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RECURSOS

MINERAIS

0440100-Geologia Geral-Sistema Terra


19/10/2021
 Qual a importância dos recursos minerais para a
sociedade?

a exploração dos recursos minerais


requer a utilização maciça do
GEÓLOGO
conhecimento científico que se tem do
subsolo e da gênese dos depósitos
minerais
Liste 3 coisas que usa no seu cotidiano:

Qual delas não usa um recurso mineral?


MAIS DE VINTE TIPOS DE RECURSOS MINERAIS
PARA CONSTRUIR CASAS
1 - tijolo Areia, calcário (cimento) argila vermelha

2 - fiação Cobre, petróleo (plástico)

3 - lâmpada Quartzo (vidro), metais (cobre, tungstênio)

4 - fundações Areia, brita, calcário

5 - tanque Petróleo (plástico), calcário, areia, brita


6 - vidro Quartzo, feldspato
7 – louça sanitária Areia, caulim
8 - azulejo Argila, caulim, feldspato, dolomita
9, 22 - piso Granito, mármore, argila, ardósia (lajotas ou ladrilho)

10 – isolante de parede Lã de vidro, quartzo, feldspato


11 – pintura (tinta) Pigmentos de metais (Ti, Cr, Fe)
12 – caixa de água Amianto, calcário (cimento)
13 - impermeabilizante Betume (xistos)
14 – contra-piso Areia, brita, calcário (cimento)
15 – pia Mármore, cimento, metais (Fe, Cr, Ni), aço
16 – botijão de gás Metal, petróleo (gás)
17 - encanamento Ferro, chumbo, cobre, petróleo (plástico)
18 - laje Ferro, areia, brita, calcário (cimento)
19 - forro Gipsita (gesso)
20 - fundação Ferro (hematita)
21 - esquadrias Alumínio (bauxita)
23 – calhas Cobre, zinco, petróleo (PVC)
cascalho, brita,
sais, Zn, Ca, Mg cimento

Proteção de R- X no
Abrasivo: fluorita dentista: chumbo
39 minerais e
metais diferentes

Si, Al, calcário, mica,


fluorita, fosfatos e Ti.
MAIS DE OITO MINAS PARA FABRICAR UMA
LÂMPADA
Ampola de vidro: quartzo e feldspato
Filamento: scheelita (tungstênio)
Haste: hematita (minério de ferro) e de níquel
Soquete: bauxita (alumínio)
Bulbo: cobre
Base: zinco
SEIS MINAS PARA PRODUZIR PILHAS
Tampa e revestimento: minas de ferro, manganês, níquel
e cromo
Recipiente: zinco
Bastão: grafita
O que é um recurso ?
 Uma concentração de material sólido, líquido ou
gasoso, de ocorrência natural, dentro ou sobre a
crosta terrestre, em tal forma e quantidade que a
sua extração econômica seja atualmente, ou
potencialmente viável (USGS, 2002).

 Característica utilitária para a sociedade


Classificação dos Recursos Minerais
 Conforme as propriedades dos materiais e sua
utilização

Fontes de substâncias metálicas


 Recursos metálicos Minerais de brilho metálico
Ferrosos
Não-ferrosos

Contêm elementos químicos isolados


em compostos com propriedades
específicas de maleabilidade,
condutividade térmica e elétrica
Classificação dos Recursos Minerais
 Recursos não metálicos – composto por minerais não
metálicos
 Indústria química
 Alimentos
 Fertilizantes
 Fármacos
 Cosméticos
 Construção civil
Classificação das substâncias minerais e sua utilização por categorias
Metálicos Categorias Exemplos
Ferrosos ferroligas ferro, manganês, cromo, molibidênio
Níquel, cobalto wolfrâmio, vanádio
Não-ferrosos básicos cobre, chumbo, zinco, estanho
leves alumínio, magnésio, titânio, berilo
preciosos ouro, prata, platina
raros berilo, césio, lítio

Não-metálicos Categorias Exemplos


materiais de construção areia, cascalho, rochas industriais, brita
enxofre, fluorita, sais, pirita, cromita

