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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos

OBJETIVOS DESTA UNIDADE

Analisar
Demonstrar a diferença criticamente a taxa
entre os regimes de de juros, período de
capitalização simples e aplicação e as séries
composto. de pagamento.

Calcular a taxa e o
custo efetivo das
operações
financeiras.

Matemática Financeira – Profa. Anna Beatriz G. R. Maia 2


Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
Conteúdo desta aula

CONCEITOS EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS DESAFIO


GERAIS COMPOSTA E DESCONTOS

1 2 3 4 5
PRÓXIMOS
SISTEMA DE ANUIDADES E SÉRIES
PASSOS
CAPITALIZAÇÃO UNIFORMES
COMPOSTA

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
1 CONCEITOS GERAIS

Capitalização composta: determina os juros (J) cumulativamente, sobre o montante de cada período.
É a forma de capitalizar sobre o montante (FV), período a período (n), gerando um crescimento do
capital inicial (PV) de forma exponencial.

Exemplo 1:
Você recebe R$ 1.000,00 emprestados de um amigo que deve ser devolvido daqui a 5 meses
acrescidos juros de 10% a.m. Se o regime de capitalização for composta, quanto você deverá pagar
ao seu amigo?

(Gimenes, 2009)

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
1 CONCEITOS GERAIS

Exemplo 1:
• Cálculos dos Juros, mês a mês:

Primeiro mês:
𝐽1 = 1000 × 0,10 × 1 = R$ 100,00
𝐹𝑉1 = 1000 + 100 = 𝐑$ 𝟏. 𝟏𝟎𝟎, 𝟎𝟎

Segundo mês:
𝐽2 = 1100 × 0,10 × 1 = 𝑅$ 110,00
𝐹𝑉2 = 1100 + 110 = 𝐑$ 𝟏. 𝟐𝟏𝟎, 𝟎𝟎

(...)

(Gimenes, 2009)

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
1 CONCEITOS GERAIS

Dedução algébrica:

Assim, as equações para se encontrar o montante em cada um dos cinco períodos são reagrupadas:

𝐹𝑉1 = 𝑃𝑉 × [1 + 𝑖 × 1 ]1
𝐹𝑉2 = 𝑃𝑉 × [1 + 𝑖 × 1 ]2
𝐹𝑉3 = 𝑃𝑉 × [1 + 𝑖 × 1 ]3
𝐹𝑉4 = 𝑃𝑉 × [1 + 𝑖 × 1 ]4
𝐹𝑉5 = 𝑃𝑉 × [1 + 𝑖 × 1 ]5
.
.
.
𝑭𝑽𝒏 = 𝑷𝑽 × 𝟏 + 𝒊 𝒏

(Gimenes, 2009)

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
2 SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

2.1 Aplicação prática

Esta forma de capitalização é a utilizada pelo nosso sistema financeiro sob uma variedade de
alterativas, sendo a Caderneta de Poupança a aplicação mais popular. Vale lembrar que esse é um
investimento que deve ser resgatado integralmente ao final da aplicação.

Para determinação de investimentos compostos, facilita muito utilizar a HP 12-C, que será utilizada a
partir de agora para determinação dos problemas.

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
2 SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

2.1 Aplicação prática

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
2 SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

2.2 Cálculo do Montante (FV)

Matematicamente, para calcular o resultado obtido no final da aplicação, usa-se a seguinte fórmula:
𝑭𝑽𝒏 = 𝑷𝑽 × 𝟏 + 𝒊 𝒏

Na HP 12C, usa-se a seguinte sequência de comandos:

Capital inicial
Período
Taxa (equiv.)

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
2 SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

2.2 Cálculo do Montante (FV)

Exemplo 2:
Um investidor aplicou $4.000,00 por seis meses, a uma taxa composta de 8% a. m. Qual o valor do
resgate do investimento?
$6.347,50 𝑭𝑽𝒏 = 𝑷𝑽 × 𝟏 + 𝒊 𝒏

6
𝐹𝑉6 = 4000 × 1 + 0,08

𝐹𝑉6 = 4000 × (1,08)6

𝑭𝑽𝟔 = $ 𝟔. 𝟑𝟒𝟕, 𝟓𝟎
$4.000,00

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
2 SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

