Você está na página 1de 14

Acervo José Botelho: Obras de referência

Relatório final

Julia Raulino Falcão (Bolsista IC-UNIRIO)


Orientador: Prof. Dr. Fernando José Silveira

INTRODUÇÃO

José Botelho é um aclamado clarinetista brasileiro e atuou como professor de


grandes nomes deste instrumento, sendo inclusive professor de clarineta da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Este músico é
reconhecidamente um dos mais importantes clarinetistas do Brasil, o que se confirma
pelo fato de diversos compositores terem lhe dedicado obras. Ao longo de sua carreira,
Botelho reuniu uma grande coleção de partituras dedicadas a seu instrumento. Coleção
esta que o Instituto Villa-Lobos (IVL) da UNIRIO teve o privilégio de receber
recentemente, doada pelo próprio músico. Juntamente com este conjunto de partituras,
foram doadas ao IVL algumas obras textuais, como livros e trabalhos acadêmicos,
relacionadas à clarineta e/ou à música. O acervo está sob a curadoria do Professor
Doutor Fernando José Silveira, atual professor de clarineta do referido instituto. O
subprojeto “Acervo José Botelho: Obras de referência” é vinculado ao Projeto de
Pesquisa “A História da Clarineta no Rio de Janeiro: 1901 a 2000”.

OBJETIVOS

Os objetivos do subprojeto são: a identificação de obras relevantes e/ou de


referência que componham o acervo; organização dos documentos; elaboração de um
catálogo que permita o acesso às obras, de forma eficaz; acondicionamento adequado
das partituras; disponibilização do material para consulta e pesquisa.

METODOLOGIA

Dentro da catalogação, partituras são consideradas materiais especiais, assim como