fertilizantes fosfatos, potássio, nitrato


cimento calcário, argila, gipsita
cerâmica argilas, feldspato,sílica
abrasivos córindon, diamante, granada, quartzito
isolantes amianto, mica
fundentes carbonatos, fluorita
pigmentos barita, ocre, titânio
gemas diamante, rubi, turmalina
Fonte: Teixeira et al. (2009)
Recursos Minerais
 1 – Energéticos- Petróleo – Gás natural Carvão,
Urânio (energia nuclear).
 2 – Metais Ferrosos
 Matéria prima da indústria metalúrgica (ferro e aço,
manganês, nióbio e tungstênio). Apresentam
propriedades especiais de maleabilidade, ductibilidade,
fusibilidade, condutividade térmica que os fazem
adequados a uma gama de aplicações técnicas.
 3 – Metais não-ferrosos
 Alumínio, chumbo, cobre, estanho, níquel e zinco,
Recursos Minerais
 4 – Metais e Pedras Preciosas
 Ouro, platina e diamante
 5 – Minerais Industriais
 consumidos sem alteração de suas propriedades
originais, com aplicação direta na indústria: matéria
prima das indústrias química - cerâmica - vidro - papel
- cimento - materiais de construção, etc.
 Diversidade de aplicações
 Demanda e dependência crescentes
 Perspectivas de novos usos
Recursos Minerais

 7 – Agregados para Construção civil - materiais


utilizados para misturas com cimento para
fabricação de concreto, asfalto para pavimentação,
cal para assentamento e argamassa, etc. Brita,
areia e cascalho.
 Agregados minerais, calcário, gipsita, cimento,
crisotila-amianto, rochas ornamentais
 8 – Agronegócio
 Calcário agrícola, fosfato, potássio, enxofre
 9 – Indústria da água mineral – água mineral
Aplicações industriais

 Fertilizantes fosfatados (fosforita e apatita)


 Construção civil (brita, areia, cascalho, calcário,

quartzito)
 Materiais cerâmicos e refratários

(argilas, magnesita)
 Papel (caulim)

 Rocha ornamental (granito, mármore)

 Perfuração de poços (argila e barita)

 Cimento (calcário, argila, gipsita)

 Indústria de vidros, tintas, borrachas


Usos na Construção Civil

 Para cada km de uma linha do metrô são


consumidos 50.000 toneladas (t) de agregados;
 A construção de cada km de estrada pavimentada
consome cerca de 9.800 toneladas;
 Em casas populares de 50 m2 são consumidas 68 t;
 Em edifícios são consumidos 1.360 t para cada
1.000 m2 .
Reserva Mineral

 Reserva mineral: volumes rochosos com


determinadas características inidicativas de
seu aproveitamento econômico.
3 classes:
 Inferida

 Indicada

 Medida

 Refletem o nível crescente de pesquisa e


conhecimento do depósito mineral
Resultado da exploração mineral

Recursos minerais Reservas minerais


identificados
geológicos,conhecimento e confiança
Nível crescente de dados

In situ

Inferidos Lavráveis

Indicados Prováveis

Fatores modificadores:
econômicos, de mineração,
mercadológicos, legais, ambientais,
sociais e políticos

Medidos Provadas

Fonte: Teixeira et al. (2009)


Depósito Mineral

 Massa ou volume rochoso no qual substâncias minerais ou


químicas estão concentradas de modo anômalo, quando
comparadas com sua distribuição média na crosta terrestre, e
em quantidade suficiente para inidicar um potencial
econômico.
 Teor de minério: grau de concentração de uma susbtância
mineral no depósito mineral
 Minério: rocha da qual pode ser obtida uma ou mais
substâncias úteis. Presença de minerais de forma concentrada.
 Mineral de minério: aquele que confere ao minério o valor
econômico.
 Ganga: aquele que não apresenta valor econômico.
Teixeira et al. (2009 p. 511)
Minerais de ganga Minerais de Tipo de minério
minério
Granito Feldspato Cassiterita (SnO2) Minério de estanho
Quartzo
Mica
Pegmatito Feldspato Espodumênio Minério de lítio
Quartzo (LiAlSi2O3)
Mica
Serpentinito Serpentina Amianto Minério de amianto
Clorita (Mg2Si4O10 (OH)8)
talco
Aluvião Areia Ouro (Au) Minério de ouro
Cascalho
argila

Fonte: Teixeira et al. (2009, p. 515)


Como se forma um depósito mineral?

 Como oorre o enriquecimento de uma substância


mineral num dado local da crosta terrestre gerando
um depósito mineral ?

Processos de
mineralização

Fonte - Transporte - Fixação da substância útil - Deposição


Como se forma um depósito mineral?

