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Tópicos Especiais em

Sistemas de Energia
Elétrica
Transformador de Corrente

TC 138 KV

Tópicos Especiais em Sistemas de Energia Elétrica 1


Objetivo e Finalidade da Proteção
• Transformadores de medida são equipamentos que permitem aos instrumentos de
medição e proteção funcionar adequadamente sem que seja necessário possuírem
correntes e tensões nominais de acordo com a corrente de carga e a tensão do circuito
principal.
• Os transformadores de corrente, TCs, e os transformadores de potencial, TPs, são os
transformadores de medida utilizados no sistema de proteção.
• Transformadores de corrente, TC, são utilizados para suprir aparelhos que apresentam
baixa resistência elétrica, tais como as bobinas de corrente dos amperímetros, relés,
medidores de energia, de potência etc.
• O TC opera com tensão variável, dependente da corrente primária e da carga ligada no seu
secundário.
• A relação de transformação das correntes primária e secundária é inversamente
proporcional à relação entre o número de espiras dos enrolamentos primário e secundário.

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Características Construtivas
• Os TCs na sua forma mais simples possuem um primário, geralmente de poucas espiras, e
um secundário, no qual a corrente nominal transformada é, na maioria dos casos, igual a
5 A.
• Dessa forma, os instrumentos de medição e proteção são dimensionados em tamanhos
reduzidos devido aos baixos valores de correntes secundárias para os quais são
projetados.
• Os TCs transformam, por meio do fenômeno de conversão eletromagnética, correntes
elevadas, que circulam no seu primário, em pequenas correntes secundárias, segundo
uma relação de transformação.
• A corrente primária a ser medida, circulando nos enrolamentos primários, cria um fluxo
magnético alternado que faz induzir as forças eletromotrizes Ep e Es, respectivamente,
nos enrolamentos primário e secundário.
• Dessa forma, se nos terminais primários de um TC cuja relação de transformação nominal
é de 20 circular uma corrente de 100 A, obtém-se no secundário a corrente de 5 A, ou
seja: 100/20 = 5 A.
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Tipos de TC
a) TC tipo barra;
b) TC tipo enrolado;
c) TC tipo janela;
d) TC tipo bucha;
e) TC tipo núcleo dividido;
f) TC com vários enrolamentos primários;
g) TC com vários núcleos secundários;
h) TC com vários enrolamentos secundários;
i) TC tipo derivação no secundário;

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TC Tipo Barra
• É aquele cujo enrolamento primário é constituído por uma barra fixada através
do núcleo do transformador.
• Os TC de barra em baixa tensão são extensivamente empregados em painéis
de comando de corrente elevada, tanto para uso em proteção quanto para
medição.
• Esse modelo de transformador é o mais utilizado em subestações de potência
de média e alta tensões.
• Podem acomodar até quatro núcleos.
• O núcleo tem a forma toroidal, enrolado com tira de aço-silício, de grãos
orientados.
• O enrolamento secundário consiste em fio esmaltado e isolado com tecido de
algodão.
• O enrolamento é uniformemente distribuído em volta do núcleo.
• A reatância secundária do enrolamento entre quaisquer pontos de derivação é
pequena.
• Os enrolamentos secundários podem ser providos com uma ou mais
derivações para obter relações de transformação mais baixas com um número
reduzido de ampères-espiras.
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TC Tipo Barra

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TC Tipo enrolado

• É aquele cujo enrolamento primário é constituído de uma ou mais espiras


envolvendo o núcleo do transformador.

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TC Tipo Janela
• É aquele que não possui um primário fixo no transformador e é constituído de uma
abertura através do núcleo, por onde passa o condutor que forma o circuito primário.
• É muito utilizado em painéis de comando de baixa tensão em pequenas e médias correntes
quando não se deseja seccionar o condutor para instalar o transformador de corrente.
• Empregado dessa forma, consegue-se reduzir os espaços no interior dos painéis.

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TC Tipo Bucha
• É aquele cujas características são
semelhantes ao TC tipo barra, porém sua
instalação é feita na bucha dos
equipamentos (transformadores,
disjuntores etc.), que funcionam como
enrolamento primário.

• É muito empregado em transformadores


de potência para uso, em geral, na
proteção diferencial quando se deseja
restringir a zona de proteção ao próprio
equipamento.