gravações de som ou vídeo, recursos eletrônicos, entre outros. Esses materiais especiais
são considerados assim porque possuem uma série de peculiaridades, sejam elas
relacionadas ao suporte, linguagem ou formato. Partituras são obras que possuem escrita
e linguagem próprias, e que tratam de algo intangível: a música. Sendo assim, este é um
tipo de documento que deve ser observado com um olhar diferenciado, mais atento as
suas características particulares. Baseado nisso, pretendeu-se com este subprojeto
desenvolver o catálogo das obras doadas, catálogo este elaborado para abranger as
características próprias desse tipo de documento musical, e com formato e linguagem
acessíveis, objetivando a recuperação da informação de modo mais completo possível, e
facilitar o acesso dos usuários em potencial do acervo, ou seja, pesquisadores e músicos.
A catalogação, ou representação descritiva, dos documentos é um trabalho lento e
complexo e exige que uma série de decisões sejam tomadas. O desenvolvimento de um
instrumento de recuperação de informação que atenda às necessidades dos usuários não é
uma tarefa fácil, tanto para quem irá desenvolvê-lo, como para quem irá utilizá-lo. Para que
as escolhas fossem feitas, o trabalho iniciou-se com a realização de leituras de textos
relacionados à experiências de outros profissionais e instituições que tenham tido
contato com o trabalho de catalogação musical. Baseando-se em algumas dessas
experiências, relatadamente bem sucedidas, foi tomada a primeira decisão: o uso do
Software Access (BINDER, 2004)
Apesar dos catálogos impressos serem ainda de grande utilidade, a disponibilização
das descrições de documentos em bases de dados em meio eletrônico permite uma
flexibilidade que os instrumentos de busca impressos não possuem. Sendo assim a
automação de seus catálogos, e outros serviços, é realidade em grande parte das
bibliotecas brasileiras e atualmente algo imprescindível quando se trata de recuperação
da informação.
Para que fosse possível a criação de um catálogo em meio eletrônico a primeira
escolha a ser feita seria a do software. Neste sentido, era necessário que este programa
tivesse um custo baixo, fosse de fácil acesso e houvesse a possibilidade de obter
treinamento adequado no uso dele. Considerando-se tudo isso a melhor opção
encontrada foi o já citado Access. Apesar deste não ser um programa próprio para a
atividade realizada, decidiu-se utilizá-lo, ao menos durante esta primeira fase do projeto.
Contudo, durante o decorrer dos trabalhos, surgiu uma nova possibilidade: o CDS-ISIS
(ou Microisis). Este é um software para armazenamento e recuperação de informação
textual produzido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura) e distribuído no Brasil pela BIREME (Centro Especializado da
OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde). A decisão de utilizar o Winisis, versão
para Windows do CDS-ISIS, foi baseada no fato deste ser um software livre, ou seja, o
seu download e uso são gratuitos, ser de fácil utilização e permitir uma recuperação de
informação mais eficiente que a do Access. Uma das vantagens oferecidas por este
software é sua capacidade de manipular um número ilimitado de bases de dados, que
podem conter elementos completamente distintos, constituindo desde um cadastro de
endereços até um banco de dados bibliográficos. Bibliotecas como a da Escola de
Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) e a do Conservatório
Brasileiro de Música (no Rio de Janeiro) utilizam este software com sucesso.
Posteriormente pretende-se aprimorar o catálogo, incluindo o uso de um software mais
elaborado e adequado a automação de bibliotecas.
A partir daí passou-se a segunda fase de decisões: a escolha dos campos, ou seja,
informações que deveriam ser coletadas em cada partitura e armazenadas no catálogo, e
como essas informações seriam representadas. A seleção dos campos foi baseada na
necessidade dos usuários, ou seja, no tipo de informação que o público necessita saber
para que possa localizar um registro, referente a uma obra, dentro do catálogo. Essa
decisão foi fundamentada nos princípios básicos da catalogação e nas normas
elaboradas pela Biblioteca da ECA-USP, descritas no ‘Manual de Catalogação de
Partituras’ desenvolvido por esta instituição (MACAMBYRA; RECINE, 2007). O uso
deste manual como ferramenta de referência e auxílio para o trabalho foi decido
baseado na reconhecida experiência bem sucedida de catalogação desta biblioteca, na
conhecida competência de seus realizadores e no objetivo desta instituição ao
desenvolver seu catálogo, objetivo este que é o mesmo que rege a elaboração do
catálogo do Acervo José Botelho: Falar a linguagem do pesquisador da área de música,
de modo a facilitar, e não dificultar, o acesso desses usuários às informações
representadas no catálogo.
O Manual da ECA-USP obedece aos princípios básicos da catalogação, aos que
foram incorporadas convenções da área de música internacionalmente conhecidas e
aceitas. Para a elaboração do catálogo das obras doadas pelo professor José Botelho
também foi utilizado como fonte de referência o Código de Catalogação Anglo-
Americano (Anglo-American Cataloguing Rules - AACR), ferramenta
internacionalmente empregada pelas bibliotecas e instituições afins para catalogação de
todo o tipo de material, e que também foi, certamente, uma das fontes utilizadas para a
elaboração do referido manual. Este código tem uma seção dedicada a representação
descritiva de partituras. Mas optou-se pela utilização do manual da USP como
ferramenta principal de referência por ser uma fonte mais especializada e que aborda de
maneira mais completa e precisa a catalogação de documentos musicais (partituras),
especificamente. Ainda assim o AACR2 (segunda edição) foi utilizado como ferramenta
auxiliar no desenvolvimento do catálogo do Acervo José Botelho. Além disso, houve a
necessidade de se fazer algumas adequações nessas normas para atender ao caso
específico do catálogo do referido acervo ( COTTA, 2006). Esta atitude é recomendada
pelo próprio manual da ECA-USP.
A seguir estão as descrições e informações complementares relacionadas a cada
campo do catálogo dos documentos doados ao IVL.