 Origem relacionada aos processos geológicos:

 Processos sedimentares
 Magmáticos
 Vulcanogênicos
 Metamórficos
 Hidrotermais
 Supérgenos
Como se forma um depósito mineral?
Para ocorrer a mineralização é preciso:

SISTEMA GEOLÓGICO - MAGMA


FONTES POSSÍVEIS ROCHA PRÉ-EXISTENTE
MANTO SUPERIOR
ÁGUAS RETIDAS EM SEDIMENTOS

ÁGUA (superficial ou profunda)


ENERGIA TÉRMICA (corpo intrusivo)
FORÇA GRAVITACIONAL
TRANSPORTE (carreamento de detritos po fluxo d eágua)

TRANSPORTE MECÂNICO ou
SOLUTO (numa solução natural)

MANTO DE INTEMPERISMO
AMBIENTE DE
SISTEMAS DE FRATURA
DEPOSIÇÃO PLATAFORMA CONTINENTAL
Como se forma um depósito mineral?

Porção mais restrita do Ambiente


de Deposição
Fatores armadilhas que favorecem sua acumulação

FIXAÇÃO DA
SUBSTÂNCIA
NO AMBIENTE DE Controles de Mineralização
DEPOSÇÃO Geoquímico, mineralógico, estrutural, paleogeográfico

Formação dos jazimentos em


parte
do ambiente de deposição
concentrações de elementos
Os depósitos são consequências da evolução
geológica da área
 Os depósitos podem ser considerados como objetos rochosos especiais,
pois na composição química da crosta, apenas 8 elementos (O, Si, Al, Fe,
Ca, Mg, NA, K) apresentam abundância acima de 1% e correspondem a
98% em peso da sua composição total.

ABUNDÂNCIA DOS ELEMENTOS

Na=2,8 K=2,6

Ca=3,6% Mg =2,1
Fe=5%

Al=8,1
O=47%

Si=28%
Tipos Genéticos de Depósitos Minerais

 Dependem dos processos de mineralização no decorrer de todo


um processo geológico – processo dominante o classifica
 Supérgenos/Intempéricos – ação do clima
 (bauxita, caulim, manganês, níquel, fosfatos, urânio, areia
quartzosa)
 Sedimentares – transporte e deposição de substâncias
(químicos e detríticos) Fe, Mg, ouro, gipsita, fosfato, cassiterita
 Magmáticos – cristalização do magma, segregação
magmática
 Rochas básica e ultrabásicas: cromo, cobalto, platina, níquel
 Rochas alcalinas: terras raras, zircônio, urânio
 Carbonatitos: fosfato, nióbio
Tipos Genéticos dos Depósitos Minerais

 Hidrotermais – sulfetos de Fe, Zn, Cu, Pb, Ag

 Vulcano-sedimentares – Au, Zi, Cu, Fe

 Metamórficos – Au, Fe, W, Cu


Processos Sedimentares/Supérgenos

Pereira et al, 2005


Fonte: Teixeira et al. (2009)
Skinner & Porter, 1992
Processos Magmáticos
 Mecanismos de concentração ígneos – em líquidos
residuais
 Ex: Pegmatitos – fundidos ricos em água com
concentração de elementos raros: gemas, lítio.
Berilo, turmalina
 Formação pela cristalização fracionada do magma
Processos Magmáticos
Minerais muito valiosos - dispersos
Exemplo: Pipes kimberlíticos e diamantes

Winter, 2001
Segregação dos
minerais dentro da
câmara magmática

Instrusão de Bushveld, depósitos de


Cromita. Foto por Jackie Gauntlett.
Processos Hidrotermais
 Soluções aquosas aquecidas (acima de 50oC) com
composição química complexa

