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EsPCEx 2023

EsPCEx - 2023

Aula 13

AULA 12
HG: Contemporânea
Profe Alê Lopes IV
Profe. Alê Lopes

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ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

Sumário
Introdução 3

1. O mundo no pós-Segunda Guerra 4

1.1 – A reconstrução da Europa e a montagem da Ordem Bipolar 4

1.2 – A criação da Organização das Nações Unidas (ONU) 8

1.3 – Elementos Econômicos 8

2. A Guerra Fria 9
2.1 - A Influência da URSS e a crise dos mísseis 11

3. A descolonização afro-asiática 12

3.1 - Independência da Índia 14

3.2 - Independências e desdobramentos na África Subsaariana 15


3.2.1 - Lutas pela independência das colônias portuguesas e a Revolução dos Cravos 15
3.2.2 - O apartheid e independência na África do Sul 16

3.3 - Países não alinhados 17

3.4 – As Guerras da Guerra Fria 18


3.4.1 - Guerra da Coreia (1950-1953) 18
3.4.2 - Guerra do Vietnã (1959-1975) 19
3.4.3 – Conflitos Árabes-Israelenses 20

4. A luta pelos direitos civis nos EUA, na década de 1960 22

5. Reformas e desagregação da União Soviética 25

6. Lista de Questões 29

7. Gabarito 38

8. Questões Comentadas 38

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Queridas e queridos, futuros cadetes!

Enfim, chegamos até o mundo pós-guerras. Isso significa que você estudou grande parte
da história da humanidade. Por isso, já os parabenizo porque não é fácil estudar conjuntamente
a história do mundo e do Brasil.

Então, já sabe, pegue seu café e sua ampulheta porque, agora, começamos a falar de
Guerra Fria! Boa aula!

1945

1991

Introdução
O surgimento do Mundo Bipolar foi consequência de vários acontecimentos que
resultaram na “separação” do poder político mundial entre Estados Unidos (EUA) e União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). As relações de poder mudaram após as duas grandes
guerras e, no final da Segunda Guerra Mundial, ocorreu uma nova divisão geopolítica no
mundo. Por isso, se menciona a construção de uma “Nova Ordem Mundial”.

É importante, relembrar que vitória contra tirania nazifascista se deu por meio de uma aliança
temporária entre comunismo e capitalismo. De certa forma isso salvou a democracia ao mesmo
tempo em que salvava o regime soviético.

Nesse contexto do pós Segunda Guerra Mundial, após os Tratados de Potsdam,


podemos dizer que as nações hegemônicas eram os Estados Unidos da América (EUA) e a União
das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Dizer que elas eram hegemônicas significa afirmar
que exerciam poder sobre os outros países.

Veja, a hegemonia pode ser exercida de diversas formas – militar, cultural, política e
economicamente – e quando há uma discordância sobre essa hierarquia há espaço para
conflitos e guerras. Então, por isso, afirmamos que a Nova Ordem Mundial é marcada pelo
antagonismo inconciliável entre EUA e URSS.

Vale dizer que o impacto maior da URSS foi acelerar a modernização dos países agrícolas
atrasados, enquanto o impacto maior dos Estados Unidos foi o fortalecimento das ideias de
ampliação de direitos de cidadania, aumento das conquistas materiais e ampliação das
democracias, apesar de algumas experiências autoritárias ocorridas na periferia do mundo

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Capitalista (América Latina e África), em um momento que ficou conhecido como “A Era de
Outro do Capitalismo”.

Portanto, a ordem mundial bipolar é o pano de fundo de uma série de outras experiências
que ocorreram na segunda metade do século XX. Assim, o período que se estende de 1945 até
1991 não se resume à Guerra Fria, mas, com certeza, influencia os rumos de outros
acontecimentos como a descolonização afro-asiática, o desenvolvimento e os limites da
democracia nos países capitalistas, o impulso tecnológico, entre outros.

Tendo em vista essa contextualização geral, vamos nos aprofundar em alguns pontos que
são os mais relevantes para efeitos da sua prova.

1. O mundo no pós-Segunda Guerra

1.1 – A reconstrução da Europa e a montagem da Ordem Bipolar

O primeiro evento a cumprir o propósito de pensar o mundo pós-guerra foi a Conferência


de Yalta, realizada em fevereiro de 1945 e conduzida por Franklin Roosevelt, presidente dos
Estados Unidos, Josef Stálin, líder da União Soviética e Winston Churchill, primeiro-ministro
inglês.

Churchill, Roosevelt e Stálin na Conferência de Yalta. Fonte: Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.

A despeito das diferenças ideológicas existentes entre eles, o clima da reunião foi
amigável, afinal estavam todos do mesmo lado do conflito. Para varrer as experiências
totalitárias do continente, os líderes discutiram a possibilidade de realização de eleições livres
e democráticas nas porções central e Oriental, que os Aliados deveriam ocupar territórios da
Áustria e Alemanha e que pesadas indenizações deveriam ser pagas pelos alemães devido aos

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custos da guerra. Por fim, também foram discutidos aspectos da fundação de uma nova
comunidade internacional, a Organização das Nações Unidas (ONU).

Em 08 de maio, os líderes mundiais voltaram a se reunir na Conferência de Postdam, mas


o clima era bem diferente daquele visto no evento anterior. No intervalo entre as duas
conferências, os Estados Unidos haviam obtido êxito em seus testes com bobas atômicas em
regiões desérticas, o que lhe conferia maior poder de pressão, mas perdera seu presidente. Por
isso, os EUA foram representados por Henry Truman, claramente opositor de qualquer
coexistência pacífica com Stalin, da URSS.

A pauta principal das discussões foi a desmilitarização e divisão da Alemanha. Uma parte
do país foi ocupada pelos exércitos soviéticos, enquanto a outra foi dividida entre Estados
Unidos, França e Grã-Bretanha. A cidade de Berlim ficou na parte correspondente a URSS, mas
os demais participantes não aceitaram que Stálin tivesse controle total da capital alemã. Diante
do impasse, o soviético concordou em dividi-la em duas partes: a porção oriental, que ficou sob
a tutela soviética, e a porção ocidental, separada em setores comandados pelos britânicos,
franceses e norte-americanos. Assim, iniciava-se a principal divisão territorial símbolo da Guerra
Fria.

A Conferência de Potsdam foi um marco, pois a partir dela ficou claro que Estados Unidos
e a União Soviética ditariam as cartas do novo mundo. Stálin prometeu assegurar eleições livres
nos territórios sob sua influência, mas como sua intenção era fazer do Leste Europeu um
“colchão de amortecimento” contra as forças capitalistas, sua palavra nunca foi comprida. Stalin
impediu eleições na Europa Oriental.

A Alemanha e a cidade de Berlim divididas.

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Desse modo, a Europa passou a ser dividida por uma “Cortina de Ferro”: do lado Oeste,
os aliados americanos; do lado Leste, o domínio soviético. Esse foi o pontapé para a criação do
Mundo Bipolar ou a divisão do mundo em dois polos ideologicamente antagônicos.

A primeira pessoa a utilizar o termo “Cortina de Ferro” para designar a região fronteiriça da
Alemanha Ocidental com a União Soviética foi Winston Churchill.

Em 05 de março de 1946, o premier britânico Winston Churchill, em um célebre discurso


que ficou conhecido como “discurso de Fulton”, acusou a União Soviética de satelitizar os
países do Leste Europeu para aumentar sua zona de influência. No mesmo discurso, Churchill
mencionou uma cortina de ferro a dividir o continente, ou seja, uma fronteira ideológica entre
a Europa Ocidental, capitalista e guiada pelos Estados Unidos, e a Europa Ocidental,
influenciada pela União Soviética.

Assim, as superpotências que comandavam o mundo nos pós Segunda Guerra Mundial
começaram a travar disputas de poder. Abaixo, fiz um esqueminha com ações tomadas pelas
potências para impor seu poder de influência. Observe que as ações dos EUA contribuíram
para a reconstrução da Europa no pós-guerra.

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Medias iniciais tomadas pelas duas superpotências!

-Truman pronunciou discurso severo ao congresso, em 1947, prometendo combater


o "avanço comunista". Era a Doutrina Truman.
-A reconstrução da Europa Ocidental foi realizada por meio do Plano Marshall.
-Berlim teve um investimento pesado dos EUA e tornou-se uma cidade modelo de
modernidade e sofisticação, era apresentada como modelo do capitalismo. Com
isso, Berlim se tornou um espinho para a Alemanha Oriental.

-Stalin ordenou bloqueio total de Berlim Ocidental, em 1948, para pressionar os


aliados a interromper a reconstrução. Durante 11 meses, Berlim Ocidental recebia
carvão, água e alimentos por meio de aviões. Em 1949, Stalin suspende o bloqueio.
-O bloco socialista cria o Pacto de Varsóvia, em 1955.

Plano Marshall: conhecido, também, como plano de recuperação europeia. Era um


programa de ajuda econômica aos países da Europa Ocidental que ficou vigente de 1947 a
1951. O aporte do plano foi de 18 bilhões de dólares. Para administrar os recursos do plano,
foram criados dois órgãos: Administração de Cooperação Econômica (EUA) e a Organização
Europeia de Cooperação Econômica (OECD). Seus objetivos eram promover a retomada
econômica dos países da Europa Ocidental e fazer propaganda maciça contra a URSS.

Pacto de Varsóvia: aliança militar criada pelos países do bloco socialista como resposta
ao ingresso da Alemanha Ocidental na OTAN. O Pacto era baseado no comprometimento de
ajuda mútua, econômica e militar, contra os ataques dos capitalistas. Além disso, o Pacto visava
a organização interna do bloco socialista e buscava manter a relação entre os países harmônica.
Foi firmado em 1955 pela URSS, Alemanha Oriental, Bulgária, Hungria, Polônia,
Tchecoslováquia e Romênia. A Iugoslávia se recusou a participar. O Pacto de Varsóvia encerra-
se em 1991 com o término da Guerra Fria.

Atenção: O plano Marshall era parte da Doutrina Truman, que pregava a defesa do
mundo capitalista e democrático pelos EUA contra a “ameaça comunista”. Esses
investimentos aceleraram a retomada da economia e o desenvolvimento de Estados
de bem-estar social, que garantiu alta qualidade de vida para os povos europeus.

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O Muro de Berlim

O Muro de Berlim, símbolo dessa época, foi


construído em 1961. O monumento foi a
materialização do termo “Cortina de Ferro”,
cunhado por Churchill. O muro foi construído
com intuito de evitar conflitos e possíveis
revanchismos. Até a data de construção do
muro, três milhões de pessoas fugiram da
Alemanha Oriental. O prefeito da parte
ocidental de Berlim, Willy Brandt, fez a
polêmica declaração que a construção do muro
se assemelhava a um campo de concentração.

1.2 – A criação da Organização das Nações Unidas (ONU)

As primeiras discussões sobre a criação da ONU ocorreram ao final da Segunda Guerra


Mundial, na Conferência de Yalta, entre Roosevelt, Churchill e Stalin. A ideia era a criação de
uma organização com objetivo de preservar a paz e segurança no mundo.

O nascimento, oficial, da organização foi na Conferência de São Francisco, em 1945, nos


Estados Unidos. O evento contou com a presença de 51 líderes de Estados-Nação que
aprovaram a Carta de Princípios norteadores da instituição.

Principais Objetivos
da ONU

Manter a Paz por meios Cooperação entre as Contribuir para a solução


pacíficos com ajuda da nações baseada no dos problemas de caráter
justiça e do direito princípio da igualdade de econômico, social, cultural
internacional direitos e humanitário

1.3 – Elementos Econômicos

As primeiras décadas do século XX impôs um triplo desafio à política e à economia: a


depressão econômica, o nazifascismo e a guerra. Portanto, a reconstrução da Europa, e do
mundo capitalista no geral, passava por reorganizar o sistema monetário internacional.

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Nesse cenário, uma iniciativa importante do pós-guerra foi o Acordo de Bretton Woods.
O acordo foi firmado no final da Segunda Guerra Mundial, em 1944, devido as preocupações
geradas pela crise de 1929 e pela própria guerra em si. A guerra causa destruição e as
economias mais atingidas tem dificuldade para se reerguerem financeiramente. O Acordo
buscou regular a política econômica internacional para evitar uma nova bolha e crise econômica
e, para isso ocorrer, criou duas instituições: o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco
Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). O Acordo visava estabelecer o
padrão ouro-dólar, que foi o pontapé para tornar o dólar a moeda padrão mundial, aumentando
o poder de influência dos EUA e mudando o sistema monetário internacional. A reunião que
estabelecei o Acordo de Bretton Woods ocorreu em New Hampshire e 44 países participaram,
incluindo a União Soviética.

2. A Guerra Fria
O Mundo Bipolar foi uma ordem mundial marcada pela disputa de duas potências: EUA
e URSS. A disputa que caracterizou esse mundo, conhecida como Guerra Fria, possuía três
características fundamentais: disputa ideológica, corrida armamentista e choques indiretos.
O termo “fria” foi utilizado devido à ausência de conflito direto entre EUA e URSS. Esse
período durou mais de 40 anos e, apesar do clima de confronto e medo permanente, não houve
conflito armado entre as duas Nações. A Guerra Fria criou uma forma de “paz sem sossego”,
pois o clima de paranoia era intenso.

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Disputa Ideológica
A disputa ideológica travada na Guerra Fria vem de uma visão de sociedade totalmente
diferente das duas potências.
EUA (Capitalismo Liberal): liberdade comercial, propriedade privada, obtenção de lucro e
acúmulo de capital. Pouca intervenção do Estado.
URSS (Socialismo): o capitalismo é o responsável pelas desiguladades. Somente uma
revolução liderada pelo proletariado permitiria uma resolução ao problemas sociais. O Estado
deve intervir na economia e ser forte.

Corrida Armamentista
Mesmo sem enfrentamento direto, EUA e URSS investiram pesadamente no seu poderio
bélico. O desenvolvimento e fabricação de mísseis, submarinos, porta-aviões, entre outros.
Faz parte dessa "corrida" a disputa espacial, como meio de pesquisa de armamentos,
espionagem via satélite e propaganda ideológica.
•1957 URSS lança o Sputnik
•1958 EUA lança o Explorer I

Choques Indiretos
"Tudo bem, estamos caçando comunistas". Charge crítica da política macarthista nos EUA. Fonte:

Não ocorreu conflito direto entre as potências, mas outros conflitos ocorreram e caracterizam
essa fase.
Os conflitos entre outros países mostram os perigos que a bipolarização causou, pois mesmo
sem confronto direto entre EUA e URSS, esse países levaram para conflitos de outros lugares a
sua rivalidade.