Localização:
As partituras estão armazenadas em pastas suspensas, dentro de arquivos de aço.
Cada pasta abriga 10 (dez) obras, ou menos, dependendo do quão volumosos forem os
exemplares. Cada pasta é identificada pela letra inicial dos sobrenomes dos
compositores das peças abrigadas em cada uma delas, seguida de um ponto (.) e um
número (1,2,3 etc.). Ex: pastas A.1, A.2, A.3, B.1, B.2 etc.
Neste campo é registrada a identificação da pasta onde a obra está armazenada.

Autor, ano de nascimento-ano de morte:


Aqui são registrados os responsáveis principais pela obra. Apresenta-se o nome do
autor, seguido de seus respectivos anos de nascimento e morte, no seguinte formato:
Sobrenome, Nome, ano de nascimento-ano de morte. Ex: Bartók, Béla, 1881-1945. No
caso de autor desconhecido registra-se o termo ‘anônimo’ neste campo (não houve
nenhum caso deste tipo até o momento). Outros responsáveis, como arranjadores e
editores, serão descritos no campo Notas.
Os dados presentes neste campo foram padronizados seguindo as recomendações do
Catálogo de Autoridades da Library of Congress (LIBRARY OF CONGRESS, 2008).
A intenção inicial era utilizar este catálogo para os autores (compositores) estrangeiros e
o Catálogo de Autoridades de Nomes da Biblioteca Nacional (do Brasil) para os
compositores brasileiros. Mas como as informações requisitadas algumas vezes não
constavam no catálogo brasileiro, decidiu-se pela utilização do catálogo americano para
a normalização de todos os nomes, fossem estrangeiros ou nacionais.

Título:
Os títulos das obras foram padronizados seguindo as normas desenvolvidas pela
biblioteca da ECA-USP, presentes em seu manual.

Título original:
Este campo é utilizado quando uma obra tem seu título em determinado idioma, mas
também é habitualmente conhecida por um título em português. Ex: Título – A flauta
mágica; Título original – Die Zauberflöte. A normalização dos títulos originais também
seguiu as recomendações da biblioteca ECA-USP.
Os títulos em música são extremamente variados, e uma mesma obra pode ser
nomeada de maneiras distintas, como mencionar, ou não, o número de opus ou
tonalidade, pode ter seu nome em idiomas diferentes, ou possuir “apelidos”, ou ainda ter
adjetivos, como fáceis ou grande, como parte deste título. Existem ainda muitas outras
características particulares presentes em nomes de obras musicais e é por isso que a
padronização desses títulos é imprescindível, a fim de se evitar ao máximo a não
recuperação de informações sobre uma peça presente no acervo, por esta estar nomeada
de uma forma que o usuário desconheça.

Ano de composição:
Este campo não aparece nas normas do manual da ECA-USP, nem nos campos
abrangidos pelo AACR2, mas foi incorporado ao catálogo pelo fato de ser uma
informação relevante e muitas vezes presente na própria obra. Este campo só é
preenchido quando o dado consta na partitura.

Instrumentação:
Nesta área são explicitados os instrumentos para os quais a obra é destinada. Foi
elaborada uma listagem controlada, como recomenda o manual da ECA-USP, onde a
nomenclatura dos instrumentos foi padronizada e estabelecida uma ordem de aparição
destes dentro do campo Instrumentação, a fim de facilitar a visualização (anexo 1).

Conteúdo:
Neste campo são apresentadas informações relacionadas às partes de execução
(partituras de cada instrumento), sua quantidade (se houver mais de uma parte do
mesmo instrumento) e o número de páginas de cada uma dessas partes. Optou-se pelo
registro do número de páginas de cada parte para haver uma precisão maior e controlar
o extravio destas, especialmente porque o acervo possui muitas partituras em folhas
soltas.