2.2 Cálculo do Montante (FV)

Exemplo 2:
Um investidor aplicou $4.000,00 por seis meses, a uma taxa composta de 8% a. m. Qual o valor do
resgate do investimento?
$6.347,50

4000
6
PV = $4.000,00 8
6,347.50

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
2 SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

2.3 Cálculo do Capital (PV)

Matematicamente, para calcular o capital inicial da aplicação, usa-se a seguinte fórmula:


𝑭𝑽
𝑷𝑽𝒏 =
(𝟏 + 𝒊)𝒏

Na HP 12C, usa-se a seguinte sequência:

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
2 SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

2.3 Cálculo do Capital (PV)

Exemplo 3:
Quanto deve ser aplicado hoje para que seja resgatado $800,00 daqui a 4 anos, a uma taxa de juros
compostos de 8% ao ano?
𝑭𝑽
$800 𝑷𝑽𝟒 =
(𝟏 + 𝒊)𝒏
I = 8% a.a
800
𝑃𝑉4 =
(1 + 0,08)4
n = 4 anos
800
𝑃𝑉4 =
1,3605
PV = $588,02
𝑃𝑉4 = $588,02

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
2 SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

2.3 Cálculo do Capital (PV)

Exemplo 3:
Quanto deve ser aplicado hoje para que seja resgatado $800,00 daqui a 4 anos, a uma taxa de juros
compostos de 8% ao ano?

$800

I = 8% a.a
800
n = 4 anos 4
8
PV = $588,02
588.02

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
2 SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

2.4 Cálculo da Taxa (i)

Matematicamente, para calcular a taxa da operação, usa-se a seguinte fórmula:


𝟏
𝒏 𝑭𝑽 𝑭𝑽 𝒏
𝒊= − 𝟏 ou 𝒊 = −𝟏
𝑷𝑽 𝑷𝑽

Na HP 12C, usa-se a seguinte sequência de comandos:

Capital inicial
Período
Montante

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
2 SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

2.4 Cálculo da Taxa (i)

Exemplo 4:
Um investidor deseja aplicar $500 e obter um montante de $600 em três meses. Qual a taxa de juros
compostos respectiva a esta aplicação?
𝟏
𝒏 𝑭𝑽 𝑭𝑽 𝒏
𝒊= − 𝟏 ou 𝒊 = −𝟏
$600 𝑷𝑽 𝑷𝑽
1
I=? 600 3
𝑖= −1
500

n = 3 meses 𝑖 = 1,0627 − 1

𝑖 = 0,0627 ou
PV = $500
𝑰 = 𝟔, 𝟐𝟕% 𝒂. 𝒎.

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
2 SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

2.4 Cálculo da Taxa (i)

Exemplo 4:
Um investidor deseja aplicar $500 e obter um montante de $600 em três meses. Qual a taxa de juros
compostos respectiva a esta aplicação?

$600

I =I =6,27%
? a.m.
500
n = 3 meses 3
600
PV = $500
6.27

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
2 SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

2.5 Cálculo do Período (n)

Matematicamente, para calcular o período da operação, usa-se a seguinte fórmula:


𝑭𝑽
𝒍𝒐𝒈
𝒏= 𝑷𝑽
𝐥𝐨𝐠(𝟏 + 𝒊)

Na HP 12C, usa-se a seguinte sequência de comandos:

Capital inicial
Taxa
Montante

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
2 SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

2.5 Cálculo do Período (n)

Exemplo 5:
Um montante de $630 foi obtido após a aplicação de $570 a uma taxa de juros compostos de 3%
a.m. Qual foi a duração da operação?
𝑭𝑽
𝒍𝒐𝒈 𝑷𝑽
$630 𝒏=
𝐥𝐨𝐠(𝟏 + 𝒊)
I = 3% a.m. 630
𝑙𝑜𝑔
𝑛= 570
log(1 + 0,03)
nn==3?meses
0,1001
𝑛=
0,0296
PV = $570
𝑛 = 3,38

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
2 SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

2.5 Cálculo do Período (n)

Exemplo 5:
Um montante de $630 foi obtido após a aplicação de $570 a uma taxa de juros compostos de 3%
a.m. Qual foi a duração da operação?

$630

I = 3% a.m.