Macarthismo, a caça aos comunistas nos Estados Unidos

A década de 1950 foi um período de grande prosperidade


econômica nos Estados Unidos, sobretudo pelo significativo
aumento do poder de compra das classes médias. Ao mesmo
Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.

tempo, o cotidiano da população norte-americana sofreu os


efeitos das disputas ideológicas dos dois polos da Guerra Fria,
traduzidas pelo anticomunismo estimulado pelo governo entre
1950 e 1954.
O senador Joseph McCarthy, presidente do Comitê de
Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado, foi o
responsável pela promoção de uma “caça às bruxas” nos Estados
Unidos, acusando de comunistas diversos políticos, artistas,
professores e intelectuais. Atores, produtores e roteiristas de Hollywood foram colocadas em
sua “lista negra”, entre eles Charles Chaplin.
O discurso de pânico do macarthismo contribuiu para estimular entre os congressistas a
aprovação da Lei McCarran, que exigia que comunistas se identificassem para o governo e
fossem submetidos a campos de prisioneiros em momentos de emergência. Para obter a

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condenação de suspeitos, McCarthy autorizou prisões e interrogatórios ilegais e divulgou listas


de supostos comunistas.

2.1 - A Influência da URSS e a crise dos mísseis


Entre 1945 e 1948, a União Soviética expandiu
sua zona de influência para a Romênia, a Bulgária, a
Polônia, a Hungria e Alemanha Oriental. Em todos eles,
Stálin buscou impor o modelo soviético, composto por
partido único, economia planificada, a ditadura do
proletariado e a estatização dos bens de produção.

Foram colocados nos governos destes países


homens alinhados com os interesses de Moscou, que
também mantinham o culto ao líder soviético em seus
países. Nas chamadas “repúblicas populares”, as
diferenças étnicas foram reprimidas em favor do modelo do novo homem soviético idealizado
pelo totalitarismo stalinista. Somente a Albânia e a Iugoslávia conseguiram manter sua
autonomia da União Soviética durante a Guerra Fria.

Na América Latina, Cuba tornou-se uma área de influência da URSS. A Revolução


Cubana, de 1959, liderada por Fidel Castro e Che Guevara, depôs o presidente Fulgêncio
Batista. A postura ideológica de Fidel e sua declaração, em 1961, de adesão ao comunismo,
aproximou Cuba e União Soviética. A posição geográfica de Cuba despertou interesse dos
soviéticos para criar uma base de mísseis nucleares. A situação política do país caribenho ainda
era instável, pois nesse mesmo ano, uma contrarrevolução ocorreu com apoio dos EUA. A CIA
(Central de Inteligência Americana) treinou cubanos que eram contra Fidel para participar do
movimento. Esse evento ficou conhecido como a
Invasão da Baía dos Porcos e desdobrou-se numa
batalha na Playa de Girón. O movimento de oposição
perdeu e Cuba decidiu ceder o espaço para
instalação da base de mísseis soviéticos.

Em 22 de outubro de 1962, o presidente John


Kennedy foi à televisão para denunciar a descoberta
de mísseis soviéticos em Cuba, detectados por meio
de fotos aéreas. Exigiu a retirada imediata do
armamento, ou responderia com um ataque nuclear
na região. Kruschev, líder da URSS, viu na ameaça a possibilidade de um desencadeamento de
uma guerra nuclear, concordando com a retirada dos mísseis quando os Estados Unidos

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também se comprometeram a desativar aqueles que haviam instalado na Turquia para intimidar
os soviéticos.

Naquele mesmo ano, os Estados Unidos expulsaram Cuba da Organização dos Estados
Americanos (OEA), além de impor sucessivos embargos econômicos às exportações da ilha. A
preocupação de que “novas Cubas” não surgissem na América Latina levou o governo norte-
americano a intervir na situação política de diversos países no continente.

Para o conjunto da América Latina esse evento significou uma interferência direta dos
EUA em diversos processos e, até mesmo em eleições e na queda de presidentes. Predominava
naquele país a teoria do dominó. Por meio dessa ideologia criava-se a noção de que caso
qualquer país entrasse na área de influência do comunismo, aqueles que se encontravam ao seu
redor também cairiam, assim como peças de dominó enfileiradas de pé. Veremos isso melhor
em História do Brasil.

Agora vejamos alguns processos que correram no contexto da Guerra Fria e, de certa
maneira, foram influenciados por essa disputa.

3. A descolonização afro-asiática
Os conflitos do período que estamos estudando estão relacionados com o processo de
descolonização afro-asiático.

Nas aulas anteriores aprendemos que partir da segunda metade do século XIX, em um
processo de expansão capitalista e busca pelos chamados 3M’s (matéria-prima, mão de obra e
mercado consumidor), as potências europeias colonizaram o continente africano e boa parte da
Ásia. Essa situação se manteve até o final da Segunda Guerra Mundial quando se iniciou uma
imensa luta em diferentes pontos do planeta.

Nesses processos vemos que alguns deles sofreram influência direta das disputas mais
gerais entre EUA e URSS – como na Guerra do Vietnã, Guerras das Coreias e Conflitos no
Oriente Médio.

Podemos sistematizar 4 grandes causas das independências das ex-colônias:

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Causas das
Independências

Criação da ONU: na prática, a ONU tornou-


se um fórum anticolonialista e isso gerou
uma pressão constante para os países
europeus aceitarem as independências.

Crise econômica europeia Consciência


e incapacidade de manter Surgimento de
o controle militar das anticolonialistas e anti- movimentos
colônias imperialista emancipacionistas

Também podemos sistematizar duas formas de ruptura das ex-colônias com as


metrópoles europeias:

Formas de
ruptura

Violenta: Alcançado por meio de


Pacífica: alcançada confrontos armados entre forças
mediante acordos. de libertação nacional e tropas
das metróples .

É importante ressaltar que a independência nem sempre significou a conquista imediata


da paz e estabilidade. Frequentemente, os processos de independência desdobraram-se em
muitas lutas internas envolvendo grupos religiosos e étnicos rivais.

Na Ásia, por exemplo, entre 1943 e 1979, surgiram 27 países independentes. Já na


África, até a década de 1980, foram 46 novos Estados.

Para efeitos de prova, há casos que representam bem o contexto. Vamos falar um pouco
de cada um deles.

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3.1 - Independência da Índia

A Índia foi um território mantido sob o jugo do


imperialismo britânico, mas que sempre apresentou
movimentos de resistência. Na passagem do século XIX para o
século XX, diversas novas organizações antibritânicas foram

- Mahatma Gandhi.
criadas, entre elas o Partido do Congresso, organizado em
1885 por lideranças hindus, e a Liga Muçulmana, fundada em
1906.

Embora convergissem quanto a ideia de se emancipar da


metrópole inglesa, os dois grupos religiosos apresentavam
visões distintas quanto à organização de uma estrutura
independente. Para os hindus, a Índia deveria dar origem a um
Estado único, enquanto muçulmanos defendiam a constituição
de dois Estados, um hinduísta e outro orientado pelos preceitos
do Islã.

Em 1919, o advogado hindu


Mahatma Gandhi assumiu a liderança do
Partido do Congresso, mantendo uma
estratégia de combate ao imperialismo por
meio da resistência pacífica e não-violenta.
Ao mesmo tempo, pregava a
desobediência civil contra os ingleses,
boicotando seus produtos manufaturados e
burlando sua política de impostos.

As táticas pacifistas de Gandhi


contribuíram para que a independência da
Índia conquistasse apoio internacional, o
que pressionou a Inglaterra a reconhecê-la,
em agosto de 1947. Prevaleceu, contudo, a
política da repartição: foi criado o Estado
A península Indiana em 1947. do Paquistão, de maioria muçulmana, e o Estado
da Índia, de maioria hinduísta.

A partir da independência, os grupos religiosos passaram a rivalizar quanto aos limites


de seus territórios. Gandhi, que continuou a defender a formação de um único Estado, foi
assassinado em 30 de janeiro de 1948, por um extremista hindu contrário à conciliação com os
muçulmanos. Décadas depois, a região da Caxemira levou os dois grupos a uma guerra, pois
mesmo sua maioria sendo muçulmana, era pertencente ao Estado da Índia. Embora dividida,

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ela continua sendo alvo das rivalidades entre Índia e Paquistão, o que preocupa autoridades
internacionais pelo fato de ambos disporem de armamentos nucleares.

Mais de um milhão de pessoas morreram devido aos conflitos entre os dois países, que
perseguiam as minorias religiosas em seu interior – o Paquistão, os hindus, e a Índia os
muçulmanos. Em 1971, uma guerra civil levou o Paquistão Oriental a se separar da parte
Ocidental, passando a se denominar Bangladesh.

3.2 - Independências e desdobramentos na África Subsaariana

Embora o continente africano tenha sido fatiado pelas potências imperialistas, o


aperfeiçoamento dos transportes e meios de comunicação contribuiu para que as relações entre
os colonos se intensificassem ao longo do século XIX. Ao mesmo tempo, também houve um
amento do intercâmbio com afrodescendentes fora do continente, já que muitos africanos
atravessavam o Atlântico para estudar em instituições de ensino para negros nos Estados
Unidos, enquanto escravos norte-americanos e seus descendentes se dirigiam para a Libéria,
um território criado para recebê-los.

Com a troca de ideias e experiências entre os dois continentes, muitos intelectuais e


ativistas negros passaram a defender o panafricanismo, ou seja, a concepção de que todos
possuíam a mesma origem racial e uma identidade comum. A África seria a pátria de todos, de
modo que alguns deles chegaram a defender o retorno para ela.

Apesar da utopia de uma África unida, o que prevaleceu foram múltiplos processos de
independência. Entre as possessões francesas, a emancipação da Argélia foi fruto de uma longa
e violenta guerra contra sua metrópole (1954-1962), cujo início contribuiu para o florescimento
de movimentos nacionalistas na Tunísia e o Marrocos. Já em Ruanda e Burundi, territórios
coloniais da Bélgica, a independência foi conquistada sem confrontos e sob supervisão da ONU.

Entre as colônias da Grã-Bretanha, a crise do canal de Suez (1956) deixou a metrópole


em estado de alerta. Na maior parte dessas regiões, a descolonização se deu de maneira
gradual, sendo mantida certa dependência econômica. Um exemplo disso foi a Costa do Ouro,
atual Gana, cujo processo de emancipação ocorreu de maneira pacífica, liderada por Kwane
Kkrumah. Por outro lado, a independência do Quênia se deu por meio de um sangrento conflito,
a Revolta dos Mau-Mau. Esse nome é uma referência ao grupo clandestino Mau-Mau, criado
por indivíduos do povo Kikuyus para obter a libertação da região. Milhares de pessoas foram
torturadas e assassinadas ao longo da guerra.

3.2.1 - Lutas pela independência das colônias portuguesas e a Revolução dos Cravos

As possessões portuguesas foram as últimas do continente a se emancipar. Em Angola,


a luta armada se iniciou em 1961 e foi coordenada pelo Movimento Popular de Libertação de

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Angola (MPLA), organização de caráter nacionalista e marxista. Cabe destacar que os


guerrilheiros contaram com apoio econômico e militar da União Soviética e de Cuba.

Em 1964, a luta armada alcançou Moçambique, onde era liderada por Eduardo
Mondlane. Esses movimentos pela independência se estenderam até a década seguinte, o que
comprometeu os recursos de Portugal – para se ter uma ideia, 40% de todo o orçamento do
Estado era destinado ao combate aos rebeldes das colônias.

Na sede do Império português, o país se encontrava submetido ao salazarismo, regime


ditatorial de inspiração fascista e encabeçado por Antônio de Oliveira Salazar desde a década
de 1930. Em abril de 1974, militares e civis passaram a exigir a redemocratização do país e o
fim das guerras coloniais, fazendo eclodir um movimento que levou à deposição da ditadura no
país – a Revolução dos Cravos.

Portugal abandonou o continente em 1975, desintegrando o último Império colonial


situado na África. O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola, durante
o governo do presidente Ernesto Geisel. As outras colônias portuguesas também se
emanciparam entre 1974 e 1975, incluindo Guiné-Bissau, Moçambique, Cabo Vede e São Tomé
e Príncipe.

3.2.2 - O apartheid e independência na África do Sul

O extremo sul do continente africano foi colonizado pelos Países Baixos no século XVII,
mas no século seguinte, britânicos se instalaram na região e consolidaram sua hegemonia após
um longo conflito com os holandeses, a chamada Guerra dos Bôeres. Alcançando o século XX,
a África do Sul continuou a ser dominada por uma restrita minoria branca e europeia, os
africaners.

Em 1961, os africaners lideraram o


processo de independência da África do Sul, mas
mantiveram o regime de segregação racial que
havia sido implantada em 1948 – o apartheid. Sem
dispor dos mesmos direitos políticos e sociais, os
negros foram expulsos dos centros urbanos para as
precárias periferias da cidade, ao mesmo tempo
em que foram proibidos os casamentos mistos e o
compartilhamento de espaços públicos. Multas,
trabalhos forçados, chicotadas e prisões poderiam
ser aplicados como penalidades diante do não
cumprimento do apartheid.

Figura 1 - Banco reservado aos brancos na África do Sul. Fonte: Shutterstock.

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Nas décadas seguintes, diversos movimentos contrários às políticas segregacionistas


foram organizados no país, muitos deles duramente reprimidos pelas autoridades do país.
Líderes negros, como Nelson Mandela e Steve Biko, foram punidos com prisões, sendo este
último torturado e assassinado pela polícia, em 1977.

Diante do acúmulo de pressões internas e estrangeiras, o governo da África do Sul


revogou a política do apartheid, entre 1991 e 1993. No ano seguinte, Mandela foi eleito o
primeiro presidente negro, encerrando o domínio político da minoria branca no país.

3.3 - Países não alinhados

O chamado “Movimento de Países Não Alinhados” foi uma movimentação política de


cooperação entre países que não queriam participar da Guerra Fria ou defender algum dos
pontos de vista. O primeiro encontro ocorreu na cidade de Bandung, na Indonésia, em 1955.

A Conferência contou com a presença de que reuniu 29 países da África e da Ásia, que
na época, representavam mais de 50% da população de todo o planeta. As vozes que mais se
destacaram foram as de Nasser, presidente do Egito, Nehru, primeiro-ministro da Índia, e Chu
Enlai, primeiro-ministro da China. Uma parte significativa dos participantes era formada pelos
novos países originados dos processos de independência ocorridos após a 2ª Guerra Mundial
(a chamada descolonização afro-asiática, que veremos ao longo dessa aula)

Qual seria a posição dos novos países na ordem bipolar? Essa foi a pergunta que
mobilizou a Conferência de Bandung, em 1955.

O evento repudiou o caráter bipolar da Guerra Fria, repudiou o imperialismo europeu e


defendeu o princípio do não alinhamento, se distanciando dos Estados Unidos e da União
Soviética. A segregação racial e a utilização de armas nucleares foram repudiadas, ao passo que
foi afirmado o direito de autodeterminação dos povos, a resolução de confrontos de maneira
diplomática e a cooperação entre os países afro-asiáticos contra o colonialismo.

Além do distanciamento do conflito, esses países também queriam formar um bloco


visando o desenvolvimento econômico. Não podemos esquecer que a maioria deles tinha sido
colônia das potências europeias. Os países não alinhados, em sua maioria, eram marcados por
desigualdades sociais. Foi nessa fase que surgiu o termo “Terceiro Mundo”, que atualmente
não é mais utilizado.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 17
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

3.4 – As Guerras da Guerra Fria

3.4.1 - Guerra da Coreia (1950-1953)


Entre 1910 e 1945, a Coréia permaneceu sob domínio japonês, sofrendo diversas
tentativas de supressão de sua língua e cultura pelos dominadores. Neste período, o Partido
Comunista Coreano foi um dos principais articuladores de levantes nacionalistas.

