diário Oficial
do Estado.
Art. 7º. Constituem instrumentos da Política Estadual de Controle e
Preservação do Meio Ambiente:
I- o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II- o zoneamento ambiental;
III- a avaliação de impactos ambientais;
IV- o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou pencialmente
poluidoras;
V- os incentivos à aquisição e à instalação de equipamentos e à criação ou à
absorção de tecnologias voltadas à melhoria da qualidade ambiental;
VI- a criação de espaço territorial especialmente tutelados pelo Poder
Público Estadual e Municipal, tais como áreas de proteção ambiental de relevante interesse
ecológico e de reservas extrativistas;
VII- as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento
das medidas necessárias à presevação ou à correção da degradação ambiental;
VIII- o policiamento ostensivo de proteção ambiental, a cargo da Polícia
Militar;

49
IX- a instituição do relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser
divulgado anualmente pela Coordenadoria do Meio Ambiente - CMA da Secretaria de
Planejamento e Finanças - SEPLAN;
X- a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente
obrigando-se o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes;
XI- o Cadastro Técnico Estadual de Atividades e Instrumentos de Defesa
Ambiental;
XII- o Cadastro Técnico Estadual de Atividades Potencialmente Poluidoras
e Utilizadoras dos Recursos Ambientais.
Art. 8º. A construção, a instalação, a ampliação e o funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou
potencialmente poluidoras, bem como, os capazes, sob qualquer forma, de causar
degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento pelo Órgão Central do Sistema,
sem prejuízo de outras licenças exigíveis.
§ 1º. Os pedidos de licenciamento, a sua renovação e a respectiva concessão
serão publicados no Diário Oficial do Estado.
§ 2º. O Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONEMA poderá
determinar a redução das atividades geradoras de poluição, para manter as emissões
gasosas, os efluentes e os resíduos sólidos dentro das condições e dos limites estipulados
no licenciamento concedido.
Art. 9º. Compete à Secretaria de Planejamento e Finanças - SEPLAN propor
ao Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONEMA normas e padrões para implantação,
acompanhamento e fiscalização do licenciamento previsto no artigo anterior.
§ 1º. A fiscalização e o controle da aplicação de critérios, normas e padrões
de qualidade ambiental serão exercidos pelo Órgão Central do Sistema.
§ 2º. Inclui-se na competência da fiscalização e controle, a análise de
projetos de entidades públicas ou privadas, objetivando a preservação ou a recuperação de
recursos ambientais afetados por processos de exploração predatória ou poluidora.
Art. 10. Os órgãos e as entidades de financiamentos e incentivos do
Governo Estadual condicionarão a aprovação dos respectivos projetos para obtenção
desses benefícios, ao licenciamento e ao cumprimento das normas e critérios estabelecidos
na regulamentação desta Lei e dos padrões estabelecidos pelo Conselho Estadual do Meio
Ambiente – CONEMA.

50
Parágrafo único: Os organismos referidos neste artigo, deverão fazer constar
dos projetos a realização de obras e a aquisição de equipamentos destinados ao controle de
degradação ambiental e à melhoria da qualidade do meio ambiente.
Art. 11. Sem prejuízo das penalidades previstas na legislação federal, o não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou à correção dos danos causados pela
degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores.
I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10
(dez) e, no máximo, a 10.000 (dez mil) Unidades Referenciais Fiscais do Rio Grande do
Norte –UFIRN’s, agravada, nos casos de reincidência, conforme dispuser o regulamento
desta Lei, vedada a sua cobrança pelo Estado se já tiver sido aplicada pela União ou pelo
Município de localização;
II - à perda ou à restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo
Poder Público;
III - à perda ou à suspensão de participação em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito;
IV- à suspensão de sua atividade.
§ 1º. Sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o
poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou a reparar os
danos causados ao meio ambiente e a terceiros afetados por sua atividade.
§ 2º. Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratório
da perda, da restrição ou da suspensão será da autoridade administrativa ou financeira que
concedeu os benefícios, incentivos ou financiamentos, cumprindo resolução do Conselho
Estadual do Meio Ambiente - CONEMA.
Art. 12. A instalação, a construção ou a ampliação de quaisquer atividades
de produção, transformação e comércio que envolvam o aproveitamento e a utilização dos
recursos naturais, a edificação ou a reforma de prédios em áreas consideradas de proteção
ambiental e a aprovação de loteamentos no Estado, ficam sujeitos a prévio registro no
Órgão Central do Sistema, que identificará as condições de uso, funcionamento e
localização, quanto à possibilidade de vir a causar poluição ambiental e/ou desequilíbrios
ecológicos.
Art. 13. A concessão de alvará de licença para construção, ampliação de
maquinaria e equipamentos ou funcionamentos de quaisquer das atividades referidas no

51
artigo anterior, somente se efetivará mediante apresentação do certificado de registro
fornecido pelo Órgão Central do Sistema.
Art. 14. O Poder Público promoverá a criação de áreas de preservação
ambiental, visando à conservação, à proteção, ou à restauração das áreas de reconhecido
interesse ecológico, científico, econômico, social e histórico-cultural.
§ 1º. São consideradas áreas de preservação ambiental, as extensões de terra
e água destinadas à instalação de Parques, Reservas Biológicas ou Naturais, Distritos
Florestais, Estações Ecológicas e Experimentais.
§ 2º. São áreas de preservação permanente as florestas e demais formas de
vegetação fixadoras de Dunas ou estabilizadoras de mangues, em toda a sua extensão, bem
como, aquelas previstas pela Legislação Federal.
Art. 15. Estão sujeitas às penalidades previstas no art. 11, desta Lei, pessoas
físicas ou jurídicas que degradem reservas ou estações ecológicas e outras áreas declaradas
como de relevante interesse ecológico.
Art. 16. Fica o Poder Executivo autorizado e expedir o regulamento desta
Lei, no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar de sua vigência.
Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário, especialmente a Lei nº. 5.147, de 30 de setembro de 1982, e o
Decreto nº. 8.600, de 03 de março de 1983.
Palácio Potengi, em Natal, 26 de janeiro de 1996, 108º da República.

GARIBALDI ALVES FILHO


Ivanaldo Bezerra de Araújo Galvão

52
LEI Nº 6.908, DE 01 DE JULHO DE 1996
Dispõe sobre a Política Estadual de
Recursos Hídricos, institui o Sistema
Integrado de Gestão de Recursos Hídricos -
SIGERH e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE:


FAÇO SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS, PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

Art.1º. A Política Estadual de Recursos Hídricos tem como objetivos:


I- planejar, desenvolver e gerênciar, de forma integrada, descentralizada e
participativa, o uso múltiplo, controle, conservação, proteção e preservação dos recursos
hídricos;
II- assegurar que a água possa ser controlada e utilizada em padrões de
quantidade e qualidade satisfatórios por seus usuários atuais e pelas gerações futuras.
Art. 2º. A Política Estadual de Recursos Hídricos atenderá aos seguintes
princípios:
I- o aproveitamento dos recursos hídricos tem como prioridade o
abastecimento humano;
II- a unidade básica de planejamento para a gestão dos recursos hídricos é a
bacia hidrográfica;
III- a distribuição da água no território do Rio Grande do Norte obedecerá
sempre à critérios sociais, econômicos e ambientais;
IV- o planejamento, o desenvolvimento e a gestão da utilização dos recursos
hídricos do Estado do Rio Grande do Norte serão sempre concordantes com o
desenvolvimento sustentável;
V- a água é um bem econômico e deve ser valorada em todos os seus usos
concorrentes;

53
VI- a outorga do direito de uso da água é um instrumento essencial para o
gerenciamento dos recursos hídricos.
Art. 3º. São diretrizes gerais da Política Estadual de Recursos Hídricos:
I- a maximização dos benefícios econômicos e sociais, resultantes do
aproveitamento múltiplo e/ou integrado dos recursos hídricos do seu território;
II- a proteção de suas bacias hidrográficas contra ações que possam
comprometer o seu uso atual e futuro;
III- o desenvolvimento de programas permanentes de conservação e
proteção das águas subterrâneas, contra a poluição e a exploração excessiva ou não
controlada;
IV- a articulação inter-governamental com o Governo Federal, Estados
vizinhos e os Municípios, para a compatibilização de planos de uso e preservação dos
recursos hídricos.
CAPÍTULO II
DOS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA E GERENCIAMENTO DOS RECURSOS
HÍDRICOS

Art. 4º. São instrumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos:


I- o Plano Estadual de Recursos Hídricos;
II- o Fundo Estadual de Recursos Hídricos;
III- a outorga do direito de uso dos recursos hídricos e o licenciamento de
obras hídricas;
IV- a cobrança pelo uso da água.
Art. 5º. O Estado elaborará e manterá atualizado o Plano Estadual de
Recurso Hídricos em consonância com os princípios e diretrizes da Política Estadual de
Recursos Hídricos e assegurará recursos financeiros e mecanismos institucionais para
garantir:
I- a utilização racional das águas superficiais e subterrâneas;
II- o aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos e o rateio dos
custos das respectivas obras entre os usuários;
III- a proteção das águas contra ações que possam comprometer
seu uso atual e futuro;

54
IV- a defesa contra secas, inundações e outros eventos críticos
que possam oferecer risco à vida e à segurança públicas e prejuízos
econômicos e sociais;
V- programas destinados à capacitação profissional no âmbito
dos recursos hídricos;
VI- campanhas educativas visando concientizar a sociedade para
a utilização racional dos recursos hídricos do Estado.
Art. 6º. O Plano Estadual de Recursos Hídricos será aprovado por Lei e será
revisto e atualizado a cada quatro anos.
Art. 7º. O Plano Estadual de Recursos Hídricos será inserido no Plano
Plurianual de Desenvolvimento do Estado, de forma a assegurar a integração setorial em
seus aspectos sociais, econômicos e ambientais.
Art. 8º. Fica criado o Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FUNERH,
vinculado institucionalmente à Secretaria de Recursos Hídricos e Projetos Especiais, que se
responsabilizará pela sua gestão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial.
Art. 9º. O FUNERH tem por objetivo assegurar os meios necessários à
execução das ações programadas no Plano Estadual de Recursos Hídricos.
Art. 10. Os recursos financeiros do FUNERH deverão ser depositados em
conta específica aberta em Banco Oficial e movimentada através do seu gestor.
Art. 11. A programação do FUNERH obedecerá às disposições contidas
nesta Lei, aos critérios técnico-legais vigentes pertinentes à orçamentação, administração
financeira e contábil, bem como, às normas de controle interno e externo.
Art. 12. O regulamento do FUNERH, será estabelecido através de Decreto
Executivo, no prazo de até 30 (trinta) dias a contar da data da publicação da presente Lei,
fixando-lhes competência necessária à sua implantação e funcionamento administrativo e
operacional.
Art. 13. Constituirão os recursos do FUNERH:
I- recursos do Tesouro do Estado e dos Municípios, a ele destinados por Lei;
II- as transferências da União destinadas à execução de planos e programas
de recursos hídricos;
III- a compensação financeira que o Estado receber com relação ao
aproveitamento hidrenergético em seu território;

55
IV- 2% (dois por cento) da compensação financeira que o Estado receber
com relação ao aproveitamento de outros recursos minerais, como petróleo e gás natural;
V- o resultado da cobrança pelo uso dos recursos hídricos;
VI- empréstimos, doações e outras contribuições financeiras de entidades
nacionais e internacionais;
VII- o retorno das operações de crédito contratadas com os recursos do
Fundo;
VIII- as rendas provenientes da aplicação dos seus recursos;
IX- contribuições de melhoria, tarifas e taxas cobradas de beneficiários de
obras e serviços de aproveitamento e controle dos recursos hídricos.
Art. 14. Os recursos do FUNERH serão aplicados mediante
convênio, acordos ou ajustes a serem celebrados com órgãos e entidades da
administração direta e indireta do Estado e dos Municípios, bem como, com
entidades privadas cujos objetivos estejam associados aos do FUNERH, desde
que não possuam fins lucrativos, com a finalidade de financiamento e custeio
à:
I- realização de planos, programas, projetos e pesquisas com vistas ao
desenvolvimento, conservação, uso racional e sustentável, controle e proteção dos recursos
hídricos superficiais e subterrâneos;
II- execução de obras e serviços com vistas ao desenvolvimento,
conservação, uso racional e sustentável, controle e proteção dos recursos hídricos
superficiais e subterrâneos;
III- programas e estudos com vistas à capacitação de recursos humanos, pesquisas
e desenvolvimento tecnológico de interesse da gestão dos recursos hídricos;
IV- implementação das atividades de gestão dos recursos hídricos dos órgãos
integrantes do Sistema Integrado de Gestão de Recursos Hídricos - SIGERH.
Art.15. A Implantação, ampliação e alteração de projeto de qualquer
empreendimento que demande a utilização de recursos hídricos, superficiais e/ou
subterrâneos, bem como a execução de obras e serviços que alterem o seu regime, em
quantidade e/ou qualidade, dependerão de prévio licenciamento das obras e da outorga do
direito de uso da água pelo órgão competente.

56
Parágrafo único - Sem prejuízo da aplicação de outras penalidades cabíveis, a
inobservância ao disposto neste artigo sujeitará o infrator às sanções previstas no
regulamento desta Lei.
Art.16. A cobrança pelo direito de uso da água, superficial ou subterrânea, é
um instrumento gerencial e de planejamento da Política Estadual de Recursos Hídricos e
que visa:
I- conferir racionalidade ao uso e a valoração econômica dos recursos
hídricos;
II- Disciplinar o uso dos recursos hídricos, buscando o seu enquadramento
de acordo com a sua classe de uso preponderante.
§ 1º. O regulamento estabelecerá os procedimentos relativos à cobrança pelo
direito de uso da água, a ser implantada de forma gradual, de acordo com condicionantes
econômicos e sociais dos usuários dos recursos hídricos.
§ 2º. O cálculo do custo da água, para efeito de cobrança, considerará:
I- a classe de uso preponderante em que for enquadrado o corpo de água
objeto do uso;
II- a função social e econômica da água;
III- a disponibilidade hídrica local;
IV- as condições sócio-econômicas dos usuários;
V- o grau de regularização assegurado por obras hidráulicas;
VI- a operação e manutenção da infra-estrutura hídrica e amortização do
investimento realizado.
§ 3º. No caso de utilização de corpos de água para diluição, transporte e
assimilação de efluentes, os responsáveis pelos lançamentos ficam obrigados ao
cumprimento das normas e padrões relativos ao controle de poluição das águas.
§ 4º. A utilização dos recursos hídricos para fins de geração de energia
reger-se-á pela legislação federal pertinente.
Art. 17. As obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo terão
seus custos rateados por todos os seus beneficiários diretos.
Art. 18. O rateio a que se refere o artigo anterior será realizado mediante
negociação entre as partes interessadas.

CAPÍTULO III

57
DOS ÓRGÃOS CONDUTORES DA POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS
HÍDRICOS

Art. 19. Para a condução da Política Estadual de Recursos Hídricos, fica


instituído o Sistema Integrado de Gestão dos Recursos Hídricos - SIGERH, cuja estrutura
organizacional compreende:
I- Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CONERH;
II- Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e Projetos Especiais -
SERHID;
III- Comitês de Bacias Hidrográficas.
Art. 20. O Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CONERH, órgão colegiado
de deliberação coletiva e caráter normativo do Sistema Integrado de Gestão dos Recursos
Hídricos, compõe-se de:
I- representantes das Secretarias de Estado com interesse no gerenciamento,
oferta, controle, proteção e uso dos recursos hídricos;
II- representantes das entidades governamentais federais e estaduais com
atuação no gerenciamento, oferta, controle, proteção e uso dos recursos hídricos;
III- representantes indicados pelos Comitês de Bacias Hidrográficas;
IV- representantes de entidades representativas da sociedade civil.
Art. 21. Ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CONERH compete:
I- aprovar o Plano Estadual de Recursos Hídricos e encaminhar ao chefe do
Poder Executivo para envio à Assembléia Legislativa;
II- estabelecer os critérios e diretrizes que orientam a Política Estadual de
Recursos Hídricos;
III- estabelecer diretrizes complementares para a implementação da Política
Estadual de Recursos Hídricos, ampliação de seus instrumentos e atuação do Sistema
Integrado de Gestão dos Recursos Hídricos - SIGERH;
IV- acompanhar a execução do Plano Estadual de Recursos Hídricos e
determinar as providências necessárias ao cumprimento de suas metas;
V- analisar proposta de alteração do Plano Estadual de Recursos Hídricos e
da Política Estadual de Recursos Hídricos;

58
VI- promover a articulação entre os órgãos dos estaduais, federais e
municipais e a sociedade civil no encaminhamento da Política Estadual de Recursos
Hídricos;
VII- deliberar sobre a criação de Comitês de Bacias Hidrográficas;
VIII- arbitrar, em grau de recurso, os conflitos existentes entre bacias
hidrográficas, ou entre usuários de água;
IX- estabelecer critérios e normas relativas ao rateio entre os beneficiários
dos custos das obras de uso múltiplo dos recursos hídricos, de interesse comum ou
coletivo;
X- estabelecer critérios gerais para cobrança pelo uso dos recursos hídricos;
XI- deliberar sobre a criação e funcionamento das Agências de Bacias
Hidrográficas;
XII- deliberar sobre as questões que lhe tenham sido encaminhadas pelos
Comitês de Bacias Hidrográficas.
Art. 22. O CONERH será gerido por:
I- Um Presidente, que será o Secretário de Recursos Hídricos e Projetos
Especiais;
II- um Secretário Executivo.
§ 1º. O Conselho Estadual de Recursos Hídricos poderá criar Câmaras
Técnicas, para o tratamento das questões específicas de interesse da gestão dos recursos
hídricos.
§ 2º. As normas de funcionamento do Conselho Estadual de Recursos
Hídricos serão objeto de seu regimento interno.
Art. 23. À Secretaria de Recursos Hídricos e Projetos Especiais - SERHID,
órgão central do Sistema Integrado de Gestão dos Recursos Hídricos - SIGERH, compete:
I- formular políticas e diretrizes para o gerenciamento dos
recursos hídricos do Estado;
II- coordenar, supervisionar, planejar e executar as atividades
concernentes aos recursos hídricos do Estado;
III- Funcionar como Secretaria Executiva do Conselho Estadual
de Recursos Hídricos - CONERH;
IV- promover estudos de engenharia e econômicos dos recursos
hídricos do Estado;

59
V- implantar e manter Banco de Dados sobre os recursos hídricos
do Estado;
VI- controlar, proteger e recuperar os recursos hídricos nas
bacias hidrográficas do Estado;
VII- elaborar e manter atualizado o Plano Estadual de Recursos
Hídricos;
VIII- executar e acompanhar as obras previstas nos planos de
utilização múltipla dos recursos hídricos;
IX- analisar as solicitações e expedir as outorgadas do direito de uso dos
recursos hídricos, efetuando a sua fiscalização;
X- exercer o poder de polícia relativo aos usos dos recursos hídricos e
aplicar as sanções aos infratores;
XI- analisar projetos e conceder licença técnica para construção de obras
hídricas, sem prejuízo da licença ambiental obrigatória;
XII- implantar, operar e manter redes de estações medidoras de dados
hidrológicos e pluviométricos;
XIII- elaborar o relatório anual sobre a situação dos recursos hídricos do
Estado;
XIV- elaborar estudos visando a fixação de critérios e normas quanto a
permissão e uso racional dos recursos hídricos;
XV- estabelecer os mecanismos de cobranças pelo uso dos recursos
hídricos, fixar os valores a serem cobrados e as respectivas multas por inadimplência;
XVI- efetuar a cobrança pelo uso da água e aplicar as multas por
inadimplência;
XVII- estabelecer e implementar as regras de operação da infra-estrutura
hídrica existente;
XVIII- arbitrar o rateio das obras de uso múltiplo de interesse comum ou
coletivo.
Art. 24. Os Comitês de Bacias Hidrográficas, órgãos colegiados de atuação
descentralizada, à nível de bacias hidrográficas, compõem-se de:
I- representantes das associações de usuários de água;

60
II- representantes dos Municípios que estejam inseridos dentro da Bacia
Hidrográfica;
III- representantes de entidades governamentais federais e estaduais;
IV- representantes de entidades representativas da sociedade civil.
Art. 25. Aos Comitês de Bacias Hidrográficas compete:
I- aprovar o Plano Estadual de Recursos Hídricos e suas atualizações,
referente à respectiva Bacia Hidrográfica;
II- aprovar o Plano Diretor da Bacia Hidrográfica;
III- aprovar a proposta de programas anuais e plurianuais e aplicação de
recursos financeiros em serviços e obras de interesse para a gestão de recursos hídricos da
Bacia Hidrográfica;
IV- acompanhar a execução do Plano Estadual de Recursos Hídricos e
sugerir as providências necessárias ao cumprimento de suas metas, no âmbito da respectiva
Bacia Hidrográfica;
V- aprovar o plano de aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança
pelo uso da água, destinados à respectiva Bacia Hidrográfica;
VI- promover entendimentos, cooperação e conciliação entre os usuários
dos recursos hídricos, na bacia hidrográfica;
VII- avaliar e aprovar o relatório anual sobre a situação dos recursos
hídricos da bacia hidrográfica.
Art. 26. Nas Bacias Hidrográficas poderá ser criada uma Agência de Bacia,
que exercerá as funções de Secretaria Executiva do Comitê da Bacia Hidrográfica
respectiva.
Parágrafo único - As Agências de Bacias somente serão criadas a partir do
início da cobrança pelo uso dos recursos Hídricos.

CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 27. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito especial no valor
de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para o Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FUNERH.

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Parágrafo único - Os recursos referidos neste artigo serão aplicados,
prioritariamente, na implantação do SIGERH - Sistema Integrado de Gestão dos Recursos
Hídricos.
Art. 28. O Governo do Estado, através da Secretaria de Recursos Hídricos e
Projetos Especiais - SERHID, buscará entendimentos para a celebração de convênios com
o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS e o órgão sucessor do
Departamento Nacional de Obras e Saneamento - DNOS, visando transferir para o Estado
a gestão, operação e manutenção dos estoques de água acumulados em obras federais
construídas por aquele Departamento no Rio Grande do Norte.
Art. 29. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de cento e oitenta
dias, contados da data de sua publicação.
Art. 30. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 01 de julho de 1996, 108º da
República.

GARIBALDI ALVES FILHO


Rômulo de Macêdo Vieira

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LEI Nº 6.950, DE 20 DE AGOSTO DE 1996
Dispõe sobre o Plano Estadual de
Gerenciamento Costeiro e dá outras
providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE:


FAÇO SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. Esta Lei, com fundamento no art. 5º da Lei Federal nº 7.661/88, art.
225, § 4º da Constituição Federal e do art. 152 da Constituição do Estado, institui o Plano
Estadual de Gerenciamento Costeiro, estabelece seus objetivos e diretrizes e disciplina os
instrumentos de sua elaboração, aprovação e execução.

CAPÍTULO I
DAS DEFINIÇÕES

Art. 2º. Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:


I - ZONA COSTEIRA: o espaço geográfico de interação do ar, do mar e da
terra, incluindo seus recursos naturais renováveis e não renováveis e as interrelações do
meio físico com as atividades sócio-econômicas, abrangendo uma faixa marinha de 06
(seis) milhas marítimas, incluindo estuários, ilhas costeiras e parrachos, contadas sobre
uma perpendicular a partir da Linha da Costa representada nas cartas do Ministério da
Marinha, até que novas dimensões sejam definidas e uma faixa terrestre composta pelos
Municípios discriminados no art. 3º desta Lei.
II -GERENCIAMENTO COSTEIRO: o conjunto de atividades e
procedimentos que, através de instrumentos específicos, permite a gestão dos recursos
naturais da Zona Costeira, de forma integrada e participativa, objetivando a melhoria da
qualidade de vida das populações locais, adequado às atividades humanas, a capacidade de
suporte ambiental, isto é, a manutenção da capacidade de regeneração dos recursos e
funções naturais renováveis e ao não comprometimento das funções naturais inerentes aos
recursos não renováveis.

63
III - ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO: o instrumento
básico de planejamento que estabelece, após discussão pública de suas recomendações
técnicas, as normas de uso e ocupação do solo e de manejo dos recursos naturais em zonas
específicas, definidas a partir das análises, de forma integrada, de suas características
físicas, bióticas e sócio-econômicas, visando assegurar as áreas protegidas, as reservas de
recursos e polos de desenvolvimento.
IV - PLANO DE GESTÃO: conjunto de programas e projetos setoriais
integrados e compatibilizados com as diretrizes estabelecidas no Zoneamento Ecológico-
Econômico, contendo as medidas necessárias à gestão do território.
Art. 3º. Para fins do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro, a Zona
Costeira, em sua faixa terrestre, é composta por 29 (vinte e nove) municípios, subdivididos
em 02 (dois) Setores Costeiros.
I - LITORAL LESTE OU ORIENTAL - Maxaranguape, Ceará-Mirim,
Extremoz, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Natal, Parnamirim, São José de Mipibu,
Nísia Floresta, Senador Georgino Avelino, Arês, Tibau do Sul, Vila Flor, Goianinha,
Canguaretama e Baía Formosa.
II - LITORAL NORTE OU SETENTRIONAL - Touros, Grossos, Areia
Branca, Mossoró, Carnaúbais, Serra do Mel, Macau, Pendências, Alto do Rodrigues,
Guamaré, Galinhos, São Bento do Norte e Pedra Grande.

CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS

Art. 4º. O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro tem por objetivo


preponderante planejar e gerenciar, de forma integrada, descentralizada e participativa, a
utilização dos recursos naturais da Zona Costeira, através de instrumentos próprios,
visando a melhoria da qualidade de vida das populações locais e proteção dos ecossistemas
costeiros em condições que assegurem a qualidade ambiental, a partir de um
desenvolvimento sustentável, atendidos os demais objetivos específicos:
I - compatibilização dos usos e atividades antrópicas à garantia da qualidade
ambiental através da harmonização dos interesses sociais e econômicos de agentes
externos ou locais, sem prejuízo da competência municipal da mesma matéria;

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II - controle do uso e ocupação do solo, e da exploração dos recursos
naturais em toda a Zona Costeira, objetivando-se:
a) a erradicação da exploração predatória dos recursos naturais
renováveis e não renováveis;
b) o impedimento da degradação e/ou descaracterização dos ecossistemas
costeiros;
c) a redução dos conflitos entre usos e atividades; e,
d) a otimização dos processos produtivos das atividades econômicas,
observando-se as limitações de ordem ambiental.
III - definição de ações de proteção e recuperação das águas superficiais e
subterrâneas da Zona Costeira, visando a garantia de sua utilização racional, bem como sua
disponibilidade permanente, a partir da manutenção da qualidade de águas;
IV - preservação e conservação dos ecossistemas da Zona Costeira,
ameaçadas ou não de degradação;
V - garantia de manutenção dos ecossistemas, assegurada através da
avaliação da capacidade de suporte ambiental, considerando a necessidade de
desenvolvimento sócio-econômico da região;
VI - promoção da fixação e do desenvolvimento das populações locais
através da regularização fundiária, de procedimentos que possibilitem o acesso das mesmas
à exploração sustentada dos recursos naturais e de assessoria técnica para a implantação de
novas atividades econômicas ou para o aprimoramento das já desenvolvidas, observado-se
as limitações ambientais da região;
VII - planejamento e gestão das atividades na Zona Costeira, de modo
integrado, descentralizado e participativo; e,
VIII - promoção da educação ambiental, necessidade imprescindível à
sustentabilidade do desenvolvimento sócio-ambiental.
Parágrafo Único - Os objetivos do Plano Estadual de Gerenciamento
Costeiro, compatibilizar-se-ão com o disposto nas Legislações Federais, Estaduais e
Municipais, no que couber.

CAPÍTULO III
DAS METAS E DIRETRIZES

65
Art. 5º. O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro, tem como metas:
I - definir o Zoneamento Ecológico-Econômico e as respectivas normas e
diretrizes para cada Setor Costeiro;
II - desenvolver, de forma integrada com os órgãos setoriais que atuam na
região, as ações governamentais na Zona Costeira;
III - implementar programas de monitoramento, visando a proteção,
controle, fiscalização e manejo dos recursos naturais nos Setores Costeiros;
IV - implementar o Sistema de Informações do Gerencimento Costeiro -
SIGERCO;
V - implementar, em articulação com os municípios, os mecanismos de
participação e consulta às comunidades, sobre os planos de ação e gestão de gerenciamento
costeiro.
CAPÍTULO IV
DA GESTÃO

Art. 6º. O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro será elaborado, e


quando necessário, atualizado por um grupo de Coordenação de caráter interinstitucional,
dirigido pela Secretaria de Planejamento e Finanças do Estado - SEPLAN, cuja
composição e forma de atuação serão definidas em decreto do Poder Executivo.
Parágrafo Único...Vetado.
Art. 7º...Vetado.
Art. 8º. O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro será elaborado em
articulação com os municípios e a sociedade civil.

CAPÍTULO V
DOS INSTRUMENTOS DE GERENCIAMENTO

Art. 9º. São instrumentos do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro:


I - Zoneamento Ecológico-Econômico;
II - Planos de Gestão;
III - Monitoramento;
IV - Sistema de Informações.

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Art. 10. O Zoneamento Ecológico-Econômico objetiva identificar as
Unidades Territoriais que, por suas características físicas, biológicas e sócio-econômicas,
sua dinâmica e contrastes internos, devam ser objeto de disciplina especial com vistas ao
desenvolvimento de ações capazes de conduzir ao aproveitamento, manutenção ou
recuperação de sua qualidade ambiental e potencial produtivo. O Zoneamento definirá
normas e diretrizes ambientais e sócio-econômicas a serem alcançadas através de
programas de gestão ambiental.
Parágrafo único - O Zoneamento Ecológico-Econômico será estabelecido
através de Lei, que definirá os Setores Costeiros e as Unidades Territoriais, citadas no
“caput” deste artigo, bem como, disciplinará seus usos e atividades a partir de sua
normatização, observando as peculiaridades de cada área.
Art. 11. Os Planos de Gestão, serão regulamentados em decreto do Poder
Executivo e deverão conter:
I - área/limites de atuação;
II - objetivos;
III - metas;
IV - prazos de execução;
V - organizações governamentais e não governamentais envolvidas;
VI - custo;
VII - fontes de recursos;
VIII - formas de aplicação de recursos.
§ 1º. Os municípios localizados na Zona Costeira poderão elaborar seus
respectivos Planos de Gestão, devendo compatibilizá-los aos Planos Estaduais de
Gerenciamento Costeiro.
§ 2º. Para execução dos Planos de que trata este artigo, serão alocados
recursos provenientes dos orçamentos dos órgãos da Administração Pública Estadual,
direta ou indireta, bem como, oriundos de órgãos de outras esferas da Federação, de
organismos internacionais e contribuições da inciativa privada, mediante convênios ou
contratos.
§ 3º. Na realização dos Planos de Gestão, haverá a integração entre os
diversos níveis do governo, bem como, a participação da inciatia privada, das
Universidades, das entidades ambientalistas e demais entidades representativas da

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sociedade civil organizada, como forma de descentralizar e democratizar as
responsabilidades relativas à tutela do meio ambiente.
Art. 12. O Monitoramento é o instrumento de avaliação e acompanhamento
das modificações relativas a ocupação do solo, ao uso das águas, ao exercício das
atividades sócio-econômicas e culturais e ao equilíbrio ambiental da Zona Costeira, sendo,
portanto, fator de aprimoramento e atualização do Zoneamento Ecológico-Econômico e do
SIGERCO, bem como, de subsídio aos Planos de Gestão.
Art. 13. O Sistema de Informação de Gerenciamento Costeiro - SIGERCO,
no âmbito estadual, consistirá em uma estrutura de informações sistematizadas que apoiará
as atividades do Gerenciamento Costeiro, no que concerne ao tratamento digital de
imagens de satélites, geoprocessamento e banco de dados georeferenciados.
Art. 14. Serão incentivadas as atividades culturais, científicas e
tecnológicas que promovam a melhoria da qualidade de vida das populações residentes na
Zona Costeira, notadamente aquelas que têm nos recursos naturais seu principal meio de
subsistência.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 15. O Zoneamento Ecológico-Econômico definará as atividades que


dependerão de licenciamento ambiental prévio, sem prejuízo das demais licenças
exigíveis.
§ 1º. O licenciamento e a fiscalização serão realizados com base nas normas
e critérios estabelecidos no Zoneamento Econômico-Ecológico, sem prejuízo do disposto
nas demais normas específicas federais, estaduais e municipais, bem como, das exigências
feitas pelos órgãos competentes.
§ 2º. Em casos específicos, definidos em legislação anterior, bem como, no
Zoneamento citado no “caput” deste artigo, o licenciamento somente será outorgado após a
avaliação do impacto produzido pelo projeto sobre a capacidade de suporte ambiental,
estabelecida para a unidade de uso onde estejam localizados .
Art. 16. Toda e qualquer alteração nos projetos iniciais dos
empreendimentos, para os quais já tenham sido outorgadas as respectivas licenças
ambientais, sujeitará, os mesmos, a novo processo de licenciamento, visando adequá-los às
normas e diretrizes estabelecidas para a unidade de uso onde estejam localizados.

68
Art. 17. Aplicar-se-ão aos projetos, empreendimentos e atividades
anteriormente existentes, as normas de adequação e respectivos prazos que forem
estabelecidos no Zoneamento Ecológico-Econômico.
Parágrafo único - Os empreendimentos e atividades que não permitem
adequação, poderão ser desativados ou relocalizados segundo critérios e prazos definidos
no Zoneamento supracitado, gerando-se a obrigação de recuperação da área degradada.
Art. 18. O Zoneamento Ecológico-Econômico e os Planos de Gestão, serão
elaborados em articulação com os municípios e compatibilizarão suas disposições com os
Planos Diretores e demais instrumentos legais municipais.
Art. 19. As praias são bens públicos de uso comum do povo, sendo
assegurado, sempre, livre e franco acesso a elas e ao mar, em qualquer direção e sentido,
ressalvados os trechos considerados de interesse de segurança nacional ou incluídos em
áreas protegidas por legislação específica.
§ 1º. Não será permitida a urbanização ou qualquer forma de utilização do
solo na Zona Costeira que impeça ou dificulte o acesso assegurado no “caput” deste artigo.
§ 2º. Entende-se por praia a área coberta e descoberta periodicamente pelas
águas, acrescida da faixa subsequente de material detrítico, tal como areia, cascalho, seixos
e pedregulhos, até o limite onde se inicie a vegetação natural, ou, em sua ausência, onde
comece um outro ecossistema.
Art. 20. São áreas de preservação, os ecossistemas frágeis que compõem a
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, tais como:
I - as dunas, com ou sem cobertura vegetal;
II - as restingas;
III - os manguezais;
IV - os brejos e áreas úmidas; e,
V - as matas ciliares.
§ 1º. As atividades potencialmente degradadoras a serem desenvolvidas
nessas áreas, deverão ser, obrigatoriamente, objeto de licenciamento ambiental pelo órgão
estadual competente, cabendo, quando for o caso, o Estudo de Impacto Ambiental.
§ 2º. O licenciamento das atividades será realizado com base nas normas e
critérios estabelecidos no Zoneamento Ecológico-Econômico, sem prejuízos das demais
normas específicas federais, estaduais e municipais.

69
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.

Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 20 de agosto de 1996, 108º


da República.
GARIBALDI ALVES FILHO
Jaime Mariz de Faria Júnior

70
LEI COMPLEMENTAR Nº 148, DE 26 DE DEZEMBRO DE 1996
Altera a Lei Complementar nº 140, de 26 de
janeiro de 1996 e dá outras providências.

Art. 1º. Os artigos 1º, caput, acrescido do inciso XIV; 2º, acrescido do
inciso VII; 3º, inciso IV; 4º, incisos II, III e IV, acrescido do inciso V e seu § 1º,
transformado em parágrafo único; 5º, incisos IV, V, VI, VIII, XII e parágrafo único; 6º, §
3º; 7º, incisos VI e IX; 8º, caput, § 1º e § 2º, acrescido dos §§ 3º a 12; 9º, caput, § 1º; 11,
inciso I, acrescido dos incisos V e VI e § 3º; 12, 13 e 14 da Lei Complementar nº 140, de
26 de janeiro de 1996, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º. A política estadual de controle e preservação do meio ambiente tem
por objetivo a proteção, o controle e a recuperação da qualidade ambiental, com a
finalidade de assegurar condições ao desenvolvimento sócio-econômico e proteção à vida
humana, observados os seguintes princípios básicos:
............................................................................................................................................................
XIV - proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico, arqueológico,
arquitetônico, paisagístico e turístico.”

“Art.2º......................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................................
.
VII - unidade de conservação - espaço territorial delimitado e seus
componentes, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder
Público para a proteção da natureza, com objetivos e limites definidos, sob regime
especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.”
“Art.3º...............................................................................................................
..................................................................................................................................................
.
IV - desenvolver e difundir pesquisas e tecnologias orientadas para o uso
racional dos recursos ambientais.”
Art. 4º ...............................................................................................................
..................................................................................................................................................

71
II - órgão central - Secretaria de Planejamento e Finanças - SEPLAN, órgão
integrante da Administração Direta, com a finalidade de planejar, elaborar e avaliar a
política estadual de controle e preservação do meio ambiente;
III - órgão executor - Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio
Ambiente do Rio Grande do Norte - IDEC, autarquia vinculada à Secretaria de
Planejamento e Finanças - SEPLAN, com atribuições de coordenar, supervisionar e
executar a política estadual de controle e preservação do meio ambiente;
IV - órgãos setoriais - os órgãos e as entidades da administração Direta e
Indireta do Estado, com atividades voltadas à preservação da qualidade ambiental ou ao
disciplinamento do uso de recursos ambientais;
V - órgãos locais - os órgãos e entidades municipais responsáveis pelo
controle e fiscalização das atividades pertinentes ao sistema nas suas respectivas áreas de
jurisdição.
Parágrafo único. A Coordenadoria do Meio Ambiente - CMA da estrutura
básica do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do
Norte - IDEC, é a unidade administrativa responsável pela coordenação das atividades
relativas ao órgão executor do Sistema.”
“Art.5º...............................................................................................................
..................................................................................................................................................
IV - aprovar, previamente, o orçamento destinado a incentivar o
desenvolvimento das ações relativas ao meio ambiente;
V - estabelecer, com o apoio técnico do órgão executor do Sistema Estadual
de Controle e Preservação do Meio Ambiente - SISNEMA, normas e critérios gerais para o
licenciamento das atividades efetivas ou potencialmente poluidoras;
VI - decidir, como última instância administrativa, sobre as multas e outras
penalidades impostas pelo titular do órgão executor do Sistema Estadual de Controle e
Preservação do Meio Ambiente - SISNEMA;
..........................................................................................................................................................
VIII - definir normas gerais relativas às unidades de conservação ambiental,
no limite da competência da Administração Estadual;
..........................................................................................................................
..................................................................................................................................................
XII - estabelecer diretrizes e critérios para a aplicação dos recursos do
Fundo Estadual de Preservação do Meio Ambiente - FEPEMA.

72
Parágrafo único. Os atos normativos do Conselho Estadual do Meio
Ambiente - CONEMA, após homologados pelo Governador do Estado, entrarão em vigor
com sua publicação no Diário Oficial do Estado.”
“Art. 6º. ................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................................
§ 3º. caberá ao Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente
do Rio Grande do Norte - IDEC, órgão executor do Sistema, prover os serviços da
Secretaria Executiva do Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONEMA e de suas
Câmaras.”
“Art. 7º. ................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................................
VI - a criação de unidades de conservação estaduais;
............................................................................................................................................................
IX - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser
divulgado anualmente pelo órgão executor do Sistema.”
“Art. 8º. O parcelamento do solo, a construção, a instalação, a ampliação e o
funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como, os capazes, sob qualquer
forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento pelo órgão
executor do Sistema, sem prejuízos de outras exigências.
§ 1º. O licenciamento de que trata o caput deste artigo compreende a
expedição das seguintes licenças:
I - Licença Prévia (LP), na fase preliminar de planejamento da atividade,
contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e
operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais de uso do solo;
II - Licença de Instalação (LI), autorizando o início da implantação, de
acordo com as especificações constantes do Projeto Executivo aprovado;
III - Licença de Operação (LO), autorizando, após as verificações
necessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de
controle de poluição, de acordo com o previsto nas Licenças Prévia e de Instalação.
§ 2º. As Licenças Prévia (LP), de Instalação (LI) e de Operação (LO)
previstas nas TABELAS 01, 02, 03, 05, 06, 07, 08 e 09, anexas a esta Lei, serão pagas em
uma só parcela antes de sua expedição.

73
§ 3º. A Licença de Operação (LO) será renovada anualmente, no seu último
mês de validade, e será paga em uma só parcela antes da renovação.
§ 4º. Para concessão das licenças mencionadas no § 1º, serão exigidos,
quando couber:
I - Estudo de Impacto Ambiental - EIA, elaborado por técnicos habilitados,
mobilizados e pagos pelo empreendedor, e que deverá (a) contemplar todas as alternativas
tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução
do projeto, (b) identificar e avaliar sistematimente os impactos ambientais gerados nas
fases de implantação e operação da atividade, (c) definir os limites da área geográfica a ser
direta ou indiretamente afetada, considerando em todos os casos a bacia hidrográfica na
qual se localiza, (d) considerar os planos e programas governamentais, propostos e em
implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade;
II - o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, também de responsabilidade
do empreendedor, que consubstanciará o EIA e refletirá suas conclusões, devendo ser
apresentado de forma objetiva e adequada à sua plena compreensão.
§ 5º. O licenciamento de que trata o caput deste artigo alcançará também as
atividades de exploração e lavra de jazidas de combustíveis líquidos e gás natural,
consideradas como tais as seguintes atividades:
I - a perfuração de poços para identificação das jazidas e suas dimensões;
II - a produção para a pesquisa sobre a viabilidade econômica;
III - a produção efetiva para fins comerciais.
§ 6º. Relativamente às atividades previstas no § 5º, serão expedidas as
seguintes licenças:
I - Licença Prévia para Perfuração (LPper), autorizando a atividade de
perfuração e apresentando o empreendedor, para concessão da licença, o Relatório de
Controle Ambiental - RCA das atividades e a delimitação da área de atuação pretendida,
que se referirá sempre a um único poço;
II - Licença Prévia de Produção para Pesquisa (LPpro), autorizando a
produção para pesquisa da viabilidade econômica do poço, apresentando o empreededor,
para obtenção da licença, o Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA);
III - Licença de Instalação (LI), autorizando, após a aprovação do Estudo de
Impacto Ambiental - EIA e do Relatório de Avaliação Ambiental - RAA e contemplando

74
outros estudos ambientais existentes na área de interesse, a instalação das unidades e
sistemas necessários à produção do poço e seu escoamento;
IV - Licença de Operação (LO), autorizando, após a aprovação do Projeto
de Controle Ambiental - PCA, o início da produção do poço para fins comerciais e o
conseqüente funcionamento das unidades, instalações e sistemas integrantes da atividade
produtora.
§ 7º. Para expedição das licenças descritas no parágrafo anterior, o órgão
executor do Sistema se utilizará do EIA e do RIMA mencionados no § 4º e dos
instrumentos cujas características são genericamente definidas a seguir, ficando o seu
detalhamento à cargo do regulamento desta Lei, que observará no que couber os conceitos,
definições e padrões técnicos adotados pelo CONAMA:
I - Relatório de Controle Ambiental - RCA, elaborado pelo empreendedor,
contendo a descrição da atividade de perfuração, riscos ambientais, identificação dos
impactos e medidas mitigadoras;
II - Estudo de Viabilidade Ambiental - EVA, elaborado pelo empreendedor,
contendo plano de desenvolvimento da produção para a pesquisa pretendida, com
avaliação ambiental e indicação das medidas de controle a serem adotadas;
III - Relatório de Avaliação Ambiental - RAA, elaborado pelo
empreendedor, contendo diagnóstico ambiental da área onde já se encontra implantada a
atividade, descrição do novo poço ou de sua ampliação, identificação e avaliação do
impacto ambiental e medidas mitigadoras a serem adotadas;
IV - Projeto de Controle Ambiental - PCA, elaborado pelo empreendedor,
contendo os projetos executivos de minimização dos impactos ambientais avaliados nas
fases da LPper, LPpro e LI, com seus respectivos documentos.
§ 8º. As licenças Prévia para Perfuração (LPper), Prévia de Produção para
Pesquisa (LPpro) e de Instalação (LI) previstas na TABELA 04 serão pagas em uma só
parcela antes da sua expedição.
§ 9º. A licença de Operação (LO) prevista na TABELA 04, anexa a esta
Lei, e sua renovação anual, que se processará no último mês de validade, será paga nos
meses subseqüentes, em 12 (doze) parcelas mensais e consecutivas, de valor igual ou
aproximadamente igual.
§ 10. Os pedidos de licença, a sua concessão e a sua renovação serão
publicadas no Diário Oficial do Estado, bem como em jornal de grande circulação.

