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determinante para a evolução da estrutura sócio-econômica e, por conseqüência, da
rede urbana catarinense que, diferentemente dos estados vizinhos, não apresenta
nenhuma cidade com população superior a 500 mil habitantes.
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rede hídrica constituída pelas lagoas Mirim e dos Patos e pelos rios Jacuí e Vacacaí,
penetraram em direção ao Oeste onde participaram ativamente do processo de
conquista e de ocupação dos campos meridionais da Campanha gaúcha, tornando-
se estancieiros (ROCHE, 1958, p.62). Por outro lado, Porto Alegre, a capital gaúcha,
como ponto de convergência da pequena produção mercantil, “sempre foi a única
porta para o mar de toda a área centro-norte do Rio Grande do Sul, escapando de
sua influência, neste particular, apenas a parte meridional ligada ao porto do Rio
Grande” (MAMIGONIAN, 1966, p. 6).
Em Santa Catarina, além da separação entre o planalto e o litoral, marcada
pelos contrafortes das serras do Mar e Geral, inibidores das relações entre estas
duas grandes áreas até muito recentemente, agravada pela precariedade das
comunicações, observa-se também uma ausência de unidade espacial no interior
destas duas áreas. A compartimentação do espaço correspondente à fachada
atlântica do território catarinense (litoral e encostas) decorre da presença de
numerosos vales, ao longo dos quais foram surgindo várias sub-regiões urbanas.
Também no planalto percebe-se uma sub-divisão territorial com destaque para o
planalto serrano, planalto norte, meio oeste e extremo oeste. Diante de tal
fragmentação espacial, o geógrafo A. Mamigonian identificou, já nos anos de 1960,
a existência de oito regiões urbanas pequenas, independentes umas das outras,
ligadas em primeira instância às duas metrópoles do Brasil meridional, Porto Alegre
e Curitiba, quanto ao consumo de bens e serviços e às metrópoles maiores (São
Paulo principalmente) quanto ao escoamento da produção (MAMIGONIAN, 1966).
Isto significa dizer que a singular multipolarização do sistema urbano catarinense foi
percebida muito precocemente e que para entendê-la cabe distinguir os vários tipos
de regiões existentes no estado quanto à produção.
Dentre os elementos determinantes do processo de conquista e
desenvolvimento do território do Brasil meridional, destaca-se o clima, visto que “a
subtropicalidade é responsável pelo tempo e pela forma como se estrutura o
complexo de combinações geográficas do Brasil, abaixo do Trópico de Capricórnio”
(PEREIRA e VIEIRA, 2007). O domínio do clima subtropical, além de retardar a
efetivação do povoamento, teve uma influência decisiva sobre as modalidades de
aproveitamento econômico do território sulino. Entretanto, na diferenciação da
formação socioespacial (SANTOS, 1982), os grandes traços do relevo combinados a
outras determinações naturais, dentre as quais a vegetação e a hidrografia, foram
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determinantes para a gênese do povoamento e das formas de produção que
alavancaram a economia catarinense.
A definição sobre a forma de ocupação e o tipo de exploração a ser adotado
pela Coroa portuguesa nas diferentes regiões do vasto território que viria a constituir
o Brasil foi diretamente influenciada pelas características do quadro natural. Assim
sendo, a cobertura vegetal, constituída por um “complexo de formas que não
contribui para a unidade regional” (MONTEIRO, 1967, p.93), também desempenhou
um papel fundamental nos modos de ocupação do espaço, bem como na marcha
do povoamento. O caráter subtropical da cobertura vegetal, com “sensíveis
modificações florísticas em relação à parte mais setentrional da mata atlântica”,
dentre as quais se pode destacar a inexistência do pau-brasil, já deixou o litoral sul
“à margem do primeiro ciclo de coleta da economia brasileira” (id.,ib.). O clima
subtropical pouco propício ao cultivo de produtos tropicais, por sua vez, não
estimulou a imediata exploração comercial, muito embora tenha lentamente
viabilizado, a partir do século XVII, “a pequena produção mercantil que podia
garantir às metrópoles as vantagens da ocupação territorial e a garantia e
consolidação do poder-colonial” (MAMIGONIAN, 1998, p.65), imprimindo uma
singularidade à colonização do Brasil meridional. E, no caso específico de Santa
Catarina, “a cobertura vegetal foi também fator determinante para formar dois meios
geográficos, o do latifúndio pastoril e o da pequena produção mercantil” (PEREIRA e
VIEIRA, 2007). Por outro lado, a configuração geral do relevo catarinense, dividido
em duas secções representadas pelo litoral e planalto, possui peculiaridades
especialmente relativas à faixa litorânea, com reflexos sobre a rede hidrográfica que
teve igualmente influência decisiva no estabelecimento dos diferentes fluxos
colonizadores.