Local, editora e ano de publicação:


Este é campo que reuni as informações sobre publicação. Apresenta-se o local
(nome da cidade onde foi publicado o exemplar), seguido do nome da editora e do ano
de publicação. Esses dados aparecem no seguinte formato: Local: Editora, Ano. Ex:
London: Boosey & Hawkes, c1942. O nome dos locais é grafado na forma em que
aparece no documento, como recomenda o AACR e o manual da ECA-USP. Os nomes
das editoras foram padronizados (anexo 2), como recomenda o manual já citado. Quanto
ao ano de publicação, se ele não for informado, registra-se o ano de copyright,
precedido da letra c, como aparece no exemplo anterior (norma do AACR). Este campo
não é preenchido quando o documento é um manuscrito.
No caso das fotocópias o manual da USP recomenda o não preenchimento dessas
informações. Mas optou-se pelo preenchimento porque o acervo pode conter cópias de
uma mesma obra, mas de editoras diferentes. E somente essas informações poderão
distinguir um exemplar do outro. Além disso, a editora, especialmente no caso de
edições musicais, é um indício de que determinada edição é de qualidade, ou não.
Nacionalidade do autor:
Nesta área aparecem os dados relacionados à origem (nacionalidade) do compositor.
Estas informações foram coletadas em dicionários e enciclopédias de música nacionais
e internacionais.

Tipo de material:

Aqui são apresentados os dados referentes ao modo de produção do documento, ou


seja, se a partitura é editada ou manuscrita, se é uma cópia xérox ou uma cópia
mimeografada, entre outros.

Notas:
Área onde são registradas informações relevantes e que não se enquadram em outros
campos. As notas mais freqüentes foram padronizadas (anexo 3).

Dados de aquisição:
Nesta área são registrados os dados referentes a forma de aquisição do documento.
Apesar de todas as partituras terem a mesma origem (doação de José Botelho) a
intenção é expandir, futuramente, o acervo, por isso esta informação foi incluída.

Quanto às obras textuais, doadas juntamente com a coleção de partituras, apesar de


ser um conjunto pequeno, são muito relevantes, como será mostrado posteriormente.
Para sua catalogação decidiu-se criar uma segunda base de dados (a primeira é a de
partituras), onde foram armazenadas as informações sobre estas obras. A estrutura é a
mesma da primeira base de dados, mas com algumas diferenças nos campos. A seguir
estão as informações sobre as áreas contidas na base para obras textuais.

Autoria (resp. principal)


Neste campo são citados os nomes dos responsáveis principais pelo
desenvolvimento da obra no seguinte formato: Sobrenome, Nome. Essas entradas são
normalizadas utilizando o catálogo de autoridades da Biblioteca Nacional do Brasil e o
da Library of Congress.

Outros responsáveis
Nesta área são citados todos os outros responsáveis pela obra, como tradutores,
organizadores, compiladores etc.

Título
Aqui são registrados os títulos, subtítulos e outras informações sobre o título da
obra.
Edição
Inclui o número da edição e outras informações relacionadas, como por exemplo:
edição revisada, edição ampliada. Quando uma obra pertencer a uma 1ª (primeira)
edição esta informação não é mencionada.

Local: Editora, ano


Aqui são registradas as informações relacionadas à publicação. Inclui o nome da
cidade onde a obra foi publicada, na forma como aparece grafada no documento, o
nome da editora e o ano de publicação.

Descrição física
Aqui é registrado o número de páginas, a altura do exemplar e outras informações
relacionadas a descrição física do item, como por exemplo: se é ilustrado, se as
ilustrações são coloridas.

Série
Aqui é registrado o nome da série e o número da obra dentro desta série.

Notas
Neste campo são registradas todas as informações relevantes, mas que não se
enquadram nas outras áreas. Ex: título original, no caso da obra ser uma tradução, se é
uma adaptação.

Número normalizado
Inclui o número normalizado que identifica a obra. No caso de livros este número é
o ISBN (International Standard Book Number).

Assunto

Aqui é registrado o termo que designa o assunto da obra.

