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Planejamento Tributário

Formas de Tributação

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Graziela de Faria Santos Soares

Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Formas de Tributação

• Contextualização;
• Formas de Tributação.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Aprender sobre as formas de tributação existentes na legislação brasileira:
Simples Nacional, Lucro Presumido; Lucro Arbitrado e Lucro Real.
· Aprender sobre a sistemática de cálculo dos tributos sobre o lucro
das empresas, para auxiliar no Planejamento Tributário, indicando a
forma de tributação menos onerosa e que mais se ajuste para cada
tipo em empresa
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Formas de Tributação

Contextualização
Muito se ouve dizer sobre o Simples Nacional, todavia, nem sempre sua adesão
traz os melhores resultados financeiros à empresa.

O ideal é, antes de aderir a qualquer forma de tributação, efetuar cálculos e aná-


lises. O contabilista é a pessoa mais indicada para promover tais estudos, mas é
indicado também que o empresário compreenda e tenha conhecimento dos assun-
tos tributários.

Acesse este link: https://goo.gl/meKYVB e veja a reportagem que descreve de forma simpli-
Explor

ficada o que é o sistema de tributação do Simples Nacional que demonstra as desvantagens


de sua adesão.

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Introdução
Atualmente, as empresas podem recolher seus tributos de 4 maneiras:
• Simples nacional;
• Lucro presumido;
• Lucro arbitrado;
• Lucro real.
A escolha é confirmada por meio do recolhimento da primeira guia de Imposto
de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), no caso de se optar entre lucro real, presumido
ou arbitrário, e valerá para todo aquele ano-calendário. Todavia, algumas empre-
sas são obrigadas a calcular os seus tributos pela sistemática do lucro real, o que
veremos mais adiante.
Já o simples nacional possui uma lista de atividades permitidas, onde a empresa
deve solicitar o seu enquadramento até o último dia útil do mês de janeiro. Uma
vez deferida, produz efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário da opção.
Vamos detalhar um pouco mais sobre cada uma dessas formas de apuração
do lucro. Vale ressaltar que compreender cada sistemática já é um planejamento
tributário, isto porque por meio dos cálculos de cada um dos modelos disponíveis,
conseguimos identificar a melhor forma de tributação a ser adotada, visando sem-
pre à redução financeira.
Por este motivo, ao fim de cada ano-calendário é interessante a empresa promo-
ver um estudo simulando as diversas formas de calcular os tributos para analisar e
verificar a forma mais econômica – claro que de acordo com a legislação, levando
em consideração as regras e vedações impostas.

Simples Nacional
O simples nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e
fiscalização de tributos aplicável às microempresas e empresas de pequeno porte,
previsto na Lei Complementar n.º 123, de 14 de dezembro de 2006.
Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios).
É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da
Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal
e dois dos Municípios.
Para o ingresso no simples nacional é necessário o cumprimento das seguin-
tes condições:
• Enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte;
• Cumprir os requisitos previstos na legislação;
• Formalizar a opção pelo simples nacional.

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UNIDADE Formas de Tributação

Características principais do regime do simples nacional:


• Ser facultativo;
• Ser irretratável para todo o ano-calendário;
• Abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS,
ISS e a contribuição para a seguridade social destinada à previdência social a
Cargo da Pessoa Jurídica (CPP);
• Recolhimento dos tributos abrangidos mediante Documento Único de Arreca-
dação (DAS);
• Disponibilização às ME/EPP de sistema eletrônico para a realização do cálculo
do valor mensal devido, geração do DAS e, a partir de janeiro de 2012, para
constituição do crédito tributário;
• Apresentação de declaração única e simplificada de informações socioeconô-
micas e fiscais;
• Prazo para recolhimento do DAS até o dia 20 do mês subsequente para aquele
em que houver sido auferida a receita bruta;
• Possibilidade de os Estados adotarem sublimites para EPP em função da res-
pectiva participação no PIB. Os estabelecimentos localizados nesses Estados
cuja receita bruta total extrapolar o respectivo sublimite deverão recolher o
ICMS e ISS diretamente ao Estado ou ao Município.
Fonte: RFB (2013).

Você Sabia? Importante!

Que para enquadramento no Simples Nacional serão consideradas microempresas ou


empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa
individual de responsabilidade limitada e o empresário que aufiram, em cada ano
calendário, receita bruta:
** Microempresa: até R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais)
** Empresa de pequeno porte: acima de R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e
igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais)

Essa é a primeira regra para adotar o simples nacional, a questão do faturamen-


to, mas, uma regra que deve ser analisada em conjunto, diz respeito a algumas
características da empresa. Assim, é vedada a adesão ao simples empresas nas
seguintes situações:
• Impedimentos formais
» Tiver como sócio outra pessoa jurídica;
» For filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com
sede no exterior;
» Tiver sócio ou titular inscrito como empresário ou sócio de outra empresa
que receba o tratamento jurídico diferenciado previsto no estatuto nacional;

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» Tiver titular ou sócio com participação maior que 10% do capital de outra
empresa não beneficiada pelo estatuto nacional, se a receita bruta global
ultrapassar o limite de R$ 4.800.000,00;
» Tiver sócio ou titular como administrador ou equiparado de outra pessoa
jurídica com fins lucrativos, se a receita bruta global ultrapassar o limite de
R$ 4.800.000,00;
» Estiver constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;
» Participar do capital de outra pessoa jurídica;
» Exercer atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimen-
to, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investi-
mento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos,
valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de
seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar;
» For resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de des-
membramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 anos-
-calendário anteriores;
» Estiver constituída sob a forma de sociedade por ações.
Fonte: IOB

• Impedimentos quanto à atividade exercida


» Que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de asses-
soria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a
pagar e a receber, gerenciamento de ativos, compras de direitos creditórios re-
sultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);
» Que tenha sócio domiciliado no exterior;
» Cujo capital participe de entidade da administração pública, direta ou indire-
ta, federal, estadual ou municipal;
» Que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ou com
as Fazendas Públicas federal, estadual ou municipal, cuja exigibilidade não
esteja suspensa;
» Prestar serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros;
» Ser geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia elétrica;
» Exercer atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas;
» Exercer atividade de importação de combustíveis;
» Exercer atividade de produção ou venda no atacado de cigarros, cerveja sem
álcool, bebidas alcoólicas, exceto aquelas produzidas ou vendidas no atacado
por micro e pequenas cervejarias, micro e pequenas vinícolas, produtores de
licores e micro e pequenas destilarias, registradas no Ministério da Agricultu-
ra, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e que obedeçam à regulamentação da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da RFB quanto à produ-
ção e comercialização de bebidas alcoólicas;
» Realizar cessão ou locação de mão de obra;

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UNIDADE Formas de Tributação

» Dedicar-se ao loteamento e à incorporação de imóveis;


» Exercer atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir à
prestação de serviços tributados pelo ISS;
» Possuir ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal fede-
ral, municipal ou estadual quando exigível.
Fonte: IOB

Alíquotas e Anexos
O simples nacional é dividido em tabelas de acordo com cada segmento de
empresa: comércio, indústria, serviços, serviços gerais e locação de bens móveis,
entre outros. Para cada atividade, há aplicação de um anexo que contém faixas de
faturamento acumulado, uma alíquota nominal e o valor de parcela a deduzir. Estes
anexos auxiliarão no cálculo do DAS. Os anexos também trazem o percentual de
destinação entre os tributos que são recolhidos no DAS (IRPJ, CSLL, Cofins, PIS/
Pasep, CPP, ISS e ICMS).

De acordo com a Resolução CGSN n.º 137/2017, com vigência a partir de


2018, os anexos são os seguintes:
• Anexo I, que deverá ser utilizado para as atividades de venda de mercadorias,
tais como comércio de vestuários, calçados, lojas de conveniência, bares, entre
outras empresas comerciais.

