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3-Formas de Tributação
3-Formas de Tributação
Formas de Tributação
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Formas de Tributação
• Contextualização;
• Formas de Tributação.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Aprender sobre as formas de tributação existentes na legislação brasileira:
Simples Nacional, Lucro Presumido; Lucro Arbitrado e Lucro Real.
· Aprender sobre a sistemática de cálculo dos tributos sobre o lucro
das empresas, para auxiliar no Planejamento Tributário, indicando a
forma de tributação menos onerosa e que mais se ajuste para cada
tipo em empresa
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Formas de Tributação
Contextualização
Muito se ouve dizer sobre o Simples Nacional, todavia, nem sempre sua adesão
traz os melhores resultados financeiros à empresa.
Acesse este link: https://goo.gl/meKYVB e veja a reportagem que descreve de forma simpli-
Explor
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Introdução
Atualmente, as empresas podem recolher seus tributos de 4 maneiras:
• Simples nacional;
• Lucro presumido;
• Lucro arbitrado;
• Lucro real.
A escolha é confirmada por meio do recolhimento da primeira guia de Imposto
de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), no caso de se optar entre lucro real, presumido
ou arbitrário, e valerá para todo aquele ano-calendário. Todavia, algumas empre-
sas são obrigadas a calcular os seus tributos pela sistemática do lucro real, o que
veremos mais adiante.
Já o simples nacional possui uma lista de atividades permitidas, onde a empresa
deve solicitar o seu enquadramento até o último dia útil do mês de janeiro. Uma
vez deferida, produz efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário da opção.
Vamos detalhar um pouco mais sobre cada uma dessas formas de apuração
do lucro. Vale ressaltar que compreender cada sistemática já é um planejamento
tributário, isto porque por meio dos cálculos de cada um dos modelos disponíveis,
conseguimos identificar a melhor forma de tributação a ser adotada, visando sem-
pre à redução financeira.
Por este motivo, ao fim de cada ano-calendário é interessante a empresa promo-
ver um estudo simulando as diversas formas de calcular os tributos para analisar e
verificar a forma mais econômica – claro que de acordo com a legislação, levando
em consideração as regras e vedações impostas.
Simples Nacional
O simples nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e
fiscalização de tributos aplicável às microempresas e empresas de pequeno porte,
previsto na Lei Complementar n.º 123, de 14 de dezembro de 2006.
Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios).
É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da
Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal
e dois dos Municípios.
Para o ingresso no simples nacional é necessário o cumprimento das seguin-
tes condições:
• Enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte;
• Cumprir os requisitos previstos na legislação;
• Formalizar a opção pelo simples nacional.
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UNIDADE Formas de Tributação
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» Tiver titular ou sócio com participação maior que 10% do capital de outra
empresa não beneficiada pelo estatuto nacional, se a receita bruta global
ultrapassar o limite de R$ 4.800.000,00;
» Tiver sócio ou titular como administrador ou equiparado de outra pessoa
jurídica com fins lucrativos, se a receita bruta global ultrapassar o limite de
R$ 4.800.000,00;
» Estiver constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;
» Participar do capital de outra pessoa jurídica;
» Exercer atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimen-
to, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investi-
mento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos,
valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de
seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar;
» For resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de des-
membramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 anos-
-calendário anteriores;
» Estiver constituída sob a forma de sociedade por ações.
Fonte: IOB
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UNIDADE Formas de Tributação
Alíquotas e Anexos
O simples nacional é dividido em tabelas de acordo com cada segmento de
empresa: comércio, indústria, serviços, serviços gerais e locação de bens móveis,
entre outros. Para cada atividade, há aplicação de um anexo que contém faixas de
faturamento acumulado, uma alíquota nominal e o valor de parcela a deduzir. Estes
anexos auxiliarão no cálculo do DAS. Os anexos também trazem o percentual de
destinação entre os tributos que são recolhidos no DAS (IRPJ, CSLL, Cofins, PIS/
Pasep, CPP, ISS e ICMS).
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• Anexo II, que deverá ser utilizado para as atividades de venda de mercadorias
industrializadas pelo contribuinte.
