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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª

VARA CÍVEL DA COMARCA DE ITAPETININGA - SP.

Processo: 1.959/06.
Autor: José Carlos Carriel.
Réu: Instituto Nacional de Seguro Social.

XXXXXXXXXXX, Perito nomeado nos autos do processo supra, vem mui


respeitosamente perante Vossa Excelência, apresentar o seu Laudo Pericial, solicitar o arbitramento de
seus honorários profissionais em R$ ------------------------, corrigidos monetariamente na data de seu
efetivo pagamento.

Termos em que,

Pede deferimento

Porto Feliz, 13 de outubro de 2023

___________________________________

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Laudo Pericial

1.0 - OBJETIVO: - Insalubridade na função de motorista.

2.0 - DATA: - 20/10/2007

3.0 - HORA: - 09:00 h.

4.0 - IDENTIFICAÇÃO

Processo: 1.959/06.
Autor: José
Réu: Instituto Nacional de Seguro Social.

5.0 - METODOLOGIA E TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO

A metodologia e as técnicas de avaliação utilizadas na elaboração deste Laudo seguem o


prescrito no item 15.6 da NR-15 - “Atividades e Operações Insalubres” - Portaria N.º 3.214/78 e a
Portaria N.º 3.311/89, “Instruções para Elaboração de Laudo de Insalubridade e Periculosidade”, ambas
do Ministério do Trabalho.

6.0 - OBJETIVO

O presente Laudo Pericial tem por objetivo instruir os autos de reclamação na ação de
aposentadoria por tempo de contribuição que tramita na 2ª vara cível da comarca de Itapetininga, a
mando do MM. Juiz, a fim de se verificar a existência, ou não, de condições insalubres nas atividades
desenvolvidas no trabalho do Reclamante.

7.0 - IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL PERICIADO

Trata-se de uma fazenda de propriedade do grupo Ioshida cujo proprietário é o Sr. o reclamante
até a presente data, cito, Sítio Santo

8.0 - DESCRIÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO

Arranjo Físico Bom


Metragem da área física Aproximadamente 3000 m²
Condições de higiene Bom
Ventilação Bom
Iluminação Bom
Cobertura / Forro Telhas de Fibrocimento
Paredes Alvenaria
Piso Cimentado liso desempenado
Pé Direito Variável de 7,00 a 10,00 metros

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Lavouras Ruins
Rodovias Razoáveis
Estradas de chão batido Ruim

9.0 - FUNÇÃO DO TRABALHADOR

O Reclamante foi admito e demitido nos períodos abaixo e registrado na função de Motorista de
caminhão trucado com carga acima de 15tn:
o 02/12/1984 a 31/01/1990 – Iashumaro Ioshida
o 01/02/1990 a 09/02/1994 - Iashumaro Ioshida
o 01/08/1994 a 23/10/2000 - Iashumaro Ioshida
o 01/11/2000 a 29/01/2004 – Heitor Arikita.
o 02/02/2004 a 10/09/2006 - Iashumaro Ioshida
o 15/02/2007 até a presente data - Heitor Arikita.

10.0 - ETAPAS DO PROCESSO OPERACIONAL

As atividades desenvolvidas pelo Reclamante é conduzir caminhões em período integral com


cargas de fertilizantes, defensivos, grãos (milho, soja, feijão), tubérculos (batatas) e implementos
agrícolas e etc., o mesmo auxilia na carga e descarga dos produtos nos barracões, lavadeiras e campo.
Realiza também o reabastecimento de seu veículo de trabalho junto ao tanque de diesel no pátio da
fazenda e a troca de óleo do motor.
Em todo período, com o sistema de plantio contínuo, o Reclamante faz viagens entre as fazendas
de Itapetininga, Taquarituba e Buri.
São usados como EPC’s e EPI’s Cinto de Segurança e luvas de raspas para auxiliar na carga e
descarga dos produtos e implementos.
O Reclamante trabalha nos seguintes horários: das 07:00h as 16:30h e aos sábados das 07:00 as
11:00 h.