Anexo I – Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Comércio


(vigência a partir de 1º.01.2018)
RECEITA BRUTA EM 12 MESES ALÍQUOTA VALOR A DEDUZIR (EM R$)
1ª Faixa Até a 180.000,00 4,00% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,30% 5.940,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% 13.860,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,70% 22.500,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,30% 87.300,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,00% 378.000,00

PERCENTUAL DE REPARTIÇÃO DOS TRIBUTOS


FAIXAS
IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP CPP ICMS (*)
1ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 41,50% 34,00%
2ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 41,50% 34,00%
3ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
4ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
5ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
6ª Faixa 13,50% 10,00% 28,27% 6,13% 42,10% -
(*) Com relação ao ICMS, quando o valor da receita bruta total dos útimos 12 meses (RBT12) for superior ao limite da
5ª faixa, para a parcela que não ultrapassar o sublimite, o percentual efetivo desse imposto será calculado conforme
segue: {[(RBT12 x 14,30%) - R$ 87.300,00]/RBT12} x 33,5%.
(Resolução CGSN nº 94/2011, art. 25-A, § 1º. I; Resolução CGSN nº 135/2017)

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• Anexo II, que deverá ser utilizado para as atividades de venda de mercadorias
industrializadas pelo contribuinte.

Anexo II – Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Indústria


(vigência a partir de 1º.01.2018)
RECEITA BRUTA EM 12 MESES ALÍQUOTA VALOR A DEDUZIR (EM R$)
1ª Faixa Até a 180.000,00 4,50% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,80% 5.940,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,00% 13.860,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 11,20% 22.500,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,70% 85.500,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,00% 720.000,00

PERCENTUAL DE REPARTIÇÃO DOS TRIBUTOS


FAIXAS
IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP CPP IPI ICMS
1ª Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00%
2ª Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00%
3ª Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00%
4ª Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00%
5ª Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00%
6ª Faixa 8,50% 7,50% 20,96% 4,54% 23,50% 35,00% -
Para atividade com incidência simultânea de PI e ISS: (inciso VIII do art. 25-A)
Com relação ao ISS, quando o porcentual efetivo do imposto for superior a 5%, o resultado limitar-se-á a 5%, transferindo-
-se a diferença para os tributos federais, de forma proporcional aos porcentuais a seguir especificados. Os percentuais
redistribuídos serão acrescentados aos porcentuais efetivos de cada tributo federal a respectiva faixa.
Quando o valor da RBT12 for superior ao limite da 5ª faixa, para a parcela que não ultrapassar o sublimite, o porcentual
efetivo do ISS será calculado conforme segue: {[(RBT12 x 21%) - R$ 125.640,00]/RBT12} x 33,5%.
O percentual efetivo resultante também ficará limitado a 5%, redistribuindo-se eventual diferença para os tributos federais, na
forma anteriormente prevista, de acordo com os seguintes percentuais:
RESDISTRIBUIÇÃO IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP CPP IPI TOTAL
DO ISSS EXCEDENTE 8,09% 5,15% 16,93% 3,66% 55,14% 11,03% 100%
(Resolução CGSN nº 94/2011, art. 25-A, § 1º. I; Resolução CGSN nº 135/2017)

• Anexo III, que deverá ser utilizado para as atividades de prestação de serviços,
tais como creche, pré-escola, estabelecimento de Ensino Fundamental, escolas
técnicas, profissionais e de Ensino Médio, de línguas estrangeiras, de artes,
cursos técnicos, preparatórios para concurso, agências terceirizadas de cor-
reios, agências de turismo, autoescolas, agências lotéricas, serviços de reparos
e de manutenção em geral, transporte municipal de passageiros e de cargas
em qualquer modalidade, escritórios de serviços contábeis, produções cinema-
tográficas, audiovisuais, artísticas e culturais, sua exibição ou apresentação,
corretagem de seguros, corretagem de imóveis de terceiros, as atividades de
prestação de serviços de comunicação, entre outras.

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UNIDADE Formas de Tributação

Anexo III – Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Receitas de locação de bens móveis e de
prestação de serviços não relacionados no § 5º-C do art. 18 da Lei Complementar nº 123/2006
(vigência a partir de 1º.01.2018)
RECEITA BRUTA EM 12 MESES ALÍQUOTA VALOR A DEDUZIR (EM R$)
1ª Faixa Até a 180.000,00 6,00% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 11,20% 9.360,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 13,50% 14.640,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 16,00% 35.640,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21,00% 125.640,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 648.000,00

PERCENTUAL DE REPARTIÇÃO DOS TRIBUTOS


FAIXAS
IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP CPP ISS (*)
1ª Faixa 4,00% 3,50% 12,82% 2,78% 43,40% 30,50%
2ª Faixa 4,00% 3,50% 14,05% 3,05% 43,40% 32,00%
3ª Faixa 4,00% 3,50% 13,64% 2,96% 43,40% 32,50%
4ª Faixa 4,00% 3,50% 13,64% 2,96% 43,40% 32,50%
5ª Faixa 4,00% 3,50% 12,82% 2,78% 43,40% 33,50% (*)
6ª Faixa 35,00% 15,00% 16,03% 3,47% 30,50% -
(*) Quando o percentural efetivo do ISS for superior a 5%, o resultado limitar-se-á a 5%, transferindo-se a diferença para
os tributos federais, de forma proporcional aos percentuais a seguir. Os percentuais redistribuídos serão acrescentados
aos percentuais efetivos de cada tributo federal da respectiva faixa.

Quando o valor da RBT12 for superior ao limite da 5ª faixa, para a parcela que não ultrapassar o sublimite, o porcentual
efetivo do ISS será calculado conforme segue: {[(RBT12 x 21%) - R$ 125.640,00]/RBT12} x 33,5%.
Esse percentual efetivo resultante também ficará limitado a 5%, redistribuindo-se eventual diferença para os tributos
federais, na forma anteriormente prevista, de acordo com os seguintes percentuais:
RESDISTRIBUIÇÃO IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP CPP TOTAL
DO ISSS EXCEDENTE 6,02% 5,26% 19,28% 4,18% 65,26% 100%
(Resolução CGSN nº 94/2011, art. 25-A, § 1º. I; Resolução CGSN nº 135/2017)

• Anexo IV, que deverá ser utilizado para as atividades de prestação dos serviços
de construção de imóveis e obras de Engenharia em geral, inclusive sob a forma
de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, decoração de
interiores, serviço de vigilância, limpeza ou conservação, serviços advocatícios.

Anexo IV – Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Receitas de prestação de serviços


não relacionados no § 5º-C do art. 18 da Lei Complementar nº 123/2006
(vigência a partir de 1º.01.2018)
RECEITA BRUTA EM 12 MESES ALÍQUOTA VALOR A DEDUZIR (EM R$)
1ª Faixa Até a 180.000,00 4,50% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 9,00% 8.100,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,20% 12.420,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 14,00% 39.780,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 22,00% 183.780,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 828.000,00

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PERCENTUAL DE REPARTIÇÃO DOS TRIBUTOS
FAIXAS
IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP ISS (*)
1ª Faixa 18,80% 15,20% 17,67% 3,83% 44,50%
2ª Faixa 19,80% 15,20% 20,55% 4,45% 40,00%
3ª Faixa 20,80% 15,20% 19,73% 4,27% 40,00%
4ª Faixa 17,80% 19,20% 18,90% 4,10% 40,00%
5ª Faixa 18,80% 19,20% 18,08% 3,92% 40,00% (*)
6ª Faixa 53,50% 21,50% 20,55% 4,45% -
(*) O percentural efetivo máximo devido ao ISS será de 5%, transferindo-se a diferença, de forma proporcional, aos
tributos federais, da mesma faixa de receita bruta anual. Sendo assim, na 5ª faixa, quando a alíquota efetiva for
superior a 12,5%, a repartição será:
FAIXA IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP ISS (*)
5ª Faixa, com
(Alíquota efetiva (Alíquota efetiva (Alíquota efetiva (Alíquota efetiva - Percentual de ISS
alíquota efetiva
- 5%) x 31,33% - 5%) x 32,00% - 5%) x 30,13% 5%) x 6,54% fixo em 5%
superior a 12,5%

(*) Quando o percentural efetivo do ISS for superior a 5%, o resultado limitar-se-á a 5%, transferindo-se a diferença para
os tributos federais, de forma proporcional aos percentuais a seguir. Os percentuais redistribuídos serão acrescentados
aos percentuais efetivos de cada tributo federal da respectiva faixa.
Quando o valor da RBT12 for superior ao limite da 5ª faixa, para a parcela que não ultrapassar o sublimite, o porcentual
efetivo do ISS será calculado conforme segue: {[(RBT12 x 22%) - R$ 183.780,00]/RBT12} x 40%.
Esse percentual efetivo resultante também ficará limitado a 5%, redistribuindo-se eventual diferença para os tributos
federais, na forma anteriormente prevista, de acordo com os seguintes percentuais:
RESDISTRIBUIÇÃO IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP TOTAL
DO ISSS EXCEDENTE 31,33% 32% 30,13% 6,54% 100%
(Resolução CGSN nº 94/2011, art. 25-A, § 1º. I; Resolução CGSN nº 135/2017)

• Anexo V, que deverá ser utilizado para as atividades de prestação de serviços,


tais como, medicina, inclusive laboratorial e enfermagem, medicina veterinária,
odontologia e prótese dentária, psicologia, psicanálise, terapia ocupacional,
acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e
bancos de leite, serviços de comissária, de despachantes, de tradução e de in-
terpretação, engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, geodesia,
testes, suporte e análises técnicas e tecnológicas, pesquisa, design, desenho
e agronomia, representação comercial e demais atividades de intermediação
de negócios e serviços de terceiros, perícia, leilão e avaliação, auditoria, eco-
nomia, consultoria, gestão, organização, controle e administração, jornalismo
e publicidade, agenciamento exceto de mão de obra, desde que seu fator “r”
(que será explicado adiante) seja inferior a 28%, pois quando igual ou superior
a este percentual as atividades passarão a se enquadrar no Anexo III.