• Anexo III, que deverá ser utilizado para as atividades de prestação de serviços,
tais como creche, pré-escola, estabelecimento de Ensino Fundamental, escolas
técnicas, profissionais e de Ensino Médio, de línguas estrangeiras, de artes,
cursos técnicos, preparatórios para concurso, agências terceirizadas de cor-
reios, agências de turismo, autoescolas, agências lotéricas, serviços de reparos
e de manutenção em geral, transporte municipal de passageiros e de cargas
em qualquer modalidade, escritórios de serviços contábeis, produções cinema-
tográficas, audiovisuais, artísticas e culturais, sua exibição ou apresentação,
corretagem de seguros, corretagem de imóveis de terceiros, as atividades de
prestação de serviços de comunicação, entre outras.
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UNIDADE Formas de Tributação
Anexo III – Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Receitas de locação de bens móveis e de
prestação de serviços não relacionados no § 5º-C do art. 18 da Lei Complementar nº 123/2006
(vigência a partir de 1º.01.2018)
RECEITA BRUTA EM 12 MESES ALÍQUOTA VALOR A DEDUZIR (EM R$)
1ª Faixa Até a 180.000,00 6,00% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 11,20% 9.360,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 13,50% 14.640,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 16,00% 35.640,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21,00% 125.640,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 648.000,00
Quando o valor da RBT12 for superior ao limite da 5ª faixa, para a parcela que não ultrapassar o sublimite, o porcentual
efetivo do ISS será calculado conforme segue: {[(RBT12 x 21%) - R$ 125.640,00]/RBT12} x 33,5%.
Esse percentual efetivo resultante também ficará limitado a 5%, redistribuindo-se eventual diferença para os tributos
federais, na forma anteriormente prevista, de acordo com os seguintes percentuais:
RESDISTRIBUIÇÃO IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP CPP TOTAL
DO ISSS EXCEDENTE 6,02% 5,26% 19,28% 4,18% 65,26% 100%
(Resolução CGSN nº 94/2011, art. 25-A, § 1º. I; Resolução CGSN nº 135/2017)
• Anexo IV, que deverá ser utilizado para as atividades de prestação dos serviços
de construção de imóveis e obras de Engenharia em geral, inclusive sob a forma
de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, decoração de
interiores, serviço de vigilância, limpeza ou conservação, serviços advocatícios.
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PERCENTUAL DE REPARTIÇÃO DOS TRIBUTOS
FAIXAS
IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP ISS (*)
1ª Faixa 18,80% 15,20% 17,67% 3,83% 44,50%
2ª Faixa 19,80% 15,20% 20,55% 4,45% 40,00%
3ª Faixa 20,80% 15,20% 19,73% 4,27% 40,00%
4ª Faixa 17,80% 19,20% 18,90% 4,10% 40,00%
5ª Faixa 18,80% 19,20% 18,08% 3,92% 40,00% (*)
6ª Faixa 53,50% 21,50% 20,55% 4,45% -
(*) O percentural efetivo máximo devido ao ISS será de 5%, transferindo-se a diferença, de forma proporcional, aos
tributos federais, da mesma faixa de receita bruta anual. Sendo assim, na 5ª faixa, quando a alíquota efetiva for
superior a 12,5%, a repartição será:
FAIXA IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP ISS (*)
5ª Faixa, com
(Alíquota efetiva (Alíquota efetiva (Alíquota efetiva (Alíquota efetiva - Percentual de ISS
alíquota efetiva
- 5%) x 31,33% - 5%) x 32,00% - 5%) x 30,13% 5%) x 6,54% fixo em 5%
superior a 12,5%
(*) Quando o percentural efetivo do ISS for superior a 5%, o resultado limitar-se-á a 5%, transferindo-se a diferença para
os tributos federais, de forma proporcional aos percentuais a seguir. Os percentuais redistribuídos serão acrescentados
aos percentuais efetivos de cada tributo federal da respectiva faixa.
Quando o valor da RBT12 for superior ao limite da 5ª faixa, para a parcela que não ultrapassar o sublimite, o porcentual
efetivo do ISS será calculado conforme segue: {[(RBT12 x 22%) - R$ 183.780,00]/RBT12} x 40%.