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TC Tipo Núcleo Dividido
• É aquele cujas características são semelhantes às características dos TC’s tipo janela, em que
o núcleo pode ser separado para permitir envolver o condutor que funciona como
enrolamento primário.
• É basicamente utilizado na fabricação de equipamentos manuais de medição de corrente e
potência ativa ou reativa, já que permite obter os resultados esperados sem seccionar o
condutor ou a barra sob medição.
• Normalmente, é conhecido como alicate amperimétrico.

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TC com vários enrolamentos primários
• É constituído de vários enrolamentos primários montados isoladamente e apenas um
enrolamento secundário.
• Como exemplo, pode-se ter a seguinte representação: 100 × 200-5 A.
• As bobinas primárias podem ser ligadas em série ou em paralelo, propiciando a obtenção de
duas relações de transformação.
• Os equipamentos de proteção são padronizados para 5 A.

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TC com vários núcleos secundários
• É constituído de dois ou mais enrolamentos secundários, e cada um possui individualmente o seu
núcleo, formando, juntamente com o enrolamento primário, um só conjunto.
• A representação das correntes no exemplo da Figura abaixo pode ser: 400-5-5-5 A.
• A seção do condutor primário deve ser dimensionada tendo em vista a maior das relações de
transformação dos núcleos considerados.
• Cada núcleo com o seu secundário funciona de forma independente do outro.
• São construídos transformadores de corrente com vários núcleos, uns destinados à medição de energia
e outros próprios para o serviço de proteção.
• As concessionárias geralmente especificam em suas normas unidades separadas para a medição de
faturamento, devendo o projetista da instalação reservar uma unidade independente para a proteção.

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TC com vários enrolamentos secundários
• É constituído de um único núcleo envolvido pelo enrolamento primário e vários enrolamentos
secundários que podem ser ligados em série ou em paralelo.
• A representação das correntes, no exemplo da Figura abaixo, pode ser: 300-5/2,5/10 A.
• Na relação 300-5 se utilizam os terminais S1-S2 ou S3-S4 individualmente.
• Na relação 300-2,5 se conectam os terminais S2-S3 pondo em série as bobinas secundárias. Já na
relação 300-10 os terminais S1-S3 e S2-S4, ou seja, as bobinas, são postas em paralelo.

• Deve-se alertar para o fato de que os transformadores


de corrente com mais de uma derivação no
enrolamento secundário têm sua classe de exatidão
relacionada com a sua operação na posição que leva o
maior número de espiras.

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TC Tipo Derivação no Secundário
• É constituído de um único núcleo envolvido pelos enrolamentos primário e secundário, sendo o
núcleo provido de uma ou mais derivações.
• O primário pode ser constituído de um ou mais enrolamentos.
• A seção do condutor primário deve ser dimensionada para a maior relação de transformação.
• Como exemplo, a representação das correntes primárias e secundárias da Figura é: 100/200/300-5 A.
• Neste caso, pode-se utilizar o TC como 100-5; 200-5 e 300-5 A.
• No entanto, somente uma relação de transformação pode ser utilizada.
• As demais devem ficar em circuito aberto.

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TC Tipo Derivação no Secundário

• Os transformadores de corrente de baixa tensão normalmente têm o núcleo


fabricado em ferro-silício de grãos orientados e estão, juntamente com os
enrolamentos primário e secundário, encapsulados em resina epóxi submetida à
polimerização, o que lhe proporciona endurecimento permanente, formando um
sistema inteiramente compacto e dando ao equipamento características elétricas e
mecânicas de grande desempenho, ou seja:
• Incombustibilidade do isolamento.
• Elevada capacidade de sobrecarga, dada a excepcional qualidade de
condutividade térmica da resina epóxi.
• Elevada resistência dinâmica às correntes de curto-circuito.
• Elevada rigidez dielétrica.

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Polaridade do TC
• Adota-se convencionalmente para o TC o símbolo abaixo:

• O modo como as bobinas primária e secundária estão enroladas no núcleo magnético, são
simbolicamente expressas pelas marcas da polaridade como indicado na figura abaixo:
• A corrente primária IP entra pela marcação do ponto e a corrente secundária IS sai pela
marcação do ponto.

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Polaridade do TC
• A norma NBR 6856 estabelece que os TC´s para os serviços de medição e proteção,
devem ser constituídos de acordo com a figura abaixo.

• Normas de outros paízes utilizam as marcas de polaridade de acordo com o


representado abaixo.