75
§ 11. O Conselho Estadual de Meio Ambiente - CONEMA poderá
determinar a redução das atividades geradoras de poluição, para manter as emissões
gasosas, os efluentes e os resíduos sólidos dentro das condições e dos limites estipulados
no licenciamento concedido.
§ 12. A taxa referente às licenças previstas neste artigo é fixada em
Unidade Fiscal de Referência - UFIR, observados os valores, especificações e
quantitativos constantes das TABELAS 01 a 09, anexas à presente Lei.
“Art. 9º. Compete ao órgão executor do Sistema propor ao Conselho
Estadual de Meio Ambiente - CONEMA normas e padrões para concessão,
acompanhamento e fiscalização do licenciamento previsto no artigo anterior.
§ 1º. A fiscalização e o controle da aplicação de critérios,
normas e padrões de qualidade ambiental serão exercidos pelo órgão executor
do Sistema”.
“Art. 11. ...........................................................................................................

I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 100


(cem) e, no máximo, 100.000 (cem mil) Unidades Fiscais de Referência - UFIR’s,
agravada nos casos de reincidência, conforme dispuser o regulamento desta Lei
Complementar, vedada a sua cobrança pelo Estado se já tiver sido aplicada pela União ou
pelo Município onde se localize a área afetada.
............................................................................................................................................................
V - à apreensão dos equipamentos, veículos e máquinas;
VI - à demolição.
...........................................................................................................................................................

§ 3º. No caso de omissão do Poder Público Municipal, caberá ao


órgão executor do Sistema Estadual de Controle e Meio Ambiente –
SISNEMA, a aplicação das penalidades previstas neste artigo.”

“Art. 12. Para efeito desta Lei, as infrações classificam-se em:


I - leves, as que importem em modificação:
a) das características da água, do ar ou do solo, sem acarretar a
necessidade de processos de tratamento para a sua autodepuração;
b) da flora ou da fauna, sem comprometer uma ou outra;

76
c) das características do solo ou subsolo, sem torná-las nocivas
ao seu uso mais adequado;
d) das características ambientais, sem provocar danos
significativos ao meio ambiente ou à saúde da população ou do grupo
populacional.
II - graves, as que:
a) prejudiquem o uso das águas, exigindo processos especiais de
tratamento ou grande espaço de tempo para autodepuração;
b) tornem o solo ou subsolo inadequado aos seus usos peculiares;
c) danifiquem significativamente a flora ou a fauna;
d) modifiquem as características do ar, tornando-o impróprio ou nocivo à
saúde da população ou de um grupo populacional;
e) criem, por qualquer outro meio, riscos de lesão à saúde da comunidade
ou de um grupo de pessoas;
f) recusem a adoção, no prazo e nas condições estabelecidos pela
autoridade competente, de medidas ou uso de equipamentos antipoluentes, bem como, de
informações ao órgão executor;
g) forneçam ao órgão executor dados falsos ou deliberadamente
imprecisos;
h) implantem, mantenham em funcionamento ou ampliem de forma
irregular fontes de poluição ou degradação, sem a devida licença do órgão executor ou em
desacordo com as exigências nela estabelecidas.
III - gravíssimas, as que:
a) atentem diretamente contra a saúde humana, de forma grave e
irreversível;
b) prejudiquem a flora ou a fauna em níveis de comprometimento
universal da espécie ou do ecossistema afetado;
c) causem calamidade o favoreçam sua ocorrência nos ecossistemas;
d) tornem o ar, o solo, o subsolo ou as águas imprestáveis para o uso do
homem, pelo risco de lesões graves e irreversíveis.”

77
“Art. 13. O Poder Público promoverá a criação de unidades de conservação,
visando a preservação e recuperação das áreas de reconhecido interesse ecológico,
científico, histórico, cultural, arqueológico, arquitetônico, paisagístico e turístico.
§ 1º. São consideradas unidades de conservação as extensões de terras e
água destinadas à instalação de reservas biológicas, estações ecológicas, parques estaduais,
monumentos naturais, refúgios de vida silvestre, florestas estaduais, áreas de proteção
ambiental, reservas extrativistas, reservas de fauna, reservas de recursos naturais e outras
instituídas por Lei.
§ 2º. São áreas de preservação permanente, as florestas e demais formas de
vegetação fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues, em toda a sua extensão, bem
como, aquelas previstas pela legislação federal.
§ 3º. O órgão executor do Sistema é responsável pela elaboração de
propostas de criação, implantação e manutenção de unidades de conservação estaduais.
§ 4º. Estão sujeitas às penalidades previstas no Art. 11 desta Lei,
pessoas físicas ou jurídicas que degradem as unidades de conservação,
especificadas no § 1º. deste artigo.”
“Art. 14. A Zona Costeira é patrimônio estadual e espaço a ser
especialmente protegido, na forma da Lei, cabendo ao Poder Público, a instituição de
instrumentos normativos de controle que garantam a recuperação, preservação e
conservação dos recursos naturais da região.
Parágrafo único. As normas e posturas municipais devem adequar-se aos
princípios e diretrizes estabelecidos pela legislação estadual visando a conservação e a
proteção ambientais da Zona Costeira.”
Art. 2º. São revogados o inciso V do art. 3º e o § 2º. do Art. 4º da Lei
Complementar nº 140, de 26 de janeiro de 1996.
Art. 3º. O Art. 15 da Lei Complementar nº 140, de 26 de janeiro 1996,
passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 15. Nos termos da prioridade concedida pelo Art. 150, § 13, da
Constituição do Estado, à atividade de processamento de gás natural, fica o Poder
Executivo autorizado a celebrar com a PETRÓLEO BRASILEIRO S/A. - PETROBRÁS
convênio através dos quais sejam garantidos os seguintes objetivos:

78
I - às empresas utilizadoras de gás natural como insumo em seu processo
produtivo e às quais o Conselho de Desenvolvimento do Estado (CDE) venha a atribuir
expressamente a prioridade a que se refere o caput deste artigo, a PETROBRÁS cobrará,
de conformidade com a percentagem que for fixada na resolução do CDE, apenas parte do
preço do gás efetivamente consumido, consignando na respectiva fatura mensal, o
desconto correspondente;
II - a soma dos descontos concedidos às diversas empresas beneficiadas
pelas resoluções do CDE será abatida da parcela mensal que a PETROBRÁS pagará ao
órgão executor do Sistema, à título de Licença de Operação (LO) dos poços de petróleo
e/ou gás natural.
§ 1º. O desconto concedido pelo CDE na forma do inciso I deste artigo terá
validade pelo prazo de 5 (cinco) anos, podendo ser prorrogado até três vezes por igual
período.
§ 2º. No convênio, regular-se-á que o pagamento da parcela mensal de
licenciamento ocorrerá no máximo 5 (cinco) dias após o vencimento das faturas de venda
de gás emitidas pela PETROBRÁS, as quais, para maior facilidade operacional, poderão
ter seu vencimento fixado para o mesmo dia.
§ 3º. O Estado não terá qualquer responsabilidade pelo não pagamento da
parte da fatura que não tenha sido objeto de desconto nos termos deste artigo.
§ 4º. O Poder Executivo adotará as providências de natureza orçamentária,
necessárias à fiel e regular execução desta Lei.
Art. 4º. Fica o Poder Executivo autorizado a consolidar mediante decreto, no
prazo de 30 (trinta) dias, o texto da Lei Complementar nº 140, de 26 de janeiro de 1996,
para nele incorporar as alterações resultantes desta Lei.
Art. 5º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 26 de dezembro de 1996,
108º da República.

FERNANDO ANTÔNIO DA CÂMARA FREIRE


Jaime Mariz de Faria Júnior

79
TABELA 01
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
DAS ATIVIDADES INDUSTRIAIS
VALORES EM UFIR’S
Porte Licenças Análise do
Da Prévia Instalação Operação Sistema de
Empresa (LP) (LI) (LO) Tratamento
Micro 50 50 50 90
Pequeno 150 180 180 360
Médio 550 800 800 900
Grande 1.200 1.700 1.700 1.700

TABELA 02
PARÂMETROS PARA CLASSIFICAÇÃO DE
EMPRESAS INDUSTRIAIS QUANTO AO PORTE
Porte Área Valor do Investimento
da Pessoal Construída (UFIR’s)
2
Empresa (m )
Micro Até 10 Até 200 Até 80.000
Pequeno >10 a 50 >200 2.000 >80.000 1.100.000
Médio >50 a 100 >2.000 a 10.000 >1.100.000 11.150.000
Grande >100 > 10.000 >11. 150.000

OBSERVAÇÃO: A classificação quanto ao porte da empresa se dará em função das


alternativas abaixo.
a) Quando se enquadrar em 2 (dois) parâmetros de um mesmo porte, será classificada
como pertencente ao mesmo;
b) Quando ocorrer enquadramento dos parâmetros em 3 (três) diferentes portes, será
classificada no porte intermediário.

80
TABELA 03
LICENCIAMENTO AMBIENTAL DAS ATIVIDADES DE:
AGRICULTURA / PECUÁRIA / AQÜICULTURA / SALINEIRA
VALORES EM UFIR’S

Atividades Prévia Licenças Instalação Operação


(LP) (LI) (LO)
I- Agricultura/Pecuária
>100 a 500 há 50 50 50

>500 a 2.000 há 150 180 180

>2.000 a 4.000 há 500 750 750


>4.000 há 650 950 950
II- Agricultura Irrigada
Até 10 há 50 50 50
>10 a 100 há 150 180 180
>100 a 300 há 500 750 750

>300 a 1.000 há 650 950 950

>1.000 a 3.000 há 900 1.400 1.400


>3.000 há 1.200 1.700 1.700
III- Aqüicultura
Até 10 há 50 50 50
>10 a 50 há 500 750 750

>50 a 100 há 650 950 950


>100 a 250 há 1.000 1.400 1.400
>250 ha 1.200 1.700 1.700
IV- Salineira
Até 50 há 50 50 50
>50 a 300 há 90 120 120
>300 a 500 há 250 350 350

>500 a 1.500 há 500 750 750

>1.500 a 4.000 há 900 1.000 1.000


>4.000 há 1.200 1.700 1.700

81
TABELA 04
LICENCIAMENTO AMBIENTAL DAS
ATIVIDADES PETROLÍFERAS
VALORES EM UFIR’s
Licenças
Atividades Prévia Prévia Instalação Operação
(Lpper) (LPpro) (LI) (LO)
poço de Petróleo e/ou Gás Natural 550 450 450 9.000
Estação Coletora Satélite — 1.200 1.200 1.200
Estação Coletora Central — 1.700 1.700 1.700
Estação de Vapor — 1.200 1.200 1.200
Complexo Industrial — 3.350 6.700 6.700
Oleoduto/ Gasoduto até 10km — 1.200 1.200 1.200

Observação: Para oleodutos e gasodutos acima de 10 km, acrescentar 10 (dez) UFIR’s


por quilômetro excedente.

82
TABELA 05
LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE: CONJUNTOS/
CONDOMÍNIOS HABITACIONAIS/ LOTEAMENTOS - PROJETOS
URBANÍSTICOS/ HOTÉIS - POUSADAS - MOTÉIS/ HOSPITAIS/ BARES -
RESTAURANTES - CLUBES/ RESIDÊNCIA/ POSTO DE GASOLINA/ POÇO DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA/ CEMITÉRIOS/ ESTRADAS.
VALORES EM UFIR’s

Empreendimento Prévia Licenças Instalação Operação


(LP) (LI) (LO)
I- Conjunto/ Condomínios Habitacionais
Até 20 UH (*) 100 100 100
>20 a 50 UH 150 180 180
>50 a 100 UH 500 750 750
>100 a 500 UH 650 950 950
>500 a 900 UH 1.000 1.400 1.400
>900 UH 1.200 1.700 1.700
II- Loteamentos/ Projetos Urbanísticos
Até 05 há 100 100 100
>05 a 10 há 500 750 750
>10 a 50 há 650 950 950
>50 a 100 há 1.000 1.400 1.400
>100 há 1.200 1.700 1.700
III- Hospitais
Taxa única 550 800 800
IV- Bares/ Restaurantes/ Clubes
Até 250 m2 140 160 160
acima de 250 m2 180 200 200
V- Residências
Taxa Única 140 140 160
VI- Posto de Gasolina
Taxa Única 200 300 300
VII- Hotéis/ Pousadas/ Motéis
Até 10 Uhs 100 100 100
>10 a 50 Uhs 150 180 180
>50 a 100 Uhs 370 450 450
>100 Uhs 550 800 800
VIII- Poços de Abastecimento D’Água
Profundidade até 30 m isento
Profundidade >30 a 100 m 80
Profundidade >100 a 300 m 120
Profundidade >300 m 170
IX- Cemitérios
Até 01 há 50 50 50
>01 a 03 há 150 180 180
>03 500 750 750
X- Estradas
Até 10 km 500 700 700
Acima de 10 km 700 1.000 1.000
(*) UH = Unidade Habitacional

83
TABELA 06
LICENCIAMENTO AMBIENTAL DAS
ATIVIDADES DE SANEAMENTO
VALORES EM UFIR’s

Atividade Prévia Licenças Instalação Operação


(LP) (LI) (LO)
I- Sistema de Abastecimento D’Água
Pequeno 150 550 200
Médio 550 1.700 800
Grande 1.100 3.400 1.600
II- Sistemas de Esgotos Sanitários
Pequeno 150 550 200
Médio 550 1.700 800
Grande 1.100 3.400 1.600
III- Sistemas de Drenagem
Pequeno 150 550 200
Médio 550 800 800
Grande 1.100 1.600 1.600
IV- Tratamento e/ou Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos
Pequeno 150 550 200
Médio 550 1.700 800
Grande 1.100 3.400 1.600

TABELA 07
PARÂMETROS PARA CLASSIFICAÇÃO DAS
ATIVIDADES DE SANEAMENTO
QUANTO AO PORTE
Atividade Pequeno Porte Médio Grande
Sistemas de Abastecimento d’agua Q1 50 l/s 50 l/s < Q1 <250 l/s Q1 250 l/s
Sistemas de Esgotos Sanitários Q2 40 l/s 40 l/s < Q2 < 200 l/s Q2 200 l/s
3 3 3
Sistemas de Drenagem Q3 30 m /s 30 m /s <Q3 <300 m /s Q3 300 m3/s
Tratamento e/ou Disposição Final de Q0 10 t/dia 10 t/dia < Q0 < 50 t/dia Q0 50 t/dia
Resíduos Sólidos Urbanos
LEGENDA: Q1= Vazão de adução
Q2= Vazão máxima prevista
Q3= Vazão máxima prevista
Q0= Quantidade Operada

84
TABELA 08
OUTRAS TAXAS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL -I
VALORES EM UFIR’s
Atividades Prévia Licenças Instalação Operação
(LP) (LI) (LO)
Aterro de Resíduos Industriais 1.200 1.700 1.700
Central de Resíduos 900 1.000 1.000
Incinerador 550 800 800
Emissário 1.200 1.700 1.700
Porto/ Aeroporto 1.200 1.700 1.700
Sistema de transmissão e distribuição de energia 300 400 400
elétrica
Sistemas de geração de energia < 5 MVA 300 400 400
Sistemas de geração de energia 5 e <10 MVA 500 700 700
Sistemas de geração de energia acima de 10 MVA 1.100 1.500 1.500
Sistemas de telecomunicações 1.000 terminais 200 300 300
Sistemas de telecomunicações >1.000 10.000 400 500 500
terminais
Sistemas de telecomunicações > 10.000 terminais 600 800 800
Barragens/ Açudes <1 x 106m3 150 200 200
Barragens/ Açudes 1 a 5 x 106 m3 550 800 800
Barragens/ Açudes acima de 5 x 106m3 1.100 1.600 1.600

TABELA 09
OUTRAS TAXAS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL - II
VALORES EM UFIR’s
Discriminação Valor
Análise do EIA(Estudo de Impacto Ambiental) e respectivo RIMA(Relatório de 3.350
Impacto Ambiental)
Análise de Relatórios de Riscos Ambientais 2.400
Análise de Relatórios de Controle Ambiental – RCA 1.700
Análise do Plano de Controle Ambiental – PCA 1.200
Análise do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas 1.700
Análise de Estudo de Viabilidade Ambiental – EVA 1.700
Análise de Relatório de Avaliação Ambiental – RAA 1.700
Expedição de Declaração/ Certidão 50
Análise de Estação de Tratamento de Esgotos Domésticos para Conjuntos Valor da Taxa da LI
Habitacionais/ Hotéis – Pousadas/ Hospitais equivalente
Renovação da Licença Prévia ou Instalação 50% da Taxa de Licença
Renovação da Licença de Operação Igual ao Valor da Licença
Correspondente
Atividade em Instalação ou Operação Valor do somatório das
Licenças Não requeridas

85
LEI Nº 7.059, DE 18 DE SETEMBRO DE 1997
Cria o Programa de Apoio ao Desenvolvimento das

Atividades do PÓLO GÁS-SAL (PROGÁS), e dá outras

providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE:

FAÇO SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. Fica criado o Programa de Apoio ao Desenvolvimento das

Atividades do PÓLO GÁS-SAL (PROGÁS), com o objetivo de fomentar o

desenvolvimento industrial do Estado, nos termos desta Lei.

Art. 2º. O PROGÁS destina-se à concessão de incentivo à indústrias

utilizadoras de gás, que forem consideradas prioritárias para o desenvolvimento do Estado,

conforme critérios estabelecidos em regulamento.

§ 1º. O incentivo de que trata este artigo consiste na concessão de subsídio

no preço de venda do gás às empresas enquadradas no Programa, com recursos

correspondentes a 81% (oitenta e um por cento) da receita proveniente da taxa de

licenciamento ambiental de operação (LO), de que trata a Lei Complementar nº 148, de 26

de dezembro de 1996, e outros recursos que forem destinados ao Programa.

§ 2º. Para efeito do disposto no parágrafo anterior, o Tesouro do Estado

transferirá, à concessionária estadual de distribuição de gás canalizado, os recursos

correspondentes ao referido percentual da receita da taxa de licenciamento, sob a forma de

subvenção econômica.

86
§ 3º. A concessionária de distribuição de gás canalizado, aplicará os

recursos transferidos pelo Tesouro do Estado exclusivamente na compra de gás, a ser

vendido por preço subsidiado às empresas enquadradas no PROGÁS.

Art. 3º. O prazo máximo de validade do incentivo previsto nesta Lei é de 05

(cinco) anos, a partir do enquadramento da indústria no Programa pelo Conselho de

Desenvolvimento do Estado, em caratér de coordenação econômica (CDE/CE), podendo

ser prorrogado até duas vezes por igual período, a critério do CDE.

Art. 4º. O inadimplemento, por parte de qualquer empresa beneficiária do

Programa, com relação ao pagamento de tributos estaduais, implica sua automática

exclusão do PROGÁS.

Art. 5º. Compete à Secretaria de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia

(SINTEC) exercer a administração do PROGÁS, ficando à cargo da Secretaria de

Planejamento e Finanças (SEPLAN), através do Instituto de Desenvolvimento Econômico

e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEC), a sua operacionalização orçamentária e

financeira.

Art. 6º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 18 de setembro de 1997,

109º da República.

GARIBALDI ALVES FILHO

Jaime Mariz de Faria Júnior

87
LEI COMPLEMENTAR Nº 154, DE 18 DE SETEMBRO DE 1997

Dispõe sobre a redução da taxa de Licença de Operação

(LO), prevista na Lei Complementar nº 148, de 26 de

dezembro de 1996.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE: FAÇO

SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º . Fica reduzido de 9.000 (nove mil) para 1.579 (hum mil, quinhentos

e setenta e nove) UFIR’S o valor da taxa de Licença de Operações (LO) do licenciamento

ambiental, referente à poços de petróleo e/ou gás natural, de que trata a Tabela 04 (quatro)

anexa à Lei Complementar nº 148, de 26 de dezembro de 1996.

Art. 2º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 18 de setembro de 1997,

109º da República.

GARIBALDI ALVES FILHO

Jaime Mariz de Faria Júnior

88
LEI Nº 7.871, DE 20 DE JULHO DE 2000

Dispõe sobre o Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral

Oriental do Rio Grande do Norte e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE;

FAÇO SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. Esta lei estabelece as diretrizes de ordenamento territorial do Litoral

Oriental, nos termos da Lei nº 6.950, de 20 de agosto de 1996, que institui o Plano Estadual

de Gerenciamento Costeiro.

Art. 2º. O Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral Oriental tem como

objetivo orientar a implantação das atividades sócio-econômicas e as condições de

ocupação do solo da Região, sendo definido de acordo com as características e limitações

físico-ambientais e expresso na setorização do espaço geográfico, de forma a garantir a

sustentabilidade da Zona Costeira.

Art. 3º. Para os fins desta Lei, são adotadas as seguintes definições:

I - Área de Preservação: área na qual as características do meio físico

restringem o uso e ocupação, visando à proteção, manutenção e recuperação dos aspectos

paisagísticos, históricos, arqueológicos e científicos.

II - Área de Relevante Interesse Ecológico: áreas com características

extraordinárias ou que abriguem exemplos raros da biota regional, exigindo cuidados

especiais de proteção por parte do poder público.

III - Arrecifes ou Recifes: rochedo ou série de rochedos situados próximo à

costa ou a ela diretamente ligados, submersos ou à pequena altura do nível do mar.

89
IV - Conservação: compreende a preservação, a manutenção, a utilização

sustentável, a restauração e a melhoria do ambiente natural, para que possa produzir o

maior benefício, em bases sustentáveis às atuais gerações, mantendo seu potencial de

satisfacer às necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência

dos seres vivos em geral.

V - Duna: montes de areias depositados pela ação do vento dominante,

podendo ser móveis ou fixas, desnudas ou cobertas por vegetação.

VI - Faixa de monitoramento especial: faixa onde qualquer empreendimento

deverá requerer licença ambiental ao órgão competente.

VII - Falésia: compartimentos de relevo em forma de paredões verticais na

linha de costa, construída nas sequências sedimentares do Barreiras.

VIII - Manguezal: ecossistema costeiro presente em áreas estuarinas, sujeito

ao regime das marés, que apresenta vegetação arbórea, arbustiva e herbácea (mangue) em

substrato iodoso. Sua extensão vai desde o limite inferior da baixa-mar até a zona terrestre

acima da influência das marés.

IX - Manejo: o ato de intervir sobre o meio natural, com base em

conhecimentos tradicional, científicos e técnicos, com o propósito de promover e garantir a

conservação da natureza.

X - Mata Ciliar: floresta estreita marginal dos rios, riachos e lagoas.

XI - Mata Atlântica: floresta perenifólia de encosta dunosa, que ocupa

vertentes, encostas voltadas para o mar e cujo relevo serve de anteparo aos ventos do

Atlântico, distribuída no Litoral Oriental do Estado, do Município de Baía Formosa até o

Município de Rio do Fogo.

XII - Orla Litorânea: faixa de transição entre o domínio marítimo e o

domínio terrestre, excepcionalmente atingida pelas marés mais altas.

90
XIII - Paisagem: conjunto de formas naturais e artificiais características de

uma área, que exprime as heranças representativas das diversas formas de relações entre o

homem e a natureza, ocorridos em um período histórico.

XIV - Plano de Manejo: instrumento básico de planejamento de uma

unidade de conservação, a partir da análise dos recursos naturais existentes e dos fatores

antrópicos, estabelecendo o zoneamento da área e os programas de manejo contendo as

diretrizes e atividades necessárias à gestão da unidade.

XV - Preservação: as práticas de conservação da natureza com o propósito

de proteger os ecossistemas de qualquer alteração causada por interferência humana.

XVI - Praia: área coberta e descoberta periodicamente pelas águas,

acrescida da faixa subsequente de material detrífico, tal como areia, cascalho, seixos e

pedregulhos, até o limite onde se inicie a vegetação natural, ou em sua ausência, onde

comece um outro ecossistema.

XVII - Pontal: língua de areia e seixos de baixa altura, disposta de modo

paralelo, oblíguo ou mesmo perpendicular à costa e que se prolonga, algumas vezes sobre

as águas, em forma de banco. No primeiro caso, pode ser considerado uma restinga.

XVIII - Recuperação de Área Degradada: restituição de um ecossistema ou

uma população silvestre a uma condição não-degradada, que pode ser diferente de sua

condição original.

XIX - Salvamento Arqueológico: identificação e resgate das potencialidades

de sítios arqueológicos, prospecção sistêmica para libertação da área.

XX - Sítio Arqueológico: toda ocorrência com marcas da presença humana

produzidas por população extinta produtora de sítios e núcleos urbanos históricos.

XXI - Unidade de Conservação: espaço territorial e seus componentes, com

características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público para proteção

91
da natureza, com obejtivos e limites definidos sob regime especial de administração, ao

qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

XXII - Vegetação Nativa: é um tipo de vegetação natural de determinada

região, que existe ou se situa no seu lugar de origem.

Art. 4º. O Zoneamento a que se refere o Art. 2º tem como diretrizes:

I - divisão territorial do Litoral Oriental em zonas, em função de suas

características, limitações ao uso e demandas sócio-econômicas;

II - indicação de atividades compatíveis com as características e limitações

físico-ambientais de cada zona;

III - indicação de áreas que devam ser objeto de pesquisa, com vistas à

implantação de unidades de conservação, recuperação de áreas degradadas, em função das

condições de fragilidade e importância ambiental, como também dos valores históricos,

culturais, arqueológicos e paisagísticos.

Art.5º. Para efeito desta Lei, o Litoral Oriental compreende os municípios

de Rio do Fogo, Maxaranguape, Ceará Mirim, Extremoz, São Gonçalo do Amarante,

Macaíba, Natal, Paranamirim, São José de Mipibu, Nísia Floresta, Senador Georgino

Avelino, Arês, Tibau do Sul, Vila Flor, Goianinha, Canguaretama, Baía Formosa,

delimitado conforme mapa (Anexo 01) e memorial descritivo (Anexo 02), e está dividido

em duas zonas:

I - Zona Interior Costeira (ZIC)

II - Zona Especial Costeira (ZEC)

Art. 6º. A Zona Interior Costeira (ZIC) caracteriza-se pelo uso

predominantemente agrícola, correspondendo às áreas canavieiras e aos tabuleiros

costeiros ocupados pela pecuária e agricultura.

92
Art. 7º. Os usos e atividades desenvolvidas na Zona Interior Costeira (ZIC),

tais como agricultura, pecuária, indústria, mineração, expansão urbana, devem observar as

seguintes recomendações:

I - o manejo adequado do solo e subsolo, bem como o controle do uso de

agrotóxicos e biocidas;

II - diversificação dos cultivos por empreendimentos;

III - o monitoramento, o controle e a fiscalização das águas, do ar, do solo,

da fauna e flora, estabelecidos em legislações específicas;

IV - o monitoramento, o controle e a fiscalização das atividades industriais,

mineradoras, agrícolas, pecuária e urbana.

Parágrafo único - A implantação das atividades constantes neste artigo deve

observar, além das recomendações previstas nos incisos de I a IV, a orientação

estabelecida nos planos de ordenamento territorial dos municípios e demais instrumentos

de gestão nos âmbitos federal, estadual e municipal, estando sujeitas ao licenciamento

ambiental do órgão competente.

Art. 8º. A Zona Especial Costeira (ZEC) compreende as unidades

ambientais legalmente protegidas e aquelas que, por suas características físicas, restringem

o uso e a ocupação do solo, bem como dos espaços urbanizados e de expansão.

Art. 9º. Para efeito desta Lei, a Zona Especial Costeira (ZEC) subdivide-se

em Áreas de Preservação (APs)e Áreas Urbanizadas e de Expansão Urbana (AUEs),

conforme discriminação abaixo:

I - Consideram-se Áreas de Preservação (APs), as unidades ambientais

abaixo relacionadas:

a) o Manguezal em toda a sua extensão;

b) a Mata Atlântica;

93
c) a Mata Ciliar;

d) os arrecifes e pontais;

e) as falésias;

f) as nascentes dos corpos d’água de superfície, lagoas e demais mananciais;

g) as dunas, com cobertura vegetal;

h) as dunas sem cobertura vegetal, julgadas de importância ambiental pelo

órgão competente, tendo por base estudos técnicos;

i) as praias;

j) os sítios arqueológicos;

k) recifes de corais e de arenito.

II - São consideradas Áreas Urbanizadas e de Expansão Urbana (AUEs), os

núcleos urbanos localizados na Zona Especial Costeira (ZEC) e demais sedes municipais

localizadas na Zona Interior Costeira (ZIC), delimitadas ou não por legislação municipal.

§ 1º. Para efeito desta Lei, na unidade ambiental especificada na alínea c do

inciso I deste artigo, considera-se uma faixa mínima de preservação de 50 (cinquenta)

metros, a partir do leito mais sazonal, medida horizontalmente.

§ 2º. Na unidade ambiental especificada na alínea e, fica definido, uma

faixa de monitoramento especial, com 100 (cem) metros, medidos horizontalmente, a partir

do sopé da falésias em direção ao continente, sendo passível de uso e ocupação, exceto nas

áreas de vegetação nativa, dunas vegetadas, terrenos onde as condições geológicas não

aconselhem edificações e nos primeiros 33 (trinta e três) metros da referida faixa.

§ 3º. Nas unidades ambientais especificadas na alínea j do inciso I, deste

artigo, considera-se uma faixa de preservação de 500m (quinhentos metros) a partir do

afloramento dos sítios arqueológicos identificados e os que vierem a ser identificados e

cadastrados.

94
§ 4º. Todos os sítios arqueológicos identificados nas unidades ambientais

citadas na alínea j do inciso I deste artigo ou fora delas, poderão ser objeto de projeto

específico de salvamento arqueológico.

Art. 10. As Áreas de Preservação (APs) definidas no inciso I do artigo

anterior, destinam-se, prioritariamente, à criação de unidades de conservação e, neste caso,

os usos permitidos são estabelecidos em seus respectivos planos de manejo, observadas as

normas ambientais aplicáveis.

§ 1º. Todas as atividades desenvolvidas nas Áreas de Preservação (APs)

dependem, obrigatoriamente, do licenciamento (Licença Prévia, de Instalação e de

Operação) do órgão ambiental pertinente (federal, estadual ou municipal), sem prejuízo das

demais licenças exigíveis.

§ 2º. Nas Áreas de Preservação, no que diz respeito às atividades a serem

desenvolvidas, deve-se priorizar o estudo e a pesquisa científica, programas de educação

ambiental, recreação e lazer contemplativo e a pesca artesanal.

§ 3º. As Áreas degradadas localizadas nas Áreas de Preservação (APs)

devem ser recuperadas, conforme o estabelecido nos planos de manejo citados no Art. 10º.

Art. 11. Nas Áreas Urbanizadas e de Expansão Urbana (AUEs), definidas

no Art. 9º, inciso II, desta Lei, são permitidos todos os usos e atividades compatíveis com

as potencialidades e limitações ambientais das áreas, devendo cada município definir e

controlar o uso e ocupação dos espaços territoriais através do estabelecimento de

instrumentos normativos, dentre os quais os Planos Diretores.

Art. 12. Os instrumentos a que se refere o artigo anterior devem observar,

além do disposto nesta Lei e na Lei nº 6.950, de 20 de agosto de 1996, que institui o Plano

Estadual de Gerenciamento Costeiro, as seguintes diretrizes:

95
I - expansão urbana conduzida pela instalação ou ampliação da infra-

estrutura e adequação às características físico-ambientais, respeitando-se os limites das

Áreas de Preservação;

II - conservação, recuperação e ampliação das áreas verdes e demais áreas

de interesse público;

III - conservação e preservação do patrimônio natural, paisagístico e

histórico-cultural e sítios arqueológicos;

IV - proteção, manutenção e recuperação dos recursos hídricos;

V - tratamento adequado e monitoramento constante da coleta, transporte e

deposição final dos resíduos sólidos, líquidos e gasosos, em especial os dos serviços de

saúde;

VI - definição de áreas disponíveis para exploração dos recursos minerais;


VII - identificação das áreas degradadas e de mecanismos para sua
recuperação;
VIII - definição de instrumentos de controle, fiscalização, licenciamento e
monitoramento;
IX - institucionalização de canais de participação da sociedade democráticos
e representativos.
Art. 13. Na Zona Especial Costeira (ZEC), fica delimitada uma faixa
costeira terrestre de 500 (quinhentos) metros de largura, respeitados os limites dos (APs)
estabelecidos no inciso I do art. 9º, contados a partir da linha de preamar máxima para o
interior do continente, considerada de relevante interesse ecológico, turístico e paisagístico.
Art. 14. As construções a serem executadas em áreas urbanizadas ou de
expansão urbana, localizadas na faixa costeira definida no artigo anterior, cujo município
não dispõe de Plano Diretor, devem obdecer aos seguintes critérios:
I - na faixa de 100 (cem) metros, contados a partir do limite terrestre do
depósito sedimentar que constitui a praia, a altura máxima permitida para as edificações,
será de 02 (dois) pavimentos, obedecida a linha natural do terreno;

96
II - a partir dos 100 (cem) metros, definidos no inciso anterior, até 250
(duzentos e cinquenta) metros, serão permitidas edificações com no máximo 03 (três)
pavimentos, obedecida a linha natural do terreno;
III - na faixa entre 250 (duzentos e cinquenta) e 500 (quinhentos) metros, as
edificações podem atingir no máximo 06 (seis) pavimentos, contados a partir da linha
natural do terreno;
IV - a partir da faixa dos 500 (quinhentos) metros, todos os
empreendimentos acima de 06 (seis) pavimentos, a se localizarem na Zona Especial
Costeira (ZEC), deverão, para efeito de licencimento ambiental, apresentar um memorial
descritivo, atendendo no mínimo os seguintes critérios;
a) compatibilização do empreendimento com a infra-estrutura de
saneamento básico, sistema viário e estacionamento;
b) compatibilização entre a altura e volumetria da edificação com as
características da paisagem e a escala do entorno do assentamento urbano existente.
§ 1º. As construções a que se refere o caput deste artigo, devem obedecer
critérios que garantam os aspectos de aeração, iluminação e existência de infra-estrutura
urbana, compatibilizando-os, em cada caso, com os referenciais de taxa de ocupação
máxima de 70% (setenta por cento) e a destinação de áreas exclusivas para
estacionamento.
§ 2º. As construções executadas na Zona Especial Costeira (ZEC), devem
respeitar o relevo e valorizar a vegetação natural existente no terreno, bem como preservar
os acessos públicos à faixa de praia, num espaçamento de no máximo 250 (duzentos e
cinquenta) metros.
§ 3º. As construções a serem executadas na faixa costeira a que se refere o
caput deste artigo, devem, obrigatoriamente, obter, no que couber, autorização ou
licenciamento prévio pelos órgãos ambientais federal, estadual e municipal,
independentemente das demais licenças exigíveis.
§ 4º. Quando o terreno estiver situado em mais de uma das faixas a que se
referem os incisos I a IV deste artigo, as construções a serem executadas deverão obedecer
às prescrições da faixa onde o mesmo estiver inserido em mais 60%.
§ 5º. Quando o terreno estiver inserido em duas ou mais faixas em igual
percentual, as edificações a serem implantadas deverão obedecer às prescrições de ambas
as faixas.

97
§ 6º. As restrições de que tratam os incisos I a IV deste artigo poderão ser,
excepcionalmente, adaptadas às condições locais, desde que comprovada a viabilidade
dessas adaptações, através de Estudo de Impacto Ambiental - EIA ou de outro instrumento
de avaliação, previsto na legislação ambiental vigente.
Art. 15. Nos loteamentos novos as quadras devem observar o comprimento
máximo de 250 (duzentos e cinquenta) metros.
Art. 16. Os projetos de intervenção urbanística nas praias, margens de
lagoas, rios e riachos, dependem de autorização ou licenciamento prévio dos órgãos
competentes.
Art. 17. As normas ambientais e de uso do solo, dos municípios que
integram o Litoral Oriental, discriminados no caput do artigo 5º, devem adequar-se às
disposições contidas nesta Lei, com exceção das áreas urbanas que dispõem de Plano
Diretor.
Art. 18. Para efeito de definição, enquadramento e aplicação de critérios a
serem estabelecidos, serão elaborados instrumentos de caráter específico e normas técnicas
sem prejuízo de qualquer enunciado desta Lei.
Art. 19. Sem prejuízo das penalidades previstas em legislação federal e
municipal, o descumprimento das determinações estabelecidas nesta Lei, sujeitará os seus
infratores às penalidades previstas na Lei Complementar nº 140, de 26 de janeiro de 1996,
e suas alterações posteriores.
Art. 20. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 120 (cento e
vinte) dias, a contar da data de sua publicação.
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Palácio dos Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 20 de julho de 2000, 112ª
da República.
GARIBALDI ALVES FILHO

Lindolfo Neto de Oliveira Sales

98
ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO DO LITORAL ORIENTAL
ANEXO 01
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CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS LEGENDA


NQ NG
Lagoas/Açudes
,
ZONA ESPECIAL COSTEIRA - ZEC
Rios ou Riachos ZONA INTERIOR COSTEIRA - ZIC
Limite entre as Zonas
ESCALA GRAFICA Zona Urbana, Vilas ou Povoados
1000 0 2000 4000 6000 8000 10000m

1 01
BR 101
Rodovias Pavimentadas
Rodovias não pavimentadas ou caminhos
Mapa elaborado a partir de imagens do Satelite SPOT
obtidas em 1989/1990, na escala original de 1:50 000 Ferrovia
Limite dos Municípios

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99
DECRETO Nº 7.237, DE 22 DE NOVEMBRO DE 1977
Declara de utilidade pública, para fins de
desapropriação, bens situados na área das dunas,
adjacente ao Oceano Atlântico, no Município de
Natal.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO


NORTE, usando das atribuições que lhe conferem o artigo 41, inciso IV, da Constituição
Estadual, e os artigos 2º e 5º, alíneas “i” e “1”, do Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de
1941, e
CONSIDERANDO que estudos geológicos e geomorfológicos, promovidos
pelo Governo Estadual, demonstram a necessidade de imediata preservação da área
constituída de dunas, adjacente ao Oceano Atlântico , no Município de Natal, entre a Praia
do Pinto e a Praia de Ponta Negra, porque a ocupação e o uso do respectivo solo, de modo
não controlado, porão em risco o equilíbrio ecológico da região, ocasionando a migração
das dunas e o comprometimento dos lençóis de água subterrânea;
CONSIDERANDO que essa finalidade somente pode ser alcançada, de
forma eficaz, com a incorporação de toda essa área ao patrimônio público, seguida da
implantação de uma infra-estrutura viária e urbanística condizente com as suas
características e capaz de assegurar a conservação do conjunto paisagístico, que ela
representa,

DECRETA:

Art. 1º. Ficam declarados de utilidade pública, para fins de desapropriação,


os terrenos, acessões e benfeitorias de propriedade de pessoas de direito privado, situados
na área constituída de dunas, adjacente ao Oceano Atlântico, no Município de Natal, entre
a Praia do Pinto, no seu limite Norte, e a Praia de Ponta Negra, no seu limite Sul, medindo,
aproximadamente, 1.350.00 (hum mil, trezentos e cinquenta) hectares e com as
características constantes de planta, na escala de 1:20.000 (hum por vinte mil), elaborada
pelo “Escritório de Arquitetura Luiz Forte Netto” e que faz parte integrante do presente
Decreto.

100
Art. 2º. Na área a que se refere o artigo 1º será organizado, pelo Governo
Estadual, o “Parque das Dunas, que fica desde logo criado, com a finalidade de preservar-
lhe a topografia e a respectiva vegetação, em razão do seu valor paisagístico e da função
que desempenham as duas na formação dos lençóis de água subterrânea, bem como, de
disciplinar a ocupação do solo através da implantação de uma adequada infra-estrutura
viária e urbanística, de acordo com os estudos técnicos promovidos pelo Poder Executivo.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, o Poder Executivo solicitará aos
Governos da União e do Município de Natal e cessão das áreas do domínio público federal
e municipal compreendidas nos limites indicados no artigo 1º.
Art. 3º. Fica a Procuradoria Geral do Estado autorizada a manter, como
representante do Governo do Estado, entendimentos com autoridades e órgãos federais e
municipais e terceiros em geral, com legítimo interesse na área a que se refere o artigo 1º,
para a celebração de convênios, contratos ou outros ajustes amigáveis destinados à
transferência da mesma área para o domínio do Estado.
Parágrafo Único. Fica ainda a mesma Procuradoria autorizada a promover
as medidas judiciais que se fizerem necessárias à execução do presente Decreto, na forma
da legislação federal em vigor.
Art. 4º. É declarada a urgência da presente desapropriação, para efeito de
imissão provisória do Estado na posse da área desapropriada, observado o disposto na
legislação federal aplicável.
Art. 5º. O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Palácio Potengi, em Natal, 22 de novembro de 1977, 89º da República.

TARCÍSIO MAIA
Marcos César Formiga Ramos
Moacyr Torres Duarte
Danilo de Gadê Negócio
Carlos Leite de Sales

101
102
DECRETO Nº 8.600, DE 03 DE MARÇO DE 1983
Aprova o Regulamento da Política e
Sistema Estaduais de Controle e
Preservação do Meio Ambiente.