Anexo V – Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Receitas de prestação de serviços relacionados


no § 5º-C do art. 18 da Lei Complementar nº 123/2006
(vigência a partir de 1º.01.2018)
RECEITA BRUTA EM 12 MESES ALÍQUOTA VALOR A DEDUZIR (EM R$)
1ª Faixa Até a 180.000,00 15,50% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 18,00% 4.500,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 19,50% 9.900,00

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UNIDADE Formas de Tributação

RECEITA BRUTA EM 12 MESES ALÍQUOTA VALOR A DEDUZIR (EM R$)


4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,50% 17.100,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23,00% 62.100,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,50% 540.000,00

PERCENTUAL DE REPARTIÇÃO DOS TRIBUTOS


FAIXAS
IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP CPP ISS (*)
1ª Faixa 25,00% 15,00% 14,10% 3,05% 28,85% 14,00%
2ª Faixa 23,00% 15,00% 14,10% 3,05% 27,85% 17,00%
3ª Faixa 24,00% 15,00% 14,92% 3,23% 23,85% 19,00%
4ª Faixa 21,00% 15,00% 15,74% 3,41% 23,85% 21,00%
5ª Faixa 23,00% 12,50% 14,10% 3,05% 23,85% 23,50%
6ª Faixa 35,00% 15,50% 16,44% 3,56% 29,50% -

(*) Quando o percentural efetivo do ISS for superior a 5%, o resultado limitar-se-á a 5%, transferindo-se a diferença
para os tributos federais, de forma proporcional aos percentuais a seguir. Os percentuais redistribuídos serão acrescen-
tados aos percentuais efetivos de cada tributo federal da respectiva faixa.
Quando o valor da RBT12 for superior ao limite da 5ª faixa, para a parcela que não ultrapassar o sublimite, o porcentual
efetivo do ISS será calculado conforme segue: {[(RBT12 x 22%) - R$ 183.780,00]/RBT12} x 40%.
Esse percentual efetivo resultante também ficará limitado a 5%, redistribuindo-se eventual diferença para os tributos
federais, na forma anteriormente prevista, de acordo com os seguintes percentuais:
RESDISTRIBUIÇÃO IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP CPP TOTAL
DO ISSS EXCEDENTE 30,07% 16,34% 18,43% 3,99% 31,17% 100%
(Resolução CGSN nº 94/2011, art. 25-A, § 1º. I; Resolução CGSN nº 135/2017)

Cálculo do DAS
O recolhimento dos tributos unificados no Simples Nacional é feito através do
DAS. Seu cálculo deve ser efetuado, de forma on-line, no Portal do Simples Nacio-
nal, pelo site da Receita Federal do Brasil (RFB) através do Programa Gerador do Do-
cumento de Arrecadação do Simples Nacional – Declaratório (PGDAS-D), todavia,
deve-se entender a sistemática de cálculo para que se possa realizar um bom plane-
jamento tributário. Porém, antes faz-se importante contextualizar alguns conceitos:
• Base de cálculo – será a receita bruta auferida mensalmente pelas vendas de
serviços e produtos (regime de competência), podendo o contribuinte optar
por fazer a apuração sobre a receita recebida no mês (regime de caixa), sendo
esta opção irretratável para todo o ano-calendário.
• Opção pelo regime de caixa ou competência – a opção pelo regime será
feita por meio do aplicativo da Receita Federal.
• Receita bruta – para fins do simples, compõem a receita bruta o produto da
venda de bens e serviços nas operações, o preço dos serviços prestados, ex-
cluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. Não
compõem a receita bruta a venda de bens do ativo imobilizado, os juros mo-
ratórios, as multas e quaisquer outros encargos auferidos em decorrência do
atraso no pagamento de operações ou prestações, a remessa de mercadorias
a título de bonificação, doação ou brinde, a remessa de amostra grátis, os

16
valores recebidos a título de multa ou indenização por rescisão contratual.
Deverão ser segregadas da receita bruta as receitas de exportação e produtos
em substituição tributária para que sejam observadas as regras específicas de
acordo com a Lei n.º 123/2006.
• Prazo de recolhimento do DAS – os tributos apurados no simples nacional terão
como prazo para pagamento o dia 20 do mês subsequente ao da apuração. Quan-
do a empresa tiver filiais, estas deverão recolher de forma centralizada na matriz.
Fica vedada a emissão de DAS menor que R$ 10,00 – quando a apuração resultar
em valor menor, este deverá ser diferido para recolhimento no mês subsequente.
• Fator R (folha de salários) – a partir de 2018 as empresas que exerçam
as atividades sujeitas ao Anexo V deverão observar o percentual do fator R,
pois, se este for igual ou superior a 28% será utilizado o Anexo III, mas se
for inferior a 28%, o Anexo V. O fator R é obtido no cálculo da razão entre
a folha de salários e receita bruta em relação à prestação de serviço. Serão
considerados para cálculo o RBT12 e as folha de salários, incluídos encargos,
o montante pago nos 12 meses anteriores ao período de apuração, a título de
remunerações a pessoas físicas decorrentes do trabalho (salários e retiradas de
pró-labore), acrescidos do montante efetivamente recolhido a título de contri-
buição patronal previdenciária e FGTS, incluídas as retiradas de pró-labore.

A seguir, vamos ver um exemplo de cálculo do simples nacional:

A loja de roupas Sempre Bonita Ltda., empresa de pequeno porte optante pelo
simples nacional, exerce a atividade de comércio de revenda de roupas e no mês de
abril de 2018, obteve uma receita bruta de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Considere
que não houve receitas com exportação ou produtos em substituição tributária.

• 1º passo – segregar as receitas no


MÊS RECEITA
mês de apuração, em nosso exem-
MARÇO/2018 R$ 99.900,00
plo não é necessário fazer segrega-
FEVEREIRO/2018 R$ 100.000,00
ção, pois as receitas são compostas
JANEIRO/2018 R$ 113.041,00
apenas pela atividade comercial.
DEZEMBRO/2017 R$ 108.000,00
Abril/2018 – Comércio = NOVEMBRO/2017 R$ 102.600,00
R$ 100.000,00 OUTUBRO/2017 R$ 105.613,00
SETEMBRO/2017 R$ 100.000,00
• 2º passo – encontrar a receita bru-
AGOSTO/2017 R$ 102.779,00
ta total dos 12 meses anteriores ao
JULHO/2017 R$ 95.442,00
da apuração, chamado de RBT12.
JUNHO/2017 R$ 82.745,00
Para isso, vamos admitir os seguin-
MAIO/2017 R$ 99.880,00
tes valores:
ABRIL/2017 R$ 90.000,00
• 3º passo – localizar na tabela do TOTAL (RBT12) R$ 1.200.000,00
Anexo apropriado para as atividades
empresariais desenvolvidas a faixa de
faturamento do RBT12:

17
17
UNIDADE Formas de Tributação

Anexo I – Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Comércio


(vigência a partir de 1º.01.2018)
RECEITA BRUTA EM 12 MESES ALÍQUOTA VALOR A DEDUZIR (EM R$)
1ª Faixa Até a 180.000,00 4,00% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,30% 5.940,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% 13.860,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,70% 22.500,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,30% 87.300,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,00% 378.000,00