11.0 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES

NR-15 – “Atividades e Operações Insalubres”, da Portaria N.º 3.214 / 78


do Ministério do Trabalho
Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou
11.1 - NR -15 - ANEXO N.º 1
Intermitente
11.2 - NR - 15 - ANEXO N.º 2 Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto

11.3 - NR - 15 - ANEXO N.º 3 Limites de Tolerância para Exposição ao Calor

11.4 - NR - 15 - ANEXO N.º 4 Iluminamento

11.5 - NR - 15 - ANEXO N.º 5 Limite de Tolerância para Radiações Ionizantes

11.6 - NR - 15 - ANEXO N.º 6 Trabalho sob condições Hiperbáricas

11.7 - NR - 15 - ANEXO N.º 7 Radiações não Ionizantes

11.8 - NR - 15 - ANEXO N.º 8 Vibrações

11.9 - NR - 15 - ANEXO N.º 9 Frio

11.10 - NR - 15 - ANEXO N.º 10 Umidade

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Agentes Químicos cuja Insalubridade é caracterizada
11.11- NR - 15 - ANEXO N.º 11 por Limites de Tolerância e Inspeção no Local de
Trabalho
11.12 - NR - 15 - ANEXO N.º 12 Limites de Tolerância para Poeiras Minerais

11.13 - NR - 15 - ANEXO N.º 13 Agentes Químicos

11.14 - NR - 15 - ANEXO N.º 14 Agentes Biológicos

12.0 - POSSÍVEIS RISCOS OCUPACIONAIS

12.1 – RISCOS FÍSICOS Ruído


12.2 – RISCOS QUÍMICOS Existente – Defensivos agrícolas, adubos e etc.
12.3 – RISCOS BIOLÓGICOS Inexistentes no local
12.4 – RISCOS ERGONÔMICOS Existente – Carga e descarga e postura inadequada.
Existente – Transitar em rodovias e ruas com
12.5 – RISCOS DE ACIDENTES
veículos carregados.

TABELA DE VERIFICAÇÃO DE CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS EM GRUPOS.

GRUPO 1: GRUPO 2: GRUPO 3: GRUPO 4: GRUPO


VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL
RISCOS
RISCOS FISICOS RISCOS QUIMICOS BIOLÓGICOS RISCOS ERGONÔMICOS RISCOS DE AC
1
RUÍDOS POEIRAS VÍRUS ESFORÇO FÍSICO INTENSO ARRANJO F
INADEQUA
2
VIBRAÇÕES FUMOS BACTÉRIAS LEVANTAMENTO E MAQUINAS EQUI
TRANSPORTE MANUAL DE SEM PROTE
PESO
3 FERRAMEN
RADIAÇÕES
IONIZANTES NÉVOAS PROTOZOÁRIOS EXIGÊNCIA DE POSTURA INADEQUAD
INADEQUADA DEFEITUO
4
ILUMINAÇÃO INA
RADIAÇÕES NÃO NEBLINAS FUNGOS CONTROLE RÍGIDO DE
IONIZANTES PRODUTIVIDADE
5
IMPOSIÇÃO DE RITMOS ELETRICID
FRIO GASES PARASITAS EXCESSIVOS

6 TRABALHO EM TURNO E PROBABILIDA


CALOR VAPORES BACILOS NOTURNO INCÊNDIO OU E

SUBSTÂNCIAS,
COMPOSTAS JORNADAS DE TRABALHOS ARMAZENAM
OU PRODUTOS QUÍMICOS
PRESSÕES ANORMAIS EM PROLONGADAS INADEQUA
GERAL

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8 MONOTONIA E
UMIDADE REPETIVIDADE ANIMAIS PEÇON
OUTRAS SITUA
CAUSADORAS DE STRESS CONTRIBUIR P
FISICO E/ OU PSÍQUICO OCORRÊNCIA DE

13.0 - TEMPO DE EXPOSIÇÃO AO RISCO

O Reclamante ficou exposto, em período integral de maneira habitual e permanente aos riscos
físicos como ruídos, vibrações devido à má qualidade das rodovias, estradas vicinais, de chão batido
intempéries no período de carga e descarga no campo; químicos como descarga de escapamento (CO2),
troca de óleo, lubrificação de veículo e poeiras; ergonômicos como esforço físico intenso, levantamento e
transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, acidentes com a probabilidade de incêndio
ou explosão no reabastecimento do veículo e transitar com veículo com cargas em rodovias e cidades.

14.0 - RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

15.0 - DILIGÊNCIAS

- Para avaliação das condições em que trabalhava o Reclamante, foi marcada vistoria em seu
local de trabalho, nas dependências da Reclamada, para atingirmos o adequado encaminhamento e
correta interpretação final deste Laudo Pericial.

Realizou-se primeiramente o Inquérito Preliminar, item administrativo obrigatório em qualquer


perícia trabalhista, prestando todas as informações necessárias e esclarecimentos constantes deste
Laudo, o Sra. Rosane Yoshie Assai e a Sra. Aline Arantes Maciel Rosa, encarregadas Administrativas e o
Sr. José Carlos Carriel, reclamante, visando com isto caracterizar itens básicos relativos ao objetivo desta
avaliação.

