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GEOTECNIA DO PANTANAL

Devido à sua constituição litológica e relevo estáveis, o Pantanal é uma região de


pouca susceptibilidade a eventos geológicos de movimentos de massa, sendo as enchentes o
risco associado em maior grau à ocupação do território do bioma (BRASIL, 1997).
Um dos principais pontos de instabilidade hidrológica e risco de alagamentos no
território do bioma Pantanal é o baixo curso do rio Taquari, especialmente após mudanças no
leito natural do rio (PADOVANI et al., 2001). “Uma das características morfológicas do
baixo curso do Taquari é a perda do poder de erosão e transporte, com predominância da
deposição de sedimento. Isso provoca instabilidade do leito principal, drenagem divergente,
baixa resistência das margens e áreas susceptíveis a inundações variáveis (PADOVANI et al.,
2001, p. 3).
Os trechos com maiores riscos associados são os “arrombados”, que são
responsáveis pela formação de novos canais que inundam áreas de grande tamanho. O
controle geotécnico desses pontos é feito pelos próprios moradores das regiões afetadas,
manualmente e por meio de dragas, porém a instabilidade do leito do rio torna essas medidas
somente paliativas, uma vez que novos canais e pontos de inundação são criados
(PADOVANI et al., 2001).
Apesar disso, há municípios construídos de maneira a criar áreas de risco geológico,
com propensões a movimentos de massa. O município de Corumbá-MS, por exemplo,
apresenta regiões com riscos de queda de blocos e tombamentos, em áreas de ruptura de
relevo, com desníveis de até 30 m, além, claro, de áreas de risco de inundações, devido à
cidade ser localizada à margem do rio Paraguai (MACEDO et al., 2010).
Há, ainda, regiões do território pantaneiro onde há a presença de zonas cársticas,
com a formação de vazios e fraturas em rochas, podendo levar a fenômenos de subsidência de
solos. Tais regiões localizam-se majoritariamente nas proximidades da região da Serra da
Bodoquena, no Mato Grosso do Sul (TRAVASSOS, 2019).

Referências
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal. Plano
de Conservação da Bacia do Alto Paraguai (Pantanal) - PCBAP. Hidrossedimentologia do
Alto Paraguai. Brasília, v. 2, t. 2 - B, p. 659 - 680, 1997.
MACEDO, H.; SILVA, A.; DE PAULA, B. L. Mapeamento de áreas de risco de queda de
blocos e inundação em sítio urbano: estudo de caso da cidade de Corumbá, MS. Anais 3º
Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, Cáceres, MT, p.773 -781, 2010.
PADOVANI, C. R. Mudanças recentes de leito no baixo curso do rio Taquari, no Pantanal
Mato-grossense. Boletim Paranaense de Geociências, v. 49, p. 6, 2001.
TRAVASSOS, L. E. P.. Princípios de carstologia e geomorfologia cárstica. Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2019.

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