No processo de conquista das terras coloniais situadas ao Sul do trópico de
Capricórnio, bem como das demais regiões, as ações humanas foram regidas pelo
meio natural, sendo os colonizadores forçados a escolher da natureza as “partes ou
aspectos considerados fundamentais ao exercício da vida, valorizando,
diferentemente, segundo os lugares e as culturas, essas condições naturais que
constituíam a base material da existência do grupo” (SANTOS, 1997, p. 187). O
domínio do mundo natural, aliado à inexistência de instrumentos artificiais mais
complexos ou de máquinas, apesar de não significar a ausência total de técnica,
impõe uma adaptação dos grupos sociais aos sistemas naturais, visto que as forças
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produtivas estão diretamente relacionadas à natureza, representada pelas
características do quadro físico e pela corporeidade humana.
Em Santa Catarina, tal como no restante das terras coloniais portuguesas, o
litoral foi a área ocupada inicialmente. Aqui o primeiro povoamento esparso de
vicentistas, no século XVII, foi seguido pelo fluxo de açorianos que representou a
maior intervenção do planejamento estatal português no Sul do Brasil, tanto no plano
geo-político como no geo-econômico (MAMIGONIAN, 1998), integrando-o ao projeto
de exploração costeira já em andamento na porção litorânea do nordeste e do
sudeste colonial. Já o planalto teve seu povoamento iniciado no século XVIII por
paulistas que, aproveitando as manchas de campo utilizavam a área para a
passagem do gado e mulas do Rio Grande para São Paulo para atender à economia
de mineração, o que originou a instalação de grandes fazendas e a fundação das
primeiras vilas.
II
Conforme se observa na tabela 1, dados do IBGE indicam que, em 1940, a
população total do estado de Santa Catarina era constituída por 1.178.340
habitantes. Pelo recenseamento realizado em 2000, o número total de habitantes foi
de 5.356.360 indivíduos, o que expressa um crescimento demográfico de
aproximadamente 350% ao longo desses sessenta anos.
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A análise atenta dos dados contidos na tabela 1 permite constatar que a
população urbana de Santa Catarina, que em 1940 representava 21,53% do total da
população do estado, saltou de 253.717 habitantes naquele ano para 4.217.931 em
2000, passando a corresponder a mais de 78% da população catarinense. O
crescimento absoluto de 3.964.214 habitantes vivendo nas aglomerações urbanas
indica que a população residente nas cidades teve um aumento de 1562%, ou seja,
enquanto a população geral do estado cresceu 4 vezes e meia, a população urbana
de Santa Catarina multiplicou-se 16 vezes e meia.
Diante dos números apresentados pode-se afirmar que a realidade
catarinense reflete a brasileira, pois o crescimento absoluto da população residente
nas cidades, foi acompanhado por uma redução relativa da população rural. No
decênio de 1970 para 1980, por exemplo, enquanto a população urbana cresceu de
1.247.158 para 2.154.250 (72%), a população rural caiu de 1.654.502 para
1.474.042 (11%). Por outro lado, é preciso considerar ainda que em Santa Catarina
o processo de urbanização das últimas décadas vem induzindo a conurbação dos
núcleos urbanos, particularmente os do litoral centro-norte, situação esta
intensificada pelos crescentes fluxos turísticos que contribuem para a aceleração
das transformações na organização socioespacial das cidades localizadas na faixa
litorânea.