Já o contexto que originou o conflito da Coreia tem início na divisão do território, após
a Segunda Guerra Mundial.

EUA e URSS dividiram o território da Coreia em dois: República da Coreia, ao sul,


dominada pelos EUA, e a República Popular Democrática da Coreia do Norte, ao norte, sob
domínio soviético.

Contudo, essa divisão artificial não foi aceita de bom grado pelos coreanos,
principalmente os da região Norte. Em junho de 1950, tropas norte-coreanas ultrapassaram a
fronteira rumo a Seul, capital da Coréia do Sul, para reunificar o território.

A invasão foi repudiada pela ONU e os


Estados Unidos, que promoveram uma
intervenção militar na região em favor dos sul-
coreanos. Já a China, país de orientação
socialista, enviou soldados para auxiliar os
coreanos do norte, enquanto os soviéticos
contribuíram com armamentos.

A Guerra da Coréia foi um dos mais


sangrentos conflitos ocorridos durante a Guerra
Fria, resultando na morte de dois milhões de
coreanos e chineses. Em julho de 1953, um
acordo entre os governos dos dois países foi
assinado. Nesse processo o paralelo 38º foi usado
como marco limítrofe de suas fronteiras.

Após a guerra, a Coreia do Norte teve


auxílio financeiro da URSS e da China. A proposta
de reformulação econômica de Gorbachev no
final dos anos de 1980, na URSS, fez essa relação
econômica perder força, pois o governo da Coreia do Norte não concordava com o
direcionamento econômico da reforma soviética.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 18
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

3.4.2 - Guerra do Vietnã (1959-1975)


O conflito no Vietnã teve origem na luta contra a presença imperialista francesa na região.

A Indochina1, situada no Sudoeste Asiático, permaneceu ocupada pelos franceses do final


do século XIX até 1940, quando tropas japonesas tomaram a região, durante a Segunda Guerra
Mundial. Os novos invasores foram enfrentados pelo Vietminh (Liga Revolucionária para a
Independência do Vietnã), movimento nacionalista liderado pelo comunista Ho Chi Minh.

Em 1945, após expulsarem os japoneses, Ho Chi Minh proclamou a independência da


região, que passa a se chamar República Popular do Vietnã.

Sem reconhecer o novo país, a França declarou guerra para manter seus territórios. O
conflito entre franceses e os guerrilheiros vitminhs, conhecido como Guerra da Indochina, se
estendeu entre 1946 e 1954, contando o lado francês com o apoio dos norte-americanos e as
forças locais com a ajuda dos soviéticos.

Em 1954, o movimento conseguiu expulsar os invasores do país, levando os Estados


Unidos a interpretar o processo como uma expansão dos soviéticos.

A guerra se encerrou com o reconhecimento da independência da Indochina pela França, na


Conferência de Genebra (1954). A região foi dividida em quatro países, por pressão dos EUA:

▪ Laos
▪ Camboja
▪ Vietnã do Sul
▪ Vietnã do Norte

No que se refere ao Vietnã, ficou assim:

❖ República Democrática do Vietnã: situado na porção norte, possuía capital em


Hanói e era governado por Ho Chi Min, com o apoio da China e União Soviética.

❖ República do Vietnã: situada ao sul, seu governo era sediado em Saigon e liderado
pelo general Ngô Dinh Diem, com o apoio dos Estados Unidos.

1
A região inclui os atuais Laos, Camboja e Vietnã.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 19
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

3.4.3 – Conflitos Árabes-Israelenses

Durante a Guerra Fria, a região do


Oriente Médio, especialmente a Palestina, foi
um dos principais cenários de intervenção
dos governos dos Estados Unidos e da União
Soviética, fomentando conflitos que
perduram até os dias atuais. Mas para
entendermos melhor os impasses que
abrangem a região, voltemos ao ano de
1948, quando ocorreu a criação do Estado de
Israel.

A região da Palestina foi conferida aos


britânicos pela Liga das Nações, após a
Primeira Guerra Mundial. Naquele momento,
os judeus da Palestina correspondiam a mais
ou menos 15% da população da época,
enquanto a maioria era composta por árabes.

Ao final do século XIX, o judeu húngaro Theodor Herzl deu início ao sionismo,
movimento que reivindicava a criação de um Estado judeu na Palestina, região onde
os hebreus haviam vivido na Antiguidade antes de suas diásporas. A Grã-Bretanha
apoiou a ideia em 1917, o que fomentou as imigrações de judeus da Europa para a
região, onde passaram a adquirir terras e formar colônias.

Os conflitos entre judeus e árabes passaram a ser cada vez mais frequentes, sobretudo
porque alguns anos antes, os britânicos também haviam prometido aos últimos o apoio para a
formação de um Reino Árabe Independente. Enquanto judeus obtiveram territórios, grupos
árabes pegaram em armas contra a presença deles e a dominação britânica.

Após a Segunda Guerra, o holocausto fez com que os judeus adquirissem apoio
internacional para a criação do Estado de Israel. E com a retirada dos britânicos da Palestina, a
ONU propôs a criação de um Estado judeu, mas também um Estado árabe. Jerusalém, cidade
sagrada para os dois grupos, permaneceria sob jurisdição internacional.

Em maio de 1948, o judeu David Ben Gurion proclamou a criação do Estado de Israel, o
que estimulou a migração de milhares de judeus do mundo inteiro para a região. A Liga Árabe

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 20
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

Israelense, organização que incluía Egito, Iraque, Líbano, Síria e Transjordânia, não reconheceu
a criação do Estado, dando início a Primeira guerra árabe-israelense (1948-1949).

Após vencerem a guerra, Israel aumentou seu domínio em 20 mil quilômetros quadrados,
quase 50% do que havia sido previsto anteriormente. Nas negociações de paz, o território que
era destinado à criação do Estado da Palestina foi dividido entre Egito e a Transjordânia,
enquanto a Palestina foi repartida entre a Jordânia e Israel. Sem dispor de um Estado para
chamar de si, os palestinos se abrigaram na Jordânia, onde passaram a viver em precários
campos de refugiados.

Em 1956, nasceu a Segunda Guerra Árabe-Israelense por causa da tentativa do Egito de


nacionalizar o Canal de Suez. Dessa vez, a ONU agiu com rapidez e a paz foi restaurada.

Paralelo a isso, o Estado de Israel se consolidou no Oriente Médio, recuperando o


hebraico como língua oficial e estimulando o “retorno” de todos os judeus para a região. O
país adotou estruturas semelhantes às democracias ocidentais, como o sistema parlamentarista,
além de se tornar aliado dos Estados Unidos, país do qual eram originados muitos dos novos
cidadãos de Israel.

Em 1964, de uma reunião da Liga Árabe, foi criada a Organização para a Libertação da
Palestina (OLP), que passou a propor ações terroristas para pressionar pela recuperação dos
territórios que dariam origem ao Estado palestino. Em 1967, Israel deu início ao que chamou
de uma guerra preventiva, ou seja, uma antecipação de uma possível ofensiva dos árabes. A
chamada Guerra dos Seis Dias, como ficou conhecida, possibilitou a Israel, país vencedor do
conflito, anexar a Faixa de Gaza, a península do Sinai, a Cisjordânia, as colinas de Golã (Síria) e
Jerusalém.

Os habitantes das regiões anexadas por Israel foram expulsos de suas terras e não foram
aceitos como cidadãos pelos Estados árabes, que consideravam que isso seria reconhecer as
novas fronteiras de Israel. Dessa maneira, permaneceram em acampamentos precários, sem
dispor de direitos como os demais indivíduos que habitavam aqueles territórios.

Sem dispor do mesmo poderio militar que Israel, os grupos armados palestinos passaram
a promover atentados terroristas contra israelenses, alguns deles fora da Palestina. Em
setembro de 1972, durante as Olimpíadas em Munique, um grupo terrorista invadiu o
alojamento da delegação israelense e matou dois de seus membros e manteve outros como
reféns. Eles exigiam a libertação de 200 palestinos por Israel e um avião, mas foram emboscados
pela polícia. Com as trocas de tiros, nove reféns israelenses, cinco terroristas e um policial foram
mortos.

Em 1973, enquanto israelenses comemoravam o Yom Kippur (Dia do Perdão), os árabes


atacaram o Estado judeu nos territórios conquistados por ele durante a Guerra dos Seis Dias,
com o intuito de recuperá-los. Israel, apoiado pelos Estados Unidos, conseguiu vencer o Egito,

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 21
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

a Síria e o Iraque. Contudo, concordou em devolver a península de Sinai aos egípcios, em 1977.
Esse conflito ficou conhecido como Guerra do Yom Kippur ou Quarta Guerra Árabe-Israelense.

Depois da Guerra do Yom Kippur, o presidente do Egito e de Israel começam a preparar


secretamente um acordo de paz para a região. Esses acordos foram mediados pelos EUA e
ficaram conhecidos como “Acordos de Camp Davis”. Por meio deles, Egito e Israel
estabeleceram a devolução da Península do Sinais e de um possível reconhecimento de
autonomia aos Palestinos (sem lhes conceder o direito a um Estado). Perplexo, o mundo árabe
rompeu relações com o Egito. A OLP rejeitou a ideia de autonomia. O Egito acabou isolado do
Mundo Árabe. Anos depois, a Jordânia também assinou um acordo bilateral com Israel para
reaver a região das Colinas de Golã).

Ainda em 1973, durante a Conferência da Cúpula Árabe de Argel, a Organização para a


Libertação da Palestina (OLP) foi reconhecida pelos Estados árabes como a representante dos
esforços pela criação do Estado palestino. Um ano depois, a ONU também aprovou uma
resolução favorável à formação do Estado, mas não chegou a implementá-la. Naquele
momento, a OLP já havia sido expulsa da Jordânia e se transferido para o sul do Líbano.

Com o objetivo de cercar a OLP, Israel invadiu o Líbano, em 1982, o que levou a
organização a se deslocar para a Tunísia. Os israelenses se retiraram três anos depois, mas se
mantiveram próximos das fronteiras libanesas. Em seguida, Israel incentivou a formação de
colônias de assentamentos judaicos em áreas como a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.

Após o fim da Guerra Fria, a OLP e Israel, respectivamente representados por Yasser
Arafat e o primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, assinaram o acordo de Oslo. A partir dele,
foi criada a Autoridade Nacional Palestina (ANP), entidade comandada por Arafat e empenhada
da gestão dos territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, que dariam origem ao futuro Estado
palestino – até hoje não formalizado.

Apesar dos esforços empenhados por Arafat e Rabin, setores árabes e israelenses
impediram o caminho para a paz. Em novembro de 1995, Rabin foi assassinado por um
extremista judeu contrário às negociações. Do lado dos palestinos, o Hamas e o Hezbollah,
principais grupos terroristas palestinos, se recusaram a implantar o cessar armas. Nos dias
atuais, o Oriente Médio continua sendo palco de diversos conflitos entre judeus e palestinos.

4. A luta pelos direitos civis nos EUA, na década de 1960


A abolição da escravidão nos Estados Unidos, em 1863. Fato esse que gerou a chamada
Guerra Civil Americana. Depois disso, os Estados Confederados do Sul, que tentaram se separar e
perderam a Guerra, foram punidos com a suspensão de sua autonomia administrativa por 12
anos. Nesse cenário, houve avanço nos direitos de igualdade civil entre pessoas brancas e negras.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 22
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

13ª. Emenda -1865 - Fim 1870 - Direito ao voto para todos os


da escravidão em toda homens independente de cor, raça ou
federação prévio estado de servidão.

1868 - Igualdade jurídica e


de acesso à justiça

Contudo, na sequência, houve grande


retrocesso para a população negra uma vez que se
iniciou a segregação racial por meio da criação de
leis conhecidas como “Leis Jim Craw”. Essas leis
segregacionistas duraram até 1967.

Bebedouros públicos para brancos e negros

Um século de leis raciais combinadas com


uma ideologia desenvolvida naquele momento
chamada “supremacia branca” produziram um
país de cultura extremamente racista. Os
supremacistas brancos defendem que a
humanidade é dividida em raças e que os negros
são inferiores. Sendo um movimento extremista,
utilizaram de métodos violentos e criminosos para
violentar, matar, perseguir e prender negros. Se
propósito sempre foi a eliminação do elementos
Ritual místico do Grupo Ku Klux Kan, década de 1940
negro da sociedade americana. O grupo de maior
expressão do supremacismo branco é o Ku Klux
Kan.

O fim das leis segregacionistas está diretamente relacionado com a ascensão e mobilização do
Movimento Negro dos EUA.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 23
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

Em dezembro 1955, no Estado do


Alabama, uma jovem negra, chamada Rosa
Parks, foi presa por ter se recusado a dar o
seu assento em um ônibus para um homem
branco se encontrava de pé. Em repúdio ao
episódio, o reverendo Martin Luther King
organizou um boicote da comunidade negra
de 381 dias aos transportes públicos do
Alabama, o que pressionou as autoridades a
abolir as políticas segregacionistas existentes
nos ônibus.

A liderança do pastor protestante no caso o projetou como líder nacional da luta por
direitos civis e contra as políticas discriminatórias, utilizando estratégias pacíficas de
contestação. Ele se inspirava nas ideias de desobediência civil formuladas pelo indiano
Mahatma Gandhi, que consistiam em não acatar os elementos do ordenamento jurídico
considerados injustos.

Em 1963, nos degraus do Lincoln Memorial, durante a Marcha sobre Washington,


proferiu um discurso que entraria para a história, intitulado “Eu tenho um sonho” (“I have a
dream, em inglês”). Nele, Luther King falava da utopia de um futuro mais justo para as
populações afro-americanas. No ano seguinte, o governo Lyndon Johnson aprovou a Lei dos
Direitos Civis, que proibia a discriminação de qualquer tipo.

A luta por direitos civis levou ao reaparecimento da Ku Klux Klan, organização terrorista
que promoveu uma série de assassinatos e outros atos violentos para coibir a integração racial.
No dia 04 de abril de 1968, após sofrer diversos atentados contra sua vida, Martin Luther King
foi assassinado em sua casa, crime que permanece em aberto.

Malcom X e os Panteras Negras

Diferentemente de Luther King, outros indivíduos apostaram na radicalização do discurso


e das ações. Malcolm Little, mais conhecido como Malcolm X, era um porta-voz de uma
organização denominada Nação do Islã, que pregava um “retorno” da comunidade negra às
suas raízes africanas e muçulmanas para fundar uma nação negra, separada dos brancos.
Segundo ele, o negro precisava reagir diante de atos violentos empreendidos pelos seus
opressores.

Com o passar do tempo, foi abandonando o nacionalismo negro e se aproximando dos


ideais socialistas, o que o leva a fundar a Organização para a Unidade Afro-Americana. Nessa
nova fase, seu discurso se torna mais crítico ao capitalismo do que aos brancos, o que o leva a
rivalizar com membros de sua antiga organização. Em 21 de fevereiro de 1964, foi assassinado
em Nova York, enquanto proferia um discurso.