O Governador do Estado do Rio Grande do Norte, no uso das atribuições


que lhe confere o artigo 41, inciso V, da Constituição do Estado,
D E C R E T A:

Art. 1º Fica aprovado o Regulamento da Política e Sistema Estaduais de


Controle e Preservação do Meio Ambiente, que a este acompanha, destinado à execução da
Lei nº 5.147, de 30 de setembro de 1982.
Art. 2º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas
as disposições em contrário, especialmente, o Decreto nº 8.324, de 14 de janeiro de 1982.
Palácio Potengi, em Natal, 03 de março de 1983, 95º da República.

LAVOISIER MAIA
Humberto Manoel de Freitas
______________________________________
POLÍTICA E SISTEMA ESTADUAIS DE CONTROLE
E PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

REGULAMENTO
TITULO I

DA POLÍTICA ESTADUAL DE CONTROLE E PRESERVAÇÃO DO MEIO


AMBIENTE
CAPÍTULO I
DA CONCEITUAÇÃO
SEÇÃO I
DAS DIRETRIZES E PRINCÍPIOS

103
Art. 1º. A Política Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente
tem por objetivo a proteção, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propícia à
vida, observados os seguintes princípios básicos:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico,
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente
assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente
poluidoras;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso
racional e à proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas;
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

SEÇÃO II
DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA ESTADUAL DE CONTROLE E
PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Art. 2º. A Política Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente


visa a assegurar condições ao desenvolvimento sócio-econômico e à proteção da dignidade
da vida, mediante à preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia
à vida.
Art. 3º. Para realização dos objetivos da Política Estadual de Controle e
Preservação do Meio Ambiente, caberá ao Poder Público, através dos seus órgãos e
entidades:
I - compatibilizar o desenvolvimento econômico-social com a preservação
da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;

104
II - definir áreas prioritárias da ação governamental relativa à qualidade do
meio ambiente , atendendo aos critérios e procedimentos estabelecidos em lei quanto às
áreas críticas de poluição;
III - estabelecer os usos benéficos atuais e futuros dos recursos ambientais e
os critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas à utilização e gestão de
recursos ambientais;
V - promover a difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, a
divulgação de dados e informações ambientais e a formação de uma consciência pública
sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
VI - conservar e restaurar os recursos ambientais com vistas à sua utilização
racional concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;
VII - impor ao poluidor e ao predador a obrigação de recuperar ou indenizar
os danos causados ao meio ambiente, na forma das normas gerais a serem baixadas pelo
Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - CECTEMA.

SEÇÃO III
DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA ESTADUAL DE CONTROLE E PRESERVAÇÃO
DO MEIO AMBIENTE

Art. 4º. Na execução da Política Estadual de controle e Preservação do Meio


Ambiente, incumbe ao Poder Público, através dos seus organismos:
I - planejar e fiscalizar o uso dos recursos ambientais, visando à
compatibilização do desenvolvimento econômico com a proteção do meio ambiente e do
equilíbrio ecológico;
II - proteger os ecossistemas, mediante a preservação de áreas deles
representativas;
III - controlar as atividades potencial ou efetivamente poluidoras, de modo à
compatibilizá-las com os critérios vigentes de proteção ambiental;
IV - incentivar o estudo e a pesquisa de tecnologia para o uso racional e a
proteção dos recursos ambientais, orientando nesse sentido as políticas de financiamento e
de estímulos fiscais;
V - proteger as áreas ameaçadas de degradação e promover a recuperação
das áreas degradadas, acompanhando, permanentemente, os índios de qualidade ambiental;

105
VI - orientar a educação, em todos os níveis, para a participação ativa do
cidadão e da comunidade, na defesa do meio ambiente, cuidando para que os currículos
escolares das diversas matérias obrigatórias contemplem o estudo da ecologia.

SEÇÃO IV
DAS DEFINIÇÕES

Art. 5º. Para os fins deste Regulamento, considera-se:


I - Área Representativa, a área em condições de permitir às espécies
componentes da biota dos ecossistemas, a serem preservados, completarem seu ciclo vital,
respeitada a exigência de espaço necessário a cada uma delas;
II - Preservação, o ato ou ação de salvaguardar espécies, comunidades e
ecossistemas em condições naturais, em áreas territoriais compatíveis com as interações
ecológicas locais;
III - Conservação, o uso racional dos recursos ambientais;
IV - Proteção Ambiental, a ação para impedir a degradação além dos limites
indispensáveis à utilização legal e racional dos recursos ambientais;
V - Qualidade Ambiental, o conjunto de atributos ambientais identificados
pelo homem e traduzíveis mediante critérios de controle, entendendo-se a qualidade
ambiental desejável, a que resulta da utilização racional e legal de um determinado
conjunto de recursos ambientais;
VI - Acompanhamento da Qualidade Ambiental, a verificação sistemática
dos elementos representativos da biota e da qualidade do solo, ar e água;
VII - Poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,
responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;
VIII - Recuperar, estabelecer as condições necessárias ao equilíbrio
ecológico;
IX - Indenizar, reparar, pecuniariamente, o dano;
X - Usuário, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que
usufrui economicamente bens e recursos ambientais;
XI - Zoneamento Ambiental, a integração sistemática interdisciplinar dos
conhecimentos técnicos científicos pertinentes, com o objetivo de planejar e decidir sobre a
ocupação racional do espaço compatível com a melhor gestão dos recursos ambientais;

106
XII - Impacto Ambiental, toda e qualquer alteração no meio ambiente
decorrente de ação humana;
XIII - Avaliação de Impacto Ambiental, o exame sistemático dos projetos
públicos ou privados e suas alternativas, destinado à identificar a situação atual da área e
prever as alterações ambientais benéficas ou adversas a serem produzidas, e as medidas
para suprimir, reduzir e compensar as consequências prejudiciais para o ambiente, como
instrumento de tomada de decisões;
XIV - Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA), o documento
final do estudo de avaliação de impacto ambiental, reunindo suas conclusões e
recomendações;
XV - Meio Ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações
de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas
formas;
XVI - Degradação da Qualidade Ambiental, a alteração adversa das
características do meio ambiente;
XVII - Poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de
atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos;
XVIII - Recursos Ambientais, a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera.

CAPÍTULO II
DO SISTEMA ESTADUAL DE CONTROLE E PRESERVAÇÃO DO MEIO
AMBIENTE
SEÇÃO I
DA FINALIDADE

107
Art. 6º. O Sistema Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente
tem como finalidade cumprir e fazer cumprir os objetivos da Política Estadual de Controle
e Preservação do Meio Ambiente, sendo constituído pelos órgãos e entidades da
Administração Estadual e dos Municípios, bem assim pelas Fundações instituídas pelo
Poder Público que, de alguma forma, atuam na proteção e na melhoria da qualidade
ambiental.

SEÇÃO II
DA ESTRUTURA DO SISTEMA

Art. 7º. O Sistema Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente


tem a seguinte estrutura:
I - Órgão Superior: O Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio
Ambiente - CECTEMA, com a função de assessorar o Governador do Estado, na definição
das políticas de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente;
II - Órgão Central: a Secretaria do Planejamento do Rio Grande do Norte -
SEPLAN/RN, a qual cabe promover, disciplinar e avaliar a implementação da Política
Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente, bem assim exercer a função de
Secretaria Executiva do CECTEMA;
III - Órgãos Setoriais: os órgãos e as entidades da Administração Direta e
Indireta, bem como, as fundações instituídas pelo Estado, cujas atividades estejam, total ou
parcialmente, associadas à preservação da qualidade ambiental ou ao disciplinamento do
uso de recursos ambientais;
IV - Órgãos Locais: os órgãos e/ou entidades municipais responsáveis pelo
controle e fiscalização das atividades pertinentes ao sistema nas suas respectivas áreas de
jurisdição.

SEÇÃO III
DA ATUAÇÃO DO SISTEMA

Art. 8º. A atuação do Sistema Estadual de Controle e Preservação do Meio


Ambiente efetivar-se-á mediante a articulação coordenada dos órgãos e entidades que o
constituem, observado o seguinte:

108
I - o acesso da opinião pública às informações relativas às agressões ao meio
ambiente e às ações de proteção ambiental desenvolvidas pelo Poder Público;
II - ao Estado e Municípios do Rio Grande do Norte, sem prejuízo de seu
poder de iniciativa, caberá, no âmbito de suas respectivas competências e jurisdições, a
regionalização das medidas emanadas do Órgão Superior do Sistema Nacional de Meio
Ambiente, elaborando normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o
meio ambiente, observados os lineamentos gerais daquelas medidas, exceção feita às
relativas à fontes móveis de poluição, cuja definição seja privativa do Conselho Nacional
do Meio Ambiente - CONAMA.
Parágrafo único. As normas e padrões estaduais e municipais supletivos e
complementares, de que trata este artigo, poderão também fixar parâmetros máximos de
emissão, ejeção, emanação e radiação de agentes poluidores, desde que os nomes não
sejam menos restritivos que os padrões básicos de qualidade ambiental aprovados pelo
CONAMA.
Art. 9º. Os Órgãos Setoriais designarão representantes junto às Câmaras
Técnicas do CECTEMA.
§ 1º. No cumprimento de suas atribuições a SEPLAN/RN poderá,
periodicamente, reunir os representantes dos Órgãos Setoriais, para o estabelecimento de
linha comum de ação.
§ 2º. A SEPLAN/RN prestará apoio e assessoramento técnico aos
Órgãos Setoriais, especialmente no que concerne à avaliação de impactos ambientais.
§ 3º. Os Órgãos Setoriais prestarão ao Órgão Central informações sobre seus
planos de ação e programas em execução, consubstanciados em relatórios anuais, sem
prejuízo de relatórios parciais para atendimento de solicitações específicas, cabendo à
SEPLAN/RN, com base nessas informações e em outras que obtiver, publicar, anualmente,
um relatório sobre a situação do meio ambiente no Estado.
§ 4º. A SEPLAN/RN consolidará os relatórios mencionados no parágrafo
anterior em um só documento que submeterá à consideração do CECTEMA, em sua
segunda reunião do ano subsequente.
Art. 10. No desempenho de sua função e competência, o Conselho Estadual
de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, diretamente, ou por intermédio da SEPLAN/RN
poderá requisitar informações dos Órgãos Setoriais e Locais, em prazo a ser estipulado na
requisição, bem como, solicitar opiniões e pareceres dos referidos Órgãos.

109
§ 1º. Os Órgãos Setoriais e Locais poderão solicitar informações, opiniões e
pareceres do CECTEMA e da SEPLAN/RN e deverão evitar, em relação ao Setor
Privado, exigências excessivas ou à reiteração de pedidos de informações já conhecidas
pelo órgão.
§ 2º. Os Órgãos Central, Setoriais e Locais fornecerão os resultados das
análises efetuadas e sua fundamentação, em processos de licenciamento, fiscalização,
elaboração de normas ou quaisquer outros, sempre que requeridos por pessoa física ou
jurídica legitimamente interessada.
§ 3º. Os Órgãos integrantes do Sistema, quando solicitarem ou prestarem
informações, deverão sempre considerar a necessidade de preservar o sigilo industrial e
evitar a concordância desleal, correndo o processo, quando for o caso, sob sigilo
administrativo, pelo qual será responsável a autoridade dele encarregada.

CAPÍTULO III
DOS ÓRGÃOS DO SISTEMA ESTADUAL DE CONTROLE E PRESERVAÇÃO
DO MEIO AMBIENTE
SEÇÃO I
DO ÓRGÃO SUPERIOR

Art. 11. O Conselho Estadual de Ciência Tecnologia e Meio Ambiente -


CECTEMA, tem sua constituição, funcionamento e competência estabelecidos nesta seção.

SUBSEÇÃO I
DA CONSTITUIÇÃO E DO FUNCIONAMENTO DO CECTEMA

Art. 12. O CECTEMA será constituído por um Plenário e duas Câmaras


Técnicas, de caráter permanente, para o desempenho de tarefas específicas.
*Art. 13. Integram o Plenário do CECTEMA:
I - O Secretário de Estado do Planejamento, que será o Presidente, terá,
além do voto comum, o de qualidade;
II - Os Secretários de Estado:
a) da Agricultura;
b) de Indústria e Comércio;
c) da Saúde Pública;

110
d) da Educação e Cultura;
e) de Transportes e Obras Públicas;
*III - Representante de cada um dos seguintes organismos:
a) Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN;
b) Assembléia Legislativa do Estado;
c) Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte - FIERN;
d) Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
– IBAMA;
e) Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – CREA 18ª região;
f) Organizações Ambientais não Governamentais.
IV - O Titular da Coordenadoria de apoio ao CECTEMA, a ser estruturada
na SEPLAN/RN, que será o seu Secretário Executivo.
§ 1º. Os Conselheiros indicados nas alíneas constantes do inciso III serão
nomeados, com os respectivos suplentes, pelo Governador do Estado e cuja posse ocorrerá
na primeira reunião após a publicação do ato no Diário Ofícial do Estado.
§ 2º. À critério do seu Presidente, ou por solicitação do Plenário, o
CECTEMA poderá convocar, eventualmente, instituição pública ou privada ou
especialista, cuja audiência seja considerada de interesse à discussão de matéria em pauta.
§ 3º. O Plenário do CECTEMA reúne-se em caráter ordinário a cada
trimestre, em sua sede, na SEPLAN/RN e, extraordinariamente, sempre que convocada
pelo Presidente, por iniciativa própria ou a requerimento de dois terços de seus membros,
podendo as reuniões extraordinárias serem convocadas para local fora de sua rede.
§ 4º. O Plenário do CECTEMA reúne-se com metade mais um de seus
membros, deliberando por maioria simples.
§ 5º. A pauta das reuniões será organizada e distribuída com a devida
antecedência, conforme dispuser o regimento do CECTEMA.
§ 6º. As reuniões do CECTEMA serão públicas, salvo decisão em contrário,
em cada caso, de dois terços do Plenário.

SUBSEÇÃO II
DA COMPETÊNCIA DO CECTEMA

111
Art. 14. Compete ao Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio
Ambiente - CECTEMA, órgão superior do Sistema Estadual de Controle e Preservação do
Meio Ambiente:
I - assessorar, por intermédio do Secretário de Estado do Planejamento, o
Governador do Estado na formulação das diretrizes das Políticas Estaduais de Ciência,
Tecnologia e do Meio Ambiente;
II - baixar as normas de sua competência necessárias à regulamentação e
implementação das Políticas Estaduais de Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente;
III - encaminhar, por intermédio do seu Presidente, proposições contendo
minutas de atos de competência exclusiva do Governo do Estado, relativos à execução das
Políticas Estaduais de Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente ;
IV - aprovar previamente o orçamento destinado de incentivo ao
Desenvolvimento Científico e Tecnológico, bem como, efetuar o acompanhamento e a
avaliação da sua execução;
V - estabelecer, com o apoio técnico da SEPLAN/RN, normas e critérios
gerais para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
VI - determinar, quando julgar necessário, inclusive antes do respectivo
licenciamento e em acompanhamento as suas disposições, a realização de estudo das
alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados de
grande porte, requisitando aos Órgãos e entidades da Administração Pública, bem como, à
entidades privadas, as informações indispensáveis ao exame da matéria;
VII - decidir, em última instância administrativa, sobre penalidades
impostas pela SEPLAN/RN;
VIII - decidir, em última instância administrativa, mediante depósito prévio
de 50% (cinquenta por cento) de seu valor, até o limite de 100 (cem) Obrigações
Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, sobre as multas impostas pela SEPLAN/RN;
IX - homologar acordos, visando a transformação de penalidades
pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse ambiental, inclusive no que se
refere à realização de pesquisas científicas e à educação da comunidade, em qualquer
nível;
X - determinar, mediante representação da SEPLAN/RN, e com audiência
prévia da agência financiadora, a perda ou a restrição de benefícios fiscais concedidos pelo

112
Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou a suspensão de participação
em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
XI - estabelecer, em caráter supletivo ao CONAMA, normas e padrões de
controle da poluição por veículos automotores, aeronaves, embarcações, após a audiência
dos organismos competentes, inclusive no que se refere à padrões de qualidade de
insumos;
XII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à
manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos
ambientais, principalmente os hídricos, ouvida a SEPLAN/RN quando a proposta não for
de sua iniciativa;
XIII - estabelecer normas gerais relativas à áreas de proteção ambiental, no
limite da competência do Poder Público Estadual;
XIV - estabelecer os critérios de definição de áreas críticas, saturadas e em
vias de saturação.
§ 1º. No desempenho da competência prevista neste artigo, o CECTEMA,
além do atendimento de outras exigências contidas neste Regulamento, observará,
especialmente, os seguintes requisitos:
a) as normas e critérios para o licenciamento de atividades potencial ou
efetivamente poluidoras, deverão estabelecer os requisitos técnicos indispensáveis à
proteção ambiental;
b) as decisões que determinarem perda ou restrição de benefícios fiscais
concedidos pelo Poder Público e perda ou suspensão de participação em linhas de
financiamento em estabelecimento oficiais de crédito, somente serão adotadas nos casos
previamente definidos em norma específica do CECTEMA, assegurando-se ao interessado
o direito de ampla defesa;
c) as normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da
qualidade do meio ambiente, considerarão a capacidade de autoregeneração dos corpos
receptores e estabelecerão parâmetros genéricos mensuráveis.
§ 2º. O CECTEMA elaborará o seu Regimento Interno, que será aprovado
através de Portaria do Secretário de Estado do Planejamento.

SUBSEÇÃO III
DAS CÂMARAS TÉCNICAS

113
Art. 15. As Câmaras Técnicas, órgãos de assessoramento do Plenário do
CECTEMA, coordenadas por sua Secretaria Executiva, são as seguintes:
I - Câmara Técnica do Meio Ambiente;
II - Câmara Técnica de Ciência e Tecnologia.
§ 1º. Os membros das Câmaras Técnicas serão nomeados pelo Presidente
do CECTEMA, por indicação dos órgãos setoriais definidos no artigo 7º, inciso III, deste
Regulamento, mediante solicitação da Secretaria Executiva do Colegiado, para um
mandato de 02 (dois) anos, renovável por igual período.
§ 2º. Na composição das Câmaras Técnicas, integradas de, no máximo, 09
(nove) membros, serão consideradas as diferentes categorias de interesse multi-setorial.

SEÇÃO II
DO ÓRGÃO CENTRAL

Art. 16. Caberá à Seplan/RN, Órgão Central do Sistema Estadual de


Controle e Preservação do Meio Ambiente, sem prejuízo das demais competências que lhe
são legalmente conferidas, proporcionar o suporte técnico e administrativo do CECTEMA
e desempenhar as atribuições previstas neste Regulamento.
Parágrafo único. A SEPLAN/RN modificará a sua organização
administrativa a ser aprovada em atos específicos, para exercer as funções que lhe cabem
no Sistema, observadas as normas emanadas do CECTEMA e as diretrizes da Política
Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente.
Art. 17. Para atender ao suporte técnico e administrativo do CECTEMA, a
SEPLAN/RN, no exercício de sua Secretaria Executiva, poderá:
I - requisitar aos demais órgãos e entidades estaduais e municipais, a
colaboração de servidores;
II - estruturar e fazer funcionar, provendo-a com os recursos necessários,
uma Coordenadoria de apoio ao CECTEMA, com as seguintes funções específicas:
a) assegurar a infra-estrutura administrativa necessária à convocação e
realização das reuniões do CECTEMA e ao funcionamento das Câmaras Técnicas;
b) assegurar a execução administrativa das deliberações do CECTEMA;

114
c) promover a publicação e divulgação dos atos administrativos do
CECTEMA;
d) providenciar e fornecer aos Conselheiros, com antecedência mínima
necessária à análise prévia, relatórios técnicos e estudos sobre as matérias constantes da
pauta de deliberações do Plenário do CECTEMA;
e) outras que lhe forem legalmente atribuídas.
Art. 18. A Fundação Instituto de Desenvolvimento do Rio Grande do Norte
- IDEC, supervisionada pela Secretaria do Planejamento do Rio Grande do Norte -
SEPLAN/RN, será responsável pelo apoio técnico e científico às atividades do Órgão
Central do Sistema.
SEÇÃO III
DOS ÓRGÃOS SETORIAIS

Art. 19. Os Órgãos Setoriais de que tratam o artigo 7º, inciso III, deste
Regulamento, serão coordenados, exclusivamente no que se refere à Política Estadual de
Controle e Preservação do Meio Ambiente, pelo Secretário de Estado do Planejamento.

SEÇÃO IV
DOS ÓRGÃOS LOCAIS

Art. 20. Compete aos Órgãos Locais do Sistema Estadual de Controle e


Preservação do Meio Ambiente o controle e fiscalização das atividades potencial ou
efetivamente poluidoras, nas respectivas áreas de jurisdição, observadas as normas
aplicáveis ao que estipularem os convênios firmados com os órgãos setoriais do Sistema,
permitida a interveniência do órgão central, bem como, a execução de funções que lhe
forem delegadas.

CAPÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA ESTADUAL E PRESERVAÇÃO DO MEIO
AMBIENTE
SEÇÃO I
DA ESPECIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS

115
Art. 21. São instrumentos da Política Estadual de Controle e Preservação do
Meio Ambiente:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental, visando à integração sistemática e
Interdisciplinar da análise do meio ambiente ao uso do solo;
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente
poluidoras;
V - os incentivos à aquisição e instalação de equipamentos antipoluidores, à
criação ou absorção de tecnologia, à conservação e restauração da biota e outras ações
voltadas para melhoria da qualidade ambiental;
VI - a criação de reservas e estações ecológicas, de áreas de proteção
ambiental e as de relevante interesse ecológico;
VII - o Sistema Estadual de Informações sobre o Meio Ambiente, destinado
a promover o intercâmbio de dados ambientais e a sua ampla e rápida divulgação;
VIII - o Cadastro Técnico Estadual de Atividades e Instrumentos de Defesa
Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias pelo não cumprimento
das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental;
X - a realização de pesquisas básicas e aplicadas no campo ambiental.

SEÇÃO II
DO LICENCIAMENTO DE ATIVIDADES

Art. 22. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de


estabelecimento de atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou
potencialmente poluidores, bem como, os empreendimentos capazes, sob qualquer forma,
de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do CECTEMA, sem
prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.
§ 1º. Caberá ao CECTEMA fixar os critérios básicos, segundo os quais
serão exigidos estudos de impacto ambiental para fins de licenciamento, contendo, entre
outros, os seguintes ítens:

116
a) diagnóstico ambiental da área;
b) descrição da ação proposta e suas alternativas;
c) identificação, análise e previsão dos impactos significativos, positivos
e negativos.
§ 2º. Respeitada a matéria de sigilo industrial, assim expressamente
caracterizada a pedido do interessado, o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA,
devidamente fundamentado, será acessível ao público.
§ 3º. O estudo de impacto ambiental será realizado por equipe
multidisciplinar habilitada, correndo as despesas por conta do proponente do projeto.
§ 4º. Resguardado o sigilo industrial, os pedidos de licenciamento, em
quaisquer das suas modalidades, sua renovação e a respectiva concessão, serão publicados
resumidamente no Diário Oficial do Estado, e em um periódico de grande circulação local,
com a indicação do nome do interessado, conforme modelo aprovado pela SEPLAN/RN.
§ 5º. O CECTEMA e a SEMA, esta em caráter supletivo, sem prejuízo das
penalidades pecuniárias cabíveis, determinarão, sempre que necessário, a redução das
atividades geradoras de poluição, para manter as emissões gasosas, ou efluentes líquidos e
os resíduos sólidos dentro das condições e limites estipulados no licenciamento concedido.
Art. 23. Ao CECTEMA, ressalvados os casos de competência federal, cabe
a expedição das seguintes licenças:
I - Licença Prévia (LP), na fase inicial do planejamento da atividade,
contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e
operação, não sendo concedida licença em desacordo com os planos municipais, estaduais
ou federais de uso do solo;
II - Licença de Instalação (LI), após o exame do Projeto Executivo,
autorizando o início da implantação, de acordo com as especificações constantes do projeto
aprovado;
III - Licença de Operação (LO), após vistoria, teste de operação ou outro
método de verificação, autorizando a entrada em funcionamento da atividade licenciada e
seus equipamentos de controle de poluição, de acordo com o previsto nas Licenças Prévia
e de Instalação.
§ 1º. Os prazos para licenciamento de que trata o artigo anterior serão
estabelecidos por Resolução do CECTEMA.

117
§ 2º. Caso o CECTEMA não se julgue em condições para expedir as
licenças previstas neste artigo, a SEMA poderá expedí-las, no exercício de sua atribuição
supletiva e em articulação com o órgão estadual.
§ 3º. Em casos especiais e de interesse federal, o CECTEMA submeterá à
homologação pela SEMA, da licença expedida, podendo solicitar a expedição de licença
suplementar, fixando outros prazos e critérios mais restritivos.
§ 4º. Se as atividades de implantação e operação forem iniciadas antes da
expedição das respectivas Licenças de Instalação e Operação, o Presidente do CECTEMA
deverá comunicar o fato, diretamente ou através de Edital, às entidades financiadoras
dessas atividades, sem prejuízo da imposição de embargos e de outras medidas cautelares,
sob pena de serem submetidos à processo para a apuração de responsabilidade funcional.
Art. 24. Caberá recurso administrativo para o CECTEMA, das decisões
denegatórias de licenciamento.
Art. 25. A redução de atividades, na forma do artigo 10 da Lei nº 5.147, de
30 de setembro de 1982, considerará entre outros fatores:
I - a desobediência às condições expressas na licença;
II - a inexistência ou deficiência de insumos com os padrões de qualidade
determinados pelo CECTEMA.
Art. 26. Compete à SEPLAN/RN, sem prejuízo da iniciativa do
CECTEMA, propor a expedição de normas gerais para implantação, acompanhamento e
fiscalização do licenciamento previsto neste Regulamento.
§ 1º. A fiscalização e o controle da aplicação de critérios, normas e padrões
de qualidade ambiental serão exercidos pela SEPLAN/RN.
§ 2º. Inclui-se na competência de fiscalizar e controlar, a análise de projetos
de entidades públicas ou privadas, com o objetivo de preservar ou recuperar os recursos
ambientais afetados por processos de exploração predatórios ou poluidores.
§ 3º. A SEPLAN/RN, no exame dos projetos de sua competência exigirá,
para efeito de aprovação, que sejam adotadas pelo interessado, medidas capazes de
assegurar que as matérias-primas, insumos e bens produzidos tenham padrão de qualidade
que elimine ou reduza o efeito poluente derivado de seu emprego e utilização.
§ 4º. O proprietário de estabelecimento sob fiscalização, ou o seu preposto
responsável, permitirá, sob as penas da Lei, o ingresso dos agentes fiscais credenciados, no
local das atividades poluidoras, para a inspeção de todas as suas áreas.

118
Art. 27. As entidades governamentais de financiamento ou gestoras de
incentivos condicionarão, a habilitação, a esses benefícios, à comprovação de seu
enquadramento no Sistema de Licenciamento de Atividades Potencialmente Poluidoras a
que estiver submetido.
SEÇÃO III
DOS INCENTIVOS

Art. 28. Serão concedidos incentivos às atividades voltadas ao meio


ambiente, visando:
I - ao desenvolvimento, no Estado, de pesquisas e processos tecnológicos
destinados a reduzir a degradação da qualidade ambiental;
II - a outras iniciativas que propiciem a racionalização do uso de recursos
ambientais.
Parágrafo único. Os órgãos, entidades e programas do Poder Público,
destinados a incentivar as pesquisas científicas e tecnológicas, considerarão entre as suas
metas prioritárias o apoio aos projetos que visem a adquirir e desenvolver conhecimentos
básicos e aplicáveis na área ambiental e ecológica.
Art. 29. A concessão dos incentivos previstos neste Regulamento, depende
da aprovação ou homologação dos projetos, pela SEPLAN/RN, que fornecerá aos
organismos competentes a relação dos equipamentos utilizados no controle da poluição e
manterá permanente articulação com os órgãos e agências oficiais competentes.
Art. 30. Os incentivos serão concedidos preferencialmente para aquisição e
utilização de equipamentos, insumos e outros bens destinados ao controle da poluição.
Parágrafo único. O CECTEMA submeterá à apreciação do Poder Executivo
Estadual propostas referentes à concessão de incentivos e benefícios fiscais e financeiros
visando à melhoria da qualidade ambiental.

SEÇÃO IV
DO SISTEMA ESTADUAL DE INFORMAÇÕES SOBRE O MEIO AMBIENTE

Art. 31. O Sistema Estadual de Informações sobre o Meio Ambiente tem


por finalidade articular as atividades de intercâmbio de informação, entre os órgãos

119
pertencentes ao Sistema Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente,
incumbidos da provisão de informação e documentação na área ambiental.
§ 1º. O Sistema é constituído pelos órgãos e entidades enquadrados nos
incisos II, III e IV do artigo 7º deste Regulamento, e facultativamente, por outros
vinculados à informação sobre o Meio Ambiente.
§ 2º. O Sistema tem como órgão central a unidade de Informação e
documentação da Fundação Instituto de Desenvolvimento do Rio Grande do Norte - IDEC,
que atuará como Unidade de Coordenação Técnico-Operacional, sob a responsabilidade da
SEPLAN/RN.
TÍTULO II
DAS ESTAÇÕES ECOLÓGICAS E DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
CAPÍTULO I
DAS ESTAÇÕES ECOLÓGICAS

Art. 32. As Estações Ecológicas são áreas representativas de ecossistemas


brasileiros, destinadas precipuamente à realização de pesquisas básicas e aplicadas de
Ecologia, à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação
conservacionista, criada pela União, pelos Estados e Municípios em terras de seus
domínios.
§ 1º. Caberá ao CECTEMA estabelecer normas gerais relativas à criação das
Estações Ecológicas Estaduais.
§ 2º. As Estações Ecológicas Estaduais serão criadas por Decreto do Poder
Executivo, mediante proposta do Secretário de Estado do Planejamento.
§ 3º. O ato de criação da Estação Ecológica definirá seus limites
geográficos, sua denominação, a entidade responsável por sua administração e o
zoneamento a que se refere o § 2º do artigo 1º da Lei Federal nº 6.902, de 27 de abril de
1981.
§ 4º. O zoneamento previsto no parágrafo anterior será estabelecido pelo
CONAMA ou pelo CECTEMA, após o levantamento das condições ecológicas locais.
§ 5º. Para a execução de obras de engenharia de grande porte, que possam
afetar as estações ecológicas, será obrigatória a audiência prévia do CECTEMA.
Art. 33. As Estações Ecológicas não poderão ser reduzidas nem utilizadas
para fins diversos daqueles para os quais foram criadas.

120
§ 1º. Na área reservada às Estações Ecológicas são proibidos:
a) a presença de rebanho de animais domésticos de propriedade
particular;
b) a exploração de recursos naturais, exceto para fins experimentais que
não importem em prejuízo para a manutenção da biota nativa, ressalvado o disposto no § 2º
do artigo 1º da Lei Federal nº 6.902, de 1981;
c) o porte e uso de armas de qualquer tipo;
d) o porte e uso de instrumentos de corte de árvore;
e) o porte e uso de redes de apanha de animais e outros artefatos de
captura.
§ 1º. Quando destinados aos trabalhos científicos e à manutenção da
Estação, a autoridade responsável pela sua administração poderá autorizar o uso e o porte
dos objetos mencionados nas alíneas “c”, “d”, e “e” do parágrafo anterior.
Art. 34. Nas áreas circunjacentes às Estações Ecológicas, dentro do limite de 10
km (dez quilômetros), qualquer atividade que possa afetar a biota ficará subordinada às
normas editadas pelo CECTEMA, no âmbito de sua competência.

CAPÍTULO II
DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

Art. 35. O Poder Executivo Estadual e Municipal, quando houver relevante


interesse público, poderá declarar determinadas áreas do Território do Estado como de
interesse para a proteção ambiental, a fim de assegurar o bem estar das populações
humanas e conservar ou melhorar as condições ecológicas locais.
Parágrafo Único. Cabe ao CECTEMA estabelecer normas gerais para
identificação e caraterização das Áreas de Proteção Ambiental.
Art. 36. Compete ao Secretário de Estado do Planejamento, no âmbito
estadual, propor ao Governador do Estado a criação de Áreas de Proteção Ambiental, com
base em parecer do Órgão Central do Sistema Estadual de Controle e Preservação do Meio
Ambiente.
Art. 37. O Decreto do Poder Executivo que declarar Área de Proteção
Ambiental mencionará sua denominação, limites geográficos, principais objetivos e as

121
restrições de uso dos recursos ambientais nela contidos, e disporá sobre sua supervisão e
fiscalização.
§ 1º. As restrições de uso previstas neste artigo, observadas as
peculiaridades existentes em cada Área de Proteção Ambiental, compreendem a limitação
ou proibição de :
a) implantação e funcionamento de indústrias potencialmente poluidoras,
capazes de afetar mananciais de água;
b) realização de obras de terraplenagem e abertura de canais, quando
essas iniciativas importarem em sensível alteração das condições ecológicas locais;
c) exercício de atividades capazes de provocar uma acelerada erosão das
terras ou um acentuado assessoramento das coleções hídricas;
d) exercício de atividades que ameacem extinguir na área protegida as
espécies raras da biota regional.
§ 2º. Para o efetivo exercício das atribuições que lhe forem conferidas,
poderão os agentes fiscalizadores solicitar o auxílio da autoridade policial.
Art. 38. Nas Áreas de Proteção Ambiental a licença de construção de
residências, para venda ou incorporação, dependerá de constituição de condomínio, em
cuja escritura de convenção constarão as obrigações de proteção ambiental como encargo
dos condôminos.
Art. 39. A entidade supervisora e fiscalizadora da Área de Proteção
Ambiental deverá assistir aos proprietários, orientando-os e auxiliando-os, a fim de que os
objetivos da legislação pertinente sejam atingidos.
Parágrafo Único. Os proprietários de terras abringidas pelas Áreas de
Proteção Ambiental poderão mencionar os nomes destes nos rótulos e na propaganda dos
produtos nelas colhidos, bem como, nas placas indicadoras de propriedade e na promoção
de atividades turísticas.
Art. 40. Serão considerados de relevância e merecedores do
reconhecimento público os serviços prestados, por qualquer forma, à causa
conservacionista.
Art. 41. As instituições estaduais de crédito e financiamento darão atenção
especial aos pedidos encaminhados com apoio da SEPLAN/RN, e destinados à melhoria
do uso racional do solo e das condições sanitárias e habitacionais das propriedades situadas
nas Áreas de Proteção Ambiental.

122
TÍTULO III
DAS PENALIDADES

Art. 42. Sem prejuízo de outras sanções previstas na legislação federal,


estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou
correção dos inconvenientes e dos danos causados pela degradação da qualidade ambiental
sujeitará os transgressores às seguintes penalidades:
I - multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo de 10
(dez) e, no máximo, 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs,
agravada na reincidência específica;
II - perda ou restrição de incentivos ou benefícios fiscais;
III - perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito;
IV - suspensão da atividade poluidora.
§ 1º. Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste Regulamento, é
o infrator obrigado, independentemente da exigência e apuração de culpa, a indenizar ou
reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros afetados por sua atividade. O
Ministério Público do Estado terá legitimidade para propor a ação de responsabilidade civil
e criminal por danos ao meio ambiente.
§ 2º. No caso de omissão da autoridade municipal, caberá à Secretaria do
Planejamento - SEPLAN/RN a aplicação das penalidades pecuniárias previstas neste
artigo.
§ 3º. Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratório
da perda, restrição ou suspensão será atribuição da autoridade administrativa ou financeira
que conceder os benefícios, incentivos ou financiamento, no cumprimento de resolução do
CECTEMA.
§ 4º. Nos casos de poluição provocada pelo derramamento ou lançamento
de detritos ou óleo em águas brasileiras por embarcações e terminais marítimos e fluviais,
prevalecerá o disposto na legislação específica.
*Art. 43. É da competência da SEPLAN/RN a imposição da multa prevista
no artigo 42, inciso I, deste Regulamento, ficando vedada sua aplicação, se já tiver sido
imposta pela União ou pelos Municípios.

123
*Parágrafo único. A relação dos infratores à dispositivos legais ou
regulamentares de proteção ao meio ambiente, punidos na forma do caput deste artigo, será
afixada trimestralmente no quadro de avisos do Órgão Central do Sistema, e publicado no
Órgão de Imprensa Oficial a sua disponibilidade às pessoas interessadas.

Art. 44. Na reincidência específica a multa será, no mínimo, o dobro da


anteriormente imposta, não podendo ultrapassar 10.000 (dez mil) Obrigações Reajustáveis
do Tesouro Nacional - ORTNs.
Art. 45. Nas infrações mais graves e continuadas, poderá ser aplicada multa
diária, nos mesmos limites e valores estabelecidos no inciso I do artigo 42 deste
Regulamento.
§ 1º. Na imposição de penalidades pecuniárias, aplicam-se inicialmente
multas simples e concessão de prazo para que o infrator corrija a irregularidade,
importando a reincidência ou o não cumprimento do prazo concedido no agravamento da
penalidade ou na aplicação de multa diária.
§ 2º. A multa diária cessará quando corrigida a irregularidade, mediante
comunicação escrita do infrator e constatação de sua veracidade, não podendo a penalidade
ultrapassar o período de 30 (trinta) dias corridos, contados da data de sua imposição.
§ 3º. Caso persista a infração, após o período de 30 (trinta) dias, constatada
em nova diligência do órgão fiscalizador, a multa diária voltará a ser aplicada, com o
agravamento próprio da reincidência.
Art. 46. É da competência exclusiva do Presidente da República a
suspensão prevista no inciso IV do artigo 42, quando por prazo superior a 30 (trinta) dias.
Art. 47. O Governador do Estado, quando for o caso, poderá propor ao
Ministro de Estado do Interior a aplicação da pena de suspensão de atividade por prazo não
excedente a 30 (trinta) dias, sem prejuízo da adoção de outras medidas da competência
estadual.
Parágrafo único. Da decisão proferida pelo Ministro de Estado do Interior
caberá recurso, com efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, para o Presidente da
República.
Art. 48. O Estado, nos limites de sua respectiva competência, poderá adotar
medidas de emergência para adequar as atividades poluidoras nos limites e critérios
estabelecidos na respectiva legislação.

124
Art. 49. O Governador do Estado poderá adotar medidas de emergência,
visando a reduzir, nos limites necessários, ou paralisar, pelo prazo máximo de 15 (quinze)
dias, as atividades poluidoras.
Parágrafo único. Da decisão proferida com base neste artigo, caberá
recurso, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, para o Ministro de Estado do
Interior.
Art. 50. As pessoas físicas ou jurídicas que, de qualquer modo, degradarem
reservas ou estações ecológicas, bem como outras áreas declaradas como de relevante
interesse ecológico, estão sujeitas às penalidades previstas neste capítulo.
Art. 51. A infração às proibições estabelecidas no artigo 33, deste
Regulamento, sujeitará o infrator à apreensão do material proibido, pelo prazo de 1 (um) a
2 (dois) anos, e ao pagamento de indenização pelos danos causados.
Parágrafo Único. As penalidades previstas neste artigo serão aplicadas pela
Administração da Estação Ecológica.
Art. 52. O descumprimento da legislação relativa às Áreas de Proteção
Ambiental importará na adoção, pela SEPLAN/RN das seguintes providências:
I - advertência;
II - embargo de atividades irregulares, inclusive o de caminhos utilizados
para sua prática;
III - apreensão de material e das máquinas usadas nas atividades irregulares;
IV - exigência de reposição ou de reconstituição, tanto quanto possível, da
situação anterior;
V - imposição de multas, graduadas de Cr$ 200,00 (duzentos cruzeiros) a
Cr$ 2.000,00 (dois mil cruzeiros), reajustáveis de acordo com os índices das Obrigações
Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTNs);
VI - solicitação ao CECTEMA de medidas visando à perda de incentivos
fiscais ou a perda ou suspensão de financiamento concedido por estabelecimento oficial de
crédito.
Art. 53. Serão aplicadas multas diárias:
I - quando do não acatamento do embargo, previsto no artigo 52, II, deste
Regulamento;
II - quando, decorridos 30 (trinta) dias da respectiva notificação, não tenha o
predador assumido o compromisso de repor ou reconstituir, tanto quanto possível, a

125
situação anterior, ou, ainda, quando houver quebra de compromisso assumido nesse
sentido, até que a infração seja sanada;
III - nos demais casos de infração continuada.
Art. 54. As multas serão graduadas de acordo com o maior ou menor dano
ecológico, conforme dispuser o CECTEMA.
§ 1º. Aplicam-se às multas previstas neste Regulamento, as normas da
legislação tributária que regem a imposição e a cobrança das penalidades fiscais e o
respectivo processo administrativo-fiscal.
§ 2º. As multas, ressalvados os casos de impugnação ou recurso, deverão
ser pagas no prazo de 30 (trinta) dias, contados de sua notificação ao infrator.
§ 3º. O não pagamento no respectivo prazo determinará a inscrição como
Dívida Ativa do Estado, processando-se a sua cobrança na forma da Lei aplicável à
espécie.
Art. 55. Serão apreendidas armas, instrumentos, máquinas, veículos,
equipamentos e objetos de qualquer natureza quando utilizados no interior das Áreas de
Proteção Ambiental, em atividades proibidas, devendo o agente fiscalizador lavrar o
competente termo de apreensão.
Parágrafo único. O material, as máquinas e os veículos apreendidos, seja
qual foi a sua natureza, somente serão liberados pela entidade supervisora e fiscalizadora:
I - após o pagamento de multa e a reposição ou reconstituição, tanto quanto
possível, da situação anterior;
II - após o depósito de quantia suficiente para garantir a reposição e
reconstituição de situação anterior;
III - após a assinatura de termo de compromisso pelo infrator que não
voltará a utilizar naquela área o material, máquinas ou veículos apreendidos.
Art. 56. Das penalidades aplicadas caberá, no prazo de 30 (trinta) dias, recurso ao
CECTEMA.

TÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 57. O CECTEMA, por motivo de conveniência administrativa e


objetivando a agilização dos respectivos processos, poderá delegar ao Órgão Central do

126
Sistema Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente a concessão das licenças
previstas neste Regulamento.
Art. 58. O CECTEMA, nos limites de sua competência, poderá baixar as
resoluções que julgar necessárias ao cumprimento deste Regulamento.
Art. 59. A instalação, a construção, ou a ampliação de quaisquer atividades
de produção, transformação e comércio que envolvam o aproveitamento e a utilização dos
recursos naturais, bem como, a edificação ou a reforma de prédios em áreas consideradas
de proteção ambiental e a aprovação de loteamentos no Estado, ficam sujeitas à prévio
registro no Órgão Central do Sistema, que identificará as condições de uso, funcionamento
e localização, quanto à possibilidade de vir a causar poluição ambiental e/ou de
desequilíbrios ecológicos.
Parágrafo único. As atividades de que trata este artigo, já instaladas e em
operação no Estado, ficam obrigadas à registro no Órgão Central do sistema, no prazo de
180 (cento e oitenta) dias, contados da data da vigência desta Lei.
Art. 60. A concessão, pelos órgãos e entidades da Administração Pública
Estadual, Direta e Indireta, de alvará de licença para construção, ampliação de maquinaria
e equipamentos ou funcionamento de quaisquer das atividades referidas no artigo anterior,
somente se efetivará mediante a apresentação do certificado do registro fornecido pelo
Órgão Central do Sistema.
Art. 61. Os casos omissos, neste Regulamento, serão objeto de Resolução do
CECTEMA.
--------------------------------------------------------------------------------------------
-------
* Art. 13:1. As alíneas do inciso III, deste artigo, foram alteradas pelo
Decreto nº 12.424, de 13 de dezembro de 1994.
* Art. 43:1. O § único, deste artigo, foi acrescentado pelo Decreto nº 12.424,
de 13 de dezembro de 1994.
--------------------------------------------------------------------------------------------
-------

127
DECRETO Nº 8.718 DE 16 DE SETEMBRO DE 1983
Cria a Coordenadoria do Meio Ambiente
(CMA) e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, no


uso das atribuições que lhe conferem o artigo 41, inciso v, da Constituição do Estado, e o
artigo 13 da Lei Complementar nº 10, de 30 de abril de 1975, e tendo em vista o disposto
no artigo 4º, § 1º, da Lei nº 5.147, de 30 de setembro de 1982,

DECRETA:

Art. 1º. Fica criada, na estrutura básica da Secretaria do Planejamento


(SEPLAN/RN), a Coordenadoria do Meio Ambiente (CMA), integrada em sua Unidade de
Execução Programática.
Art. 2º. A Coordenadoria do Meio Ambiente (CMA) é a unidade
administrativa responsável pela coordenação das atividades que competem à SEPLAN/RN
na condição de Secretaria Executiva do Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio
Ambiente (CECTEMA) e órgão central do Sistema Estadual de Controle e Preservação do
Meio Ambiente.
Art. 3º. À Coordenadoria do Meio Ambiente (CMA) compete:
I. Assegurar a infra-estrutura administrativa necessária ao funcionamento do
CECTEMA;
II. Promover a publicação, a divulgação e a execução de suas deliberações;
III. Providenciar e fornecer aos Conselheiros, com antecedência mínima
necessária a sua análise prévia, relatórios técnicos e estudos sobre as matérias constantes
da pauta de deliberações do Plenário;
IV. Coordenar as atividades das Câmaras Técnicas do CECTEMA;
V. Tornar efetivas as medidas decorrentes da imposição, pela SEPLAN/RN,
das penalidades previstas na Lei nº 5.147, de 30 de setembro de 1982;
VI. Exercer as funções que lhe forem delegadas pelo CECTEMA;
VII. Executar outras atividades correlatas, especialmente as que lhe forem
atribuídas pelo Secretário do Planejamento.

128
Art. 4º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas
as disposições em contrário.
Palácio Potengi, em Natal, 16 de setembro de 1983, 95º da República.

JOSÉ AGRIPINO MAIA


Manoel Pereira dos Santos

129
DECRETO Nº 9.100, DE 22 DE OUTUBRO DE 1984
Enquadra cursos e reservatórios d’água do
Estado na classificação estabelecida na
Portaria nº 13, de 15 de janeiro de 1976, do
Ministro do Interior, e dá outras
providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE,


usando do atribuição que lhe confere o artigo 41, inciso V, da Constituição Estadual
(redação da Emenda nº 6. de 23.04.79), e
Considerando que compete ao Poder Público zelar pela preservação dos
cursos e reservatórios d’água, notadamente quando se destinarem ao abastecimento da
população;
Considerando a classificação feita pelo Ministério do Interior, para efeito do
controle de qualidade das águas, e a necessidade de nela enquadrar as águas situadas no
território estadual,

D E C R E T A:

Art. 1º. São enquadrados na Classe II, da Portaria nº 13, de 15 de janeiro de


1976, do Ministro do Interior, para efeito do respectivo controle de qualidade, os cursos e
reservatórios d’água constantes da relação anexa ao presente Decreto.
§ 1º. São também enquadradas na Classe II, a que se refere este artigo, as
águas destinadas ao uso doméstico, depois de submetidas a tratamento convencional, à
irrigação de hortaliças ou plantas frutíferas e à recreação de contato primário (natação,
esqui-aquático e mergulho).
§ 2º. Os tributários dos cursos e reservatórios constantes da relação anexa a
este Decreto têm classificação idêntica ou imediatamente abaixo da atribuída ao receptor.
Art. 2º. Os estabelecimentos industriais e outras atividades, que causem ou
possam causar poluição às águas situadas no território estadual, devem informar à
Coordenadoria do Meio Ambiente (CMA) da Secretaria do Planejamento, periodicamente,
ou quando por ela lhes for requisitado, o volume e o tipo de seus efluentes e resíduos,

130
assim como as especificações dos equipamentos antipoluidores de que dispuserem, estejam
ou não em funcionamento.
Art. 3º. A Coordenadoria do Meio Ambiente (CMA) pode estabelecer
outros parâmetros de efluentes ou resíduos, lançados nos cursos e reservatórios d’água, na
conformidade do item XIII, da Portaria nº 13, de 15 de janeiro de 1976, do Ministro do
Interior, ou quaisquer outras que venham a ser definidas, em nível federal.
Art. 4º. Os cursos e reservatórios d’água não abrangidos pelo presente
Decreto serão enquadrados pela Coordenadoria do Meio Ambiente (CMA) da Secretaria
do Planejamento à medida em que forem sendo concluídos os estudos a seu cargo.
Art. 5º. O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Palácio Potengi, em Natal, 22 de outubro de 1984, 96º da República.

JOSÉ AGRIPINO MAIA


Manoel Pereira dos Santos

131
RELAÇÃO ANEXA AO DECRETO Nº 9.100, DE 22 DE OUTUBRO DE 1984
Nº de Denominação do Origem ou Outros locais que Usos principais Observações
orde curso ou localização atravessa
m reservatório
01 Rio Pitimbu Macaíba Eduardo Gomes e Natal Abastecimento Os cursos
d’água, pequena d’água
agricultura, ou
Uso industrial. reservatórios
02 Lagoa do Jiqui Jiqui – Natal ____ do nº 01 ao
Abastecimento 08
03 Rio Jiqui Lagoa do Eduardo Gomes d’água pertencem à
Jiqui Bacia
Pequena Hidrográfica
04 Rio Pirangi Eduardo Gomes agricultura, do Rio
Nísia Floresta Hortigranjeiro. Pirangi (onde
desembocam
05 Rio ____ Pequena todos são
Cajupiranguinha ou Eduardo agricultura e rios pere-nes.
Riacho Água Gomes Pesca. A extensão
06 Vermelha Eduardo Gomes da Bacia é de
Pequena 433,25 km2.
Rio Cajupiranga ou São José de agricultura
07 Riacho Taborda Mipibu Nísia Floresta

Rio Canto ou Rio Eduardo Pequena


08 Pium Gomes Eduardo Gomes agricultura e
Pesca.

09 Lagoa do Pium Rio Pium São Tomé, Sítio Novo, Pequena


Barcelona, Lagoa dos agricultura e
Velhos, Hortigranjeiro.
Rio Potengi Cerro-Corá São Paulo do Potengi,
São Gonçalo do Pequena
Amarante, Macaíba, agricultura e
Natal. Hortigranjeiro.

Abastecimento
d’água, Pecuária,
Agricultura, Pesca
, Uso Industrial.

132
RELAÇÃO ANEXA AO DECRETO Nº 9.100, DE 22 DE OUTUBRO DE 1984

Nº de Denominação Origem ou Outros locais que Usos principais Observações


orde do curso ou localização atravessa
m reservatório
10 Rio Jundiaí Macaíba Natal Abastecimento
d’água e Pequena
agricultura.
11 Lagoa Jundiaí Macaíba ________ Os cursos
Abastecimento d’água
12 Rio Doce Lagoa de Extremoz – Natal d’água. ou
Extremoz reservatórios
Abastecimento do
13 Lagoa de _________ d’água e nº 09 ao nº
Guamoré Extremoz Hortigranjeiro. 25
pertencem a
14 Extremoz Abastecimento Bacia
Lagoa de Rio Mudo - Rio d’água e Hidrográfica
Extremoz Guajiru Hortigranjeiro. do Rio
15 Ceará-Mirim – Potengi-
Rio do Mudo Ceará-Mirim Extremoz Abastecimento Jundiaí;
16 d’água e Somente no
Rio Guajiru Ceará Mirim Ceará-Mirim – Hortigranjeiro trecho
Extremoz Natal-
17 Pequena agricultura Macaíba o
Rio da Prata Macaíba Regime é
Macaíba - São Pequena agricultura perene.
Gonçalo do e Pecuária. Uso A extensão
18 Amarante. Industrial da Bacia
Rio São Gonçalo do é de 4.075
Camaragibe Amarante Pequena agricultura km2.
19 ________ e Pecuária.
Serra do Ingá
20 Rio Pedra Preta
Ielmo Marinho São Tomé Pequena agricultura
Riacho da e Pecuária.
Telha São Pedro
Pecuária

Pecuária –
Agricultura

133
RELAÇÃO ANEXA AO DECRETO Nº 9.100, DE 22 DE OUTUBRO DE 1984
Nº de Denominação do Origem ou Outros locais que Usos principais Observações
orde curso ou localização atravessa
m reservatório
21 Riacho Salgado Serra do Salgado São Pedro - São Paulo Pecuária –
do Potengi Agricultura

22 Riacho Rego São Gonçalo do __________


Molero Amarante - Pecuária –
Riachuelo Agricultura
23 São Pedro - São Paulo
Riacho Pedra Riachuelo do Potengi
Branca Pecuária –
24 Barcelona - São Tomé Agricultura
Serra da
Riacho do Gamaleira
25 Formigueiro _________ Pecuária –
Agricultura
Riacho do Sangue Macaiba

Pecuária –
Agricultura

134
DECRETO Nº 10.388, DE 07 DE JUNHO DE 1989
Aprova o Plano de Manejo do Parque Estadual
das Dunas de Natal.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE,


usando da atribuição que lhe confere o artigo 41, inciso V, da Constituição Estadual.

DECRETA:

*Art. 1º. Fica aprovado, nos termos do Anexo a este Decreto, o Plano de
Manejo do “Parque das Dunas”; situado no Município de Natal e instituído pelo Decreto nº
7.237, de 22 de novembro de 1977.
*Art. 2º. A unidade de conservação ambiental de que trata o artigo 1º é
administrada pela Coordenadoria do Meio Ambiente (CMA) da Secretaria de Fazenda e
Planejamento.
*§ 1º. Compete à CMA adotar as providências necessárias à preservação e
defesa do Parque das Dunas, solicitando, quando for o caso, o auxílio da força pública e de
outros órgãos estaduais, federais ou municipais.
*§ 2º. Cabe ainda à CMA promover a revisão periódica do Plano de
Manejo, em intervalos não superiores a cinco anos, com observância dos princípios
estabelecidos no plano básico, ouvido, sempre, o Conselho Estadual de Ciência,
Tecnologia e Meio Ambiente.
Art. 3º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas
as disposições em contrário.

Palácio Potengi, em Natal, 07 de junho de 1989, 101º da República.

GERALDO JOSÉ DE MELO


Nathanias Ribeiro Von Sohsten Júnior
Benivaldo Alves de Azevedo

135
-------------------------------------------------------------------------------------------
-
*Art. 1º:1. A redação deste artigo foi alterada pelo Decreto nº 11.611, de 12
de março de 1993.
*Art. 2º:1. A redação deste artigo e seus respectivos parágrafos foram
alterados pelo Decreto nº 11.611, de 12 de março de 1993.
--------------------------------------------------------------------------------------------

136
DECRETO Nº 10.582, DE 06 DE MARÇO DE 1990
Cria o Sistema de Controle Ambiental e
Sanitário do Litoral (SCASL), e dá outras
providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, no


uso de suas atribuições constitucionais e tendo em vista o que consta do art. 18, caput e art.
19, inciso VI, bem como do art. 20, inciso VII, da Constituição Estadual e art. 25, § 1º, da
Constituição Federal,
DECRETA:

Art. 1º. Fica instituído o Sistema de Controle Ambiental e Sanitário do


Litoral (SCASL), a ser conjuntamente exercido pela Coordenadoria do Meio Ambiente da
Secretaria do Planejamento, pela Coordenadoria de Vigilância Sanitária da Secretaria da
Saúde Pública, pela EMPROTURN - Empresa de Promoção e Desenvolvimento do
Turismo do Rio Grande do Norte, vinculada à Secretaria da Indústria e Comércio e pela
Coordenadoria de Polícia Civil da Secretaria da Segurança Pública.
Art. 2º. O SCASL funciona sob a forma de grupo de trabalho, cabendo a
sua Presidência ao Coordenador do Meio Ambiente.
Art. 3º. Sem prejuízo das licenças e permissões que devam obter ou tenham
obtido do Serviço do Patrimônio da União-SPU, da Capitania dos Portos ou das Prefeituras
dos Municípios onde estejam localizados, os prédios, construções e estabelecimentos já
instalados ou que venham a se instalar na orla marítima, ficam sujeitos a licenciamento
pelo SCASL, que, para concedê-lo, exigirá o atendimento, dentre outras condições que
venham a ser estabelecidas, pelo menos das seguintes:
I - condições adequadas de higiene e padrões mínimos de qualidade dos
produtos postos à venda, especialmente nos locais que sirvam alimentos e bebidas ao
público, inclusive barracas de qualquer tipo;
II - preservação dos recursos naturais, especialmente a cobertura vegetal e as
coleções hídricas, inclusive lagoas, rios e fontes;
III - conservação das características do meio ambiente, bem como, do
direito de livre acesso à praia e, ainda, de visão do mar.

137
§ 1º . O Presidente do SCASL, cujas atribuições serão fixadas em
regimento interno, determinará imediata fiscalização para que seja apurada a observância
do disposto na legislação sobre defesa do meio ambiente e neste Decreto, em áreas da orla
marítima, ficando autorizado, no caso de ocorrência de infração, a sustar licenciamentos,
interditar estabelecimentos ou construções e promover quaisquer outras medidas de caráter
preventivo, no âmbito de sua competência específica.
§ 2º. O SCASL deverá propor às entidades competentes medidas que,
mediante alteração de leis federais e estaduais, simplifiquem os procedimentos relativos à
concessão dos licenciamentos de que trata o caput deste artigo.
Art. 4º. O SCASL deve articular-se, de imediato, com órgãos federais e
estaduais competentes, bem como, com entidades ligadas à defesa do meio ambiente,
podendo celebrar, para tanto, convênios e contratos, para execução de medidas que
assegurem a observância das exigências estabelecidas em leis e decretos federais e
estaduais aplicáveis à situação ora disciplinada.
Art. 5º. O SCASL pode designar representantes voluntários, sem direito a
qualquer remuneração, em localidades do litoral do Estado, os quais exercerão atividades
de fiscalização, com o fim de propiciar ações imediatas e eficazes por parte do SCASL.
Parágrafo Único. A escolha dos fiscais será feita, sempre que possível,
mediante indicação das entidades relacionadas com a defesa do meio ambiente.
Art. 6º. O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Palácio Potengi, em Natal, 06 de março de 1990, 102º da República.

GERALDO JOSÉ DE MELO


Nathanias Ribeiro Von Sohsten Júnior
Pedro Ferreira de Melo Filho
Benivaldo Alves de Azevedo
João José Pinheiro Veiga

138
DECRETO Nº 10.683, DE 06 DE JUNHO DE 1990
Cria a Área de Proteção Ambiental (APA),
e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, no
uso de suas atribuições constitucionais e tendo em vista o que consta do artigo 18, caput e
artigo 19, inciso VI, bem como, do artigo 20, incisos VI e VII, da Constituição Estadual,
DECRETA:
Art. 1º. Fica criada a Área de Proteção Ambiental (APA) Piquiri-Una,
composta por dois polígonos, o primeiro englobando a sub-bacia do Rio Piquiri situado nos
municípios de Pedro Velho e de Canguaretama, e delimitado pelas Coordenadas com
longitude oeste 35º11’00” e 35º16’52”, e latitude sul 6º 21’45” e 6º26’30”, e o segundo
englobando as sub-bacias dos Riachos Salto e Una situados no município de Espírito Santo
e delimitado pelos vértices com as seguintes coordenadas: vértice I-6º 21’45” de latitude
sul e 35º 16’ 52” de longitude oeste: vértice II - 6º 21’ 45” de latitude sul e 35º 16’ 15” de
longitude oeste: vértice III - 6º 18’34” de latitude sul e 35º 16’15” de longitude oeste:
vértice IV - 6º 18’ 34” de latitude sul e 35º 18’ 8” de longitude oeste: vértice V - 6º 22’
55” de latitude sul e 35º 16’ 52” de longitude oeste.
Art. 2º. Fica a Coordenadoria do Meio Ambiente (CMA), conjuntamente
com a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN), encarregada de
num prazo de 180 (cento e oitenta) dias, elaborar e executar estudo ambiental, objetivando
o zoneamento de usos e ocupação da APA ora instituída.
Art. 3º. Durante o período de elaboração e execução do estudo referido no
artigo anterior, fica proibido qualquer ação de desmate na área, exceto com expressa
autorização da CMA.
Art. 4º. Após a conclusão dos estudos, deverá a APA ter seus usos
regulamentados por Decreto específico.
Art. 5º. O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Palácio Potengi, em Natal, 06 de junho de 1990, 102º da República.
GERALDO JOSÉ DE MELO
Otto Euphrásio de Santana

139
DECRETO Nº 12.620, DE 17 DE MAIO DE 1995
Cria a Área de Proteção Ambiental (APA)
Genipabu, nos Municípios de Extremoz e
Natal e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, no


uso de suas atribuições constitucionais e tendo em vista o que consta dos artigos 18, caput,
19, VI, e 20, VI e VII, da Constituição Estadual,

DECRETA:

Art. 1º. Fica declarada como Área de Proteção Ambiental (APA) Genipabu,
a região situada nos municípios de Extremoz e Natal, com a delimitação geográfica
constante do artigo 3º deste Decreto.
Art. 2º. A declaração, a que se refere o artigo anterior, tem como objetivo
ordenar o uso, proteger e preservar:
a) os ecossistemas de praias, mata atlântica e manguezal;
b) lagoas, rios e demais recursos hídricos;
c) dunas;
d) espécies vegetais e animais.
Art. 3º. A Área de Proteção Ambiental (APA) Genipabu tem a seguinte
delimitação geográfica: partindo-se do ponto P.01, de coordenadas geográficas latitude 05º
40’ 40” Sul e longitude 35º 12’ 56” Oeste, situado na Foz do Rio Ceará-Mirim, no
município de Extremoz - RN, segue-se o rumo S 45º W, num percurso de 1.300 metros,
chegando-se ao ponto P.02, posicionando sobre a estrada que liga o núcleo urbano de
Genipabu à cidade de Extremoz, de coordenadas geográficas latitude 05º 41’ 13” Sul e
longitude 35º 13’ 26” Oeste; deste ponto, segue-se pela rodovia que liga Genipabu a Natal,
por um percurso de 3.600 metros, chegando-se ao ponto P.03, posicionado na ponte sobre
o Rio Doce e com coordenadas geográficas latitude 05º 42’ 56” Sul e longitude 35º 14’ 01”
Oeste; deste ponto, segue-se para jusante, pela margem esquerda do Rio Doce, num
percurso aproximado de 3.100 metros, chegando-se ao P.04, com coordenadas geográficas
latitude 05º 44’ 20” Sul e longitude 35º 13’ 15” Oeste. Deste ponto, segue-se segundo o

140
rumo N 90º E, por uma distância de 1.800 metros, até o ponto P. 05, posicionado na linha
de costa e com coordenadas geográficas latitude 05º 44’ 20” Sul e longitude 35º 12’ 10”
Oeste. O limite Leste é definido pela linha de costa, partindo-se do P. 05 e seguindo-se
para Norte até o ponto P. 01, origem da poligonal envolvente, conforme mapa anexo.

Art. 4º. A Secretaria de Planejamento e Finanças - SEPLAN, num prazo de


07 (sete) dias, a contar da data de publicação deste Decreto, fica encarregada de constituir
um Grupo de Assessoramento Técnico multidisciplinar, composto por representantes: da
Fundação Instituto de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Norte - IDEC, da
Coordenadoria do Meio Ambiente - CMA, da Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio
- STINC, do Conselho Estadual de Turismo - CONETUR, do Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, da Fundação Municipal de Meio
Ambiente - ECO-Natal e da Prefeitura Municipal de Extremoz, objetivando a elaboração
do Zoneamento e do Plano de Ação da Área de Proteção Ambiental, ora instituída, a serem
concluídos no prazo máximo de 180 (cento e oitenta dias).
§ 1º O resultado dos trabalhos citados no caput deste artigo deverá ser
submetido à apreciação do Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente -
CECTEMA, e, se aprovado, deverá ser regulamentado por Decreto específico.
§ 2º Cabe ao Grupo de Assessoramento Técnico elaborar, num prazo de 30
(trinta) dias, normas emergenciais de uso e ocupação da área das dunas de Genipabu, a
serem submetidas à apreciação do Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio
Ambiente - CECTEMA, ficando, neste período, suspensas quaisquer atividades causadoras
de danos ao meio ambiente da área supracitada.
§ 3º As normas, a que se refere o parágrafo anterior, vigorarão até a
instituição da regulamentação dos trabalhos, prevista no parágrafo primeiro deste artigo,
cabendo à Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio - STINC e à Coordenadoria do
Meio Ambiente - CMA o cumprimento das mesmas.

Art. 5º A área das dunas fixas e móveis de Genipabu fica declarada “non
aedificandi”, até o cumprimento do disposto no parágrafo primeiro do artigo anterior.
Art. 6º O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.

141
Palácio Potengi, em Natal, 17 de maio de 1995

GARIBALDI ALVES FILHO


Abelírio Vasconcelos da Rocha

142
DECRETO Nº 13.211, DE 09 DE JANEIRO DE 1997
Prorroga a suspensão de licenciamentos de
construções na Zona Costeira e dá outras
providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE,


usando de suas atribuições que lhe confere os arts. 64, inciso V, 18, caput, 19, incisos III e
VI e 20, incisos VI e VII da Constituição Estadual,

D E C R E T A:
Art. 1º. Fica prorrogada, até o início da vigência da Lei que instituirá, no
Estado, o Zoneamento Ecológico-Econômico do litoral oriental da Zona Costeira, a
suspensão dos licenciamentos ambientais para edificações com mais de 03 (três)
pavimentos, a serem construídas numa faixa de 300 (trezentos) metros, paralela à linha de
preamar máxima, compreendida na Zona Costeira dos municípios de Maxaranguape à Baía
Formosa.
Parágrafo único - A Zona Costeira e o Zoneamento Ecológico-Econômico
são definidos conforme o disposto no art. 2º, incisos I e III da Lei nº 6.950, de 20 de agosto
de 1996, estando o litoral oriental da Zona Costeira delimitado no art. 3º, inciso II, da
mesma Lei.
Art. 2º. Os Municípios costeiros que integram o litoral oriental, referidos no
caput do artigo anterior, que dispõem dos Planos Diretores ficam excluídos das
determinações contidas neste Decreto.
Art. 3º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas
as dispoisções em contrário.
Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 09 de janeiro de 1997, 109º
da República.
GARIBALDI ALVES FILHO
Jaime Mariz de Faria Júnior

143
DECRETO Nº 13.262, DE 06 DE MARÇO DE 1997
Dispõe sobre a criação do Comitê Estadual
da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, e
dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, no


uso de suas atribuições constitucionais e tendo em vista o que consta dos artigos, 18, caput,
19, VI e 20, VI e VII, da Constituição Estadual,
DECRETA:

Art. 1º. Fica criado o Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata


Atlântica, que será composto paritariamente por 14 (quatorze) membros, sendo 07 (sete)
representantes de entidades governamentais e 07 (sete) não governamentais, da seguinte
forma:
I. 01 (um) representante e suplente do Instituto de Desenvolvimento
Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte - IDEC;
II. 01 (um) representante e suplente da Secretaria de Turismo;
III. 01 (um) representante e suplente da Fundação Eco-Natal;
IV. 01 (um) representante e suplente do Instituto de Terras do Rio Grande
do Norte - ITERN;
V. 01 (um) representante e suplente da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte - UFRN;
VI. 01 (um) representante e suplente da Fundação José Augusto - FJA;
VII. 01 (um) representante e suplente do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;
VIII. 07 (sete) representantes e suplentes de entidades não governamentais.
Parágrafo único - Os representantes das entidades não governamentais e
seus respectivos suplentes serão escolhidos pelos pares e designados pelo Governador do
Estado.
Art. 2º. O Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do
Rio Grande do Norte - IDEC dará apoio estrutural e administrativo necessário para o

144
funcionamento do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, bem como,
exercerá as funções de Secretaria Executiva.
Art. 3º. Devem ser consideradas à nível da Política Ambiental do Estado do
Rio Grande do Norte, as recomendações provenientes desse Comitê, sobretudo as
relacionadas à implementação de um Programa Estadual visando a proteção e a
recuperação da biodiversidade, o conhecimento científico e o desenvolvimento sustentável
da Mata Atlântica.
Art. 4º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.

Palácio dos Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 06 de março de 1997,


109º da República.

GARIBALDI ALVES FILHO


João Felipe da Trindade

145
DECRETO Nº 13.500, DE 05 DE SETEMBRO DE 1997
Aprova o Regulamento dos Parques Estaduais.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE,


usando das atribuições que lhe conferem o art. 64, inciso V, 19, incisos III, VI e VII e 20,
incisos VI, VII e VIII da Constituição Estadual,
D E C R E T A:

Art. 1º. Fica aprovado o Regulamento dos Parques Estaduais, anexo a este
Decreto.
Art. 2º. O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.

Palácio dos Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 05 de setembro de 1997,


109º da República.
GARIBALDI ALVES FILHO

REGULAMENTO DOS PARQUES ESTADUAIS

Art. 1º. Os Parques Estaduais ficam sujeitos às normas do presente


Regulamento.
Art. 2º. Os Parques Estaduais são bens do Estado do Rio Grande do Norte,
instituídos pelo Governo Estadual e administrados pelo órgão ambiental, executor da
política estadual de controle e preservação do meio ambiente, e destinados ao uso comum
do povo, sendo submetidos à condição de inalienabilidade e indisponibilidade, no seu todo
ou em parte, ficando vedado qualquer empreendimento público ou privado, bem como
atividade, que venha a alterar ou comprometer os objetivos de sua instituição.
Parágrafo único. Para efeito do presente Regulamento, consideram-se
Parques Estaduais as áreas definidas por ato do Poder Público, dotadas de atributos
excepcionais da natureza, com finalidade de proteção integral da flora, da fauna, do solo,

146
da água, de outros recursos e belezas naturais, conciliando sua utilização com objetivos
científicos, culturais, educacionais, de lazer e turismo ecológico.
Art. 3º. A criação de Parques Estaduais tem por objetivos principais:
I- garantir a preservação e conservação dos ecossistemas naturais
englobados;
II- proteger recursos genéticos;
III- possibilitar a realização de estudos, pesquisas, trabalhos de interesse
científico e monitoramento;
IV- preservar sítios de valor histórico, arqueológico e geomorfológico;
V- oferecer condições para lazer, turismo ecológico e realização de
atividades educativas e de concientização ecológica.
Parágrafo único. O uso e a destinação das áreas que constituem os Parques
Estaduais devem respeitar a integridade dos ecossistemas naturais abrangidos.
Art. 4º. A proposta para criação de Parques Estaduais deverá ser
encaminhada ao Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONEMA, pelo órgão ambiental
do Estado, com base em estudos que justifiquem a sua criação, podendo a área pertencer
ao Estado ou não, desde que atendam as seguintes exigências:
I- possuir um ou mais ecossistemas naturais, nos quais as espécies vegetais
e animais, os sítios ecológicos, geomorfológicos e o habitat, ofereçam interesse especial
do ponto de vista científico, cultural, de lazer e turismo ecológico ou em que existam
paisagens naturais de grande valor cênico;
II- ter sido objeto de medidas protetoras por parte do Estado, para manter a
integridade dos ecossistemas naturais determinantes da criação dos Parques;
III- condicionar a visitação pública à restrições específicas, mesmo para
propósitos científicos, culturais, educativos, de lazer e turismo ecológico.
Art. 5º. Os Parques Estaduais não poderão ter seus limites alterados,
alienados ou suprimidos, mesmo que em parte, salvo em virtude de lei, nos termos do art.
225, § 1º, inciso III, da Constituição Federal.
Parágrafo único. Para a correta definição das divisas dos Parques, com as
respectivas áreas limítrofes, deverão ser feitos aceiros adequados, internos e externos,
através de cercas ou tapumes divisores.
Art. 6º. No instrumento de criação de Parque Estadual, deverão constar os
objetivos básicos, o memorial descritivo do perímetro da área, o nome do órgão ambiental

147
do Estado, responsável por sua administração, bem como, o prazo dentro do qual será
elaborado o respectivo Plano de Manejo.
Parágrafo único. O Estado providenciará, no devido prazo, através dos
instrumentos legais cabíveis, a regularização fundiária do Parque Estadual criado.
Art. 7º. A elaboração, implantação, avaliação e revisão do Plano de Manejo
de cada Parque, ficarão a cargo do órgão ambiental estadual e deverão ser submetidas à
aprovação do CONEMA.
§ 1º. O órgão ambiental do Estado deverá criar uma equipe multidisciplinar
para elaboração do respectivo Plano de Manejo.
§ 2º. Os Parques Estaduais Criados antes da entrada em vigor do presente
Regulamento deverão ter seus Planos de Manejo elaborados, dentro de prazo razoável,
pela equipe multidisciplinar de que trata o parágrafo anterior.
§ 3º. O Plano de Manejo de cada Parque deverá ser revisto a cada 05
(cinco) anos, observadas as condições previstas no plano básico.
Art. 8º. Os Planos de Manejo são instrumentos que, utilizando técnicas de
planejamento ecológico, determinam o zoneamento dos Parques Estaduais, caracterizando
cada uma de suas zonas, e propondo o seu desenvolvimento físico, de acordo com as suas
finalidades.
Art. 9º. Os Planos de Manejo poderão conter, conforme o caso, as seguintes
zonas:
I- Zona Intangível - é aquela em que a primitividade da natureza permanece
intacta, não se tolerando quaisquer alterações humanas, funcionando como matriz de
repovoamento de outras zonas, onde já são permitidas atividades humanas
regulamentadas; dedicando-se à proteção integral de ecossistemas, aos recursos genéticos
e ao monitoramento ambiental, tendo como objetivo básico do manejo a garantia da
preservação do ambiente natural;
II- Zona Primitiva - é aquela onde ocorre mínima intervenção humana,
contendo espécies da flora e da fauna ou fenômenos naturais de grande valor científico,
situando-se entre a Zona Intangível e a Zona de Uso Extensivo; tendo como objetivo do
manejo a preservação do ambiente natural;
III- Zona de Uso Extensivo - é aquela constituída em sua maior parte de
áreas naturais, podendo apresentar alguma alteração humana; caracterizando-se como
Zona de Transição entre a Zona Primitiva e a Zona de Uso Intensivo e tendo como

148
objetivo do manejo a manutenção do ambiente natural com mínima interferência humana,
apesar de oferecer acesso e facilidade ao público, para fins educativos e recreativos;
IV- Zona de Uso Intensivo - é aquela constituída por áreas naturais ou
alteradas pelo homem, cujo ambiente é mantido o mais próximo possível do natural,
podendo conter: centro de visitantes, museus, mostruários da flora e da fauna, bem como,
outras facilidades e serviços; tendo como objetivo do manejo facilitar a recreação e a
educação ambiental, em harmonia com o meio;
V- Zona Histórico-Cultural - é aquela onde são encontradas manifestações
históricas e culturais, ou arqueológicas, que serão preservadas, estudadas, restauradas e
interpretadas para o público, servindo à pesquisa, educação e ao uso científico; tendo
como objetivo do manejo proteger sítios históricos ou arqueológicos;
VI- Zona de Recuperação - é aquela que contém áreas consideravelmente
alteradas pelo homem, sendo considerada Zona Provisória e, uma vez restaurada, deverá
incorporar-se novamente a uma das zonas permanentes, removendo-se as espécies exóticas
introduzidas, de modo que a restauração se processe naturalmente; tendo como objetivo do
manejo, deter a degradação dos recursos naturais ou restaurar a área;
VII- Zona de Uso Especial - é aquela que contém áreas necessárias à
administração, manutenção e serviços dos Parques, abrangendo habitações, escritórios,
oficinas e outros, localizando-se, sempre que possível, na periferia dos Parques; tendo
como objetivo do manejo minimizar o impacto da implantação das estruturas e os efeitos
da realização de obras no ambiente natural ou cultural dos Parques;
VIII- Zona de Proteção Ambiental - é aquela que contém as áreas
circunvizinhas dos Parques, pertencentes ao Estado ou não, a serem definidas previamente
nos respectivos Planos de Manejo, e cuja destinação fica sujeita à fiscalização do órgão
ambiental Estadual, o qual poderá, através de deliberação do CONEMA, limitar ou
proibir:
a) a implantação e o funcionamento de indústrias potencialmente
poluidoras, capazes de afetar mananciais de água, a flora e a fauna dos Parques;
b) a realização de obras de terraplenagem e a abertura de canais, quando
essas iniciativas importarem sensível alteração das condições ecológicas locais;
c) o exercício de atividades capazes de provocar acelerada erosão das
terras ou acentuado assoreamento das coleções hídricas;

149
d) o exercício de atividades, especialmente o uso de fogo para qualquer
fim, que ameacem extinguir, na área protegida, as espécies raras.
Art. 10. Os Parques Estaduais integrarão o Sistema Estadual de Unidades
de Conservação – SEUC, devendo dispor de uma estrutura que compreenda
administração, pessoal, material e serviços.
Art. 11. Os Parques Estaduais deverão ser dirigidos por profissionais de
reconhecida capacidade técnico-científica, no que se refere à conservação da natureza,
pertencentes aos quadros funcionais do órgão ambiental do Estado, aos quais compete:
I- cumprir e fazer cumprir as normas aplicáveis à Parques, flora e fauna,
contidas no Código Florestal, Código de Pesca, Lei de Proteção à Fauna, neste
Regulamento e demais legislações sobre o assunto, dentro dos limites de sua competência;
II- comunicar à autoridade competente o descumprimento das normas
previstas no presente Regulamento, quando se tratar de assunto fora do alcance de sua área
de competência;
III- participar da elaboração de Plano de Manejo, supervisionando sua
implantação;
IV- opinar sobre a viabilidade de projetos a serem desenvolvidos dentro dos
limites do Parque, acompanhando e fiscalizando sua execução, de modo a que se
compatibilize com o Plano de Manejo;
V- cumprir as determinações emanadas do órgão ambiental estadual;
VI- administrar o seu pessoal;
VII- apresentar relatórios, pareceres, prestações de contas e outras tarefas
atinentes à administração do Parque;
VIII- desenvolver atividades de educação e conscientização ambiental tanto
no Parque como nas regiões vizinhas, conforme os programas estabelecidos;
IX- exercer o controle e a avaliação dos sistemas de vigilância, de
comunicação e de prevenção de incêndios;
X- zelar pela adoção das normas técnicas para proteção e segurança do
público na área do Parque;
XI- executar tarefas correlatas.
Art. 12. Não serão permitidos dentro das áreas dos Parques Estaduais:
I- qualquer forma de exploração das riquezas e dos recursos naturais;

150
II- a construção de teleféricos, rodovias, ferrovias, barragens, aquedutos,
oleodutos, linhas transmissoras de energia elétrica, torres para antenas de
telecomunicações e transmissão de sinais de televisão, rádio e similares, estações de
tratamento de esgotos sanitários ou industriais e outras obras que possam alterar suas
condições naturais e não sejam de exclusivo interesse dos Parques;
III- a construção de unidades residenciais e comerciais, exceto aquelas
destinadas à administração e funcionamento dos Parques;
IV- a coleta de mudas, frutos, sementes, raízes,cascas e folhas;
V- o corte de árvores, arbustos e retirada de demais formas de vegetação;
VI- subir, gravar, pintar, escrever ou pendurar redes de dormir nas árvores,
pedras, cercas e muros;
VII- a perseguição, apanha, aprisionamento e abate de exemplares da fauna,
caça ou pesca esportiva ou amadorísticas, bem como, qualquer atividade que venha a
afetar a vida animal em seu meio natural;
VIII- o fornecimento de alimentação de qualquer tipo, aos animais
localizados nos Parques;
IX- a introdução de espécie estranha aos ecossistemas protegidos, ou de
animal doméstico, domesticado ou amansado, seja aborígene ou alienígena;
X- o abandono de lixo, detritos, dejetos ou outros materiais que maculem a
integridade paisagística, sanitária ou cênica dos Parques;
XI- a utilização nociva das águas superficiais e/ou subterrâneas dos
Parques, sobretudo em se tratando de atividade incompatível com a unidade de
conservação;
XII- a prática de qualquer ato que possa provocar incêndio, inclusive
através do uso de cigarros ou similares;
XIII- a utilização de material publicitário sem prévia autorização da
administração dos Parques, ouvido o órgão ambiental estadual;
XIV- a colocação de placa, aviso, sinal, tapume, holofotes, instrumentos de
som, ou qualquer forma de comunicação audiovisual ou de publicidade que não tenha
relação direta com o Plano de Operação dos Parques e que interfira em seus ambientes
naturais;

151
XV- o ingresso ou permanência de visitantes portando armas, materiais ou
instrumentos destinados a qualquer atividade prejudicial à flora ou à fauna, especialmente
corte, caça e pesca, inclusive amadoras ou esportivas;
XVI- o ingresso ou uso de veículo, a não ser na Zona de Uso Especial e na
Zona de Uso Intensivo, observadas as normas de administração do Parque;
XVII- o ingresso e permanência de qualquer tipo de de embarcação de
propriedade particular;
XVIII- a realização de quaisquer atividades no período noturno, com
exceção da administrativa, necessária à segurança e integridade dos Parques;
XIX- a realização de pesquisas científicas, quando não justificadas;
XX- a realização de qualquer atividade comercial, exceto as previstas no
Plano de Manejo;
XXI- permanecer no Parque na qualidade de visitante, fora do horário
normal de visitação, exceto nos locais destinados a acampamento.
Parágrafo único. Na Zona de Uso Intensivo serão feitas, rotineiramente,
podas e coletas da vegetação, objetivando a limpeza e manutenção da área.
Art. 13. Nos Parques Estaduais poderão, excepcionalmente, ser autorizadas
algumas das atividades vedadas no artigo anterior, tais como:
I - serviços de aterros, escavações, contenção de encostas, correções,
adubação ou recuperação de solos nas Zonas de Uso Intensivo e de Uso Especial, desde
que não interfiram, salvo no mínimo possível, no ambiente natural;
II - coleta de espécies vegetais para fins estritamente científicos e quando
do interesse dos Parques, observadas, em cada caso, as normas pertinentes;
III - abate, corte, ou plantio de qualquer espécie de vegetação, somente nas
Zonas de Uso Intensivo, Uso Especial e Histórico-Cultural, de acordo com as diretrizes
dos respectivos Planos de Manejo;
IV- arranjos paisagísticos, nas Zonas de Uso Intensivo e de Uso Especial,
usando-se, de preferência, espécies das formações naturais dos ecossistemas dos próprios
Parques;
V- coleta ou apanha de espécie animal, somente para fins científicos e
quando do interesse dos Parques, respeitadas as normas que lhe são aplicáveis;

152
VI- admissão e permanência de animais domésticos ou domesticados,
destinados aos serviços dos Parques, em caso de necessidade, observadas as
determinações do respectivo Plano de Manejo;
VII- a reintrodução de espécies, ou o repovoamento dos Parques com as
mesmas, de acordo com estudos técnicos-científicos específicos;
VIII- eliminação de espécies estranhas ao ecossistema, desde que
comprovada, por pesquisa científica, sua nocividade.
Parágrafo único. A autorização prévia de que trata o caput deste artigo,
compete ao órgão ambiental estadual, sem prejuízo das devidas autorizações federais
cabíveis.
Art. 14 . O controle da população animal ficará entregue, em princípio, aos
fatores naturais de equilíbrio, entre os quais se incluem os predadores naturais.
Parágrafo único. Em casos especiais, cientificamente indicados, será
permitido o controle da população animal, mediante orientação de pesquisadores
especializados e sob fiscalização das administrações dos Parques.
Art. 15. Os exemplares de espécies exóticas da fauna e da flora serão
removidos ou eliminados com aplicação de métodos que minimizem perturbações no
ecossistema e preservem o primitivismo das áreas, sob a responsabilidade de pessoal
qualificado.
Parágrafo único. Se a espécie já estiver integrada ao ecossistema, nele
vivendo como naturalizada, e se para sua erradicação for necessário o emprego de
métodos excessivamente perturbadores do ambiente, permitir-se-á sua evolução normal.
Art. 16. O controle de doenças e pragas somente será feito após autorização
do órgão ambiental estadual, de acordo com projeto baseado em conhecimentos técnicos
cientificamente aceitos e sob a supervisão direta dos administradores dos Parques.
Art. 17. As instalações e construções necessárias à infra-estrutura dos
Parques Estaduais deverão integrar-se à paisagem, e dependerão de prévia aprovação dos
projetos pelo órgão ambiental estadual, observadas as diretrizes estabelecidas nos Planos
de Manejo.
Art. 18. As residências para uso de servidores e de pessoas que exerçam
funções relacionadas com os Planos de Manejo deverão localizar-se, de preferência, na
periferia dos Parques, afastadas da Zona Intangível.