Taxa de Estimativa
Municípios 1991 2000 crescimento (1991- 2006
2000) - % (posição)
Joinville 353.070 429.604 2,22 496.051 (1)
Florianópolis 255.390 342.315 3,34 406.564 (2)
Blumenau 212.025 261.808 2,39 298.603 (3)
São José 136.293 173.559 2,75 201.103 (4)
Criciúma 146.320 170.420 1,72 188.233 (5)
Lages 142.999 157.682 1,10 168.384 (7)
Itajaí 119.631 147.494 2,38 168.088 (8)
Chapecó 111.390 146.967 3,16 173.262 (6)
Jaraguá do Sul 76.968 108.489 3,92 131.786 (9)
Palhoça 68.430 102.742 4,66 128.102 (10)
População de
4.541.994 5.356.360 1,87 5.958.266
Santa Catarina
Tabela 2 –Os 10 Municípios Mais Populosos de Santa Catarina
Fonte: IBGE
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estado, apresentados na tabela 2, o que mais cresceu foi Palhoça (4,66% ao ano),
município da grande Florianópolis. Lages, localizada no planalto serrano, registrou o
menor índice, crescendo, no mesmo período, apenas 1,10% ao ano. Os municípios
com as mais elevadas taxas de crescimento demográfico anual do estado no
período citado, estão localizados nas áreas costeiras, como é o caso de Itapoá
(9,28%), Itapema (8,82%), Araquari (7,37%), Bombinhas (7,09%) e Balneário
Camboriú (6,96%).
A elevada concentração da população na fachada atlântica, entretanto, é
um fato já registrado no passado, visto que em 1856 Santa Catarina possuía
111.109 habitantes, dos quais 104.317 viviam no litoral (PEREIRA, 1943, p.43)2.
Dados econômicos e demográficos recentes atestam o acelerado crescimento, na
faixa costeira, de um eixo de urbanização situado ao longo da BR 1013,
especialmente entre a capital do estado e Joinville, o município economicamente
mais rico e mais populoso do estado. Neste trecho concentram-se sete dos dez
municípios catarinenses com maior população. Estão entre eles, conforme pode ser
observado na tabela 2, além de Joinville e Florianópolis, respectivamente o primeiro
e o segundo mais populosos, Blumenau, São José, Criciúma, Itajaí, Jaraguá do Sul
e Palhoça, todos localizados em áreas de pequena produção mercantil4. Dentre os
dez maiores municípios do estado em população, apenas dois deles, Lages e
Chapecó, não estão situadas zona litorânea. Lages tem a sua origem ligada ao
tropeirismo e localiza-se na região dominada pelo latifúndio pastoril onde a
economia se assenta na pecuária extensiva e, mais recentemente, nos recursos
florestais. Chapecó, o maior centro regional do oeste catarinense, nasceu numa área
de pequena produção mercantil colonizada por descendentes de imigrantes
gaúchos, no início do século XX, época em que o crescimento urbano brasileiro
estimulou a produção agrícola para o mercado interno.
Muito embora o adensamento da população no litoral de grande parte dos
estados brasileiros tenha raízes históricas, em conseqüência do próprio processo de
colonização, dentre os estados que compõem a Região Sul – aos quais se poderia
também juntar o de São Paulo – Santa Catarina é o único com esta peculiaridade.
Entretanto, o “fenômeno da litoralização” da população apontado como uma
realidade demográfica recente, pode ser interpretado como uma meia verdade, visto
que o litoral catarinense concentra desde sempre o maior contingente populacional.
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Assim, o destaque que vem sendo dado à atual “litoralização” da população de
Santa Catarina expressa um conhecimento parcial da realidade.
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funções públicas e de interesse comum". Assim, a partir de 1998, as Unidades da
Federação, buscando solucionar problemas de gestão do território estadual,
definiram novas Regiões Metropolitanas, estabelecidas por legislação estadual. Até
1999, Santa Catarina possuía três Regiões Metropolitanas (instituídas pela Lei
Complementar 162) que foram usadas no Censo Demográfico de 2000: a RM de
Florianópolis cujo principal pólo é a capital do estado, a RM do Vale do Itajaí que
tem como seu principal centro urbano a cidade de Blumenau e a RM do
Norte/Nordeste Catarinense onde Joinville é o núcleo urbano central (IBGE, 2000). A
Lei Complementar 221, sancionada pelo Governador Esperidião Amin, em 09 de
janeiro de 2002, criou três novas regiões5: RM da Foz do Rio Itajaí, a RM
Carbonífera e a RM de Tubarão, as quais têm como cidades-pólo respectivamente
Itajaí, Criciúma e Tubarão.
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reconhecimento, seis regiões metropolitanas: Florianópolis, Vale do Itajaí,
Norte/Nordeste Catarinense, Foz do rio Itajaí, Carbonífera e Tubarão, todas
localizadas na área correspondente ao litoral e encosta onde dominou a pequena
produção mercantil.