 Gerados em diversos sistemas geológicos: fase


aquosa tem fontes diversas: magmáticos,
metamórficos, circulação crustal

 Veios ou filões que preenchem as fraturas ou falhas


formando os corpos de minério
8 cm cristal de turmalina de pegmatito

Contact
metamorphic
deposits

5 mm ouro de depósito hidrotermal

Winter, 2001
Processos Vulcano-sedimentares
(Hidrotermais submarinos)
 Atividade vulcânica que se instala junto aos processo sedimentar, por meio
dos fluidos e exalações.
 Junto aos sistemas de riftes das dorsais meso-oceânicas e arcos de ilhas
 Precipitação de soluções mineralizadas por ação das águas marinhas que
infiltram-se na crosta oceânica, aquecem-se e interagem quimicamente com
as rochas, mineralizando-se e retornando ao assoalho oceânico como
salmoura.
 Ex: chumbo, cobre, zinco. Depósitos de sulfetos maciços vulcanogênicos
(VMS) – hospedados em rochas vulcânicas
 Depósitos sedimentares-exalativos – depósitos de sulfetos maciços em
sedimentos (SEDEX)
 Tipo Chipre – Cu (Zn)
 Tipo Besshi – Cu-Zn (Au)
 Tipo Kuroko – Cu-Zn-Pb (Ag-Au) https://www.youtube.com/watch?v=W9lJZDMUVDM
Figura 2: Modelo teórico de um sistema convectivo de circulação de fluidos hidrotermais operando ao redor de uma
dorsal meso-oceânica. A água do mar se infiltra na crosta e é aquecida pelo calor emanado da câmara magmática.
Uma célula de convecção é criada, dentro da qual a água quente reage com as rochas profundas extraindo metais.
Os metais dissolvidos são transportados para cima. O decréscimo súbito de temperatura causado pela mistura da
solução mineralizante com a água do mar causa a precipitação dos minerais de minério e de ganga. Depósitos de
sulfetos maciços vulcanogênicos de metais-base (cobre, chumbo e zinco) podem se formar nas zonas de descarga
hidrotermal, chamadas fumarolas negras (black smokers). Fonte: http:// igeologico.com.br
Processos Metamórficos
 Os depósitos metamórficos mais conhecidos são oriundos da recristalização
de rochas pré-existentes por meio da variação da pressão e temperatura,
configurando um processo de metamorfização.
 Ex: mármore (correspondente metamórfico do calcário) e a grafita
(correspondente metamórfico de sedimentos carbonosos).
 Fluidos metamórficos podem conter substâncias passíveis de serem
precipitadas em resposta a mudanças físicas, químicas, geomecânicas ou
devido a reações com as rochas percoladas.
 Metamorfismo de contato – depósitos metassomáticos – associados à zona
de contato entre intrusões magmáticas e sequências rochosas carbonáticas.
Metamorfismo Hidrotermal
Ocorre quando os fluidos metamórficos que são gerados pelo aumento de pressão e
temperatura contêm determinadas substâncias passíveis de se precipitarem durante a
percolação do fluido nas rochas encaixantes, devido às alterações físicas, químicas,
geomecânicas ou a reações com a própria rocha encaixante

A formação dos
depósitos "ocorre
durante a percolação
dos fluidos através
das rochas mais
permeáveis ou de
estruturas tectônicas
favoráveis, como
foliações, planos de
falha ou zonas de
cisalhamento.
Mineralização de ouro na forma de filões
(Teixiera et al., 2000)
Fonte: Teixeira et al. (2009, p.525)

Placas tectônicas: os processos tectônicos, magmáticos, termais e


sedimentares que se instalam ao longo dos limites de placas podem
gerar depósitos minerais 49
História geológica e depósitos minerais no Brasil

 QUASE METADE DO PAÍS É COBERTO POR


ROCHAS PRÉ-CAMBRIANAS, COM IDADES DE 540
MILHÕES DE ANOS ATE 3,4 BILHÕES DE ANOS

 ROCHAS FANEROZÓICAS, MAIS JOVENS QUE


540 MILHÕES DE ANOS, COMPÕEM O RESTANTE
DAS ROCHAS

 O QUE ISSO SIGNIFICA?


Depósitos Pré-Cambrianos

Substância Município UF
Estanho, Tantalo Pitinga AM
Fe, Ni, Mn, CU, Au Carajas PA
Magnesita, Talco Brumado BA
Ouro F. Brasileiro BA
Uranio Lagoa Real BA
Crisotila Minaçu GO
Niquel Niquelandia GO
Ferro, Manganes Urucum MS
Chumbo e zinco Paracatu MG
Ouro Paracatu MG
Grafita Pedra Azul MG
Fe, Mn, Au Quadrilatero Ferrifero MG
Rochas ornamentais Itapemirim ES
Carvão Criciuma SC
Carvão Candiota RS
Depósitos do Fanerózoico
Substância Município UF

Caulim Laranjal do Jari AP

Bauxita Trombeta PA

Bauxita Almeirim PA

Bauxita Paragominas PA

Caulim Rio Capim PA

Estanho Rondônia RD

Gipsita Araripina PE

Potassio Rosario do Catete SE

Barita Caramuru BA

Bauxita Poços de Caldas MG

Niobio Araxa MG

Fosfato Tapira MG

Fosfato Catalão GO

Depósitos que mostram estreita relação espacial e genética com a tectônica global.
Províncias e Distritos Minerais no Brasil

Fonte: Marini, 2016


Províncias e Distritos Minerais Idade

1 - Greenstone belts e sequências vulcano-sedimentares arqueanos e paleoproterozoicos/arqueanas