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ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

As ideias de Malcolm X inspiraram a formação do Partido dos Panteras Negras para


Legítima Defesa, fundado em 1966 em Oakland, Califórnia. Seu objetivo inicial era atuar como
uma patrulha das comunidades negras e pobres da cidade, uniformizados com boinas e camisas
negras. Também chegaram a prestar assistência médica e desenvolver programas de
alimentação, além de criarem um jornal. O uso da violência fez com que o grupo tivesse
constantes embates com a polícia, contribuindo para sua desarticulação em meados da década
de 1970.

Por fim, termino chamando sua atenção para o contexto: o momento em que se
desenvolve o contexto de lutas da população negra pelos direitos civis é o mesmo em que está
ocorrendo a Guerra do Vietnã. Assim, em muitos momentos, a luta contra a participação dos
EUA se combinou com a luta pelos direitos civis. Apontavam a hipocrisia do governo americano
que pedia aos jovens negros irem morrer na Guerra em nome de um país que mantinha políticas
segregacionistas e que praticava todo tipo de racismo institucional (do estado) contra eles.
Nesse cenário, então, houve forte campanha contra o alistamento militar.

5. Reformas e desagregação da União Soviética


Para entender a crise da União Soviética que levou a desintegração desse regime é importante
saber de alguns pontos específicos da história soviética

Primeiro, do ponto de vista políticos, a partir de 1923, com a morte de Lenin (líder máximo da
Revolução Russa) assumiu o poder Josef Stalin – que liderou a URSS durante a 2ª. Guerra. Mas ele
instalou uma ditadura e controlou a URSS, bem como os países aliados com “mãos de ferro”. Durante
seus 29 anos de governo podemos afirmar que instalou um Estado Totalitário na URSS eliminando toda
a oposição.

Morreu em 1953 e então se iniciou a chamada Era Kruschev (1953-1964), governo este que viveu
a crise dos mísseis e procurou estabelecer a chamada “coexistência pacífica”. No plano interno
denunciou os crimes de Stalin. Foi uma reviravolta mundial a ponto de algumas lideranças comunistas
romperem com a URSS. Mas isso não foi suficiente para romper com a rigidez autoritária do regime
stalinista ainda imperante das estruturas e na cultura soviética.

Entre 1964 e 1985 prevaleceram líderes bolcheviques que mantiveram o país sob o controle
ditatorial do Partido Comunista. Assim, fora da URSS eram grandes as manifestações contrárias ao
controle exercido sobre os aliados. Veja:

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 25
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

Revolução Húngara
-Aconteceu em 1956, o motivador do levante foi a retaliação ao regime stalinista.
-Contou com apoio da população.
-Os opositores à URSS tinham duas propostas: formar um governo que representasse a visão política do país e sair do Pacto
de Varsóvia.
-As tropas soviéticas invadiram a Hungria para reprimir o movimento. Cerca de 8 mil pessoas morreram e 180 mil fugiram do
país.

A primavera de Praga
-Ocorreu em 1968, 12 anos após a Revolução Húngara.
-As motivações e insatisfação com o governo eram similares a dos húngaros.
-A proposta era uma maior abertura do regime.
-Nessa fase, as críticas à URSS eram mais intensas.
Iugoslávia e Romênia apioaram a causa dos tchecos, mas a URSS invadiu a capital e retirou todos os líderes liberais..

A crise da Polônia
-A crise começa em 1980.
-O movimento tem origem diferente dos dois anteriores, foi liderado pelos trabalhadores.
-O líder, Lech Walesa, conseguiu, com o crescimento do movimento a legalização do Sindicato Solidariedade.
-Esse sindicato era para apoio dos trabalhadores longe da estrutura estatal.
-O Sindicato passou a exigir, então, a instauração do pluripartidarismo.
-A URSS invadiu a polônia com o exército assumindo o controle. O Sindicato foi declarado ilegal e os líderes foram presos.

Acompanhada dessa falta de liberdade veio uma estagnação econômica marcada pelo
declínio da produção industrial, comercial e agrícola. Faltava alimentos na cidade e emprego
para os mais qualificados. Era visível a corrupção que gerava imensos privilégios aos burocratas
do partido bolchevique.

Em 1985, Mikhail Gorbachev assumiu a secretaria-geral da


União Soviética, dando início a uma série de reformas que objetivavam
a restruturação política e econômica do Estado. Esse conjunto de
mudanças foram resumidas nas palavras russas glasnost e perestroika,
conforme é possível constatar no quadro a seguir:

GLASNOST (transparência) PERESTROIKA (reconstrução)

Suas reformas políticas se basearam nas ideias Conjunto de reformas econômicas que almejavam a
de liberalização e abertura. Para tanto, foram abertura da economia da União Soviética ao livre mercado,
libertados presos políticos, concedidas liberdades de inserindo o Estado socialista no mercado internacional.
expressão, de imprensa e de reunião. Também buscou Com isso, o país poderia solicitar empréstimos ao Fundo
a coexistência pacífica com os Estados Unidos, com o
Monetário Internacional (FMI) e estimular o
intuito de reduzir os gastos gerados pela corrida
desenvolvimento de empresas privadas e estrangeiras no
armamentista travada contra os norte-americanos.
país.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 26
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

Diante das liberalizações políticas e econômicas, a formação de novos partidos políticos


e a convocação de eleições ocorreu em todas as repúblicas socialistas que integravam a União
Soviética. Boa parte dos resultados eleitorais favoreceu candidatos sociais-democratas, muitos
deles líderes de resistência contra Moscou em anos anteriores. Em 1991, a bandeira vermelha
com a foice e o martelo da União Soviética (URSS) tremulou pela última vez no alto do Kremlin,
a sede do governo. No lugar dela, a bandeira da Rússia emergiu. A desintegração da URSS
resultou em 15 países. Mikhail Gorbatchov fez ato simbólico para oficializar sua saída. O
sentimento separatista tomou conta destes países, o que levou à dissolução da União Soviética,
em dezembro de 1991.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 27
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

•Após a queda do Muro de Berlim, a •A Romênia teve uma das ditaturas


reunificação da Alemanha tornou-se pauta. socialistas mais pesadas. Oregime de
O medo do retorno do nazismo também. Nicolae Ceausescu tinha caráter
•O primeiro ministro da Alemanha Ocidental, personalista e corrupto.
Helmut Kohl, era favorável à reunificação e •Varias manifestações ocorreram em 1989 e
foi uma pessoa muito importante nesse foram duramente reprimidas, mas isso não
processo. conteve a revolução.
•A reunificação ocorreu no dia 03/10/1990. •A prisão e fuzilamento do ditador e sua
esposa foram televisionados.

Alemanha Romênia

•O regime socialista da Albânia era um dos •A Tchecoslováquia foi formada após a


mais fechados e férreo defensor do Primeira Guerra Mundial.
Stalinismo. •O sentimento separatista era acentuado no
•Os primeiros sinais de mudança surgem em país, que era uma mistura de tchecos e
1989. eslovacos.
•As eleições livres e democráticas foram •O Partido Comunista foi afastado do poder
promovidas pela primeira vez em 1991, mas em 1989 e, em 1993, a democratização
o partido comunista venceu. aocnteceu.
•O território foi dividido em dois: República
Tcheca e Eslaváquia.

Albânia Tchecoslováquia

•A Iugoslávia foi criada em 1945 e abrangia •1992, Bóris Ieltsin anuncia o


as repúblicas da Sérvia, Croácia, Eslovênia, programa radical de desestatização
Bósnia-Herzegovina, Macedônia e e liberalização econômica.
Montenegro. Além disso, havia duas •1994, intervenção militar na
província autonômas: Kosovo e Voivodina. Chechênia. Milhares de civis foram
•Guerra da Bósnia (1992-95). mortos e o cessar-fogo só ocoreu
•Guerra de Kosovo (1998-99). em 2001.
•Slobodan Milošević, em 2001, é acusado de
crimes de guerra, contra a humanidade e
genocídio.

Iugoslávia Rússia

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 28
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

O que pode cair na sua prova sobre Rússia e Ucrânia?


 Em 1991, a União Soviética foi dissolvida.
 Esse grande território foi dividido em 15 repúblicas independentes.
 A Ucrânia foi uma delas!

A separação e independência foi um passo a passo que tem tudo a ver com o fim da URSS.
1- Julho de 1990 a Ucrânia declarou sua soberania.
2- Agosto de 1991: Ato de Declaração da Independência da Ucrânia pelo Parlamento
ucraniano
3- Em dezembro de 1991 ocorreu um referendo e 90% da população concordou com a
Independência.
4- O referendo aconteceu no mesmo dia da primeira eleição direta para presidente da
República.
5- 8/12/1991 Acordo de Belaveja: Ucrânia, Federação Russa e Bielorrussia assinam
documento que declara EXTINTA a URSS.
6- O acordo também estabeleceu a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que
tinham o objetivo de integrar as Repúblicas que se separavam.

Anote mais umas coisinhas:


A Ucrânia é uma “zona de proteção” para Rússia: Quando os russos foram atacados pelo oeste
durante a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial, foi o território da Ucrânia que
os salvou.
Rússia e Ucrânia têm ligações históricas, religiosas e culturais. A visão dominante do
nacionalismo russo é que a Ucrânia é uma nação eslava irmã. Essa é uma ideologia muito
poderosa! Quando a Ucrânia se define em oposição à Rússia, isso causa muita raiva e frustração
na Rússia, que se sente traída por um irmão.
XXXXXXXXXXXX

6. Lista de Questões
(EsPCEx 2022)

No processo de descolonização da África, no contexto da Guerra Fria, os movimentos nacionalistas


antagônicos que surgiram naquele continente, alinhados com o capitalismo ou com o socialismo,
frequentemente recebiam apoio externo. Em Moçambique, após sua independência, surgiu a
Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), apoiada

a) pela África do Sul.

b) por Angola.
c) por Cuba.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 29
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

d) por Portugal.

e) por nenhum dos países citados.

(EsPCEx - 2021)

Em 2007, a China já estava entre as quatro maiores economias do mundo. Para 2020, previsões
colocam-na como a segunda ou a primeira. Entretanto, essa geração de riqueza não se refletirá na

A) alteração do seu poderio militar.

B) capacitação de investimento externo.

C) evolução científico-tecnológica do país.

D) na renda “per capita” dos chineses, que continuará relativamente baixa.

E) alteração do estilo de vida de toda a sua população, que dá prioridade ao consumo sem limite.

(EsPCEx - 2021)
Durante a Guerra Fria, de 1945 a 1991, a Coexistência Pacífica serviu como canal de entendimento
entre capitalistas e socialistas, contudo não foi capaz de mitigar novos focos de tensão tais como

A) o conflito separatista de Kosovo.

B) a Revolução do Veludo.

C) a Guerra Civil Espanhola.

D) o Massacre de Katyn.

E) a descolonização africana.

(Espcex (Aman) 2020)


Se, por um lado, a Guerra Fria significou a inexistência de um conflito direto entre as
superpotências, por outro, a disputa entre elas por áreas de influência em todo o mundo
deu-se de forma intensa. Uma conferência internacional, que reuniu 29 nações africanas e
asiáticas, em 1955, teve a intenção de ser uma alternativa à bipolarização mundial entre os
Estados Unidos e União Soviética. Esta conferência foi realizada em

a) Bandung.

b) Teerã.

c) Yalta.

d) Pan Munjon.

e) Varsóvia.

(Espcex (Aman) 2018)

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 30
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

Após a 2ª Guerra Mundial, iniciou-se um período de fortes tensões políticas que duraram
até 1989, conhecido como "Guerra Fria". Durante esse período, diversos conflitos foram
travados, realçando a disputa entre o comunismo e o capitalismo. Dentre esses conflitos, o
de maior duração, que representou uma séria derrota militar para o capitalismo, foi a

a) Guerra do Vietnã.

b) Guerra da Coreia.

c) Guerra do Iraque.

d) Guerra do Afeganistão.

e) Guerra do Pacífico.

(Espcex (Aman) 2016)


Acreditando que somente através da renúncia aos desejos e às necessidades mundiais ele
iria ao encontro da verdade espiritual, limitou suas posses ao essencial. Dentre os seus
poucos pertences pessoais, conservava um exemplar do Bhagavad Gita, texto sagrado para
os hindus. Violência e excessos eram igualmente repugnantes para ele.

(Adaptado de A Sombra dos Ditadores. São Paulo, Abril Livros, 1992. p. 113. Coleção Time-
Life, In COTRIM, 2007)

O texto acima descreve parte do temperamento de

a) Jawaharlau Nehru, lider do Partido do Congresso, que lutava pela emancipação da Índia.

b) Mahatma Gandhi, líder indiano que se opunha à dominação inglesa.

c) Muhammad Ali Jinnh, líder da Liga Muçulmana, que tinha como objetivo a criação de um
estado muçulmano independente no Indostão.

d) Nelson Mandela, líder sul-africano, que lutava contra o apartheid.

e) Martin Luther King, pacifista norte-americano, que lutava pela igualdade de direitos entre
brancos e negros.

(Espcex (Aman) 2016)


No período compreendido entre o fim da Segunda Guerra Mundial e o início da década de
1980, a União Soviética se consolidou como uma superpotência, polarizando com os Estados
Unidos da América a disputa pela hegemonia mundial.

(AZEVEDO e SERIACOPI, 2013).

Dentro do bloco comunista a insatisfação aumentava cada vez mais, sobretudo nos países
do Leste Europeu. Na Polônia, operários do estaleiro de Gdansk organizaram o sindicato
Solidariedade, liderados por Lech Walesa.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 31
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

Sobre o sindicato Solidariedade, no período assinalado, podemos afirmar que

a) foi rapidamente absorvido pelo governo comunista que viu a necessidade de ouvir os
operários.

b) era entidade livre de influências do partido comunista.

c) conseguiu de imediato participar das eleições presidenciais, porém, por ser um partido
da classe operária, não obteve êxito.

d) conseguiu apoio dos soviéticos que pretendiam ter o controle sobre todos os sindicatos
do mundo comunista.

e) foi extinto, pois, em países de ideologia comunista, o governo representa a classe dos
trabalhadores, não necessitando, portanto, de sindicatos.

(Espcex (Aman) 2015)


Após cerca de 3 (três) anos de intensos combates e milhões de baixas, em julho de 1953,
foi assinado o Armistício de Pan-munjom, que confirmou a divisão da Coreia.

Leia as afirmações abaixo.

I. O Armistício de Pan-munjom, selou a paz definitiva entre as duas Coreias e os Estados


Unidos.

II. O conflito iniciou-se com um ataque surpresa de tropas da República Popular da Coreia,
ao vizinho do sul, em junho de 1950.

III. O Armistício de Pan-munjom acirrou as diferenças ideológicas entre os Estados Unidos


(capitalista) e a União Soviética (socialista), dando início à Guerra Fria.

IV. Durante o conflito, o Conselho de Segurança da ONU autorizou o envio de tropas


internacionais para a região, sob o comando do general estadunidense Douglas MacArthur.