Esse percentual efetivo resultante também ficará limitado a 5%, redistribuindo-se eventual diferença para os tributos
federais, na forma anteriormente prevista, de acordo com os seguintes percentuais:
RESDISTRIBUIÇÃO IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP TOTAL
DO ISSS EXCEDENTE 31,33% 32% 30,13% 6,54% 100%
(Resolução CGSN nº 94/2011, art. 25-A, § 1º. I; Resolução CGSN nº 135/2017)
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UNIDADE Formas de Tributação
(*) Quando o percentural efetivo do ISS for superior a 5%, o resultado limitar-se-á a 5%, transferindo-se a diferença
para os tributos federais, de forma proporcional aos percentuais a seguir. Os percentuais redistribuídos serão acrescen-
tados aos percentuais efetivos de cada tributo federal da respectiva faixa.
Quando o valor da RBT12 for superior ao limite da 5ª faixa, para a parcela que não ultrapassar o sublimite, o porcentual
efetivo do ISS será calculado conforme segue: {[(RBT12 x 22%) - R$ 183.780,00]/RBT12} x 40%.
Esse percentual efetivo resultante também ficará limitado a 5%, redistribuindo-se eventual diferença para os tributos
federais, na forma anteriormente prevista, de acordo com os seguintes percentuais:
RESDISTRIBUIÇÃO IRPJ CSLL CONFINS PIS/PASEP CPP TOTAL
DO ISSS EXCEDENTE 30,07% 16,34% 18,43% 3,99% 31,17% 100%
(Resolução CGSN nº 94/2011, art. 25-A, § 1º. I; Resolução CGSN nº 135/2017)
Cálculo do DAS
O recolhimento dos tributos unificados no Simples Nacional é feito através do
DAS. Seu cálculo deve ser efetuado, de forma on-line, no Portal do Simples Nacio-
nal, pelo site da Receita Federal do Brasil (RFB) através do Programa Gerador do Do-
cumento de Arrecadação do Simples Nacional – Declaratório (PGDAS-D), todavia,
deve-se entender a sistemática de cálculo para que se possa realizar um bom plane-
jamento tributário. Porém, antes faz-se importante contextualizar alguns conceitos:
• Base de cálculo – será a receita bruta auferida mensalmente pelas vendas de
serviços e produtos (regime de competência), podendo o contribuinte optar
por fazer a apuração sobre a receita recebida no mês (regime de caixa), sendo
esta opção irretratável para todo o ano-calendário.
• Opção pelo regime de caixa ou competência – a opção pelo regime será
feita por meio do aplicativo da Receita Federal.
• Receita bruta – para fins do simples, compõem a receita bruta o produto da
venda de bens e serviços nas operações, o preço dos serviços prestados, ex-
cluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. Não
compõem a receita bruta a venda de bens do ativo imobilizado, os juros mo-
ratórios, as multas e quaisquer outros encargos auferidos em decorrência do
atraso no pagamento de operações ou prestações, a remessa de mercadorias
a título de bonificação, doação ou brinde, a remessa de amostra grátis, os
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valores recebidos a título de multa ou indenização por rescisão contratual.
Deverão ser segregadas da receita bruta as receitas de exportação e produtos
em substituição tributária para que sejam observadas as regras específicas de
acordo com a Lei n.º 123/2006.
• Prazo de recolhimento do DAS – os tributos apurados no simples nacional terão
como prazo para pagamento o dia 20 do mês subsequente ao da apuração. Quan-
do a empresa tiver filiais, estas deverão recolher de forma centralizada na matriz.
Fica vedada a emissão de DAS menor que R$ 10,00 – quando a apuração resultar
em valor menor, este deverá ser diferido para recolhimento no mês subsequente.
• Fator R (folha de salários) – a partir de 2018 as empresas que exerçam
as atividades sujeitas ao Anexo V deverão observar o percentual do fator R,
pois, se este for igual ou superior a 28% será utilizado o Anexo III, mas se
for inferior a 28%, o Anexo V. O fator R é obtido no cálculo da razão entre
a folha de salários e receita bruta em relação à prestação de serviço. Serão
considerados para cálculo o RBT12 e as folha de salários, incluídos encargos,
o montante pago nos 12 meses anteriores ao período de apuração, a título de
remunerações a pessoas físicas decorrentes do trabalho (salários e retiradas de
pró-labore), acrescidos do montante efetivamente recolhido a título de contri-
buição patronal previdenciária e FGTS, incluídas as retiradas de pró-labore.