570
n =nn4==meses
3?meses
3
Obs.: A HP 12C
PV = $570 630
aproxima o cálculo de n
para o inteiro superior. 4

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.1 Equivalência de capitais

Dois ou mais capitais são denominados equivalentes, quando levados para a mesma data focal, com
a mesma taxa de juros, tiverem o mesmo valor real.

A necessidade da determinação de capitais equivalentes se deve à frequente prorrogação e


antecipação de títulos em operações financeiras.

Exemplo 6:
Uma concessionária vendia certo tipo de automóvel por $ 1.600.000,00 a vista. Tinha um plano de
pagamento em 6 meses com juros fixos compostos mensalmente. Um cliente comprou um destes
automóveis em 6 meses, efetuando pagamentos ao fim de 2 e 6 meses. Se o primeiro pagamento foi
de $ 2.136.000,00 e se os juros foram de 40% ao mês, o segundo pagamento foi de quanto?

(Bruni, 2018)

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.1 Equivalência de capitais

Exemplo 6:
Assumindo o 2º pagamento no valor de X, é possível apresentar o DFC da operação:

(Bruni, 2018)

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.1 Equivalência de capitais

Exemplo 6:
Para obter o valor de X, basta usar o conceito de equivalência de capitais, capitalizando os valores $
1.600.000,00 e $ 2.136.000,00 das datas 0 e 2, respectivamente, para a data 6, conforme
apresentado.

Capitalizando $ 1.600.000,00 da data 0 para a data 6 (n = 6):


𝑭𝑽𝒏 = 𝑷𝑽 × 𝟏 + 𝒊 𝒏 = 1.600.000 × (1 + 0,4)6 = + $12.047.257,60

Capitalizando – $ 2.136.000,00 da data 2 para a data 6 (n = 4):


𝑭𝑽𝒏 = 𝑷𝑽 × 𝟏 + 𝒊 𝒏 = 2.136.000 × (1 + 0,4)4 = – $8.205.657,60

O valor de X corresponde à diferença: 12.047.257,60 – 8.205.657,60 = $3.841.600,00.


(Bruni, 2018)

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.1 Equivalência de capitais

Exemplo 6:

(Bruni, 2018)

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.2 Equivalência de taxas

Duas taxas de juros são equivalentes se aplicadas ao mesmo capital, pelo mesmo intervalo de tempo,
ambas produzem o mesmo juro ou montante. Diferentemente do regime de juros simples, no regime
de juros compostos, as taxas de juros não são proporcionais, ou seja, uma taxa de 12% ao ano é não
é equivalente a 1% ao mês.

Exemplo:
Assim, se tomarmos um capital e capitalizarmos a juros compostos no período de um ano teremos:
𝑭𝑽𝟏 = 𝑷𝑽 × 𝟏 + 𝒊𝒂 𝟏

Aplicando o mesmo capital inicial no mesmo período, mas capitalizado mensalmente teremos:
𝑭𝑽𝟏𝟐 = 𝑷𝑽 × 𝟏 + 𝒊𝒎 𝟏𝟐

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3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.2 Equivalência de taxas

Para que as taxas sejam equivalentes os montantes terão que ser iguais, assim:

𝑭𝑽𝟏 𝒂𝒏𝒐 = 𝑭𝑽𝟏𝟐 𝒎𝒆𝒔𝒆𝒔

𝑷𝑽 × 𝟏 + 𝒊𝒂 𝟏 = 𝑷𝑽 × 𝟏 + 𝒊𝒎 𝟏𝟐

Da igualdade acima, deduz-se que:

𝟏 𝟏𝟐
𝟏 + 𝒊𝒂 = 𝟏 + 𝒊𝒎

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.2 Equivalência de taxas

Logo, para determinar a taxa anual, quando se conhece a taxa mensal, teremos:

𝒊𝒂 = 𝟏 + 𝒊𝒎 𝟏𝟐 −𝟏

Exemplo:
Determinar a taxa anual equivalente a 2% ao mês:

ia = (1 + im)12 – 1 = (1,02)12 - 1 = 1,2682 - 1 = 0,2682 ou 26,82%

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3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.2 Equivalência de taxas

Para determinar a taxa mensal, quando se conhece a taxa anual:


𝟏
𝟏𝟐
𝒊𝒎 = (𝟏 + 𝒊𝒂) − 𝟏 ou 𝒊𝒎 = (𝟏 + 𝒊𝒂) −𝟏 𝟏𝟐

Exemplo:
Determinar a taxa mensal equivalente a 60,103% ao ano:

im = (1 + ia)1/12 –1 = (1,60103)1/12 –1 = 1,04 - 1 ou 4% ao mês

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.2 Equivalência de taxas

Da mesma forma, dada uma taxa mensal ou anual, determina-se à taxa diária e vice-versa.

