Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Módulo 5
OCORRÊNCIA DA CRASE
Sumário
OCORRÊNCIA DA CRASE
Para você entender bem o fenômeno da crase, é fundamental dominar a regência, sobretudo
dos verbos e dos pronomes que exigem a preposição a.
A crase é a fusão da preposição a com um outro a. BMas não é só isso, é muito mais.
Para indicar, na escrita, que ocorreu a junção (crase) dos dois as, utilizamos o acento grave ( ` ).
Observe:
Vou a escola.
Vou à escola.
No exemplo, temos a ocorrência de dois as: o primeiro é a preposição a exigida pelo verbo ir, o
segundo é o artigo a, que aparece determinando o substantivo feminino escola. Quando essas
duas vogais se encontram, elas se fundem, e a fusão delas é indicada pelo acento grave.
4
Sempre que a regência do termo antecedente exigir a preposição a e o termo posterior admitir o
artigo definido feminino a (ou as ), ocorrerá a crase.
Observe que o termo antecede (ir), pela sua regência, exige a preposição a, e o termo posterior
(praia) admite a anteposição do artigo a; portanto, se temos dois as, eles se fundem, ocorrendo
a crase. Veja mais exemplos:
Veja:
Conheço a cidade.
Nesse exemplo, não ocorre a crase porque o verbo conhecer não exige a preposição a. Lembre-
se de que quem conhece conhece alguém ou alguma coisa (verbo transitivo direto); logo, temos,
no exemplo, um único a (o artigo definido a), que determina o substantivo cidade.
5
Nesse exemplo, também não ocorre a crase, porque o pronome pessoal ela não é precedido de
artigo. Portanto, temos ali apenas a preposição a, exigida pelo nome referência. Como não
existe artigo, não pode ocorrer crase.
Os nomes de lugar podem aparecer ou não precedidos de artigo. Para saber se um nome de
lugar vem precedido do artigo feminino a, construa uma frase com esse nome de lugar
precedido do verbo vir. Se obtiver a contração da (preposição de + artigo a), é óbvio que ocorreu
o artigo e, consequentemente, haverá crase com aquele nome de lugar.
Veja:
Utilizamos o acento indicativo da crase no a que abre as locuções adverbiais femininas: às claras,
às pressas, às cotoveladas, à proporção que, à cata de, às ocultas, às escuras, à vontade...
Observação importante: com a expressão adverbial feminina à moda de, ocorre o acento
indicativo da crase mesmo que a palavra moda fique subtendida.
Ocorrerá crase com os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo, sempre que o
termo antecedente, por sua regência, exigir a preposição a.
Obs.: Como numeral, uma admite a crase: À uma hora, serviu-se o almoço.
8
c) Indefinidos: alguma, nenhuma, cada, pouca, certa, toda, muitas, vária, alguém, ninguém,
qualquer outra, quantas, tal, uma determinada.
Ex.: Avistei-o a pouca distância.
CASOS ESPECIAIS
1. Com a palavra CASA: Quando indica lar, morada, não admite a crase.
Ex.: Chegou cedo a casa.
2. Com a palavra TERRA: Quando se opõe a bordo, ao elemento químico, não se usa crase:
Ex.: Os marinheiros voltaram a terra.
3. Com nomes de MULHER: Usa-se a crase quando essa mulher for familiar a quem escreve.
Se for estranha, não.
Ex.: Dei um presente à Joana (pessoa familiar).
Entreguei uma carta a Joana (pessoa estranha).
4. Com a palavra DISTÂNCIA: Seguida da preposição de, haverá crase; caso contrário, não.
Ex.: Ele parou à distância de três metros.
Ele ficou observando a distância.
6. Não se usa crase antes de expressões formadas por palavras repetidas: cara a cara, face a
face, etc.
Ex.: Uma a uma, todas as pessoas se retiraram.
Referências:
BECHARA, Evanildo. Lições de português pela análise sintática. 16. ed. Rio de Janeiro: Lucerna,
2001.
CEGALLA, Domingos Pascoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 30. ed. São Paulo:
Nacional, 1998.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1985.
KURY, Adriano da Gama. Português básico. 16. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. Nova
Fronteira.
LIMA, Carlos Henrique da Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. 42. ed. Rio de
Janeiro: José Olympio, 2002.
TERRA, Ernani. Curso prático de gramática. edição revista e ampliada. São Paulo: Scipione, 1996.