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Minerais e Rochas Industriais

Docente
Astorga Luis Chatocota (geologo)
Introdução aos Minerais e Rochas industriais

• Qualquer atividade agrícola ou industrial, no campo da metalurgia, da


indústria química, da construção civil ou do cultivo da terra, utiliza os
minerais ou seus derivados;
• Os fertilizantes, os metais e suas ligas, o cimento, a cerâmica, o vidro;
• Em nível mundial, estimou-se (Wellmer e BeckerPlate, 2001) que, ao longo
da história da humanidade, até o final do Século XX, o consumo acumulado
dos “velhos” metais (Au, Sn, Cu e Fe) alcançou menos de 50% por volta da
2a Grande Guerra. (Como curiosidade, para o ouro a produção acumulada
foi estimada em 130 mil t.);
• O impacto:
Planeta: pela ação da própria natureza como pelas atividades humanas.
Cont:
• O impacto ambiental: Drenagem ácida e contaminação com metais
pesados são mais regularmente verificadas na extração de minerais
metálicos e carvões, via de regra requerendo tratamentos especiais
preventivos ou corretivos.
Classificacao dos minerais
Na indústria mineral, os minérios ou minerais são normalmente classificados
em três grandes classes:

Minerais Metálicos
Ferrosos (têm uso intensivo na siderurgia e formam ligas importantes com o
ferro): além do próprio ferro, manganês, cromo, níquel, cobalto, molibdênio,
nióbio, vanádio, wolfrâmio;
Não-ferrosos: básicos (cobre, zinco, chumbo e estanho) e leves (alumínio,
magnésio, titânio e berílio);
Preciosos: ouro, prata, platina, ósmio, irídio, paládio, rutênio e ródio; •
Raros: escândio, índio, germânio, gálio etc
Rochas e Minerais Industriais (RMIs)
• Estruturais ou para construção civil: agregados (brita e areia), minerais para
cimento (calcário, areia, argila e gipsita), rochas e pedras ornamentais
(granito, gnaisse, quartzito, mármore, ardósia etc.), argilas para cerâmica
vermelha, artefatos de uso na construção civil (amianto, gipsita, vermiculita
etc.);
• Indústria química: enxofre, barita, bauxita, fluorita, cromita, pirita etc.;
• Cerâmicos: argilas, caulins, feldspatos, sílica, talco etc.;
• Refratários: magnesita, bauxita, cromita, grafita etc.;
• Isolantes: amianto, vermiculita, mica etc.;
• Fundentes: fluorita, calcário, criolita etc.
Cont:
• Abrasivos: diamante, granada, quartzito, coríndo etc.;
• Minerais de carga: talco, gipsita, barita, caulim, calcita etc.; •
Pigmentos: barita, ocre, minerais de titânio;
• Agrominerais (minerais e rochas para a agricultura): fosfato, calcário,
sais de potássio, enxofre, feldspato, flogopita, gipsita, zeólita etc.;
• Minerais “ambientais” (também denominados de minerais “verdes”):
bentonita, atapulgita, zeólitas, vermiculita etc., utilizados (na forma
natural ou modificados) no tratamento de efluentes, na adsorção de
metais pesados e espécies orgânicas, ou como dessulfurantes de gases
(calcário).
Cont:
• Pedras preciosas: diamante, esmeralda, safira, turmalina, opala,
topázio, águas marinhas, ametista, etc. (Segundo especialistas, a
terminologia “semi-preciosas” não deve ser mais usada.)

•Aguas:
Minerais e Subterrâneas.
Minerais Energeticos
• Radioativos: urânio e tório;
• Combustíveis fósseis: petróleo, turfa, linhito, carvão e antracito, que
embora não sejam minerais no sentido estrito (não são cristalinos e
nem de composição inorgânica) são estudados pela geologia e
extraídos por métodos de mineração.
Cont:
• Renato Ciminelli apresenta outra classificacao segundo a função que
apresentam em suas aplicações, e apresenta-se a seguir apenas a
síntese da classificação:
Minerais físicos (mantêm a identidade física original): estruturais,
cargas e extensores, auxiliares de processos, fundição etc.
Minerais químicos (perdem a identidade original): insumos para a
indústria química, insumos para fertilizantes, auxiliares de processos
químicos, insumos para cerâmica, fluxo e metalurgia etc.
CONSUMO PER CAPITA DE MINERAIS
O consumo per capita de minerais e materiais é um indicador
normalmente usado para avaliar o grau de desenvolvimento material
de um país.
Os países industrializados geralmente consomem algumas vezes mais
que aqueles em desenvolvimento. Alguns destes, como a China, têm
acelerado o consumo de minerais, a reboque de altos níveis de
crescimento econômico por muitos anos
A título de ilustração, apresenta-se o consumo per capita anual de
minerais e metais (m&m), carvão e petróleo no Brasil, na Alemanha
(Wellmer e Becker-Plate, 2002) e nos EUA (The future begins, 2004)
LAVRA PROCESSAMENTO,ESPECIFICAÇÕES E USO

