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Segundo Ermínia Maricato, a legislação urbanística é rigorosa para uns, mas é ineficaz para
outros. A autora traz o questionamento sobre a produção do espaço urbano e o crescimento
predatório das cidades independente da existência de plano diretor, normas e legislação. Dessa
forma entendemos que possuir uma legislação não é suficiente, se não existem órgãos
fiscalizadores, para garantir sua aplicação.
Sabemos que as grandes empresas e corporações conseguem se beneficiar pelo alto poder
aquisitivo e influenciador e ultrapassar algumas barreiras, entretanto, a população com menor
renda sente-se obrigada a acatar as leis por receio de maiores encargos. Existem leis para
todos? Ou apenas para quem não possui poder monetário para “escapar” delas? De que adianta
criar Plano Diretor a partir de estudos do que se adeque melhor a realidade das cidades, se o
dinheiro terá maior poder de induzir aos efeitos muitas vezes contrários. É nítida a necessidade
de maior fiscalização e controle sobre a cidade. Nesse ponto a questão política é um atuante
falho, por vezes corrupta e ineficiente.
Por outro lado, quem cria as normativas está longe da grande parte da população marginalizada
e em moradia irregular, tornando-as autoritária. Não se pode negar a existência de uma grande
parcela da população que não possui condições mínimas de habitação e que não recebem
saneamento, infraestrutura adequada. O que não gera lucros para o setor imobiliário, tem menor
importância para a cidade. A terra virou mercadoria, e a especulação imobiliária impede a
melhor ocupação do solo de forma imediata.
O lugar fora das ideias: realidade ignorada e as consequências da exclusão territorial
A política e o setor privado estão historicamente envolvidos e dificilmente serão separados, já
que existe o financiamento eleitoral dos políticos e posteriormente os benefícios entregues aos
grandes empresários. Consequentemente os interesses sociais ficam em segundo plano.
A falta de políticas sociais possibilitou a segregação imobiliária, o crescimento das cidades se
deu de forma excludente, e marginalizou a população de baixa renda.