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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DO CEARÁ DISCIPLINA DE QUÍMICA ANALÍTICA III

RELATÓRIO SOBRE A PREPARAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE


SOLUÇÕES DE EDTA

FORTALEZA
2023

DAVI BARBOSA CABRAL


GISELE MENESES SANTIAGO
GRAZIELA FÁTIMA PESSOA BARACHO

RELATÓRIO SOBRE A PREPARAÇÃO


E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES DE EDTA

Relatório apresentado à disciplina de Química


Analítica III, como requisito à preparação e
padronização de solução de EDTA pelo método
da análise titrimétrica por meio da complexação
em 18 de abril de 2023.

Orientadora: Profa. RITA MICKAELA


BARROS DE ANDRADE
FORTALEZA
2023

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 4
2. OBJETIVOS ....................................................................................... 5
3. MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................... 5
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................... 6
5. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 7
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 7
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1. INTRODUÇÃO

A titulação com formação de complexos ou complexometria, compreende as reações


que envolvem um íon metálico e um agente ligante multidentado com formação de um
complexo suficientemente estável. Esse conjunto formado por um íon metálico e seus
grupos associados (ligantes) é chamado de íon complexo.

Nessa titulação, os íons metálicos são ácidos de Lewis, ou seja, substâncias capazes de
receber pares de elétrons provenientes das bases de Lewis, os ligantes. Ligantes (agentes
complexantes) são geralmente substâncias neutras ou não iônicas que possuem um par
de elétrons livres para ligar-se ao íon metálico. Quando o ligante se liga a um íon
metálico através de apenas um átomo é chamado de ligante monodentado como NH3,
CN-, Cl-, por exemplo.

Por outro lado, um ligante multidentado ou quelante é aquele que se liga a um íon
metálico através de mais de um átomo ligante. Os complexos quelatos são geralmente
mais estáveis que os monodentados. É o efeito quelato. Um ligante quelante, com uma
estrutura simples é a etilenodiamina, um ligante bidentado, pois ela se liga ao metal
através de dois átomos ligantes. O trifosfato de adenosina (sigla inglesa, ATP) é um
importante ligante tetradentado.

Nas titulações complexométricas agentes complexantes simples tal como o NH3 são
raramente usados como agentes titulantes porque esses ligantes não possuem
estequiometria definida e por esse motivo dá origem a reações paralelas, o que dificulta
encontrar pontos finais bem definidos na titulação. Isso não ocorre quando usamos o
ligante multidentado (quelante) porque nesse caso a estabilidade do complexo aumenta.

O EDTA, ácido etilenodiaminotetraacético é, sem sombra de dúvidas, o agente de


complexação mais importante em Química Analítica. Devido ao elevado número de
grupos complexantes (2 nitrogênios e 4 oxigênios) o EDTA assim como os outros
agentes quelantes, reage sempre na proporção de 1:1 com íons metálicos, sem formar
nenhum tipo de composto intermediário. O EDTA é um agente quelante específico para
os íons cálcio. Ele tem a capacidade de limitar a formação da smear layer,
“sequestrando” a sua parte inorgânica e deixando a matéria orgânica para ser removida
por um agente irrigante, como, por exemplo, a solução de hipoclorito de sódio.

Porém, para que a solução de EDTA cumpra com o que é esperado durante o tratamento
endodôntico, é imprescindível que seja produzida dentro dos parâmetros exigidos e
entregue adequadamente pelo fabricante para uso dos cirurgiões-dentistas. De acordo
com a forma de armazenamento é possível que ocorra uma degradação do produto e
conseqüente perda da sua estabilidade química. O pH da solução também pode ser um
fator determinante na eficiência do produto, assim como a concentração.

A grande estabilidade desses compostos abriu para o EDTA um vasto campo de


aplicações. É utilizado no tratamento de envenenamento por metais, em cereais para
facilitar a absorção do Fe, como surfactante na cerveja para estabilizar a espuma, para
colorir shampoos e no tratamento de doenças. O EDTA é um ácido fraco que em
solução aquosa dissocia-se produzindo quatro espécies aniônicas.
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A técnica mais comum para detectar o ponto final em titulações com EDTA é usar um
indicador para íons metálicos, os indicadores metalocrômicos. Basicamente, os
indicadores metalocrômicos são compostos orgânicos coloridos que formam quelatos
com os íons metálicos, de maneira que o quelato tenha uma cor diferente daquela do
indicador livre.

No processo, o indicador libera o íon metálico, que será complexado pelo EDTA num
valor de pM mais próximo possível do PE. Para que um indicador funcione de maneira
eficiente, ele deve se ligar ao metal mais fracamente que o EDTA. Se o metal não se
dissocia livremente de um indicador dizemos que o metal bloqueia o indicador. Um
exemplo típico de análise quantitativa é a titulação do Mg2+ com EDTA, usando-se
como indicador negro de eriocromo T (ério T). O ério T forma com os íons metálicos,
complexos estáveis de estequiometria 1:1.