PERCENTUAL DE REPARTIÇÃO DOS TRIBUTOS


FAIXAS
IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP CPP ICMS (*)
1ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 41,50% 34,00%
2ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 41,50% 34,00%
3ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
4ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
5ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
6ª Faixa 13,50% 10,00% 28,27% 6,13% 42,10% -
(*) Com relação ao ICMS, quando o valor da receita bruta total dos útimos 12 meses (RBT12) for superior ao limite dam
5ª faixa, para a parcela que não ultrapassar o sublimite, o percentual efetivo desse imposto será calculado conforme
segue: {[(RBT12 x 14,30%) - R$ 87.300,00]/RBT12} x 33,5%.
(Resolução CGSN nº 94/2011, art. 25-A, § 1º. I; Resolução CGSN nº 135/2017)

Comércio: quarta faixa com alíquota nominal de 10,70% e parcela a deduzir de


R$ 22.500,00.
• 4º passo – calcular a alíquota efetiva:
Fórmula: [(RBT12 x Aliq. Nominal) - PD] / RBT12
Sendo que:
RBT12 é a receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao período de apuração.
Aliq. Nominal é a porcentagem constante na tabela dos anexos de I a V.
PD é a parcela a deduzir constante na Tabela dos anexos de I a V.
Cálculo:
[(1.200.000, 00  10, 70%)  22.500, 00] / 1.200.000, 00 
[128.400, 00  22.500, 00] / 1.200.000, 00 
105.900, 00 / 1.200.000, 00 
0, 0882  100  8, 82%  Alíquota Efetiva

• 5º passo – calcular o DAS devido:


Fórmula = RBT mensal x Aliq. Efetiva
Sendo que, o RBT mensal representa o faturamento do mês de apuração, que
no exemplo será Abril/2018.

100.000,00 x 8,82% = R$ 8.820,00 → Valor do DAS a pagar

18
Importante! Importante!

A receita bruta acumulada dos últimos 12 meses é composta de abril de 2017 a março
de 2018, ok? E assim por diante, ou seja, na apuração de maio/2018, a receita bruta
acumulada será de maio de 2017 a abril de 2018, ok?

Outro ponto importante é que a tabela reproduzida apresenta todos os tributos


e o percentual de distribuição entre eles, assim você consegue identificar o valor de
cada tributo.
Rateio por tributo – 4ª faixa do Anexo I
TRIBUTO VALOR A RATEAR (EM R$) PERCENTUAL (%) VALOR DEVIDO (EM R$)
IRPJ R$ 8.820,00 5,50% R$ 485,10
CSLL R$ 8.820,00 3,50% R$ 308,70
COFINS R$ 8.820,00 12,74% R$ 1.123,67
PIS/PASEP R$ 8.820,00 2,76% R$ 243,43
CPP R$ 8.820,00 42,00% R$ 3.704,40
ICMS R$ 8.820,00 33,50% R$ 2.954,70
TOTAL 100,00% R$ 8.820,00

Assim, as contribuições e os tributos abrangidos por esse sistema são:


• Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ);
• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
• Imposto sobre Produto Industrializado (IPI);
• Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins);
• Programa de Integração Social (PIS/Pasep);
• Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISS);
• Contribuição Patronal Previdenciária (CPP);
• Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Trans-
porte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).

Observações:
• IRPJ, exceto rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa
ou variável; ganhos de capital auferidos na alienação de bens do ativo permanente
e pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica à pessoa física;
• IP, Cofins e PIS/Pasep, exceto o incidente na importação;
• ISS, exceto serviços sujeitos à substituição tributária, retenção na fonte e
importação de serviços;
• CPP, exceto no caso da microempresa ou da empresa de pequeno porte que se
dedique às atividades de prestação de serviços referidas no Parágrafo 5º C do
Artigo 18 da Lei Complementar n.º 123/2006. Dispensa pagamento de salário
educação, seguro acidente e contribuições para o sistema S;

19
19
UNIDADE Formas de Tributação

• ICMS, exceto o Artigo 13, Parágrafo 1º, XIII, alíneas de a a g – substituição tribu-
tária, diferencial de alíquota, por ocasião de desembaraço financeiro, sobre estoque
desacobertado de documentação fiscal, operações ou prestações desacobertadas
de documento fiscal, regime de antecipação do recolhimento do imposto, nas
aquisições em outras unidades da Federação etc.

É importante ressaltar que algumas empresas possuem mais de um tipo de recei-


ta como, por exemplo, receitas de comércio e de venda de produtos industrializa-
dos, desta forma, deve-se segregar as receitas para a aplicação do Anexo correto.
Vejamos um exemplo:

Uma empresa, no ramo de indústria e comércio, auferiu receitas no mês de


julho de 2014, no valor de R$ 50.000,00 referente à atividade de comércio e R$
32.000,00 à atividade de indústria, totalizando, no mês, R$ 82.000,00. Nesses
valores não há receitas de exportação e não há substituição tributária.

Para apurar o valor do DAS referente ao mês de julho de 2014, com vencimen-
to em 20 de agosto de 2014, primeiramente devemos segregar as receitas do mês
de julho de 2014 de indústria e comércio.
• 1º passo – segregar as receitas no mês de apuração:
» Julho de 2014 – Comércio = R$ 50.000,00
» Julho de 2014 – Indústria = R$ 32.000,00

Posteriormente, precisaremos encontrar a receita bruta total dos 12 meses an-


teriores ao mês da apuração, chamado de RBT12. Para isso vamos admitir os
seguintes valores:

MÊS COMÉRCIO INDÚSTRIA TOTAL MÊS


Julho/13 R$ 54.000,00 R$ 57.000,00 R$ 111.000,00
Agosto/13 R$ 67.900,00 R$ 45.670,00 R$ 113.570,00
Setembro/13 R$ 26.500,00 R$ 35.600,00 R$ 62.100,00
Outubro/13 R$ 17.600,00 R$ 57.800,00 R$ 75.400,00
Novembro/13 R$ 45.230,00 R$ 42.300,00 R$ 87.530,00
Dezembro/13 R$ 23.780,00 R$ 34.650,00 R$ 58.430,00
Janeiro/14 R$ 63.400,00 R$ 78.690,00 R$ 142.090,00
Fevereiro/14 R$ 54.890,00 R$11.540,00 R$ 66.430,00
Março/14 R$ 9.870,00 R$ 33.678,00 R$ 43.548,00
Abril/14 R$ 32.456,00 R$ 22.670,00 R$ 55.126,00
Maio/14 R$ 11.750,00 R$ 76.560,00 R$ 88.310,00
Junho/14 R$ 25.660,00 R$ 55.650,00 R$ 81.310,00
TOTAL R$ 984.844,00

20
• 2º passo - apurar o RBT12:
» R$ 984.844,00

Posteriormente, devemos localizar na tabela do Anexo apropriado para as ativi-


dades empresariais desenvolvidas a faixa de faturamento do RBT12.

As alíquotas para cálculo do imposto a ser pago no simples nacional não são fixas;
variam a cada mês em função do RBT12, da aplicação das faixas dos anexos de I a V,
e do cálculo da alíquota efetiva.

Anexo I – Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Comércio


(vigência a partir de 1º.01.2018)
RECEITA BRUTA EM 12 MESES ALÍQUOTA VALOR A DEDUZIR (EM R$)
1ª Faixa Até a 180.000,00 4,00% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,30% 5.940,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% 13.860,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,70% 22.500,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,30% 87.300,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,00% 378.000,00

PERCENTUAL DE REPARTIÇÃO DOS TRIBUTOS


FAIXAS
IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP CPP ICMS (*)
1ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 41,50% 34,00%
2ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 41,50% 34,00%
3ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
4ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
5ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
6ª Faixa 13,50% 10,00% 28,27% 6,13% 42,10% -
(*) Com relação ao ICMS, quando o valor da receita bruta total dos útimos 12 meses (RBT12) for superior ao limite da
5ª faixa, para a parcela que não ultrapassar o sublimite, o percentual efetivo desse imposto será calculado conforme
segue: {[(RBT12 x 14,30%) - R$ 87.300,00]/RBT12} x 33,5%.
(Resolução CGSN nº 94/2011, art. 25-A, § 1º. I; Resolução CGSN nº 135/2017)

Anexo II – Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Indústria


(vigência a partir de 1º.01.2018)
RECEITA BRUTA EM 12 MESES ALÍQUOTA VALOR A DEDUZIR (EM R$)
1ª Faixa Até a 180.000,00 4,50% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,80% 5.940,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,00% 13.860,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 11,20% 22.500,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,70% 85.500,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,00% 720.000,00