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Ligação do Transformador de Corrente

Representação Unifilar

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Relação de Transformação do TC
• Dentro da precisão requerida, considera-se o TC um transformador operando
dentro das características ideais.
• Vale a lei de Ohm aplicada a circuitos eletromagnéticos:
• FP – FS = R . Φ
• Onde:
• FP - Força magnetomotriz da bobina do primário do TC;
• FS - Força magnetomotriz da bobina do secundário do TC;
• R - Relutância do circuito magnético do TC;
• Φ - Fluxo magnético do núcleo do TC

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Relação de Transformação do TC
NPIP – NSIS = R . Φ
• Considerando o transformador ideal, a relutância magnética vale zero.
NPIP – NSIS = 0
NPIP = NSIS
IS = (NPIP)/NS
• Define-se RTC como relação de transformação do TC:
• RTC = NS/NP
• IS = IP / RTC

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Relação de Transformação do TC

• Os equipamentos de proteção são padronizados


para 5A, as relações de transformação do TC são
convenientemente denotadas por X/5.

• Assim, pela NBR 6856 da ABNT, as correntes primárias do TC são de (A):

• 5; • 30; • 100; • 400; • 1200; • 4000; • Os valores


• 10; • 40; • 150; • 500; • 1500; • 5000; sublinhados
200; • 2000; são
• 15; • 50; • • 600; • 6000;
referentes a
• 20; • 60; • 250; • 800; • 2500; • 8000. norma ANSI
• 25; • 75, • 300; • 1000; • 3000;
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Exemplo 1
• Considerando o TC abaixo calcular a relação de transformação e a corrente
secundária do relé:

• RTC = NS/NP
• RTC = 600/20 = 30
• IS = IP / RTC
• IS = 120/(150/5) = 4 A

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Transformador de Corrente de alta reatância
• São transformadores de
corrente que tem a
bobina primária
enrolada sobre seu
núcleo magnético.

• Tem uma reatância de
dispersão com valor
razoável.

• Em relação a impedância
total do seu circuito
secundário sobre carga
nominal.
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Transformador de Corrente de alta reatância
• Para melhorar e sensibilidade e qualidade do TC , a sua bobina
primária é enrolada, isto aumenta a sua força magnetomotriz.
• Pelas normas, o TC de alta reatância de dispersão é conhecido
como:

• Tipo A pela ABNT, norma NBR 6856. A letra A vem da palavra


Alta do TC de alta reatância de dispersão.
• Tipo H pela ANSI. A letra H vem da designação de high.

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Transformador de Corrente de baixa reatância
• Devido a alta corrente primária a seção do cabo do condutor é grande, ficando dificultada
a construção de bobinas no núcleo magnético do TC.
• Assim o primário é apenas uma barra que transpassa o núcleo do TC.
• Esse TC é conhecido como tipo barra e se for instalado na
bucha do transformador ou disjuntor é denominado tipo
bucha.
• Utiliza o mesmo princípio de medição do TC tipo alicate.
• A relação de transformação vale NS/1.
• O secundário é enrolado com o máximo de espiras possível,
a fim de produzir o melhor acoplamento, reduzindo a
reatância de dispersão.
• Sua designação é feita por:
• Tipo B: ABNT – norma NBR 6856, a letra B é a abreviatura
de Baixa.
• Tipo L: ANSI, letra L, Low. Tópicos Especiais em Sistemas de Energia Elétrica
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Circuito Equivalente do TC

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Circuito Equivalente do TC
• R’P e X’P: resistência e reatância do TC referida do secundário.
• IP: corrente no primário;
• IS: corrente no secundário do TC (a que passa pela carga, geralmente relés)
• Ie: corrente de excitação do núcleo do TC. É a corrente necessária para suprir as
perdas e a magnetização do núcleo do TC.
• RS e XS: resistência e reatância do secundário do TC.
• Rf: resistência equivalente as perdas no ferro do núcleo do TC. (referentes as
correntes parasitas e ao laço de histerese).
• Xm: reatância equivalente a magnetização do núcleo do TC. Produz o fluxo
magnético resultante no secundário do TC.

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Erro no Transformador de Corrente
• Aplicando a LKC no circuito apresentado obtemos a seguinte expressão:
• IP /RTC = IS + Ie
• IS = IP / RTC - Ie
• Ie é a corrente responsável pelo erro causado no TC.
• O erro de relação e ângulo de fase.
• O TC para proteção deve mandar ao seu secundário uma corrente IS com bastante
fidelidade, principalmente durante o curto-circuito.