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metropolitano atinge a cifra de 465.225 habitantes. Itajaí tem se tem se destacado
pela predominância de atividades terciárias, notadamente as ligadas ao comércio de
mercadorias e à prestação de serviços. Em 1980, possuía 86.456 habitantes, em
1991, 120.228, em 2000, 147.494, e em 2006 a estimativa é de 168.088 (IBGE,
2007), o que significa um crescimento demográfico no período de aproximadamente
95%. A acelerada expansão urbana dos municípios localizados na orla catarinense
e, em particular, junto à Foz do rio Itajaí-Açu, pode ser atribuída, genericamente, nos
últimos anos às atividades portuárias, às indústrias pesqueira e naval, ao
desenvolvimento do comércio (atacadista e varejista), ao incremento do setor de
serviços, à popularização do veraneio e à dinamização das práticas de lazer e
turismo. Estas últimas promoveram formas diferenciadas de ocupação e crescimento
populacional, transformando precocemente algumas localidades em centros de
atração de veranistas e turistas, como foi o caso de Balneário Camboriú e Itapema,
enquanto outras foram afetadas apenas recentemente (Bombinhas e Penha). Do
ponto de vista demográfico, é esta região a que apresenta o maior dinamismo no
estado de Santa Catarina, muito embora a taxa de crescimento populacional de
Itajaí não seja das mais expressivas (2,41%). É que os demais municípios
integrantes da região estão entre os que apresentam os mais elevados índices de
crescimento populacional, como é o caso de Camboriú (7,03%), Navegantes (6,67%)
Balneário Camboriú (6,40%), isto sem mencionar Itapema, cujo índice de 8,82 % é o
segundo do estado em crescimento demográfico.
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relacionada à uma imigração de qualidade representada por pequenos industriais e
comerciantes, engenheiros e operários especializados que abandonaram a
Alemanha pré-capitalista em processo de unificação. Estes imigrantes logo
souberam aproveitar a conjuntura econômica internacional depressiva (1873-1896)
que favoreceu a substituição de importações no setor de bens populares de
consumo e, a partir de empreendimentos industriais inicialmente modestos, foram
gradativamente conquistando o mercado local, regional e nacional, projetando a
cidade de Blumenau como pólo industrial do setor têxtil. Atualmente os municípios
de Indaial e Timbó apresentam um crescimento demográfico mais expressivo do que
o de Blumenau, o que expressa a desconcentração industrial em curso.
III
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comerciais (exportação e importação) e político-administrativos (civis e militares).
Contraditoriamente, porém, enquanto o caráter exportador e dominador impunha a
presença de cidades, o caráter latifundiário e escravista das relações de produção,
revelava-se, por sua vez, pouco urbanizador considerando-se que apenas os
grandes fazendeiros residiam nas cidades6.
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litorâneos, onde as atividades ligadas ao veraneio e ao turismo se expandem
aceleradamete.
NOTAS
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Além do Planalto do Alto Rio Itajaí-Açu, Peluso Jr.(1991,p.39) divide “a Região do Litoral e Encostas
nas seguintes sub-regiões: sub-região Setentrional, desde o limite norte do Estado ao rio Itajaí-Açu;
sub-região Centro-Norte, do rio Itajaí-Açu ao planalto da Serra do Tabuleiro; sub-região Centro-Sul,
do conjunto de Serras de que faz parte a Serra do Tabuleiro até o rio Tubarão; sub-região Meridional,
do rio Tubarão para o sul”. A sub-região Centro-Norte, que segundo este mesmo autor começa no rio
Itajaí-Açu e se estende até o Morro Cambirela, em frente à ilha de Santa Catarina, se caracteriza
geograficamente pelas serras litorâneas. Estas serras são dorsais de estrutura complexa,
maturamente dissecadas e entre elas correm vales através dos quais fluem os mais importantes rios
da vertente Atlântica. Nesta sub-região, as cidades que mais se sobressaem são Itajaí, Balneário
Camboriú e Florianópolis
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É importante ressaltar ainda que, conforme Carlos da Costa Pereira, nesta data “a população do
planalto, ou melhor, de Lajes, ainda como em 1820 o único distrito a oeste da serra, compreendendo
Baguais – atual Campo Belo – e Campos Novos, era de 6.772 habitantes, inclusive 1.195 escravos”
(PEREIRA,1943, p. 43 e 44).