21
21
UNIDADE Formas de Tributação

PERCENTUAL DE REPARTIÇÃO DOS TRIBUTOS


FAIXAS
IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP CPP IPI ICMS
1ª Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00%
2ª Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00%
3ª Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00%
4ª Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00%
5ª Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00%
6ª Faixa 8,50% 7,50% 20,96% 4,54% 23,50% 35,00% -
Para atividade com incidência simultânea de PI e ISS: (inciso VIII do art. 25-A)
Com relação ao ISS, quando o porcentual efetivo do imposto for superior a 5%, o resultado limitar-se-á a 5%, transferindo-
-se a diferença para os tributos federais, de forma proporcional aos porcentuais a seguir especificados. Os percentuais
redistribuídos serão acrescentados aos porcentuais efetivos de cada tributo federal a respectiva faixa.
Quando o valor da RBT12 for superior ao limite da 5ª faixa, para a parcela que não ultrapassar o sublimite, o porcentual
efetivo do ISS será calculado conforme segue: {[(RBT12 x 21%) - R$ 125.640,00]/RBT12} x 33,5%.
O percentual efetivo resultante também ficará limitado a 5%, redistribuindo-se eventual diferença para os tributos federais, na
forma anteriormente prevista, de acordo com os seguintes percentuais:
RESDISTRIBUIÇÃO IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP CPP IPI TOTAL
DO ISSS EXCEDENTE 8,09% 5,15% 16,93% 3,66% 55,14% 11,03% 100%
(Resolução CGSN nº 94/2011, art. 25-A, § 1º. I; Resolução CGSN nº 135/2017)

• 3º passo – encontrar a faixa de faturamento do RBT12:


» Comércio: 4ª faixa com alíquota nominal de 10,70% e parcela a deduzir de
R$ 22.500,00.
» Indústria: 4ª faixa com alíquota nominal de 11,20% e parcela a deduzir de
R$ 22.500,00.

Em seguida, deve-se calcular a alíquota efetiva para o DAS.


• 4º passo – calcular a alíquota efetiva:
Fórmula: [(RBT12 x Aliq. Nominal) - PD] / RBT12
Sendo que:

RBT12 é a receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao período de


apuração.

Aliq. Nominal é a porcentagem constante na tabela dos anexos de I a V.

PD é a parcela a deduzir constante na Tabela dos anexos de I a V.

Cálculo para a atividade de Comércio:

[(984.844, 00 10, 70%) 22.500, 00] / 984.844, 00


[105.378, 31 22.500, 00] / 984.844
82.878, 31 / 984.844
0, 0841 100 8, 42% Alíquotta Efetiva

22
Cálculo para a atividade de Indústria:

[(984.844, 00 11, 20%) 22.500, 00] / 984.844, 00


[110.302, 53 22.500, 00] / 984.844
87.802, 53 / 984.844
0, 0891 100 8, 92% Alíquotta Efetiva

Por fim, devemos efetuar o cálculo do DAS.


• 5º passo – calcular o DAS devido:
Fórmula = RBT mensal x Aliq. Efetiva
Sendo que o RBT mensal representa o faturamento do mês de apuração, que
no nosso exemplo será julho de 2014.

Cálculo para a atividade de comércio


50.000,00 x 8,41% = 4.205,00

Cálculo para a atividade de indústria


32.000,00 x 8,91% = 2.851,20

Vejamos agora um exemplo do fator R para determinar o enquadramento de


algumas atividades no Anexo III ou V:

Suponhamos que uma empresa de fisioterapia (atividade sujeita ao cálculo da


razão entre a folha de salários e a receita bruta), optante pelo simples nacional, que
apresente os seguintes dados:
• Esteja apurando o mês de janeiro/2018, cuja receita no mês tenha sido de
R$ 60.000,00;
• Tenha auferido receita bruta nos 12 meses anteriores ao período de apuração
(janeiro a dezembro/2017), no valor de R$ 500.000,00;
• Tenha como montante pago a título de folha de salários e encargos sociais
(janeiro a dezembro/2017):
» Folha de salários efetivamente pagas nos últimos 12 meses anteriores ao
período de apuração, no valor de R$ 100.000,00;
» Pró-labores efetivamente pagos nos últimos 12 meses anteriores ao período
de apuração, no valor de R$ 30.000,00;
» FGTS efetivamente pagos nos últimos 12 meses anteriores ao período de
apuração, no valor de R$ 8.000,00;
» Contribuições Previdenciárias Patronais (CPP) efetivamente pagas nos últi-
mos 12 meses anteriores ao período de apuração, no valor de R$ 12.000,00.

23
23
UNIDADE Formas de Tributação

Fórmula:

Folha de salários + encargos sociais pagos


Fator R =
Receita bruta (nos 12 meses anteriores)

100.000,00 + 30.000,00 + 8.000,00 + 12.000,00 = 150.000,00


Fator R = =
500.000,00

Fator R = 0,3 x 100 = 30%

Nesse exemplo, a razão resultou em 30%, portanto, maior que 28%, será apli-
cado no mês de janeiro/2018 o Anexo III.

Suponhamos agora que uma empresa recém-aberta atuando no ramo de comér-


cio tenha demonstrado as seguintes receitas:
• Janeiro/2018 = R$ 150.000,00
• Fevereiro/2018 = R$ 180.000,00
• Março/2018 = R$ 225.000,00

Neste exemplo, nota-se que não temos valores para a apuração do RBT12,
assim fique atento(a) à metodologia do cálculo neste caso:

Anexo I – Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Comércio


(vigência a partir de 1º.01.2018)
RECEITA BRUTA EM 12 MESES ALÍQUOTA VALOR A DEDUZIR (EM R$)
1ª Faixa Até a 180.000,00 4,00% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,30% 5.940,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% 13.860,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,70% 22.500,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,30% 87.300,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,00% 378.000,00

PERCENTUAL DE REPARTIÇÃO DOS TRIBUTOS


FAIXAS
IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP CPP ICMS (*)
1ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 41,50% 34,00%
2ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 41,50% 34,00%
3ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
4ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
5ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
6ª Faixa 13,50% 10,00% 28,27% 6,13% 42,10% -
(*) Com relação ao ICMS, quando o valor da receita bruta total dos útimos 12 meses (RBT12) for superior ao limite dam
5ª faixa, para a parcela que não ultrapassar o sublimite, o percentual efetivo desse imposto será calculado conforme
segue: {[(RBT12 x 14,30%) - R$ 87.300,00]/RBT12} x 33,5%.
(Resolução CGSN nº 94/2011, art. 25-A, § 1º. I; Resolução CGSN nº 135/2017)

24
Dado o Anexo I, vamos às apurações:

Apuração Janeiro

Receita comércio R$ 150.000,00


RBT12 R$ 1.800.000,00 (R$ 150.000,00 X 12)*
Valor a Deduizir R$ 22.500,00 (conforme tabela do Anexo I)
Alíquota Anexo I 10,70% (4ª faixa da tabela do Anexo I: De 720.000,01 a 1.800.000,00)
Alíquota Efetiva 9,45% [(1.800.000,00 x 10,70%) - 22.500] / 1.800.000,00
Valor devido do DAS R$ 14.175,00 (150.000,00 x 9,45%)

* Para determinar a alíquota no 1º mês de atividade, a empresa utilizará como RBT acumulada, a receita auferida no
próprio mês de apuração, multiplicada por 12.

Rateio por tributo - 4ª faixa do Anexo I

Tributo Valor ratear (em R$) Percentual (%) Valor devido (em R$)
IRPJ R$ 14.175,00 5,50% R$ 779,63
CSLL R$ 14.175,00 3,50% R$ 496,13
COFINS R$ 14.175,00 12,74% R$ 1.805,90
PIS/PASEP R$ 14.175,00 2,76% R$ 391,23
CPP R$ 14.175,00 42,00% R$ 5.953,50
ICMS R$ 14.175,00 33,50% R$ 4.748,63
TOTAL 100,00% R$ 14.175,00

Apuração Fevereiro

Receita comércio R$ 180.000,00


RBT12 R$ 1.800.000,00 (R$ 150.000,00 / 1) X 12*
Valor a Deduizir R$ 22.500,00 (conforme tabela do Anexo I)
Alíquota Anexo I 10,70% (4ª faixa da tabela do Anexo I: De 720.000,01 a 1.800.000,00)
Alíquota Efetiva 9,45% [(1.800.000,00 x 10,70%) - 22.500] / 1.800.000,00
Valor devido do DAS R$ 17.010,00 (180.000,00 x 9,45%)

* Para efeito de determinação da alíquota, nos 11 meses seguintes ao do início de atividade, a empresa utilizará a
média aritmética da RBT auferida nos meses anteriores ao do período de apuração, multiplicada por 12.