2 - Formações ferríferas bandadas (BIF) proterozoicas e neoarqueanas
3 - Maciços básico- -ultrabásicos arqueanos e proterozoicos
4 - Complexos vulcano-plutônicos félsicos proterozoicos
5 - Plataformas clásticas diamantíferas e auríferas proterozoicas
6 - Faixas orogenéticas e coberturas neoproterozoicas neoproterozoicas
7 – Bacias Sedimentares paleomesozoicas
8 - Chaminés alcalinas carbonatíticas cretácicas
9 - Mantos de intemperismo e aluviões pós-cretácicos
10 - Outros ambientes metalogenéticos e distritos mineiros
de menor significado.
Ambientes metalogenéticos do Brasil
Greenstone belts arqueanos e paleoproterozoicos e sequências vulcano-sedimentares
arqueanas

 mais antigos ambientes  Ex: Província Mineral dos Tapajós


Quadrilátero Ferrífero (Rio das Velhas),
metalogenéticos do Brasil 
em Conselheiro Lafayete, em Serro e em
 mostram limitado Fortaleza de Minas-Piumhi (MG),
Província Rio Maria no sudeste do Pará
vulcanismo cálcio-alcalino 
(PA) (Inajá, Gradaus, Seringa,
 Komatiitos (2,5 – 3,8 bilhões Andorinhas, Identidade, Sapucaia, Maria
Preta e Rio Novo)
de anos.
 no norte (Mundo Novo, Rio Salitre), no
 ricos em Au e Mn centro-sul (Paramirin, Contenda-Mirante)
e no centro- -leste (Rio Itapecuru) da
 ausência de depósitos de Bahia,
Cu e Zn  na região central de Goiás (Goiás Velho,
Crixás, Guarinos, Pilar de Goiás e
 raros depósitos de Ni Hidrolina),
na região de Gurupi no norte do
 o mais rico em Au é o Rio 
Maranhão (Distrito de Aurizona),
das Velhas  em Carajás (PA)
 na Serra do Navio (AP/AM)
 4 são os responsáveis pela maior parte das minas e depósitos minerais:
responsáveis pela produção de 80% das commodities minerais brasileiras
 Província Mineral Ferro-Aurífera do Quadrilátero
Ferrífero (MG)
 Província Mineral Polimetálica de Carajás (PA)
 Distritos de greenstones belts auríferos de Goiás,
Bahia e Minas Gerais
 Distritos de maciços básico-ultrabásicos de Goiás,
Bahia e Pará
Cráton do São
Francisco

depósitos de
cromita (Pium-hí)
e de níquel
(O’Toole e Morro
do Níquel) em 3,1
e 3,0 Ga.

