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VESTIBULAR UEMS 2006 – ÁREA 3 – CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
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Assinale a alternativa que melhor define uma das Vem, cara, me repara
causas da Primeira Guerra Mundial: Não vê, tá na cara, sou porta-bandeira de mim
10 - Só não se perca ao entrar
a) A ausência da França e Alemanha no processo
No meu infinito particular
de neocolonialismo (Partilha da África e Ásia)
Em alguns instantes
levado a cabo pelos países europeus no século
Sou pequenina e também gigante
XIX, já que esses países não haviam completado
Vem, cara, se declara
a unificação de seus territórios.
15 - O mundo é portátil
b) A ausência da Itália e Inglaterra no processo de
Pra quem não tem nada a esconder
neocolonialismo (Partilha da África e Ásia) levado
Olha minha cara
a cabo pelos países europeus no século XIX, já
É só mistério, não tem segredo
que esses países não haviam completado a
Vem cá, não tenha medo
unificação de seus territórios.
20 - A água é potável
c) A ausência da Itália e Alemanha no processo de
Daqui você pode beber
neocolonialismo (Partilha da África e Ásia) levado
Só não se perca ao entrar
a cabo pelos países europeus no século XIX, já
No meu infinito particular
que esses países não haviam completado a
unificação de seus territórios. Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown
d) A ausência da Itália e Alemanha no processo de
colonialismo (Partilha da América) levado a cabo QUESTÃO 21
pelos países europeus no século XIX, já que Assinale a alternativa que contém as afirmativas
esses países não haviam completado a corretas:
unificação de seus territórios. I. O eu-lírico deixa claro que é alguém fácil de ser
e) A ausência da Itália e Alemanha no processo de lido desde que o interlocutor se esforce muito
colonialismo (Partilha da América) levado a cabo para realizar tal tarefa.
pelos países europeus no século XVII, já que II. O texto é composto por variados pares
esses países não haviam completado a antitéticos. Contudo, pode-se afirmar que essas
unificação de seus territórios. antíteses são todas sinônimas.
QUESTÃO 20 III. “Mistério” e “segredo” são unidades vocabulares
Entre 1890 e 1920, os trabalhadores do campo que, geralmente, podem ser consideradas
procuravam resistir à exploração dos coronéis de sinônimas, mas, no texto em questão, há
diversas formas: revoltas, formação de bandos de diferenças de sentido entre elas.
assaltantes e migração para as cidades. Assinale a IV. No verso “Não vê, tá na cara, sou porta-bandeira
alternativa que contém, respectivamente, dois de mim”, fica explícito que o eu-lírico se
desses movimentos e suas regiões de ocorrência. considera uma pessoa transparente e que pode
ser, assim, decifrada se alguém olhá-la com
a) Canudos (1897), no Norte; Contestado (1912- atenção.
1915), no Sul
a) II e IV
b) Canudos (1897), no Nordeste; Contestado (1912- b) I e III
1915), no Sul c) I e II
c) Canudos (1897), no Nordeste; Contestado (1912- d) III e IV
1915), no Sudeste e) II e III
d) Canudos (1897), no Centro-Oeste; Contestado
(1912-1915), no Sul QUESTÃO 22
e) Canudos (1897), no Norte; Contestado (1912- Identifique a(s) afirmativa(s) correta(s) nas
1915), no Sudeste alternativas abaixo:
I. O título do texto evoca uma dicotomia, já que
LÍNGUA PORTUGUESA aproxima um vocábulo relacionado à amplitude,
Observe o texto abaixo para responder as questões multiplicidade, a outro ligado à peculiaridade,
de 21 a 29. singularização. Essa dicotomia é ressaltada em
Infinito Particular vários versos, ao longo de todo o texto,
denotando a coerência entre o título e o texto em
1- Eis o melhor e o pior de mim si.
O meu termômetro, o meu quilate II. Nos versos “Vem, cara, me retrate” (v. 3) e “Vem,
Vem, cara, me retrate cara, me repara” (v. 8) apesar de não terem a
Não é impossível mesma terminação, o segundo é uma retomada
5- Eu não sou difícil de ler da idéia contida no primeiro e, dessa forma,
Faça sua parte retratar pode ter o mesmo sentido que reparar.