Como no dia-a-dia os períodos a que se referem às taxas que se tem e taxas que se quer são os mais
variados, vamos apresentar uma fórmula genérica, que possa ser utilizada para qualquer caso, ou
seja:
𝒏𝒒
𝒊𝒒 = 𝟏 + 𝒊𝒕 𝒏𝒕 −𝟏

Sendo:
𝒊𝒒 = taxa para o prazo que eu quero
𝒊𝒕 = taxa para o prazo que eu tenho
𝒏𝒒 = prazo que eu quero
𝒏𝒕 = prazo que eu tenho

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.2 Equivalência de taxas

Vejamos alguns exemplos:

Determinar a taxa para 183 dias, equivalente a 65% ao ano:


i183 = (1 + 0,65)183/360 – 1 = 28,99%

Determinar a taxa para 491 dias, equivalente a 5% ao mês:


i491 = (1 + 0,05)491/30 – 1 = 122,23%

Determinar a taxa para 27 dias, equivalente a 13% ao trimestre:


i27 = (1 + 0,13)27/90 – 1 = 3,73%

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.2 Equivalência de taxas

Como calcular taxas equivalentes na HP 12 – capitalização maior para uma menor:

Veja abaixo os passos para se encontrar a taxas equivalentes na HP 12c de uma período de
capitalização maior para uma menor (de uma taxa anual para mensal ou trimestral, por exemplo):

Apagar registradores:
entrar o número 1
entrar a taxa ?
entrar o número 1
clicar
alterar o valor de n para um número de períodos de capitalização da taxa que quer
determinar ?
clicar

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.2 Equivalência de taxas

Como calcular taxas equivalentes na HP 12 – capitalização maior para uma menor:


Exemplo:
Determinar a taxa mensal equivalente a uma taxa anual de 12% ao ano. Neste caso temos uma taxa
com capitalização maior ( 1 ano) para uma menor ( 1 mês).

Apagar registradores:
entrar o número 1
entrar a taxa 12
entrar o número 1
clicar -1.1200
alterar o valor de n para um número de períodos de capitalização da taxa que
queremos encontrar 12
clicar 0.9488 (taxa mensal equivalente)

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.2 Equivalência de taxas

Como calcular taxas equivalentes na HP 12 – capitalização menor para uma maior:

Veja abaixo os passos para se encontrar a taxas equivalentes na HP 12c de uma período de
capitalização maior para uma menor (de uma taxa anual para mensal ou trimestral, por exemplo):

Apagar registradores:
valor de n para um número de períodos de capitalização da taxa que se quer
determinar ?
entrar a taxa ?
entrar o número 1
clicar
entrar o número 1
clicar

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.2 Equivalência de taxas

Como calcular taxas equivalentes na HP 12 – capitalização menor para uma maior:


Exemplo:
Determinar a taxa anual equivalente a uma taxa mensal de 2%.

Apagar registradores:
valor de n para um número de períodos de capitalização da taxa que se quer
determinar 12
entrar a taxa 2
entrar o número 1 -1.2682
clicar
entrar o número 1
clicar 26.8242 (taxa anual equivalente)

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.3 Descontos compostos

3.3.1 Desconto racional

Operações de desconto que mais comumente utilizam o sistema de capitalização composta.