Amianto ou Asbestos Mg3Si2O5(OH)4

• Com o advento da revolução industrial, o mercado necessitou de


substâncias minerais com propriedades de isolação térmica,
resistentes aos atritos e às substâncias corrosivas, de forma a atender
as exigências dos novos equipamentos que surgiam. Com a
descoberta do uso do amianto, este passou a substituir materiais
considerados perigosos, tipo “algodão silicatado”,
Cont:
• Os habitantes da Finlândia, em épocas remotas, já usavam as fibras
de amianto misturadas às argilas, na fabricação de vasos cerâmicos,
tornando-os mais resistentes e duráveis ao fogo;
• No entanto, só em 1900, com a primeira patente européia
depositada pelo austríaco Ludwig Hatschek, para fabricação do
fibrocimento, abre-se um grande campo de aplicação do amianto. A
concepção do fibrocimento é bastante simples e consiste na mistura
de cimento e amianto (10%), para fabricação de telhas, tubos,
divisórias etc. (Scliar, 1998).
Cont:
• Os produtos de amianto são comercializados de acordo com as
propriedades e grupos a que pertencem. O comprimento da fibra de
amianto é a principal característica utilizada para fazer a sua classificação.
Quanto mais comprida a fibra, maior o seu valor comercial, sendo as fibras
do tipo 1, as mais caras (Ferracioli, 2002).
• Segundo Harben e Kuzvart (1996), a produção de amianto no mundo se
encontra em declínio. Por exemplo, o consumo aparente nos Estados
Unidos caiu de 226 mil t em 1984 para 22 mil t em 1995;
• No entanto, observou-se que a produção mundial, em 2001, apresentou
um crescimento de 1% em relação a 2000, correspondendo a 1,928
milhões de toneladas. A Rússia, em 2003, aparece como o principal
produtor (36%), seguida da China (17%), Canadá e Casaquistão (12%), e do
Brasil, em quinto lugar, com 11% da produção mundial (Ferracioli, 2004).
No
MINERALOGIA E GEOLOGIA
• Amianto e asbesto são nomes genéricos dados a uma grande
variedade de minerais fibrosos encontrados em toda a crosta
terrestre. Em função da sua estrutura cristalina e composição química
se apresentam em diferentes tipos, cores e texturas. São divididos em
dois grandes grupos de minerais: a serpentina e o anfibólio;
• O grupo da serpentina tem o crisotila como a única variedade fibrosa
(amianto branco), e o grupo do anfibólio apresenta cinco variedades:
crocidolita (amianto azul), amosita (amianto marrom), tremolita,
antofilita e actinolita. As fibras do crisotila são curvas, flexíveis e
macias, enquanto as do anfibólio são retas, duras, pontiagudas
(crocidolita) e quebradiças (antofilita e tremolita).
Cont:
• As fibras do crisotila são curvas, flexíveis e macias, enquanto as do
anfibólio são retas, duras, pontiagudas (crocidolita) e quebradiças
(antofilita e tremolita). O crisotila é um silicato hidratado de
magnésio, com fórmula química básica Mg3Si2O5(OH)4. As fibras do
anfibólio são ricas em ferro e cálcio: Na2O.Fe2O3.FeOSiO2
(crocidolita), FeO.MgO.SiO2 (amosita) e CaO.MgO SiO2 (tremolita).
Na Tabela 1 é apresentado um resumo das características
mineralógicas da fibra de crisotila.
Cont:
• Estrutura da fibra de crisotila: a estrutura cristalina do crisotila é tubular
devido ao enrolamento das camadas octaédricas [Mg(OH)2] e as
tetraédricas [(Si2O4)] que têm diferentes dimensões cristalográficas na
composição da cela unitária estrutural: a=5,4 Å e b=9,3 Å (brucita) e a=5,0
Å e b=8,7 Å (sílica). Isso produz um desemparelhamento entre as camadas
de magnésio e sílica. Essa tensão provoca um enrolamento das camadas,
num fenômeno conhecido como serpentinização, dando origem a uma
fibrila de geometria tubular. Portanto, as superfícies internas e externas do
crisotila são compostas de camadas de [Mg(OH)2] e [(Si2O4)],
respectivamente. Da justaposição de 8 a 12 camadas, obtém-se uma
fibrila, com diâmetro externo de 15 a 50 nm e 7 nm interno,
aproximadamente. A estrutura tubular é geralmente oca podendo estar
preenchida por material não cristalino (Zucchetti, 1994).
LAVRA E BENEFICIAMENTO
• Na mineração do amianto, dependendo da geologia estrutural e das
características do corpo mineralizado, empregam-se os métodos de
lavra a céu aberto ou subterrânea;
• Nos anos de 1940 e 1950 predominou, no Canadá, a lavra
subterrânea;
Processamento
• O beneficiamento do amianto (Virta e Mann, 1995) é realizado a seco