Eu sou daqui e não sou de Marte
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VII. Pode ser, como diz o ociólogo FhC, que a vida QUESTÃO 39
de rico seja chata. Mas só pode dizer isso 1% “Avia um bode nos Grossos,
da população do país. do senhor Francisco Gome,
VIII. Ah, e tem mais FhC! Na primeira classe o Para pegar esse bode
traseiro viaja muito melhor do que na nunca nasceu esse home;
econômica. se não é como eu digo,
IX. O fato, todo mundo sabe, é amante da opinião. as parenças me consome...”
Diz aí quem traça quem. CASCUDO, Luís da Câmara. Literatura Oral no Brasil. p. 386
X. E moralização final: quem mais intimida é quem
também tem mais medo.” De acordo com o texto, está correta a alternativa:
Millor, Veja, 19/04/2006, p. 27 a) Há explícitas duas variedades lingüísticas: uma
de um eu-lírico representante da norma culta e
QUESTÃO 36 outra de um eu-lírico que representa a norma
Assinale a alternativa que contém a(s) afirmativa(s) coloquial.
correta(s): b) O eu-lírico é alguém falante da variedade culta da
I. Ao dizer “vosso Presidente”, o autor do texto quis língua, mas, no texto em questão, camufla-se
demonstrar que ele respeita e apóia o Presidente como falante representante da variedade
da República porque usou “vosso”, um pronome coloquial da língua.
de tratamento formal. c) Subentende-se que o autor do texto possui
II. Millor escreveu “vosso Presidente” com a conhecimento da norma culta porque o texto
intenção de dizer que o Presidente não é dele e, apresenta alguns desvios da forma lingüística
assim, exime-se de quaisquer responsabilidades propositais com objetivo estilístico, ou seja, como
sobre a presença do Presidente da República no um meio de valorizar a parte estética da língua.
Planalto. d) O texto é estruturado com supressões no final
III. Millor deixou subentendida a idéia de que no dos períodos e dos vocábulos. Desse modo, o
Brasil não há corrupção, violência, arbitrariedade sentido global é comprometido em decorrência de
porque ele informa pensar igual ao Presidente contradições ocasionadas por essas supressões.
Lula, ou seja, que a mídia sempre exagera nas e) A redação do texto permite constatar que há
notícias ruins. preconceito lingüístico por parte de seu autor
porque ele ridiculariza o falante da norma não
a) I padrão da língua portuguesa.
b) II
c) III QUESTÃO 40
d) I e III Assinale a alternativa que preenche corretamente os
e) II e III espaços em branco no período a seguir:
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Quando eu tinha seis anos __Você não trazia chapéu. Será que perdeu?
Não pude ver o fim da festa de São João Bonito! Tinha perdido mesmo. Um palheta novinho!
Porque adormeci. Enfim, antes ele do que a cabeça. Pior é que estava
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo teso, como nasceu.
Minha avó __ Você me empresta uns níqueis?
Meu avô Ela bem sabia que ele estava a nenhum. Revistara-
Totônio Rodrigues lhe os bolsos – nem o desgraçado de um tostão!
Tomásia Emprestaria, sim, e para o chapéu também. Não
Rosa sabia era o preço de um chapéu:
Onde estão todos eles? __ Quanto custa, hem?
Ele percebeu que estava feito. Tinha dado numa
⎯ Estão todos dormindo mina – vejam só! – podia sacar à vontade. Largou o
Estão todos deitados que lhe veio à boca:
Dormindo __ Uns vinte mil . . .”
REBÊLO, M. Marafa. p, 26
Profundamente.
Manuel Bandeira
a) Teixeirinha pode ser classificado como um
a) O poema trabalha as lembranças do eu-lírico – personagem de forte inclinação romântica. Suas
referências à festa de São João – para ações, nesse sentido, são apoiadas pelos
gradativamente impor um grau de reflexão sobre padrões éticos e morais da sociedade burguesa
a efemeridade da vida, vista como frágil e ao final do século XIX e início do século XX. O
passageira. Essa afirmação pode ser comprovada personagem é descrito como um homem
no poema pelo uso de gradações como: “Onde
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honrado, trabalhador e ordeiro, fato verificado Manantial, Chicão, filho de Chico Triste mesmo
claramente no fragmento citado acima, sobretudo atolado no tremendal ainda afronta as pessoas
no excerto; “Ele percebeu que estava feito. Tinha ofendidas por sua ação.