153
Art. 19. As áreas destinadas à acampamento, estacionamento, abrigo,
restaurante e hotel, serão localizadas, sempre que possível, fora do perímetro dos Parques
Estaduais ou da Zona de Uso Intensivo, de acordo com o Plano de Manejo, adotando as
administrações dos Parques, normas de proteção e segurança do público e manutenção de
serviços regulares de limpeza.
Art. 20. Só será permitida a construção de campo de pouso em áreas de
Parques Estaduais quando for indicada nos Planos de Manejo, excluído o uso
indiscriminado pelo público.
Art. 21. O lixo, detritos ou dejetos originários das atividades desenvolvidas
no interior dos Parques Estaduais deverão ser tratados e retirados para fora de seus limites.
Parágrafo único. Na oportunidade da adoção das medidas previstas neste
artigo, serão empregadas técnicas adequadas de tratamento que torne esses despejos
inócuos para o ambiente, seus habitantes e sua fauna.
Art. 22. Serão definidos nos Planos de Manejo, os locais em que serão
instalados os Centros de Visitantes para a recepção, orientação, e motivação do público,
nos quais podem constar museus, mostruários, salas para exposição, palestras e outras
atividades educativas, destinadas à demonstração do valor e importância dos recursos
naturais, propiciando melhor apreciação da flora e fauna existentes nos Parques Estaduais.
§ 1º. Para as atividades desenvolvidas ao ar livre, os Parques Estaduais
disporão de trilhas, caminhos, percursos, mirantes e anfiteatros, de acordo com os Planos
de Manejo, de forma a não perturbar o ambiente natural, nem desvirtuar as suas
finalidades próprias.
§ 2º. A comercialização de artefatos e objetos adequados às finalidades dos
Parques Estaduais poderá ser permitida, desde que devidamente autorizada pelo órgão
ambiental estadual.
Art. 23. As administrações dos Parques Estaduais, quando de interesse das
mesmas e de acordo com os Planos de Manejo, poderão permitir, desde que autorizadas
pelo órgão ambiental estadual:
I- atividades religiosas, reuniões cívicas ou de associações e outros eventos,
desde que se relacionem com os objetivos dos Parques e não prejudiquem o seu
patrimônio natural;

154
II- atividades de pesquisas e estudos dos ecossistemas, para
desenvolvimento científico ou resolução de dúvidas biológicas a respeito de espécies raras
encontradas fora da área protegida.
§ 1º. As pessoas ou entidades interessadas em realizar pesquisas e/ou
estudos nos ecossistemas dos Parques deverão encaminhar os Planos de Pesquisa às
administrações dos Parques, com informações sobre a natureza, os objetivos, as formas e
prazos de execução, e as pretensões de uso ou coleta de material.
§ 2º. Os Planos de Pesquisa somente serão iniciados após sua aprovação
pelas administrações dos Parques e assinatura de Termo de Compromisso próprio.
§ 3º. Durante a pesquisa, qualquer coleta de exemplar da fauna ou da flora
somente poderá ser feita sob a fiscalização direta de técnicos pertencentes às
administrações dos Parques.
§ 4º. Findo o prazo estipulado nos Planos de Pesquisa, concluídos ou não os
trabalhos, os pesquisadores enviarão às administrações dos Parques relatórios contendo a
descrição dos trabalhos feitos e o seu resultado, que ficarão arquivados nos Parques, para
consultas.
§ 5º. Caso os trabalhos não terminem no prazo fixado nos Planos de
Pesquisa, caberá às administrações dos Parques decidir sobre a concessão ou não de novo
prazo para o seu término.
§ 6º. Os materiais adquiridos pelas administrações dos Parques para os
trabalhos de pesquisa serão incorporados aos bens materiais dos Parques.
Art. 24. O horário normal de trabalho nos Parques Estaduais será fixado
pelo órgão ambiental estadual.
Art. 25. A entrada e permanência em Parques Estaduais, nas Zonas
Permitidas, depende de pagamento de ingresso, cujo preço será fixado pelo órgão
ambiental estadual.
§ 1º. Ficam isentos do pagamento de ingresso, autoridades governamentais,
visitantes oficiais credenciados e estudantes de escolas públicas.
§ 2º. O acesso do público às Zonas dos Parques Estaduais, exceto à Zona
Intangível, será regulamentado pelo órgão ambiental estadual, ouvida as respectivas
administrações.
Art. 26. A vigilância e fiscalização dos Parques Estaduais poderão ser
feitas por policiais militares, desde que devidamente treinados para este fim e

155
credenciados para a prática dos atos iniciais necessários à aplicação das penalidades, nos
casos de infração aos dispositivos deste regulamento.
Art. 27. As infrações às disposições do presente Regulamento, sujeitarão
seus transgressores às penalidades estabelecidas no art. 11, da Lei Complementar nº 140,
de 26 de janeiro de 1996, com as alterações feitas pela Lei Complementar nº 148, de 26 de
dezembro de 1996, observadas, ainda, as disposições previstas nos arts. 33, da Lei Federal
nº 4.771, de 15 de setembro de 1965; 26 da Lei Federal nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967 e
53 do Decreto Lei nº 221, de 28 de fevereiro de 1967, sem prejuízo das demais sanções
cabíveis.
§ 1º. As penas de multa serão impostas ao infrator pela administração dos
Parques Estaduais, com base nos valores previstos no art. 11, inciso I, da Lei
Complementar nº 140, de 26 de janeiro de 1996, com as alterações introduzidas pela Lei
Complementar nº 148, de 26 de dezembro de 1996.
§ 2º. As penalidades a que se refere este artigo poderão ter sua gradação
aumentada, de acordo com o previsto no art. no art. 12 da Lei Complementar nº 140, de 26
de janeiro de 1996, alterada pela Lei Complementar nº 148, de 26 de dezembro de 1996.
§ 3º. Os procedimentos a serem adotados na aplicação das penalidades e no
recolhimento das multas são os mesmos praticados atualmente pelo órgão ambiental do
Estado.
Art. 28. Cada Parque terá o seu próprio Regulamento Interno, obedecidas as
normas baixadas pelo presente Regulamento.
Art. 29. O presente Regulamento aplica-se aos processos de licenciamento
em tramitação no órgão ambiental estadual que digam respeito à áreas abrangidas pelos
Parques Estaduais.
Art. 30. Os casos omissos neste Regulamento serão resolvidos pelo órgão
ambiental estadual, ouvida as administrações dos Parques Estaduais.

156
DECRETO Nº 13.798, DE 17 DE FEVEREIRO DE 1998

Aprova o regulamento do Instituto de


desenvolvimento Econômico e Meio
Ambiente do Rio Grande do Norte.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE,


usando das atribuições que lhe conferem o art. 64, inciso V, última parte, da Constituição
Estadual e o art. 2º, § 3º da Lei Complementar Estadual nº 139, de 25 de janeiro de 1996.

D E C R E T A:

Art. 1º. Fica aprovado na conformidade do texto anexo ao presente Decreto, o


Regulamento do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio
Grande do Norte (IDEC).
Art. 2º. O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Palácio dos Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 17 de Fevereiro de 1998,
110º da República

GARIBALDI ALVES FILHO


Jaime Mariz de Faria Júnior

157
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E MEIO AMBIENTE
DO RIO GRANDE DO NORTE (IDEC)

REGULAMENTO
1998

TÍTULO I
DA CARACTERIZAÇÃO E COMPETÊNCIA

Art. 1o. O Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do


Rio Grande do Norte (IDEC), criado pela Lei Complementar no 139, de 25 de janeiro de
1996, a partir da transformação da Fundação Instituto de Desenvolvimento do Rio Grande
do Norte, é pessoa jurídica de direito público, com patrimônio e receita próprios,
constituída sob a forma de autarquia, vinculada à Secretaria de Planejamento e Finanças do
Estado, nos termos da Lei Complementar no 129, de 02 de fevereiro de 1995.
Art. 2o. Compete ao Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio
Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEC):
I - elaborar e difundir informações técnicas e estatísticas pertinentes ao
conhecimento da realidade estadual;
II - realizar os estudos e pesquisas necessários à atividade do planejamento
público estadual ou de interesse de terceiros, desde que compatíveis com as finalidades da
Autarquia e mediante remuneração à preço de mercado;
III - coordenar, supervisionar e executar a política estadual de controle e
preservação do meio ambiente, no sentido de promover a preservação, a conservação, o
aproveitamento, o uso racional e a recuperação dos recursos naturais;
IV - fiscalizar o cumprimento das normas de proteção, controle, utilização e
recuperação dos recursos naturais, aplicando as penalidades disciplinares e/ou
compensatórias às infrações apuradas, ressalvada a competência dos órgãos federais;
V - prover os meios necessários ao funcionamento da Secretaria Executiva
do Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONEMA);

158
VI - exercer outras atividades correlatas.

TÍTULO II
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Art. 3o. O IDEC tem a seguinte estrutura organizacional:


I - Órgãos de Direção Superior:
a) Conselho de Administração (CAD);
b) Diretoria Geral (DIGER);
II - Órgão de Assessoramento ao Diretor Geral:
Secretaria Executiva (SECEX);
III - Órgãos de Atuação Instrumental:
Diretoria Administrativa-Financeira (DAF)
a) Subcoordenadoria de Recursos Humanos (SRH);
b) Subcoordenadoria de Finanças e Contabilidade (SFC);
c) Subcoordenadoria de Administração Geral (SAG);
c.1) Setor de Patrimônio e Almoxarifado (SPA);
c.2) Setor de Transportes (ST);
c.3) Setor de Serviços Auxiliares (SSA).
IV - Órgãos de Execução Programática:
Diretoria Técnica (DT)
a) Coordenadoria de Meio Ambiente (CMA):
a.1) Subcoordenadoria de Planejamento e Educação Ambiental (SPEA);
a.2) Subcoordenadoria de Desenvolvimento Florestal (SDF);
a.3) Subcoordenadoria de Licenciamento e Controle Ambiental (SLCA);
a.4) Subcoordenadoria de Gerenciamento Costeiro (SUGERCO);
b) Coordenadoria de Estatística e Informações (CEI);
c) Coordenadoria de Estudos e Pesquisas (CEP).

TÍTULO III
DA CARACTERIZAÇÃO E DAS ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS E UNIDADES
INTEGRANTES DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

159
CAPÍTULO I
DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Art. 4o. O Conselho de Administração é o órgão colegiado deliberativo de


direção superior, de controle econômico-financeiro e de orientação técnica do IDEC.
Art. 5o. Ao Conselho de Administração compete, além de outras atribuições
previstas em lei e neste Regulamento, a aprovação prévia da política de atuação do IDEC
e, ainda, de:
I - planos e programas de trabalho, bem como, orçamento de despesa e de
investimentos e suas alterações;
II - proposta de contratação de empréstimos e de outras operações que
resultem em endividamento da Autarquia;
III - tarifas e tabelas de produtos e serviços;
IV - programas de divulgação e publicidade;
V - balanços e demonstrativos de prestação de contas e aplicação de
recursos orçamentários e créditos adicionais;
VI - proposta de alteração deste Regulamento;
Art. 6o. O Conselho de Administração compõe-se.
I - do Secretário de Estado de Planejamento e Finanças, na qualidade de seu
Presidente;
II - do Secretário de Estado de Administração;
III - do Secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento;
IV - do Secretário de Estado de Recursos Hídricos;
V - de um representante da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE.
§ 1o. O Diretor Geral do IDEC é o Secretário Executivo do Conselho,
cabendo-lhe a execução das deliberações e decisões do Órgão.
§ 2o. O representante do IBGE será designado pelo Governador do Estado,
por indicação daquela Fundação.
Art. 7o. O Conselho de Administração reger-se-á por um Regimento Interno,
aprovado pela maioria de seus membros.

CAPÍTULO II

160
DA DIRETORIA GERAL (DIGER)

Art. 8o. A Diretoria Geral (DIGER) é o órgão máximo responsável pela


Administração da Autarquia.
Art. 9º. O Diretor Geral do IDEC é de livre nomeação do Governador do
Estado, competindo-lhe:
I - representar a Autarquia, ativa e passivamente, em juízo ou fora dele;
II - exercer as atribuições compreendidas em sua administração geral, em
estrita observância às disposições legais e regulamentares;
III - assegurar a infra-estrutura administrativa necessária ao funcionamento
da Secretaria Executiva do CONEMA;
IV - promover a publicação, divulgação e execução das deliberações do
CONEMA;
V - solicitar a colaboração de entidades públicas ou autorizar a contratação,
de acordo com as exigências legais, de instituições privadas e de pessoas detentoras de
conhecimentos técnicos-científicos, com o objetivo de obter pareceres, laudos e outros
elementos técnicos, que subsidiem decisão sobre matéria de competência da Autarquia;
VI - promover a integração permanente do IDEC com outras entidades que
atuam na área de meio ambiente, sejam elas governamentais ou não governamentais, no
âmbito nacional ou internacional;
VII - submeter ao Conselho de Administração:
a) a política de atuação do IDEC;
b) os planos e programas de trabalho, o orçamento anual e os relatórios
das atividades da Autarquia;
c) questões relativas ao Quadro de Pessoal;
d) o Regulamento e demais atos de organização do IDEC;
VIII - encaminhar, anualmente, ao Tribunal de Contas do Estado, os
balanços e demonstrativos de prestação de contas e aplicação de recursos orçamentários e
créditos adicionais;
IX - movimentar contas bancárias, juntamente com o Diretor
Administrativo-Financeiro;
X - autorizar a publicação e a divulgação de documentos produzidos pelo
IDEC;

161
XI - estabelecer, por ato expresso, a escala de substituição dos ocupantes de
funções de chefia;
XII - praticar atos relativos ao provimento de cargos e à imposição de
penalidades disciplinares, na forma da lei;
XIII - assinar convênios, contratos, acordos e outros atos congêneres;
XIV - avocar atribuições dos subordinados;
XV - delegar poderes à servidores da entidade;
XVI - exercer outras atividades compreendidas nos poderes de direção
inerentes ao cargo.

CAPÍTULO III
SECRETARIA EXECUTIVA (SECEX)

Art. 10. A Secretaria Executiva (SECEX) é o órgão de assessoramento ao


Diretor Geral do IDEC, competindo-lhe:
I - secretariar as reuniões convocadas pelo Diretor Geral preparando atos,
súmulas e memórias;
II - secretariar reuniões do Conselho de Administração;
III - elaborar expedientes do interesse da Diretoria Geral;
IV - controlar o material e os bens patrimoniais de uso da Diretoria Geral;
V - organizar e manter em ordem os arquivos da Diretoria Geral;
VI - promover a tramitação de processos e outros documentos, mantendo em
dia os respectivos registros;
VII - prestar informações aos diversos setores da Autarquia e atender,
quando autorizada, à solicitações externas;
VIII - supervisionar os serviços de digitação e reprografia, do interesse da
Diretoria Geral;
IX - requisitar material e serviços para a Diretoria Geral;
X - exercer outras atividades que lhe sejam atribuídas pelo Diretor Geral.

CAPÍTULO IV
DA DIRETORIA TÉCNICA (DT)

162
Art. 11. A Diretoria Técnica (DT) é a unidade responsável pelas atividades
técnicas internas do órgão, podendo articular-se com instituições governamentais de
âmbito federal, estadual ou municipal e com organizações privadas ou não
governamentais.
Art. 12. O Diretor Técnico é de livre nomeação do Governador do Estado,
competindo-lhe:
I - assessorar o Diretor Geral nos assuntos de natureza técnica;
II - elaborar e acompanhar a execução do plano anual de trabalho, bem
como, consolidar o relatório de atividades do IDEC;
III - emitir pareceres técnicos e efetuar análises de documentos e processos,
nas áreas de competência do IDEC;
IV - intermediar a articulação entre o Diretor Geral e as Coordenadorias;
V - substituir o Diretor Geral em suas ausências e impedimentos;
VI - executar outras atividades correlatas, especialmente as que lhe forem
atribuídas pelo Diretor Geral.
Art. 13. À Diretoria Técnica estão vinculadas as Coordenadorias e
Subcoordenadorias previstas no art. 3º, IV, deste Regulamento.

SEÇÃO I
DA COORDENADORIA DE ESTATÍSTICA E INFORMAÇÕES (CEI)

Art. 14. A Coordenadoria de Estatística e Informações (CEI) é a unidade de


execução programática responsável pela coleta, elaboração, guarda e divulgação de
informações técnicas e estatísticas, cabendo-lhe o exercício das seguintes atribuições:
I - desenvolver e aplicar sistemas, modelos e técnicas referentes à
informações, mantendo:
a)indicadores econômicos, sociais e ambientais que ofereçam informações
objetivas para decisões, a curto e longo prazo, no campo das atividades governamentais e
do setor privado;
b) relatórios informativos sobre o cumprimento das metas programadas e os
obstáculos porventura encontrados na sua execução; e
c) programa de publicações internas e externas de interesse para a
Administração Pública e para o setor privado.

163
II - organizar e manter um banco de dados sobre aspectos sócio-
econômicos, ambientais, institucionais e informações de natureza estatística, geográfica e
cartográfica do Rio Grande do Norte;
III - organizar e manter a Biblioteca do IDEC, para arquivo, serviços de
microfilmagem e microfichamento, publicação e reprodução de documentos e atos da
Autarquia;
IV - promover a aquisição, registro, classificação, catalogação,
armazenamento e circulação de livros, periódicos e documentos técnicos, bem como, a
publicação e divulgação de documentos produzidos;
V - estabelecer procedimentos relativos ao acompanhamento, controle e
avaliação de dados e informações;
VI - identificar a necessidade de pesquisa na sua área de competência;
VII - exercer outras atividades correlatas.

SEÇÃO II
DA COORDENADORIA DE MEIO AMBIENTE (CMA)

Art. 15. A Coordenadoria de Meio Ambiente (CMA) é a unidade


administrativa responsável pela coordenação das atividades relativas à execução da política
estadual de controle e preservação do meio ambiente e pela operacionalização das
atividades da Secretaria Executiva do Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONEMA),
cabendo-lhe o exercício das seguintes atribuições:
I - apoiar as atividades da Secretaria Executiva do CONEMA, no sentido de:
a) providenciar e fornecer aos membros do CONEMA, com a
antecedência mínima a sua análise prévia, relatórios técnicos e estudos sobre as matérias
constantes da pauta de reuniões;
b) coordenar as atividades das Câmaras Técnicas do CONEMA;
II - exercer as funções que lhe forem delegadas pelo CONEMA;
III - propor critérios para definição de áreas críticas a serem submetidos à
aprovação do CONEMA;
IV - analisar projetos e demais documentos referentes à concessão ou
renovação de licença e à implantação de equipamentos e sistemas de controle de poluição;

164
V - propor ao CONEMA a adoção de medidas que visem à redução da carga
de poluição ambiental, a fim de manter as emissões e lançamentos de resíduos e efluentes
nos limites estabelecidos;
VI - tornar efetivas as medidas decorrentes da imposição, pelo Diretor Geral
do IDEC, das penalidades previstas na Lei Complementar nº 140, de 26 de janeiro de
1996, e nos demais documentos legais pertinentes;
VII - formalizar os respectivos instrumentos de aplicação das sanções;
VIII - advertir as fontes poluidoras ou de degradação ambiental através de
termo próprio;
IX - exercer outras atividades correlatas.

SUBSEÇÃO I
DA SUBCOORDENADORIA DE GERENCIAMENTO COSTEIRO (SUGERCO)

Art. 16. A Subcoordenadoria de Gerenciamento Costeiro (SUGERCO) é a


unidade de apoio à Coordenadoria do Meio Ambiente no exercício das funções de planejar
e gerenciar a utilização dos recursos naturais e as atividades sócio-econômicas da Zona
Costeira, cabendo-lhe o exercício das seguintes atribuições:
I - elaborar e implementar o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro;
II - elaborar e implementar o Plano Estadual de Gestão da Zona Costeira,
em articulação com Municípios e instituições públicas e privadas;
III - promover a articulação entre os órgãos setoriais que atuam na área,
visando à integração das ações governamentais destinadas à Zona Costeira;
IV - assessorar e orientar os municípios costeiros na elaboração dos seus
instrumentos legais de ordenamento do território;
V - auxiliar a CMA na execução das ações de controle, licenciamento e
monitoramento, através da participação na elaboração de termos de referência para
EIA/RIMA, análise de estudos de impactos ambientais e pareceres técnicos referentes à
implantação de empreendimentos e atividades na Zona Costeira;
VI - alimentar o Sistema de Informações para o Gerenciamento Costeiro
(SIGERCO) com dados sistematizados referentes ao meio ambiente, sobretudo no que
concerne ao tratamento digital de imagens de satélite, geoprocessamento e banco de dados;
VII - disponibilizar as informações do SIGERCO;

165
VIII - exercer outras atividades correlatas.

SUBSEÇÃO II
DA SUBCOORDENADORIA DE LICENCIAMENTO E CONTROLE
AMBIENTAL(SLCA)

Art. 17. A Subcoordenadoria de Licenciamento e Controle Ambiental


(SLCA) é a unidade de apoio à Coordenadoria de Meio Ambiente, no exercício das
funções de coordenação e execução das atividades de licenciamento e controle ambiental,
cabendo-lhe o exercício das seguintes atribuições:
I - cadastrar e mapear, mantendo permanentemente atualizadas informações
referentes às atividades potencial ou efetivamente poluidoras e/ou degradadoras do meio
ambiente;
II - propor o estabelecimento de normas, padrões e parâmetros, com vistas à
melhoria ou manutenção da boa qualidade ambiental, a serem submetidos à aprovação do
CONEMA;
III - analisar projetos e demais documentos referentes à concessão ou
renovação de licenças bem como as relativas à implantação de equipamentos e sistemas de
controle;
IV - efetuar vistorias e fiscalizar as atividades, efetiva ou potencialmente,
poluidoras e/ou degradadoras do meio ambiente;
V - avaliar os Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e respectivos Relatórios
de Impacto Ambiental (RIMA), bem como os demais estudos e relatórios exigidos para
implantação de projetos públicos e privados, causadores de significativos impactos
ambientais;
VI - receber e apurar denúncias relativas a agressões ao meio ambiente;
VII - monitorar, através de coletas e análises periódicas ou eventuais, a
qualidade do solo, do ar, e das águas superficiais e subterrâneas.
VIII - exercer outras atividades correlatas.

SUBSEÇÃO III
DA SUBCOORDENADORIA DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL (SDF)

166
Art. 18. A Subcoordenadoria de Desenvolvimento Florestal (SDF) é a
unidade de apoio à Coordenadoria de Meio Ambiente no exercício das funções de
coordenação e execução das atividades de desenvolvimento florestal, cabendo-lhe:
I - mapear, caracterizar e qualificar a cobertura vegetal do Estado,
identificando a sua situação atual e gerando informações que irão subsidiar ações de gestão
e monitoramento destes recursos;
II - elaborar e coordenar a execução de planos, programas e projetos
relacionados ao desenvolvimento sustentado dos recursos florestais;
III - promover as atividades relacionadas com o desenvolvimento de base
tecnológica para uso sustentado dos recursos florestais;
IV - participar de estudos e pesquisas relacionados com o processo de
absorção, difusão e aplicação de tecnologia, referente à atividade produtiva florestal;
V - propor o estabelecimento de normas para a preservação e recomposição
das florestas nativas e/ou representativas, de acordo com as particularidades do Estado;
VI - supervisionar e orientar a execução de atividades relacionadas à
legislação pertinente ao uso dos recursos florestais;
VII - orientar a execução das atividades não predatórias de suprimento de
matéria-prima para indústrias utilizadoras de recursos florestais situadas no Estado;
VIII - promover, incentivar e supervisionar atividades de florestamento e
reflorestamento com espécies nativas e exóticas em áreas degradadas e/ou em processo de
regeneração;
IX - supervisionar as atividades de manejo florestal sustentado, visando ao
estabelecimento de alternativas sustentáveis para o suprimento de matéria-prima florestal;
X - promover e supervisionar a execução do monitoramento da situação dos
recursos florestais;
XI - exercer outras atividades correlatas.

SUBSEÇÃO IV
DA SUBCOORDENADORIA DE PLANEJAMENTO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
(SPEA)

Art. 19. A Subcoordenadoria de Planejamento e Educação Ambiental


(SPEA) é a unidade de apoio à Coordenadoria de Meio Ambiente no exercício das funções

167
de planejamento, coordenação e execução das atividades de conservação e educação
ambiental, cabendo-lhe:
I - promover a execução das atividades relativas a preservação e
conservação dos recursos naturais, com vistas à manutenção da biodiversidade;
II - executar as atividades relativas ao planejamento, criação, implantação e
administração de parques e reservas equivalentes de domínio estadual;
III - promover a execução das atividades relativas à educação ambiental;
IV - promover a execução de programas de ação ambiental e turismo
ecológico;
V - executar atividades relativas à conservação da flora e da fauna,
sobretudo as relacionadas com as espécies em extinção, e promover planos e programas
especiais voltados para a sua preservação;
VI - promover e acompanhar a execução de atividades relativas à
recuperação de áreas degradadas em Unidades de Conservação Estaduais;
VII - acompanhar a atuação dos CONDEMA’s;
VIII - elaborar lista atualizada das espécies da flora e fauna ameaçadas de
extinção e de seus fatores determinantes, sugerindo providências destinadas à reversão do
quadro;
IX - realizar ou acompanhar estudos e pesquisas nas unidades de
conservação estaduais;
X - promover a execução de atividades de manejo dos parques estaduais e
reservas equivalentes.
XI - exercer outras atividades correlatas.

SEÇÃO III
DA COORDENADORIA DE ESTUDOS E PESQUISAS (CEP)

Art. 20. A Coordenadoria de Estudos e Pesquisas (CEP) é a unidade


responsável pela elaboração de estudos, pesquisas e análises necessárias à programação
econômica e social dos diversos órgãos e entidades do Governo do Estado, cabendo-lhe o
exercício das seguintes atribuições:
I - promover levantamentos, análises e estudos relativos a situação sócio-
econômica e ambiental do Estado;

168
II - desenvolver e aplicar sistemas, modelos, métodos e técnicas de pesquisa
adequadas à atividades específicas;
III - executar pesquisas para outras unidades do IDEC, bem como para
órgãos e entidades da Administração Pública estadual, federal e municipal e da iniciativa
privada;
IV - exercer outras atividades correlatas.

CAPÍTULO V
DA DIRETORIA ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA (DAF)

Art. 21. A Diretoria Administrativo-Financeira (DAF) é a unidade


responsável pela execução das atividades de administração contábil e financeira, de
recursos humanos, patrimônio e almoxarifado, transportes e serviços auxiliares do IDEC.
Art. 22. O Diretor Administrativo-Financeiro é de livre nomeação do
Governador do Estado, competindo-lhe:
I - planejar, organizar, supervisionar, dirigir e controlar as atividades
administrativas e financeiras do IDEC;
II - cadastrar e administrar o patrimônio da Autarquia;
III - elaborar e encaminhar ao Diretor Geral:
a) a proposta orçamentária para o exercício seguinte, no final do terceiro
trimestre;
b) a programação financeira, com base no orçamento aprovado pelo
Conselho de Administração, no primeiro mês do exercício.
IV - promover as medidas internas necessárias à guarda de valores e ao
controle financeiro;
V - organizar e dirigir os serviços administrativos internos, expedindo
ordens e instruções necessárias ao seu regular funcionamento;
VI - supervisionar a administração de pessoal;
VII - propor ao Diretor Geral atos de provimento de cargos e de aplicação
de penalidades disciplinares;
VIII - substituir o Diretor Técnico em suas ausências e impedimentos;
IX - executar outras atividades correlatas, especialmente as que lhe forem
atribuídas pelo Diretor Geral.

169
Parágrafo único. O Diretor Administrativo-Financeiro substituirá o Diretor
Geral em suas ausências, caso o Diretor Técnico, substituto imediato, esteja
impossibilitado de fazê-lo.
Art. 23. A Diretoria Administrativo-Financeira compõe-se de:
I - Subcoordenadoria de Administração Geral:
a) Setor de Patrimônio e Almoxarifado;
b) Setor de Transportes;
c) Setor de Serviços Auxiliares.
II - Subcoordenadoria de Recursos Humanos;
III - Subcoordenadoria de Finanças e Contabilidade.
Art. 24. À Subcoordenadoria de Administração Geral compete coordenar as
atividades relativas à administração de material, patrimônio e serviços auxiliares do IDEC.
Art. 25. Ao Setor de Patrimônio e Almoxarifado compete:
I - receber, conferir, guardar, distribuir e controlar o material destinado ao
uso da Autarquia;
II - realizar o cadastramento, o controle, a movimentação, e a fiscalização
dos bens da entidade;
III - executar outras atividades correlatas, especialmente as que lhe forem
atribuídas pelo Subcoordenador de Administração Geral.
Art. 26. Ao Setor de Serviços Auxiliares compete:
I - receber, registrar, expedir e controlar a tramitação dos documentos,
processos e correspondências;
II - realizar os serviços de vigilância, portaria, telefonia, reprografia, copa,
limpeza e conservação dos móveis e dependências do prédio do IDEC.
Art. 27. Ao Setor de Transportes compete:
I - controlar a disponibilidade diária de transportes para o serviço da
Autarquia, bem como a sua guarda e correta utilização;
II - observar e controlar os serviços de registro, licenciamento,
abastecimento, conservação, manutenção e reparos de veículos;
III - elaborar, mensalmente, relatório com os custos de conservação e
manutenção de cada veículo sob sua guarda;
IV - executar outras atividades correlatas que lhe forem atribuídas pelo
Subcoordenador de Administração Geral.

170
Art. 28. À Subcoordenadoria de Recursos Humanos compete:
I - manter atualizados os assentamentos e o cadastro de pessoal;
II - prover o setor contábil-financeiro de informações e dados necessários ao
pagamento de pessoal;
III - proceder a avaliação de desempenho de pessoal;
IV - preparar os atos relativos à movimentação de pessoal;
V - promover o recrutamento, seleção e treinamento de pessoal;
VI - propor a concessão de promoções;
VII - exercer outras atividades correlatas, bem como as que lhe forem
atribuídas pelo Diretor Administrativo-Financeiro.
Art. 29. À Subcoordenadoria de Finanças e Contabilidade compete:
I - realizar a apropriação de custos da entidade;
II - executar os serviços de contabilidade;
III - cumprir os atos de execução orçamentária e financeira do IDEC;
IV - executar outras atividades correlatas, especialmente as que lhe forem
atribuídas pelo Diretor Administrativo-Financeiro.
Parágrafo único. Cabe ao Subcoordenador de Contabilidade e Finanças
substituir o Diretor Administrativo-Financeiro em suas ausências e impedimentos.

TÍTULO IV
DO PESSOAL

Art. 30. Considera-se pessoal do IDEC:


I - pessoal de nível superior;
II - pessoal de apoio técnico e administrativo.
Art. 31. O Plano de Cargos e Salários do IDEC fixa as atribuições,
requisitos para provimento dos cargos, forma de recrutamento e promoção, bem como os
vencimentos e as gratificações.
Parágrafo único. A organização e as alterações do Plano de Cargos e
Salários serão propostas pelo Diretor Geral ao Conselho de Administração.
Art. 32. O Plano de Cargos e Salários, a que se refere o artigo anterior,
abrange:
I - o Quadro Permanente de Cargos (QPC);

171
II - o Quadro de Cargos em Comissão (QCC);
III - o Quadro de Funções Gratificadas (QFC).
Art. 33. Aplica-se ao pessoal do IDEC o Regime Jurídico Único dos
Servidores Públicos Estaduais instituído pela Lei Complementar no 122, de 30 de junho de
1994.

TÍTULO V
DA RECEITA E DO PATRIMÔNIO
CAPÍTULO I
DA RECEITA

Art. 34. Os serviços prestados pelo IDEC ao setor privado, aos órgãos e
entidades da Administração Pública Estadual e aos Municípios do Estado do Rio Grande
do Norte devem ser sempre remunerados, exceto quando relacionados com suas atividades
como entidade de apoio ao órgão central do Sistema de Planejamento do Rio Grande do
Norte.
§1º. Os serviços prestados pelo IDEC a órgãos e entidades públicas, não
previstos no caput deste artigo, serão remunerados na forma estabelecida nos contratos ou
convênios correspondentes.
§2º. Os serviços prestados pelo IDEC a entidades privadas serão
remunerados pelo preço vigente no mercado para serviços de igual natureza.
Art. 35. Constituem receita do IDEC:
I - as dotações orçamentárias que lhe forem transferidas pelo Estado,
inclusive créditos adicionais;
II - recursos provenientes de convênios, contratos e acordos;
III - rendas eventuais, inclusive as resultantes de prestação de serviços;
IV - dotações e contribuições de pessoas jurídicas de direito público ou
privado, nacionais ou internacionais;
V - recursos que lhe forem transferidos do Fundo de Desenvolvimento
Econômico e Social (FDES);
VI - recursos que lhe forem transferidos pelo Fundo Estadual de
Preservação do Meio Ambiente - FEPEMA;

172
VII - recursos provenientes de multas, decorrentes de infrações à legislação
ambiental;
VIII - receitas oriundas de taxas incidentes sobre atividades desenvolvidas
pela Coordenadoria de Meio Ambiente;
IX - quaisquer outros recursos previstos em lei ou contrato.
Parágrafo único. Toda receita arrecadada pelo IDEC será recolhida através
da Subcoordenadoria de Finanças e Contabilidade, à instituição bancária determinada pela
Autarquia.
Art. 36. Para a consecução dos seus objetivos, o IDEC poderá efetuar
operações de crédito em moeda nacional ou estrangeira, obedecida a legislação vigente.
Art. 37. O IDEC procederá na forma estabelecida pela legislação aplicável,
sempre que os acordos com organismos estrangeiros exigirem a realização de concorrência
internacional.

CAPÍTULO II
DO PATRIMÔNIO

Art. 38. O patrimônio do IDEC constitui-se dos bens provenientes da


Fundação que o antecedeu, conforme o disposto na Lei Complementar n o 129, de 02 de
fevereiro de 1995, com as alterações introduzidas pela Lei Complementar no 139, de 25 de
janeiro de 1996, Art. 2o, § 2o, assim como dos que vier a adquirir, a qualquer título, na
forma da legislação em vigor.

TÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 39. Os assessores técnicos, profissionais de nível superior, são


responsáveis pelo assessoramento ao Diretor Geral do IDEC, competindo-lhes:
I - colher dados, informações e subsídios, interna ou externamente, para
apoio às decisões do Diretor Geral do IDEC;
II - estudar e propor ao Diretor Geral medidas relativas à política do
Governo, visando à dinamização de suas atividades, em estreita colaboração com os órgãos
de planejamento municipais, estaduais e federais;

173
III - programar a articulação do Diretor Geral do IDEC com órgãos e
entidades direta ou indiretamente relacionados com a Autarquia;
IV - exercer outras atividades correlatas, especialmente as que lhe forem
atribuídas pelo Diretor Geral do IDEC.
Art. 40. Os Assessores Jurídicos são responsáveis pelo planejamento,
coordenação e controle dos serviços jurídicos do IDEC, competindo-lhes:
I - prestar assessoria ao Diretor Geral e demais unidades administrativas,
através de pareceres, em assuntos afetos à vida institucional do IDEC;
II - atuar, na qualidade de advogado do IDEC, nas causas em geral,
processadas em qualquer instância, mediante mandato outorgado pelo representante legal
do IDEC;
III - apreciar ou orientar a elaboração de minutas de contratos, termos,
convênios, acordos e quaisquer outros atos que envolvam assuntos de necessária
adequação à legislação em vigor;
IV - manter atualizado todo o acervo de legislação, bem como de doutrina e
jurisprudência, em assuntos de interesse do IDEC;
V - elaborar, quando solicitado pelo Diretor Geral, anteprojetos de leis,
decretos, estatutos, regulamentos, regimentos, resoluções e outros instrumentos
administrativos que digam respeito ao IDEC;
VI - emitir opiniões em processos administrativos e elaborar expedientes
sobre providências de ordem jurídica;
VII - analisar e instruir processos sobre consultas, reivindicações e
requerimentos de servidores do IDEC, bem como os que tratam dos pedidos de
licenciamento ambiental e assuntos correlatos, emitindo pareceres conclusivos;
VIII - solicitar, quando necessário, informações ou outros elementos para a
elaboração de pareceres conclusivos;
IX - exercer outras atividades correlatas, especialmente as que lhes forem
atribuídas pelo Diretor Geral do IDEC.
Art. 41. O organograma, constante do Anexo I, é parte integrante deste
Regulamento.
Art. 42. O exercício financeiro coincide com o ano civil.
Art. 43. Os casos omissos neste Regulamento serão objeto de deliberação do
Conselho de Administração.

174
Art. 44. O presente Regulamento entra em vigor na data da publicação do
decreto governamental que o aprova.

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E MEIO AMBIENTE DO


RIO GRANDE DO NORTE - IDEC

ORGANOGRAMA

175
DECRETO Nº 13.799, DE 17 DE FEVEREIRO DE 1998

Aprova o Regulamento à Lei


Complementar nº 140, de 26 de janeiro de
1996, que dispõe sobre a Política e o
Sistema Estadual de Controle e Preservação
do Meio Ambiente e dá outras
providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE,


usando das atribuições que lhe conferem os arts. 64, inciso V, 18, caput, 19, incisos III, VI
e VII e 20, incisos VI, VII e VIII da Constituição Estadual, e tendo em vista o disposto na
Lei Complementar nº 140, de 26 de janeiro de 1996, alterada pela Lei Complementar nº
148, de 26 de dezembro de 1996.

DECRETA:
Art. 1º. Fica aprovado, na conformidade do texto anexo ao presente
Decreto, o Regulamento à Lei Complementar nº 140, de 26 de janeiro de 1996 e suas
alterações, que dispõe sobre a política e o Sistema Estadual de Controle e Preservação do
Meio Ambiente.
Art. 2º. O presente Decreto entra em vigor na data da sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 17 de fevereiro de 1998,
110º da República.
GARIBALDI ALVES FILHO
Jaime Mariz de Faria Júnior

176
REGULAMENTO À LEI COMPLEMENTAR Nº 140, DE 26 DE JANEIRO DE
1996, QUE DISPÕE SOBRE A POLÍTICA E O SISTEMA ESTADUAL DE
CONTROLE E MEIO AMBIENTE

TÍTULO I

DA POLÍTICA ESTADUAL DE CONTROLE E PRESERVAÇÃO DO MEIO


AMBIENTE

CAPÍTULO I
DO OBJETO, DOS PRINCÍPIOS E DAS DEFINIÇÕES

Art. 1º. A Política Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente


tem por objetivo a proteção, o controle e a recuperação da qualidade ambiental, com a
finalidade de assegurar condições ao desenvolvimento sócio-econômico e à preservação da
vida humana.
Art. 2º. A Política Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente
atende aos seguintes princípios:
I - manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente
como patrimônio público a ser preservado e protegido, em favor do uso coletivo;
II - planejamento e fiscalização da utilização dos recursos ambientais;
III - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V - controle das atividades poluidoras;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso
racional e a proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas;
IX - proteção às áreas ameaçadas de degradação;
X - educação ambiental em todos os níveis escolares, inclusive nos
programas de educação da comunidade, destinados à capacitação para a participação ativa
na defesa do meio ambiente;

177
XI - preservação e restauração dos processos ecológicos essenciais;
XII - manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
XIII- preservação da diversidade do patrimônio genético do Estado;
XIV - proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico, arqueológico,
arquitetônico, paisagístico e turístico.
Art. 3º. Para os fins deste Decreto, consideram-se:
I - meio ambiente - o conjunto, dinamicamente ordenado, dos agentes
físicos, químicos, biológicos e dos fatores sócio-econômicos e culturais, suscetíveis de
ocasionar efeito direto ou indireto, mediato ou imediato, sobre os integrantes da biota e a
qualidade das atividades humanas;
II - recursos naturais - a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo,o subsolo, os elementos da biosfera, a
fauna e a flora;
III - usuário - pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que
usufrui economicamente de bens e recursos naturais;
IV - poluição ambiental - a alteração das propriedades físicas, químicas ou
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de energia ou matéria que, direta
ou indiretamente:
a) prejudique a saúde, a segurança e o bem estar da população;
b) crie condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afete desfavoravelmente a biota;
d) agrida as condições estéticas ou sanitárias.
V - poluidor - pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,
responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação e/ou poluição
ambiental;
VI - poluidor potencial - todo empreendimento ou atividade, seja na fase
de projeto, construção ou funcionamento que, a qualquer tempo, possa vir a lançar
poluentes no meio ambiente;
VII - poluente - qualquer forma de matéria ou energia que interfira,
prejudicialmente, nos usos preponderantes das águas, do ar e do solo, previamente
definidos;

178
VIII - fonte degradante do ambiente - toda e qualquer atividade, processo,
operação ou dispositivo, móvel ou não, independentemente do seu campo de aplicação,
que induzam, produzam ou possam produzir poluição ambiental;
IX - degradação da qualidade ambiental - a alteração adversa das
características do meio ambiente;
X - unidade de conservação - espaço territorial delimitado e seus
componentes, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder
Público para a proteção da natureza, com objetivos e limites definidos, sob regime especial
de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção;
XI - área representativa - área em condição de permitir às espécies
componentes da fauna e da flora dos ecossistemas serem preservados e completarem seu
ciclo vital, respeitada a exigência de espaço necessário a cada uma delas;
XII - zoneamento ambiental - procedimento por meio do qual se instituem
zonas de atuação especial com vista à preservação, melhoria e recuperação da qualidade
ambiental, constituindo um instrumento balizador do processo de ordenamento territorial,
necessário à obtenção das condições de sustentabilidade ambiental do desenvolvimento da
área objeto de zoneamento;
XIII - impacto ambiental - qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas e biológicas do meio ambiente, que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a
segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a flora e a
fauna; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos
naturais;
XIV - Estudo de Impacto Ambintal (EIA) - conjunto de atividades
técnicas e científicas, destinadas à diagnosticar a situação atual da área, identificação,
previsão e valoração dos impactos e à análise das alternativas de projetos públicos ou
privados, realizado e apresentado em forma de relatório, de acordo com o Termo de
Referência elaborado pelo órgão ambiental;
XV - Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) - documento que
consubstancia, de forma objetiva, as conclusões do Estudo de Impacto Ambiental (EIA),
elaborado em linguagem corrente, adequado à sua compreensão pelas comunidades
afetadas;

179
XVI - Monitoramento Ambiental - avaliação e acompanhamento das
modificações relativas à ocupação do solo, ao uso das águas, ao exercício das atividades
sócio-econômicas e culturais, e ao equilíbrio ambiental.

CAPÍTULO II
DA EXECUÇÃO

Art. 4º. Na execução da Política Estadual de Controle e Preservação do


Meio Ambiente, incumbe aos órgãos e entidades da Administração Pública Estadual:
I - planejar, controlar e fiscalizar o uso dos recursos naturais, visando à
compatibilização do desenvolvimento econômico com a proteção do meio ambiente e do
equilíbrio ecológico;
II - proteger os ecossistemas, mediante a preservação de áres
representativas, sobretudo através da criação de unidades de conservação;
III - controlar as atividades potencial e/ou efetivamente poluidoras ou
degradadoras do meio ambiente, de modo a compatibilizá-las com os critérios vigentes de
proteção ambiental.;
IV - incentivar o estudo e a pesquisa de tecnologias para o uso racional e a
proteção dos recursos naturais, orientando, nesse sentido, as políticas de financiamento e
de estímulos fiscais;
V - proteger as áreas ameaçadas de degradação e promover a recuperação
das áreas degradadas c/ou poluídas, acompanhando, permanentemente, os índices de
qualidade ambiental;
VI - estimular e orientar a educação ambiental, em todos os níveis de
escolaridade, visando à conscientização da comunidade a respeito da preservação e
conservação dos recursos naturais, na defesa do meio ambiente.

CAPÍTULO III
DA FINALIDADE E ESTRUTURA DO SISTEMA ESTADUAL DE CONTROLE E
PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Art. 5º. O Sistema Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente


tem por finalidade cumprir e fazer cuprir os objetivos da Política Estadual de Controle e

180
Preservação do Meio Ambiente, sendo constituído pelos órgãos e entidades da
Administração Estadual Direta e Indireta, e dos Municípios.
Art. 6º. O Sistema Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente
tem a seguinte estrutura:
I - órgão superior - O Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONEMA),
de natureza consultiva e deliberativa, tem função de assessoramento ao Governador do
Estado, na formulação da política estadual e na definição das diretrizes governamentais
para o meio ambiente e recursos naturais;
II - órgão central - A Secretaria de Planejamento e Finanças (SEPLAN),
órgão integrante da Administração Direta, com a finalidade de planejar, elaborar e avaliar a
Política Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente;
III - órgão executor - O Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio
Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEC), autarquia vinculada à Secretaria de
Planejamento e Finanças (SEPLAN), com atribuições de coordenar, supervisionar e
executar a Política Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente;
IV - órgãos setoriais - Os órgãos e as entidades da Administração Direta e
Indireta do Estado, com atividades voltadas à preservação da qualidade ambiental ou ao
disciplinamento do uso de recursos ambientais;
V - órgãos locais - Os órgãos e entidades municipais responsáveis pelo
controle e fiscalização das atividades pertinentes ao sistema, nas suas respectivas áreas de
jurisdição.
Parágrafo Único. A Coordenadoria de Meio Ambiente (CMA), da estrutura
básica do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do
Norte ((IDEC), é a unidade administrativa responsável pela coordenação das atividades
relativas ao órgão executor do Sistema.