e consta basicamente de:
• britagem;
• classificação em peneira;
• desfibramento;
• secagem;
• classificação pneumática.
Cont:
• Em países onde a mão de obra é barata, é usual fazer catação manual,
visando a remoção de blocos estéreis e recuperação de peças maiores
de veios de amianto, visando a produção dos tipos crus de no 1 e no
2. O beneficiamento se inicia com a britagem do minério em
britadores de mandíbulas. Na britagem primária, o minério é
reduzido a uma granulometria em torno 0,2 m. A concentração é uma
etapa importante no processamento do amianto, principalmente nos
casos em que o corpo de minério se apresenta com baixo teor
Areia Industrial
• Os termos areia industrial, areia de quartzo, areia quartzoza ou
mesmo areia de sílica (sílica sand) são atribuídos geralmente a areias
que apresentam alto teor de sílica, SiO2, na forma de quartzo, e são
materiais extremamente importantes em vários segmentos
industriais: na fabricação de vidros e na indústria de fundição, seus
principais usos; na indústria cerâmica, na fabricação de refratários e
de cimento; na indústria química, fabricação de ácidos e de
fertilizantes; no fraturamento hidráulico para recuperação secundária
de petróleo e gás; como carga e extensores em tintas e plásticos etc.;
e também em aplicações não industriais como horticultura e locais de
lazer (Davis e Tepordei, 1985; Ferreira, 1997; BGS, 2004).
Cont:
• A sílica ocorre, na natureza, em duas formas: amorfa e cristalina. A
amorfa é representada pela diatomita que consiste de uma matéria
prima mineral de origem sedimentar, constituída a partir do acúmulo
de carapaças de algas diatomáceas que se fossilizaram ao longo de
períodos geológicos, pela deposição da sílica sobre sua estrutura
(França e Silvia, 2002). A sílica cristalina pode ser encontrada,
relativamente pura, na forma de cristal de rocha, veio de quartzo,
areia não consolidada e consolidada como arenito e quartzito. Pode
ainda ser encontrada em outras formas, tais como: ágata, calcedônia,
perlita, tripoli, sílex etc. (Hanson, 1995).
MINERALOGIA E GEOLOGIA
• As areias industriais são constituídas essencialmente de quartzo, tendo
como impurezas óxidos de ferro, minerais pesados e argilas. As areias
industriais variam bastante, em termos de propriedades físicas e
composição química. São matérias primas minerais de origem secundária e
aquelas de melhor qualidade industrial foram produzidas a partir de
sedimentos arenosos, arenitos e quartzitos que sofreram concentração
através de vários ciclos de deposição e erosão.
• As areias industriais encontram-se no domínio dos sedimentos e das
rochas sedimentares. Este ambiente reúne as condições para formação de
extensos depósitos de areia, tais como: grandes volumes de quartzo nos
sedimentos e rochas, ampla rede de bacias e elevada competência das
drenagens etc. Neste contexto, encontram-se as bacias sedimentares do
interior do cristalino, as bacias costeiras e as bacias hidrográficas (Azevedo
e Ruiz, 1990)
LAVRA E PROCESSAMENTO
• As areias de quartzo são lavradas por diferentes métodos, dependendo do tipo de
depósito. No caso dos depósitos não consolidados e cobertos por uma pequena
lâmina d’água, a lavra é conduzida com o auxílio de dragas flutuantes. A draga usa
uma tubulação de sucção para escavar a areia que é bombeada através de uma
tubulação para uma pilha, em terra, ou diretamente para uma unidade de
processamento.
• Quando o depósito apresenta lentes duras de argila, a tubulação de sucção é
equipada com uma cabeça cortadora, de forma a facilitar a escavação do material,
nas frentes de lavra, abaixo da lâmina d’água. Neste caso, poderão também ser
usadas retro-escavadeiras (draglines); no entanto, estas apresentam custos
operacionais e de manutenção mais elevados, além de menos eficientes (Zdunczyk
e Linkous, 1994). Em algumas minerações no Sul do Brasil, a lavra é feita a céu
aberto, em bancadas, com a extração da areia por retro-escavadeiras, seguido do
transporte, por caminhões basculante, para a usina de beneficiamento (Ferreira e
Daitx, 2003). No
Cont:
• No caso da areia ser resultante do processamento de um quartzito, a
lavra é feita a céu aberto com o auxílio de trator de esteira ou
explosivos para aquelas lentes mais compactas.