• A filosofia na proteção é: na ocorrência de um defeito no SEP, a proteção deve


mandar abrir o disjuntor o mais rápido possível de modo a eliminar o curto-circuito
e deixar o menor número de consumidores desenergizados.

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Erro no Transformador de Corrente
• A proteção atua para correntes de curto circuito elevadas e estas podem levar
a saturação do núcleo magnético do TC.

• A curva de magnetização do núcleo do TC é apresentada abaixo.

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Erro no Transformador de Corrente
• O erro se deve à influência do material ferro-magnético de que é constituído o
núcleo do TC;

• De extrema importância, quando se trata de transformadores de corrente


destinados à medição;

• Em geral, os erros de relação e de ângulo de fase dependem do valor da corrente


primária do TC, do tipo de carga ligada no seu secundário e da frequência do
sistema que é normalmente desprezada, devido à relativa estabilidade deste
parâmetro nas redes de suprimento.

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Erro de relação de transformação
• É aquele que é registrado na medição de corrente com TC, onde a corrente primária não
corresponde exatamente ao produto da corrente lida no secundário pela relação de
transformação nominal;
• Devidos basicamente à corrente do ramo magnetizante, conforme se mostra na Figura
do transformador de corrente equivalente:

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Erro de ângulo de fase

• É o ângulo (β) que mede a


defasagem entre a corrente
vetorial primária e o inverso
da corrente vetorial
secundária de um
transformador de corrente.

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Fator de Sobrecorrente do TC
• Fator que determina a máxima corrente primária, limite da classe de exatidão;
• ABNT 6856 determina 20 IN para proteção e 4 IN para medição;
• Fator de sobrecorrente diretamente proporcional à carga no secundário:
• FS = IP máximo curto circuito / IP nominal TC
• Os valores do fator de sobrecorrente (FS), padronizados são:
• Pela ANSI: FS = 20
• Pela ABNT: 5, 10, 15, 20 e 30.
• Por exemplo, um TC com relação de transformação de 600/5 e FS = 20 (mais
usado), só pode ser usado em um sistema elétrico, se a máxima corrente de
curto-circuito no local da instalação do TC não ultrapassar o valor de:
• IP máximo curto circuito = 20 x 600 = 12 kA.

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Fator de Sobrecorrente do TC

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Classe de Exatidão do TC
• A classe de exatidão exprime nominalmente o erro esperado do transformador de
corrente levando em conta os erros de relação de transformação;

• De acordo com o instrumentos a serem ligados aos terminais secundários do TC, devem
ser as seguintes as classes de exatidão destes equipamentos:
• para aferição e calibração dos instrumentos de medida de laboratório : 0,1;
• alimentação de medidores de demanda e consumo ativo e reativo para fins de
faturamento: 0,3;
• alimentação de medidores para fins de acompanhamento de custos industriais: 0,6;
• alimentação de amperímetros indicadores , registradores gráficos, relés de
impedância, relés diferenciais , relés de distância, relés direcionais : 1,2;
• alimentação de relés de ação direta, por exemplo, aplicados em disjuntores primários
de subestações de consumidor: 3,0

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Classe de Exatidão do TC

• A classe de precisão 3,0 não tem limitação de erro de ângulo de fase e o seu fator
de correção de relação percentual (FCRp) deve situar-se entre 103 e 97% para que
possa ser considerado dentro de sua classe de exatidão;

• Para TC´s destinados à proteção, diz-se que a classe de exatidão é 10, por exemplo,
quando o erro de relação percentual, durante as medidas efetuadas, desde a sua
corrente nominal secundária até 20 vezes o valor da referida corrente, é de 10%;

• Ainda segundo a NBR 6856, o erro de relação do TC deve ser limitado ao de


corrente secundária desde 1 a 20 vezes a corrente nominal ;

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Classe de Exatidão do TC

• Além da classe de exatidão, os transformadores de corrente para serviço proteção


são caracterizados pela sua classe, relativamente à impedância do seu lamento
secundário, ou seja:
• classe B são aqueles cujo enrolamento secundário apresenta reatância que não
pode ser desprezada. Nesta classe, estão enquadrados os TC's com núcleo
toroidal ou simplesmente TC's de bucha;
• classe A são aqueles cujo enrolamento secundário apresenta uma reatância que
pode ser desprezada. Nesta classe, estão enquadrados todos os TC's que não se
enquadram na classe B.