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O governo federal, na década de 40 do século passado, tomou iniciativas no sentido de buscar a
integração do mercado nacional. Neste sentido, viabilizou a elaboração do Plano Rodoviário Nacional
(1944), adotando critérios principalmente econômicos para a implantação das rodovias federais.
Assim, em Santa Catarina foram projetadas e implantadas as duas principais rodovias do estado, as
atuais BR-116 e BR-101, que percorrem o território catarinense no sentido Norte-Sul. Estas rodovias
federais catarinenses cortando o estado longitudinalmente, não convergiam para a capital do estado,
como ocorreu em outras unidades da federação brasileira, cujas capitais constituíram-se em
importantes centros de produção e distribuição, herança dos períodos históricos anteriores. O traçado
das rodovias tornou mais visível a não-integração do Estado de Santa Catarina, pelo fato de que as
suas diferentes regiões possuíam limitadas relações econômicas entre si e com a própria capital, fato
só minimizado recentemente com a construção da BR-282 que liga o Oeste catarinense ao litoral.
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O município de Chapecó, o 8º em população no estado, está localizado às margens do rio
homônimo, no oeste catarinense, área em que a produção de produtos primários para o mercado
nacional deu origem a numerosas agroindústrias. Os vales fluviais florestados integrantes da bacia do
rio Uruguai, tal como os vales atlânticos constituem também áreas de pequena produção mercantil
em que se desenvolveu uma rede urbana da qual fazem parte, dentre outros, os municípios de
Caçador, Concórdia e Içara, todos com mais de 50.000 habitantes e situados entre os vinte maiores
de Santa Catarina. Lages, o 6º município do estado em população, é o único representante da área
latifundiária do planalto serrano que integra a lista dos mais povoados.
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A criação das Secretarias Regionais no governo de Luiz Henrique da Silveira acabou gerando, em
Santa Catarina, uma superposição de divisões regionais. Atualmente são 36 Secretarias Regionais,
entre as quais a da Grande Florianópolis, formada por 13 municípios (Águas Mornas, Angelina,
Anitápolis, Antônio Carlos, Biguaçu, Florianópolis, Governador Celso Ramos, Palhoça, Rancho
Queimado Santo Amaro da Imperatriz, São Bonifácio, São Pedro de Alcântara e São José) e a de
Itajaí, integrada por 11 municípios (Balneário Camboriú, Bombinhas, Camboriú, Ilhota, Itajaí, Itapema,
Luiz Alves, Navegantes, Penha, Balneário Piçarras e Porto Belo). Além das Secretarias Regionais de
Desenvolvimento, existem ainda as Associações de Municípios. A Associação dos Municípios da Foz
do Rio Itajaí-Açú (AMFRI), é constituída pelos mesmos municípios que integram a Secretaria de
Desenvolvimento Regional de Itajaí, os quais juntos abrigam uma população de 485.687 habitantes
(IBGE, 2006). Cabe ainda lembrar as divisões do IBGE, em micro e meso-regiões.
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Ainda conforme Mamigonian, constata-se hoje, de forma clara a força de nossa herança colonial,
analisando as cidades do interior latifundiário do Brasil, de Belém do Pará à Bagé no Rio Grande do
Sul (SANTOS, 1982, p. 296).
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Rangel estabelece as relações entre a evolução da economia capitalista e a formação econômica
brasileira, demonstrando como os grandes acontecimentos da história nacional coincidem com as
fases recessivas dos ciclos longos, ocasião em que o país precisa proceder aos ajustes internos
necessários a sua inserção numa nova divisão internacional do trabalho. Nestas fases recessivas,
Rangel identifica três etapas de substituição de importações, a primeira delas, a “natural”, se dá no
interior das fazendas no período de crise do primeiro ciclo longo; a segunda, a “manufatureira”, já nos
centros urbanos; e a terceira, a substituição industrial de importações, na fase recessiva do terceiro
ciclo de Kondratieff (1921-1948).
REFERÊNCIAS
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na Ilha de Santa Catarina. In: SANTOS, Maurício Aurélio dos (org.). Ensaios sobre Santa
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Paulo: IG-USP, n. 2, 1966, p. 35-38.
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Novos Rumos da Geografia Brasileira. São Paulo: Hucitec, 1982.
MONTEIRO, Carlos Augusto et al. Panorama regional do Brasil. In: O Brasil Meridional. Rio
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_______. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 2. ed. São Paulo:
Hucitec, 1997. 308 p.
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