• O processamento é variável em complexidade, em dependência das


especificações requeridas. O processamento típico consiste de: (i)
lavagem e classificação; (ii) atrição e (iii) peneiramento (Ferreira e
Daitx, 2003; BGS, 2004).
• A lavagem e a classificação por hidrociclones, a deslamagem, visam a
remoção da fração síltico-argilosa, prejudicial ao processo de
produção de vidros especiais ou moldes de fundição por conter
alumínio, ferro e álcalis. Essa fração argilosa representa 20% da areia
processada e normalmente é descartada para as lagoas, gerando um
impacto ambiental (Ferreira e Daitx, 2003).
• A atrição é feita para limpar a superfície das partículas. A separação
por tamanho em peneiras remove as frações grosseiras e finas, para a
obtenção de um material com a distribuição granulométrica desejada.
É prática mundial a mistura de diferentes areias, de qualidades
superior e inferior, para otimizar o aproveitamento das reservas (BGS,
2004).
USOS E FUNÇÕES
• As areias industriais recebem suas denominações em função de suas
aplicações na indústria, determinadas pelas suas características e
propriedades, tais como teor de sílica, pureza, composição química,
teor de óxidos de ferro, álcalis, matéria orgânica, perda ao fogo,
umidade, distribuição granulométrica, forma dos grãos e teor de
argila (Azevedo e Ruiz, 1990). As principais especificações técnicas,
químicas, para os diferentes usos industriais da areia referem-se aos
teores de: SiO2, Fe2O3, Al2O3, MnO2, MgO, CaO, TiO2 e ZrO2.
Quando se trata de usos específicos, os teores de Cr2O3, Na2O e K2O
devem também ser considerados (Ferreira e Daitx, 2000).
Cont:
• Vidro : A função da areia é fornecer SiO2 ao vidro. Os grãos angulares da
areia favorecem o processo de produção do vidro, pois a fusão se inicia nas
pontas e arestas dos grãos (Nava, 1997b). A areia para a indústria de vidro
deve apresentar um teor elevado de quartzo, baixo teor de ferro e de
material refratário. Como a areia é o principal insumo na manufatura do
vidro, a localização da jazida de areia, na maio;

• Há muitos tipos de vidros, com diferentes propriedades. A maioria dos


vidros comerciais usados no nosso cotidiano é produzida com três
ingredientes principais, areia, cal e barrilha, que respondem por 90% das
matérias primas que alimenta os fornos de fabricação de vidro
Cont:
• O vidro normalmente contém 70-74% SiO2, sendo esta sílica provida
principalmente pela areia industrial e, de modo crescente, por vidro
reciclado. Os outros componentes, como CaO , MgO (na forma de
dolomita) e Al2O3 (como minerais feldspáticos), são adicionados para
conferir estabilidade e durabilidade ao vidro (Shreve e Brink Jr., 1977;
BGS, 2004).
• A areia de quartzo é utilizada na fabricação de sílica amorfa usada na
fabricação de borracha
Enxofre
• O enxofre é um elemento de grande versatilidade, cuja gama de usos vem atravessando
séculos. Os antigos egípcios (2000 a.C) já o utilizavam para branquear linho e como
pigmento para pinturas. Os chineses (500 a.C) empregaram o enxofre como componente
da pólvora; os gregos e, posteriormente, os romanos, além de utilizá-lo em cerimônias
religiosas de purificação, em lamparinas e em tratamento de de pele, ampliaram
grandemente seu uso medicinal.