Dados de aquisição

Nesta área são registradas as informações relacionadas à forma de aquisição do


item. Apesar de todas as obras textuais terem a mesma origem (doação de José Botelho)
a intenção é expandir, também, este acervo, por isso esta informação foi incluída.

Todos os dados incluídos na base de obras textuais seguiram as recomendações do


AACR.

RESULTADOS

O acervo é formado em quase sua totalidade por partituras e com o decorrer dos
trabalhos pode-se constatar o que já era previsto: são predominantes as partituras de
obras para clarineta. Peças para clarineta em diferentes formações, como clarineta e
piano, clarineta solo, quarteto de clarinetas, clarineta e fagote, entre outras. As obras
variam entre peças de compositores brasileiros e estrangeiros, peças do repertório
clarinetístico tradicional e peças executadas com menos freqüência, mas também de
grande importância para o repertório do instrumento. Dentro deste acervo constam
alguns exemplares de grande valor musicológico e até mesmo histórico.

Obras dedicadas a José Botelho:


Meloritmias nº7 (Ernani Aguiar);
Duo, para clarineta e fagote (Guilherme Bauer);
Caminhando (Wagner Campos);
Correndo (Wagner Campos);
Dançando (Wagner Campos);
Gravuras de Rugendas (Carlos Cruz);
Revierie (Henrique de Curitiba);
Os três amigos: tema e variação para um trio de sopros (Henrique de Curitiba);
Trois Bagatelles du Depaysement (Maurício Dottori);
Sonata Ouro Preto (Maurício Dottori);
Monólogo (Bruno Kiefer);
Caprichoso (Nelson de Macedo);
Concertino para clarinete em si bemol, fagote e orquestra (Francisco Mignone);
Pequena peça brasileira (Murillo Santos);
3 Diálogos (I): para clarinete em si bemol e fagote (Murillo Santos);
Sinfonieta concertante para clarineta, fagote e orquestra de câmara (José Siqueira);
Concerto para clarineta e orquestra (Lenir Siqueira).

Exemplares que incluem assinaturas e/ou dedicatórias autógrafas a José


Botelho:
Luar da Lapa (Nicola Antônio Gregório);
Sonata para clarineta e piano (Jayoleno dos Santos);
Sonata para clarinete e piano (José Guerra Vicente);
Cadências (Guilherme Bauer);
Invocação e dança (Osvaldo Lacerda);
Valsa-choro (Osvaldo Lacerda);
Sonata para clarineta e piano (Ernest Mahle);
3 Estudos (José Siqueira);
Entretenimento: divertimento para clarineta e cordas (Raul do Valle);
Sonata para clarineta em si bemol (Francisco Mignone);
Concertino para clarineta e orquestra de arcos (César de Morais);
Sonata para clarinete e piano (José Guerra Vicente).

Partituras autógrafas:
Luar da Lapa (Nicola Antônio Gregório);
Sonata para clarineta em si bemol (Francisco Mignone);
Duas dansas (Murillo Santos).
Cópias (xérox ou mimeografadas) de partituras autógrafas:
Duo, para clarineta e fagote (Guilherme Bauer);
Os três amigos: tema e variação para um trio de sopros (Henrique de Curitiba);
Invocação e dança (Osvaldo Lacerda);
Valsa-choro (Osvaldo Lacerda);
Variações e fuga (Osvaldo Lacerda);
Sonata para clarineta e piano (Ernest Mahle);
Duas invenções para clarineta e fagote (José Siqueira);
Variações sérias: sobre um tema de Anacleto de Medeiros (Ronaldo Miranda);
Entretenimento: divertimento para clarineta e cordas (Raul do Valle).

Cópias (xérox ou mimeografadas) de exemplares que, no original, contenham


assinaturas e/ou dedicatórias autógrafas a José Botelho:
Variações sérias: sobre um tema de Anacleto de Medeiros (Ronaldo Miranda);
Movimentos (Aylton Escobar).

