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3.1 Introdução
Como expusemos anteriormente, a estrutura faz (e deve fazer) funcionar conjuntamente as três
operações subseqüentes: Recepção de Carga; Transmissão de Carga e finalmente a Descarga. E
também falamos de Fluxo de Forças.
Antes, tracemos um breve histórico, na antiguidade não havia o cálculo ou o projeto estrutural. A
evolução acontecia de uma obra para outra na base da tentativa e do erro. Muitas vezes uma obra
que demorara até centenas de anos para chegar até um determinado estágio e não suportava os
carregamentos impostos até mesmo pelo próprio peso da estrutura e desabava. Então, não
restava nada a fazer senão aprender com o erro ocorrido e recomeçar a construção.
Um fator que colaborou com a evolução de uma obra do ponto de vista estrutural, foi a observação
das forças da natureza. Esta observação permitiu que os elementos estruturais tivessem
dimensões cada vez menores e também permitiu que os vãos se tornassem cada vez maiores.
E uma das observações mais claras na natureza é uma árvore e suas raízes, que servem de
exemplo para a construção de um pilar com sua fundação.
• Concentrado,
• Distribuído/m e
• Distribuído/m2.
Concentrado:
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EXEMPLOS DE CARREGAMENTO CONCENTRADO
sobre um pilar:
reação das vigas que se apoiam no pilar
sobre a fundação:
carga do pilar que chega na fundação
Distribuído/m:
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EXTERNOS
Distribuído/m2:
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3.3 Classificação dos Carregamentos
A classificação mais usual é aquela que se utiliza o TEMPO DE ATUAÇÃO das cargas como
referencial. Com isso classificam-se os Carregamentos em PERMANENTE e ACIDENTAL.
3.3.1Carregamentos Permanentes
• Peso-próprio (pp):
Todos os elementos estruturais têm um peso e que deve ser considerado na definição dos
carregamentos atuantes em uma estrutura. Este peso, definido como peso-própio é função
do peso específico do material em questão.
Lajes
Fórmula
Vigas
Fórmula
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Pilares:
Fórmula
• Alvenaria (alv):
Fórmula
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• alvenaria de cutelo:
0,95 kN/m2
• alvenaria de 1 vez:
3,20 kN/m2
Os valores de peso/m2 da alvenaria acima foram calculados para tijolo de barro furado com
argamassa de 1,5 cm entre tijolos, e 1 cm de reboco.
Os vazios que podem aparecer em uma parede de alvenaria (janelas e portas) usualmente não
são considerados, proporcionando assim uma maior segurança. Embora se um determinado
vão de uma viga contínua, não existir parede, não devemos com isso também, considerar uma
continuidade de parede também.
• Revestimento (rev):
O valor acima é considerado somente para revestimentos mais comumente utilizados, como
por exemplo: taco, tapete, borracha, paviflex, etc.
Para outros tipos de revestimento devem ser consultadas tabelas especiais ou devem ser
feitas consultas ao próprio fabricante. Porém, ressaltando que estamos falando de
revestimento, pois a laje em si, já deveria ter sido considerada no seu peso próprio também.
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• Cobertura (cob):
O peso da cobertura deve ser considerado naquelas lajes em que se apoiam algum tipo de
cobertura (usados geralmente em residência), entendo-se por cobertura toda a estrutura
(madeira ou metal) que suporta as telhas mais o peso das próprias telhas. O peso da cobertura
é função do peso/m2 do telhado.
Alguns elementos estruturais podem se apoiar sobre outros elementos, sendo portanto, a
carga definida pela reação de um elemento estrutural sobre outro. Normalmente acontece a
‘rota’ de fluxo de cargas com:
Viga: usualmente recebe as reações das lajes (kN/m), ou seja, as lajes, neste caso, estão
apoiadas nas vigas (carregamento distribuído/m); bem como usualmente também, pode
receber as reações de outras vigas (kN), ou seja, as vigas, neste caso, estariam apoiadas em
outras vigas (carregamento concentrado).
Pilar: normalmente, recebe as reações das vigas que nele se apoiam (kN) (carregamento
concentrado).
Devemos ter em mente, que alguns casos que podem acontecer, embora devemos evitar,
geram suportes (elementos estruturais) muito robustos, conseqüentemente onerosos. Porém
se não houver outra possibilidade....
Eis alguns exemplos do que pode acontecer:
Laje: apesar de muito raro, pode receber a carga de um pilar (kN) (carregamento
concentrado) causando o efeito punção, o que devemos evitar.
Viga: não muito comumente, pode receber a carga de um pilar (kN), sendo chamada então
de viga de transição (carregamento concentrado)
Há um caso em particular, que é utilizado para termos maiores vãos de lajes com quantidade
menores de vigas e pilares, porém a observação de oneração da estrutura como um todo,
ainda é valida para este acso.
Pilar: raramente, pode receber as reações das lajes diretamente (kN), sendo então, uma
estrutura tipo cogumelo, sem vigas (carregamento concentrado) de laje para pilar.