CPRM (Bizzi et
al. 2001)
 O GB Morro do Ferro contém os depósitos de
níquel mais importantes, os quais são denominados
de Morro do Níquel, de origem laterítica
 O depósito O’Toole é hospedado na unidade
komatiítica basal que é constituída por uma
sucessão de derrames. A mineralização consiste em
pirrotita (Fe), pentlandita (Fe, Ni), calcopirita (Cu,
Fe), cobaltita (Co, Ar, S)
 Depósitos Minerais Associados aos Greenstone Belts
do Maciço de Goiás.
 Nos terrenos arqueanos do Maciço Goiás,
destacam-se as seqüências vulcanossedimentares do
tipo greenstone belt: Crixás, Guarinos, Pilar de
Goiás e Goiás Velho
Mapa Geológico simplificado do Quadrilátero Ferrífero.
Fonte: Alkmin e Marshak (1998)
Coluna Estratigráfica do Quadrilátero Ferrífero.
Fonte: Alkmin e Marshal (1998)
Itabiritos: formações ferríferas bandadas
paleoproterozóicas da Formação Cauê (Supergrupo
Minas)
Grenstone Belt Morro do Ferro: a) Fortaleza de
Minas. b) Pratápolis. (Fonte: Google Earth )
Província Mineral de Carajás
 Províncias polimetálicas de Carajás (PA) e de Vila
Nova (PA-AP).
 Carajás constitui-se na maior província mineral do
Brasil (uma das maiores do planeta), sendo
portadora, além das minas gigantes de Fe, depósitos
de Mn e de minas do tipo Cobre/Ouro/Óxido de
Ferro. Maior depósito de Mn (Serra do Navio)
 Na Serra Pelada, no topo da sequência Carajás,
formou-se o mais fantástico depósito de Ouro
(Paládio-Pd e Platina-Pt) garimpado no Brasil no
último século.
Mapa geológico simplificado da Província Carajás. Fontes: DOCEGEO (1988), Souza (1994) e Lindenmayer et al. (1998)
BIF
 As Formações Ferríferas Bandadas são formadas por rocha
sedimentar ou metassedimentar química ou vulcanoquímica
finamente estratificada, apresentando camadas de óxidos,
carbonatos ou silicatos de ferro ritmicamente alternadas com
camadas diferenciadas destas (quartzosas, anfibólicas,
quartzo cloríticas).
 Em Carajás e no Quadrilátero Ferrífero, apresentam teores de
pouco mais de 30% de Fe. Sofreram importante
enriquecimento em ambiente laterítico pós-cretácico elevando
seus teores a até 68% de Fe (os mais altos existentes no
planeta).
Maciços Básicos e Ultrabásicos
 Os maciços plutônicos, na maior parte do meso e
neoproterozoico (alguns arqueanos), foram
responsáveis pelo aporte de Ni em silicatos em seus
níveis ultrabásicos.
 Na região centro-norte de Goiás, Cana Brava (Amianto), Niquelândia (Ni),
Barro Alto (Ni e Bauxita)
 no sul de Goiás, depósitos de Americano do Brasil (Cu) e Mangabal (Ni);
 no sudeste do Pará, Morro do Quatipuru (Ni);
 no leste do Tocantins, Conceição do Araguaia e Araguaína (Ni);
 no distrito cuprífero de Tucuruvi/Curaçá e Caraíbas (Cu),
 no distrito cromífero de Jacurici/Serra Itaúba (Cr)
Complexos Vulcano-Plutônicos
Província Tapajós e Alta Floresta
 Na porção central do Cráton Amazônico ocorreu, no
paleoproterozoico, o vulcano-plutonismo ácido Uatumã/Iriri, o
maior conhecido na Terra, distribuindo-se ao sul da Bacia do
Amazonas por toda a região sul do Pará, extremo norte do
Mato Grosso e extremo sudeste do Amazonas
 duas importantes províncias metalogenéticas auríferas de
grande dimensão: Províncias do Tapajós (expressiva produção de
ouro, dominantemente aluvionar) e Província Alta Floresta.
 garimpagem de aluviões e coluviões – extração de 200
toneladas (t) de ouro (extra-oficial, mais de 900t) - exauridas
em quase sua totalidade.
 Província Estanífera de Rondônia - cassiterita
 Província Estanífera do Norte de Goiás - depósitos de Sn e Terras Raras
Faixas Orogenéticas e Coberturas
Neoproterozoicas
 Faixa Vazante, situada na borda oeste do Cráton
do São Francisco, que abriga as maiores minas de
Au (Paracatu) e de Zn (Vazante) nacionais, além de
outros depósitos de Zn (Morro Agudo) e de Fosfato
(Lagamar)
 A Faixa Araçuaí, a leste do Cráton do São
Francisco, contém depósitos de Fe e Au
 A Faixa Araguaia, à borda do Cráton Amazônico,
apresenta jazidas de Níquel laterítico
 Faixa Paraguai, contém jazidas de Au em Cuiabá
(MT) e minas de Fe e Mn em Urucum (MS).
Faixas Orogenéticas e Coberturas
Neoproterozoicas

 Faixa Ribeira já produziu Pb, Zn e Ag (Perau e


Panelas);
 Faixa Dom Feliciano, formou depósitos de Cu, Zn e
Pb na região de Camaquã (RS).
 As coberturas neoproterozoicas do Cráton do São
Francisco (grupos Bambuí, Bebedouros e Uma),
revelaram até o momento pequenos depósitos de
Pb, Zn, Ag (Fluorita e Fosfato)
Bacias Sedimentares Paleomesozoicas

