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MÓDULO

Mulheres da Bíblia
Prof. Maria Carolina N.1

Tema da Aula: Ester (última mulher que abordaremos do Antigo Testamento)


Oração Inicial
Leitura inicial: Et 2.5-11

1. RESUMO DA HISTÓRIA:
a. Início (contexto histórico e apresentação da personagem)

O livro de Ester é um dos mais lindos relatos bíblicos, parece uma série
da Netflix com romance, traições, tragédias, ostentação e guerras. Por muitos
ele é considerado apenas uma história. Mas é um livro muito importante para o
povo de Deus.

Se passa num tempo pós exílio Babilônico, um período em que


provavelmente os pais de Hadassa (sig. Murta, uma flor que exalava um ótimo
perfume) – Ester (sig. Estrela) era seu nome Persa – vieram a falecer a
tonando órfã, sendo adotada e criada como filha por um primo que se chamava
Mardoqueu que morava em Susã, capital Persa.

Mardoqueu era um judeu fiel ao Senhor. Por algumas vezes a Bíblia nos
informa que ele ficava à porta do palácio do rei, alguns estudiosos sugerem
que ele tinha alguma função em Susã ligada ao palácio.

1
Missionária da Igreja Betel Torre. Bacharel em Teologia com ênfase em Missiologia pelo STEBB.
Contatos: (83) 9 8890-1060 | @carolinanunes.alves | carolina_francelino@hotmail.com.
O rei dos Persas naquela época era Assuero, o rei Xerxes que reinou
entre 486 a 466 a.C. Seu império abrangia 27 províncias desde a Índia até a
Etiópia. Era casado com a rainha Vasti. Naqueles dias Assuero decidiu fazer
um banquete que durou 180 dias em Suzã, homens e mulheres separados, e
no final desse período o rei manda chamar a rainha para exibir a sua beleza
aos seus convidados. Pesquisadores apontam que esse pedido era para que a
rainha estivesse nua e dançasse para rei na frente de todos. Com a recusa a
esse convite, o rei recebeu isso como um desacato e a destituiu Vasti de ser
rainha e esposa, ainda decretando que todas as mulheres deviam obedecer
aos seus maridos e que todo homem mandaria na sua própria casa.

Passado algum tempo Assuero sentiu falta de uma esposa e


aconselhado pelos homens de sua confiança, mandou buscar as virgens mais
bonitas de todas as 27 províncias, para que ele escolhesse a sua nova rainha.

Et. 2.7 – Ester é descrita como uma jovem muito bonita de aparecia
agradabilíssima, e assim como muitas outras virgens, ela foi levada ao harém
do rei, de imediato Ester agradou Hegai o responsável pelas moças e já
alcançou seu favor, enquanto passava pelo longo processo de preparo, ela era
acompanhada por suas atendentes e residiu nas melhores acomodações. Até
então Ester não havia revelado sua origem.

Encontrou Ester graça aos olhos do rei que a tornou rainha, decretando
feriado em todas as províncias.

b. Clímax (qual o grande conflito e como ela o enfrentou)

Hamã um dos conselheiros do rei, que tinha a honra mais elevada que
todos do reino, projetou a morte de todos os judeus no império persa. Uma
forma de se vingar de Mardoqueu que não se prostava diante dele. Não
sabendo ele que Ester era judia, Hamã pediu permissão para matar todos os
judeus, o rei sem saber das suas motivações deu-lhe a permissão.

Quando Mardoqueu soube do plano de extermínio dos judeus, procurou


Ester e solicitou sua ajuda. A princípio Ester não queria comparecer perante o
rei – era crime passível de morte comparecer na presença do rei sem ter sido
chamado por ele – mas através da insistência de Mardoqueu (Et. 4.12-14) ela
aceitou e pediu para que todo o povo judeu orasse e jejuasse durante três dias.

c. Desfecho (como a história acabou)

Passado os dias, a rainha Ester colocou suas melhores vestes e a coroa


real e foi a presença do rei, ele a recebeu de forma calorosa e estendeu cetro e
ofereceu até a metade do seu reino se ela pedisse. Com muita sabedoria, Ester
convida o rei e Hamã para um banquete que ela daria naquela mesma noite, e
ambos foram convidados para outro banquete na noite seguinte.

Ester então conta ao rei que é judia e clama por sua vida e pela vida de seu
povo, o rei sai da sala furioso, quando Hamã percebe o perigo, corre e se lança
aos pés de Ester implorando clemencia, o rei retorna e interpreta o ato como
um ataque a rainha e manda enforcar Hamã na forca que ele mesmo havia
construído para matar Mardoqueu.