dado numa mina – vejam só!”. c) “Mas perto da pomba rondava o gavião” metáfora
b) O diálogo contido no segundo fragmento é que se contrapõe à expressão “rabo de saia é
estabelecido entre Rizoleta e Teixeirinha, sempre precipício para homens”, ambas porém
personagens centrais de Marafa. Teixeirinha se complementam e nos dão uma visão da
caracterizado como um típico “malandro carioca” mulher e do papel que cabe no universo narrado.
lida com as limitações de uma classe menos A maioria dessas mulheres vivem no espaço
favorecida socialmente. Nesse sentido, a restrito do lar, em completa obediência ao seu
expressão “tinha dado numa mina” evoca a marido ou pai, entretanto, o narrador apresenta
grandiosidade do personagem que sabedor das também personagens femininas que são
dificuldades financeiras da qual é investido aceita independentes e sustentam suas famílias.
essa condição ao receber a ajuda de uma d) A defesa da honra é tema de alguns dos textos.
benfeitora, no caso, Rizoleta, jovem meiga e pura. No conto Manantial, o pai de Ana Altina prefere
c) Teixeirinha pode ser enquadrado como matar a filha a vê-la casada com o seu ofensor;
representação da malandragem na literatura no conto Cabelos da china, o índio Juca Picumã,
brasileira. A trajetória individual do personagem na Guerra dos Farrapos, respeita e obedece o
em Marafa, nesse sentido, conduz à classificação Capitão, seu oficial, embora seja o sedutor de sua
de Teixeirinha como um típico malandro carioca, filha, mas por fim o mata frente a ameaça do
fato verificado, por exemplo, na velhacaria do assassinado da moça pelos ciúmes do sedutor.
personagem que usa desse recurso para e) Em O mate de João Cardoso, segundo o
sobreviver no espaço hostil da sociedade narrador, o protagonista é “chalrador como trinta
carioca. e que dava dois dentes por um dedo de prosa”. A
d) O Fragmento “Ela bem sabia que ele estava a comicidade do texto surge da participação do
nenhum. Revistara-lhe os bolsos – nem o escravo que não pára de oferecer comida às
desgraçado de um tostão! Emprestaria, sim, e pessoas que se propõem a ouvir as histórias de
para o chapéu também” contribui para a João Cardoso.
caracterização da ingenuidade da personagem
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Rizoleta em Marafa. Esta personagem,
Considerando a leitura de Moratória, assinale a
manipulada ao longo de toda a narrativa por
alternativa correta.
Teixeirinha representa uma crítica à visão
romântica de mundo, fato verificado com mais a) Um dos temas que podem ser levantados na obra
evidência, nas constantes alusões à pureza moral é o surgimento de uma nova moralidade, mais
da personagem. alicerçada na coesão familiar. Os novos valores
e) Marafa pode ser compreendido como um dos impostos abrem um vácuo entre as gerações e a
últimos romances românticos na literatura figura do patriarca ganha força.
brasileira. A caracterização dos personagens, b) O título Moratória remete à repercussão do
bem como a aproximação ao cotidiano carioca externo à esfera do indivíduo. Texto melancólico
figuram como argumentos em favor dessa e triste em que toda esperança da família reside
classificação. no passado. O tempo presente é a espera do
retorno à vida anterior, quanto ao futuro, a única
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expectativa é a morte precoce do filho.
Assinale a alternativa que comenta corretamente o
c) Jorge Andrade mergulha no passado
enredo dos contos destacados da obra Contos
descrevendo a crise gerada pela derrota dos
Gauchescos.
liberais ante as forças absolutistas na Revolução
a) Observa-se no conto Trezentas onças que a de 1842, ambientando a ação no final do ciclo do
personagem experimenta em um curto espaço de ouro quando famílias inteiras migram para São
tempo um complexo estado interior em que os Paulo.
sentimentos, as emoções travam uma luta com d) A solidez de obras do realismo tradicional perde
sua consciência, estado próprio ao ser humano neste texto sua consistência pela estrutura formal
quando em situações limites. Ao deparar-se que fragmenta a realidade e dá nova disposição a
frente a frente com a onça, é pela rapidez da estabilidade espacial e a ordenação cronológica.
inteligência que a personagem pode se livrar da e) Moratória evoca a passagem de uma sociedade
morte fatal. estruturada no ciclo da cana de açúcar para o
b) Na obra em questão, as plantas, os animais, os Brasil urbano. As personagens, não
fenômenos naturais manifestam estados de alma acompanhando o processo social e econômico,
próprios do ser humano, por outro lado a maldade mostram-se sentimentalmente presas a um
de algumas criaturas ganha espaço, no conto passado sem significação atual.