A loja de roupas Sempre Bonita Ltda., empresa de pequeno porte optante pelo
simples nacional, exerce a atividade de comércio de revenda de roupas e no mês de
abril de 2018, obteve uma receita bruta de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Considere
que não houve receitas com exportação ou produtos em substituição tributária.
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UNIDADE Formas de Tributação
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Importante! Importante!
A receita bruta acumulada dos últimos 12 meses é composta de abril de 2017 a março
de 2018, ok? E assim por diante, ou seja, na apuração de maio/2018, a receita bruta
acumulada será de maio de 2017 a abril de 2018, ok?
Observações:
• IRPJ, exceto rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa
ou variável; ganhos de capital auferidos na alienação de bens do ativo permanente
e pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica à pessoa física;
• IP, Cofins e PIS/Pasep, exceto o incidente na importação;
• ISS, exceto serviços sujeitos à substituição tributária, retenção na fonte e
importação de serviços;
• CPP, exceto no caso da microempresa ou da empresa de pequeno porte que se
dedique às atividades de prestação de serviços referidas no Parágrafo 5º C do
Artigo 18 da Lei Complementar n.º 123/2006. Dispensa pagamento de salário
educação, seguro acidente e contribuições para o sistema S;
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UNIDADE Formas de Tributação
• ICMS, exceto o Artigo 13, Parágrafo 1º, XIII, alíneas de a a g – substituição tribu-
tária, diferencial de alíquota, por ocasião de desembaraço financeiro, sobre estoque
desacobertado de documentação fiscal, operações ou prestações desacobertadas
de documento fiscal, regime de antecipação do recolhimento do imposto, nas
aquisições em outras unidades da Federação etc.
Para apurar o valor do DAS referente ao mês de julho de 2014, com vencimen-
to em 20 de agosto de 2014, primeiramente devemos segregar as receitas do mês
de julho de 2014 de indústria e comércio.
• 1º passo – segregar as receitas no mês de apuração:
» Julho de 2014 – Comércio = R$ 50.000,00
» Julho de 2014 – Indústria = R$ 32.000,00
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• 2º passo - apurar o RBT12:
» R$ 984.844,00
As alíquotas para cálculo do imposto a ser pago no simples nacional não são fixas;
variam a cada mês em função do RBT12, da aplicação das faixas dos anexos de I a V,
e do cálculo da alíquota efetiva.
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UNIDADE Formas de Tributação
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Cálculo para a atividade de Indústria:
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UNIDADE Formas de Tributação
Fórmula:
Nesse exemplo, a razão resultou em 30%, portanto, maior que 28%, será apli-
cado no mês de janeiro/2018 o Anexo III.
Neste exemplo, nota-se que não temos valores para a apuração do RBT12,
assim fique atento(a) à metodologia do cálculo neste caso:
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Dado o Anexo I, vamos às apurações:
Apuração Janeiro
* Para determinar a alíquota no 1º mês de atividade, a empresa utilizará como RBT acumulada, a receita auferida no
próprio mês de apuração, multiplicada por 12.
Tributo Valor ratear (em R$) Percentual (%) Valor devido (em R$)
IRPJ R$ 14.175,00 5,50% R$ 779,63
CSLL R$ 14.175,00 3,50% R$ 496,13
COFINS R$ 14.175,00 12,74% R$ 1.805,90
PIS/PASEP R$ 14.175,00 2,76% R$ 391,23
CPP R$ 14.175,00 42,00% R$ 5.953,50
ICMS R$ 14.175,00 33,50% R$ 4.748,63
TOTAL 100,00% R$ 14.175,00
Apuração Fevereiro
* Para efeito de determinação da alíquota, nos 11 meses seguintes ao do início de atividade, a empresa utilizará a
média aritmética da RBT auferida nos meses anteriores ao do período de apuração, multiplicada por 12.