SEÇÃO I
DO ÓRGÃO SUPERIOR
SUBSEÇÃO I
DA CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DO CONSELHO ESTADUAL DO
MEIO AMBIENTE

Art. 7º. O CONEMA tem a seguinte estrutura:

181
I - Plenário;
II - Câmaras Técnicas; e
III - Secretaria Executiva
§ 1º. O Plenário é o órgão superior de discussão e deliberação, tendo seu
funcionamento definido no regime interno do Conselho.
§ 2º. As Câmaras Técnicas serão constituídas para dar apoio as atividades
do Conselho, tendo a sua composição e funcionamento definidos em seu regime interno.
§ 3º. A Secretaria Executiva será exercida pela Coordenadoria de Meio
Ambiente (CMA), subordinada ao órgão executor do Sistema, funcionando como órgão
auxiliar da Presidência e do Plenário, desempenhando atividades de apoio técnico, jurídico,
administrativo e de execução das normas as referentes à proteção do meio ambiente.
Art. 8º. Integram o Plenário do CONEMA:
I - Secretário de Planejamento e Finanças, na qualidade de Presidente;
II - Secretário de Recursos Hídricos;
III - Secretário de Turismo;
IV - Secretário de Agricultura;
V - Secretário de Saúde;
VI - Diretor Geral do IDEC;
VII - Superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA);
VIII - representante da Assembléia Legislativa do Estado;
IX - representante da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte
(FIERN);
X - representante da Ordem dos Advogados do Brasil, secção do Rio
Grande do Norte (OAB/RN).
XI - representante de associações de profissionais de nível superior, cuja
atuação esteja direta ou indiretamente ligada à preservação da qualidade ambiental;
XII - representante de instituição educacional de nível superior;
XIII - representante de Organizações Não Governamentais (ONG’s), que
atuam na área de meio ambiente.
§ 1º. O Secretário Executivo do CONEMA é o Coordenador da
Coordenadoria de Meio Ambiente (CMA).

182
§ 2º. Os Conselheiros e seus suplentes, indicados pelas respectivas
entidades, serão nomeados pelo Governador do Estado, com mandato de dois anos,
permitida a recondução por igual período, e a posse ocorrerá na primeira reunião do
Conselho, após a publicação do ato no Diário Oficial do Estado.
§ 3º. Em suas ausências e impedimentos, o Secretário de Planejamento e
Finanças será substituído, na Presidência do CONEMA, pelo seu substituto legal e, na
ausência deste, por um membro indicado pelo Plenário.
§ 4º. Os conselheiros relacionados nos incisos II e VII serão substituídos,
em suas ausências e impedimentos, pelos seus representantes legais.
§ 5º. Os conselheiros relacionados nos incisos XI, XII e XIII serão
indicados em fóruns próprios para escolha dos seus representantes.
§ 6º. O IDEC convocará através de edital as entidades a que se refere o
parágrafo anterior, estabelecendo prazo para indicação de seus representantes.

SUBSEÇÃO II
DA COMPETÊNCIA DO CONEMA

Art. 9º. Compete ao CONEMA:


I - assessorar o Governador do Estado na formulação da política estadual e
das diretrizes governamentais para o meio ambiente, e analisar as propostas encaminhadas
pelo órgão executor;
II - baixar as normas de sua competência necessárias à regulamentação e
implementação da política estadual de meio ambiente;
III - encaminhar proposições contendo minutas de atos de competência
exclusiva do Governo do Estado, relativas à execução da política estadual do meio
ambiente;
IV - estabelecer, com o apoio técnico do órgão executor do Sistema, normas
e critérios gerais para o licenciamento das atividades afetivas ou potencialmente
poluidoras;
V - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à
manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos
naturais, ouvido o órgão executor do Sistema quando a proposta não for de sua autoria;

183
VI - definir normas gerais relativas às unidades de conservação ambiental,
no limite da competência da Administração Estadual;
VII - fixar os critérios de definição de áreas críticas saturadas e em vias de
saturação;
VIII - determinar a realização de estudo das alternativas e das conseqüências
ambientais de projetos públicos ou privados, quando necessário, requisitando, aos órgãos
estaduais e municipais e às entidades privadas, as informações indispensáveis ao exame da
matéria;
IX - aprovar, previamente, proposta orçamentária destinada a incentivar o
desenvolvimento das ações relativas ao meio ambiente;
X - estabelecer diretrizes e critérios para a aplicação dos recursos do Fundo
Estadual de Preservação do Meio Ambiente (FEPEMA);
XI - decidir, como última instância administrativa, sobre as multas e outras
penalidades impostas pelo titular do órgão executor do Sistema;
XII - homologar acordos visando à transformação de penalidades
pecuniárias em obrigação de executar medidas de interesse para a proteção e/ou
recuperação ambiental;
XIII - determinar, mediante representação do órgão executor da Política
Estadual de Meio Ambiente e com anuência prévia da agência financiadora, a perda ou a
restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou
condicional, e a perda ou a suspensão de participação em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito.
Art. 10. No desempenho da competência prevista no artigo anterior, o
CONEMA, além do atendimento a outras exigências contidas neste Decreto, deve observar
especialmente os seguintes requisitos:
I - as normas e critérios para o licenciamento de atividades potencial ou
efetivamente poluidoras devem estabelecer os requisitos técnicos indispensáveis à proteção
ambiental;
II - as decisões que determinarem perda ou restrição de benefícios fiscais
concedidos pelo Poder Público, bem como, a suspensão de participação em linhas de
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito, somente devem ser adotadas nos
casos previamente definidos em norma específica do CONEMA, assegurando-se, ao
interessado, o direito de ampla defesa;

184
III - as normas, critérios e padrões relativos ao controle, à manutenção e à
qualidade do meio ambiente devem considerar a capacidade de recuperação e, quando
possível, estabelecer parâmetros mensuráveis.
Art. 11. O CONEMA elaborará seu regimento interno, que será
homologado pelo Governador e publicado no Diário Oficial do Estado.

SEÇÃO II
DO ÓRGÃO CENTRAL

Art. 12. Cabe ao órgão central do Sistema, sem prejuízo das competências
que lhe são legalmente conferidas, planejar, elaborar e avaliar a política de controle e
preservação do meio ambiente.

SEÇÃO III
DO ÓRGÃO EXECUTOR

Art. 13. Cabe ao órgão executor do Sistema coordenar, supervisionar e


executar a Política Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente, sem prejuízo
das competências que lhe são legalmente conferidas.
Art. 14. O órgão executor deve prover os serviços da Secretaria Executiva
do CONEMA, dando-lhe apoio técnico e administrativo necessário ao seu funcionamento,
cabendo-lhe:
I - solicitar, quando necessário, aos demais órgãos e entidades estaduais e
municipais a colaboração de servidores;
II - assegurar a infra-estrutura administrativa necessária à convocação e
realização das reuniões do CONEMA e ao funcionamento das Câmaras Técnicas;
III - assegurar a execução administrativa das deliberações do CONEMA;
IV - promover a publicação e divulgação dos atos administrativos do
CONEMA;
V - providenciar e fornecer aos Conselheiros, com antecedência mínima de
05 (cinco) dias úteis da análise prévia, relatórios técnicos e estudos sobre as matérias
constantes da pauta de deliberação do Plenário do CONEMA;
VI - exercer outras atribuições que lhe forem legalmente atribuídas.

185
SEÇÃO IV
DOS ÓRGÃOS SETORIAIS

Art. 15. Os órgãos setoriais de que trata o art. 4º, inciso IV, deste Decreto
são coordenados, exclusivamente no que se refere à Política Estadual de Controle e
Preservação do Meio Ambiente, pelo órgão executor do Sistema.

SEÇÃO V
DOS ÓRGÃOS LOCAIS

Art. 16. Compete aos órgãos locais do Sistema controlar e fiscalizar as


atividades potencial ou efetivamente poluidoras nas respectivas áreas de jurisdição,
observadas as normas aplicáveis e permitida a interveniência dos órgãos executor e central,
bem como, executar as funções que lhe forem delegadas.

CAPÍTULO IV
DA ATUAÇÃO DO SISTEMA ESTADUAL DE CONTROLE E PRESERVAÇÃO
DO MEIO AMBIENTE

Art. 17. A atuação do Sistema Estadual de Controle e Preservação do Meio


Ambiente efetiva-se mediante a articulação coordenada dos órgãos e entidades que o
constituem, observando-se:
I - o acesso da comunidade às informações relativas às agressões ao meio
ambiente e às ações de proteção ambiental desenvolvidas pelo Poder Público;
II - a municipalização das medidas emanadas pelo Sistema, através da
elaboração, pelos Municípios, de normas supletivas e complementares, respeitada a
Legislação Federal e Estadual.
Art. 18. Os órgãos setorias devem designar, quando solicitados pelo
CONEMA, representantes junto às Câmaras Técnicas.
§ 1º. O órgão executor, quando solicitado, pode prestar apoio e
assessoramento técnico aos órgãos setoriais e locais.
§ 2º. Os órgãos setoriais devem prestar ao órgão executor informações
sobre seus planos de ação e programas em execução, consubstanciadas em relatórios

186
anuais e sem prejuízo de relatórios parciais, para o atendimento de solicitações específicas,
cabendo ao órgão executor, com base nessas informações e em outras que obtiver, publicar
anualmente um relatório sobre a situação do meio ambiente no Estado.
§ 3º. O órgão executor deve consolidar as informações acerca dos planos e
ações setoriais que submeter à consideração do CONEMA.
Art. 19. No desempenho de suas funções, o CONEMA, diretamente ou
através do órgão executor, pode requisitar informações e/ou pareceres aos órgãos setoriais
e locais, em prazo estipulado na requisição.
§ 1º. Os órgãos setoriais e locais podem solicitar informações e/ou
pareceres ao CONEMA e ao órgão executor.
§ 2º. Os órgãos executor, setoriais e locais devem fornecer a fundamentação
e os resultados das análises efetuadas em processos de licenciamento, fiscalização,
elaboração de normas ou quaisquer outros, sempre que solicitados por pessoa física ou
jurídica legitimamente interessada.
§ 3º. Os órgãos integrantes do Sistema, quando prestarem informações,
devem preservar o sigilo industrial para evitar a concorrência desleal.

CAPÍTULO V
DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO E CONTROLE

SEÇÃO I
DO LICENCIAMENTO DAS ATIVIDADES

Art. 20. O parcelamento do solo, a construção, a instalação, a ampliação e o


funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como, os capazes, sob qualquer
forma, de causar degradação ambiental, dependem de prévio licenciamento pelo órgão
executor do Sistema, sem prejuízo de outras exigências.
Art. 21. O licenciamento de que trata o artigo anterior dá-se através da
autorização prévia de instalação ou operação das atividades a ele sujeitas, concedida pelo
órgão executor do Sistema e compreende a expedição das seguintes licenças:

187
I - Licença Prévia (LP), fase preliminar de planejamento da atividade,
contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e
operação, observadas as legislações municipais, estaduais ou federais pertinentes:
II - Licença de Instalação (LI), autorizando o início da implantação, de
acordo com as especificações constantes do projeto executivo aprovado;
III - Licença de Operação (LO), autorizando, após as vistorias necessárias, o
início da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle de
poluição, de acordo com o previsto nas Licenças Prévias e de Instalação.
Parágrafo Único. Os valores previstos nas TABELAS 01,02,03,05,07, 08 e
09, anexas à Lei Complementar nº 148, de 26 de dezembro de 1996, relativos aos custos
correspondentes aos procedimentos licenciatórios, devem ser estabelecidos de acordo com
o tipo de licença e o porte da atividade efetiva ou potencialmente poluidora e/ou degradora,
pagos em uma só parcela, antes da expedição da licença solicitada..
Art. 22. A Licença Prévia (LP) representa a aprovação do órgão executor
aos termos de um requerimento, no qual devem constar as informações preliminares
básicas do empreendimento e o consequente compromisso de elaborar o projeto
compatível com as condições impostas na licença, obedecidos os seguintes requisitos para
a sua concessão:
I - requerimento, dirigido ao órgão executor, contendo dados, especificações
e informações preliminares a respeito do empreendimento, de acordo com as instruções
técnicas do órgão;
II - apresentação do memorial descritivo, plantas e dados necessários à
identificação das linhas básicas do empreendimento ou, quando for o caso, dos bens ou
serviços a serem produzidos , com descrição dos processos de produção e transformação
das matérias-primas em produtos, subprodutos e resíduos, bem como, de localização do
empreendimento e outras informações exigidas pelo órgão executor, ou, quando couber,
pelo CONEMA;
III- apresentação de certidão da Prefeitura Municipal, quanto à localização
da atividade, conforme o zoneamento ou normas de ocupação do solo, bem como,
documento comprobatório de domínio legal da área;
IV - comprovante de pagamento da taxa correspondente à concessão da
Licença Prévia (LP);

188
V - Estudos de Impacto Ambiental, quando julgados necessários pelo órgão
executor;
VI - anuência prévia de órgãos e entidades federais, estaduais e municipais
pertinentes, quando couber;
VII - publicação do pedido de licença no Diário Oficial e em um jornal de
maior circulação local.
§ 1º. A Licença Prévia (LP) aprova o local indicado no requerimento, a que
se refere o caput deste artigo, como apto à implantação do empreendimento , tendo sua
validade declarada especificamente em cada caso, pelo período máximo de 01 (um) ano,
extinguindo-se automaticamente quando iniciado o processo de instalação.
§ 2º. Os empreendimentos contemplados com a concessão de Licença
Prévia (LP) devem, obrigatoriamente, requerer a Licença de Instalação (LI), como
condicionante para sua efetiva implantação, podendo o órgão executor fazer exigências ou
solicitar informações complementares para a sua concessão.
Art. 23. A Licença de Instalação (LI) será concedida com base no projeto
executivo final e autorizará o início da instalação do empreendimento, após a análise da
sua viabilidade técnica e adequação às condições ambientais, estando sua concessão
condicionada ao atendimento dos seguintes requisitos:
I - Licença Prévia (LP), emitida pelo órgão executor;
II - projeto, conforme roteiro fornecido pelo órgão executor;
III - informações e/ou memoriais complementares exigidos;
IV - Estudos de Impacto Ambiental e outros, exigidos pelo órgão executor,
quando julgados necessários;
V - comprovante de pagamento da taxa relativa à concessão da Licença de
Instalação (LI);
VI - publicação do pedido de Licença de Instalação (LI) no Diário Oficial
do Estado e em jornal de grande circulação local.
Parágrafo único. A Licença de Instalação (LI) é válida pelo prazo máximo
de 02 (dois) anos, podendo ser renovada por igual período, requerida pelo executor e
emitida após vistoria.
Art. 24. A Licença de Operação (LO) será concedida mediante
requerimento dirigido pelo interessado ao órgão executor, até 30 (trinta) dias antes do
término das obras, bem como, após vistoria que comprove haver a instalação obedecido ao

189
projeto e aos condicionantes da LI, devendo ser atendidas, ainda, para sua concessão as
seguintes exigências:
I - eficiência comprovada das medidas adotadas;
II - apresentação do projeto conforme roteiro fornecido pelo órgão
executor, no caso de atividades em funcionamento;
III - outras informações complementares exigidas;
IV - anuência prévia do CONEMA, quando necessária;
V - comprovante do pagamento da taxa referente à concessão da Licença de
Operação (LO);
VI - publicação do pedido de licença no Diário Oficial do Estado e em um
jornal de maior circulação local.
§ 1º. A ampliação, reformulação de processo ou reequipamento, fica
caracterizada quando houver alterações na natureza e/ou operação das instalações, na
natureza dos insumos básicos, na alteração do processo produtivo ou no aumento da
capacidade nominal de produção ou prestação de serviço e estará sujeita à Licença de
Operação.
§ 2º. A Licença de Operação (LO) tem prazo de validade de 1 (um) ano e
deve ser renovada anualmente, no seu último mês de validade.
Art. 25. São documentos necessários para o licenciamento das atividades e
lavras de jazidas de combustíveis líquidos e gás natural, a que se refere a Lei
Complementar nº 140, de 26 de janeiro de 1996, e normas dela decorrentes:
I - Licença Prévia para Perfuração (Lpper):
a) requerimento de Licença Prévia para Perfuração;
b) Relatório de Controle Ambiental (RCA);
c) autorização de desmatamento, quando couber;
d) cópia da publicação do pedido de Lpper;
e) pagamento de taxa de licença Lpper;
II - Licença Prévia de Produção para Pesquisa (Lppro):
a) requerimento de licença prévia de produção para pesquisa;
b) Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA);
c) autorização de desmatamento, quando couber, cópia da publicação do
pedido de Lppro;
d) pagamento da taxa de licença Lppro.

190
III - Licença de Instalação (LI):
a) requerimento de Licença de Instalação;
b) cópia da publicação de pedido de LI;
c) Estudo de Impacto Ambiental (EIA) ou Relatório de Avaliação
Ambiental (RAA);
d) outros estudos ambientais pertinentes, se houver;
e) autorização de desmatamento, quando couber;
f) pagamento da taxa de licença LI.
IV) Licença de Operação (LO):
a) requerimento de Licença de Operação;
b) cópia de publicação de pedido de LO;
c) Projeto de Controle Ambiental (PCA);
d) pagamento da taxa de licença LO.

Parágrafo Único. A taxa de Licença de Operação (LO), bem como, a sua


renovação anual, que se processará no último mês de validade, será paga na forma prevista
no art. 8 da Lei Complementar nº 140, de 26 de janeiro de 1996, com as alterações
introduzidas pela Lei Complementar nº 148, de 26 de dezembro de 1996.

Art. 26. Caso a atividade implantada esteja sujeita à regularização, o RAA


deve completar ainda todos os empreendimentos localizados na área, o impacto ambiental
existente e as medidas de controle adotadas.
Art. 27. É facultado ao órgão executor do Sistema indeferir o requerimento
para obtenção de licença, quando ocorrer o descumprimento de qualquer exigência ou
omissão de qualquer informação solicitada.
Art. 28. As licenças expedidas podem ser modificadas ou canceladas pelo
órgão competente, no todo em parte, caso haja:
I - violação de quaisquer das condições impostas para a concessão da
mesma;
II - falsa descrição, erro ou omissão no relato de fatos relevantes solicitados
para a expedição da licença e/ou pela fiscalização;

191
III - mudança das características do recurso envolvido, descoberta de novos
dados relevantes, substancial dano para a saúde e bem-estar humano e/ou superveniência
de normas sobre o assunto.
Art. 29. O procedimento utilizado para o licenciamento a que refere este
Capítulo será estabelecido através de portaria expedida pelo órgão executor do Sistema,
após prévia aprovação do CONEMA.
Art. 30. A autorização para ampliação de maquinaria e equipamentos ou
funcionamento de quaisquer das atividades referidas no art. 40 deste Decreto, somente
deve ser concedida pelos órgãos e entidades da Administração Pública Estadual, direta e
indireta, mediante apresentação prévia da respectiva Licença fornecida pelo órgão executor
do Sistema.
Art. 31. Os órgãos da Administração direta e indireta do Estado e as
organizações gestoras de incentivos governamentais quando da concessão de
financiamentos, devem exigir para a implantação de empreendimentos ou atividades
potencial ou efetivamente poluidoras e/ou degradadoras do meio ambiente, as licenças
ambientais obrigatórias expedidas pelo órgão executor do Sistema.
Parágrafo único. Caso as atividades de implantação e operação sejam
iniciadas antes da expedição das respectivas Licenças de Instalação e Operação, o órgão
executor do Sistema deverá comunicar o fato, diretamente ou, através de edital, às
entidades financiadoras dessas atividades, sem prejuízo da imposição de embargos e de
outras medidas cautelares, sob pena de serem submetidas a processo para a apuração de
responsabilidade funcional.
Art. 32. Os empreendimentos ou atividades degradadores e/ou efetiva ou
potencialmente poluidores, já implantados, terão sua localização e funcionamento
controlados pelo órgão executor, que estabelecerá prazos para a prevenção, correção ou
controle da poluição e/ ou degradação por eles causados, ou para sua relocalização, quando
couber.
Parágrafo único. Caso os empreendimentos ou atividades citados no caput
deste artigo não possuam as devidas licenças obrigatórias, devem requerê-las, no prazo
máximo de 90 (noventa) dias, contados a partir da publicação deste Decreto, sob pena de
submetem-se às penalidades cabíveis.
Art. 33. O órgão executor do Sistema, como também o CONEMA, quando
couber, poderá determinar a redução das atividades geradoras de poluição, para que as

192
emissões gasosas , os efluentes e os resíduos sólidos sejam mantidos dentro das condições
e dos limites estipulados no licenciamento concedido .
Art. 34. A fiscalização e o controle da aplicação de critérios, normas e
padrões de qualidade ambiental são exercidos pelo órgão executor do Sistema.
§ 1º. Quando necessário, o Conselho Estadual de Meio Ambiente
(CONEMA) poderá estabelecer normas e padrões para concessão, acompanhamento e
fiscalização do licenciamento, propostos pelo órgão executor do Sistema.
§ 2º. Inclui-se na competência de fiscalizar e controlar, a análise de projetos
de entidades públicas ou privadas, com o objetivo de preservar ou recuperar os recursos
ambientais afetados por processos de exploração predatórios, poluidores ou degradadores.
§ 3º. No exame de projetos, o órgão executor deve exigir, para efeito de
aprovação, que sejam adotadas, pelo interessado, medidas capazes de assegurar que as
matérias primas, insumos e bens produzidos, tenham padrão de qualidade que elimine ou
reduza o efeito poluente, derivado de seu emprego e utilização.
Art. 35. Para a emissão de seus pareceres, o órgão executor do Sistema pode
solicitar colaboração dos órgãos e/ou entidades da Administração Direta ou Indireta,
Federal, Estadual ou Municipal, nas áreas das respectivas competências.
Art. 36. Os equipamentos e outros meios adotados como controle de
impacto ao meio ambiente, devem ser adequadamente operados, sem interrupção, com sua
necessária manutenção prevista em períodos tais que não resultem em ocorrências
contrárias aos condicionantes exigidos quando da concessão das licenças.
Art. 37. Das decisões denegatórias de licenciamento, cabe recurso
administrativo para o CONEMA.
Art. 38. Os pedidos de licença, a sua concessão e a sua renovação, devem
ser publicadas no Diário Oficial do Estado, bem como, em jornal local de grande
circulação, às expensas do empreendedor.
Art. 39. Os recursos provenientes do pagamento das taxas para a concessão
das licenças previstas nesta seção, serão necessariamente aplicados na execução da Política
Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente.

SEÇÃO II
DA AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

193
Art. 40. Para efeito de análise de impacto ambiental, consideram-se como
potencialmente impactantes:

I - a extração e tratamento de minerais;


II - as atividades agropecuárias;
III - as atividades industriais;
IV - a implantação de sistemas de tratamento e/ou disposição final de
resíduos ou materiais sólidos, líquidos ou gasosos;
V - a instalação e/ou construção de barragens, aeroportos, instalações de
geração de energia, vias de transportes, bem como, qualquer outra atividade de iniciativa
dos órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta do Estado e dos Municípios, que
possam repercutir no ambiente;
VI - a aquicultura;
VII - os hospitais, as casas de saúde e demais estabelecimentos de
assistência médico-hospitalar;
VIII - todo e qualquer loteamento de imóveis, independente do fim a que se
destina, e projetos de conjuntos habitacionais, bem como, terraplanagem;
IX - os terminais de granéis sólidos e/ou líquidos c/ ou gasosos e correlatos;
X - o armazenamento e disposição final de materiais perigosos;
XI - a exploração dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos;
XII - a utilização de incinerador ou outros dispositivos para queima de lixo e
materiais ou resíduos sólidos, líquidos ou gasosos;
XIII - a utilização de combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos para fins
comerciais ou serviços;
XIV - o manuseio, estocagem e utilização de defensivos e fertilizantes;
XV - as atividades que acarretem descaracterização da paisagem e/ou das
belezas naturais;
XVI - as atividades que impliquem na alteração de dunas, mangues, falésias,
pontais e áreas de influência de maré;
XVII - as atividades que impliquem na descaracterização de monumentos
arqueológicos, geológicos e históricos bem como, de contexto paisagístico/histórico ou
artístico/cultural;
XVIII - a movimentação de produtos perigosos;

194
XIX - outras atividades que venham a ser consideradas pelo órgão executor
como potencialmente impactantes.
Art. 41. O impacto ambiental de um determinado empreendimento ou
atividade será considerado:
I - na concessão das licenças tratadas na Seção I, deste capítulo, à critério do
órgão executor;
II - nas atividades elencadas no artigo anterior, deste Decreto;
III - nas que o órgão executor ou o CONEMA determinar.
Art. 42. O órgão executor do Sistema determinará, mediante análise prévia
do projeto inicial apresentado para a concessão do licenciamento, a necessidade ou não da
realização de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA) ou de outros instrumentos utilizados para a avaliação de impactos ambientais.
Art. 43. Para concessão das licenças mencionadas no art. 21, deste Decreto,
serão exigidos, quando necessário:
I -Estudo de Impacto Ambiental (EIA), elaborado por técnicos habilitados
não vinculados direta ou indiretamente ao empreendedor, mobilizados e pagos pelo
mesmo, cuja elaboração deve obedecer aos seguintes requisitos:
a) contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de
projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução;
b) identificar e avaliar, sistematicamente, os impactos ambientais gerados
nas fases de implantação e operação da atividade;
c) definir os limites da área geográfica afetada direta ou indiretamente
considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza;
d) considerar a compatibilidade dos planos e programas governamentais,
propostos e em implantação na área de influência do projeto.
II - O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), também de
responsabilidade do empreendedor, consubstancia o EIA e reflete suas conclusões,
devendo ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua plena compreensão.
§ 1º. Na avaliação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), o órgão executor
do Sistema poderá solicitar informações, pareceres, medições, pesquisas e outras
providências julgadas necessárias, de acordo com os termos de referência correspondentes,
elaborados para esse fim.

195
§ 2º. O detalhamento acerca dos critérios exigidos para a elaboração do
EIA/RIMA, a que se refere este artigo, bem como, os procedimentos para a realização das
audiências públicas que antecedem a aprovação destes instrumentos de controle, devem ser
estabelecidos em regulamentação específica.
Art. 44. As atividades relacionadas no art. 40, existentes anteriormente à
vigência deste Decreto, ficam obrigadas à obtenção de Licença de Operação (LO), pelo
órgão executor do Sistema, mediante apresentação dos dados cadastrais.

CAPÍTULO VI
DA FISCALIZAÇÃO E DAS SANÇÕES

SEÇÃO I
DA FISCALIZAÇÃO

Art. 45. A fiscalização é exercida pelo órgão executor do Sistema, através


de seus técnicos credenciados.
Art. 46. No exercício da ação fiscalizadora, ficam assegurados aos técnicos
credenciados a entrada, a qualquer dia ou hora e sua permanência, pelo tempo que se tornar
necessário, às instalações de qualquer empreendimento público ou privado.
§ 1º. A entidade fiscalizadora deve colocar à disposição dos técnicos
credenciados todas as informações necessárias e disponibilizar todos os meios para a
pronta execução da fiscalização.
§ 2º. os técnicos credenciados, quando obstados em suas atividades, podem
requisitar através do órgão executor, força policial para o exercício de suas atribuições nos
limites territoriais do Estado.

Art. 47. No exercício do controle preventivo e corretivo das situações que


alterem ou possam alterar as condições ambientais, cabe aos técnicos credenciados:
I - efetuar vistorias em geral, levantamentos e avaliações;
II - analisar, avaliar e pronunciar-se sobre o desempenho de atividades,
processos e equipamentos;
III - verificar a ocorrência de infrações e a procedência de denúncias, apurar
responsabilidades e exigir as medidas necessárias para a correção das irregularidades;

196
IV - solicitar que as entidades fiscalizadoras prestem esclarecimentos em
local e data previamente fixados;
V - exercer outras atividades correlatas que lhes forem atribuídas.
Art. 48. Os responsáveis pela poluição e/ou degradação do ambiente ficam
obrigados a submeter ao órgão executor, quando solicitados, quaisquer documentos,
relativos ao empreendimento ou atividade, que possam subsidiar a ação de controle do
órgão executor do Sistema.
Art. 49. O órgão executor deve exigir, quando couber, que os responsáveis
pelo empreendimento ou atividade poluidora e/ou degradadora do ambiente, adotem
medidas de segurança para evitar os riscos ou o efetivo dano aos recursos naturais, bem
como, outros efeitos indesejáveis ao bem estar da comunidade.
Art. 50. Os órgãos setoriais e locais integrantes do Sistema, podem
colaborar com o órgão executor no cumprimento da atividade fiscalizadora, através de
convênios ou outros instrumentos legais que possam viabilizá-la.

SEÇÃO II
DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES

Art. 51. As infrações às disposições contidas neste Decreto, sem prejuízo de


outras sanções previstas na legislação federal, estadual e municipal, sujeitam seus
transgressores à aplicação, isolada ou cumulativamente, das penalidades e suas gradações
estabelecidas nos arts.11 e 12 da Lei Complementar nº 140, de 26 de janeiro de 1996 e suas
alterações.
Art. 52. As multas de que trata o inciso I, do art. 11 da Lei Complementar
nº 140, de 26 de janeiro de 1996, e suas alterações, serão aplicadas conforme os valores e
classificações seguintes:
I - Empresas de Pequeno Porte, Micro-Empresas e Pessoa Física:
a) infrações leves, de 100 a 500 UFIR’s;
b) infrações graves, de 501 a 2.000 UFIR’s;
c) infraçõs gravíssimas, de 2.001 a 8.000 UFIR’s.
II - Empresas de Médio Porte:
a) infrações leves, de 500 a 2.000 UFIR’s;
b) infrações graves, de 2.001 a 8.000 UFIR’s;

197
c) infrações gravíssimas, 8.001 a 33.000 UFIR’s.
III - Empresas de Grande Porte:
a) infrações leves, de 2.000 a 8.000 UFIR’s;
b) infrações graves, de 8.001 a 33.000 UFIR’s;
c) infrações gravíssimas, 33.001 a 100.000 UFIR’s.
Art. 53. Na reincidência específica a multa será, no mínimo, o dobro da
anteriormente imposta, não podendo ultrapassar 1.000.000 (um milhão) de UFIR’s.
§ 1º. Fica caracterizada a reincidência quando o infrator cometer nova falta
da mesma natureza.
§ 2º. Não será considerada reincidência, se entre a infração cometida e a
anterior houver decorrido o prazo de 03 (três) anos.
Art. 54. Considera-se para a fixação do valor da multa:
I - os antecedentes do infrator em relação à legislação ambiental, no plano
federal, estadual ou municipal;
II - a gravidade do dano resultante da infração;
III - a possibilidade, ou não, de aplicação eficaz de meios de proteção,
preservação, conservação e recuperação do meio ambiente afetado pela infração;
IV - outros fatores técnicos ou circunstanciais de fato, peculiares ao caso.
Parágrafo único - Para os efeitos do inciso I deste artigo, deve a autoridade
estadual solicitar informações sobre o infrator às autoridades federais e municipais com
competência concorrente sobre a área, bem como, comunicar-lhe a penalidade que lhe
impuser, por decisão definitiva.
Art. 55. Nas infrações mais graves e continuadas, poderá ser aplicada multa
diária, nos mesmos limites e valores estabelecidos nos artigos 52 e 53 deste Decreto.
§ 1º. Considera-se infração continuada a fonte efetiva ou potencialmente
poluidora e/ou degradadora do meio ambiente que, estando em operação, não esteja
provida ou não utilize-se dos meios adequados para evitar o lançamento ou a liberação dos
poluentes, como também esteja instalada ou funcionando sem as devidas licenças
ambientais.
§ 2º. Na imposição de penalidades pecuniárias, aplicam-se inicialmente
multas simples e concessão de prazo para que o infrator corrija a irregularidade,
importando no agravamento da penalidade ou na aplicação de multa diária, a reincidência
ou o não cumprimento do prazo concedido.

198
§ 3º. A multa diária cessará quando corrigida a irregularidade, mediante
comunicação escrita do infrator e constatação de sua veracidade, não podendo a penalidade
ultrapassar o período de 30 (trinta) dias corridos, contados da data de sua imposição.
§ 4º. Caso persista a infração, após o período de 30 (trinta) dias, constatada
em nova diligência do órgão fiscalizador, a multa diária voltará a ser aplicada, com o
agravamento próprio da reincidência.
Art. 56. As multas serão aplicadas pelo órgão executor do Sistema,
observado o disposto nos arts. 52, 53, 54 e 55, deste Decreto, sendo vedada a sua aplicação
se já tiver sido imposta pela União ou pelos Municípios.
Parágrafo Único. As multas podem ser aplicadas independentemente das
demais penalidades previstas no art. 11 da Lei Complementar nº 140, de 26 de janeiro de
1996 e suas alterações.
Art. 57. O pagamento das multas, ressalvados os casos de impugnação ou
recurso, deve ser efetuado no prazo de 30 (trinta) dias, contados de sua notificação ao
infrator, sob pena de inscrição como dívida ativa.
§ 1º. O não cumprimento da determinação estabelecida no caput deste
artigo, sujeitará os infratores ao pagamento das multas, calculadas pelo valor efetivo da
UFIR no dia do pagamento.
§ 2º. Nos casos de cobrança judicial, o órgão executor do Sistema
providenciará a inscrição dos processos administrativos na dívida ativa e procederá a sua
execução na forma da Lei.
§ 3º. Aplicam-se às multas, no que couber, as normas da Legislação
Tributária que regem a imposição e a cobrança das penalidades fiscais e o respectivo
processo administrativo - fiscal.
Art. 58. A receita decorrente das multas previstas neste Decreto será
aplicada na execução da Política Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente.
Art. 59. A suspensão, definitiva ou temporária dos empreendimentos ou
atividades poluidoras e/ou degradadoras do meio ambiente, bem como, embargos e/ou
demolição de obras, previstos respectivamente nos incisos IV e VI, do art. 11 da Lei
Complementar nº 140, serão efetuadas à critério do órgão executor do Sistema,
dependendo de cada caso e obedecendo as determinações contidas na referida Lei e neste
Decreto.

199
§ 1º. Das decisões proferidas com base neste artigo, caberá recurso, sem
efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, para o CONEMA.
§ 2º. Em caso de resistência à execução das penalidades previstas neste
artigo, será requisitada força policial, para garantir o seu cumprimento.
Art. 60. A apreensão de equipamentos, veículos e máquinas de qualquer
natureza, prevista no inciso V, do art. 11 da Lei Complementar nº 140, de 26 de janeiro de
1996, e suas alterações dar-se-á quando tais instrumentos forem utilizados em
empreendimentos ou atividades poluidores e/ou degradadores do meio ambiente ou em
desacordo com as especificações contidas na referida Lei.
§ 1º. A apreensão a que se refere o caput deste artigo, será efetuada pelo
órgão executor do Sistema, através de seus agentes credenciados.
§ 2º. No ato de apreensão deve o agente fiscalizador lavrar o respectivo
Termo de Apreensão.
§ 3º. O material apreendido somente será liberado sob as seguintes
condições:
I - após o pagamento de multa e a reposição ou reconstituição, tanto quanto
possível, da situação anterior;
II - após o depósito de quantia, a título indenizatório, correspondente ao
dano ambiental causado;
III - após a assinatura de termo de compromisso pelo infrator que não
voltará a utilizar naquela área os equipamentos, máquinas ou veículos apreendidos.
§ 4º. O ato de apreensão não exclui o pagamento de indenização, nem a
obrigação de reparar os danos causados.

SEÇÃO III
DA FORMALIZAÇÃO DO PROCESSO, DA DESPESA E DO RECURSO

Art. 61. A notificação é o ato pelo qual são informados os destinatários


sobre as decisões do órgão executor do Sistema, podendo ser assinada por um Diretor do
órgão ou por um agente credenciado.
Art. 62. O auto de infração constitui o documento hábil para aplicação das
penalidades de que trata a Seção II, Capítulo V, deste Decreto, devendo conter:
I - nome e endereço da pessoa física ou jurídica autuada;

200
II - o ato ou fato constitutivo da infração, estipulando dia, hora e local de
sua ocorrência e demais circunstâncias úteis a sua caracterização;
III - norma legal ou regulamentar infringida;
IV - assinatura do Diretor Geral do órgão executor ou agente credenciado e
do autuado ou seu representante autorizado.
§ 1º. O auto de infração deve ser lavrado em 02 (duas) vias, destinando-se a
primeira via ao autuado e a segunda à formação do procedimento administrativo.
§ 2º. Caso o autuado, ou seu representante autorizado, se recuse a assinar o
auto de infração, o fato é nele registrado com a assinatura de 02 (duas) testemunhas, se
houver, fazendo-se remessa da primeira via ao responsável, sob protocolo ou pelo correio,
com aviso de recepção.
Art. 63. O auto de infração é instruído pelo órgão executor e julgado por seu
Diretor Geral, de cuja decisão cabe recurso para o CONEMA, sem efeito suspensivo, no
prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 64. É facultado ao órgão executor do Sistema, ao expedir o auto de
infração, determinar desde logo a correção da irregularidade, no prazo que fixar, ou
medidas de natureza cautelar, caso haja urgente necessidade de evitar a consumação de
dano mais grave.
§ 1º. Caso a correção da irregularidade seja julgada satisfatória será
arquivado o processo, à juízo do órgão executor.
§ 2º. Não ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, o autuado é intimado
para apresentar defesa, no prazo de 15 (quinze) dias, podendo este ser reduzido para 5
(cinco) dias caso haja perigo iminente de dano grave, sem prejuízo da faculdade prevista
no caput deste artigo.
Art. 65. A instrução do processo deve ser concluída no prazo máximo de 30
(trinta) dias, salvo prorrogação autorizada pelo Diretor Geral do órgão executor.
§ 1º. A autoridade instrutora pode determinar ou admitir quaisquer meios de
prova, tais como perícias, exames de laboratórios, pareceres técnicos, informações
cadastrais, testes ou demonstrações de caráter científico ou técnico, testemunhas e outros
meios disponíveis e aplicáveis ao caso.
§ 2º. Cabe à autoridade instrutora de que trata o parágrafo anterior,
determinar a realização de provas técnicas, sendo facultado ao autuado indicar assistentes.

201
Art. 66. Concluída a instrução, deve o julgamento ser proferido no prazo de
10 (dez) dias, publicando-se a decisão no Diário Oficial do Estado, para efeito de fluência
do prazo de recurso, definido no art. 64, deste Decreto.
Art. 67. Interposto recurso para o CONEMA, deve o órgão executor
manifestar-se sobre ele, no prazo de 10 (dez) dias, antes de sua remessa à instância
superior.
Art. 68. Tornada definitiva a decisão condenatória, na esfera administrativa,
deve a multa ser recolhida ao órgão executor, conforme dispõe o artigo 66, deste Decreto.

TITULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 69. Na contagem dos prazos estabelecidos neste Decreto, excluir-se-á o


dia do início e incluir-se-á o do vencimento, prorrogando-se este, automaticamente, para o
primeiro dia útil, se recair em dia sem expediente no órgão executor do Sistema, observada
a legislação vigente.
Art. 70. O CONEMA, nos limites de sua competência, poderá baixar as
Resoluções que julgar necessárias ao cumprimento deste Regulamento.
Art. 71. O presente Regulamento entra em vigor na data de sua publicação,
juntamente com o Decreto que o aprovou.

202
DECRETO Nº 13.957, DE 11 DE MAIO DE 1998

Aprova o Regulamento do Programa de Apoio ao


Desenvolvimento das Atividades do Pólo gás-Sal
(PROGÁS).

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE,

usando das atribuições que lhe confere o artigo 64, V, da Constituição Estadual, e tendo em

vista a Lei nº 7.059, de 18 de setembro de 1997.

DECRETA:

Art. 1º. Fica aprovado, na forma do texto anexo ao presente Decreto, o

Regulamento do Programa de Apoio ao Desenvolvimento das Atividades do Pólo gás-Sal

(PROGÁS).

Art. 2º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em 11 de maio de 1998, 110 da

República.

GARIBALDI ALVES FILHO

Eduardo Gaspar Figueiredo

Ivanaldo Bezerra de Araújo Galvão

203
REGULAMENTO DO PROGRAMA DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO DAS
ATIVIDADES DO PÓLO GÁS-SAL (PROGÁS)
CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS

Art. 1º. O Programa de Apoio ao Desenvolvimento das Atividades do Pólo

Gás-Sal (PROGÁS) é regido pela Lei nº 7.059, de 18 de setembro de 1997, e por este

regulamento, e tem por objetivo incentivar a industrialização do Estado do Rio Grande do

Norte, assegurando o fornecimento de gás natural à preço subsidiado, à empresas

consideradas prioritárias ao desenvolvimento do Estado.

CAPÍTULO II
DAS EMPRESAS BENEFICIÁRIAS

Art. 2º. Pode ser beneficiada com os incentivos do PROGÁS a empresa

industrial:

I - nova;

II - existente no território do Estado, desde que amplie a sua capacidade

produtiva em pelo menos 50% (cinquenta por cento), mediante a realização de novos

investimentos fixos e circulantes;

III - existente no território do Estado que, na data do pedido de concessão do

incentivo, se encontre paralisada há pelo menos 12 (doze) meses ou que tenha apresentado,

nos 60 (sessenta) meses imediatamente anteriores à apresentação do pedido de concessão

do incentivo, capacidade ociosa correspondente a pelo menos 50% (cinquenta por cento)

da capacidade instalada total, desde que, à critério do Conselho de Desenvolvimento do

204
Estado (CDE), demonstre esforço de recuperação mediante adoção conjunta das seguintes

providências:

a) realização de novos investimentos capazes de restaurar a viabilidade

econômica do empreendimento;

b) utilização de capacidade instalada que torne igualmente possível o

empreendimento.

§ 1º. Considera-se empresa nova, para efeito de enquadramento no inciso I

deste artigo, aquela que estiver em fase de implantação ou em funcionamento no território

do Estado há no máximo 06 (seis) meses, contados da data da formalização do pedido de

concessão do benefício, feita a comprovação dessas situações mediante instrumento de

constituição da empresa, documento de inscrição no Cadastro Geral de Contribuinte e no

Cadastro de Contribuinte do Estado, bem como, de outros meios de prova, a critério do

CDE.

§ 2º No caso de empresa nova em implantação, o benefício pode ser

concedido por antecipação, desde que a entrada em funcionamento do empreendimento

ocorra no prazo fixado no respectivo cronograma.