• Segundo dados amplamente conhecidos, pelo menos 85% do enxofre produzido


mundialmente é usado como ácido sulfúrico, cujo emprego em fertilizantes é da ordem
de 65%. Resulta que, do enxofre, pelo menos 55% destinam-se à indústria de
fertilizantes, que elabora os diversos produtos que os agricultores utilizam para
reposição dos nutrientes de solos esgotados ou para melhoria da qualidade de solos
originalmente pobres, visando ao aumento da produtividade agrícola. Com respeito aos
nutrientes, estes se classificam em: • macronutrientes primários: N, P e K •
macronutrientes secundários: Ca, Mg e S • micronutrientes: Fe, Mn, Cu, Zn, B, Cl, Mo,
Ni, Na e Si
• Dentre as classificações existentes de matérias-primas ou produtos,
apresenta-se a da ABQUIM: • matérias-primas básicas: amônia, rocha
fosfática e o enxofre • matérias-primas secundárias: ácido fosfórico, ;
ácido sulfúrico e ácido nítrico;
• fertilizantes básicos: substâncias químicas usadas pelos fabricantes
finais ou misturadores da cadeia produtiva, consideradas suas
“matérias-químicas” (fosfatados, nitrogenados e potássicos);
• fertilizantes misturados e fertilizantes complexos ou granulados NPK:
misturas finais de fertilizantes básicos comercializados e aplicados no
solo.
MINERALOGIA E GEOLOGIA
• O enxofre tem a letra S como símbolo químico (de “súlfur”), valências
2, 4 e 6, número atômico 16 e peso atômico igual a 32,064. Todas as
formas de enxofre (alfa, beta e gama) têm fórmula S8, o que significa
dizer que o peso molecular de quaisquer das formas alotrópicas desse
elemento químico equivale a oito vezes o número atômico. Sua
dureza Mohs varia de 1,5 a 2,5.
Geologia
• O enxofre, quando sob a forma nativa, ascensão, por plasticidade, dos evaporitos
encontra-se associado a domos salinos e subjacentes; o topo da seqüência intrudida,
erupções vulcânicas. Também é extraído de normalmente contendo halita e anidrita, sofre
sulfetos metálicos e sulfatos, além de ser uma dissolução seletiva, retirando a halita.
recuperado de gases naturais e/ou Concomitantemente, poderá haver um fluxo
industriais. A retortagem de xistos descendente de hidrocarbonetos em direção ao
domo e a introdução de bactérias anaeróbicas
betuminosos contendo enxofre é outra dentro do mesmo. Tais bactérias “alimentam-
possível fonte de obtenção deste se” de hidrocarbonetos e da anidrita, que
elemento. restou insolúvel, produzindo calcário biogênico
(CaCO3) e gás sulfídrico (H2S); este último, no
caso dos sedimentos sobrejacentes serem
• No que toca aos domos salinos, explica-se a impermeáveis, ficam capturados no domo.
formação do enxofre da seguinte maneira:
sedimentos ricos em fontes de
hidrocarbonetos, recobrindo bacias saliníferas,
tendem a criar gradientes de pressão que,
através de pontos de Enxofre 132 , fraqueza na
própria camada sedimentar, podem forçar a
• O enxofre de origem vulcânica é proveniente da oxidação, próxima à
superfície, das emanações de gases sulfídricos que acompanham as
erupções. Sua pureza depende da quantidade de cinzas que esteja
associada à sua deposição. Quanto existe sublimação do enxofre em
camadas magmáticas, é obtido um produto de maior pureza. São
conhecidos depósitos de enxofre em todas as regiões vulcânicas do mundo.
• As reservas mundiais de enxofre são da ordem de cinco bilhões de
toneladas, correspondentes ao enxofre associado ao gás natural, petróleo,
sulfetos metálicos de cobre, chumbo, zinco, molibdênio e ferro, na forma
de elemento nativo nos depósitos em rochas sedimentares deformadas e
vizinhas a domos salinos, em depósitos vulcânicos (resultantes da