Estão corretas

a) as afirmativas I, II, III e IV.

b) apenas as afirmativas I e II.

c) apenas as afirmativas II e III.

d) apenas as afirmativas II e IV.

e) apenas as afirmativas I e III.

(Espcex (Aman) 2014)


No fim da década de 1980, profundas alterações começaram a ocorrer na União Soviética e
no seu bloco de aliados. Sobre esse fato, é correto afirmar que, na

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 32
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

a) Tchecoslováquia, as mudanças foram impulsionadas pela criação do sindicato livre


Solidariedade.

b) Romênia, o ditador Nicolau Ceausescu e sua esposa foram executados após julgamento
sumário.

c) Alemanha Ocidental, pressões populares levaram à substituição de Erich Honecker.

d) Polônia, ocorreu, em janeiro de 1993, um desmembramento, surgindo as três Repúblicas


Bálticas.

e) Iugoslávia, a Revolução do Veludo realizada por Slobodan Milosevic acarretou a


fragmentação pacífica do Estado.

(Espcex (Aman) 2013)


Espesso e perigoso, o Muro de Berlim separou bairros, cortou cemitérios ao meio e fechou
entradas de igrejas. Existiu por 28 anos, durante os quais se estima que 125 pessoas
morreram ao tentar transpô-lo.

Sobre o Muro de Berlim, é correto afirmar que

a) na noite de 29 de novembro de 1947, o governo da Alemanha Oriental conduziu sua


construção.

b) apesar de todo o aparato de segurança que ele continha, não impediu a fuga em massa
de seus cidadãos.

c) tornou-se o maior símbolo da Guerra Fria, pois dividia uma cidade nos dois sistemas
econômico-ideológicos existentes.

d) por ocasião do bloqueio ocorrido à cidade de Berlim (junho de 1948 a maio de 1949),
seus acessos foram fechados.

e) sua construção foi motivada pela fuga de alemães ocidentais para o Leste europeu,
através de Berlim Oriental.

(Espcex (Aman) 2013)


O conflito árabe-israelense está relacionado com a criação de um Estado judeu na Palestina
em 1948. Essa região era então habitada por árabes muçulmanos que se opuseram à divisão
das terras. As guerras entre os dois povos transformaram o Oriente Médio numa das regiões
mais instáveis do globo.

Leia as afirmações abaixo sobre esse conflito e suas origens:

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 33
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

I. A ONU não apoiou e se absteve de qualquer envolvimento no processo de criação do


Estado de Israel, já que pretendia evitar o surgimento de novos conflitos após a Segunda
Guerra Mundial.

II. A mais decisiva das guerras árabe-israelenses, do ponto de vista da alteração das
fronteiras, foi a Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando Israel ocupou o Sinai, a Faixa de
Gaza, Cisjordânia e as Colinas de Golan.

III. Os conflitos acabaram levando à formação de campos de refugiados, onde passaram a


viver milhares de palestinos.

IV. Em 1973, com a Guerra do Yom Kippur, a OPEP interrompeu o fornecimento de petróleo
para os países aliados de Israel, provocando grande aumento no preço do produto.

V. Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos e a União Soviética buscaram uma política
neutra e não tiveram nenhum envolvimento nas guerras árabe-israelenses.

Assinale a única alternativa em que todos os itens estão corretos

a) II, III, IV e V.

b) II, III e IV.

c) I, II, III e IV.

d) II, IV e V.

e) I, IV e V.

(Espcex (Aman) 2013)


“Na política externa a aproximação com as potências ocidentais praticamente determinou
o fim da Guerra Fria, trazendo desdobramentos como a queda do Muro de Berlim e a
derrubada – pacífica ou violenta – dos ditadores na Europa Oriental [...] A Alemanha Oriental
foi finalmente reunida à sua parte Ocidental, formando um só país”.

(BERUTTI, 2004)

Com base nas informações do fragmento, é correto concluir que o autor se refere a(à)

a) unificação do Estado alemão, em 1871.

b) política externa adotada pela Rússia logo após a revolução bolchevique.

c) algumas consequências das medidas liberalizantes adotadas na União Soviética na década


de 1980.

d) formação do COMECOM reunindo as principais economias da Europa Oriental aos


Estados Unidos, na década de 1940.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 34
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

e) algumas consequências do Plano Marshall adotado na década de 1940 para recuperar a


economia europeia.

(Espcex (Aman) 2012)


Durante a Guerra Fria, a política americana formulou a Teoria do Dominó. Nela
comparavam-se os países de uma determinada região do globo terrestre a uma fileira de
peças de dominó posta em pé em que, se uma peça cedesse ao Comunismo arrastaria com
ela todas as outras.

Essa teoria referia-se

a) à China.

b) ao Vietnã do Sul.

c) a Israel.

d) à Indonésia.

e) ao Japão.

(Espcex (Aman) 2012)


Nas décadas finais do Séc. XX, a União Soviética passou por uma série de transformações
que levaram ao fim do socialismo. Essas mudanças foram marcadas por:

a) acordos de eliminação de mísseis entre as superpotências, interrompidos com a entrada


soviética no Afeganistão em 1988.

b) políticas que levaram a uma abertura política e econômica, conhecidas como glasnost e
perestróika.

c) aprofundamento do processo de distensão e fortalecimento do Pacto de Varsóvia.

d) fim do monopólio do Partido Comunista, implantação do unipartidarismo e instauração


de eleições diretas em 1989.

e) restabelecimento dos Kolkoses e Sovekoses nos campos, abertura do país a empresas


estrangeiras e intensificação das alianças geopolíticas bipolares.

(Espcex (Aman) 2012)


“Em 1980, o Iraque, aproveitando-se da instabilidade do Irã, invadiu-o (...). O Conflito
resultou em elevado número de mortos e em consequências desastrosas para ambos os
países”.

(VICENTINO, 2007)

A invasão iraquiana objetivava

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 35
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

a) dominar a região do Chatt-el-Arab, na confluência dos rios Tigre e Eufrates.

b) derrubar o Xá Reza Pahlevi, que dominava o Irã havia mais de 50 anos.

c) impor o islamismo ao Irã, tradicional reduto cristão na Ásia.

d) reconquistar a Península do Sinai, perdida nos conflitos entre ambos, no ano de 1967.

e) liberar o canal de Suez, para facilitar o escoamento da produção petrolífera do Iraque.

(Estratégia Militares/2022/professora Alê Lopes)


Espelho da Guerra Fria, a divisão da Alemanha foi o símbolo mais clamoroso da polarização
do mundo em dois sistemas rivais e antagônicos. Em 1961, os soviéticos fecharam a fronteira
e levantaram o muro que atravessava a cidade de Berlim.

(Boulos Jr.)

Faz parte do fim da época descrita no texto

I – A visita de Mikhail Gorbatchev à Alemanha Ocidental para negociar a retirada de


soldados da Alemanha Oriental, em 1989

II – A queda de Erich Honecker, líder comunista da Alemanha Oriental, 1989

III – Queda do muro de Berlim em 1989.

IV – Reunificação da Alemanha em 1990

Assinale a alternativa que apresenta somente assertivas corretas, dentre as apresentadas

a) III, IV

b) II, III, IV

c) I, III, IV

d) I, II, III, IV

e) Apenas a IV

(Estratégia Militares/2020/professora Alê Lopes)

A Guerra Fria estimulou diferentes estratégias militares das potências envolvidas no conflito. Além
da corrida tecnológica, marcada pela competição em torno da conquista do Espaço, houve disputas
de posição para evitar o crescimento tanto da influência do bloco capitalista, quanto do bloco
comunista. Sobre essa disputa de posições, os norte-americanos formularam qual das teorias
abaixo:

a) Teoria do Efeito Domino.

b) Teoria da Guerra Preventiva.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 36
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

c) Big Stick.

d) Doutrina Moroe.

e) Dia “D”.

(Estratégia Militares/2020/professora Alê Lopes)


O conflito atual árabe-israelense está relacionado com a criação do Estado judeu na
Palestina em 1948, após os acordos no âmbito da ONU (Organização das Nações Unidas).
À época, previa-se o repasse de 55% do território aos judeus e 44% permaneceria aos
palestinos em um cenário em que, até o fim de 1946, a Palestina era habitada por cerca de
1,2 milhão de árabes e 608 mil judeus. Nesse contexto, uma consequência imediata da
divisão territorial da região da Palestina foi:

a) a fundação da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), reconhecida pela ONU


em 1950.

b) a declaração de guerra contra Israel por parte de Egito, Síria, Jordânia e Iraque.

c) a comunidade árabe declarou os Estados Unidos como o “grande satã” em função da


dominação que exerciam na região até o fim da 2ª Guerra Mundial.

d) a formação dos poderes estatais soberanos do Estado de Israel, da Cisjordânia, dos


Curdos e da Palestina.

e) a crise nos preços do petróleo e a formação da Opep (Organização dos Países


Exportadores de Petróleo).

(Estratégia Militares/2021/professora Alê Lopes)

De tempos em tempos, os noticiários do mundo giram suas atenções para os conflitos entre
israelenses e palestinos. Desde a fundação do Estado de Israel, em 1948, já houve a Guerra dos Seis
Dias, as intifadas, conflitos em 2007 e, mais recentemente, em 2021, voltamos a ver novos
enfrentamentos entre esses dois povos. Apesar de ser um conflito que envolve múltiplas questões
– religiosas, territoriais, geopolítica, dentre outros –, é possível estabelecer que a origem do
confronto Israel-palestino remonta ao período que segue

a) aos acordos territoriais pós-2ª Guerra Mundial.

b) ao Acordo de Oslo, por meio do qual a Liga das Nações definiu que a maior parte do território da
Palestina ficaria com os israelenses.

c) aos Acordos geopolíticos após os conflitos pela posse dos recursos energéticos, iniciados com a
crise do Canal de Suez, aprofundados com o choque do petróleo na década de 1970 e, depois, com
a guerra Irã-Iraque.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 37
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

d) à 1ª Guerra Mundial, momento em que a Declaração de Balfour foi aprovada pela Liga da Nações,
colocando a região da Palestina sob controle britânico.

e) à Guerra do Yom Kippur (Dia do Perdão em judaico).

(Estratégia Militares/2021/Profe. Ale Lopes)

Durante a corrida espacial, o então governante soviético Nikita Krushev (1953-1964) desenvolveu
uma política para se relacionar com os Estados Unidos da América, conhecido como:

a)Plano de ataque nuclear

b)Política Macartista

c)Política dos Gulag

d) Política de redução dos sistemas antimísseis

e)Política de coexistência pacífica

7. Gabarito
1- A 12- C
2- D 13- B
3- E 14- B
4- A 15- A
5- A 16- D
6- B 17- A
7- B 18- B
8- D 19- D
9- B 20- E
10- C
11- B

8. Questões Comentadas
(EsPCEx 2022)

No processo de descolonização da África, no contexto da Guerra Fria, os movimentos nacionalistas


antagônicos que surgiram naquele continente, alinhados com o capitalismo ou com o socialismo,
frequentemente recebiam apoio externo. Em Moçambique, após sua independência, surgiu a
Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), apoiada

a) pela África do Sul.


b) por Angola.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 38
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

c) por Cuba.

d) por Portugal.

e) por nenhum dos países citados.


Comentários
Pessoal, que questão muitooooo difícil. Isso porque o conteúdo diz respeito ao momento pós
independência de Moçambique, que se dá em 1975.
Na minha visão, essa questão, extrapola o Edital da EsPCEX porque o documento cobra, no
ponto P (O mundo no auge da Guerra Fria), a descolonização africana e não o pós
descolonização. Já, o ponto Q do Edital (O mundo no final do século XX e início do século XXI)
cobra apenas duas Guerras Civis na África: a Guerra do Chifre da África (1977-1988); a Guerra
Civil na Somália (1991).
Ademais, a guerra civil em Moçambique (contexto em que se insere a RENAMO) é do ano da
década de 1980, assim, não é auge da Guerra Fria para estar no ponto P do edital e nem é
mencionada expressamente entre os conflitos do final do século XX, que são os temas do Ponto
Q do Edital.
Assim, GUERRA Civil Moçambicana NÃO É TÓPICO DO EDITAL DA ESPCEX 2021.
De todo modo, foi uma questão mega conteudista e que cobrou qual país apoiou a Resistência
Nacional Moçambicana (Renamo). Só um único país fez isso: a África do Sul. Assim, o único
gabarito possível é alternativa A.
As demais estão erradas porque não tem envolvimento com a Guerra Civil em Moçambique.
Gabarito: A

(EsPCEx - 2021)

Em 2007, a China já estava entre as quatro maiores economias do mundo. Para 2020, previsões
colocam-na como a segunda ou a primeira. Entretanto, essa geração de riqueza não se refletirá na

A) alteração do seu poderio militar.

B) capacitação de investimento externo.

C) evolução científico-tecnológica do país.

D) na renda “per capita” dos chineses, que continuará relativamente baixa.

E) alteração do estilo de vida de toda a sua população, que dá prioridade ao consumo sem limite.
Comentários:
A meu ver, o conteúdo extrapola o Edital de História. Veja o Edital no último ponto que se
refere ao Mundo no século XXI:

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 39
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

q. O mundo no final do século XX e início do século XXI: declínio e queda do Socialismo nos
países
europeus (Alemanha; Polônia; Hungria; ex-Tchecoslováquia; Romênia; Bulgária; Albânia; ex-
Iugoslávia) e na ex-União Soviética; os conflitos do final do Século XX – a Guerra das Malvinas
(1982); a Guerra Irã-
Iraque (1980-1989); a Guerra do Afeganistão (1979-1989); a Guerra Civil no Afeganistão (1989-
2001); a
Guerra do Golfo (1991); a Guerra do Chifre da África (1977-1988); a Guerra Civil na Somália
(1991); o 11
de Setembro de 2001 e a nova Guerra no Afeganistão; a República Brasileira de 1985 até os
dias atuais.

Veja no quadro acima, último tópico do Edital, que não há menção sobre China no século XXI.
Assim, a meu ver, não poderia ser cobrado dentro da prova de História.