§ 3º A entrada em funcionamento do empreendimento, na hipótese de que

trata o parágrafo anterior, não poderá exceder a 6 (seis) meses, contados da data de

concessão do benefício, admitida prorrogação por igual período, desde que haja

justificativa da empresa, acolhida pela Secretaria de Indústria, Comércio, Ciência e

Tecnologia (SINTEC) e referendada pelo CDE.

§ 4º Para efeito do disposto nos pará grafos anteriores, não se considera

empresa nova a resultante da alteração de razão ou denominação social, transformação ou

fusão de empresas já existentes.

CAPÍTULO III

205
DOS RECURSOS

Art. 3º. Constituem recursos do PROGÁS:

I - créditos consignados nos Orçamentos do Estado, correspondentes a 81%

(oitenta e um por cento) da receita proveniente da Taxa de Licenciamento Ambiental de

operações (LO), de que trata a Lei Complementar nº 148, de 26 de janeiro de 1996; e,

II - recursos correspondentes à amortização de empréstimos concedidos à

PETROBRÁS através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial do Rio

Grande do Norte (PROADI).

Parágrafo único - Os recursos de que tratam os incisos anteriores são

transferidos à POTIGÁS, pelo Tesouro do Estado, sob a forma de subvenção econômica.

CAPÍTULO IV
DAS OPERAÇÕES

Art. 4º. O incentivo do PROGÁS será concedido pelo prazo máximo de 05

(cinco) anos, a contar do enquadramento da indústria no Programa pelo Conselho de

Desenvolvimento do Estado (CDE), podendo ser prorrogado até duas vezes por igual

período, à critério do referido Conselho.

Art. 5º. A empresa beneficiária do PROGÁS fará jus ao gás subsidiado em

percentual equivalente ao número de pontos obtidos, de acordo com os seguintes critérios:

a) indústria que se localize no interior do Estado ou nas áreas industriais

criadas por lei ......................................................................................................... 25 pontos

b) indústria que promova a substituição de combustíveis poluentes, minerais

ou vegetais, por gás natural, utilizados como energia no processo produtivo ........05 pontos

c) indústria que absorva:

206
1) de 50 a 150 empregados ..............................................................05 pontos

2) de 151 a 300 empregados ............................................................10 pontos

3) de 301 empregados a 1.000..........................................................15 pontos

4) acima de 1.000 empregados .........................................................20 pontos

d) empreendimento que tenha realizado ou destine no mínimo 05% de sua

receita anual para investimentos na área ambiental do Estado.................................15 pontos

e) indústria cujo investimento seja de:

1) De R$ 500.000 a 5.000.000 .........................................................05 pontos

2) R$ 5.000.001 a 20.000.000 ..........................................................10 pontos

3) R$ 20.000.001 a 100.000.000 ......................................................20 pontos

4) acima de R$ 100.000.000 ............................................................20 pontos

f) indústria que promova investimentos na área de pesquisa científica ou que

utilize comprovada inovação tecnológica ................................................................10 pontos

g) indústria de grande porte, que promova investimentos acima de R$ 200

milhões e que gere mais de 2.500 (dois mil e quinhentos) empregos diretos .........05 pontos

§ 1º. Para efeito de apuração do volume de gás subsidiado, de que trata o

“caput” deste artigo, será considerada a variação correspondente a no mínimo 20 e, no

máximo, 100 (cem) pontos.

§ 2º. A pontuação a que se refere as alíneas “d e f” não será calculada

cumulativamente, atribuindo-se à empresa apenas os pontos correspondentes ao item no

qual for enquadrada.

§ 3º. A empresa só fará jus aos pontos a que se refere a alínea “d” quando

ocorrer a efetiva oferta de empregos, em número correspondente à previsão do ítem em

que for enquadrada.

207
§ 4º. Para efeito do disposto no parágrafo anterior, é assegurado à empresa

um período de carência de 06 (seis) meses, contado a partir do início de suas atividades

produtivas.

CAPÍTULO V
DO PREÇO

Art. 6º. O preço do gás estabelecido pelo Governo Federal corresponde, ao

equivalente, em moeda nacional, em 1º de janeiro de 1996, a US$2.44/MMBTU.

§ 1º. O preço do gás incentivado corresponde ao equivalente, em moeda

nacional, em 1º de janeiro de 1996, a US$1.25/MMBTU, valor esse cobrado na área de

extração e transmissão, resultando o preço subsidiado das contrapartidas oferecidas pelo

Estado do Rio Grande do Norte, no montante de US$1.19/MMBTU, na data acima

referida.

§ 2º. O preço a que se refereeste artigo está sujeito a reajustes decorrentes de

alterações determinadas pelo Governo Federal.

§ 3º. Não se incluem no preço estabelecido no “caput” deste artigo os custos

de distribuição, cujos valores serão definidos pela POTIGÁS, de acordo com sua tabela de

preços, publicada no Diário Ofícial do Estado.

CAPÍTULO VI
DA HABILITAÇÃO

Art. 7º. O pedido de concessão do benefício do PROGÁS deve ser

acompanhado dos seguintes documentos:

I - projeto de viabilidade econômica;

II - ato de constituição da empresa e suas alterações;

208
III - licença ambiental fornecida pelo IDEC, quando for o caso;

IV - certidões negativas de débitos federais, estaduais e municipais;

V- certidões negativas da dívida ativa federal, estadual e municipal;

VI - outros documentos julgados pertinentes à análise do pleito.

Art. 8º A SINTEC deverá analisar os aspectos econômicos, sociais,

financeiros e jurídicos do pleito, emitindo parecer conclusivo.

Parágrafo único. Compete à Secretaria de Tributação emitir parecer sobre a

situação fiscal e tributária do requerente do benefício.

Art. 9º. O processo deverá ser submetido ao CDE, cabendo ao Governador

do Estado expedir o ato de concessão.

Art. 10. Deferido o pleito, a SINTEC encaminhará expediente à POTIGÁS,

para as providências relativas à operacionalização do incentivo.

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO

Art. 11. À SINTEC, na qualidade de órgão gestor do PROGÁS, compete:

I - propor o plano atual de aplicação dos recursos do Programa;

II - executar e supervisionar todas as providências necessárias à instrução,

julgamento e enquadramento dos pedidos de incentivo;

III - cumprir as diligências determinadas pelo CDE;

IV - informar à POTIGÁS, para que adote as providências concernentes à

operacionalização do incentivo, após o seu deferimento pelo Governador do Estado;

V - praticar os demais atos autorizados por este regulamento.

Art. 12. Compete à Secretaria de Planejamento e Finanças (SEPLAN),

através do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do

Norte (IDEC):

209
I - efetivar a operacionalização orçamentária e financeira do PROGÁS;

II - analisar os aspectos relativos à manutenção da qualidade ambiental e

outros inerentes à funções específicas do IDEC;

III - fiscalizar o cumprimento das medidas necessárias à preservação da

qualidade ambiental.

Art. 13. À POTIGÁS, como órgão executor do Progás, compete:

I - fornecer gás natural, à preço subsidiado, mediante formalização

contratual, às empresas beneficiárias do PROGÁS;

II - executar todas as atividades consideradas indispensáveis ao

cumprimento das obrigações assumidas pelo Estado e pela PETROBRÁS, visando à

operacionalização do PROGÁS;

III - aplicar os recursos transferidos pelo Tesouro do Estado exclusivamente

na compra do gás, a ser vendido por preço subsidiado às empresas enquadradas no

PROGÁS.

Art. 14. A operacionalização do PROGÁS é disciplinada mediante a

aceleração de contratos, convênios e outros ajustes efetivados entre os órgãos e entidades

integrantes do Programa.

CAPÍTULO VIII
DAS PENALIDADES

Art. 15. O inadimplemento das obrigações tributárias e contratuais, por parte

de qualquer empresa beneficiária do PROGÁS, implica sua automática exclusão do

Programa.

§ 1º. Considera-se, também, como inadimplemento, o atraso injustificado,

por um período superior a 6 (seis) meses na execução do cronograma físico-financeiro do

projeto.

210
§ 2º. Para efeito do disposto neste artigo, a empresa beneficiária deve

fornecer, quando solicitado pela fiscalização da SINTEC, quaisquer informações relativas

ao cumprimento de suas obrigações contratuais, inclusive no que se refere ao número de

empregos ofertados, sob pena de exclusão do Programa ou redução do incentivo

concedido.

Art. 16. No ato da adesão ao PROGÁS, a empresa beneficiária se

compromete a permanecer no Estado, após o término do incentivo, pelo mesmo prazo

deste, sob pena de devolver todos os benefícios financeiros a que fez jus em razão do

Programa.

Art. 17. Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal,

estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou

correção dos danos causados pela degradação da qualidade ambiental, sujeitará o

transgressor, à critério do CDE, à perda ou restrição do incentivo do PROGÁS.

CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 18. Os benefícios do PROGÁS não podem ser concedidos mais de uma

vez à mesma empresa, ressalvada a possibilidade de prorrogação prevista no art.4º.

Art. 19. O fornecimento de gás natural de que trata o presente Regulamento

destina-se exclusivamente ao uso como combustível industrial por parte das empresas

beneficiárias do PROGÁS.

§ 1º. As empresas beneficiárias do PROGÁS deverão utilizar o gás à preço

subsidiado, exclusivamente nas suas unidades implantadas no Estado do Rio Grande do

Norte, vedada a transferência do incentivo a terceiros.

§ 2º. Decairá do Direito ao incentivo, a empresa que não consumir o gás à

preço subsidiado no prazo previsto no ato concessivo do benefício.

211
Art. 20. O acompanhamento e controle do PROGÁS serão feitos através de

uma Comissão, composta por 03 (três) membros, designados pelo Governador do Estado.

Art. 21. Os casos omissos neste Regulamento serão decididos pelo Conselho

de Desenvolvimento do Estado - CDE, de ofício ou por solicitação da Comissão a que se

refere o artigo anterior.

212
DECRETO Nº 14.338, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1999

Aprova o Regulamento do Instituto de Desenvolvimento

Econômico e Meio Ambiente - IDEMA

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE,

usando das atribuições que lhe confere o Art. 64, inciso V, última parte, da Constituição

Estadual e o art. 2º, § 3º da Lei Complementar nº 139, de 25 de janeiro de 1996.

DECRETA:

Art. 1º - Fica aprovado na conformidade do texto anexo ao presente

Decreto, o Regulamento do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do

Rio Grande do Norte (IDEMA).

Art. 2º - O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação,

revogadas as disposições em contrário.

Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 25 de fevereiro de 1999,

111º da República.

GARIBALDI ALVES FILHO

Lindolfo Neto de Oliveira Sales

213
ANEXO I AO DECRETO Nº 14.338, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1999.

CONSELHO
DE
ADMINISTRAÇÃO

DIRETORIA GERAL

SECRETARIA
EXECUTIVA

DIRETORIA TÉCNICA E
ADMINISTRATIVA

UNIDADE UNIDADE
INSTRUMENTAL INSTRMENTA
DE FINANÇAS E L DE
CONTABILIDAD ADMINISTRA
E ÇÃO GERAL

GRUPO DE GRUPO
AUXILIAR DE
DE AUXILIA
RECURSO R DE
S ADM.
HUMANOS GERAL

COORDENADORIA COORDENADORIA
DE MEIO DE ESTUDOS SÓCIO-
AMBIENTE ECONÔMICOS

214
SUBCOORDE SUBCOORDEN SUBCOORDEN
-NADORIA ADORIA DE A-DORIA DE
DE LICENCIAMEN GERENCIAME
PLANEJAME TO E NTO
NTO E CONTROLE COSTEIRO
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
AMBIENTAL

215
REGULAMENTO
1999

TÍTULO I
DA CARACTERIZAÇÃO E COMPETÊNCIA

Art. 1º. O Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do


Rio Grande do Norte (IDEMA), criado pela Lei Complementar nº 139, de 25 de janeiro de
1996, a partir da transformação da Fundação Instituto de Desenvolvimento do Rio Grande
do Norte, é pessoa jurídica de direito público, com patrimônio e receita próprios,
constituída sob a forma de autarquia, vinculada à Secretaria de Planejamento e Finanças do
Estado, nos termos da Lei Complementar nº 163, de 05 de fevereiro de 1999.
Art. 2º. Compete ao Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio
Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA):
I - produzir e difundir informações técnicas e estatísticas pertinentes ao
conhecimento da realidade estadual;
II - realizar os estudos e pesquisas necessários a atividades do planejamento
público estadual ou mediante remuneração, à preço de mercado, de interesse de terceiros;
III - formular, coordenar, executar e supervisionar a política estadual de
preservação, conservação, aproveitamento, uso racional e recuperação dos recursos
ambientais;
IV - fiscalizar o cumprimento das normas de proteção, controle, utilização e
recuperação dos recursos ambientais, aplicando as penalidades disciplinares e/ou
compensatórias às infrações apuradas; e
V - exercer outras atividades correlatas.

TÍTULO II
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Art. 3º . O IDEMA tem a seguinte estrutura organizacional:
I - Órgãos de Direção Superior:
1. Conselho de Administração (CAD);
2. Diretoria Geral (DIGER).
II - Órgão de Assessoramento à Direção Geral:

216
1. Secretaria Executiva (SECEX).
III - Órgãos de Execução Programática e Atuação Instrumental :
1. Diretoria Técnica e Administrativa (DTA);
1.1. Coordenadoria de Meio Ambiente (CMA):
1.1.1. Subcoordenadoria de Planejamento e Educação Ambiental (SPEA);
1.1.2. Subcoordenadoria de Licenciamento e Controle Ambiental (SLCA);
1.1.3. Subcoordenadoria de Gerenciamento Costeiro (SUGERCO);
1.2. Coordenadoria de Estudos Sócio-Econômicos (CESE);
1.3. Unidade Instrumental de Finanças e Contabilidade (UIFC);
1.4. Unidade Instrumental de Administração Geral (UIAG);
1.4.1. Grupo Auxiliar de Recursos Humanos (GARH);
1.4.2. Grupo Auxiliar de Administração Geral (GAAG).

TÍTULO III
DA CARACTERIZAÇÃO E DAS ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS E UNIDADES
INTEGRANTES DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

CAPÍTULO I
DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Art. 4º. O Conselho de Administração é o órgão colegiado deliberativo de
direção superior, de controle econômico-financeiro e de orientação técnica do IDEMA.
Art. 5º. Ao Conselho de Administração compete, além de outras atribuições
previstas em lei e neste Regulamento, a aprovação prévia da política de atuação do
IDEMA e, ainda, de:
I - planos e programas de trabalho, bem como orçamento de despesa e de
investimentos e suas alterações;
II - proposta de contratação de empréstimos e de outras operações que
resultem em endividamento da Autarquia;
III - tarifas e tabelas de produtos e serviços;
IV - programas de divulgação e publicidade;
V - balanços e demonstrativos de prestação de contas e aplicação de
recursos orçamentários e créditos adicionais;
VI - proposta de alteração deste Regulamento.

217
Art. 6º. O Conselho de Administração compõe-se:
I - do Secretário de Estado do Planejamento e das Finanças, na qualidade de
seu Presidente;
II - do Secretário de Estado da Administração e dos Recursos Humanos;
III - do Secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento;
IV - do Secretário de Estado dos Recursos Hídricos;
V - de um representante da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE.
§ 1º. O Diretor Geral do IDEMA é o Secretário Executivo do Conselho,
cabendo-lhe a execução das deliberações e decisões do Órgão.
§ 2º. O representante do IBGE será designado pelo Governador do Estado,
por indicação daquela Fundação.
Art. 7º. O Conselho de Administração reger-se-á por um Regimento Interno,
aprovado pela maioria de seus membros.

CAPÍTULO II
DA DIRETORIA GERAL (DIGER)
Art. 8º. A Diretoria Geral (DIGER) é o órgão máximo responsável pela
Administração da Autarquia.
Art. 9º. O Diretor Geral do IDEMA é de livre nomeação do Governador do
Estado, competindo-lhe:
I - representar a Autarquia, ativa e passivamente, em juízo ou fora dele;
II - exercer as atribuições compreendidas em sua administração geral, em
estrita observância às disposições legais e regulamentares;
III - assegurar a infra-estrutura administrativa necessária ao funcionamento
da Secretaria Executiva do CONEMA;
IV - promover a publicação, divulgação e execução das deliberações do
CONEMA;
V - solicitar a colaboração de entidades públicas ou autorizar a contratação,
de acordo com as exigências legais, de instituições privadas e de pessoas detentoras de
conhecimentos técnicos-científicos, com o objetivo de obter pareceres, laudos e outros
elementos técnicos, que subsidem decisão sobre matéria de competência da Autarquia;

218
VI - promover a integração permanente do IDEMA com outras entidades
que atuam na área do meio ambiente, sejam elas governamentais ou não governamentais,
no âmbito nacional ou internacional;
VII - submeter ao Conselho de Administração:
a) a política de atuação do IDEMA;
b) os planos e programas de trabalho, o orçamento anual e os relativos das
atividades da Autarquia;
c) questões relativas ao quadro de Pessoal;
d) O Regulamento e demais atos de organização do IDEMA;
VIII - encaminhar, anualmente, ao Tribunal de Contas do Estado, os
balanços e demonstrativos de prestação de contas e aplicação de recursos orçamentários e
créditos adicionais;
IX - movimentar contas bancárias, juntamente com o Diretor Técnico e
Administrativo;
X - autorizar a publicação e a divulgação de documentos produzidos pelo
IDEMA;
XI - estabelecer, por ato expresso, a escala de substituição dos ocupantes de
funções de chefia;
XII - praticar atos relativos ao provimento de cargos e à imposição de
penalidades disciplinares, na forma da lei;
XIII - assinar convênios, contratos, acordos e outros atos congêneres;
XIV - avocar atribuições dos subordinados;
XV - delegar poderes a servidores da entidade;
XVI - exercer outras atividades compreendidas nos poderes de direção
inerentes ao cargo.

CAPÍTULO III
DA SECRETARIA EXECUTIVA (SECEX)
Art. 10. A Secretaria Executiva (SECEX) é o órgão de assessoramento ao
Diretor Geral do IDEMA, competindo-lhe:
I - secretariar as reuniões convocadas pela Direção Geral, preparando atos,
súmulas e memórias;
II - secretariar reuniões do Conselho de Administração;

219
III - elaborar expedientes do interesse da Direção Geral;
IV - controlar o material e os bens patrimoniais de uso da Direção Geral;
V - organizar e manter em ordem os arquivos da Direção Geral;
VI - promover a tramitação de processos e outros documentos, mantendo
em dia os respectivos registros;
VII - prestar informações aos diversos setores da Autarquia e atender ,
quando autorizada, à solicitações externas;
VIII - supervisionar os serviços de digitação e reprografia, do interesse da
Direção Geral;
IX - requisitar material e serviços para a Direção Geral;
X - exercer outras atividades que lhe sejam atribuídas pela Direção Geral.

CAPÍTULO IV
DA DIRETORIA TÉCNICA E ADMINISTRATIVA (DTA)
Art. 11. A Diretoria Técnica e Administrativa (DTA) é a unidade
responsável pela execução das atividades técnicas, administrativas e financeiras internas do
órgão, podendo articular-se com instituições governamentais de âmbito federal, estadual ou
municipal e com organizações privadas ou não governamentais.
Art. 12. O Diretor Técnico e Administrativo é de livre nomeação do
Governador do Estado, competindo-lhe:
I - assessorar o Diretor Geral nos assuntos de natureza técnica,
administrativa e financeira;
II - elaborar e acompanhar a execução do plano anual de trabalho, bem
como consolidar o relatório de atividades do IDEMA;
III - intermediar a articulação entre o Diretor Geral e as Coordenadorias;
IV - substituir o Diretor Geral em suas ausências e impedimentos;
V - planejar, organizar, supervisionar, dirigir e controlar as atividades
técnicas, administrativas e financeiras do IDEMA;
VI - promover as medidas internas necessárias à guarda de valores e ao
controle financeiro;
VII - propor ao Diretor Geral atos de provimentos de cargos e de aplicação
de penalidades disciplinares;

220
VIII - executar outras atividades correlatas, especialmente as que lhe forem
atribuídas pelo Diretor Geral.
Art. 13. À Diretoria Técnica e Administrativa estão vinculadas as
Coordenadorias, as Subcoordenadorias, as Unidades Instrumentais e os Grupos Auxiliares
previstos no art. 3º, III, deste Regulamento.

SEÇÃO I
DA COORDENADORIA DE MEIO AMBIENTE (CMA)
Art. 14. A Coordenadoria de Meio Ambiente (CMA) é a unidade
administrativa responsável pela coordenação das atividades relativas à execução da política
estadual de controle e preservação do meio ambiente e pela operacionalização das
atividades da Secretaria Executiva do Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONEMA),
cabendo-lhe o exercício das seguintes atribuições:
I - apoiar as atividades da Secretaria Executiva do CONEMA, no sentido de:
a) providenciar e fornecer aos membros do CONEMA, com a antecedência
mínima a sua análise prévia, relatórios técnicos e estudos sobre as matérias constantes da
pauta de reuniões;
b) coordenar as atividades das Câmaras Técnicas do CONEMA;
II - exercer as funções que lhe forem delegadas pelo CONEMA;
III - propor critérios a serem submetidos à aprovação do CONEMA para
definição de áreas críticas;
IV - analisar projetos e demais documentos referentes à concessão ou
renovação de licença e à implantação de equipamentos e sistemas de controle de poluição;
V - emitir pareceres técnicos e efetuar análises de documentos e processos,
nas áreas de competência do IDEMA;
VI - propor ao CONEMA à adoção de medidas que visem à redução da
carga de poluição ambiental, a fim de manter as emissões e lançamentos de resíduos e
efluentes nos limites estabelecidos;
VII - tornar efetivas as medidas decorrentes da imposição, pelo Diretor
Geral do IDEMA, das penalidades previstas na Lei Complementar nº 140, de 26 de janeiro
de 1996, e nos demais documentos legais pertinentes;
VIII - formalizar os respectivos instrumentos de aplicação das sanções;

221
IX - advertir as fontes poluidoras ou de degradação ambiental através de
termo próprio;
X - coordenar as atividades das Subcoordenadorias;
XI - intermediar a articulação entre Diretoria Técnica e Administrativa e as
Subcoordenadorias;
XII - exercer outras atividades correlatas.

SUBSEÇÃO I
DA SUBCOORDENADORIA DE PLANEJAMENTO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
(SPEA)
Art. 15. A Subcoordenadoria de Planejamento e Educação Ambiental
(SPEA) é a unidade de apoio à Coordenadoria de Meio Ambiente no exercício das funções
de planejamento, coordenação e execução das atividades de conservação e educação
ambiental, cabendo-lhe:
I - elaborar e coordenar a execução de planos, programas e projetos
relacionados ao desenvolvimento dos recursos ambientais;
II - executar as atividades relativas ao planejamento, criação, implantação e
administração de parques e reservas equivalentes de domínio estadual;
III - elaborar e executar planos, programas e projetos na área de educação
ambiental, de forma a subsidiar as ações do IDEMA;
IV - incentivar a criação de CONEMA’s e assessorar o seu funcionamento;
V - executar atividades relativas à conservação da flora e da fauna,
sobretudo as relacionadas com as espécies em extinção, e promover planos e programas
especiais voltados para a sua preservação;
VI - promover e acompanhar a execução de atividades relativas à
recuperação de áreas degradadas em Unidades de Conservação Estaduais;
VII - elaborar lista atualizada das espécies da flora e fauna ameaçadas de
extinção e de seus fatores determinantes, sugerindo providências destinadas à reversão do
quadro;
VIII - realizar ou acompanhar estudos e pesquisas nas unidades de
conservação estaduais;
IX - promover a execução de atividades de manejo dos parques estaduais e
reservas equivalentes;

222
X - incentivar o manejo sustentado nas áreas com cobertura florestal
considerada de produção;
XI - propor o estabelecimento de normas para a preservação e recomposição
das florestas nativas e/ou representativas, de acordo com as particularidades do Estado;
XII - promover, incentivar e supervisionar atividades de florestamento e
reflorestamento com espécies nativas e exóticas em áreas degradadas e/ou em processo de
regeneração;
XIII - auxiliar a CMA, quando solicitado, na execução das ações de
licenciamento e monitoramento;
XIV - exercer outras atividades correlatas.

SUBSEÇÃO II
DA SUBCOORDENADORIA DE LICENCIAMENTO E CONTROLE
AMBIENTAL (SLCA)
Art. 16. A Subcoordenadoria de Licenciamento e Controle Ambiental
(SLCA) é a unidade de apoio à Coordenadoria de Meio Ambiente, no exercício das
funções de coordenação e execução das atividades de licenciamento, monitoramento e
controle ambiental, cabendo-lhe o exercício das seguintes atribuições:
I - cadastrar e mapear, mantendo permanentemente atualizadas informações
referentes às atividades potencial ou efetivamente poluidoras e/ou degradadoras do meio
ambiente;
II - propor o estabelecimento de normas, padrões e parâmetros, com vistas à
melhoria ou manutenção da boa qualidade ambiental, a serem submetidos à aprovação do
CONEMA;
III - analisar projetos e demais documentos referentes à concessão ou
renovação de licenças bem como as relativas à implantação de equipamentos e sistemas de
controle;
IV - efetuar vistorias e fiscalizar as atividades, efetiva ou potencialmente ,
poluidoras e/ou degradadoras do meio ambiente;
V - avaliar os Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e respectivos Relatórios
de Impacto Ambiental (RIMA), bem como os demais estudos e relatórios exigidos para
implantação de projetos públicos e privados, causadores de significativos impactos
ambientais;

223
VI - receber e apurar denúncias relativas à agressões ao meio ambiente ;
VII - monitorar, através de coletas e análises periódicas ou eventuais, a
qualidade do solo, do ar, e das águas superficiais e subterrâneas;
VIII - efetuar coleta e análise química em solo, minerais e água;
IX - controlar e fiscalizar, no que couber, a exploração, utilização e
consumo de produtos e subprodutos florestais;
X - promover e supervisionar a execução do monitoramento da situação dos
recursos ambientais;
XI - exercer outras atividades correlatas.

SUBSEÇÃO III
DA SUBCOORDENADORIA DE GERENCIAMENTO COSTEIRO (SUGERCO)
Art. 17. A Subcoordenadoria de Gerenciamento Costeiro (SUGERCO) é a
unidade de apoio à Coordenadoria do meio Ambiente no exercício das funções de planejar
e gerenciar a utilização dos recursos naturais e as atividades sócio-econômicas da Zona
Costeira, cabendo-lhe o exercício das seguintes atribuições:
I - elaborar e implementar o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro;
II - elaborar e implementar o Plano Estadual de Gestão da Zona Costeira,
em articulação com Municípios e instituições públicas e privadas;
III - promover a articulação entre os órgãos setoriais que atuam na área,
visando à integração das ações governamentais destinadas à Zona Costeira;
IV - assessorar e orientar os municípios costeiros na elaboração dos seus
instrumentos legais de ordenamento do território;
V- auxiliar a CMA, quando solicitado, na execução das ações de
licenciamento e monitoramento, através da participação na elaboração de termos de
referência para EIA/RIMA, análise de estudos de impactos ambientais e pareceres técnicos
referentes à implantação de empreendimentos e atividades na Zona Costeira;
VI - alimentar o Sistema de Informações para o Gerenciamento Costeiro
(SIGERCO) com dados sistematizados referentes ao meio ambiente, sobretudo no que
concerne ao tratamento digital de imagens de satélite, geoprocesssamento e banco de
dados;
VII - disponibilizar as informações do SIGERCO;
VIII - exercer outras atividades correlatas.

224
SEÇÃO IV
DA COORDENADORIA DE ESTUDOS SÓCIO-ECONÔMICOS (CESE)
Art. 18. A Coordenadoria de Estudos Sócio-Econômicos (CESE) é a
unidade responsável pela elaboração de estudos, pesquisas e análises necessárias à
programação econômica e social dos diversos órgãos e entidades do Governo do Estado,
cabendo-lhe o exercício das seguintes atribuições:
I - promover levantamentos, análises e estudos relativos à situação sócio-
econômica e ambiental do Estado;
II - desenvolver e aplicar sistemas, modelos, métodos e técnicas de
pesquisa adequada à atividades específicas;
III - executar pesquisas para outras unidades do IDEMA, bem como para
órgãos e entidades da Administração Pública estadual, federal e municipal e da inciativa
privada;
IV - desenvolver e aplicar sistemas, modelos e técnicas referentes à
informações, mantendo:
a) indicadores econômicos, sociais e ambientais que ofereçam informações
objetivas para decisões, a curto e longo prazo, no campo das atividades governamentais e
do setor privado;
b) programa de publicações internas e externas de interesse para a
Administração Pública e para o setor privado;
V - organizar e manter um banco de dados sobre aspectos sócio-
econômicos, ambientais, institucionais e informações de natureza estatística, geográfica e
cartográfica do Rio Grande do Norte;
VI - organizar e manter a Biblioteca do IDEMA, para arquivo, serviços de
microfilmagem e microfichamento, publicação e reprodução de documentos e atos da
Autarquia;
VII - promover a aquisição, registro, classificação, catalogação,
armazenamento e circulação de livros, periódicos e documentos técnicos, bem como a
publicação e divulgação de documentos produzidos;
VIII - estabelecer procedimentos relativos ao acompanhamento, controle e
avaliação de dados e informações;

225
IX - identificar a necessidade de pesquisa na área de competência do
IDEMA;
X - exercer outras atividades correlatas.

SEÇÃO V
DA UNIDADE INSTRUMENTAL DE FINANÇAS E CONTABILIDADE (UIFC)
Art. 19. A Unidade Instrumental de Finanças e Contabilidade (UIFC) é a
unidade responsável pela execução das atividades de administração contábil e financeira
do IDEMA, competindo-lhe:
I - realizar a apropriação de custos da entidade;
II - executar os serviços de contabilidade;
III - elaborar e encaminhar ao Diretor Técnico e Administrativo:
a) a proposta orçamentária para o exercício seguinte, no final do terceiro
trimestre;
b) a programação financeira, com base no orçamento aprovado pelo
Conselho de Administração, no primeiro mês do exercício;
IV - cumprir os atos de execução orçamentária e financeira do IDEMA;
V - executar outras atividades correlatas, especialmente as que lhe forem
atribuídas pelo Diretor Técnico e Administrativo.

SEÇÃO VI
DA UNIDADE INSTRUMENTAL DE ADMINISTRAÇÃO GERAL (UIAG)
Art. 20. A Unidade Instrumental de Administração Geral (UIAG) é a
unidade responsável pela execução das atividades de administração, de recursos humanos,
patrimônio e almoxarifado, transportes e serviços auxiliares do IDEMA, competindo-lhe:
I - cadastrar e administrar o patrimônio da Autarquia;
II - organizar e dirigir os serviços administrativos internos, expedindo
ordens e instruções necessárias ao seu regular funcionamento;
III - supervisionar a administração de pessoal e de material;
IV - prover o setor contábil-financeiro de informações e dados necessários
ao pagamento de pessoal do IDEMA e de outros serviços realizados por terceiros:
V - executar outras atividades correlatas, especialmente as que lhe forem
atribuídas pelo Diretor Técnico e Administrativo.

226
Art. 21. A Unidade Instrumental de Administração Geral (UIAG) compõe-
se de :
I - Grupo Auxiliar de Recursos Humanos (GARH);
II - Grupo Auxiliar de Administração Geral (GAAG).
Art. 22. Ao Grupo Auxiliar de Recursos Humanos compete:
I - manter atualizados os assentamentos e o cadastro de pessoal;
II - prover os meios necessários à avaliação de desempenho de pessoal;
III - preparar os atos relativos à movimentação de pessoal;
IV - promover o recrutamento, seleção e treinamento de pessoal;
V - propor a concessão de promoções;
VI - exercer outras atividades correlatas, bem como as que lhe forem
atrbuídas pelo Chefe da Unidade Instrumental de Administração Geral.
Art. 23. Ao Grupo Auxiliar de Administração Geral compete:
I - receber, conferir, guardar, distribuir e controlar o material destinado ao
uso da Autarquia;
II - realizar o cadastramento, o controle, a movimentação, e a fiscalização
dos bens da entidade;
III - manter atualizados ao final de cada exercício financeiro, o Inventário
de Bens Móveis e o Estoque de Material do IDEMA;
IV - receber, registrar, expedir e controlar a tramitação dos documentos,
processos e correspondências;
V - realizar os serviços de vigilância, portaria, telefônia, reprografia, copa,
limpeza e conservação dos móveis e dependências do prédio do IDEMA;
VI - controlar a disponibilidade diária de transportes para o serviço da
Autarquia, bem como a sua guarda e correta utilização;
VII - observar e controlar os servios de registro, licenciamento,
abastecimento, conservação, manutenção e reparos de veículos;
VIII - elaborar, mensalmente, relatório com os custos de conservação e
manutenção de cada veículo sob sua guarda;
IX - executar outras atividades correlatas que lhe forem atribuídas pelo
Chefe da Unidade Instrumental de Administração Geral.

TÍTULO IV

227
DO PESSOAL
Art. 24. Considera-se pessoal do IDEMA:
I - pessoal de nível superior;
II - pessoal de apoio técnico e administrativo.
Art. 25. O Plano de Cargos e Salários do IDEMA contempla as atribuições,
requisitos para provimento dos cargos, forma de recrutamento e promoção, bem como,
fixados por lei, os vencimentos e as gratificações, a criação, a transformação, a extinção e
as quantidades de cargos.
Parágrafo único. A organização e as alterações do Plano de Cargos e
Salários serão propostas pelo Diretor Geral ao Conselho de Administração.
Art. 26. O Plano de Cargos e Salários, a que se refere o artigo anterior,
abrange:
I - o Quadro Permanente de Cargos (QPC);
II - o Quadro de Cargos em Comissão (QCC);
III - o Quadro de Funções Gratificadas (QFC).
Art. 27. Aplica-se ao pessoal do IDEMA o Regime Jurídico Único dos
Servidores Públicos Estaduais instituído pela Lei Complementar nº 122, de 30 de junho de
1994.
TÍTULO V
DA RECEITA E DO PATRIMÔNIO
CAPÍTULO I
DA RECEITA
Art. 28. Os serviços prestados pelo IDEMA ao setor privado, aos órgãos e
entidades da Administração Pública Estadual e aos Municípios do Estado do Rio Grande
do Norte devem ser sempre remunerados, exceto quando relacionados com suas atividades
como entidade de apoio ao órgão central do Sistema de Planejamento do Rio Grande do
Norte.
§ 1º. Os serviços prestados pelo IDEMA a órgãos e entidades públicas, não
previstos no caput deste artigo, serão renumerados na forma estabelecida nos contratos ou
convênios correspondentes.
§ 2º. Os serviços prestados pelo IDEMA à entidades privadas serão
remunerados pelo preço vigente no mercado para serviços de igual natureza.
Art. 29. Constituem receita do IDEMA:

228
I - as dotações orçamentárias que lhe form transferidas pelo Estado,
inclusive créditos adicionais;
II - recursos provenientes de convênios, contratos e acordos;
III - rendas eventuais, inclusive as resultantes de prestação de serviços;
IV - dotações e contribuições de pessoas jurídicas de direito público ou
privado, nacionais ou internacionais;
V - recursos que lhe forem transferidos do Fundo de Desenvolvimento
Econômico e Social (FDES);
VI - recursos que lhe forem transferidos pelo Fundo Estadual de
Preservação do Meio Ambiente - FEPEMA;
VII - recursos provenientes de multas, decorrentes de infrações à legislação
ambiental;
VIII - receitas oriundas de taxas incidentes sobre atividades desenvolvidas
pela Coordenadoria de Meio Ambiente;
IX - quaisquer outros recursos previstos em lei ou contrato.
Parágrafo único. Toda receita arrecadada pelo IDEMA será recolhida
através da Unidade Instrumental de Finanças e Contabilidade, à instituição bancária
determinada pela Autarquia.
Art. 30. Para a consecução dos seus objetivos, o IDEMA poderá efetuar
operações de crédito em moeda nacional ou estrangeira, obedecida a legislação vigente.
Art. 31. O IDEMA procederá na forma estabelecida pela legislação
aplicável, sempre que os acordos com organismos estrangeiros exigirem a realização de
concorrência internacional.

CAPÍTULO II
DO PATRIMÔNIO
Art. 32. O patrimônio do IDEMA constitui-se dos bens provenientes da
Fundação que o antecedeu, conforme o disposto na Lei Complementar nº 129, de 02 de
fevereiro de 1995, com as alterações introduzidas pela Lei Complementar nº 139, de 25 de
janeiro de 1996 e a Lei nº 163, de 05 de fevereiro de 1999, assim como dos que vier a
adquirir, a qualquer título, na forma da legislação em vigor.

TÍTULO VI

229
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 33. Os assessores técnicos, profissionais de nível superior, são
responsáveis pelo assessoramento à Direção Geral do IDEMA, competindo-lhes:
I - colher dados, informações e subsídios, interna ou externamente, para
apoio às decisões da Direção Geral do IDEMA;
II - estudar e propor à Direção Geral, medidas relativas à política do
Governo, visando à dinamização de suas atividades, em estreita colaboração com os
órgãos de planejamento municipais, estaduais e federais;
III - programar a articulação da Direção Geral do IDEMA com órgãos e
entidades direta ou indiretamente relacionados com a Autarquia;
IV - exercer outras atividades correlatas, especialmente as que lhe forem
atribuídas pela Direção Geral do IDEMA.
Art. 34. O Assessor Jurídico é responsável pelo planejamento, coordenação
e controle dos serviços jurídicos do IDEMA, competindo-lhe:
I - prestar assessoria à Direção Geral e demais unidades administrativas,
através de pareceres, em assuntos afetos à vida institucional do IDEMA;
II - atuar, na qualidade de advogado do IDEMA, nas causas em geral,
processadas em qualquer instância, mediante mandato outorgado pelo representante legal
do IDEMA;
III - apreciar ou orientar a elaboração de minutas de contratos, termos,
convênios, acordos e quaisquer outros atos que envolvam assuntos de necessária
adequação à legislação em vigor;
IV - manter atualizado todo o acervo de legislação, bem como de doutrina e
jurisprudência, em assuntos de interesses do IDEMA;
V - elaborar, quando solicitado pela Direção Geral, anteprojetos de leis,
decretos, estatutos, regulamentos, regimentos, resoluções e outros instrumentos
administrativos que digam respeito ao IDEMA;
VI - emitir opiniões em processos administrativos e elaborar expedientes
sobre providências de ordem jurídica;
VII - analisar e instruir processos sobre consultas, reinvidicações e
requerimentos de servidores do IDEMA, bem como os que tratam dos pedidos de
licenciamento ambiental e assuntos correlatos, emitindo pareceres conclusivos;

230
VIII - solicitar, quando necessário, informações ou outros elementos para a
elaboração de pareceres conclusivos;
IX - exercer outras atividades correlatas, especialmente as que lhes forem
atribuídas pela Direção Geral do IDEMA.
Art. 35. O organograma, constante do Anexo I, é parte integrante deste
Regulamento.
Art. 36. O exercício financeiro coincide com o ano civil.
Art. 37. Os casos omissos neste Regulamento serão objeto de deliberação do
Conselho de Administração.
Art. 38. O presente Regulamento entra em vigor na data da publicação do
decreto governamental que o aprova.

R E T I F I C A Ç Ã O (DE 05 DE MARÇO DE 1999)


Fica retificado o Regulamento do Instituto de Desenvolvimento Econômico
e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte - IDEMA, texto anexo ao Decreto nº 14.338, de
25 de fevereiro de 1999, publicado no Diário Oficial do Estado, edição de 26 de fevereiro
de 1999, com as seguintes alterações no seu Capítulo IV: ONDE SE LÊ - Seção IV, Seção
V e Seção VI, LEIA-SE - Seção II, Seção III e Seção IV, respectivamente.