Matematicamente, para calcular o desconto racional composto, temos:

𝑭𝑽
𝑫𝒓 = 𝐹𝑉 − 𝑃𝑉 = 𝑭𝑽 −
(𝟏 + 𝒊)𝒏

Logo,

𝑫𝒓 = 𝑭𝑽 [𝟏 − 𝟏 + 𝒊 −𝒏 ]

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.3 Descontos compostos

3.3.1 Desconto racional

Na HP 12 C, usa-se a seguinte sequência de comandos:

1. [f] [REG]
2. Valor nominal [CHS] [FV]
3. Período [n]
4. Taxa (equiv.) [i]
5. [PV] : Valor do resgate
6. [RCL] [FV]
7. + : Valor do desconto

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.3 Descontos compostos

3.3.1 Desconto racional


Exemplo 7:
Qual o valor de resgate de um título de $16.504,40, vencível daqui a 9 meses, à taxa efetiva de
desconto racional composto de 46,41% a.a., capitalizável trimestralmente?
Dados:
FV = 16.504,40 16504.4
PV = ?
i = taxa de juros = 10% a.t. = 0,1a.t. 3
n = no. Períodos = 9 meses = 3 trimestres 10
𝐷𝑟 = 𝐹𝑉 [1 − 1 + 𝑖 −𝑛 ]
𝐷𝑟 = 16504,40 [ 1 – 1 + 𝑖 −3 ] 12,400.00
𝑫𝒓 = 4.104,40
Resposta: o valor do desconto racional é de $ 4.104,40.
-4,104.40

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.3 Descontos compostos

3.3.1 Desconto comercial

Matematicamente, para calcular o desconto comercial composto, usa-se a seguinte fórmula:

𝑫𝒄 = 𝑭𝑽 × (𝟏 − 𝒊)𝒏

𝑷𝑽
𝑭𝑽 =
[𝟏 − 𝒊 × 𝒏 ]
Lembrete para utilização de calculadoras:
• Na tecla FV é digitado o Valor Presente, ou seja, o valor líquido recebido.
• Na tecla PV é digitado o valor nominal do título ou o Valor Futuro.
• A taxa de juros deverá ser informada com sinal negativo.
• Os demais títulos são normais
(Bruni, 2018)

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.3 Descontos compostos

3.3.1 Desconto comercial

Na HP 12C, usa-se a seguinte sequência de comandos:

1.
2. Valor nominal
3. Taxa
4. Período (equiv.)
5. : Valor do resgate
6.
7. : Valor do desconto

Matemática Financeira – Profa. Anna Beatriz G. R. Maia 39


Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS COMPOSTA E DESCONTOS

3.3 Descontos compostos

3.3.1 Desconto comercial

Exemplo 8: Na HP 12 C
Um título de valor nominal 1.
de $30.000,00 é resgatado 6 2. 30,000
meses antes do vencimento,
à taxa de desconto comercial 3. 8
composto de 8% a.m. Qual o 4. 6
valor do desconto? 5. : 18,190,65
6.
7. : 11,809,35
(Valor do Desconto)

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
4 ANUIDADES E SÉRIES UNIFORMES

4.1 Conceitos

Uma série ou uma anuidade corresponde a toda e qualquer sequência de entradas ou saídas de caixa
com um dos seguintes objetivos: (1) amortização de uma dívida ou (2) capitalização de um montante.

Para o comércio, financeiras e outros setores que trabalham diretamente com financiamento, é
fundamental o conhecimento de anuidade.

Normalmente utiliza-se o modelo básico de anuidade, que é um sistema de financiamento com prazo
determinado, com prestações iguais, com número de prestações definidas, com período igual entre
cada prestação.

Portanto, o conceito de anuidade corresponde ao do financiamento parcelado ou sistemas de


financiamento com prestações.
(Bruni, 2018)

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
4 ANUIDADES E SÉRIES UNIFORMES

4.2 Classificações

As anuidades podem ser classificadas em função do(a):

Prazo
Temporárias (Finitas) Perpétuas (Infinitas)
• quando o financiamento possuir uma • quando se paga um pecúlio ou um
duração pré-determinada. financiamento sem uma data
específica para término.

(Bruni, 2018)

Matemática Financeira – Profa. Anna Beatriz G. R. Maia 42


Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
4 ANUIDADES E SÉRIES UNIFORMES

4.2 Classificações

As anuidades podem ser classificadas em função do(a):

Valor da prestação
Constantes (uniformes) Variáveis (não uniformes)
• quando todos os valores das • quando os valores são pós fixados em
prestações são fixos e iguais. cada prazo e diferentes entre si .

(Bruni, 2018)

Matemática Financeira – Profa. Anna Beatriz G. R. Maia 43


Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
4 ANUIDADES E SÉRIES UNIFORMES

4.2 Classificações

As anuidades podem ser classificadas em função do(a):

Pagamento ou recebimento
Imediatas Diferidas
• Quando a 1ª prestação vence no • Quando a 1ª prestação vence a partir
primeiro período (não tem carência). do 2º período (possui carência).