sublimação de vapores sulfurosos de origem magmática) e arenitos
betuminosos.
LAVRA E PROCESSAMENTO
• Os sulfetos metálicos, através da ustulação, produzem anidrido sulfuroso.
Este último é normalmente empregado na produção de ácido sulfúrico, de
forma direta, ou reduzido a enxofre elementar. Os principais sulfetos
metálicos que produzem enxofre e/ou ácido sulfúrico são: pirita e
marcassita (FeS2), e calcopirita (CuFeS2).
• Alguns sulfatos, principalmente anidrita (CaSO4), gipsita (CaSO4.2H2O) e
barita (BaSO4), têm sido reduzidos com carvão para produção de SO2. Daí,
o processamento é idêntico àquele obtido com o anidrito sulfuroso
proveniente dos sulfetos metálicos.
• Dos gases naturais e/ou industriais contendo H2S, também é extraído o
enxofre. Países como Canadá e França têm nos gases naturais sulfurosos
sua maior fonte de produção de enxofre. Quanto maior for o impacto
financeiro das multas impostas pelo lançamento na atmosfera, mais
atrativa se torna a recuperação do enxofre contido nas emissões gasosas.
• Os processos de obtenção de enxofre dependem de sua origem e
podem, resumidamente , ser assim classificados:
• Refino de petróleo: com o emprego do processo Klauss faz-se a
transformação do H2S em enxofre elementar, com o auxílio de um
catalisador aquecido em determinada temperatura. Processo similar
é usado para a recuperação de enxofre de gás natural e de coquerias.
• Metalurgia: a partir da ustulação de sulfetos de Cu, Zn, Ni, etc. e
minéros sulfetados de ouro, sendo o ácido sulfúrico obtido da
conversão do SO2. Processo similar é empregado para a obtenção de
ácido sulfúrico a partir de pirita (FeS2).
USOS, FUNÇÕES E ESPECIFICAÇÕES
• Da aplicação de enxofre, pelo menos de 55% do consumo mundial ocorre
na indústria de fertilizantes; nos EUA, 60% e no Brasil, 65%. Em sua
utilização na forma de ácido sulfúrico, o mundo responde por de 85% ou
mais; nos EUA, 90%; e no Brasil, 78%.
• Apesar desse percentual altamente significativo, o enxofre possui ainda
uma variada e extensa gama de outras aplicações:
• • ácidos industriais (não utilizados em fertilizantes); • pigmentos e
clarificantes; • explosivos; • produtos de petróleo; • rayon; • decapagem; •
fabricação de polpa de madeira; • bissulfetos de carbono; • inseticidas, •
fungicidas; • agentes alvejantes; • corantes; • vulcanização da borracha; •
aditivo de asfalto; • cimentos e concentrados de enxofre; • tratamento dos
vegetais e do solo; • baterias de enxofre e metal alcalino; • isolamentos
com espuma de enxofre
Cont:
• Em nível mundial o enxofre apresenta os seguintes usos por indústrias
consumidoras, em ordem decrescente de aplicação: • fertilizantes;
• processos químicos;
• pigmentos;
• indústria química;
• fabricação de papel;
• fabricação de aço;
• fibras celulósicas;
• fotografia;
• produção de bissulfeto de carbono; • fungicidas, inseticidas, etc.
USOS, FUNÇÕES E ESPECIFICAÇÕES
• Da aplicação de enxofre, pelo menos de 55% do consumo mundial
ocorre na indústria de fertilizantes;
• Apesar desse percentual altamente significativo, o enxofre possui
ainda uma variada e extensa gama de outras aplicações: • ácidos
industriais (não utilizados em fertilizantes); • pigmentos e
clarificantes; • explosivos; • produtos de petróleo; • rayon; •
decapagem; • fabricação de polpa de madeira; • bissulfetos de
carbono; • inseticidas, • fungicidas; • agentes alvejantes; • corantes;
• vulcanização da borracha; • aditivo de asfalto; • cimentos e
concentrados de enxofre; • tratamento dos vegetais e do solo; •
baterias de enxofre e metal alcalino; • isolamentos com espuma de
enxofre.

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