Obras dedicadas a outras personalidades da música:


Duo, para clarineta e fagote (Guilherme Bauer), dedicado também ao fagotista Noel
Devos;
Cadências (Guilherme Bauer), dedicado ao clarinetista Paulo Moura;
Improviso, para clarineta e piano (Luiz Otávio Braga), dedicado à pianista Fernanda
Chaves Canaud;
Estudo simplórios e decepcionantes (Nestor de Hollanda Cavalcanti), dedicado ao
clarinetista Paulo Sérgio dos Santos;
Ensaio rítmico a dois (Carlos Cruz), dedicado ao gaitista Rildo Hora;
Gravuras de Rugendas (Carlos Cruz), dedicado também à pianista Fernanda Chaves
Canaud;
Os três amigos: tema e variação para um trio de sopros (Henrique de Curitiba),
dedicado também ao fagostista Noel Devos e ao flautista Norton Morozowicz;
Quatro coisas (César Guerra-Peixe), dedicado a Rildo Hora;
Valsa-choro (Osvaldo Lacerda), dedicado ao clarinetista Leonardo Righi;
Sonata para clarineta e piano (Jayoleno dos Santos), dedicado ao clarinetista Antão
Soares;
3 Diálogos(I): para clarinete em si bemol e fagote (Murillo Santos), dedicado
também ao fagotista Noel Devos;
Duas dansas (Murillo Santos), dedicado ao fagotista Noel Devos;
Sinfonieta concertante para clarineta, fagote e orquestra de câmara (José Siqueira),
dedicado também ao fagotista Noel Devos;
Variações e fuga (Osvaldo Lacerda), dedicado ao Quinteto de Sopros do Rio de
Janeiro (Lenir Siqueira, Nelson Nilo, José Botelho, Ângelo Pestana e João
Menezes).

Também consta no acervo um bilhete manuscrito por Fernando Barbosa de


Cerqueira entre as páginas de sua obra ‘Equilibrista’. E entre as páginas do exemplar de
‘Humoresque’, de Henrique de Curitiba, há um bilhete para José Botelho manuscrito
pelo próprio compositor.
A coleção doada também inclui obras textuais relacionadas à clarineta e/ou à
música, como livros e dissertações de conclusão de curso (graduação e pós-graduação).
Entre essas obras encontram-se o ‘Diccionario de La Música Labor’ (obra de
referência), os livros ‘Regras de harmonia’, de José Siqueira, de 1946, e ‘Pontos de
história da música’, de Luiz Heitor Corrêa de Azevedo e Henriqueta Rosa Fernandes
Braga. Foi doado também um exemplar de ‘Aspectos da Virtuosidade na Clarineta’,
tese do professor Jayoleno dos Santos, sendo este um dos primeiros trabalhos dedicados
à clarineta em língua portuguesa no Brasil (SILVEIRA, 2008). O exemplar contém a
assinatura do autor.

CONCLUSÕES

A catalogação do acervo ainda não foi totalmente procedida. Devido ao grande


número de obras que formam este acervo, o prazo para conclusão do trabalho foi menor
que o necessário. Como próximo passo pretende-se dar continuidade a catalogação dos
documentos, disponibilizá-los aos usuários, bem como realizar um estudo para o
acondicionamento adequado destes exemplares, visando sua maior durabilidade.
Destacam-se, como obras de referência deste acervo, obras de compositores
brasileiros, como Guerra-Peixe e Osvaldo Lacerda, além de original da Tese de Livre
Docência escrita pelo Prof. Jayoleno dos Santos.
Este acervo, doado ao Instituto Villa-Lobos pelo professor e clarinetista José
Botelho, além de ser de grande validade musicológica, será um útil instrumento de
estudo para intérpretes e pesquisadores, devido à ampla variedade e importância das
obras que o constitui. Musicólogos, professores e alunos terão a oportunidade de acessar
um vasto material para o desenvolvimento de repertório e ainda conhecer mais da
história da música da brasileira e da trajetória de José Botelho.
REFERÊNCIAS