Tributo Valor ratear (em R$) Percentual (%) Valor devido (em R$)
IRPJ R$ 17.010,00 5,50% R$ 935,55
CSLL R$ 17.010,00 3,50% R$ 595,35
COFINS R$ 17.010,00 12,74% R$ 2.167,07
PIS/PASEP R$ 17.010,00 2,76% R$ 469,48
CPP R$ 17.010,00 42,00% R$ 7.144,20
ICMS R$ 17.010,00 33,50% R$ 5.698,35
TOTAL 100,00% R$ 17.010,00
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UNIDADE Formas de Tributação
Apuração Março
* Para efeito de determinação da alíquota, nos 10 meses seguintes ao do início de atividade, a empresa utilizará a
média aritmética da RBT auferida nos meses anteriores ao do período de apuração, multiplicada por 12.
Tributo Valor ratear (em R$) Percentual (%) Valor devido (em R$)
IRPJ R$ 22.252,50 5,50% R$ 1.223,89
CSLL R$ 22.252,50 3,50% R$ 778,84
COFINS R$ 22.252,50 12,74% R$ 2.834,97
PIS/PASEP R$ 22.252,50 2,76% R$ 614,17
CPP R$ 22.252,50 42,00% R$ 9.346,05
ICMS R$ 22.252,50 33,50% R$ 7.454,59
TOTAL 100,00% R$ 22.252,50
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O optante pelo Simei deverá recolher, por meio do DAS gerado pelo Programa
Gerador do DAS para o MEI (PGMEI) o valor fixo mensal de acordo com a seguinte
tabela, além dos montantes de tributos sobre a folha quando tiver funcionário.
Apesar de ser um sistema prático e muito mais simples do que os demais, nem
sempre é indicado a todas as atividades/empresas. É necessário efetuar outros cál-
culos nas demais formas de apuração, a escolha pelo simples nacional.
Desse modo, é preciso aprender as demais formas de apuração do lucro para
efetuarmos um planejamento tributário correto, assim, passamos agora à explica-
ção do lucro presumido.
Lucro Presumido
O nome lucro presumido já sugere a sistemática desta modalidade, ou seja, pre-
sume-se o lucro da pessoa jurídica aplicando um percentual, estipulado pela Receita
Federal do Brasil, sobre a sua receita bruta e de outras receitas sujeitas à tributação.
As pessoas jurídicas que podem optar por essa sistemática devem se atentar às
seguintes regras:
• Sua receita bruta total tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (seten-
ta e oito milhões de reais), no ano-calendário anterior, ou a R$ 6.500.000,00
(seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses em
atividade no ano-calendário anterior;
• Não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função da atividade
exercida ou de sua constituição societária ou natureza jurídica.
Por outro lado, existem vedações expressas para algumas empresas proibindo a
adoção do lucro presumido. São aquelas pessoas jurídicas que, por determinação
legal, estão obrigadas à apuração do lucro real:
• Cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos
de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento
e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de
títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperati-
vas de crédito, empresas de seguro privado e de capitalização e entidades de
previdência privada aberta;
• Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
• Que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir de benefícios fis-
cais relativos à isenção ou redução do imposto de renda;
• Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado o recolhimento mensal
com base em estimativa;
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UNIDADE Formas de Tributação
PERCENTUAIS
ESPÉCIES DE ATIVIDADES GERADORAS DE RECEITA
SOBRE A RECEITA
- Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural. 1,6%
- Vendas de mercadorias ou produtos (exceto revenda de combustíveis para consumo) - Transporte de
cargas - Serviços hospitalares - Atividade rural - Industrialização - Atividades imobiliárias - Construção
por empreitada, qaundo houver emprego de materiais próprios, em qualquer quantidade - Qualquer
8%
outra atividade (exceto prestação de serviços) para a qual não esteja previsto percentual especificado
- Industrialização de produtos em que a matéria-prima, ou o produto intermediário ou o material de
embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a industrialização.
- Serviços de transporte (exceto o de cargas) - Serviços (exceto hospitalares, de transporte e de socieda-
des civis de profissões regulamentadas) prestados com exclusividade por empresas com receita bruta 16%
anual não superior a R$ 120.000,00.
- Serviços em geral para os quais não esteja previsto percentual específico, inclusive os prestados por socie-
dades civis de profissões regulamentadas (que, de acordo com o Novo Código Civil, passam a ser chamadas
de sociedade simples) - Intermediação de negócios - Administração, locação ou cessão de bens imóveis, 32%
móveis e direitos de qualquer natureza - Serviços de mão de obra de construção civil, quando a prestadora
não empregar materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra.
