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Em vista o desenvolvimento dos grandes centros urbanos, se faz necessário a

construção de vias e rodovias para que haja uma melhor locomoção da população.
Para que os trajetos sejam mais rápidos e eficientes, é preciso que passem por
todos os tipos de terrenos – aclives e declives. Nestes taludes, muitas vezes, é
indispensável que haja cortes, aterros e se faça estruturas de contenção para evitar
deslizamentos e erosões (DUARTE, 2019). Nos anos mais recentes têm-se
desenvolvido estudos relacionados com os conceitos de risco, acidente grave e
catástrofe. Verificou-se, igualmente, um aumento no número de previsões de
acontecimentos naturais e antrópicos que podem provocar perdas e danos.

As autoridades oficiais angolanas estão actualmente preocupadas com os acidentes


rodoviários, originando estes, um número elevado de vítimas. Angola está,
presentemente, numa fase de desenvolvimento, no entanto verifica-se a existência
de muitas obras de engenharia que foram construídas nas décadas de 50, 60 e 70
do século passado, sendo que estas apresentam uma estrutura envelhecida, devido
à falta de manutenção. As propriedades mecânicas de um talude estão ligadas à
sua composição granulométrica, e a sua erodibilidade se apresenta inversamente
proporcional aos teores de silte e argila.

Segundo Caputo (1988), os taludes correspondem a quaisquer superfícies


inclinadas que limitam um maciço terroso, rochoso ou constituído por uma mistura
de terra e rocha. Podem ser naturais, neste caso são designados como vertentes,
ou de origem antrópica, como os taludes de escavação e de aterro.

A denominação de talude ou vertente apresenta um conjunto de definições


diferentes entre si. No entanto, em termos consideravelmente gerais, esta
designação commumente engloba aquilo que é definido como uma superfície de
inclinação variada existente numa dada formação geológica, seja esta
fundamentalmente rochosa, terrosa ou uma combinação de ambas as
“classificações” (Caputo 1988, Silva, Santos et al. 2009).

Um talude pode ser definido como uma superfície de solo inclinada que pode ser de
um maciço terroso ou rochoso. Ele é dividido em duas categorias – o talude natural,
que é formado pela natureza, através da ação das intempéries (chuva, sol e vento),
e o talude artificial, que é o tipo construído pelo homem e pode implicar em alguns
fatores ambientais, sendo eles, a vegetação, a alteração de topografias, levando
inclusive à interferência do clima da região (MGSUL ENGENHARIA, 2022;
GERSCOVICH, 2012).

Os movimentos nos taludes ocorrem com morfologias distintas, são originados pela
atuação de diversos fatores, nomeadamente a ação da água, a meteorização e a
erosão e correspondem à expressão de fenómenos cuja identificação é muitas
vezes difícil. Brabb & Harrod (1989) consideram os movimentos de massa como
fenómenos complexos que não obstante serem responsáveis pela evolução da
superfície terrestre, podem ter sérias consequências tanto económicas como sociais
para muitos países, e estão muitas vezes relacionados com a sismicidade, degelo
rápido, ou precipitação intensa. Os movimentos de massa estão associados ao
enfraquecimento das caraterísticas mecânicas dos materiais das vertentes/taludes
através de processos naturais como a meteorização, os movimentos tectónicos e as
atividades antrópicas (Soeteres & Van Western, 1996).

A composição granulométrica do solo é um atributo físico que influência


indiretamente a resistência ao cisalhamento do solo, visto que ela altera a coesão
das partículas e o ângulo de atrito interno (BRAIDA et al., 2007; PARKER et al.,
2008).

Estruturas de contenção são fundamentalmente intervenções antrópicas baseadas


na aplicação de construções adicionais e externas ao talude, no sentido de garantir
manutenção da sua estabilidade, ou pelo menos minimizar as consequências que
podem resultar da instabilidade deste. Estas variam quer nas suas formas,
aplicação ou efeitos, sendo dependentes da composição e morfologia de um talude.
Assim sendo, algumas estruturas de contenção são mais adequadas a taludes
terrosos que a taludes rochosos. No entanto, os efeitos destas intervenções
possuem um rumo em comum, promovendo a estabilidade do talude através do
aumento da sua coesão ou da sua resistência geomecânica (Jones 1991, Turner
and Schuster 1996).