ACERVO musical do Cabido Metropolitano do Rio de Janeiro. BBS. Disponível em:


<http://acmerj.com.br/> . Acesso em: 19 jan. 2009.
ARQUIVO NACIONAL. Dicionário brasileiro de terminologia arquivística. Rio de
Janeiro: Arquivo Nacional, 2005.
BINDER, Fernando. Utilizando o Microsoft Access na Catalogação e Descrição de
Música Manuscrita. In: COLÓQUIO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA E
EDIÇÃO MUSICAL, 1., 2003, Mariana. Anais... Mariana: FUNDARQ Fundação
Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana, 2004. p. 61-68.
BLOM, Eric (Ed.). Grove’s dictionary of music and musicians. 5. ed. New York: St
Martin’s, 1955. 9 v.
CASTAGNA, Paulo. Uma análise paleoarquivísticada relação de obras do arquivo
musical de Florêncio José Ferreira Coutinho. In: ENCONTRO DE
MUSICOLOGIA HISTÓRICA, 6., 2004, Juiz de Fora. Anais... Juiz de Fora:
Centro Cultural Pró-Música, 2006. p.38-84.
CÓDIGO de catalogação anglo-americano. 2. ed. rev. São Paulo: Federação Brasileira
de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições;
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, c2004. Tradução de: Anglo American
cataloguing rules.
COTTA, André Guerra. Descrição e recuperação de fontes para a pesquisa
musicológica no Brasil. In: COLÓQUIO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA E
EDIÇÃO MUSICAL, 1., 2003, Mariana. Anais... Mariana: Fundação Cultural e
Educacional da Arquidiocese de Mariana, 2004. p.105-120.
COTTA, André Guerra. Reflexões sobre a utilização de elementos descritivos do RISM
no processo de catalogação de acervos musicais. In: ENCONTRO DE
MUSICOLOGIA HISTÓRICA, 6., 2004, Juiz de Fora. Anais... Juiz de Fora:
Centro Cultural Pró-Música, 2006. p.85-94.
DICIONÁRIO Cravo Albin de música popular brasileira. BBS. Disponível em: <
http://www.dicionariompb.com.br/>. Acesso em: 23 abr. 2009.
FONSECA, Modesto Flávio C. O Sistema de Catalogação do Acervo de Música de
Viçosa (MG). In: COLÓQUIOBRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA E EDIÇÃO
MUSICAL, 1., 2003, Mariana. Anais... Mariana: Fundação Cultural e
Educacional da Arquidiocese de Mariana, 2004. p. 121-36.
LIBRARY OF CONGRESS. Library of Congress authorities. Base de dados.
Disponível em: < http://authorities.loc.gov/>. Acesso em: 25 nov. 2008.
MACAMBYRA, Marina; RECINE, Analucia dos Santos V. Manual de catalogação de
partituras: da Biblioteca da ECA. 2. ed. São Paulo: USP, 2007. Arquivo em PDF.
MARCONDES, Marcos Antonio (Ed.). Enciclopédia da música brasileira: erudita,
folclórica e popular. São Paulo: Art Ed., 1977. 2 v.
MARIZ, Vasco. História da música no Brasil. 6. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2005.
NEVES, José Maria. Arquivos de manuscritos musicais brasileiros: breve panorama.
SIMPÓSIO LATINO-AMERICANO DE MUSICOLOGIA, 1., 1997, Curitiba.
Anais... Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 1998. p.137-163.
ORTEGA, Cristina Dotta. Microisis: das origens à consolidação numa realidade de
informação em mudança. São Paulo: Polis, 1998.
PONTES, Márcio Miranda. CD-ROM: Catálogo de manuscritos musicais presentes no
acervo do maestro Vespasiano Gregório dos Santos – Um relatório. In:
COLÓQUIO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA E EDIÇÃO MUSICAL, 1.,
2003, Mariana. Anais... Mariana: Fundação Cultural e Educacional da
Arquidiocese de Mariana, 2004. p. 243 - 248.
SADIE, Stanley (Ed.). Dicionário Grove de música: edição concisa. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 1994.
SILVEIRA, Fernando José. A história da clarineta no Rio de Janeiro: 1901 a 2000. In:
CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-
GRADUAÇÃO EM MÚSICA, 16., 2006, Brasília. Anais eletrônicos... Brasília:
ANPPOM, 2006. Disponível em
<http://www.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_anppom_2006/CDROM/POS
TERES/11_Pos_Musicologia/11POS_MusHist_02-011.pdf>. Acesso em: 13 fev.
2009.
_______. Listagem comentada dos estudos acadêmicos e publicações sobre temas
relacionados à clarineta no brasil in: Musica Hodie v.8 n.1. Goiânia: UFG, 2008,
p. 115-27.
STANECK, José Luiz Barroso. O uso do padrão Metadada Object Description
Schema (MODS): aplicação a um conjunto de partituras de Francisco Mignone.
Rio de Janeiro: Programa de Pós-Graduação em Música – UNIRIO, 2007.
Dissertação de mestrado.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Escola de Comunicação e Artes. Serviço de
biblioteca e documentação. Pesquisa em partituras. Base de dados. Disponível
em: < http://www.rebeca.eca.usp.br/home_pesquisa_pa.html> . Acesso em: 2 dez.
2008.
Anexo 1