Na formação do quelato metálico, o ério T liga-se ao metal pelos dois átomos de


oxigênio dos grupos fenólicos que perdem os hidrogênios e pelo grupo azo. A molécula
do ério T é geralmente representada também de modo abreviado como um ácido
triprótico, H3In. O íon H2In- é vermelho (pH<6), HIn2- é azul (pH entre 6 e 12) e In3- é
amarelo alaranjado (pH>12).

2. OBJETIVOS

• Preparar uma solução de 0,01 mol/L;


• Obter por diluição EDTA;
• Padronizar soluções de EDTA.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
Materiais:

Reagentes Materiais
Solução de Zinco 0,1M Balão volumétrico 500ml

Sal de EDTA dihidratado Béquer 50ml

Hidróxido de amônio P.A. Bureta 50ml

Indicador negro de Ericromo T Espátula

Pipeta de Pasteur

Erlenmeyer 250ml
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Suporte Universal

Suporte para buretas


Pera

Pipeta de 20ml

Metodologia:
✓ Dissolveu-se num béquer cerca de 9,306g de sal dissódico dihidratado
com água bidestilada;
✓ Transferiu-se para um balão volumétrico de 250ml e verificou-se a
aferição;
✓ Obteve-se por diluição da solução de EDTA 0,1mol/L 500ml de solução
de EDTA 0,01mol/L;
✓ Pipetou-se 20ml da solução de zinco;
✓ Transferiu-se para um Erlenmeyer de 250ml;
✓ Adicionou-se 3ml da solução de amônia e uma ponta de espátula do
indicador de eriocromo T;
✓ Titulou-se com solução padrão de EDTA até mudar da cor vermelho
vinho para azul;
✓ Tratou-se soluções padrões de zinco 0,1 mol/L utilizando o volume da
solução padrão de EDTA consumido;
✓ Calculou-se a concentração real e o fator de correção da solução de
EDTA;
✓ Verificou-se os resultados.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Cálculos:

MEDTA = M x MM x V(L)
MEDTA = 0,001 x 372,24 x 0,250
MEDTA = 0,9360g

Zn- EDTA + EDTA ........> Zn – EDTA + EBT


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Zn2+ + EDTA ..........> Zn-EDTA

nZn = nEDTA
MZn x VZn = MREDTA x VEDTA
0,01 x 20 = MREDTA x VEDTA

Vv1 = 20ml
Vv2 = 19,7 ml
20+19,7
VEDTA = 𝟐
VEDTA = 19,85

0,01 x 20 = MREDTA x 19,85


MREDTA = 0,010075

𝑀𝑟
F= 𝐌𝐭
0,0103
F=
𝟎,𝟎𝟏
F= 1,03

Discussões:

A equipe concluiu com êxito a preparação e padronização de solução de EDTA


executando com atenção e cautela todos os passos e obtendo com satisfação os
resultados esperados. Isso posto, o fator da solução de EDTA apresentado (1,03) está
conforme o padrão de normalidade.

5. CONCLUSÃO
Após a realização de uma série de análises feitas, percebeu-se que o fator da solução
de EDTA está absolutamente dentro do padrão esperado já que 0,9 < F < 1,1 e o
resultado encontrado foi de 1,03. Ademais, a importância desse experimento foi
significante pois houve envolvimento integral dos estudantes mostrando que esse
modelo de prática foi muito válido para a fixação do conteúdo proposto.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BACCAN, N.; ANDRADE, J. C.; GODINHO, O.E.S; BARONE, J. C. Química


Analítica Quantitativa Elementar. 3 ed. Campinas: Ed. Unicamp, 2001.
CHRISTIAN, G. D. Analytical chemistry. 5 ed. EUA: Ed. John Wiley & Sons, Inc.,
1994.
HARRIS, D. Analise Química Quantitativa. 5 ed. Ed. LTC. Rio de Janeiro, 2001.
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OHLWEILER, O. A. Química Analítica Quantitativa. 3 ed. v. 1 e 2. Rio de Janeiro: Ed.


Livros técnicos e científicos, 1985.
SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R. Fundamentos de
Química Analítica. Tradução da 8 ed. americana. São Paulo: Ed. Thomson, 2007
Torabinejad M, Khademi AA, Babagoli J, Cho Y, Johnson WB, Bozhilov K, Kim J,
Shabahang S. A new solution for the removal of the smear layer. J Endod.
2003;29(3):170-5.
Shahravan A, Haghdoost AA, Adl A, Rahimi H, Shadifar F. Effect of smear layer on
sealing ability of canal obturation: a systematic review and meta-analysis. J Endod.
2007;33(2):96-105.

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