Rateio por tributo - 4ª faixa do Anexo I

Tributo Valor ratear (em R$) Percentual (%) Valor devido (em R$)
IRPJ R$ 17.010,00 5,50% R$ 935,55
CSLL R$ 17.010,00 3,50% R$ 595,35
COFINS R$ 17.010,00 12,74% R$ 2.167,07
PIS/PASEP R$ 17.010,00 2,76% R$ 469,48
CPP R$ 17.010,00 42,00% R$ 7.144,20
ICMS R$ 17.010,00 33,50% R$ 5.698,35
TOTAL 100,00% R$ 17.010,00

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25
UNIDADE Formas de Tributação

Apuração Março

Receita comércio R$ 225.000,00


RBT12 R$ 1.980.000,00 (R$ 150.000,00 + R$ 180.000,00) / 2] X 12*
Valor a Deduizir R$ 87.300,00 (conforme tabela do Anexo I)
Alíquota Anexo I 14,30% (5ª faixa da tabela do Anexo I: De 1.800.000,01 a 3.600.000,00)
Alíquota Efetiva 9,89% [(1.980.000,00 x 14,30%] / 1.980.000,00
Valor devido do DAS R$ 22.252,50 (225.000,00 x 9,89%)

* Para efeito de determinação da alíquota, nos 10 meses seguintes ao do início de atividade, a empresa utilizará a
média aritmética da RBT auferida nos meses anteriores ao do período de apuração, multiplicada por 12.

Rateio por tributo - 5ª faixa do Anexo I

Tributo Valor ratear (em R$) Percentual (%) Valor devido (em R$)
IRPJ R$ 22.252,50 5,50% R$ 1.223,89
CSLL R$ 22.252,50 3,50% R$ 778,84
COFINS R$ 22.252,50 12,74% R$ 2.834,97
PIS/PASEP R$ 22.252,50 2,76% R$ 614,17
CPP R$ 22.252,50 42,00% R$ 9.346,05
ICMS R$ 22.252,50 33,50% R$ 7.454,59
TOTAL 100,00% R$ 22.252,50

Em vigor desde 1 de julho de 2009, pode-se optar pelo Sistema de Recolhi-


mento em Valores Fixos Mensais dos Tributos abrangidos pelo Simples Nacional
(Simei) ao microempreendedor Individual (MEI), que o governo federal criou com
o objetivo de tirar da informalidade diversos trabalhadores, possibilitando, assim,
a legalização daquele que trabalha por conta própria como pequeno empresário.

Poderá optar por esse sistema:


1. O empresário que exerça profissionalmente atividade econômica orga-
nizada para a produção ou para a circulação de bens ou serviços (Lei
n.º 10.406/2002 – Código Civil, Art. 966);
2. O empresário individual que exerça atividade de comercialização e proces-
samento de produtos de natureza extrativista;
3. O empreendedor que exerça as atividades de industrialização, comercia-
lização e prestação de serviços no âmbito rural (vigência a partir de 1 de
janeiro de 2018);
4. Tenha auferido receita bruta de até R$ 81.000,00 no ano-calendário anterior;
5. Exerça tão somente atividades constantes do Anexo XIII da Resolução
CGSN n.º 94/2011, observadas as alterações posteriores;
6. Possua um único estabelecimento;
7. Não participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador;
8. Seja empresário individual e possua um único empregado que receba exclusi-
vamente 1 salário-mínimo ou o piso salarial da categoria profissional.

26
O optante pelo Simei deverá recolher, por meio do DAS gerado pelo Programa
Gerador do DAS para o MEI (PGMEI) o valor fixo mensal de acordo com a seguinte
tabela, além dos montantes de tributos sobre a folha quando tiver funcionário.

ATIVIDADE INSS ICMS ISS Total


Comércio e indústria R$ 47,70 R$ 1,00 R$ 0,00 R$ 48,70
Serviços R$ 47,70 R$ 0,00 R$ 5,00 R$ 52,70
Comércio e serviços R$ 47,70 R$ 1,00 R$ 5,00 R$ 53,70

Apesar de ser um sistema prático e muito mais simples do que os demais, nem
sempre é indicado a todas as atividades/empresas. É necessário efetuar outros cál-
culos nas demais formas de apuração, a escolha pelo simples nacional.
Desse modo, é preciso aprender as demais formas de apuração do lucro para
efetuarmos um planejamento tributário correto, assim, passamos agora à explica-
ção do lucro presumido.

Lucro Presumido
O nome lucro presumido já sugere a sistemática desta modalidade, ou seja, pre-
sume-se o lucro da pessoa jurídica aplicando um percentual, estipulado pela Receita
Federal do Brasil, sobre a sua receita bruta e de outras receitas sujeitas à tributação.

As pessoas jurídicas que podem optar por essa sistemática devem se atentar às
seguintes regras:
• Sua receita bruta total tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (seten-
ta e oito milhões de reais), no ano-calendário anterior, ou a R$ 6.500.000,00
(seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses em
atividade no ano-calendário anterior;
• Não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função da atividade
exercida ou de sua constituição societária ou natureza jurídica.

Por outro lado, existem vedações expressas para algumas empresas proibindo a
adoção do lucro presumido. São aquelas pessoas jurídicas que, por determinação
legal, estão obrigadas à apuração do lucro real:
• Cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos
de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento
e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de
títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperati-
vas de crédito, empresas de seguro privado e de capitalização e entidades de
previdência privada aberta;
• Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
• Que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir de benefícios fis-
cais relativos à isenção ou redução do imposto de renda;
• Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado o recolhimento mensal
com base em estimativa;

27
27
UNIDADE Formas de Tributação

• Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de


assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, admi-
nistração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resul-
tantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

PERCENTUAIS
ESPÉCIES DE ATIVIDADES GERADORAS DE RECEITA
SOBRE A RECEITA
- Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural. 1,6%
- Vendas de mercadorias ou produtos (exceto revenda de combustíveis para consumo) - Transporte de
cargas - Serviços hospitalares - Atividade rural - Industrialização - Atividades imobiliárias - Construção
por empreitada, qaundo houver emprego de materiais próprios, em qualquer quantidade - Qualquer
8%
outra atividade (exceto prestação de serviços) para a qual não esteja previsto percentual especificado
- Industrialização de produtos em que a matéria-prima, ou o produto intermediário ou o material de
embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a industrialização.
- Serviços de transporte (exceto o de cargas) - Serviços (exceto hospitalares, de transporte e de socieda-
des civis de profissões regulamentadas) prestados com exclusividade por empresas com receita bruta 16%
anual não superior a R$ 120.000,00.
- Serviços em geral para os quais não esteja previsto percentual específico, inclusive os prestados por socie-
dades civis de profissões regulamentadas (que, de acordo com o Novo Código Civil, passam a ser chamadas
de sociedade simples) - Intermediação de negócios - Administração, locação ou cessão de bens imóveis, 32%
móveis e direitos de qualquer natureza - Serviços de mão de obra de construção civil, quando a prestadora
não empregar materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra.

Além disso, a legislação elaborou uma listagem indicando os percentuais de pre-


sunção para o cálculo do IRPJ, vejamos:

A adoção dessa sistemática pode ser benéfica para as empresas altamente lu-
crativas; assim, que tal analisarmos os dados na visão de um consultor tributário?

Imaginemos uma empresa revendedora de produtos, olhando a tabela aqui apre-


sentada e identificando que o seu percentual para o IRPJ será de 8%. Suponha
também que essa empresa tenha uma rentabilidade muito superior a 8% e pouco
custo, logo, adotar a forma presumida de apuração do lucro provavelmente lhe trará
benefício econômico.

Mas vamos prosseguir, afinal, existem outros tributos que devem ser calculados e
como já conversamos, devemos fazer os cálculos de forma global – e não olhando
apenas um tributo.

A opção pela tributação com base no lucro presumido será manifestada por
ocasião do pagamento da primeira quota, ou quota única do imposto devido no pri-
meiro trimestre do ano-calendário, vencível no último dia útil de abril (RIR/1999,
Art. 516, § 4º; Art. 856). É definitiva para todo o ano-calendário.