A adoção dessa sistemática pode ser benéfica para as empresas altamente lu-
crativas; assim, que tal analisarmos os dados na visão de um consultor tributário?
Mas vamos prosseguir, afinal, existem outros tributos que devem ser calculados e
como já conversamos, devemos fazer os cálculos de forma global – e não olhando
apenas um tributo.
A opção pela tributação com base no lucro presumido será manifestada por
ocasião do pagamento da primeira quota, ou quota única do imposto devido no pri-
meiro trimestre do ano-calendário, vencível no último dia útil de abril (RIR/1999,
Art. 516, § 4º; Art. 856). É definitiva para todo o ano-calendário.
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• Janeiro, fevereiro e março = 1º trimestre = 30 de abril;
• Abril, maio e junho = 2º trimestre = 30 de julho;
• Julho, agosto e setembro = 3º trimestre = 30 de outubro;
• Outubro, novembro e dezembro = 4º trimestre = 30 de janeiro.
Importante! Importante!
Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 (um mil reais), e o imposto de
valor inferior a R$ 2.000,00 (dois mil reais) só poderá ser pago em quota única, conforme
previsto no Artigo 5º da Lei n.º 9.430/96. Vale ressaltar que haverá incidência da taxa
Selic na segunda e terceira parcela.
A empresa Tudo Pronto Ltda., tributada pelo lucro presumido, exerce atividade de pres-
tação de serviços e obteve o seguinte faturamento: janeiro R$ 50.000,00 (a), fevereiro
R$ 80.000,00 (b) e março R$ 120.000,00 (c), totalizando (a + b + c) R$ 250.000,00
(duzentos e cinquenta mil reais). A empresa possui rendimentos financeiros e neste
trimestre apurou um rendimento dessa aplicação no valor de R$ 5.000,00.
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UNIDADE Formas de Tributação
Agora calcularemos a CSLL – lembrando que para este tributo não existe a
figura do adicional:
Atenção às condições:
• Não ser profissão regulamentada;
• Exclusivamente de serviço;
• Receita bruta acumulada não pode ultrapassar R$ 120.000,00.
Exemplo:
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Nesta hipótese, a empresa deve recolher a diferença de imposto referente ao
primeiro trimestre de 2006, ou seja, mais 16% (totalizando os 32%) sobre os
R$ 90.000,00, todavia, neste complemento não incidirá acréscimos legais.
Vale lembrar que temos também a figura de outros tributos, tais como PIS, Co-
fins, ISS, IPI, entre outros – nas próximas Unidades discutiremos sobre os quais em
tópicos próprios.
A princípio, vamos calcular apenas o IRPJ e a CSLL para a sistemática dos lu-
cros presumido, arbitrado e real – conforme você se familiarizar com os cálculos,
agregaremos mais conhecimentos.
Lucro Arbitrado
A utilização do lucro arbitrado pode ocorrer nas seguintes situações:
Desse modo, tanto a autoridade fiscal por meio de uma fiscalização, ou o con-
tribuinte através da denúncia espontânea pode utilizar a forma arbitrada do lucro.
Veja o significado de arbitrar, conforme o dicionário on-line Priberam:
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UNIDADE Formas de Tributação
1. Decidir por arbitragem. 2. Julgar, sentenciar ou avaliar por meio de (ou como) arbitrador.
3. Estipular. 4. Propor meios. 5. Determinar por arbítrio.
Assim, conhecida a receita bruta, e, desde que ocorrida qualquer das hipóteses
de arbitramento previstas na legislação fiscal, o contribuinte poderá efetuar o paga-
mento do imposto de renda correspondente com base nas regras do lucro arbitrado
(RIR/1999, Art. 532). Porém, quando desconhecida a receita bruta, sobre valores
(bases) expressamente fixados pela legislação fiscal (RIR/1999, Art. 535).
A tributação com base no lucro arbitrado será manifestada mediante o paga-
mento da primeira quota ou da quota única do imposto devido, correspondente ao
período de apuração trimestral em que o contribuinte, pelas razões determinantes
na legislação, encontrar-se em condições de proceder ao arbitramento do seu lucro.