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Classe de Exatidão do TC pela ANSI
• Pela ANSI, define-se a classe de exatidão do TC, pela limitação da máxima tensão que pode
aparecer no secundário do TC no instante da máxima corrente de curto circuito, de acordo
com o seu fator de sobrecorrente.
• É a máxima tensão no secundário do TC para uma corrente no primário de 20IP nominal para
que o erro não ultrapasse 2,5%; 5% ou 10%.

• Note que quando o curto


circuito no primário for de 20X,
no secundário do TC a corrente é
de 20 x 5 = 100 A, sob a pena de
exceder o erro de sua classe de
exatidão.

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Classe de Exatidão do TC pela ANSI

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Classe de Exatidão do TC pela ANSI
• Exemplo:
• Um TC – classe 10H400 é um TC de alta reatância, tal que quando ocorrer um curto
circuito cuja corrente secundária for 20 x 5 A = 100 A, no máximo poderá ter no
secundário 400 V, para que o erro devido a saturação do núcleo do TC não
ultrapasse 10 %.

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Carga no Secundário do TC
• É a carga máxima que se pode conectar no secundário do TC, de modo a não
ultrapassar a máxima tensão dada sua classe de exatidão.
• Vmáximo = Zcarga IS
• Zcarga deve ser composta por todas as impedâncias conectadas no secundário do TC.
• Zcarga = Zfiação + ∑ Zrelés

• Exemplo: qual a carga máxima que se pode conectar no secundário do TC classe


10H400
• Solução: Vmáximo = Zcarga IS
• 400 = Zcarga.100
• Zcarga = 4Ω

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Carga no Secundário do TC
• A carga obtida pela expressão: Zcarga = (Vmáximo / 100)  60°
• É denominada carga padrão e tem o FP 0,5 indutivo.
• Segue a tabela das cargas padrões:
Vmáximo Carga Padrão para 20 Inominal
10 V 0,1  60° Ω
20 V 0,2  60° Ω
50 V 0,5  60° Ω
100 V 1  60° Ω
200 V 2  60° Ω
400 V 4  60° Ω
800 V 8  60° Ω
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Carga no Secundário do TC
• Exemplo: em relação ao diagrama unifilar da figura abaixo para um TC classe 10H400.
• Calcular:
a) A corrente no secundário do TC, quando passa no primário uma corrente de 480 A.
b) A corrente no secundário para o curto circuito no terminal primário do TC.
c) A máxima carga no secundário, para que o TC fique dentro de sua classe de exatidão.

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Resolução

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Classe de exatidão pela ABNT
• A ABNT define a classe de exatidão do TC como sendo a máxima potência aparente
(VA) consumida pela carga conectada no secundário, pra uma corrente nominal no
secundário de 5 A.

• É a máxima potência aparente (VA)


que pode conectar em regime
permanente no secundário do TC,
ara que durante o máximo curto
circuito limitado pelo seu fator de
sobrecorrente, o seu erro não
ultrapasse o da sua classe de
exatidão.

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Classe de exatidão pela ABNT
• Possíveis combinações da classe de exatidão TC pela ABNT:
• Por exemplo, a nomenclatura do TC – Classe
A10F20C50 é explicitada como segue:
A – TC de alta reatância;
10 – erro admissível de sua classe de exatidão (10%);
F – Fator de Sobrecorrente;
• 20 - 20 IN = 20 x 5 A = 100 A no secundário;
C – carga no secundário do TC em VA definido para a
corrente nominal IN = 5 A do TC;
50 – 50 VA, carga do TC m uma corrente nominal de 5 A
do TC.
Obs: no sistema elétrico utiliza-se normalmente os TCs com o fator de sobrecorrente de 20 e classe de
exatidão de 10%, não sendo necessário informar a 2ª, 3ª e 4ª coluna da expressão.
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TC Proteção x TC Medição
• Proteção: • Medição:
• Os TC´s de proteção são projetados para • No caso de TC´s para medição a exigência de
reproduzir a corrente de falta que sua esta na exatidão está ligada a sua
tipicamente chega a 20In, com a sua carga utilização para faturamento.
nominal. • Tendo uma exatidão de 0,3; 0,6; e 1,2%, com
• As normas de TC, como IEC, ABNT etc, a corrente nominal.
definem essa carga (impedância) através da • A norma define inclusive que a precisão é
tensão que o TC pode trabalhar sem que maior com a corrente nominal e pior com
sature. 10% do valor nominal.
• Tipicamente poderíamos mencionar tensões • As correntes de falta não são as
de 100, 200, 400 e 800 Volts. preocupações de fabricante e tipicamente
• Na aquisição do TC, deve-se definir qual a com as correntes elevadas o TC deverá
tensão que o TC deve suportar. saturar e isto implica em reduzir as corrente
• O foco é reproduzir altas correntes com uma no secundário protegendo o instrumento de
precisão de 5 a 10% atendendo as sobrecargas que afetam a sua precisão.
necessidades de proteção. Tópicos Especiais em Sistemas de Energia Elétrica 47
Fator Térmico do TC
• É aquele em que se pode multiplicar a corrente primária nominal de um para se obter a
corrente que pode conduzir continuamente, na frequência e com cargas especificadas, sem
que sejam excedidos os limites de elevação de temperatura definidos por norma;
• A NBR 6856/81 especifica os seguintes fatores térmicos nominais: 1,0 - 1,2 - 1,3 - 1,5 - 2,0.
• FT = IPmáxima / Ipnominal (Em regime permanente)
• Exemplo: Qual a corrente máxima de regime permanente que pode passar pelo
alimentador do diagrama abaixo:

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Limite Térmico do TC
• O Limite Térmico (LT) é a máxima corrente de curto circuito que o TC pode suportar
durante 1 s, com o secundário em curto circuito.

• Esta limitação é causada pela máxima


limitação de temperatura dada pela
sua classe de Isolação.
• Se a proteção juntamente com o
disjuntor demorar um tempo maior
que 1 s para eliminar o curto circuito, a • Onde:
corrente limite do TC fica determinada • tdefeito = tempo de abertura do disjuntor;
pela expressão: • Icurto = corrente limite de curto circuito que
persiste durante o tempo de defeito;
• θ = Constante que depende das características
• I²curto tdefeito = θ
construtivas do TC.
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Limite Dinâmico do TC

• É definido (LD) como o maior valor eficaz da corrente primária


assimétrica que o TC pode suportar por um determinado tempo
(geralmente 0,1 s), com o secundário em curto, sem danificar
mecanicamente, devidas as ações das forças eletromagnéticas.

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Impedância da Fiação
• Os TCs estão instalados no pátio da subestação e os equipamentos de medição, controle e
relés estão na sala de controle.
• Como a distância do TC e dos
equipamentos de medição é grande,
deve-se considerar a impedância dos fios
de cobre.
• Zfiação = ρcobre l/Scobre
• l - Comprimento total da fiação de cobre
(m);
• Scobre - Seção da fiação de cobre (mm²); • O carregamento total do secundário do TC é
• ρcobre = 1 / 58,82 (mm² Ω/m) dado por:
Resistividade do cobre. • Zcarga do TC = Zfiação + ∑ Zrelés

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Cargas Típicas da Medição

• As cargas dos equipamentos de medição e controle devem ser


obtidas do fabricante.
• Algumas cargas típicas dos aparelhos de medição são
apresentadas na tabela a seguir.

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Tópicos Especiais em Sistemas de Energia Elétrica 54
Tópicos Especiais em Sistemas de Energia Elétrica 55
Tópicos Especiais em Sistemas de Energia Elétrica 56
Cargas Típicas da Medição
• Para obter a impedância do relé correspondente a outro TAP usamos a expressão:
• ZTAP = ZTAPmin (TAPmin/TAP)²
• Exemplo:
• O relé IAC 51 da GE tem uma impedância de 21,2 Ω e a faixa de TAPs disponíveis é
de: 0,5 – 0,6 – 0,7 – 0,8 – 1,0 – 1,2 – 1,5 – 2,0 A
a) Qual a impedância do relé no TAP = 1 A
b) Qual a impedância do relé no TAP = 2 A

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Desafio
• O TC deve alimentar simultaneamente, um amperímetro AH – 11, um medidor de watt-
hora V-65, um medidor de watt-hora IB-10 e um relé de sobrecorrente IAC51B101A,
conectado no seu TAP de 8 A. considerar 10 % a classe de exatidão do TC e fator de
sobrecorrente de 20. desconsiderar a impedância da fiação.
a) Dimensionar o TC, quanto a sua relação de transformação;
b) Qual a impedância do relé IAC51B101A;
c) Qual a cara total conectada no secundário do TC 400/5;
d) Especificar a classe de exatidão do TC pela ABNT

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