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LABORATÓRIO DE ENSAIOS DE MATERIAIS E

ESTRUTURAS DA UFPB

IBRACON – Representação do Estado da Paraíba

Cadernos de Concreto Armado


Fascículo 3

CARGAS PARA O CÁLCULO DE ESTRUTURAS:


A NBR 6120

Prof. Normando Perazzo Barbosa

Departamento de Tecnologia da Construção Civil


Centro de Tecnologia
Universidade Federal da Paraíba
3 - Cargas para o cálculo de estruturas – NBR 6120 Prof. Normando Perazzo Barbosa nperazzo@lsr.ct.ufpb.br

Introdução

O valor exato do carregamento que atua nas estruturas é praticamente impossível de ser
determinado com precisão. Basta pensar nas cargas a que está submetida uma laje de uma
edificação comercial, por exemplo: ora cheia de pessoas, ora sem ninguém, ora com um certo
mobiliário, ora com um outro, por vezes com paredes divisórias que podem mudar de local
quando muda o humor do seu proprietário, e assim por diante. No entanto, é preciso se adotar um
critério para elaborar o projeto. Assim, com base em critérios estatísticos, vai-se admitir um certo
valor para esses carregamentos tão variáveis ao longo do tempo.

A NBR 6120 (ABNT, 1980), cuja última versão data de 1980, fixa as condições exigíveis
para a determinação dos valores de carga que devem ser consideradas no projeto de estruturas de
edificações, qualquer que seja sua classe e destino, salvo os casos previstos em normas próprias,
como é o caso de pontes, por exemplo.

Assim, seja para estruturas de madeira, seja para estruturas de alvenaria, seja para
estruturas de aço, de bambu ou de terra, seja para estruturas de concreto armado ou mesmo
protendido, devem ser adotados valores de carregamento constantes nessa norma. Estruturas para
as quais se dispõe de normas específicas, como no caso de pontes rodoviárias, pontes ferroviárias
e estruturas especiais, como as das plataformas de petróleo, por exemplo, além das cargas
constantes na citada NBR 6120, constam também outras ações próprias de tais estruturas como
peso dos veículos nas pontes rodoviárias, dos trens nas pontes ferroviárias, e assim por diante.

A citada norma não se refere ao efeito do vento nas construções. Este é tratado em uma
norma própria, a NBR 6123 (ABNT, 1988).

Na NBR 6120 (ABNT, 1980) é ainda usado o termo carga. Modernamente ele é
substituído por ação. Por definição, ação é tudo que provoca solicitação. As solicitações
correspondem aos esforços internos que surgem nos elementos estruturais, quais sejam,
momento fletor, M, esforço cortante, V, esforço normal, N, momento torsor, T. Assim, carga é
um tipo de ação, chamada ação direta. Como um recalque de apoio em uma estrutura
hiperestática também provoca solicitações, ele também é chamado de ação, no caso ação
indireta. Este tema será retomado em capítulo futuro. Aqui, vai-se manter a terminologia da NBR
6120, chamando de carga o que seria uma ação.

Classificação das cargas:

Com referência a seu valor ao longo do tempo, as cargas podem ser classificadas em:

- permanentes (g)
- acidentais (q)

Cargas permanentes

São as que ocorrem na estrutura sem variação significativa, em relação ao seu valor
médio, durante toda a vida da construção.

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As principais cargas permanentes são:

- peso próprio da estrutura

- peso de todos os elementos construtivos fixos (paredes, revestimentos,


impermeabilizações) e instalações permanentes (equipamentos de elevadores,
bombas, depósitos de gás, etc).

O peso próprio das estruturas vai ser obtido à partir do conhecimento do peso específico
dos materiais de que são feitas. A maneira de considerar o peso próprio vai depender do
elemento estrutural. Por exemplo, em lajes, elementos planos, vai-se usar a carga permanente em
kN/m2 , ou seja carga por unidade de área. Em vigas e pilares, elementos lineares, o peso próprio
vai ser expresso em kN/m. Para obter-se o valor do peso próprio, na falta de medições
experimentais, pode-se adotar os pesos específicos constantes na Tabela 1

Tabela 1 – Peso específico a ser considerado no cálculo do


peso próprio das estruturas de concreto
material Peso específico (kN/m3 )
concreto simples 24
concreto armado 25
concreto protendido 25

Para avaliar o peso próprio das paredes podem-se considerar os pesos específicos dos
materiais constantes na Tabela 2.