Diferente do simples nacional, que os recolhimentos são mensais, no lucro pre-


sumido o imposto de renda e a contribuição social são apurados trimestralmente,
assim, soma-se a receita bruta e demais receitas de 3 em 3 meses, obtendo ao final
do exercício quatro trimestres. Quanto ao pagamento, o vencimento será no último
dia útil dos três meses subsequentes ao de encerramento do período de apuração
a que corresponder:

28
• Janeiro, fevereiro e março = 1º trimestre = 30 de abril;
• Abril, maio e junho = 2º trimestre = 30 de julho;
• Julho, agosto e setembro = 3º trimestre = 30 de outubro;
• Outubro, novembro e dezembro = 4º trimestre = 30 de janeiro.

Outro benefício da forma presumida é que a empresa pode efetuar o pagamento


por meio de uma quota única, conforme as datas mencionadas, ou pode dividir o
valor a pagar em até três vezes.

Importante! Importante!

Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 (um mil reais), e o imposto de
valor inferior a R$ 2.000,00 (dois mil reais) só poderá ser pago em quota única, conforme
previsto no Artigo 5º da Lei n.º 9.430/96. Vale ressaltar que haverá incidência da taxa
Selic na segunda e terceira parcela.

Já a contribuição social sobre o lucro líquido possui outros percentuais. O Artigo


22 da Lei n.º 10.684/2003 indica que a base de cálculo da CSLL devida pelas
pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido corresponderá a:
• 12% da receita bruta nas atividades comerciais, industriais, serviços hospitala-
res e de transporte;
• 32% para a prestação de serviços em geral, exceto os hospitalares e de trans-
porte; intermediação de negócios; administração, locação ou cessão de bens
imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza.

Após identificar a base de cálculo aplicando os percentuais indicados conforme


cada atividade, o segundo passo para calcular os tributos devidos é aplicar os per-
centuais efetivos do imposto de renda e da contribuição. Vejamos:
Alíquota Tributo
15% IRPJ
A base de cálculo que exceder o valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00
10% de
(vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração, sujeita-
adicional
-se à incidência de adicional de imposto à alíquota de 10% (dez por cento).
9% CSLL

Vamos a um exemplo prático, pois isso facilitará o entendimento das premissas


apresentadas:

A empresa Tudo Pronto Ltda., tributada pelo lucro presumido, exerce atividade de pres-
tação de serviços e obteve o seguinte faturamento: janeiro R$ 50.000,00 (a), fevereiro
R$ 80.000,00 (b) e março R$ 120.000,00 (c), totalizando (a + b + c) R$ 250.000,00
(duzentos e cinquenta mil reais). A empresa possui rendimentos financeiros e neste
trimestre apurou um rendimento dessa aplicação no valor de R$ 5.000,00.

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UNIDADE Formas de Tributação

Apuração de lucro presumido – IRPJ


Valor da receita – 1º trimestre de 201x R$ 250.000,00
(x) Alíquota de presunção para o IRPJ 32%
(=) Base de cálculo R$ 80.000,00
(+) Receitas financeiras R$ 5.000,00
(=) Base de cálculo total (presumido + demais receitas) R$ 85.000,00
(x) Alíquota de 15% – IRPJ R$ 12.750,00
Base para o adicional do IRPJ (85.000 - 60.000)* R$ 25.000,00
(x) Alíquota de 10% – adicional IRPJ R$ 2.500,00
(=) Total do IRPJ a pagar em 30 de abril de 201x R$ 15.250,00
*A base para o adicional do IRPJ será o valor que exceder a R$ 20.000,00
por mês no trimestre, assim, R$ 20.000,00 x 3 = R$ 60.000,00.

Agora calcularemos a CSLL – lembrando que para este tributo não existe a
figura do adicional:

Apuração de lucro presumido – CSLL


Valor da receita – 1º trimestre de 201x R$ 250.000,00
(x) Alíquota de presunção para CSLL 32%
(=) Base de cálculo R$ 80.000,00
(+) Receitas financeiras R$ 5.000,00
(=) Base de cálculo total (presumido + demais receitas) R$ 85.000,00
(x) Alíquota de 9% – CSLL R$ 7.650,00
(=) Total da CSLL a pagar em 30 de abril de 201x R$ 7.650,00

Perceba que neste caso, prestação de serviço, ambas as alíquotas de presunção


são iguais (32%), mas isso não ocorre sempre. Você deve sempre analisar o segmen-
to da entidade e verificar na tabela qual é o percentual para promover os cálculos.

Há um benefício no lucro presumido para as prestadoras de serviço, veja:

As empresas exclusivamente prestadoras de serviço em geral, que não sejam de


profissão regulamentada e cuja receita bruta não exceder R$ 120.000,00, pode-
rão utilizar, para determinação da base do imposto, o percentual de 16% ao invés
dos 32%, ou seja, metade do percentual fixado.

Atenção às condições:
• Não ser profissão regulamentada;
• Exclusivamente de serviço;
• Receita bruta acumulada não pode ultrapassar R$ 120.000,00.

Exemplo:

No primeiro trimestre de 2006, a empresa utilizou o percentual de 16% sobre


o valor da receita bruta acumulada de R$ 90.000,00 para determinar o valor do
imposto. A partir do segundo trimestre de 2006, passou a utilizar o percentual de
32% tendo em vista que o valor acumulado ultrapassou o limite de R$ 120.000,00.

30
Nesta hipótese, a empresa deve recolher a diferença de imposto referente ao
primeiro trimestre de 2006, ou seja, mais 16% (totalizando os 32%) sobre os
R$ 90.000,00, todavia, neste complemento não incidirá acréscimos legais.

Vale lembrar que temos também a figura de outros tributos, tais como PIS, Co-
fins, ISS, IPI, entre outros – nas próximas Unidades discutiremos sobre os quais em
tópicos próprios.

A princípio, vamos calcular apenas o IRPJ e a CSLL para a sistemática dos lu-
cros presumido, arbitrado e real – conforme você se familiarizar com os cálculos,
agregaremos mais conhecimentos.

Vejamos, então, os conceitos do lucro arbitrado.

Lucro Arbitrado
A utilização do lucro arbitrado pode ocorrer nas seguintes situações:

A escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios


de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para:
• Identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária;
• Ou determinar o lucro real;
• O contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documen-
tos da escrituração comercial e fiscal, ou deixar de apresentar o livro caixa, no
qual deverá estar escriturada toda a movimentação financeira, inclusive bancária,
quando optar pelo lucro presumido e não mantiver escrituração contábil regular;
• O contribuinte optar indevidamente pelo lucro presumido;
• O comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de escri-
turar e apurar o lucro de sua atividade separadamente do lucro do comitente,
residente ou domiciliado no exterior;
• O contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis
recomendadas, livro razão ou fichas utilizadas para resumir, totalizar, por conta
ou subconta, os lançamentos efetuados no diário;
• O contribuinte não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais,
ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação
fiscal, nos casos em que o mesmo se encontre obrigado ao lucro real;
• O contribuinte não escriturar ou deixar de apresentar à autoridade tributária
os livros ou registros auxiliares de que trata o § 2º do Artigo 177 da Lei n.º
6.404/76 e § 2º do Artigo 8º do Decreto-Lei nº 1.598/77.
Fonte: RFB (2013)

Desse modo, tanto a autoridade fiscal por meio de uma fiscalização, ou o con-
tribuinte através da denúncia espontânea pode utilizar a forma arbitrada do lucro.
Veja o significado de arbitrar, conforme o dicionário on-line Priberam:

31
31
UNIDADE Formas de Tributação

Arbitrar: conjugar (latim arbitro, -are) v. tr.


Explor

1. Decidir por arbitragem. 2. Julgar, sentenciar ou avaliar por meio de (ou como) arbitrador.
3. Estipular. 4. Propor meios. 5. Determinar por arbítrio.