No presente estudo pretende-se emplementar a contenção de taludes da via


rodoviária da serra da lebra, município da humpata. Esta estrada faz a ligação entre
as províncias da Huíla e do Namibe e tem um carácter importante para as duas
províncias, pois permite o intercâmbio comercial de vários produtos, como os
piscícolas provenientes do Namibe e os relacionados com a indústria existente na
área de Lubango.

Desta feita centrada na Serra da Leba, situada no planalto da Humpata da grande


cordilheira da Chela, no sudoeste de Angola. A região em estudo, para além do
interesse geológico que a caracteriza, possui uma expressão paisagística relevante,
constituindo uma zona que delimita um espaço de transição entre uma região de
savana e uma região desértica, na confluência de culturas entre o povo Nyhaneka
no cimo da serra, e o povo Herero (variante Mukubal) no sopé da mesma, ligados
por uma estrada serpenteante, com contornos visualmente muito apelativos.

Estado actual da serra da leba

Em 2004, a Estrada Nacional nº 280 (EN 280) que estabelece a ligação entre a
cidade do Lubango e o Namibe foi sujeita a trabalhos de reabilitação. Sete anos
após, nos primeiros quatro meses de 2011, registaram-se situações de instabilidade
na Serra da Leba que levaram à interrupção da circulação automóvel, na EN 280,
durante alguns dias. De 2011 a 2013, na Serra da Leba, procedeu-se à reabilitação
de pontes, de alguns troços da EN 280, assim como se repararam valas que se
danificaram no decorrer no período de maior pluviosidade.

O tipo de instabilidade mais frequente nos taludes estudados corresponde à queda


de blocos. Apesar da reabilitação efetuada, é de destacar que os trabalhos de
estabilização nos taludes foram de pequena extensão pelo que os taludes se
apresentam, de modo geral, propensos a situações de instabilidade tais como
quedas de blocos, deslizamentos e fluxos.

Problema

Até que ponto a emplementação da contenção de talude pode melhorar o tráfego


nesta vía.
Objetivo geral

Emplementar a contenção de talude na serra da lebra município da humpata,


província da Huíla.

Objetivo específico

 Evidenciar as vantaguens e desvantaguens da contenção de talude.


 Emplementar projecto de contenção.

Ideia a defender

No estudo das situações de instabilidade presentes num maciço rochoso deve


proceder-se à caracterização dos materiais constituintes e das estruturas
geológicas, estas podem originar situações de instabilidade como as que têm
ocorrido na zona da Serra da Leba.

Os diferentes tipos de rotura nos taludes estão relacionados com a


compartimentação dos maciços rochosos, pelas coordenadas geológicas das
descontinuidades e pelas características geométricas dos taludes. As ocorrências
de instabilidade são igualmente condicionadas pelos parâmetros de resistência das
descontinuidades e do material rochoso

Segundo Teixeira (2005), as ações antrópicas podem provocar movimentos de


instabilidade sem qualquer interferência dos fatores de ordem natural, deste modo
as situações de instabilidade podem verificar-se devido à modificação da geometria
natural das vertentes, ao incremento das sobrecargas no topo das vertentes, à
perturbação dos cursos de água e à ocupação dos leitos de inundação ou das áreas
localizadas no litoral.

As causas das situações de instabilidade ao longo da Estrada da Leba estão


diretamente relacionadas com a orientação desfavorável das descontinuidades, falta
de contenção de taludes em diversos tramos, os tipos litológicos e com as
precipitações intensas, verificando-se várias instabilizações, como deslizamentos
planares, roturas em cunha, queda de blocos e fluxos de detritos e solos.
Tarefas de investigação

Diagnóstico:

a) O que esta na base da não existência de contenção de talude na serra da


leba.
b) Modelação

Elaboração de um projecto de emplementação de contenção de talude (Orçamento,


gráfico e desenho).

c) Método de investigação, justificativa da investigação

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