De toda forma, vou apresentar uma resposta a partir de uma perspectiva histórica com um
pouco de atualidade.
Juntamente com os EUA, a China é uma liderança internacional, status que vem adquirindo
desde o fim da Guerra Fria. Assim, sob uma tendência histórica a riqueza produzida pelo país
tem contribuído para aumentar seu poderia militar, seus investimentos externos (vide presença
chinesa no Brasil) e sua evolução científico-tecnológica. A rigor, esses três elementos são
desdobramentos das disputas internacionais em curso desde a Guerra Fria. Claro, atualmente,
o conflito e a competição entre as grandes potenciais se dá em outros patamares. Por exemplo,
hoje falamos em “guerra comercial” entre EUA e China. Outra forma de conflito entre as
potências também se dá no campo da saúde (vacina para combater o Coronavirus) e na disputa
espacial. Ou seja, não dá para considerar as alternativas a), b) e c) como corretas.
Quanto à alternativa e), veja que interessante, ela versa sobre o modo de vida dos chineses. Em
geral, países com culturas milenares (China e Japão, por exemplo) tendem a perpetuá-las e a
ressignificá-las de acordo com o momento histórico. Quando foi feita a Revolução Cultural
chinesa, elementos milenares com a proposta comunista foram mesclados. Já no contexto do
capitalismo ou como se costuma dizer “socialismo de mercado” dos chineses, a população
mantém uma filosofia de trabalho em prol da coletividade, uma ressignificação da ideia de
trabalho em prol do Estado comunista. Além disso, não dá para dizer que o modelo de
sociedade chinesa é voltada para o consumo sem limites, por mais que essa sociedade seja a
produtora de grandes bens de consumo exportados “mundo afora”.
Diante dessas considerações, resta-nos a alternativa d), que é o gabarito. Aqui é preciso um
certo conhecimento de dois elementos: das condições de vida dos chineses e do dado
populacional do país, quantidade de gente mesmo. A China hoje possui cerca de 1,4 bilhões
de pessoas (o Brasil 220 milhões, compare). O país paga salários muito baixos e há diversas
restrições de consumo, com regiões que sofrem com a fome. Nesses termos, a lógica capitalista

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 40
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

de concentração de renda, isto é, muita riqueza por um lado e muita pobreza do outro, também
impera no “socialismo de mercado” que o Estado Chinês pratica. Repare, também, que a
alternativa é bem ponderada quando “continuará relativamente baixa”, fato que contrasta com
a alternativa e) “toda a sua população”. Como regra, afirmações muito generalizantes tendem
a estar errada, e não é o caso da alternativa d). Ela nos apresenta uma análise bem possível de
uma tendência que vem ocorrendo na China.

Agora vou apresentar uma resposta elaborada pelo professor Saulo Teruo Takami. Pelos
conhecimentos geográficos, ele dá o seguinte gabarito.

a) Incorreto. O poderio militar será refletido pela geração de riqueza, pois, com mais dinheiro,
maiores investimentos no setor bélico.
b) Incorreto. Essa geração de riqueza irá investir ainda mais no mercado externo, seja para
explorar, como é o caso da África ou para fazer parcerias com países que possuem alta
tecnologia, por exemplo.
c) Incorreto. Com mais capital, o investimento em ciência, tecnologia, pesquisa,
desenvolvimento e inovação será maior.
[d) Incorreto. A renda "per capita" dos chineses é maior do que a dos brasileiros. Vale lembrar
que a população da China é aproximadamente 6 vezes maior do que a população do Brasil.
e) Correto. Não é toda população chinesa que dá prioridade ao consumo sem limites, uma vez
que a população mais rica se encontra na Planície Leste ou em suas proximidades. O Centro-
Oeste do país concentra uma população majoritariamente agrária. Vale lembrar ainda que
somente em 2011 a população urbana ultrapassou a população rural.

Gabarito: D

(EsPCEx - 2021)

Durante a Guerra Fria, de 1945 a 1991, a Coexistência Pacífica serviu como canal de entendimento
entre capitalistas e socialistas, contudo não foi capaz de mitigar novos focos de tensão tais como

A) o conflito separatista de Kosovo.

B) a Revolução do Veludo.

C) a Guerra Civil Espanhola.

D) o Massacre de Katyn.

E) a descolonização africana.
Comentários:

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 41
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

A meu ver, essa questão precisa ser explicada dentro do contexto da Guerra Fria, pois é a
periodicidade estabelecida no texto. É aquela lógica. Há Bipolarização, há busca por
coexistência pacífica, mas há focos de tensão mesmo assim. Com isso na cabeça, vamos à
análise das alternativas:
a) Errado. Esse conflito ocorreu na segunda metade da década de 1990, depois do fim da
URSS, da dissolução da Iugoslávia e do fim da Guerra Fria. Por isso, está fora do contexto
da questão.
b) Errado. A Revolução de Veludo é uma revolução pacífica, ocorrida na Tchecoslováquia,
em 1989, no contexto da desagregação do mundo soviético. Depois de movimentos
pacíficos formado sobretudo por jovens, houve renúncia do líder Milos Jakes, instituição
do pluripartidarismo e eleições livres. Foram eleitos Alexander Dubcek e Vaclav Havel.
c) Errado. A Guerra Civil Espanhola ocorreu entre 1936 e 1939, precede a 2ª. Guerra
Mundial.
d) Errado. Ocorreu em 1940, no contexto da 2ª. Guerra Mundial, quando a URSS invadiu a
Polônia.
e) Gabarito. A descolonização africana é um foco de tensão da Guerra Fria. Muitos países
viveram Guerras de Independência como a Guerra da Argélia e nas ex-colônias
portuguesas, como Angola e Moçambique.
A resposta para essa questão está na nossa aula 13, do Curso de História da EsPCEx 2021.
Gabarito: E

(Espcex (Aman) 2020)


Se, por um lado, a Guerra Fria significou a inexistência de um conflito direto entre as
superpotências, por outro, a disputa entre elas por áreas de influência em todo o mundo
deu-se de forma intensa. Uma conferência internacional, que reuniu 29 nações africanas e
asiáticas, em 1955, teve a intenção de ser uma alternativa à bipolarização mundial entre os
Estados Unidos e União Soviética. Esta conferência foi realizada em

a) Bandung.

b) Teerã.

c) Yalta.

d) Pan Munjon.

e) Varsóvia.
Comentários:

No mesmo contexto da Guerra Fria (conflito ideológico entre EUA capitalista x URSS
comunista) ocorreu a Descolonização que foi o processo de independência da África e Ásia

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 42
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

após o final da Segunda Guerra Mundial. Diante do mundo polarizado da Guerra Fria, a
Conferência de Bandung de 1955, ocorreu na Indonésia, defendeu um “Terceiro Mundo”, isto
é, o não alinhamento com EUA e URSS, a autodeterminação dos povos, criticaram o
imperialismo, o racismo e o anticolonialismo. Assim, sabemos que a alternativa correta é letra
a). De qualquer forma, vamos relembrar as conferências citadas nas alternativas:

Conferência de Teerã: foi o primeiro dos acordos firmados entre as superpotências


durante a Segunda Guerra Mundial. A ocasião reuniu pela primeira vez os três grandes
estadistas do mundo da época: Josef Stalin, da União Soviética, Winston Churchill, do Reino
Unido, e Franklin Delano Roosevelt, dos Estados Unidos. Esta conferência teve lugar em Teerã,
entre 28 de Novembro e 1 de Dezembro de 1943.

Conferência de Yalta: conjunto de reuniões ocorridas entre 4 e 11 de fevereiro de 1945


no Palácio de Livadia, na estação balneária de Yalta, nas margens do Mar Negro, na Crimeia.
Foi a segunda das três conferências no tempo da Segunda Guerra entre os líderes das principais
nações aliadas (a anterior ocorreu em Teerã, e a posterior em Potsdam) e as potências
capitalistas comemoraram a vitória na reunião.

Pan Munjon: O armistício de Panmunjon, ocorrido em 1953, encerrou a Guerra da Coreia.


Era um hiato de calma em meio à Guerra Fria travada entre as duas superpotências. A assinatura
do compromisso – que dura até nossos dias – se traduziu pela divisão da península coreana em
dois Estados que em tudo se opõem, salvo o sentimento dos coreanos de pertencerem a uma
mesma nação.

Pacto de Varsóvia: O Pacto de Varsóvia ou Tratado de Varsóvia foi uma aliança militar
formada em 14 de maio de 1955 pelos países socialistas do Leste Europeu e pela União
Soviética, países estes que também ficaram conhecidos como bloco do leste. O tratado
correspondente foi firmado na capital da Polônia, Varsóvia, e estabeleceu o alinhamento dos
países membros com Moscou, criando um compromisso de ajuda mútua em caso de agressões
militares e legalizando na prática a presença de milhões de militares soviéticos nos países do
leste europeu desde 1945.

Gabarito: A

(Espcex (Aman) 2018)


Após a 2ª Guerra Mundial, iniciou-se um período de fortes tensões políticas que duraram
até 1989, conhecido como "Guerra Fria". Durante esse período, diversos conflitos foram
travados, realçando a disputa entre o comunismo e o capitalismo. Dentre esses conflitos, o
de maior duração, que representou uma séria derrota militar para o capitalismo, foi a

a) Guerra do Vietnã.

b) Guerra da Coreia.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 43
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

c) Guerra do Iraque.

d) Guerra do Afeganistão.

e) Guerra do Pacífico.
Comentários:

Apesar de a Guerra Fria ser caracterizada como um conflito ideológico, ocorrido longe
dos campos de batalha, alguns conflitos periféricos marcaram indiretamente a disputa
hegemônica entre Capitalismo e Socialismo mundo afora. O mais significativo desses conflitos
foi a Guerra do Vietnã. EUA e URSS apoiaram lados opostos da população vietnamita e, após
longo conflito, os EUA foram derrotados pelos vietcongues, tendo o Vietnã adotado o
Socialismo como forma de governo. Com isso, nosso gabarito é letra a).

Gabarito: A

(Espcex (Aman) 2016)


Acreditando que somente através da renúncia aos desejos e às necessidades mundiais ele
iria ao encontro da verdade espiritual, limitou suas posses ao essencial. Dentre os seus
poucos pertences pessoais, conservava um exemplar do Bhagavad Gita, texto sagrado para
os hindus. Violência e excessos eram igualmente repugnantes para ele.

(Adaptado de A Sombra dos Ditadores. São Paulo, Abril Livros, 1992. p. 113. Coleção Time-
Life, In COTRIM, 2007)

O texto acima descreve parte do temperamento de

a) Jawaharlau Nehru, lider do Partido do Congresso, que lutava pela emancipação da Índia.
b) Mahatma Gandhi, líder indiano que se opunha à dominação inglesa.

c) Muhammad Ali Jinnh, líder da Liga Muçulmana, que tinha como objetivo a criação de um
estado muçulmano independente no Indostão.

d) Nelson Mandela, líder sul-africano, que lutava contra o apartheid.

e) Martin Luther King, pacifista norte-americano, que lutava pela igualdade de direitos entre
brancos e negros.
Comentários:

A questão nos pede para identificar uma figura importante na história do mundo a partir
de seu temperamento. A descrição feita no texto remete às ideias do líder da independência
da Índia, Mahatma Gandhi. Gandhi, 1869-1948, foi o grande nome da independência da Índia
que era um protetorado britânico. Depois de estudar na Inglaterra e viver um tempo na África
voltou para seu país e começou, em 1922, a lutar contra a dominação inglesa. Defendeu a não

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 44
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

violência, a desobediência civil e a tolerância religiosa. Fez inúmeros jejuns, muitas greves sendo
preso algumas vezes. Em 1947, a Índia conseguiu a independência, sendo fragmentada em três
países e Gandhi foi assassinado em 1948. Portanto, a alternativa correta é letra b).

Gabarito: B

(Espcex (Aman) 2016)


No período compreendido entre o fim da Segunda Guerra Mundial e o início da década de
1980, a União Soviética se consolidou como uma superpotência, polarizando com os Estados
Unidos da América a disputa pela hegemonia mundial.

(AZEVEDO e SERIACOPI, 2013).

Dentro do bloco comunista a insatisfação aumentava cada vez mais, sobretudo nos países
do Leste Europeu. Na Polônia, operários do estaleiro de Gdansk organizaram o sindicato
Solidariedade, liderados por Lech Walesa.

Sobre o sindicato Solidariedade, no período assinalado, podemos afirmar que

a) foi rapidamente absorvido pelo governo comunista que viu a necessidade de ouvir os
operários.

b) era entidade livre de influências do partido comunista.

c) conseguiu de imediato participar das eleições presidenciais, porém, por ser um partido
da classe operária, não obteve êxito.

d) conseguiu apoio dos soviéticos que pretendiam ter o controle sobre todos os sindicatos
do mundo comunista.

e) foi extinto, pois, em países de ideologia comunista, o governo representa a classe dos
trabalhadores, não necessitando, portanto, de sindicatos.
Comentários:

A questão remete a Guerra Fria, em especial ao surgimento do sindicato Solidariedade


na Polônia. Bom, Solidariedade foi uma federação sindical polonesa fundada em 31 de agosto
de 1980 no estaleiro Estaleiro Lênin (atual Estaleiro de Gdansk). Foi um dos agentes mais
importantes a surgir na Polônia no início dos anos 80, com o objetivo de pressionar o rígido e
ortodoxo governo comunista local a implementar mudanças na política do país. Seu líder, Lech
Walesa (prêmio Nobel da Paz em 1983 e presidente da Polônia de 1990 a 1995) iria mudar a
realidade de seu país, contribuindo para a transição política de um regime socialista governado
por um partido único a uma economia de mercado nos moldes dos países da europa ocidental.
O Solidariedade foi o primeiro representante dos trabalhadores em um país que fazia parte do
Pacto de Varsóvia livre de influência do partido comunista. Tendo isso em mente, sabemos que
nosso gabarito é letra b).

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 45
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

Gabarito: B

(Espcex (Aman) 2015)


Após cerca de 3 (três) anos de intensos combates e milhões de baixas, em julho de 1953,
foi assinado o Armistício de Pan-munjom, que confirmou a divisão da Coreia.

Leia as afirmações abaixo.

I. O Armistício de Pan-munjom, selou a paz definitiva entre as duas Coreias e os Estados


Unidos.

II. O conflito iniciou-se com um ataque surpresa de tropas da República Popular da Coreia,
ao vizinho do sul, em junho de 1950.

III. O Armistício de Pan-munjom acirrou as diferenças ideológicas entre os Estados Unidos


(capitalista) e a União Soviética (socialista), dando início à Guerra Fria.

IV. Durante o conflito, o Conselho de Segurança da ONU autorizou o envio de tropas


internacionais para a região, sob o comando do general estadunidense Douglas MacArthur.

Estão corretas

a) as afirmativas I, II, III e IV.

b) apenas as afirmativas I e II.

c) apenas as afirmativas II e III.

d) apenas as afirmativas II e IV.

e) apenas as afirmativas I e III.


Comentários:

O tema da questão é o Armistício de Pan-munjom, falamos um pouquinho sobre ele em


outra questão. Esse tratado está inserido no contexto da Guerra das Coreias. Bom, o Armistício
de Pan-munjon foi assinado em 27 de julho de 1953 para colocar fim aos combates entre as
duas Coreias, porém, é importante lembrar que ele não selou a paz entre os dois países.
Vejamos as proposições:

I. Incorreta, conforme discutimos.

II. Correta. O conflito começou com um ataque da Coreia do Norte contra a do Sul.

III. Incorreta. Este conflito é um grande marco da Guerra Fria quando os EUA apoiaram
a Coreia do Sul capitalista e a China (aliada da URSS) apoiou a Coreia do Norte que era
comunista. A Guerra Fria começou em 1945 logo após o término da Segunda Guerra Mundial,
portanto, a Guerra Fria não começou com o conflito das Coreias.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 46
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

IV. Correta. A ONU, Organização das Nações Unidas, autorizou durante o conflito o envio
de tropas para a região liderada pelo general dos EUA Douglas MacArthur para expulsar os
norte-coreanos que estavam no sul.