O rei ordena que todos os judeus se defendam de qualquer um que lhe


tentasse fazer mal (Et. 9.1) e o dia seguinte foi declarado o dia da celebração
em honra a libertação dos judeus. Esse dia, 14 do mês adar, é celebrado como
o Purim, uma festa judaica intensamente comemorada até hoje e totalmente
identificada com o livro de Ester.

2. COMENTÁRIO TEOLÓGICO
a. Porque essa história é importante

Para os judeus Ester é um dos livros bíblicos mais apreciados, pois pela
perspectiva judaica, descreve e exemplifica todo o milagre eterno de Deus: a
sobrevivência do povo dele em meio aos holocaustos histórico. Sobressai no
livro o tema da providência de Deus.

Como na época do livro de Ester, Deus está ativo, e sua maneira de agir
em graça e com poder no passado nos anima a buscar sinais de sua atuação
no presente. Por essas e outras razões, o estudo do livro de Ester é de
suprema importância.

b. O que a história revela sobre Deus e o plano da redenção


Apesar do nome de Deus não aparecer no livro, a narrativa de Ester
exalta a Deus, o seu verdadeiro e único herói. (Et. 4.12-14)

A preservação do povo judeu expressa tanto a eleição quanto a graça


divina. O Livro de Ester atesta claramente a mão invisível da Providência,
que não vai permitir que o povo da aliança ser destruído.

Et. 4: 12-14: Mardoqueu sutilmente faz alusão a sua crença de que Deus,
em Sua soberania, tem providencialmente ordenou que os eventos da vida de
Ester para colocá-la em uma posição onde ela pode atuar para entregar todos
os judeus. Mardoqueu acreditava que o Deus soberano traria alívio e libertação
para os judeus, que Ester poderia ser o meio através do qual que a libertação
viria, e que Deus não se restringiu a esse plano se Ester decidisse permanecer
em silêncio. Demonstrando que ele acredita na promessa de Deus de redimir
seu povo.

c. Onde está Cristo na história de Ester

Podemos afirmar que a história de Ester aponta para Cristo, sua obediência
é uma atitude marcante. Ela salvou o seu povo da morte, e no dia de morte
trouxe a festa da celebração da vida.

Ester abriu mão do seu direito de viver para salvar a nação da morte certa
(Et 4.16). Por isso foi exaltada pelo rei. De maneira semelhante, Jesus
entregou sua vida para que a humanidade pecadora fosse salva da morte
eterna e foi exaltado por Deus (Fp 2.5-11).

3. APLICAÇÕES
a. O que esta história fala para sociedade/igreja HOJE

O livro de Ester é usado como exemplo de esperança e confiança nos


dias hoje em contextos de igreja perseguida, é relida pelos judeus para
relembrar a grande provisão de Deus para o seu povo.

Percebemos aqui que o Senhor levanta e usa mulheres para cumprir seus
propósitos. Ester é um exemplo que mulheres podem exercer papéis políticos e
posições de destaques para revelar a graça de Deus, diferente das acusações
atuais de que Deus é sexista.
A sua coragem, liderança e sabedoria nos ensinam que podemos servir ao
Senhor sem medo, e que nenhuma ideologia pode mudar o que Deus tem para
a vida das mulheres. Somos plenamente amadas e usadas como instrumentos
de benção.

b. O que esta história me desafia a fazer HOJE

A postura de Ester diante da perseguição nos ensina que mesmo em


situações de medo, precisamos agir com convicção e fé. (Et. 4.16) Coragem,
em vez de resignação passiva.

Nos desafia a ensinar e confiar nas promessas de Deus, apesar das


circunstancias.

Nos encoraja a confiarmos em nossa salvação: Ester é a história de um


grande salvador que orquestra sua vontade salvadora mesmo em meio das
más decisões de seus inimigos.

Por fim, motiva a nossa fidelidade a Deus: pois leva os nossos olhos
para o Deus da promessa, sabendo que há recompensa preparada para nós
nos céus, preparada pelo poder de Deus, o desfrute pleno da vida eterna.
OBRAS CONSULTADAS OU RECOMENDADAS:

KYUPER, Abraham. Mulheres da Bíblia. Londrina: Editora Penkal, 2021.

SOARES, Matheus. Enciclopédia da vida dos Personagens Bíblicos de A a Z.


Rio de Janeiro: Edições Acadêmicas, 2018.

EVERY-CLAYTON, Joyce. Fale, Mulher: Escutando as mulheres da Bíblia.


João Pessoa: Betel Brasileiro, 2014.

SANTOS, Isbela Fonseca dos. Mulheres da Bíblia. Rio de Janeiro: Editora


Betel, 2000.

EVERY-CLAYTON, Joyce. Rute e Ester. João Pessoa: Editora Betel Brasileiro,


2020

Bíblia de Estudo Genebra

Comentário Bíblico Africano

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