(Bruni, 2018)

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Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
4 ANUIDADES E SÉRIES UNIFORMES

4.2 Classificações

As anuidades podem ser classificadas em função do(a):

Periodicidade
Periódicas Não periódicas
• quando todas as prestações possuem • quando os períodos são diferentes
períodos iguais entre elas. entre uma prestação e outra.

(Bruni, 2018)

Matemática Financeira – Profa. Anna Beatriz G. R. Maia 45


Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
4 ANUIDADES E SÉRIES UNIFORMES

4.3 Modelo básico de anuidade

São financiamentos cujas prestações são temporárias, constantes, imediatas e vencidas, e periódicas.
A grande maioria dos financiamento são baseados neste modelo.

(Bruni, 2018)

Matemática Financeira – Profa. Anna Beatriz G. R. Maia 46


Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
4 ANUIDADES E SÉRIES UNIFORMES

4.3 Modelo básico de anuidade

Matematicamente, as séries uniformes podem ser representadas através de seu valor futuro
equivalente, posicionado no último período da série.
Na HP 12 C:
Para cálculo do Valor da Prestação (sem carência):
𝑖 1+𝑖 𝑛
𝑃𝑀𝑇 = 𝑃𝑉 ×
1+𝑖 𝑛−1

Para cálculo do Valor da Prestação (com carência de m + 1 períodos):


𝑖 1+𝑖 𝑛 𝑚
𝑃𝑀𝑇 = 𝑃𝑉 × × (1 + 𝑖)
1+𝑖 𝑛−1

(Bruni, 2018)

Matemática Financeira – Profa. Anna Beatriz G. R. Maia 47


Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
4 ANUIDADES E SÉRIES UNIFORMES

4.3 Modelo básico de anuidade

Uma geladeira possui um preço à vista igual a $800,00, podendo ser paga em três parcelas mensais e
iguais sem entrada. Sabendo que a taxa de juros praticada pela loja é igual a 5% a.m., calcule o valor
da prestação a ser cobrada pela loja.
Na HP 12 C:
Sabendo que m = 0 (a primeira é paga 1 período depois, como m + 1 = 1, m = 0),
bastaria aplicar a fórmula:
3
0,05 1+0,05 3
𝑃𝑀𝑇 = 800 × × (1 + 0,05)0 5
1+0,05 3 −1
800
𝑃𝑀𝑇 = 293,77

−293.77

Matemática Financeira – Profa. Anna Beatriz G. R. Maia 48


Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
5 DESAFIO

Um aparelho eletrônico está sendo anunciado por $ 4.000,00 a vista ou em três parcelas sem
entrada. Sabendo que na operação é cobrada uma taxa igual a 2% a.m., pede-se para obter o valor de
cada prestação.

Matemática Financeira – Profa. Anna Beatriz G. R. Maia 49


Unidade 1 (parte 3) – Sistema de Juros Compostos
REFERÊNCIAS

Assaf Neto, A. Matemática financeira e suas aplicações. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2019. Recuperado
em 30 de julho, 2019 de https://integrada.minhabiblioteca.com.br/.
Barros, D. M. (2014). Matemática financeira descomplicada. 5 ed. São Paulo: Rideel. Recuperado em
30 de julho, 2019 de https://integrada.minhabiblioteca.com.br/.
Bruni, A. L. (2018). Avaliação de investimentos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Recuperado em 31 de
julho, 2019 de https://integrada.minhabiblioteca.com.br/.
Gimenes, C. M. (2009). Matemática financeira com HP 12C e Excel: uma abordagem descomplicada.
2. ed. São Paulo: Pearson. Recuperado em 30 de julho, 2019 de
http://unifor.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576055662.
HP (2005). HP 12c calculadora financeira: guia do usuário. Recuperado em 30 julho, 2019 de
http://h10032.www1.hp.com/ctg/Manual/bpia5239.pdf.
Samanez, C. P. (2010). Matemática financeira. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall. Recuperado
em 30 de julho, 2019 de https://integrada.minhabiblioteca.com.br/.

Matemática Financeira – Profa. Anna Beatriz G. R. Maia 50


Assuntos
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UNIDADE
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UNIDADE 2
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