Gabarito: D

(Espcex (Aman) 2014)


No fim da década de 1980, profundas alterações começaram a ocorrer na União Soviética e
no seu bloco de aliados. Sobre esse fato, é correto afirmar que, na

a) Tchecoslováquia, as mudanças foram impulsionadas pela criação do sindicato livre


Solidariedade.

b) Romênia, o ditador Nicolau Ceausescu e sua esposa foram executados após julgamento
sumário.

c) Alemanha Ocidental, pressões populares levaram à substituição de Erich Honecker.

d) Polônia, ocorreu, em janeiro de 1993, um desmembramento, surgindo as três Repúblicas


Bálticas.

e) Iugoslávia, a Revolução do Veludo realizada por Slobodan Milosevic acarretou a


fragmentação pacífica do Estado.
Comentários:

A questão aborda diversos movimentos ocorridos na União Soviética. Dessa maneira,


vamos analisar cada alternativa individualmente:

a) Incorreta. O Sindicato Solidariedade é polonês.

b) Correta. Ceausescu governou tiranicamente a Romênia durante parte do período da


União Soviética. Em meados de 1989, uma onda revolucionária começou a pôr fim ao seu
governo. A partir das manifestações, o ditador e sua esposa foram presos, julgados e
condenados à execução sumariamente.

c) Incorreta. Em primeiro lugar, a Alemanha Ocidental não compunha a União Soviética,


que contava com a participação da parte oriental do país. Além disso, Erich Honecker serviu
como presidente da Alemanha Oriental.

d) Incorreta. As Repúblicas bálticas foram três repúblicas que pertenceram à União


Soviética (RSS da Lituânia, RSS da Letônia e RSS da Estónia) durante o período de 1940 a 1991.
Os três países foram soberanos entre 1918 e 1940, ano no qual foram anexados pela União
Soviética, seguido por um período de ocupação alemã entre 1941 e 1944-1945. Recuperaram
a independência em 1991 e atualmente são conhecidos como Estados bálticos.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 47
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

e) Incorreta. A Revolução do Veludo ocorreu na Tchecoslováquia.

Gabarito: B

(Espcex (Aman) 2013)


Espesso e perigoso, o Muro de Berlim separou bairros, cortou cemitérios ao meio e fechou
entradas de igrejas. Existiu por 28 anos, durante os quais se estima que 125 pessoas
morreram ao tentar transpô-lo.

Sobre o Muro de Berlim, é correto afirmar que

a) na noite de 29 de novembro de 1947, o governo da Alemanha Oriental conduziu sua


construção.

b) apesar de todo o aparato de segurança que ele continha, não impediu a fuga em massa
de seus cidadãos.

c) tornou-se o maior símbolo da Guerra Fria, pois dividia uma cidade nos dois sistemas
econômico-ideológicos existentes.

d) por ocasião do bloqueio ocorrido à cidade de Berlim (junho de 1948 a maio de 1949),
seus acessos foram fechados.

e) sua construção foi motivada pela fuga de alemães ocidentais para o Leste europeu,
através de Berlim Oriental.
Comentários:

A questão remete à Guerra Fria, em especial ao Muro de Berlim. Vimos na aula que, após
o fim da Segunda Guerra Mundial, teve início a Guerra Fria. Foi um período de tensão
geopolítica entre a União Soviética e os Estados Unidos e seus respectivos aliados, o Bloco
Oriental e o Bloco Ocidental. Após sair derrotada na Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida
em quatro partes, assim como a cidade de Berlim. Com o início da Guerra Fria, os países
capitalistas (EUA, Inglaterra e França) unificaram suas partes e deram liberdade para a formação
de um governo alemão independente. A parte oriental também constituiu seu governo,
liderado pelo Partido Comunista, e adotou o modelo soviético. Nesse contexto, o Muro de
Berlim foi construído. Vamos relembrar um pouco mais esse tema:

Com isso, sabemos que a alternativa correta é letra c).

Gabarito: C

(Espcex (Aman) 2013)


O conflito árabe-israelense está relacionado com a criação de um Estado judeu na Palestina
em 1948. Essa região era então habitada por árabes muçulmanos que se opuseram à divisão

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 48
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

das terras. As guerras entre os dois povos transformaram o Oriente Médio numa das regiões
mais instáveis do globo.

Leia as afirmações abaixo sobre esse conflito e suas origens:

I. A ONU não apoiou e se absteve de qualquer envolvimento no processo de criação do


Estado de Israel, já que pretendia evitar o surgimento de novos conflitos após a Segunda
Guerra Mundial.

II. A mais decisiva das guerras árabe-israelenses, do ponto de vista da alteração das
fronteiras, foi a Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando Israel ocupou o Sinai, a Faixa de
Gaza, Cisjordânia e as Colinas de Golan.

III. Os conflitos acabaram levando à formação de campos de refugiados, onde passaram a


viver milhares de palestinos.

IV. Em 1973, com a Guerra do Yom Kippur, a OPEP interrompeu o fornecimento de petróleo
para os países aliados de Israel, provocando grande aumento no preço do produto.

V. Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos e a União Soviética buscaram uma política
neutra e não tiveram nenhum envolvimento nas guerras árabe-israelenses.

Assinale a única alternativa em que todos os itens estão corretos

a) II, III, IV e V.

b) II, III e IV.

c) I, II, III e IV.

d) II, IV e V.

e) I, IV e V.
Comentários:

A questão tem como tema a formação do Estado de Israel e o conflito árabe-israelense.


Como ela aborda diversos pontos sobre esse tema, vamos olhar as proposições e apontar seus
erros e/ou acertos:

I. Incorreta. O Estado de Israel foi criado a partir de resolução da ONU em 1967.

II. Correta. Em 1967, Israel deu início ao que chamou de uma guerra preventiva, ou seja,
uma antecipação de uma possível ofensiva dos árabes. A chamada Guerra dos Seis Dias, como
ficou conhecida, possibilitou a Israel, país vencedor do conflito, anexar a Faixa de Gaza, a
península do Sinai, a Cisjordânia, as colinas de Golã (Síria) e Jerusalém.

III. Correta. Sem dispor de um Estado para chamar de si, os palestinos passaram a se
abrigar em precários campos de refugiados.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 49
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

IV. Correta. Decorrente da ação militar realizada em feriado religioso judaico, a Guerra
do Yom Kippur resultou no boicote da venda do petróleo e no início de uma crise no capitalismo

V. Incorreta. Durante a Guerra Fria, a região do Oriente Médio, especialmente a


Palestina, foi um dos principais cenários de intervenção dos governos dos Estados Unidos e da
União Soviética, fomentando conflitos que perduram até os dias atuais.

Gabarito: B

(Espcex (Aman) 2013)


“Na política externa a aproximação com as potências ocidentais praticamente determinou
o fim da Guerra Fria, trazendo desdobramentos como a queda do Muro de Berlim e a
derrubada – pacífica ou violenta – dos ditadores na Europa Oriental [...] A Alemanha Oriental
foi finalmente reunida à sua parte Ocidental, formando um só país”.

(BERUTTI, 2004)

Com base nas informações do fragmento, é correto concluir que o autor se refere a(à)

a) unificação do Estado alemão, em 1871.

b) política externa adotada pela Rússia logo após a revolução bolchevique.

c) algumas consequências das medidas liberalizantes adotadas na União Soviética na década


de 1980.

d) formação do COMECOM reunindo as principais economias da Europa Oriental aos


Estados Unidos, na década de 1940.

e) algumas consequências do Plano Marshall adotado na década de 1940 para recuperar a


economia europeia.
Comentários:

Essa era uma questão tranquila que dava para responder apenas com a leitura do texto.
Isso porque ele discorre sobre o fim da Guerra Fria. Assim, estamos necessariamente falando
sobre esse momento histórico. Bom, estudamos que a Guerra Fria teve início logo após a
Segunda Guerra Mundial (1945). Foi um período de disputas estratégicas e conflitos indiretos
entre os Estados Unidos e a União Soviética, disputando a hegemonia política, econômica e
militar no mundo. A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas
acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro
de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. Durante a década de 1980, reformas soviéticas
como a Perestroika e a Glasnost acabaram por dar abertura para a implosão do regime
comunista. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi
se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 50
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas. Assim, nosso
gabarito é letra c).

Gabarito: C

(Espcex (Aman) 2012)


Durante a Guerra Fria, a política americana formulou a Teoria do Dominó. Nela
comparavam-se os países de uma determinada região do globo terrestre a uma fileira de
peças de dominó posta em pé em que, se uma peça cedesse ao Comunismo arrastaria com
ela todas as outras.

Essa teoria referia-se

a) à China.

b) ao Vietnã do Sul.
c) a Israel.

d) à Indonésia.

e) ao Japão.
Comentários:

Conforme estudamos na aula, a Teoria do Dominó refere-se ao Vietnã do Sul devido à


proximidade com o Vietnã do Norte (comunista) e ao perigo do primeiro ser invadido e ter o
comunismo implementado em seu território pelo segundo. Existia o medo de após um país
ceder, outros seguirem seus passos. Assim, os EUA justificavam suas ações militares em outros
países. Portanto, a alternativa certa é letra b).

Gabarito: B

(Espcex (Aman) 2012)


Nas décadas finais do Séc. XX, a União Soviética passou por uma série de transformações
que levaram ao fim do socialismo. Essas mudanças foram marcadas por:

a) acordos de eliminação de mísseis entre as superpotências, interrompidos com a entrada


soviética no Afeganistão em 1988.

b) políticas que levaram a uma abertura política e econômica, conhecidas como glasnost e
perestróika.

c) aprofundamento do processo de distensão e fortalecimento do Pacto de Varsóvia.

d) fim do monopólio do Partido Comunista, implantação do unipartidarismo e instauração


de eleições diretas em 1989.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 51
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

e) restabelecimento dos Kolkoses e Sovekoses nos campos, abertura do país a empresas


estrangeiras e intensificação das alianças geopolíticas bipolares.
Comentários:

Essa é uma questão de história contemporânea. Depende de leitura mais atenta de


textos de jornais e acompanhamento das mudanças a partir da queda do Stalinismo e do fim
da Guerra Fria. Ela nos pede para identificar quais acontecimentos/políticas marcaram as
transformações na União Soviética. Bom, em 1985, Mikhail Gorbachev assumiu a secretaria-
geral da União Soviética, dando início a uma série de reformas que objetivavam a restruturação
política e econômica do Estado. Esse conjunto de mudanças foram resumidas nas palavras
russas glasnost e perestroika, conforme é possível constatar no quadro a seguir:

GLASNOST (transparência) PERESTROIKA (reconstrução)


Suas reformas políticas se Conjunto de reformas
basearam nas ideias de liberalização e econômicas que almejavam a abertura
abertura. Para tanto, foram libertados da economia da União Soviética ao livre
presos políticos, concedidas liberdades mercado, inserindo o Estado socialista
de expressão, de imprensa e de reunião. no mercado internacional. Com isso, o
Também buscou a coexistência pacífica país poderia solicitar empréstimos ao
com os Estados Unidos, com o intuito de Fundo Monetário Internacional (FMI) e
reduzir os gastos gerados pela corrida estimular o desenvolvimento de
armamentista travada contra os norte- empresas privadas e estrangeiras no
americanos. país.

Diante das liberalizações políticas e econômicas, a formação de novos partidos políticos


e a convocação de eleições ocorreu em todas as repúblicas socialistas que integravam a União
Soviética. Boa parte dos resultados eleitorais favoreceu candidatos sociais-democratas, muitos
deles líderes de resistência contra Moscou em anos anteriores. O sentimento separatista tomou
conta destes países, o que levou à dissolução da União Soviética, em dezembro de 1991.
Portanto, nosso gabarito é letra b).

Gabarito: B

(Espcex (Aman) 2012)


“Em 1980, o Iraque, aproveitando-se da instabilidade do Irã, invadiu-o (...). O Conflito
resultou em elevado número de mortos e em consequências desastrosas para ambos os
países”.
(VICENTINO, 2007)

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 52
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

A invasão iraquiana objetivava

a) dominar a região do Chatt-el-Arab, na confluência dos rios Tigre e Eufrates.

b) derrubar o Xá Reza Pahlevi, que dominava o Irã havia mais de 50 anos.

c) impor o islamismo ao Irã, tradicional reduto cristão na Ásia.

d) reconquistar a Península do Sinai, perdida nos conflitos entre ambos, no ano de 1967.

e) liberar o canal de Suez, para facilitar o escoamento da produção petrolífera do Iraque.


Comentários:

A consolidação do governo do aiatolá Khomeini representou uma ameaça aos interesses


norte-americano e iraquiano na região. O rompimento das relações diplomáticas entre Irã e
EUA foi um duro golpe para o segundo, que perdeu um de seus mais importantes fornecedores
de petróleo no Oriente Médio.

Assim, os EUA aproximaram-se do Iraque com o objetivo de fomentar uma guerra para
derrubar o governo de Khomeini. Aproveitando-se disso, Saddam Hussein empreendeu uma
guerra contra o Irã pelo controle do canal de Chatt-el-Arab, por onde ambos escoavam seus
produtos. Tendo isso em mente, sabemos que a alternativa correta é letra a).

Vejamos os erros das demais alternativas:

Gabarito. Guarde isso: é uma conquista territorial que o Iraque empreende.

O Xá foi derrubado pela Revolução Iraniana em 1979.

O irã já era islâmico.

A Península do Sinai pertence ao Egito.

O Canal de Suez, também pertencente ao Egito, foi nacionalizado pelo Presidente


Nasser. Então França, Inglaterra e Israel invadiram o país para controlar o canal. Logo, a questão
do canal de Suez nada tem a ver com Iraque e Irã.

Gabarito: A

(Estratégia Militares/2022/professora Alê Lopes)


Espelho da Guerra Fria, a divisão da Alemanha foi o símbolo mais clamoroso da polarização
do mundo em dois sistemas rivais e antagônicos. Em 1961, os soviéticos fecharam a fronteira
e levantaram o muro que atravessava a cidade de Berlim.

(Boulos Jr.)

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 53
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

Faz parte do fim da época descrita no texto

I – A visita de Mikhail Gorbatchev à Alemanha Ocidental para negociar a retirada de


soldados da Alemanha Oriental, em 1989

II – A queda de Erich Honecker, líder comunista da Alemanha Oriental, 1989

III – Queda do muro de Berlim em 1989.

