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Biossegurança
Precauções na Auriculoterapia
A auriculoterapia envolve agulhar ou estimular áreas do ouvido. É fácil e conveniente para o uso
diário e possui uma ampla gama de indicações. A infecção da orelha devido à esterilização inadequada é
um tipo de problema mais comumente visto na clínica. Devido à circulação sanguínea, a infecção pode se
espalhar para as cartilagens da orelha e, em casos graves, causar atrofia auricular e anormalidade por
distensão da aurícula, ou condronecrose. Para evitar tais acidentes, certifique-se de utilizar materiais
descartáveis e higienização/desinfecção adequada do pavilhão auticular; evitando ferir a epiderme, o que
pode causar inflamação.
Uma infecção auricular é superficial no início e caracterizada por vermelhidão inchaço da pele local
acompanhado por uma pequena quantidade de efusão com dor leve, que pode ser tratada com a aplicação
de álcool no local 2-3 vezes ao dia, ou pomada para eliminar a inflamação durante 4-5 dias, ou tintura de
iodo a 2,5%, 3 vezes ao dia. Em geral, a infecção se resolve após 2-3 dias. Se se agravar com inchaço
vermelho evidente, calor e dor na área local, ou mesmo abscesso em casos graves, muitas vezes
acompanhados por sintomas sistêmicos como febre, dor de cabeça, falta de apetite e aumento de leucócitos,
imediatamente encaminhar o paciente para o serviço médico.
Caso o paciente sentir leve tontura ou desmaio, não é necessário retirar a agulha. Instrua o paciente
a se deitar e descansar. Beber água pode auxiliar. Se a tontura ou a sensação de desmaio for intensa, pare
de agulhar imediatamente e retire a agulha. Instrua o paciente a se deitar e, em seguida, estimule suavemente
os pontos de acupuntura adrenal, cérebro e occipital, o que geralmente fará com que a condição desapareça.
Se houver perda de consciência, coloque o paciente em decúbito dorsal. E além da estimulação
suave desses pontos de acupuntura, aplique moxabustão ao ponto de acupuntura Baihui (VG-20). Isso
restaurará rapidamente a consciência do paciente.
Precauções na Eletroacupuntura
A eletroacupuntura é uma modalidade terapêutica que combina agulhas e estimulo elétrico, através
da aplicação de uma pequena quantidade de corrente elétrica na agulha após sua inserção e chegada do Qi.
O instrumento utilizado na eletroacupuntura é composto de duas partes: a agulha filiforme e o estimulador
elétrico. Existem diferentes modelos de aparelhos de eletroacupuntura, e a maioria deles são projetados
para fornecer estimulo bifásico de pulso em baixa tensão. Os três padrões de saída comumente disponíveis
são pulsos contínuos, pulsos de dispersão densa e pulsos intermitentes.
Para a utilização adequada, algumas precauções incluem:
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• A corrente elétrica deve ser aumentada gradualmente, para se evitar contrações musculares intensas
que podem resultar em agulhas tortas ou quebradas.
• Para um estimulador elétrico com a tensão de saída máxima acima de 40 V seu máximo a saída de
corrente não deve exceder 1 mA para evitar choque elétrico.
• Para um paciente com doença cardíaca, evite a passagem de corrente elétrica pelo coração.
• Para um paciente com constituição fraca ou nervosismo, muita corrente elétrica não é aconselhável,
pois pode fazer com que o paciente desmaie.
• Não use agulhas que tenham sido utilizadas na moxabustão, como a superfície do a agulha pode ter
se oxidado.