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3.3.2 Carregamentos Acidentais
• Vento:
Deve ser considerado somente para edificações muito altas ou edificações especiais, como por
exemplo, torres, caixas d'água elevadas, galpões, etc.
• Empuxo:
Empuxo é a força lateral proveniente da ação da água sobre as paredes das piscinas ou das
caixas d'água ou, ainda, do solo, nos sub-solos, sobre paredes verticais subterrâneas.
CASO 1
Caso de empuxo d'água sobre as
paredes laterais de uma piscina ou
caixa d'água:
CASO 2
Caso de empuxo de terra sobre
uma cortina de concreto, que
aparece quando da utilização de
sub-solos:
O valor do carregamento é
triangular variando desde zero Fórmula
na superfície até q na parte
mais profunda.
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• Frenagem:
Parece ser desprezível esta ação, porém a frenagem é um dos principais carregamentos que
devem ser considerados no cálculo de pontes e viadutos, sendo logicamente função do peso
do veículo.
E este deslocamento é função direta do peso do veículo, ou seja, quanto mais leve o veículo
menor o efeito da frenagem e quanto mais pesado o veículo, maior o efeito da frenagem.
• Sobrecargas:
• Terremoto, neve:
Tanto o terremoto como a neve são tipos de carga acidental que devem ser considerados.
Felizmente, no Brasil, não há a necessidade da consideração deste tipo de carregamento, uma
vez que eles não ocorrem nem com intensidade nem com frequência suficiente que justifique
sua consideração.
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• Cargas Móveis:
Como já vimos anteriormente, podemos a “grosso” modo dizer que a estrutura é um sistema de
barras que recebe as cargas e as transmite para o solo.
Tipos de estruturas:
Laje:
Uma barra horizontal “imaginária” (AB) em um sentido e, outra barra “imaginária” (CD) em
outro sentido.
P P
A B C D
P1 P2 P3 P4
As descargas (Reações de Apoio) nos Pontos P1, P2, P3 e P4 geralmente são vigas e
poderíamos adotar como vigas V1, V2, V3 e V4, que na verdade são as cargas atuantes nas
extremidades das lajes e, como já o dissemos, por serem elementos bidimensionais
(transferem as cargas em duas direções) e se dão de forma distribuída, ou seja, por
unidade de medida (m).
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Então, reafirmamos que as reações de apoios das lajes geralmente são consideradas
uniformemente distribuídas e podem ser calculadas pelo método dos quinhões de cargas
da NBR-6118. Segundo este método, para cada apoio da laje vai um quinhão de carga
correspondente a uma área de triângulos ou trapézios (fig.1) obtida traçando-se linhas a
partir do vértice da laje, formando um ângulo de acordo com as condições dos bordos
adjacentes:
Para saber se a laje está ou não engastada com a sua vizinha, pode-se utilizado o
critério do Prof. ADERSON MOREIRA DA ROCHA. Se houver continuidade de mais
de 2/3 do bordo, a laje é considerada engastada na vizinha. Se não, a laje é
considerada apoiada. Este critério também poderia ser utilizado se, em vez de uma
abertura, houvesse uma laje vizinha rebaixada.
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A reação da laje na viga qV pode ser considerada uniformemente distribuída:
Este método é bem simples e pode ser usado até graficamente. Até mesmo quando a laje
for em L, este critério pode ser empregado (fig. 2).
Viga:
As descargas (Reações de Apoio) nos Pontos P1 e P2, podem ser pilares (ambos os
pontos) ou vigas (ambos os pontos), ou ainda a combinação de pilar e viga e, como as
vigas são elementos unidimensionais (transferem as cargas em uma só direção) logo, se
dão de forma concentrada.
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• Pilar:
Uma barra vertical (AB) - é a maneira mais simples e natural de transmissão de cargas.
Tesoura:
Duas barras retas inclinadas (AB e AC) mais uma barra horizontal (BC).
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• Pórtico:
Uma barra horizontal (BAC) mais duas barras verticais (BD e CE).
• Arco:
Duas barras curvas (AB e AC) mais uma barra horizontal (BC).
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lajes: L1
vigas: V2 e V5
pilares: P5
Dados:
piso de escritório
revestimento da laje:
taco
alvenaria: 1 vez
material: concreto armado
reação da laje L1 nas
vigas V1, V3, V4 e V5:
6,25 KN/m
reação da viga V1 sobre
os pilares P1 e P2: 42,68
KN
reação da viga V2 sobre
a viga V5 e o pilar P5:
2,19 KN
reação das vigas V3 e V4
sobre os pilares P1,P3 e
P4: 43,93 KN
reação da viga V5 sobre
o pilar P2: 43,33 KN
reação da viga V5 sobre
o pilar P4: 44,21KN
Para se calcular as cargas em uma edificação, inicia-se sempre de cima para baixo (da cobertura
para o térreo) na seguinte sequência: lajes, vigas, pilares e fundações.
Portanto, no nosso exemplo, calcularemos primeiramente a carga na laje L1, depois nas vigas V2 e
V5 e finalmente no pilar P5.
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Laje 1: Peso-próprio (distribuída/m2) + revestimento (distribuída/m2) + sobrecarga
(distribuída/m2)
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