Tabela 2 – Peso específico a ser considerado no cálculo do


peso próprio das paredes
material Peso específico (kN/m3 )
Tijolos
cerâmicos furados 13
cerâmicos maciços 18
sílico-calcáreos 20
Blocos de argamassa 22
Argamassas
de cal, cimento e areia 19
de cimento e areia 21
de gesso 12,5

Na prática, paredes de tijolos cerâmicos revestidas de argamassa mista podem ter


consideradas um peso específico da ordem de 14 kN/m3 a 15 kN/m3 , quando bem executadas. Se
a camada de revestimento é muito espessa, como ocorre em paredes mal erguidas, esses valores
podem aumentar para 16 kN/m3 a 17 kN/m3 . Hoje já há paredes de gesso acartonado cujo peso é
muito inferior ao das paredes comuns. O fornecedor deve dar as informações sobre o peso a
considerar nas estruturas.

A Tabela A, no final deste fascículo, indica o peso específico que pode ser adotado para
vários materiais de construção conforme a NBR 6120.

Em certos raros casos, como acontece em alguns edifícios de luxo cujo adquirente tem
liberdade de escolher os ambientes, o projetista estrutural não tem definida a posição das

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paredes. Então, a NBR 6120 cita que ele pode adotar uma carga distribuída por metro quadrado
de piso não menor que um terço do peso por metro linear de parede pronta, observando o valor
mínimo de 1 kN/m2 . Isto é aplicável a lajes cuja relação entre vão maior e vão menor seja no
máximo igual a dois. (A justificativa será apresentada no capítulo referente às lajes de edifícios).

Outra carga permanente que atua nas lajes dos edifícios é o seu revestimento. Muitas
vezes a laje é revestida nas duas faces, e com diferentes materiais. O calculista muitas vezes não
sabe quais são esses materiais. Assim, na prática, é comum adotar-se para peso do revestimento
nas lajes valores da ordem de 1 kN/m2 . No entanto, se a execução da estrutura não é bem
caprichada, acontece de as camadas de revestimento serem bastante espessas para promover o
nivelamento das superfícies, então aquele valor passa a subestimar o carregamento real.

Cargas acidentais

São aquelas que podem atuar sobre a estrutura em função do seu uso: peso de pessoas, de
móveis, de materiais diversos, de veículos, etc. É dit a acidental porque em um determinado
instante pode atuar, em outro não. Por exemplo, o peso das pessoas em um apartamento. Ora, em
uma reunião, a sala pode estar recebendo o peso de 10 pessoas. De madrugada, esta mesma laje
estará sem ninguém sobre ela. A carga acidental é também conhecida como sobrecarga.

A carga acidental é considerada atuando na vertical e uniformemente distribuída nas lajes


que as suportam. A Tabela 3 indica seu valor mínimo em alguns locais das edificações. A Tabela
completa da NBR 6120 consta no final desta seção (Tabela B). Os valores indicados não são
arbitrários, pois têm uma base estatística. Na realidade, tratam-se de valores característicos, ou
seja, que têm uma certa probabilidade de serem superados. Essa probabilidade deve ser bem
pequena e o tema será abordado em capítulo posterior.

Tabela 3 – Valores mínimos das cargas acidentais (sobrecargas) em


alguns locais de algumas edificações
Edificação Local Carga acidental
(kN/m2 )
Edifícios residenciais Quartos, salas, cozinha, banheiros 1,5
“ Despensa, área de serviços 2,0
Edifícios comerciais Salas de uso geral e banheiros 2,0
“ lojas 4,0
Escolas Auditórios, corredores e salas de aula 3,0
“ Outras salas 2,0
Lajes de forro teto 0,5
Escadas Com acesso ao público 3,0
“ Sem acesso ao público 2,5

Da Tabela 3, vê-se que nos prédios residenciais, na maioria de seus ambientes, deve-se
admitir uma carga correspondente a 150 kgf/m2 . Essa carga deve ser aplicada em toda a área das
lajes correspondentes e simula o peso de pessoas, de mobiliário, de eletrodomésticos que ocupam
os apartamentos. Já nos edifícios comerciais, onde pode haver maior concentração de pessoas e
mercadorias, o valor a adotar passa a 200 kgf/m2 , chegando a 400 kgf/m2 nas lojas. A Figura 1 dá
uma idéia da concentração de pessoas correspondente às sobrecargas de 2 kN/m2 e 3 kN/m2 .