231
DECRETO Nº 14.369, DE 22 DE MARÇO DE 1999

Cria a Área de Proteção Ambiental (APA) Bonfim/Guaraíra


nos Municípios de Nísia Floresta, São José do Mipibu,
Senador Georgino Avelino, Goianinha, Arês, Tibau do Sul, e
dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, no


uso de suas atribuições constitucionais, e tendo em vista o que consta dos artigos 18, caput,
19, VI, e 20, VII, e VIII, da Constituição Estadual,

D E C R E T A:
Art. 1º. Fica declarada como Área de Proteção Ambiental (APA)
Bonfim/Guaraíra, a região situada nos municípios de Nísia Floresta, São José de Mipibu,
Goianinha, Senador Georgino Avelino, Tibau do Sul e Arês, com a delimitação geográfica
constante do artigo 3º deste Decreto.
Art. 2º. A declaração a que se refere o artigo anterior tem como objetivo
ordenar o uso, proteger e preservar:
a) os ecossistemas dunar, Mata Atlântica e manguezal;
b)lagoas, rios e demais recursos hídricos;
c) espécies vegetais e animais.
Art. 3º. O perímetro da Área de Proteção Ambiental (APA)
Bonfim/Guaraíra tem a sua origem na Ponte sobre o Rio Pium, limite entre Pirangi do
Norte e Pirangi do Sul, na estrada RN-063, no ponto 01, de coordenadas E=264.935,9m e
N=9.338.080.0m. Deste ponto, segue pelo Rio Pium, até a sua desembocadura no Oceano
Atlântico, e daí segue a linha litorânea na direção sul, até encontrar o ponto 02, de
coordenadas E=274.883.1m e N=9.304.769,7m, localizado na foz do Rio Catu, na
comunidade de Sibaúma. Deste segue na direção noroeste pela estrada que vai de Sibaúma
para Piau até o ponto 03, de coordenadas E=272.513,3m e N=9.307.603,6m, sobre a
nascente de um riacho sem nome, afluente do Rio Passagem. Segue por essa estrada,
tomando o caminho no sentido de Piau, até a ponte sobre o Rio Passagem, onde encontra o
ponto 04 de coordenadas E=270.097,5m e N=9.309.613,4m. Do ponto 04, segue no

232
sentido noroeste até encontrar a estrada que liga Tibau do Sul à Goianinha, onde encontra o
ponto 05 de coordenadas E=267.192,5m e N=9.312.789,1m. Seguindo pela RN-003, que
vai de Tibau do Sul, na direção sudoeste, no sentido de Goianinha, até o bueiro sobre o Rio
Estivas, encontra o ponto 06 de coordenadas E=259.659,9m e N=9.309.988,7m.
Do ponto 06, segue em linha reta, na direção noroeste, até encontrar o ponto
07, de coordenadas E=256.980,8m e N=9.310.037,8m, sobre um bueiro no Rio Jacu,
limite entre os municípios de Goianinha e Arês, na estrada que liga o povoado de Sumaré à
sede da Usina Estivas. Deste, segue em linha reta, na direção nordeste, até o ponto 08, de
coordenadas E=258.791,6m e N=9.314.797,8m, sobre o bueiro de um riacho sem nome,
na estrada de barro que liga a cidade de arês à BR-101, no povoado de Areia. Continua por
essa estrada, passando pela cidade de Arês, até encontrar o ponto 09, de coordenadas
E=261.271,2m e N=9.314.850,5m na saída de Arês para Senador Georgino Avelino, no
final da rua Monsenhor Pegado. Segue então pela RN-061 até a entrada da cidade de
Senador Georgino Avelino onde encontra o ponto 10 de coordenadas E=265.136,4 e
N=9.318.142,1m, sob a rede de alta tensão. Deste, segue pela RN-002, no sentido da BR-
101, até encontrar o ponto 11 de coordenadas E=260.760,0m e N=9.321.379,6m, na ponte
sobre o Rio Baldun.
Prosseguindo pela RN-002 chega ao ponto 12 de coordenadas
E=256.436,6m e N=9.322.369,2m no povoado de Currais, no entroncamento com a estrada
que vai para Nísia Floresta. Seguindo pela RN-002, até o cruzamento com a BR-101,
chega ao ponto 13 de coordenadas E=252.871,2m e N=9.323.614,6m. Partindo do ponto
13, na BR-101, segue-se a noroeste na RN-317, no sentido Brejinho, até a entrada do
CENTERN (EMATER), ponto 14, de coordenadas E=247.930,8m e N= 9.324.244,3m.
Partindo deste ponto, em direção norte, por dentro do CENTERN, segue até
um bueiro, no Rio Trairi, ponto 15, de coordenadas E=248.036,7m e N= 9.326.329,9m.
Do ponto15, segue no mesmo sentido numa estrada carroçável, até cruzar a RN-002, que
liga São José de Mipibu à Monte Alegre, onde fica o ponto 16, de coordenadas
E=248.400,7m e N=9.327.967,0m. Segue pela RN-002, no sentido noroeste, para Monte
Alegre, até o cruzamento com a RN-316, na localidade de Jardim, onde fica o ponto 17 de
coordenadas E=244.475,1m e N=9.329.452,1m. Seguindo pela RN-316 em direção
nordeste, até encontrar a BR-101, onde fica o ponto 18, de coordenadas E=249.811,2m e
N=9.336.325,8m. Do ponto 18 segue em linha reta no sentido nordeste até o ponto 19 de
coordenadas E=253.096,8m e N=9.339,529,1m no entroncamento do caminho paralelo à

233
estrada de ferro com uma estrada carroçável que vai para a RN-313. Do ponto 19 segue
em outra linha reta no sentido nordeste até o ponto 20 de coordenadas E=256.321,3m e
N=9.341.634,5m situado em uma curva da RN-313. Deste ponto segue em linha reta no
sentido leste até o ponto 21 de coordenadas E=260.659,2m e N= 9.341.477,2m, na ponte
da RN-313 sobre o Rio Pium. Segue então pelo Rio Pium até a ponte da RN-063 sobre o
Rio Pium, limite entre Pirangi do Norte e Pirangi do Sul, conforme mapa anexo.
Art. 4º. O Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do
Rio Grande do Norte - IDEMA, fica autorizado a executar ou contratar serviços para a
elaboração do Macrozoneamento e do Plano de Manejo da APA Bonfim/Guaraíras em
parceria com a Secretaria de Estado dos Recursos Hídricos.
§ 1º. O Macrozoneamento que trata o caput deste artigo deverá ser
executado no prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir da data da publicação deste
Decreto.
§ 2º. O Plano de Manejo será executado considerando as diretrizes do
Macrozoneamento e deverá conter o diagnóstico, zoneamento e normas específicas quanto
uso e ocupação da área.
Art. 5º. O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 22 de março de 1999, 111ª
da República.
GARIBALDI ALVES FILHO
Lindolfo Neto de Oliveira Sales
Rômulo de Macêdo Vieira

234
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Lagoas/Açudes
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Rios ou Riachos
Zona Urbana, Vilas ou Povoados
10 1
BR 101
Rodovias Pavimentadas
Rodovias não pavimentadas ou caminhos
Ferrovia
Limite dos Municípios

N QN G
LEG EN DA
L im it e d a Á r e a d e P r o t e ç ã o A m b i e n t a l
B o n f im / G u a r a ír a
P o n t o s c o m c o o r d e n a d a s d e t e rm in a d a s E SC A LA G R A F IC A
M a p a e la b o r a d o a p a r t ir d e im a g e n s d o S a t e lit e S P O T 1000 0 2000 4000 6000 8000 1000 0m
por G PS o b t id a s e m 1 9 8 9 / 1 9 9 0 , n a e s c a la o r ig in a l d e 1 : 5 0 0 0 0

G a lin h o s : e :\id e c \ R N - G r á fic o \A p a - B o n fim . c d r

235
DECRETO Nº 14.813, DE 16 DE MARÇO DE 2000

Regulamenta a Lei nº 5.823, de 07 de dezembro de 1988, que


dispõe sobre a criação e proteção do Parque Ecológico do
Cabugy e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, no


uso de suas atribuições constitucionais, e tendo em vista o que consta dos artigos 18, caput,
19, VI, e 20, VII, e VII, da Constituição Estadual, e
Considerando que o Pico do Cabugy é um dos raros remanescentes da
atividade vulcânica no território nacional, sendo, portanto, uma importante base de estudos
para comunidade científica;
Considerando o grande potencial turístico do local, comprovado pelo
intenso movimento de pessoas que, mesmo sem a existência de qualquer infra estrutura de
apoio, percorrem as trilhas que levam ao topo do pico;
Considerando a necessidade urgente de proteção do conjunto formado pelo
pico e seu entorno, caracterizado pela existência de vegetação específica da caatinga,
contra as agressões ambientais e a população visual decorrentes do uso indevido da sua
privilegiada altitude e situação geográfica;
Considerando a necessidade de criação de instrumentos jurídicos capazes de
ordenar o uso e a ocupação do parque, possibilitando dotar o local de uma infra estrutura
de apoio ao ecoturismo e ao desenvolvimento de atividades científicas, sem depreciar o
meio ambiente,

DECRETA:
Art. 1º. Fica declarada como de utilidade pública a área constituída pelo
Pico do Cabugy, com delimitação geográfica constante no artigo 3º, deste Decreto, inserida
no perímetro tombado pela Portaria nº 446, de 24 de agosto de 1989, da Secretaria de
Educação e Cultura e inscrita no Livro de Tombo paisagístico da Fundação José Augusto,
descritos e representados cartograficamente no Anexo I deste decreto, cujos originais
encontram-se depositados no Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente
do Rio Grande do Norte – IDEMA.

236
Art. 2º A declaração a que se refere o artigo anterior tem como objetivo
proteger a formação geomorfológica do pico, resguardando o visual cênico-paisagístico
daquele monumento natural, através do ordenamento do seu uso e da área do seu entorno.
Art. 3º. O perímetro da área do Pico do Cabugy, declarada de utilidade
pública, tem a seguinte delimitação geográfica prévia, podendo sofrer pequenas alterações,
tendo em vista recentes modificações em parâmetros que influem na precisão das
coordenadas determinadas: Partindo-se do vértice VOI, localizado nas proximidades da BR
304 entre o trecho que vai do acesso à cidade de Pedro Avelino à torre da adutora,
apresentando as coordenadas 797631.17E e 9370176.14N, segue-se para o vértice VO2, de
coordenadas 797834.72E e 9369935.11N, a uma distância de 315,48 metros e azimute de
139º49’7.99”. Desse ponto, segue para o ponto VO3 de coordenadas 797890.23E e
93691,47.12N, a uma distância de 789,24 metros e azimute de 175º58’13.63”. Daí segue
para o ponto VO4 de coordenadas 798223.31E e 9369184.21N, a uma distância de 335,14
metros e azimute 83º38’45.7”, seguindo até o ponto VO5 de coordenadas 798140.04E e
9368071.76N, uma distância de 1115.56 metros e azimute 184º16’50.76”. Do ponto VO5
segue até o ponto VO6, localizado na parte posterior do pico e que apresenta coordenadas
797066.79E e 9367385.74N, distante 1273.77 metros entre si e de azimute 237º24’48.03”.
Desse ponto segue até o ponto VO7, de coordenadas 796372.88E e 9367367.20N, a uma
distância de 694.16 metros e azimute 268º28’10.3”. Do ponto VO7, percorrendo uma
distância de 883.32 metros, alcança o ponto VO8, de coordenadas 795632.70E e
9367849.27N e azimute 303º04’32.51”, de onde segue até o ponto VO9, de coordenadas
795225.61E e 9368767.04N, a uma distância de 1004 metros e azimute 336º04’46.69”. Do
pontoVO9, percorrendo uma distância de 1276,55 metros, alcança o ponto V10 de
coordenadas 795780.74E e 9369916.57N e azimute 25º46’36.43”. Daí segue uma
distância de 1868,55 metros e azimute 82º00”53.68”, onde fecha o perímetro no ponto
VO1, já identificado.
Art. 4º. A área que compõe o entorno do Parque, a que se refere o artigo 2º
é correspondente ao perímetro tombado pela Portaria 446/SEEC, de 24 de agosto de 1989,
constituído pelas seguintes linhas e limites: a BR 304, ao Norte do Pico Cabugy; a estrada
que acompanha trecho desativado da antiga via férrea, ao sul; o rio Cabugy, à Oeste; e a
linha divisória dos municípios de Lages e Angicos, à Leste.

237
Art. 5º. O uso permitido no perímetro do Parque estabelecido no Art. 3º
deste decreto, será destinado exclusivamente à visitação de pedestres, através das trilhas já
existentes, ou outras que vierem a ser definidas no seu Plano de Manejo.
Art. 6º. Para a área do entorno do parque, definida no Art. 4º são
permitidos os usos para atividades agropastoris, pesquisas científicas e turismo ecológico,
inclusive com a construção de equipamentos de apoio necessários a essas atividades e
compatíveis com as seguintes normas específicas, quanto ao uso e ocupação da área:
§ 1º - Qualquer atividade ou construção a ser executada na área do entorno
do Parque está obrigatoriamente sujeita a licenciamento prévio do órgão ambiental
competente e a autorização do órgão responsável pelo Tombo, e deverá observar, no
mínimo, os seguintes parâmetros:
º. A administração a- Construções com altura máxima de até 7.50 metros,
contados a partir do nível natural do terreno.
b-Tamanho mínimo de 04 (quatro) ha para a gleba, conforme definido pelo
INCRA.
c- Projeção horizontal da construção de, no máximo, 25% da área da gleba,
e área restante destinada ao paisagismo e a recomposição da vegetação nativa, cujos
projetos deverão ser aprovados pelo órgão ambiental.
Art. 7º. Consideram-se regulares as construções e atividades já existentes na
área do parque e de seu entorno, licenciadas até a data de publicação deste decreto, ficando
a sua mudança de destinação, reforma ou ampliação, sujeitas à autorização dos órgãos
competentes.
Art. 8da área do Parque será feita pelo órgão ambiental do Estado, que
deverá prever, em seu orçamento, recursos financeiros para a execução dos planos e
programas destinados à implementação da área.
Art. 9º. O Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do
Rio Grande do Norte - IDEMA, com o objetivo de promover o gerenciamento participativo
e integrado da área fica autorizado a instituir, por meio de portaria, um Comitê Gestor do
Parque, composto por representantes dos proprietários de terra do entorno, Prefeitura
Municipal de Angicos, uma organização não governamental ambientalista atuante na
região, Secretaria Estadual de Turismo, Fundação José Augusto e IDEMA para, num prazo
de trinta dias, definir as suas atribuições e o seu Regimento Interno, considerando o
processo de implementação do Zoneamento e do Plano de Manejo da área.

238
Art. 10º. O IDEMA está autorizado a executar ou contratar serviços para a
elaboração, num prazo de 60 (sessenta dias), a contar da publicação deste Decreto, do
Zoneamento da área do entorno do Parque e 120 (cento e vinte) dias para o Plano de
Manejo do Parque e seu entorno, definido de acordo com as normas estabelecidas nos Arts.
5º e 6º deste Decreto.
Art. 9º. O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 16 de março de 2000, 112ª
da República.

GARIBALDI ALVES FILHO


Lindolfo Neto de Oliveira Sales
Luiz Eduardo Carneiro Costa

788000 792000 796000 800 000 804 000 808000


9372000 9372000

BR-1 04

CHAFARIZ

ENTRADA F AZ.
PELO SINAL
BR-3 04
01

TORRE ADUT ORA 797 631.17


E
937 0176.14
N

1868 .55
13

31

795 780.74E 8"


5.

936 9916.57N 82° 0'53.6 797 834.72E


48
49

936 9935.11N
'7.
99

MU
"

N 02
I C
I P
I O
17 5°58'13 .63 "

LAGES
E
"

789.94
°46 .55
.43

AN
G
76

I C
'36

O S
12

S
O
25

E S
I C

797 890.23E 335.14 798223.31E


A J
G

936 9147.12N 9369184.21N


AN

83°38'45.7"
R

L
I

DE
E
O

CANCELA
D
"
1 84°16 '5 0.76

I O
C

O
1115 .56

795 225.61E
A

P I
I P

936 8767.04N
B

I
I C
U

I C

ANTIGA EST. FERRO


X 590
G

UN

I
N

ANTIGA EST. FERRO SANTA CRUZ


MU

500
RIO
33

450
10 04 .69
6°4
'46

400
798 140.04E CANCELA
936 8071.76N
"

MATA BURRO
350
9368000 9368000
795 632.70E 300 CASA
936 7849.27N
7 "
250
3 .7 . 03 ANTIGA EST. FERRO 03
1 27 4' 48
8
30 83.3 7 °2
3 °4 2 23
'3 2. 200
51
"
694.16 797 066.79E
CANCEL A
796 372.88E 26 8°28'10 .3" 936 7385.74N
ANTIGA EST. FERRO 936 7367.20N

04 MATA BURRO

ANTIGA EST. FERRO

9364000
9364000
788000 792000 796000 800000 804000 808000

NQ

AREAS PERIMETROS ESCALA DATA


- -
PICO 625,98ha
- - 9.556,48m
ENTORNO 2302,95ha 22.875,83m 1:25.000 OUT/99

Anexo 01

239
DECRETO Nº 14.920, DE 02 DE JUNHO DE 2000

Suspende o licenciamento de empreendimentos situados às


margens do Rio Pitimbu e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE,


usando das atribuições que lhe confere os artigos 64 inciso V, 18 caput, 19, incisos III, VI
e VII e 20 incisos VI, VII e VIII da Constituição Estadual, e tendo em vista o disposto na
última parte, da Constituição Estadual,
Considerando a importância vital das águas do Rio Pitimbu no que tange as
suas características físico-químicas, o que tem permitido a sua utilização no sistema de
abastecimento d’água de Natal;
Considerando que o Rio Pitimbu é contribuinte da Lagoa do Jiqui, cujas
águas são as únicas oriundas de reservatórios naturais de superfície, sendo imprescindíveis
no processo de diluição química das águas captadas por poços tubulares que integram o
sistema de abastecimento d’água de Natal;
Considerando a vulnerabilidade dos sedimentos de natureza basicamente
arenosa das áreas drenadas pelo Rio Pitimbu e o risco que a urbanização de suas margens
proporcionará, no que tange à contaminação do aqüífero livre e, consequentemente, das
águas do referido rio;
Considerando o processo de degradação ambiental do Rio Pitimbu,
provocado por desmatamentos e operação de cortes e aterro nas suas margens (gerando
erosão e assoreamento), lançamento de esgoto clandestino, acúmulo de lixo, contaminação
pela existência de despejos líquidos industriais in natura poluindo o arqüifero e o próprio
rio;
Considerando que há necessidade de se definir uma faixa de proteção
sanitária para o Rio Pitimbu,

240
D E C R E T A:

Art. 1º. Fica suspenso, pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, o
licenciamento de qualquer empreendimento localizado às margens direita e esquerda do
Rio Pitimbu, numa faixa de 300 (trezentos) metros, a contar do eixo do referido rio.
Parágrafo único. A restrição de que trata o caput deste Artigo será mantida
até a entrada em vigor da norma que instituirá o zoneamento ambiental da mencionada
faixa.
Art. 2º. Para os empreendimentos já em processo de licencimento, valem os
procedimentos adotados anteriormente pelo órgão ambiental competente.
Art. 3º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas
as disposições em contrário.
Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 02 de junho de 2000, 112ª
da República.

GARIBALDI ALVES FILHO


Lindolfo Neto de Oliveira Sales

241
DECRETO Nº 14.922, DE 05 DE JUNHO DE 2000

Institui a Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do


Estado do Rio Grande do Norte, e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, no
uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 150, inciso VII, da Constituição
Estadual;
CONSIDERANDO as disposições constantes do art. 225, § 1º, inciso VI, do
Capítulo VI da Constituição Federal e da Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a
Política Nacional de educação Ambiental;
CONSIDERANDO que é dever do estado e da sociedade civil a promoção
da educação ambiental, em seus aspectos formais e não formais;
CONSIDERANDO que as ações visando à educação ambiental, no Estado,
necessitam da participação do Poder Público, no sentido de estabelecer parâmetros,
diretrizes, conteúdos, linhas de ação e outros elementos fundamentais à execução de uma
Política Estadual de Educação Ambiental,

DECRETA:
Art. 1º. Fica instituida a Comissão Interinstitucional de Educação
Ambiental do Estado do Rio Grande do Norte, com a finalidade de promover a discussão,
gestão, coordenação, acompanhamento, avaliação e implementação das atividades de
educação ambiental no Estado, observadas as disposições legais vigentes.
Art. 2º. A Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Estado
fica diretamente vinculada ao Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente
do Rio Grande do Norte – IDEMA, órgão responsável pela Política Ambiental do Estado,
na qualidade de Secretaria Executiva.
Art. 3º. A Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Estado
será coordenada por um titular representante do IDEMA e um vice-coordenador eleito por
seus pares.
Art. 4º. O Estado, por intermédio do IDEMA, poderá firmar convênios com
outras instituições públicas e privadas, com o objetivo de viabilizar a execução das
atividades da Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Estado.

242
Art. 5º. A Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Estado
definirá, em regimento interno, sua estrutura operacional e respecitvas atribuições.
Art. 6º. Integram a Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do
Estado os representantes das seguintes instituições;
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis;
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte;
UNP – Universidade Potiguar;
ESAM – Escola Superior de Agricultura de Mossoró;
CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do
Norte;
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA;
SECD – Secretaria de Estado da Educação, da Cultura e dos
Desportos;
SESAP – Secretaria de Estado da Saúde Pública;
SERIHD – Secretaria de Estado dos Recursos Hídricos;
SAAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento;
EMATER – Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural;
SETUR – Secretaria de estado do Turismo;
IDEMA – Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente
do Rio Grande do Norte;
URRN – Universidade Estadual do Rio Grande do Norte;
MINISTÉRIO PÚBLICO – Procuradoria Geral da Justiça;
SEMURB – Secretaria Especial de Meio Ambiental e Urbanismo;
SME – Secretaria Municipal de Educação (Natal);
FIERN – Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte ( SESI e
SENAI);
FECOMÉRCIO – Federação do Comércio do Rio Grande do Norte
(SESC E SENAC);
CEPEAM – Centro de Estudos e Pesquisas Educacionais Marília;
GVAA – Grupo Verde de Agricultura Alternativa;
NEP – Núcleo Ecológico de Pipa;

243
ASPOAN – Associação Potiguar Amigos da Natureza;
FEPERN – Federação dos Pescadores do Rio Grande do Norte;
SEPARN – Sociedade para Pesquisa e Desenvolvimento Ambiental
do Rio Grande do Norte;
ASSOCIAÇÃO VERDE VIDA;
MOVIMENTO VIVA NATAL.

Art. 7º. A Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Estado


terá as seguintes atribuições:
I – Propor, acompanhar e avaliar as diretrizes da Política Estadual de
Educação Ambiental do Estado do Rio Grande do Norte;
II – fomentar parcerias entre instituições governamentais e não
governamentais que tenham interesse na área de educação ambiental;
III – apoiar tecnicamente a execução das atividades relacionadas à educação
ambiental no âmbito do Sistema Estadual do Meio Ambiente e do Sistema Estadual de
Educação;
IV – promover intercâmbio de experiências e concepções que aprimorem a
prática da Educação Ambiental;
V – estimular, fortalecer, acompanhar e avaliar a implementação da Política
Nacional de Educação Ambiental;
VI – promover eventos para discussões na área da educação ambiental;
VII – estimular estudos e pesquisas que norteiem a Política Estadual de
Educação Ambiental;
Art. 8º. Este decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
suas disposições em contrário.
Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 05 de junho de 2000, 112º
da República.
GARIBALDI ALVES FILHO
Lindolfo Neto de Oliveira Sales

244
DECRETO Nº 15.117, DE 29 DE SETEMBRO DE 2000
Aprova o Regimento Interno do Conselho Estadual do Meio
Ambiente (CONEMA), e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, no


uso das suas atribuições que lhe são conferidas pelo art. 64, inciso V, da Constituição
Estadual
DECRETA:

Art. 1º. Fica homologada a proposta constante da Resolução nº 01, de 12 de


abril de 1999, do Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONEMA) e, em consequência,
aprovado o Regimento Interno do referido Conselho, que com este se publica.
Art. 2º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 29 de setembro de 2000.
GARIBALDI ALVES FILHO
Lindolfo Neto de Oliveira Sales

245
CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE
REGIMENTO INTERNO

Art. 1º. O Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONEMA), instituído


pela Lei Complementar nº 140, de 26 de janeiro de 1996, alterada pela Lei Complementar
nº 148, de 26 de dezembro de 1996, é regido por este Regimento Interno.

TÍTULO 1
DAS ATRIBUIÇÕES, DA COMPOSIÇÃO E DOS ÓRGÃOS DO CONEMA

CAPÍTULO 1
DA COMPETÊNCIA DO CONEMA

Art. 2º. Compete ao CONEMA:


1 – assessorar o Governador do Estado na formulação da política estadual e
das diretrizes governamentais para o meio ambiente e analisar as propostas encaminhadas
pelo órgão executor do Sistema;
II – baixar as normas de sua competência necessárias à regulamentação e
implementação da Política Estadual do Meio Ambiente;
III – encaminhar proposições contendo minutas de atos de competência
exclusiva do Governo do Estado, relativas à execução da Política Estadual do Meio
Ambiente;
IV – estabelecer, com o apoio técnico do órgão executor do Sistema, normas
e critérios gerais para o licenciamento das atividades efetivas ou potencialmente
poluidoras;
V – estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à
manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos
naturais, ouvido o órgão executor do Sistema quando a proposta não for de sua autoria;
VI – definir normas gerais relativas às unidades de conservação ambiental,
nos limites da competência do Poder Público Estadual;
VII – fixar os critérios de definição de áreas críticas saturadas e em vias de
saturação;

246
VIII – determinar a realização de estudos das alternativas e das
conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, quando necessário,
requisitando aos órgãos estaduais e municipais e às entidades privadas, as informações
indispensáveis ao exame da matéria;
IX – aprovar, previamente, proposta orçamentária destinada a incentivar o
desenvolvimento das ações relativas ao meio ambiente;
X – estabelecer diretrizes e critérios para a aplicação dos recursos do Fundo
Estadual de Preservação do Meio Ambiente (FEPEMA);
XI – decidir, como última instância administrativa, sobre multas e outras
penalidades impostas pelo órgão executor do Sistema;
XII – homologar acordos visando à transformação de penalidades
pecuniárias em obrigações de executar medidas de interesse para proteção e/ou
recuperação ambiental;
XIII – determinar mediante representação do órgão executor da Política
Estadual do Meio Ambiente e com anuência prévia do agente financiador, a perda ou
restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou
condicional, e a perda ou a suspensão de participação em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito.

CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO DO CONEMA

Art. 3º. O Conselho Estadual do Meio Ambiente é presidido pelo Secretário


de Estado do Planejamento e das Finanças e integrado pelos seguintes membros:
I – Secretário de Estado dos Recursos Hídricos;
II – Secretário de Estado do Turismo;
III – Secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento;
IV – Secretário de Estado da Saúde Pública;
V – Diretor Geral do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio
Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA);
VI – Superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA);
VII – representante da Assembléia Legislativa do Estado;

247
VIII – representante da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte
(FIERN);
IX – representante da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Rio
Grande do Norte (OAB/RN);
X – representante de associações de profissionais de nível superior, cuja
atuação esteja direta ou indiretamente ligada à preservação da qualidade ambiental;
XI – representante de instituições educacionais de nível superior;
XII – representante de Organizações Não Governamentais (ONG’s), que
atuam na área de meio ambiente.
§ 1º. O Secretário Executivo do CONEMA é o Coordenador da
Coordenadoria do Meio Ambiente (CMA) do Instituto de Desenvolvimento Econômico e
Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA).
§ 2º. Os Conselheiros e seus suplentes, indicados pelas respectivas entidades
serão nomeados pelo Governador do Estado, com mandato de dois anos, permitida a
recondução por igual período, e a posse ocorrerá na primeira reunião do Conselho, após a
publicação do ato de nomeação no Diário Oficial do Estado.
§ 3º. Em suas ausências e impedimentos, o Secretário de Estado do
Planejamento e das Finanças será substituído, na Presidência do CONEMA, pelo seu
substituto legal e, na ausência deste, por um membro indicado pelo Plenário.
§ 4º. Os Conselheiros relacionados nos incisos I e VI serão substituídos, em
suas ausências e impedimentos, pelos representantes legais.
§ 5º. Os Conselheiros relacionados nos incisos X, XI e XII serão indicados
em fóruns próprios para escolha dos seus representantes.
§ 6º. O IDEMA convocará, através de edital, as entidades a que se refere o
parágrafo anterior, estabelecendo prazo para indicação de seus representantes.
§ 7º. A função de membro do Conselho não será remunerada, sendo, porém,
considerada serviço de natureza relevante.

CAPÍTULO III
DOS ÓRGÃOS DO CONEMA

Art. 4º. Integram a estrutura do CONEMA os seguintes órgãos:


I – Plenário;

248
II – Câmaras Técnicas;
III – Secretaria Executiva.

SEÇÃO 1
DO PLENÁRIO

Art. 5º. O Plenário, órgão superior de discussão e deliberação, será


constituído conforme disposto no art. 3º deste Regimento e seus membros terão as
seguintes atribuições:
I – discutir e votar todas as matérias submetidas ao CONEMA;
II – apresentar propostas;
III – dar apoio ao Presidente e ao Secretário Executivo no cumprimento de
suas atribuições;
IV – pedir vista de documentos;
V – solicitar ao Presidente a convocação de reunião extraordinária para
apreciação de assunto relevante;
VI – propor a inclusão de matéria na ordem do dia, inclusive para reunião
subsequente, bem como, justificadamente, a discussão prioritária de assuntos que nela
constem;
VII – desenvolver, em sua respectiva área de atuação, todos os esforços no
sentido de implementar as medidas assumidas pelo CONEMA;
VIII – apresentar indicações;
IX – propor a Criação de Câmaras Técnicas;
X – requerer a votação nominal ou secreta;
XI – fazer constar em ata seu ponto de vista discordante, quando a opinião
oriunda do órgão que representa ou a sua própria divergir da maioria;
XII – propor o convite de especialista para apresentar subsídios aos assuntos
de competência do CONEMA.
Parágrafo único. Os Conselheiros, quando necessário, poderão fazer-se
acompanhar por assessores, comunicando previamente, ao Secretário Executivo, se estes
farão uso da palavra.

249
Art. 6º. O Conselho reunir-se-á em Plenário ordinariamente 1 (uma) vez por
mês ou, extraordinariamente, por convocação do Presidente ou, através deste, por
solicitação da maioria de seus membros.
Parágrafo único. As reuniões serão públicas, em primeira convocação com a presença
mínima de 2/3 (dois terços) dos Conselheiros e, em Segunda convocação, com a presença
de no mínimo 1/3 dos membros.
Art. 7º. O Presidente procederá à convocação dos Conselheiros com
antecedência de pelo menos 05 (cinco) dias para as reuniões ordinárias e 48 (quarenta e
oito) horas para as extraordinárias.
Art. 8º. Caso o membro titular esteja impedido de comparecer à reunião
plenária do Conselho, deverá comunicar antecipadamente ao seu respectivo suplente.
Art. 9º. As ausências dos membros titulares ou dos seus membros suplentes,
convocados nos termos do art. 7º, deverão ser justificadas.
Art. 10. Será deliberada pelo Plenário a exclusão do CONEMA do membro
titular ou suplente que não comparecer, durante o exercício, a três reuniões ordinárias
seguidas ou a quatro reuniões alternadas, desde que não sejam apresentadas as
justificativas nas reuniões ordinárias subsequentes.

SUBSEÇÃO I
DO PRESIDENTE

Art. 11. O Presidente do CONEMA terá as seguintes atribuições, além de


outras previstas neste Regimento ou que decorram de suas funções ou prerrogativas:
I – representar o CONEMA;
II – dar posse e exercício aos Conselheiros;
III – presidir as reuniões do CONEMA, apresentar proposições e apurar a
votação;
IV – exercer o voto de qualidade, no caso de empate;
V – decidir as questões de ordem nas reuniões do Plenário;
VI – determinar a execução das deliberações do Plenário, através do
Secretário Executivo;
VII – convocar, quando necessário, pessoas ou entidades para participação
nas reuniões plenárias do CONEMA, sem direito a voto;

250
VIII – tomar medidas de caráter urgente, submetendo-as à homologação do
Plenário na reunião imediata;
IX – encaminhar a agenda de reuniões para aprovação do Plenário;
X – encaminhar os pedidos de vistas para análise do Plenário, mediante
justificativa.

SEÇÃO II
DAS CÂMARAS TÉCNICAS

Art. 12. As Câmaras Técnicas serão constituídas para dar apoio às


atividades do Conselho, tendo sua composição e funcionamento definido em seu regimento
interno.
Parágrafo único. A deliberação que constituir as Câmaras Técnicas fixará suas atribuições
e composição.

SEÇÃO III
DA SECRETARIA EXECUTIVA

Art. 13. Compete à Secretaria Executiva:


I – convocar, organizar a ordem do dia e assessorar as reuniões do
Conselho, cumprindo e fazendo cumprir este Regimento;
II – receber e preparar toda a correspondência para despacho do Presidente;
III – manter sob sua responsabilidade o arquivo geral da Secretaria
Executiva;
IV – protocolar e instruir os processos para distribuição aos Conselheiros
Relatores;
V – secretariar as reuniões do Conselho, lavrando as atas e prestando
informações e esclarecimentos sobre os processos e as matérias em pauta;
VI – dar vista dos autos processados às partes interessadas, quando tenham
que cumprir diligências determinadas pelos membros do Conselho;
VII – redigir as resoluções e deliberações do Colegiado;

251
VIII – encaminhar aos membros do Conselho, com antecedência mínima de
05 (cinco) dias úteis da análise prévia, relatórios técnicos e estudos sobre as matérias
constantes da pauta de deliberação do Plenário do CONEMA;
IX – encaminhar aos membros do CONEMA:
a) cópia da ata, até 05 (cinco) dias antes da data fixada para a reunião;
b) a matéria da ordem do dia da reunião a ser realizada com 05 (cinco) dias
de antecedência.
X – diligenciar junto aos órgãos e às entidades técnicas e administrativas o
preparo dos processos;
XI – notificar os suplentes convocados pelo Presidente e providenciar a
remessa da convocação da reunião aos membros do Conselho e participantes convidados
ou autorizados;
XII – coordenar o funcionamento das Câmaras Técnicas;
XIII – cumprir os demais encargos que lhe forem atribuídos pelo Presidente
do CONEMA.

TÍTULO II
DAS REUNIÕES E DOS PROCEDIMENTOS

SEÇÃO I
DO FUNCIONAMENTO

Art. 14. A presença dos Conselheiros, para efeito de quorum para abertura
dos trabalhos e votação, será verificada pela lista de comparecimento, assinada em
Plenário.
Parágrafo único. Em primeira convocação, verificada a presença de pelo
menos 2/3 (dois terços) dos membros do CONEMA. O Presidente declarará aberta a
reunião.
Caso o contrário, aguardará 30 (trinta) minutos e fará a Segunda
convocação. Estando presente 1/3 dos membros, sendo no mínimo dois representantes da
sociedade civil, a reunião será iniciada. Persistindo a falta de “quorum”, a reunião não será
realizada.
Art. 15. As reuniões do Conselho obedecerão a seguinte ordem:

252
I – verificação do número de membros presentes;
II – abertura;
III – leitura, discussão e votação da Ata da reunião anterior;
IV - discussão e votação da matéria e dos processos em pauta;
V – apreciação de outros assuntos de interesse do Colegiado.
§ 1º. As modificações das altas serão feitas no momento da aprovação e, em
caso de não haver consenso, por votação do Plenário.
§ 2º. O Secretário Executivo em seguida à leitura da ata, dará conta das
comunicações e informações dos assuntos urgentes apresentados até o início dos trabalhos
da reunião.
Art. 16. Os processos protocolados pela Secretaria Executiva do Conselho
serão distribuídos, observando-se o sistema de rodízio, para um dos membros do
CONEMA, que será o relator.

§ 1º. Poderá ser constituída comissão para relato de processo, composta de


até 3 (três) membros, sendo 1 (um) o coordenador.
§ 2º. Na distribuição dos processos observar-se-á a antecedência mínima de
15 (quinze) dias, em relação à data da reunião em que serão apreciados.
Art. 17. Os relatores deverão apresentar os seus relatórios, com pareceres
conclusivos, na primeira reunião em que os processos forem apreciados.

SEÇÃO II
DA ORDEM DO DIA

Art. 18. Da Ordem do Dia constarão a discussão e votação das matérias em


pauta.
§ 1º. O Presidente, por solicitação de qualquer Conselheiro, poderá
determinar a inversão da ordem de discussão e votação das matérias constantes da Ordem
do Dia.
§ 2º. A discussão e votação de matéria de caráter urgente e relevante, não
incluída na Ordem do Dia, dependerá de deliberação do Plenário.

253
§ 3º. Caberá ao Secretário Executivo relatar as matérias que deverão ser
submetidas à discussão e votação.
§ 4º. A discussão ou votação de matéria da Ordem do Dia poderá ser adiada
por deliberação do Plenário, mediante fixação de prazo do adiamento.
§ 5º. O Presidente decidirá as questões de ordem e dirigirá a discussão e
votação, podendo limitar o número de intervenções facultadas a cada Conselheiro, bem
como a respectiva duração.
Art. 19. Esgotada a Ordem do Dia, o Presidente concederá a palavra aos
Conselheiros que a solicitarem para assuntos de interesse geral, podendo, a seu critério,
limitar o prazo em que deverão se manifestar.

SEÇÃO III
DAS ATAS

Art. 20. De cada reunião do Conselho será lavrada a ata, que será lida e
aprovada na reunião subsequente, e assinada pelo Presidente e pelos Conselheiros
presentes.
§ 1º. A ata será lavrada ainda que não haja reunião; sendo motivo a falta de
quorum, dela constará o registro dos Conselheiros presentes.
§ 2º. A cópia da ata será enviada mediante correspondência protocolada aos
Conselheiros, 05 (cinco) dias antes da data fixada para a próxima reunião.
§ 3º . As atas aprovadas serão arquivadas na Secretaria Executiva.
Art. 21. Das atas constarão:
I – data, local e hora da abertura da reunião;
II – o nome dos Conselheiros presentes;
III – a justificativa do Conselheiro ausente;
IV – sumário do expediente, relação da matéria lida, registro das
proposições apresentadas e das comunicações transmitidas;
V – resumo da matéria incluída na Ordem do Dia, com a indicação dos
Conselheiros que participem dos debates e transcrição dos trechos expressamente
solicitados para registro em ata;
VI – declaração de voto, se requerida;
VII – deliberação do Plenário;

254
VIII – anexos.

SEÇÃO IV
DAS PROPOSIÇÕES

Art. 22. Consistirão em proposições todas as matérias sujeitas à deliberação


do Plenário, podendo se constituir de parecer, moção, emenda, indicação ou estudos e
pesquisas.
Art. 23. As matérias para discussão e deliberação em Plenário deverão ser
feitas por escrito e encaminhadas à Secretaria Executiva até 07 (sete) dias úteis após a
última reunião.
Parágrafo único – Poderão ser incluídos na ordem do dia os assuntos
urgentes apresentados até o início dos trabalhos de cada reunião.

SEÇÃO V
DA VOTAÇÃO

Art. 24. Anunciado pelo Presidente o encerramento da discussão, a matéria


será submetida à votação.
Art. 25. A votação será, em regra, simbólica, podendo também ser nominal
ou secreta quando, a requerimento, assim deliberar o Plenário.
§ 1º. Se algum Conselheiro tiver dúvida quanto ao resultado da votação
proclamado, poderá requerer verificação, independentemente da aprovação do Plenário.
§ 2º. O requerimento de que trata o parágrafo anterior somente será
admitido se formulado logo após conhecido o resultado da votação e antes de se passar a
outro assunto.

Art. 26. As Deliberações do Conselho serão tomadas por maioria dos


membros presentes no Plenário, não se computando as abstenções.
Parágrafo único. O Conselheiro abster-se-á de votar quando se julgar
impedido.
SEÇÃO VI
DAS DEFINIÇÕES

255
Art. 27. Consideram-se, para efeito deste Regimento, as seguintes
definições:
I – moção: é a proposição em que é sugerida a manifestação do Conselho
sobre determinado assunto, aplaudindo ou protestando;
II – emenda: é a proposição apresentada como acessória de outra;
III – indicação: é a proposição em que o Conselheiro sugere a manifestação
do Plenário acerca de um determinado assunto, visando a elaboração de resoluções ou
outros atos de iniciativa do Conselho;
IV – aparte: é a interferência dirigida ao orador para uma indagação ou
esclarecimento relativo à matéria em debate, que deverá ser breve e só será permitido se
concedido pelo orador;
V – questão de ordem: é toda dúvida sobre a interpretação e aplicação deste
Regimento, ou relacionada com a discussão da matéria, que deve ser formulada com
clareza e com a indicação do que se pretende elucidar.

TÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 28. O Regimento Interno poderá ser modificado pelo Conselho,


mediante a apresentação de proposta de resolução que o altere ou reforme, assinada por, no
mínimo, 3 (três) Conselheiros.
Art. 29. Apresentado o projeto de resolução que altere o Regimento, este
será distribuído aos Conselheiros para exame e proposição de emendas, com a
antecedência mínima de 30 (trinta) dias da reunião em que será submetido ao plenário.
Art. 30. Os casos omissos serão resolvidos pelo Plenário do Conselho.

256
RESOLUÇÃO CECTEMA Nº 02/95 – 14 DE JUNHO DE 1995

O Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente –


CECTEMA, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 14, inciso XIII, do
Regulamento da Política e Sistema Estaduais de Controle e Preservação do Meio
Ambiente, aprovado pelo Decreto nº 8.600, de 03 de março de 1983, e o que prevê o artigo
4º , parágrafo 2º do Decreto nº 12.620, de 17 de maio de 1995,

Resolve:
Art. 1º. Fica proibido na Área de Proteção Ambiental Genipabu, o exercício
de atividades degradadoras do meio ambiente, tais como:
I – a implantação ou ampliação de indústrias potencialmente e/ou
efetivamente poluidoras;
II – a realização de obras de terraplenagem, mineração, dragagem,
escavação e a abertura de canais;
III – a retirada de areia das dunas, praias e margens de lagoas e rios; e,
IV – a destruição da vegetação nativa.
Art. 2º. Não são permitidas na Área de Proteção Ambiental Genipabu, as
edificações:
I – de qualquer natureza, compreendidas entre a linha de pós-praia e o
alinhamento atual dos lotes à beira mar;
II – inseridas numa faixa de até 50 (cinqüenta) metros ao redor das margens
de lagoas, medida a partir do seu maior leito sazonal;
III – com mais de 02 (dois) pavimentos.
Art. 3º. As Dunas de Genipabu ficam liberadas para uso turístico, devendo
obedecer as seguintes normas:
I – na área das Dunas só podem circular veículos tipo buggy, devidamente
cadastrados, ou autorizados em caráter provisório, pelo órgão competente e em trilha
previamente definida pelo Grupo de Assessoramento Técnico;
II – os passeios de buggys, devem limitar-se a um número diário de 350
(trezentos e cinqüenta);

257
III – os buggys que circulam na área devem estar devidamente
inspecionados e aptos a desenvolver suas atividades, garantindo a segurança de seus
usuários;
IV – não são permitidas mais de 05 (cinco) pessoas por veículo;
V – a presença de animais utilizados para fins comerciais, bem como, do
comércio ambulante, será devidamente regulamentada pelo Grupo de Assessoramento
Técnico Multidisciplinar.
§ 1º. É permitida a circulação de veículos oficiais na área, quando em
serviço ou em casos especiais.
§ 2º. A Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio – STINC, fica
encarregada do cumprimento das normas citadas neste artigo, bem como, da concessão das
autorizações que se fizerem necessárias.
Art. 4º. Sem prejuízo de outras sanções previstas na legislação federal,
estadual e municipal, o não cumprimento das normas especificadas nesta Resolução,
sujeita os transgressores às seguintes penalidades:
I – advertência;
II– suspensão de suas atividades por tempo determinado ou em caráter
permanente, dependendo da gravidade da transgressão;
III – apreensão de material e de máquinas utilizadas nas atividades
irregulares;
IV – reposição ou reconstituição, tanto quanto possível, da situação anterior;
V – multas graduadas de 200 UFIRN a 20.000 UFIRN, agravadas na
reincidência específica.
§ 1º. As penalidades supracitadas serão aplicadas pela Coordenadoria de
Meio Ambiente – CMA, quando não cumpridas as normas especificadas nos artigos 1º e 2º
desta Resolução.
§ 2º. As multas, a que se refere o inciso V deste artigo, serão estabelecidas
conforme critérios e procedimentos ora utilizados pela CMA, e constituirão receitas
destinadas ao Fundo Estadual de Meio Ambiente.
§ 3º. O não cumprimento das normas dispostas no artigo 3º. desta
Resolução, implicará na adoção das penalidades especificadas nos incisos, I, II e III deste
artigo, pela Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio – STINC.

258
Art. 5º. Para garantir a execução das disposições e penalidades contidas
nesta Resolução, é facultado à Secretaria de Finanças e Planejamento, através da CMA, e à
Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio – STINC, requisitar força policial.
Art. 6º. O Governo do Estado conjuntamente com o IBAMA, as Prefeituras
Municipais de Natal e Extremoz, as associações dos bugueiros e os proprietários de terras
existentes na área das Dunas, devem acordar sobre a questão das tarifas incidentes aos
passeios de buggys ali existentes, bem como, a administração da área, num prazo máximo
de 60 (sessenta) dias a contar da data de publicação desta Resolução.
Art. 7º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

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CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

RESOLUÇÃO 01/99

Aprova o Regimento Interno do Conselho Estadual do


Meio Ambiente (CONEMA).

O Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONEMA), no uso das


atribuições que lhe são conferidas pela Lei Complementar nº 140, de 26 de janeiro de 1996
e pelo Decreto Estadual nº 13.799, de 17 de fevereiro de 1998;

R E S O L V E:

I – Aprovar o Regimento Interno do Conselho Estadual do Meio Ambiente


(CONEMA), conforme texto em anexo.
II – Esta Resolução entra em vigor a partir de sua homologação por ato do
Governador do Estado, ficando revogadas as disposições em contrário, em especial a
Portaria nº 095/83 – SEPLAN, de 07 de dezembro de 1983.
Sala das Seções do Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONEMA), em
12 de abril de 1999.

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