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MÓDULO

Mulheres da Bíblia
Prof. Maria Carolina N.1
Tema da Aula: Maria Madalena
Oração Inicial
Leitura inicial: Lucas 8.1-3

1. RESUMO DA HISTÓRIA:
a. Início (contexto histórico e apresentação da personagem)

Maria Madalena, recebeu esse nome por ser natural da cidade de


Magdala, situada no litoral norte do Mar da Galiléia. Ela não aparece no texto
de Mateus, Marcos e João até a crucificação. Lucas é quem dá uma atenção
especial ao relato da sua vida.

Comentaristas como o Kuyper e Matheus Soares indicam que ela era


relativamente rica, fazia companhia a Joana, mulher de Cuza, o procurador de
Herodes Antipas, e Susana. Essas mulheres, aparentemente, eram de posses,
pois “serviam com os seus bens” a Jesus e aos seus discípulos. Ou seja: elas
mantinham financeiramente a missão. Mas esse serviço material não foi a
única prova da lealdade de Maria Madalena ao seu Salvador.

Lucas afirma que Maria foi liberta por Jesus de sete demônios, indicando
um grande problema espiritual que ela sofria. Depois de redimida, ela dedicou
seu fervor apaixonado a servir a Jesus.

1
Missionária da Igreja Betel Torre. Bacharel em Teologia com ênfase em Missiologia pelo STEBB.
Contatos: (83) 9 8890-1060 | @carolinanunes.alves | carolina_francelino@hotmail.com.
É importante ressaltar que como uma mulher de posses, Maria
Madalena era de uma posição alta, não uma prostituta como alguns afirmam,
ela não tem nada a haver com a mulher pecadora que lavou os pés de Jesus.

Existem interpretações erradas sobre Maria Madalena, a mais conhecida


é esta supracitada, isso se deu ao fato de que o evangelho de Lucas a
menciona pela primeira vez depois da história de uma meretriz (Lc 7.36),
levando alguns leitores a associarem as duas como se fossem a mesma
mulher. No século VI o papa Gregório I (papa de 590 a 604 d.C), fez essa
mesma associação em um sermão e Maria começou a ser identificada como
prostituta desde então.

Esta fascinante personagem é também pivô de muitas controvérsias


envolvendo Jesus. Nos anos recentes, em função do romance O código da
Vinci, algumas tradições heréticas antigas voltaram à tona. entre elas a de que
Maria Madalena seria esposa de Jesus. Tais histórias não são embasadas em
fontes confiáveis, são partes de textos apócrifos que tinham como propósito
difamar o evangelho em sua fase primitiva, utilizando-se de informações falsas.

b. Clímax (qual o grande conflito e como ela o enfrentou)

Quando Jesus foi a Jerusalém para ser crucificado, Maria Madalena o


acompanhou (João 19.25). Enquanto todos os discípulos (exceto João) haviam
fugido nesse momento de crise, ela permaneceu e testemunhou a morte de
Cristo (Marcos 15.40-41).

Ela cuidou dEle até depois do calvário: observando onde José de


Arimateia o sepultaria e voltando em um domingo de descanso para ungir o
corpo – um costume da época – com especiarias (Lucas 23.56). Nisso vemos o
amor de Maria pelo Senhor no trato do seu corpo, porque um criminoso
crucificado era enterrado sem nenhuma cerimônia num campo qualquer. Deste
modo, sua devoção fica evidente pelo serviço e respeito constantemente
dedicados a Ele, independentemente das circunstâncias.

c. Desfecho (como a história acabou)

Chegando ao local do sepulcro, Maria Madalena e outras mulheres


viram a grande pedra removida (João 20.1), no mesmo instante com grande
temor e tremor em seus corações voltaram a fim de contar aos discípulos, que
também esqueceram as palavras do Senhor “que ao terceiro dia ressuscitaria
dentro os mortos”. Eles só creram depois que viram os lençóis que envolveram
o seu corpo e o lenço que cobria sua cabeça, dobrados á parte.

Maria Madalena, no entanto, voltou sozinha ao sepulcro e chorou pelo


Senhor. Dois anjos apareceram e lhe perguntaram qual a razão das suas
lagrimas, revelando assim a ressureição de Jesus (João 20.11-13).
Subitamente, no momento de seu maior desespero, Cristo apareceu, mas ela
não foi capaz de reconhece-lo. Ao confundi-lo com o jardineiro, perguntou pelo
corpo do seu Senhor, que gentilmente a chama pelo nome, e ela reconheceu a
voz do seu Mestre, a mesma voz que outrora a fez livre.

E assim Maria Madalena tornou-se a primeira testemunha da


ressurreição de Jesus (João 20. 17-18). Uma mulher de uma cidade pequena,
comissionada a dar a notícia da ressurreição, uma mensagem que alcançaria o
mundo inteiro.