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Figura 1 – Idéia de sobrecarga em uma laje (J. Cavaleira (1996))

Nas lajes de forro das edificações, com acesso apenas a pessoal de manutenção dos
telhados, adota-se uma carga acidental de 0,5 kN/m2 (50 kgf/m2 ).

Segundo a NBR 6120 nos compartimentos destinados a carregamentos especiais, como


depósitos de materiais, máquinas leves, caixas- fortes, etc, não é necessária uma verificação mais
exata destes carregamentos, desde que se considere um acréscimo de 3 kN/m2 no valor da carga
acidental do ambiente onde se encontram.

Para o projeto de estruturas de galpões ou silos de armazenamento de alguns materiais


leva-se em conta tanto o peso específico aparente quanto o ângulo de atrito interno do material.
O empuxo nas paredes depende desses dois parâmetros. Também nesses casos a NBR 6120 dá
algumas indicações, como as que se pode ver na Tabela 4. A relação completa da norma também
se encontra no final deste fascículo, na Tabela C.

Tabela 4 – Características dos materiais de armazenamento


Material Peso específico aparente Ângulo de atrito interno ( o )
3
(kN/m )
Combustíveis
- carvão mineral em pó 7 25
- carvão mineral em pedra 8,5 30
- carvão vegetal 4 45
Produtos agrícolas
- açúcar 7,5 65
- arroz com casca 5,5 36
- feijão 5,0 45
- trigo 7,8 27

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Outras considerações sobre as cargas em elementos gerais de edificações

Parapeitos, corrimãos, proteções

Muitos edifícios apresentam corredores e varandas. Estas são fechadas por paredes de
menor altura chamados parapeitos e mesmo por corrimões ou outras estruturas metálicas (Figura
2) ou de madeira. É preciso que sejam capazes de resistir a esforços provocados por pessoas que
neles se apóiam. Então a NBR 6120 diz que ao longo dos parapeitos devem ser consideradas
aplicadas uma carga horizontal de 0,8 kN/m na altura do corrimão e uma carga vertical mínima
de 2 kN/m.

Figura 2 – Partes da edificação que devem resistir a ações horizontais


de 0,8 kN/m e veticais de 2 kN/m

Garagens e estacionamentos

Os elementos estruturais em estacionamentos e garagens, submetidos a cargas de


veículos, podem sofrer pequenas vibrações por conta da movimentação dos automóveis. Estas
provocam solicitações maiores do que as cargas dos veículos considerados estaticamente. Por
isto usa-se um coeficiente de majoração das cargas acidentais, ϕ, que é função do vão. Quando o
vão cresce, aumenta o amortecimento do elemento estrutural, assim o valor de ϕ decresce.

Se L é o vão menor vão da laje ou da viga que pode receber carga de veículo, a NBR
6120 indica o que segue:

em lajes:

ϕ = 1,00 quando L = 5 m

ϕ = 5/L = 1,43 se L = 5 m

em vigas:

ϕ = 1,00 quando L = 3 m em vigas

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ϕ = 3/L = 1,43 quando L = 3 m

No cálculo de paredes e de pilares, não é necessário considerar esse coeficiente.

Escadas de degraus isolados

Quando uma escada for formada por degraus isolados (Figura 3), estes devem ser
projetados para suportarem com segurança uma carga concentrada de 2,5 kN, aplicada na
posição mais desfavorável. Este carregamento é unicamente para o cálculo do batente, não sendo
considerada para a ou as vigas de suporte, às quais deverão ser calc uladas para a carga indicada
na Tabela.3.

Figura 3 – Escada com degraus isolados, cargas acidentais:


a) para cálculo dos degraus, b) para cálculo da viga

Então, no caso da Figura 3, as solicitações acidentais, a serem combinadas com as cargas


permanentes para dimensionamento do degrau, vão ser:

M = 2,5 x 0,9 = 2,25 kN/m e V = 2,5 kN

Para o dimensionamento das vigas a carga concentrada não entra. A viga, além do peso
próprio e do peso dos degraus, vai ser submetida à carga distribuída q e a um momento torsor
também distribuído t, dados por:

q = valor da tabela 2.3 (escada com acesso ao público) x largura da escada

q = 3 kN/m2 x 0,9m = 2,7 kN/m

t = 3 x largura da escada x braço de alavanca em relação ao centro da viga (considerada


como tendo 20 cm de largura)

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t = 3 kN/m2 x 0,9 m x (0,9/2 +0,2/2)m = 2,7 kNm/m

As solicitações para o dimensionamento da viga vão ser função das suas condições de
contorno, ou seja, de seus apoios. Aqui se deseja apenas mostrar como considerar a carga
acidental nesse tipo de estrutura.