16.0 - RESULTADO DA AVALIAÇÃO

- Nas atividades desenvolvidas pelo Reclamante, observou-se a exposição ao risco físico como
ruído proveniente do motor abaixo do limite de tolerância (82,4 dcb), vibração devido as estrada em má
estado de conservação, risco químico devido a emissão de gases provenientes de escapamento, poeiras,
carga e descarga de defensivos agrícolas, intempéries, graxas e óleos lubrificantes de veículos, risco
ergonômico devido a posturas inadequadas e esforço físico intenso devido a carga e descarga de
veículos, risco de acidentes ao transitar em ruas e rodovias com veículos carregados e reabastecimento
diário do veículo. Embora o veículo esteja equipado com cinto de segurança e luvas de raspa e botina
para o motorista, que caracteriza insalubridade, de acordo com prescrito pelo Anexo N.º 03, 06, 08, 09,
10, 11, 12 e 13, da NR-15 - “Atividades e Operações Insalubres”, da Portaria N.º 3.214/78 do Ministério
do Trabalho.

A Empresa nos apresentou Ficha de Entrega e Controle de EPI(s) - Equipamentos de Proteção


Individual constando a entrega de luva de raspa e botina.

O item 6.6 da NR-6 - “Equipamento de Proteção Individual - EPI” da Portaria N.º 3.214/78 do
Ministério do Trabalho, diz o seguinte:

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6.6 - Obrigações do Empregador

6.6.1 - Obriga-se o empregador, quanto ao EPI, a:

a) adquirir o tipo adequado à atividade do empregado;

b) fornecer ao empregado somente EPI aprovado pelo MTA e de empresas


cadastradas no DNSST/MTA;

c) treinar o trabalhador sobre seu uso adequado;

d) tornar obrigatório o seu uso;

e) substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado;

f) responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica;

g) comunicar ao MTA, qualquer irregularidade observada no EPI.

O item 15.4 da NR-15 - “Atividades e Operações Insalubres”, da Portaria N.º 3.214/78 do


Ministério do Trabalho, diz o seguinte:

15.4 - A eliminação ou neutralização da Insalubridade determinará a


cessação do pagamento do adicional respectivo.

15.4.1 - A eliminação ou neutralização da Insalubridade deverá ocorrer:

a) com a adoção de medida de ordem geral que conserve o ambiente de


trabalho dentro dos limites de tolerância;

b) com a utilização de equipamento de proteção individual.

Conforme determinado nos itens anteriormente transcritos, cabe ao empregador adquirir,


fornecer, treinar, substituir e tornar obrigatório o uso do EPI, o que ocorreu no caso do Reclamante, que
sempre recebeu e usou a luva de raspa e a botina de proteção conforme comprovado.

17.0 - CONCLUSÃO

- Pelo resultado das avaliações, onde foram analisados os riscos potenciais à saúde, fixados todos
os fatores correlacionados e seguindo orientações contidas na Portaria N.º 3.311/89 do Ministério do
Trabalho e ainda, acima de tudo, que o Laudo Pericial tem fundamentação legal nos Anexos N.º 03, 06, -
8, -9, 10, 11, 12 e 13 da NR-15 - “Atividades e Operações Insalubres”, da Portaria N.º 3.214/78 do
Ministério do Trabalho e, com a metodologia expressa no seu corpo, concluímos, sob o ponto de vista de
Higiene e Segurança do Trabalho e com embasamento técnico, que:

Considerando-se a função, local e condições de trabalho, as


atividades desenvolvidas pelo Reclamante e estão
enquadradas como insalubres, nos termos da legislação em
vigor.

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18.0 – VALOR DOS HONORÁRIOS

- Após ter cumprido a tarefa que lhe foi confiada, vem o Perito requerer, com a devida cautela e
respeito, o arbitramento de seus honorários periciais definitivos.

19.0 - ENCERRAMENTO

- Nada mais havendo a considerar, encerramos aqui o presente Laudo Pericial composto de 12
(doze) laudas impressas por computador, somente no anverso, através de impressora a jato de tinta
Cânon Pixma iP 1000, rubricadas, com exceção desta e da primeira que seguem devidamente datadas e
assinadas. Também faz parte integrante deste Laudo _________________ fotos, fotografadas através de
Câmara Digital Sony Cyber-Shot 6, para melhor ilustrar o ambiente de trabalho analisado.

Itapetininga, 13 de outubro de 2023

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