Precauções na Moxabustão
Moxabustão é um método de tratamento e prevenção de doenças usando o calor da queima da moxa
para estimular os pontos de acupuntura. Moxa vem da folha de Artemisia vulgaris, preparada com a
trituração das folhas secas e removção dos caules. A folha de moxa é perfumada e fácil de queimar. Tem
sido usado por milhares de anos por acupunturistas para aquecer os canais e expulsar o frio, para induzir o
fluxo suave de Qi e Sangue, e para reduzir o inchaço e dispersar patógenos acumulados. Algumas
precauções com a utilização da moxa:
• Quando vários pontos de acupuntura são utilizados, as seguintes regras determinam a ordem: a parte
superior do corpo antes da parte inferior; as costas antes do abdômen; a cabeça antes das
extremidades; e os canais Yang antes dos canais Yin. Menos unidades são usadas no início, mais
unidades para o tratamento subsequente.
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Precauções na Ventosaterapia
Na ventosaterapia, a ventosa é aplicada na pele para induzir congestão local através da remoção de
ar da ventosa pelo fogo. Esta terapia aquece e promove o fluxo livre de Qi e sangue nos canais, diminui
inchaço e dor, e dissipa Frio e Umidade. Pode ser utilizada no tratamento de reumatismo, distensões agudas
e entorses, paralisia facial, hemiplegia, doenças exógenas agudas, tosse, dores de estômago e os estágios
iniciais de abscessos e feridas.
• A boca da ventosa deve ser redonda e lisa, sem lascas ou rachaduras, para evitar lesões na pele.
• Escolha locais com massa muscular abundante e certifique-se de que sejam adequados. Sites com
cabelo, articulações e depressões não são adequadas para terapia de ventosa, uma vez que é difícil
conseguir uma vedação e a ventosa pode cair.
• O tamanho do frasco deve ser escolhido para corresponder ao local do ponto de acupuntura.
• A duração da retenção da ventosa é geralmente de 15 minutos. É provável que uma retenção por
mais tempo possa causar bolhas.
• A remoção das ventosas deve ser suave e lenta. Pressione a pele pela borda da ventosa para permitir
que o ar entree a ventosa saia facilmente. Não se deve usar força para puxar ou torcer o frasco ao
fazer isso pode ferir a pele.
• Não é aconselhável aplicar ventosa em um paciente com úlceras de pele, alta febre e convulsões,
sensibilidade da pele ou edema. Não é apropriado aplicar terapia de ventosa nas regiões abdominais
ou sacrais de uma mulher grávida.
• É normal que a pele apareça enrubescida ou machucada após a terapia de ventosa. Se a estase de
sangue local for grave, não é aconselhável aplicar mais ventosa na mesma área. Se aparecerem
pequenas bolhas na pele, não é necessário tratar eles. Se as bolhas forem grandes, perfure-as com
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uma agulha esterilizada, aplique antisséptico e cubra com curativo esterilizado para prevenir
infecção.
Estudos clínicos
Embora eventos adversos graves sejam raros, a prática da acupuntura não é totalmente isenta de riscos.
São recomendados: treinamento, conhecimento em anatomia e microbiologia, práticas higiênicas e seguras,
para minimizar os riscos.
Devem ser evitados órgãos e tecidos importantes durante a seleção de pontos, evitar distrações
durante o tratamento. Para pacientes inconscientes é preferível inserir, sem deixar as agulhas retidas e
monitorar o procedimento.
A síncope é um efeito que pode ser induzido pela acupuntura. Aos pacientes com fome, sede, bêbados
ou nervosos, deve ser solicitado a comer, beber ou descansar por meia hora antes do tratamento e se acalmar.
Eles devem ser observados por um momento durante e após o tratamento para evitar síncope. Se ocorrer a
síncope, as agulhas devem ser retiradas imediatamente, água com açúcar deve ser fornecida e o paciente
deve deitar-se com a cabeça baixa. Os sintomas devem desaparecer em alguns instantes.
Estudo publicado por Zhang et al (2010) faz uma revisão sistemática sobre eventos adversos da
acupuntura reportados na literatura chinesa entre 1980-2009. Há relatos de danos a tecidos e órgãos
torácicos como pneumotórax, tecidos e órgãos abdominais como perfuração de bexiga, dano aos olhos
como hemorragia orbital, dano ao nervo oculomotor, danos a nervos periféricos e vasos, infecções
bacterianas. A maioria dessas ocorrências traumáticas é causada pela manipulação inadequada da agulha
em pontos de acupuntura de alto risco. A profundidade da inserção da agulha é de fundamental importância.