A apuração do imposto de renda com base no lucro arbitrado abrangerá todo o
ano- calendário, ficando assegurada, nos trimestres não submetidos ao arbitramen-
to, a tributação com base no lucro real ou lucro presumido, desde que atendidos
os requisitos de cada regime de tributação. A forma de recolhimento para esta
sistemática é idêntica ao lucro presumido.
Mas, atenção, mesmo sendo tributadas com base no lucro arbitrado, persiste a
obrigatoriedade de comprovação das receitas efetivamente recebidas ou auferidas.
O arbitramento de lucro em si, por não ser uma sanção, mas uma forma de apura-
ção da base de cálculo do imposto, não exclui a aplicação das penalidades cabíveis.
A base de cálculo será a receita bruta, de modo que sobre essa base será aplica-
do um dos percentuais para estimativa sobre a receita, conforme Quadro a seguir,
perceba que a base corresponde aos percentuais de presunção acrescidos de 20%:
Atividades Percentuais
Atividades em geral, atividade rural, venda de mercadorias ou produtos (exceto revenda de com-
bustíveis para consumo), industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante, qualquer
9,6%
outra atividade (exceto prestação de serviços) para a qual não esteja previsto percentual específico
(RIR/1999, Art. 532)
Revenda para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural 1,92%
Serviços de transporte (exceto transporte de carga) 19,2%
Serviços de transporte de carga 9,6%
Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 38,4%
Serviços hospitalares 9,6%
Intermediação de negócios 38,4%
Administração, locação ou cessão de bens e direitos de qualquer natureza (inclusive imóveis), pres-
tação de serviços pelas sociedades civis, relativos ao exercício de profissão legalmente regulamen-
38,4%
tada, construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra, prestação de
qualquer outro tipo de serviço não mencionado anteriormente.
Factoring 38,4%
Bancos, instituições financeiras e assemelhados 45%
Fonte: Fisconet
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Sobre a base de cálculo apurada de acordo com as normas examinadas no item
anterior, será calculado o imposto de renda mediante aplicação de alíquota:
A empresa Tudo Pronto Ltda., tributada pelo lucro presumido, exerce atividade de pre-
stação de serviços e obteve o seguinte faturamento: janeiro R$ 50.000,00 (a), fevereiro
R$ 80.000,00 (b) e março R$ 120.000,00 (c), totalizando (a + b + c) R$ 250.000,00
(duzentos e cinquenta mil reais). A empresa possui rendimentos financeiros e neste
trimestre apurou um rendimento dessa aplicação no valor de R$ 5.000,00
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O lucro arbitrado não representa uma punição para a empresa, mas um meio de
o fisco exigir o tributo quando essa empresa não atende às condições para determi-
nar a base de cálculo pelo lucro real, lucro presumido ou pelo simples. No entanto,
no lucro arbitrado, os percentuais de lucratividade utilizados para determinar a
base de cálculo do imposto de renda são 20% superiores aos utilizados para o lucro
presumido, o que pode tornar a utilização desse sistema extremamente onerosa.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo
https://goo.gl/5QY6jd
Livros
Planejamento tributário: teoria e pratica
CREPALDI, S. Lucro real, presumido ou simples? In: Planejamento tributário: teoria e
pratica. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
Imposto de renda das empresas: interpretação e prática
HIGUCHI, H. Lucro real, trimestral ou anual. In: Imposto de renda das empresas:
interpretação e prática. [S.l.: s.n.], 2017. p. 29.
Leitura
Imposto de Renda das Empresas
https://goo.gl/JtzX47
As micro e pequenas empresas, o simples nacional e o problema dos créditos de ICMS
https://goo.gl/Z4Ay33
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Referências
BRASIL. Regulamento do Imposto de Renda (RIR). Decreto n.º 3.000, de 26
de março de 1999. Brasília, DF, 2009. Disponível em: http://www.receita.fazen-
da.gov.br/Legislacao/rir/default.htm. Acesso em: 31 ago. 2018.
IMPOSTO de renda: lucro arbitrado, normas gerais. [20--]. Disponível em: http://
www.fisconet.com.br/site/pub/colecao/2. Acesso em: 31 ago. 2018.
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