2. COMENTÁRIO TEOLÓGICO
a. Porque essa história é importante

Mesmo em uma era que tenta excluir a mulher de alguma participação


no plano eterno de Deus, nos deparamos com essa personagem que foi
honrada por Deus, e mesmo dentro da história em que muitas más
interpretações acerca dela são suscitadas, as Escrituras Sagradas a enaltece,
por sua dedicação, amor e entrega. Ela, portanto, tem muito a nos ensinar.

b. O que a história revela sobre Deus e o plano da redenção

O testemunho da vida de Maria Madalena nos leva a perceber o poder


do Senhor em mudar a vida de alguém e usa-la para o seu propósito salvífico.
Uma mulher atormentada por sete demônios teve a sua libertação e a cura da
sua alma. Ela honrou o Senhor com sua vida e seus bens materiais, e também
deixou tudo para servi-lo. Deus a honrou a fazendo testemunha de sua
ressureição.
Isso mostra mais uma vez que Deus não faz excepção de pessoas, mas
que qualquer um pode ser alvo de sua misericórdia, e ser um instrumento dEle
para alcançar outros com a boa notícia, e que a ressurreição de Jesus – pilar
central da Redenção – é um fato histórico com testemunhas oculares.

c. O que a história de Maria Madalena nos revela sobre Cristo

Os evangelhos deixam claro o papel das mulheres no ministério de


Jesus. Junto aos doze discípulos, estão as mulheres nomeadas e as “muitas
outras” que o acompanhavam. Elas estiveram ali do começo ao fim: junto à
cruz, quando os outros haviam fugido de medo (Mt 27.55-56); assistiram ao
enterro (Lc 23.55); e foram as primeiras a irem ao tumulo de quando ainda
estava escuro (Jo 20.1).

É em Cristo que percebemos como Deus vê as mulheres. E é em Jesus


que vemos que Deus valoriza as mulheres assim como ele valoriza qualquer
outro ser humano – com toda graça e com toda verdade que emanam do
coração de Deus.

3. APLICAÇÕES
a. O que esta história fala para sociedade/igreja HOJE

Embora, naquela época, a lei não permitisse que as mulheres


testemunhassem em tribunal, Jesus escolheu justamente uma mulher para ser
sua primeira testemunha ocular e a comissionou dizendo-lhe: “vai ter com os
meus irmãos e dize-lhes” (Lc 20.17).

Desde o momento em que Maria, a mãe de Jesus, proclamou louvores a


Deus pelo filho concebido nela, até o momento em que Maria Madalena
proclamou a notícia de sua ressureição dentre os mortos, as mulheres estavam
lá, bem no coração dos eventos mais cruciais da história, anunciando os
acontecimentos que iluminam a eternidade.

O testemunho das mulheres importa, vimos recentemente escândalos


em mega-igrejas, onde o testemunho de mulheres fora questionado e
descartado, sendo justificados por seus passados ou simplesmente pelo fato
de serem mulheres.
Além disso, precisamos lembrar que somos também Marias Madalenas,
libertos, transformados e chamados ao serviço a Deus. E como já vimos neste
estudo Deus valoriza homens e mulheres, os criou a sua imagem e
semelhança.

b. O que esta história me desafia a fazer HOJE

As atitudes de Maria Madalena nos ensinam que compensa servir a


Jesus com tudo que temos e com tudo que somos.

Nos desafia a olhar com esperança e confiar nas promessas de Deus,


apesar das circunstancias. Assim como ela viu a esperança de Israel pregado
naquele madeiro.

Este é o último estudo deste módulo, então depois de tantas semanas e


tantas aulas lindas, o que fica é: estude as escrituras. E qualquer pergunta que
você tiver sobre a relação de Deus com as pessoas que Ele criou serão
respondidas em Cristo. Especificamente com as mulheres, você descobrirá
lindas verdades.

OBRAS CONSULTADAS OU RECOMENDADAS:

KYUPER, Abraham. Mulheres da Bíblia. Londrina: Penkal, 2021.

SOARES, Matheus. Enciclopédia da vida dos Personagens Bíblicos de A a Z. Rio


de Janeiro: Edições Acadêmicas, 2018.

EVERY-CLAYTON, Joyce. Fale, Mulher: Escutando as mulheres da Bíblia. João


Pessoa: Betel Brasileiro, 2014.

SANTOS, Isbela Fonseca dos. Mulheres da Bíblia. Rio de Janeiro: Betel, 2000.

EVERY-CLAYTON, Joyce. Rute e Ester. João Pessoa: Betel Brasileiro, 2020

NIELSON, Kathleen Buswell. O que Deus diz sobre as Mulheres. São José dos
Campos, SP: Fiel, 2018.

Bíblia de Estudo Genebra

Comentário Bíblico Africano

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