IV – Reunificação da Alemanha em 1990

Assinale a alternativa que apresenta somente assertivas corretas, dentre as apresentadas

a) III, IV

b) II, III, IV

c) I, III, IV

d) I, II, III, IV

e) Apenas a IV
Comentários
Todas as alternativas estão corretas e seguem uma sequência cronológica da reunificação da
Alemanha.
I- Correto. A política de abertura (Glasnost) e reconstrução (Perestroika) de Gorbatchev
representou uma mudança em relação à chamada ‘Doutrina Brejnev”, que estipulava que os
países unidos no Pacto de Varsóvia não deviam se desviar do curso estabelecido pelo Kremlin,
em Moscou. Para Gorbatchev não importava mais o que acontecesse nos Estados irmãos
socialistas, estes Estados deveriam ser responsáveis por si próprios.
II- Correto. Foi derrubado pela pressão de fortíssimo movimento popular iniciado em 09 de
Outubro, que exigia eleições livres. O líder renunciou em 18 de Outubro de 1989. É importante
lembra-se de que, diferentemente do que havia ocorrido nas décadas anteriores, os soviéticos
não intervieram quando o apelo por reformas democráticas ficava cada vez mais alto na
Alemanha (e também no s demais países socialistas do Leste Europeu).
III- Correto. Mais precisamente, em 9 de novembro de 1989 caiu um dos principais símbolos
da Guerra Fria. Isso foi importante para reunificação de Berlim. A queda do muro foi resultado
de amplas manifestações que começaram no dia 04 de Novembro e que exigiam reformas do
Estado.
IV- Correto. Ocorreu em 3 de outubro de 1990 – essa data hoje é considerada o “Dia da
Unidade Alemã”. Foi precedido de muitas discussões e acordos, sobretudo em relação à
questão da propriedade rural. As negociações finalizaram com a assinatura do “Tratado de
Reunificação”.
Gabarito: D

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 54
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

(Estratégia Militares/2020/professora Alê Lopes)

A Guerra Fria estimulou diferentes estratégias militares das potências envolvidas no conflito. Além
da corrida tecnológica, marcada pela competição em torno da conquista do Espaço, houve disputas
de posição para evitar o crescimento tanto da influência do bloco capitalista, quanto do bloco
comunista. Sobre essa disputa de posições, os norte-americanos formularam qual das teorias
abaixo:

a) Teoria do Efeito Domino.

b) Teoria da Guerra Preventiva.

c) Big Stick.

d) Doutrina Moroe.

e) Dia “D”.
Comentários:
a) Correta. Por meio dessa teoria, comparavam-se os países de uma determinada região do
globo terrestre a uma fileira de peças de dominó postos em pé em que, se uma peça cedesse
ao Comunismo arrastaria com ela todas as outras. Foi o que moveu os EUA a entrarem na
Guerra do Vietnã, pois, segundo essa Teoria, caso o Vietnã aderisse ao bloco comunista o
restante do pacífico Sul também aderiria.
b) errado. Esta teoria inspirou a doutrina Bush (Presidente dos EUA entre 2001 e 2009, ou seja,
pós-Guerra Fria) para combater o terrorismo, após o ataque às Torres Gêmeas, em setembro
de 2001. Conforme o jornal Le Monde diplomatique, “Mais que um novo conceito de defesa,
tratava-se da reformulação dos princípios até então admitidos pelos Estados Unidos, com
amplas consequências para a conduta de sua política estrangeira e para a organização,
comando e uso das Forças Armadas”. A atuação político-militar dos EUA consistia em impedir
a concretização de ameaças, sendo que, para isso, tomaria “medidas preventivas” (preemptive
actions) contra os potenciais inimigos. Sobre essa doutrina em trono da Guerra Preventiva,
ainda convém mencionar o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, que disse o seguinte em
janeiro de 2002: “A defesa dos Estados Unidos requer prevenção, autodefesa e às vezes a
ação antecipada. Defender-se contra o terrorismo e outras ameaças emergentes do século XXI
pode muito bem exigir que a guerra seja levada ao inimigo. Em certos casos, a única defesa é
uma boa ofensiva”. Rumsfeld voltou a explicar a posição dos Estados Unidos após uma reunião

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 55
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

ministerial da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), de 6 de junho de 2002: “Se


os
terroristas podem atacar a qualquer momento, em qualquer lugar e com qualquer técnica, e já
que fisicamente é impossível defender-se todo o tempo e contra todas as técnicas,
necessitamos redefinir o que é defensiva. […] A única defesa possível é esforçar-se para
encontrar as redes terroristas internacionais e tratá-las como se deve, como o caso do
Afeganistão”.
c) errado. Na verdade, não se tratou de uma Teoria, mas de uma prática do Presidente norte-
americano Theodore Roosevelt (1858 - 1919) de resolver conflitos diplomáticos. Dessa forma,
antes da Guerra Fria. A prática de relacionamento com outros países pode ser sintetizada em:
“com fala macia e um grande porrete, você vai longe”, frase proferida em discurso por
Roosevelt.
d) falso, pois a Doutrina Monroe é de 1823 e consistia em afastar interesses europeus do
território americano. Nesse sentido, podemos lembrar de 3 pontos dessa Doutrina: a
impossibilidade de criação de novas colônias ao longo do continente; intolerância à
interferência de nações europeias; e a não participação norte-americana em conflitos
envolvendo países europeu.
e) errado, pois, para os EUA, o dia D foi o desembarque de soldados Aliados nas praias da
Normandia, no Norte da França.
Gabarito: A

(Estratégia Militares/2020/professora Alê Lopes)


O conflito atual árabe-israelense está relacionado com a criação do Estado judeu na
Palestina em 1948, após os acordos no âmbito da ONU (Organização das Nações Unidas).
À época, previa-se o repasse de 55% do território aos judeus e 44% permaneceria aos
palestinos em um cenário em que, até o fim de 1946, a Palestina era habitada por cerca de
1,2 milhão de árabes e 608 mil judeus. Nesse contexto, uma consequência imediata da
divisão territorial da região da Palestina foi:

a) a fundação da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), reconhecida pela ONU


em 1950.

b) a declaração de guerra contra Israel por parte de Egito, Síria, Jordânia e Iraque.

c) a comunidade árabe declarou os Estados Unidos como o “grande satã” em função da


dominação que exerciam na região até o fim da 2ª Guerra Mundial.

AULA 13 – CONTEMPORÂNEA IV 56
ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

d) a formação dos poderes estatais soberanos do Estado de Israel, da Cisjordânia, dos


Curdos e da Palestina.

e) a crise nos preços do petróleo e a formação da Opep (Organização dos Países


Exportadores de Petróleo).

Comentários
a) falso, pois a OLP foi fundada em 1959 e reconhecida pela ONU em 1974.
b) correto. Os países árabes iniciaram ofensivas contra Israel em um conflito que durou até 1949
e ficou conhecido com Nakba. Dessa guerra, 750 mil palestinos foram deslocados de suas terras
e passaram a viver como refugiados
c) errado, pois a região da Palestina era colônia Britânica. Desde 1917, após a queda do Império
Otomano, a região estava sob domínio inglês.
d) falso, pois, entre 1948 e 1949, a partir dos acordos internacionais, a região ficou dividia em
três territórios: Estado de Israel, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Até hoje não existem os Estados
da Palestina e dos Curdos, embora haja movimentos nesse sentido.
e) errado, pois a crise do petróleo ocorreu na década de 1970, não imediatamente após a
fundação do Estado de Israel. Além disso, a crise tem origem maior em variáveis econômicas
no contexto da Guerra Fria do que propriamente o conflito entre israelenses e árabe. Por fim,
a Opep foi criada em 1960.
Gabarito: B

(Estratégia Militares/2021/professora Alê Lopes)

De tempos em tempos, os noticiários do mundo giram suas atenções para os conflitos entre
israelenses e palestinos. Desde a fundação do Estado de Israel, em 1948, já houve a Guerra dos Seis
Dias, as intifadas, conflitos em 2007 e, mais recentemente, em 2021, voltamos a ver novos
enfrentamentos entre esses dois povos. Apesar de ser um conflito que envolve múltiplas questões
– religiosas, territoriais, geopolítica, dentre outros –, é possível estabelecer que a origem do
confronto Israel-palestino remonta ao período que segue

a) aos acordos territoriais pós-2ª Guerra Mundial.

b) ao Acordo de Oslo, por meio do qual a Liga das Nações definiu que a maior parte do território da
Palestina ficaria com os israelenses.

c) aos Acordos geopolíticos após os conflitos pela posse dos recursos energéticos, iniciados com a
crise do Canal de Suez, aprofundados com o choque do petróleo na década de 1970 e, depois, com
a guerra Irã-Iraque.

d) à 1ª Guerra Mundial, momento em que a Declaração de Balfour foi aprovada pela Liga da Nações,
colocando a região da Palestina sob controle britânico.

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ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

e) à Guerra do Yom Kippur (Dia do Perdão em judaico).


Comentários
a) errado, pois os confrontos começaram na década de 1920, quando o sionismo passou a
estimular e financiar uma quantidade cada vez maior de deslocamento populacional de judeu
em direção à Palestina. “A população judaica na Palestina saltou de cerca de 10 mil judeus em
1850 para 35 mil em 1903 e 90 mil em 1914. (...) Com o apoio dos ingleses, a imigração judaica
aumentou. Em 1931, o número de judeus na Palestina chegava a 174 mil, enquanto árabes e
palestinos somavam 759 mil” (José Jobson... p. 642).
b) errado, pois a Liga das Nações é do contexto da 1ª Guerra Mundial e os Acordos de Oslo
foram tentativas de paz mediada pelos EUA em meados dos anos 1990. Esses acordos,
assinados por Shimon Peres (Israel) e Yasser Arafat (Palestina), foram importantes pois indicaram
uma possibilidade de paz.
c) errado, pois a crise do Canal de Suez ocorreu em 1956, quando o então Presidente do Egito,
Gamla A. Nasser nacionalizou o canal, retirou-o sob o controle de ingleses e franceses, bem
como proibiu o trânsito de navios israelenses em função da questão da Palestina. Então, veja,
quando a crise do Canal de Suez começou, o confronto Israel-palestina já existia e ele foi
determinante para a postura do Egito em relação aos israelenses. Agora, veja como também
dá para contextualizar a Guerra Fria aí. Após a nacionalização do Canal de Suez pelo Egito e
das represálias comerciais a Israel, França, Inglaterra e Israel lançaram um ataque militar ao
Egito, dando início a outro confronto militar. Esses três países ocuparam a Península do Sinai e
o Canal de Suez. Neste momento, entrou na jogada a URRS, que era aliada de Nassar. O
governo soviético ameaçou retaliar com uma bomba atômica. Por sua vez, os EUA não foram
favoráveis à ação de Inglaterra, França e Israel. Neste impasse, os efetivos militares ingleses,
franceses e israelenses se retiram e a soberania do Egito foi resguardada. Sacou o conjunto de
articulações que, em muitos sentidos, atravessam o conflito entre israelenses e palestinos. Vale
lembrar que o Egito, diante da força de Nassar, de seu apoio aos palestinos, passou a grande
inimigo de Israel. Em 1967, Israel atacou o Egito e foi iniciada a Guerra dos Seis Dias. Ao final
do confronto, Israel conquistou a Península do Sinai, a Cisjordânia, as colinas de Golan (a parte
da Síria), uma parte d Jerusalém e a Faixa de Gaza. Assim, após a Guerra dos Seis Dias, o Estado
de Israel passou a controlar a maior parte do território da Palestina.
d) correto, este é o nosso gabarito. Vejamos: até o fim da 1ª Guerra Mundial, a maior parte do
Oriente Médio, aí incluindo a região da Palestina, fazia parte do Império Otomano – o qual, no
conflito da 1ª GM era aliando da Alemanha. Ou seja, o Império Otomano ruiu. Neste momento,
os árabes, diante do fim do Império Otomano, começaram um movimento para construir seu
próprio Estado, na verdade, um Império, muito parecido com o Império Islâmico que Maomé
defendia. Os ingleses apoiaram esse movimento, pois, no final das contas, fazia parte da
estratégia de derrotar os alemães na 1ª GM. Assim, na 1ª GM, árabes-islâmicos e ingleses
lutaram contra alemães e otomanos. Qual foi o nó? A Inglaterra também contou com o apoio
da comunidade judaica internacional, apoio financeiro, para derrotar os alemães. Com isso, em

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ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

1917, o governo britânico divulgou a Declaração de Balfour a qual prometia a criação do Estado
de Israel na região da Palestina. Junto com isso, mas de forma secreta, franceses e ingleses
acordaram que, em caso de vitória sobre os turco-otomanos os territórios seriam divididos entre
França e Inglaterra. Ou seja, e o reconhecimento da soberania árabe, foi para onde? No final
das contas, após o fim da 1ª GM, o Oriente Médio foi dividido em protetorados das potências
europeias e os árabes viram frustrada a formação de um Estado nacional árabe-islâmico. A Síria
e o Líbano ficaram sob controle dos franceses; Iraque, Transjordânia, Egito, Pérsia (Irá, atual) e
Palestina ficaram com os ingleses. Agora, já a promessa para os judeus, essa permaneceu e a
Inglaterra passou a estimular a imigração de judeus para a Palestina, uma forma de enfraquecer
o movimento nacionalista árabe. Por isso, os primeiros conflitos físicos entre palestinos e judeus
começaram na década de 1920. Depois esses conflitos foram aumentando de intensidade até
chegarmos ao que temos hoje.
e) falso, pois essa guerra é uma dentre tantas ocorridas desde os primeiros conflitos. Ela ocorreu
em 1973. O motivo principal da Guerra do Yom Kippur foi dar uma resposta à anexação de
territórios sírios e egípcios por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, 1967, conforme mencionei
acima. O conflito terminou cerca de 20 dias depois de iniciado, após a intervenção dos Estados
Unidos, da ONU e da URSS. Apesar do acordo de cessar-fogo, Israel não devolveu os territórios
que havia ocupado em 1967. Em razão dessa guerra, milhares de palestinos se tornaram
refugiados e passaram a viver em campos de refugiados.
Agora, assim como mencionei acima, repare como esse conflito afetou, novamente, outras
temáticas: os países árabes produtores de petróleo e os membros da Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (OPEP) pararam de fornecer petróleo aos países que apoiaram Israel
na Guerra de Yom Kippur. E, com isso, temos início à crise do Petróleo na década de 1970, mas
aí já é outra história, tema para uma próxima questão.
Gabarito: D

(Estratégia Militares/2021/Profe. Ale Lopes)


Durante a corrida espacial, o então governante soviético Nikita Krushev (1953-1964)
desenvolveu uma política para se relacionar com os Estados Unidos da América, conhecido
como:
a)Plano de ataque nuclear
b)Política Macartista
c)Política dos Gulag
d) Política de redução dos sistemas antimísseis
e)Política de coexistência pacífica
Comentários

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ESTRATÉGIA MILITARES – CONTEMPORÂNEA IV

É uma questão sobre a Guerra Fria, mais precisamente durante o Governo de Nikita Krushev.
Observando o ano da governança de Krushev, devemos lembrar do contexto. Esse foi o líder
soviético que tentou implementar uma política de coexistência pacífica com os Estados Unidos.
Sendo assim, o gabarito é letra E.

Vejamos do se tratam as demais alternativas:

a)Errado. Em 1962 houve a crise dos mísseis, mas que não ocorreu, justamente pelos acordos e
por uma tentativa, desde a década de 50, dos dois presidentes.

b)Errado. O macarthismo foi uma política de “caça aos comunistas” por meio de ações do
“Comitê anti-americano” contra cidadãos americanos e, também, estrangeiros.

c)Errado. Gulag era o sistema de campos de trabalho forçado que existiu na URSS.

e)Gabarito, conforme comentamos acima.

Gabarito: E

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