 Bacia do Amazonas, na Província Potássica do


Médio Amazonas, ocorre o segundo maior depósito
mundial de Potássio em camadas profundas (650 a
1300 m), até o momento inexploradas.
 Na Bacia do Maranhão, a mais pobre em bens
minerais, foram identificadas como de valor
econômico apenas pequenas camadas de Gipsita
 A Bacia do Paraná apresenta quatro bens de
significativa importância econômica: carvão, pedras
coradas, “xisto” betuminoso (folhelhos da Formação
Irati) e água subterrânea.
 No nordeste do Rio Grande do Sul, na região de
Ametista do Sul e Iraí (Alto Uruguai), nas camadas
“basálticas” cretáceas da Formação Serra Geral,
ocorre o maior distrito mineiro de Ametista
conhecido no planeta.
 Aquífero Guarani
Chaminés Alcalinas Carbonatíticas
Cretácicas
 O magmatismo alcalino cretácico geraram
importantes depósitos minerais de P2O5 , Nb, U, Al,
Fe, TR, Flogopita/ Vermiculita, Barita, Bauxita e
Fluorita, principalmente nos Estados de Minas
Gerais (Tapira, Araxá, Patrocínio, Serra Verde,
Salitre, Poços de Caldas), Goiás (Catalão I e II),
São Paulo (Jacupiranga), Santa Catarina
(Anitápolis/Lages), Paraná (Mato de Dentro), e no
sul do Mato Grosso do Sul.
 O maior deles, a Chaminé Alcalina de Poços de
Caldas, apresenta depósitos de Bauxita, Urânio
(mina já exaurida) e Terras Raras
 províncias alcalinas do noroeste do Pará, do
sudeste do Amazonas (Tapajós) e do extremo sul do
Tocantins (Peixes); depósitos minerais de P2O5
Mantos de Intemperismo e Aluviões Pós-
Cretácicos
 Origem dos principais depósitos minerais do país
 formaram-se espessos mantos de intemperismo
enriquecidos em Fe (lateríticos), em Al (bauxíticos) e
em outros elementos presentes nas rochas originais,
tais como Ni, Mn, Au, Nb, P e TR, que originaram os
mais importantes depósitos minerais do país.
Outros ambientes metalogenéticos
 Arco de Ilhas Neoproterozoico de Goiás, com seus depósitos
de Cu e Au (Chapada- -GO);
 a Bacia Cretácea do Araripe (CE), portadora de Gipsita;
 o Distrito Potássico de Sergipe (SE), portador de
Silvinita/Carnalita (Taquari-Vassouras);
 o Distrito Diamantífero de Roosevelt (RO);
 o Distrito Polimetálico (Zn, Pb, Cu-Au) de Aripuanã (MT);
 o prospecto (Ni, Cu, EGP) de Limoeiro (PE);
 e o grande potencial nacional para Urânio.
Mineração – importância social
 Uso dos bens minerais desempenha uma função
socialmente ampla e necessária.
 A evolução das civilizações evidencia a forte
dependência do homem, na proporção em que
usufrui dos recursos ambientais, utilizando-se de
seus serviços e das propriedades dos bens minerais
para o atendimento de suas necessidades
primárias.
Mineração – bens estratégicos de um país

 São estratégicos os grandes depósitos de bens


minerais, que além de suprir a indústria doméstica,
são exportados para o mundo, como o caso do ferro,
nióbio e estanho.
 São estrátegicos os bens minerais importantes para
indústria e agricultura, potássio, fosfato, e carvão
metalúrgico
 São estratégicos os bens minerais com valor social,
brita, argila, areia
IMPORTÂNCIA DA MINERAÇÃO NO
MOMENTO ATUAL
 Devido ao aumento da população humana mundial, seus
efeitos associados e/ou eventuais conseqüências:

 a) Forte demanda por água potável e para


abastecimento industrial;

 b) Forte pressão por energia para as mais diversas


finalidades, sociais, industriais e até mesmo militares;

 c) Risco de esgotamento de alguns recursos naturais;


Referências
 Agência Nacional de Mineração – Anuário Mineral brasileiro. 2019.
 Bittencourt, J.S.; Moreschi, J.B.; Toledo, M.C.M. Recursos Minerais da Terra.
In: Teixeira, W. et al. Decifrando a Terra. Companhia Editora Nacional.
Capítulo 19, p. 508-535. 2009.
 Dardenne, M.A.; Schobbenhaus, C. Depósitos Minerais no Tempo Geológico
e Épocas Metalogenéticas. Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do
Brasil L. A. Bizzi, C. Schobbenhaus, R. M. Vidotti e J. H. Gonçalves (eds.)
CPRM, Brasília, 2003.
 Marini, O.J. Potencial Mineral do Brasil. In: Melfi, A.J. Misi, A.; Campos,
D.A.; Cordani, U.G. (Org.) Recursos Minerais no Brasil problemas e
desafios. Academia Brasileira de Ciencias. Rio de Janeiro. p.18-32. 2016.
 Teixeira, J. B.G. Recursos Minerais. In: HASUI, Yociteru et al. Geologia do
Brasil. São Paulo: Beca, 2012. p. 814-832.
ECONOMIA MINERAL

 A importância da EM, enquanto instrumento de


análise setorial, advém do fato dos estudos dos
bens minerais estarem associados ao contexto de
sua utilização.
Economia Mineral Brasileira
 4,06% do PIB = R$ 6.828 bilhões em 2019
 o faturamento do setor de mineração no Brasil em
2019 foi de R$ 153, 4 bilhões
 43,5% de participação na balança comercial
 10ª Economia mundial
 Oficialmente registra a lavra de 83 substâncias
 autosuficiência na maioria dos produtos minerais e
gera significativos excedentes
 maior exportador de minério de ferro e ligas de
nióbio
Principais Reservas Brasileiras
• Principais minérios exportados:
• NIÓBIO, FERRO, BAUXITA, MANGANÊS,
NÍQUEL, MAGNÉSIO, CAULIM, CRISOTILA,
ROCHAS ORNAMENTAIS