Por exemplo, a superfície pulmonar fica cerca de 10 a 20 mm abaixo da pele na região da linha escapular
medial ou da linha hemiclavicular, o que explicaria a alta incidência de pneumotórax durante o agulhamento
nessa área. Outras complicações traumáticas, como hemorragia subaracnoide, lesões cardiovasculares ou
perfuração de órgãos, também podem ser causadas pela inserção de agulha excessivamente profunda.
Traumas cardiovasculares foram mais frequentes em pacientes com cardiomegalia. Na maioria dos casos,
o relato era proveniente de clínicas de vilas ou hospitais rurais, sendo que todos os casos de infecções foram
em áreas rurais. Na China, os acupunturistas em hospitais rurais e urbanos apresentam uma grande
disparidade nas habilidades clínicas. A incidência real desses eventos adversos não pôde ser precisamente
determinada.
Outro estudo, realizado por Xu et al (2013), analisando estudos publicados em língua inglesa, entre
2000-2011, verificaram relatos de eventos adversos associados a acupuntura, moxabustão e ventosaterapia,
em 25 países e que o principal evento adverso foi a infecção, com relatos de casos em 17 países. Seguido
de eventos traumáticos como pneumotórax, danos a nervos periféricos, danos a órgãos e tecidos.
Constatarm que casos de infecções estavam relaconados ao contato da pele com instrumentos não
esterilizados, toalhas sujas, ambientes não higiênicos. A limpeza e higienização adequadas são essenciais
para prevenir infecções.
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Estudo realizado por Wu et al (2015) analisou artigos etre 1980-2013, na China, encontrado 182 casos
de complicações ou efeitos adversos, sendo pneumotórax (30), lesão do sistema nervoso central (37), lesão
de nervo periférico (8), lesão de órgão (22), outras lesões teciduais (18), síncope (18), infecções (17),
hemorragia (10), complicações causadas por agulhas quebradas (7) e outras (15). A literatura chinesa
mostra que a maioria dos acidentes de acupuntura é provocada pela falta de técnicas correspondentes e
operações fora do padrão.
Contudo, a maioria dos efeitos é leve ou moderado. Os mais comuns incluem sangramento, dor ou
hematoma no local da inserção da agulha. Zhao et al (2011), analisando ensaios clínicos controlados
envolvendo 1968 pacientes, em três grupos de tratamento, sendo um para enxaqueca, um para dispepsia
funcionatl e outro para paralisia de Bell, relataram alguns tipos de reações que incluem hematoma
subcutâneo, sangramento no local de inserção, dor no local de inserção, desmaio, distensão abdominal,
tontura, fraqueza nas pernas, espasmo muscular. Dos 1968 pacientes, 74 apresentaram algum tipo de reação,
e foram mais frequentes o sangramento no local (37,84%) e o hematoma subcutâneo (25,68%).
Os eventos adversos relacionados à prática de acupuntura são causados principalmente por tensão
mental do paciente, procedimento inadequado do terapeuta, e falha na higienização e
desinfecção/esterilização de instrumentos. A maioria dos eventos pode ser evitada com a padronização do
ensino e práticas clínicas. Seguindo os padrões de segurança e de higiene, mantém-se a qualidade do
atendimento, reduzindo o risco de eventos adversos e protegendo a segurança do paciente (HE et al 2012).
De qualquer forma, ressaltamos a importância de se ter bastante atenção durante a realização de todos
os procedimentos, cuidado no manuseio de materiais perfuro-cortantes, cuidado ao descartar
adequadamente esses materiais, em caso de perfuração e/ou contato acidental com material biológico,
buscar orientação na unidade de saúde para analisar a necessidade de fazer ou não o tratamento profilático,
buscar ajuda médica se houver suspeita de evento adverso grave, como a perfuração de algum órgão.
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