Assim, conhecida a receita bruta, e, desde que ocorrida qualquer das hipóteses
de arbitramento previstas na legislação fiscal, o contribuinte poderá efetuar o paga-
mento do imposto de renda correspondente com base nas regras do lucro arbitrado
(RIR/1999, Art. 532). Porém, quando desconhecida a receita bruta, sobre valores
(bases) expressamente fixados pela legislação fiscal (RIR/1999, Art. 535).
A tributação com base no lucro arbitrado será manifestada mediante o paga-
mento da primeira quota ou da quota única do imposto devido, correspondente ao
período de apuração trimestral em que o contribuinte, pelas razões determinantes
na legislação, encontrar-se em condições de proceder ao arbitramento do seu lucro.
A apuração do imposto de renda com base no lucro arbitrado abrangerá todo o
ano- calendário, ficando assegurada, nos trimestres não submetidos ao arbitramen-
to, a tributação com base no lucro real ou lucro presumido, desde que atendidos
os requisitos de cada regime de tributação. A forma de recolhimento para esta
sistemática é idêntica ao lucro presumido.

Mas, atenção, mesmo sendo tributadas com base no lucro arbitrado, persiste a
obrigatoriedade de comprovação das receitas efetivamente recebidas ou auferidas.
O arbitramento de lucro em si, por não ser uma sanção, mas uma forma de apura-
ção da base de cálculo do imposto, não exclui a aplicação das penalidades cabíveis.

A base de cálculo será a receita bruta, de modo que sobre essa base será aplica-
do um dos percentuais para estimativa sobre a receita, conforme Quadro a seguir,
perceba que a base corresponde aos percentuais de presunção acrescidos de 20%:
Atividades Percentuais
Atividades em geral, atividade rural, venda de mercadorias ou produtos (exceto revenda de com-
bustíveis para consumo), industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante, qualquer
9,6%
outra atividade (exceto prestação de serviços) para a qual não esteja previsto percentual específico
(RIR/1999, Art. 532)
Revenda para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural 1,92%
Serviços de transporte (exceto transporte de carga) 19,2%
Serviços de transporte de carga 9,6%
Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 38,4%
Serviços hospitalares 9,6%
Intermediação de negócios 38,4%
Administração, locação ou cessão de bens e direitos de qualquer natureza (inclusive imóveis), pres-
tação de serviços pelas sociedades civis, relativos ao exercício de profissão legalmente regulamen-
38,4%
tada, construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra, prestação de
qualquer outro tipo de serviço não mencionado anteriormente.
Factoring 38,4%
Bancos, instituições financeiras e assemelhados 45%

Fonte: Fisconet

32
Sobre a base de cálculo apurada de acordo com as normas examinadas no item
anterior, será calculado o imposto de renda mediante aplicação de alíquota:

de 15% (quinze por cento) sobre a base de cálculo apurada;

adicional sobre a parcela do lucro arbitrado que exceder o valor resultante da


multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respec-
tivo período de apuração.

A contribuição social sobre o lucro líquido terá os seguintes percentuais:


• 12% para as receitas das atividades comerciais, industriais, imobiliárias e hos-
pitalares:
• 32% no caso de receitas de serviços em geral, exceto serviços hospitalares.

Perceba que a partir do momento em que se descobre a base de cálculo com a


utilização dos percentuais do Quadro anterior, o cálculo para apurar o lucro arbitra-
do é idêntico ao apresentado pelo lucro presumido, por este motivo, vamos utilizar
o mesmo exemplo.

A empresa Tudo Pronto Ltda., tributada pelo lucro presumido, exerce atividade de pre-
stação de serviços e obteve o seguinte faturamento: janeiro R$ 50.000,00 (a), fevereiro
R$ 80.000,00 (b) e março R$ 120.000,00 (c), totalizando (a + b + c) R$ 250.000,00
(duzentos e cinquenta mil reais). A empresa possui rendimentos financeiros e neste
trimestre apurou um rendimento dessa aplicação no valor de R$ 5.000,00

Apuração de lucro arbitrado – IRPJ


Valor da receita – 1º trimestre de 201x R$ 250.000,00
(x) Alíquota de arbitramento para o IRPJ 38,4%
(=) Base de cálculo R$ 96.000,00
(+) Receitas financeiras R$ 5.000,00
(=) Base de cálculo total (presumido + demais receitas) R$ 101.000,00
(x) Alíquota de 15% – IRPJ R$ 15.150,00
Base para o adicional do IRPJ (101.000-60.000) R$ 41.000,00
(x) Alíquota de 10% – adicional IRPJ R$ 4.100,00
(=) Total do IRPJ a pagar em 30 de abril de 201x R$ 19.250,00

Apuração de lucro arbitrado – CSLL


Valor da receita – 1º trimestre de 201x R$ 250.000,00
(x) Alíquota de presunção para o CSLL 32%
(=) Base de cálculo R$ 80.000,00
(+) Receitas financeiras R$ 5.000,00
(=) Base de cálculo total (presumido + demais receitas) R$ 85.000,00
(x) Alíquota de 9% – CSLL R$ 7.650,00
(=) Total da CSLL a pagar em 30 de abril de 201x R$ 7.650,00

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UNIDADE Formas de Tributação

Nos exemplos demonstrados, conhecíamos a receita bruta. Por outro lado, se o


contribuinte desconhecer e não comprovar a totalidade de sua receita, essa base de
cálculo será determinada por meio de um procedimento de ofício, e serão utilizadas
as seguintes bases tanto para o IRPJ quanto para a CSLL:

Bases alternativas Percentuais


Lucro real referente ao último período em que a pessoa jurídica manteve escrituração de
150%
acordo com as leis comerciais e fiscais.
Soma dos valores do ativo circulante, realizável a longo prazo e permanente, existentes
40%
no último balanço patrimonial conhecido.
Valor do capital, inclusive correção monetária contabilizada como reserva de capital,
constante do último balanço patrimonial conhecido ou registrado nos atos de 70%
constituição ou alteração da sociedade.
Valor do patrimônio patrimonial líquido constante do último balanço conhecido. 50%
Valor das compras de mercadorias efetuadas no mês. 40%
Soma, em cada mês, dos valores da folha de pagamento dos empregados e das compras
40%
de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem.
Soma dos valores devidos no mês aos empregados. 80%
Valor mensal do aluguel. 90%
Fonte: Fisconet

O lucro arbitrado não representa uma punição para a empresa, mas um meio de
o fisco exigir o tributo quando essa empresa não atende às condições para determi-
nar a base de cálculo pelo lucro real, lucro presumido ou pelo simples. No entanto,
no lucro arbitrado, os percentuais de lucratividade utilizados para determinar a
base de cálculo do imposto de renda são 20% superiores aos utilizados para o lucro
presumido, o que pode tornar a utilização desse sistema extremamente onerosa.

Muito bem, agora que você já conhece a sistemática do simples, do presumido


e do arbitrado, deixaremos para o nosso próximo encontro as explicações para o
lucro real, isto porque é um sistema mais detalhado e que exige mais explicações.
Assim, para treinar o que aprendemos, realizaremos as atividades e os exercícios
propostos apenas dessas sistemáticas e posteriormente nos aprofundaremos mais
com o lucro real.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo
https://goo.gl/5QY6jd

Livros
Planejamento tributário: teoria e pratica
CREPALDI, S. Lucro real, presumido ou simples? In: Planejamento tributário: teoria e
pratica. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
Imposto de renda das empresas: interpretação e prática
HIGUCHI, H. Lucro real, trimestral ou anual. In: Imposto de renda das empresas:
interpretação e prática. [S.l.: s.n.], 2017. p. 29.

Leitura
Imposto de Renda das Empresas
https://goo.gl/JtzX47
As micro e pequenas empresas, o simples nacional e o problema dos créditos de ICMS
https://goo.gl/Z4Ay33

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UNIDADE Formas de Tributação

Referências
BRASIL. Regulamento do Imposto de Renda (RIR). Decreto n.º 3.000, de 26
de março de 1999. Brasília, DF, 2009. Disponível em: http://www.receita.fazen-
da.gov.br/Legislacao/rir/default.htm. Acesso em: 31 ago. 2018.

______. Portal simples nacional. [20--a]. Disponível em: http://www8.receita.


fazenda.gov.br/SimplesNacional. Acesso em: 31 ago. 2018.

______. Portal do empreendedor. [20--b]. Disponível em: https://www.portal-


doempreendedor.gov.br. Acesso em: 31 ago. 2018.

IMPOSTO de renda: lucro arbitrado, normas gerais. [20--]. Disponível em: http://
www.fisconet.com.br/site/pub/colecao/2. Acesso em: 31 ago. 2018.

SIMPLES nacional: principais alterações do simples nacional a partir de 2018.


2018. Disponível em: http://www.iobonline.com.br. Acesso em: 31 ago. 2018.

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