• Principais minérios importados:


• FOSFATO, POSTÁSSIO, ZINCO, COBRE,
CARVÃO, ENXOFRE
• Das 8.400 empresas mineradoras no país
• 2.815 minas com produção maior que 10 mil toneladas
• 72,8% das minas estão localizadas na região sudeste e sul
• na região Sudeste, este número alcança 40% do total (cerca
de 3.609 empresas)
• 12,7% das minas no nordeste
• 10,1% das minas no centro-oeste
• 4,5% das minas no norte
 No Sudeste:
 sobressaem os minérios de ferro, ouro, manganês e
bauxita, no Quadrilátero Ferrífero; nióbio e fosfato
em Araxá; gemas, em Governador Valadares;
grafita, em Salto da Divisa, todos no estado de
Minas Gerais;
 além de agregados, em São Paulo e Rio de
Janeiro, e rochas ornamentais, no Espírito Santo
(IBRAM, 2012).
Ferro
As reservas brasileiras, com um teor médio de 46,2% de
ferro, representam 19,8% das reservas mundiais. O Brasil
foi o segundo maior produtor mundial (18,9%).
As maiores empresas produtoras no Brasil são:
Vale com 84,52%
CSN com 5,45%,
Samarco com 6,29
Usiminas com 1,71%
Nióbio
 O Brasil é o maior produtor mundial de Nióbio
(columbita – mistura de óxidos de nióbio e tântalo), com
aproximadamente 80 mil toneladas de Ferro-
Nióbio (FeNb) em 2018, ou 90,9% do total
mundial.
 A produção nacional vem crescendo devido ao
aquecimento no mercado de ferroligas, provocado
pela elevada expansão do PIB dos países asiáticos
e pelo aumento da produção mundial de aço bruto.
Nióbio
 As reservas lavrável de Nióbio (Nb2O5)
contabilizadas totalizaram 1.616 x 103 toneladas
(ANM, 2018), com teor médio de 0,73% de Nb2O5.
 Principais Estados produtores : MG (69%); GO
(30%).
 A demanda pelo Nióbio é maior em países mais
desenvolvidos tecnologicamente, onde são usadas
de 80 gramas a 100 gramas desse minério para
cada tonelada de aço.
Usos
 O Ferro-Nióbio pode, por exemplo, ajudar a
produzir carros mais leves, que consomem menos
combustível. Um carro médio tem entre 800 e
1.000 quilos de aço. Se forem retirados 100 a 150
quilos do automóvel, ele economizará um litro de
gasolina para cada 200 km rodados. Em obras
grandes de infraestrutura, é possível usar um aço
mais resistente e construir a mesma estrutura 60%
mais leve.
Tântalo

O tântalo (Ta) é um elemento metálico encontrado em baixíssima


concentração na crosta terrestre, predominantemente no minério
tantalita, (Fe,Mn)O.Ta2O4, ou, em menor concentração, no minério
columbita (Fe,Mn)O.(Nb,Ta)2O4 (Friend, 1951). Sua história
encontra-se vinculada à do nióbio, uma vez que esses elementos
tendem a ser encontrados juntos na natureza, sendo, portanto, suas
descobertas realizadas na mesma época, mas curiosamente por
pesquisadores de diferentes países (Sousa, 2012).
COMÉRCIO EXTERIOR DO SETOR MINERAL
Características peculiares da mineração
 Recursos minerais não renováveis;
 Exaustão das jazidas;
 Rigidez locacional das ocorrências minerais;
 Distribuição geográfica irregular dos depósitos minerais em relação às
necessidades regionais;
 Características únicas de quantidade e qualidade de jazida para jazida;
 Incerteza na fase de exploração mineral;
 Alto risco de investimento em decorrência da variabilidade dos atributos
de interesse econômico;
 Longo prazo de maturação dos projetos;
 Escalas de produção pouco flexíveis;
 Indústria de mercados transnacionais;
 Necessidades de equipes multidisciplinares para avaliação dos recursos
minerais;
Desafios da extração de recursos minerais no
Brasil

 Tem elevado o potencial para descobertas de


novos depósitos minerais
 baixo conhecimento geológico do território nacional
e mesmo de nossas províncias minerais,
 pequenos investimentos realizados em pesquisa
mineral no país,
 projetos de exploração mineral realizados apenas
em superfície ou a pequena profundidade,
 carência de infraestrutura viária, legislação mineral
pouco amigável e alto custo Brasil.

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