Elementos de cobertura

Todo elemento isolado de cobertura, como ripas, terças e barras de banzo superior de
treliças deve ser projetado para receber na posição mais desfavorável uma carga vertical de 1 kN,
além da carga permane nte. Esta recomendação é feita porque durante a construção ou montagem
pode um operário de apoiar sobre um desses elementos (Figura 4).

Figura 4 – Operário que pode apoiar-se sobre a ripa

Pilares e fundações de edifícios

Como indicado na Tabela 3, os valores das cargas acidentais que são aplicadas no projeto
dos edifícios são relativamente altas, portanto, de baixa probabilidade de acontecer. Em um
prédio com vários andares é ainda muitíssimo menor a possibilidade de todos os ambientes em
todos os pavimentos estarem com os valores indicados na citada Tabela. Por isto, na avaliação do
esforço normal nos pilares e nas fundações de edifícios para escritórios, residências e casas
comerciais, não destinados a depósitos, as cargas acidentais podem ser reduzidas de acordo com
a Tabela 5. Nela, o forro deve ser considerado como piso.

Tabela 5 – Redução das cargas acidentais


Numero de pisos que atuam Redução percentual
sobre o elemento das cargas acidentais
1, 2 e 3 0
4 20
5 40
6 ou mais 60

O exemplo que se segue pode esclarecer.

Considere-se parte dos prédios indicados na Figura 5. Imaginando-se que se trata de um


edifício comercial, apenas com salas e banheiros, avaliar a parcela do esforço normal, devida as
cargas acidentais, que chega na fundação do pilar Pi, considerando simplificadamente sua área
de influência.

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a) b)

Figura 5 – Planta baixa dos prédios e esquema dos pavimentos

Esse método das áreas de influência era muito usado quando se desejava avaliar as cargas
nas fundações do edifício. Era muito comum se iniciar a obra sem o projeto completo ter sido
terminado. Isto porque os projetos estruturais eram elaborados manualmente, com operações
matemáticas feitas usando-se réguas de cálculos e desenhos muito trabalhosos elaborados por
desenhistas usando canetas nankin. Assim o tempo de preparação do projeto era muitíssimo
maior que nos dias atuais, quando se dispõe de programa s computacionais que geram inclusive
os desenhos. Então, para se calcular as fundações, admitia-se uma carga por metro quadrado da
construção pronta (cuja ordem de grandeza é de 1 tf/m2 (10 kN/m2 )). Multiplicada pela área de
influência do pilar e o número de andares tinha-se o valor aproximado do esforço normal. Poder-
se-ia tirar partido do que aqui está sendo apresentado, reduzindo-se a carga acidental em função
dos pavimentos.

Voltando à Figura 5 tem-se:

Área de influência do pilar Pi:

Ai = 2,0 x (2 + 1,5 + 0,2) = 7,4 m2

Carga acidental (Tabela 2.3): q = 2,0 kN/m2

Pode-se então organizar uma tabela como a que se segue:

Piso q Redução qreduz N = Ai . qr N acumulado


(ou laje) (kN/m2 ) (%) (kN/m2 ) (kN) (kN)
1 2,0 0 2,0 14,8 14,8
2 2,0 0 2,0 14,8 29,6
3 2,0 0 2,0 14,8 44,4
4 2,0 20 1,6 11,8 56,2
5 2,0 40 1,2 8,9 65,1
6 2,0 60 0,8 4,8 69,9
7 0,5 60 0,2 1,5 71,4

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Então, a parcela do esforço normal correspondente à carga acidental na fundação seria de


71,4 kN no edifício de 7 lajes.

No edifício menor, de três lajes, o valor da carga acidental no pilar seria de 29,6 kN (dois
primeiros pavimentos) mais 0,5 kN/m x 7,4m2 (correspondendo a laje de cobertura), num total de
33,3 kN, não tendo havido nenhuma redução.

Na prática, muitas vezes não se usa esse procedimento porque é relativamente pequena a
influência dessa redução da carga acidental na carga total.

As lajes e vigas de cada pavimento devem se calculadas usando-se os valores das cargas
acidentais constantes na Tabela 2.3, não havendo nenhum tipo de redução.

Referências

ABNT (1980) - NBR 6120 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro,
1980.

ABNT (1988) - NBR 6123 – Forças devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro,1987.