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situação precária pela qual passava a população Retomando o delineamento das correntes literárias
carioca nesse período. no Brasil e leitura dos fragmentos elencados na
d) Teixerinha valoriza a ética acima de tudo. Suas questão é correto afirmar que:
ações, nesse sentido, caminham como
I. Os dois trechos encerram comportamentos
contraponto diante da malandragem dos
realistas, sobretudo Memorial de Aires que
personagens em Marafa.
demonstra grande rigor estético e um alto grau de
e) Em fragmentos como “Há tantos mendigos e
emotividade e esperança. As cenas descritas no
falsos mendigos, como há pardais.” percebe-se
romance, nesse sentido, são representações da
que os mendigos descritos no fragmento são
visão ideal implementada por Machado de Assis
aproveitadores e falsários. Tal constatação
em Memorial de Aires.
aponta para a preocupação central de Marafa:
II. O texto de Machado de Assis contempla um alto
focalizar as belezas “naturais” da cidade do Rio
teor romântico, posto que faz parte da fase
de Janeiro à década de 30.
romântica desse autor. O tom decepcionado e a
QUESTÃO 50 crítica à aparente felicidade dos personagens
Observe com atenção os fragmentos que seguem: denotam a visão positiva de Machado de Assis
“[...] diante das relações humanas em Memorial de
Há seis ou sete dias que não ia ao Flamengo. Aires. Tal afirmação pode ser comprovada em
Agora à tarde lembrou-me lá passar antes de vir para trechos como: “queriam ser risonhos e mal se
casa. Fui a pé; achei aberta a porta do jardim, entrei podiam consolar. Consolava-os a saudade de si
e parei logo. mesmos.”
“Lá estão eles”, disse comigo. III. Os dois fragmentos citados são exemplos das
Ao fundo, à entrada do saguão, dei com os dous últimas produções de Machado de Assis e José
velhos sentados, olhando um para o outro. Aguiar de Alencar, respectivamente. Alencar em
estava encostado ao portal direito, com as mãos Senhora apresenta uma aproximação a muitas
sobre os joelhos. D. Carmo, à direita, tinha os braços características realistas, porém o fecho do
cruzados à cinta. Hesitei entre ir adiante ou desandar romance estabelece a retomada definitiva da
o caminho; continuei parado alguns segundos até opção romântica. Em Memorial de Aires,
que recuei pé ante pé. Ao transpor a porta para a entretanto, a visão lúcida face ao jogo de
rua, vi-lhes no rosto e na atitude uma expressão a interesses que norteia as relações humanas
que não acho nome certo ou claro; digo o que me denuncia a crítica machadiana aos excessos
pareceu. Queriam ser risonhos e mal se podiam sentimentais dos românticos.
consolar. Consolava-os a saudade de si mesmos.” Assinale a alternativa correta:
FIM do “Memorial de Aires” e de “Romances”
ASSIS, M. de. Memorial de Aires a) II e III
“[...] b) I e III
A moça desprendeu-se dos braços do marido, c) I, II e III
correu ao toucador, e trouxe um papel lacrado que d) I
entregou a Seixas. e) III
__ O que é isso, Aurélia?
__ Meu testamento.
Ela despedaçou o lacre e deu a ler a Seixas o
papel. Era efetivamente um testamento em que ela
confessava o imenso amor que tinha ao marido e o
instituía seu universal herdeiro.
__ Eu o escrevi logo depois do nosso casamento;
pensei que morresse naquela noite; disse Aurélia
com gesto sublime.
Seixas contemplava-a com os olhos rasos de
lágrimas.
__ Esta riqueza causa-te horror? Pois faz-me viver,
meu Fernando. É o meio de a repelires. Se não for
bastante, eu a dissiparei.
***
As cortinas cerraram-se, e as auras da noite,
acariciando o seio das flores, cantavam o hino
misterioso do santo amor conjugal.”
ALENCAR, J. de. Senhora
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