Lista de instrumentos (Nomes padronizados e ordem de aparição estabelecida)

Clarineta
Clarone
Clarineta alto
Flauta
Oboé
Fagote
Trompa
Trompete
Trombone
Tuba
Violino
Viola
Violoncelo
Contrabaixo
Percussão
Voz
Voz (soprano)
Voz (mezzo-soprano)
Voz (contralto)
Voz (tenor)
Voz (barítono)
Voz (baixo)
Piano
Anexo 2

Nomes de editoras (padronizados)

• Alphonse Leduc
• Amsco Music
• Anglo-Soviet Music
• Billaudot
• Boosey & Hawkes
• Breitkopf & Haertel
• Carl Fisher
• Dublinger
• Editio Musica
• Eulenburg
• G. Schirmer
• Hawkes & Son
• Lago
• Peters
• Salabert
• Schott
• Sidemton
• Universal Edition
• Weaner-Levant
• Wilhelm Hansen
• Southern Music
• Robert Lienau
• Kunzelmann
• International Music Company
• Edwin Kalmus
• Rubank
• Deutscher Verlag für Musik
• J. & W. Chester
• Max Eschig
Anexo 3

Lista de notas (padronizadas)

Edição de ________________ (Dia/Mês/Ano, se houver).


Transcrição de ________________ (Dia/Mês/Ano, se houver).
Redução de ________________ (Dia/Mês/Ano, se houver).
Cópia de ________________ (Dia/Mês/Ano, se houver).
Arranjo de ________________ (Dia/Mês/Ano, se houver).
Revisão de _________________ (Dia/Mês/Ano, se houver).

Manuscrito copiado por ___________, em dia/mês/ano.

Autor do texto: __________________.

Dedicado a _________________.

Duração: __ min. e __ seg.


Duração aprox.: __ min. e __ seg.

O exemplar contém somente a(s) parte(s) de __________.


O exemplar não contém a(s) parte(s) de _________________.

Inclui dedicatória autógrafa a ____________.


Inclui dedicatória autógrafa a ____________ (no item original).
Inclui dedicatória manuscrita de ___________ a ______________.
Inclui dedicatória manuscrita de ___________ a ______________ (no item original).
Inclui prefácio de ________________.

Você também pode gostar