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Tabela A – Peso específico de materiais de construção

Materiais Peso especifico kN/m3


Rochas Arenito 26
Basalto 30
Gneías 30
Granito 28
Mármore e Calcáreo 28
Blocos artificiais Blocos de Argamassa 22
Cimento Amianto 20
Lajotas Cerâmicas 18
Tijolos Furados 13
Tijolos Maçiços 18
Tijolos Sílico-Calcáreos 20
Revestimentos e Concretos Argamassa de Cal, Cimento e Areia 19
Argamassa de Cimento e Areia 21
Argamassa de Gesso 12,5
Concreto simples 24
Concreto Armado 25
Madeiras Pinho, Cedro 5
Couro, Imbuía, Pau óleo 6,5
Guajuvirá, Guatambu, Grápia 8
Angico, Cabriúva, Ipê roseo 10
Metais Aço 78,5
Alumínio e Ligas 28
Bronze 85
Chumbo 114
Cobre 89
Ferro Fundido 72,5
Estanho 74
Latão 85
Zinco 72
Materiais diversos Alcatrão 12
Asfalto 13
Borracha 17
Papel 15
Plástico em folhas 21
Vidro plano 26

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Tabela B – Sobrecarga a ser considerada no cálculo das edificações

Local q em kN/m2
Edifícios residenciais Dormitórios, sala, copa, cozinha e banheiro 1,5
Despensa, área de serviço e lavanderia 2
Escadas Com acesso ao público 3
Sem acesso ao público 2,5
Escolas Anfiteatro com assentos fixos, corredor e sala
de aula 3
Outras salas 2
Escritórios Salas de uso geral e banheiro 2
Forros Sem acesso a pessoas 0,5
Galerias de artes A ser determinada em cada caso, porém com o
valor mínimo 3
Galerias de lojas A ser determinada em cada caso, porém com o
valor mínimo 3
Garagens e estacionamentos Para veículos de passageiros ou semelhantes
com carga máxima de 25kN por veículo. 3
Ginásios de esportes 5
Hospitais Dormitórios, enfermarias, sala de recuperação,
sala cirurgia, sala de raio X e banheiro 2
Corredor 3
Laboratórios Incluindo equipamentos, a ser determinada em
cada caso, porém com o mínimo 3
Lavanderias Incluindo equipamentos 3
Lojas 4
Restaurantes 3
Teatros Demais dependências: cargas iguais às
especificadas para cinemas -
Terraços Sem acesso ao público 2
Com acesso ao público 3
Inacessível a pessoas 0,5
Destinados a heliportos elevados: as cargas
deverão ser fornecidas pelo órgão competente
do Ministério da Aeronáutica -
Vestíbulo Sem acesso ao público 1,5
Com acesso ao público 3

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Tabela C – Peso específico e ângulo de atrito interno de produtos que podem ser
estocados nas estruturas de edificações

Material Peso especifico Ângulo de atrito


aparente kN/m3 interno
Combustíveis Carvão mineral em pó 7 250
Carvão vegetal 4 450
Carvão em pedra 8,5 300
Lenha 5 450
Produtos agrícolas Açúcar 7,5 350
Arroz com casca 5,50 360
Aveia 5 300
Batatas 7,5 300
Café 3,5 -
Centeio 7 350
Cevada 7 250
Farinha 5 450
Feijão 7,5 310
Feno prensado 1,7 -
Frutas 3,5 -
Fumo 3,5 350
Milho 7,5 270
Soja 7 290
Trigo 7,8 270

Lista de Exercícios LE3

1 – Que são cargas permanentes e cargas acidentais ? Dar exemplo de cada

2- Que peso específico se usa para o concreto armado convencional para o cálculo do peso
próprio dos elementos estruturais ?

3- Qual seria o carregamento em kN/m2 de uma laje de concreto armado de 10 cm de espessura ?

4 – Uma parede de 2,6 m de altura é feita com tijolos furados de 9 cm revestida com 2,5 cm de
argamassa em cada lado. Calcular o peso de um metro de comprimento dessa parede,
considerando os valores dos pesos específicos dos materiais constantes na NBR 6120.

5 – Que valores para as cargas acidentais deve-se adotar em:


- lajes de edifícios residenciais
- lajes de edifícios comerciais
- lajes de um colégio
- arquibancadas de um estádio ?

6 – Numa laje de garagem de edifício, onde não entram caminhões, cujo menor vão é 4 m, qual a
o valor da carga acidental a adotar considerando o efeito do coeficiente de majoração ϕ ?

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