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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA

TRABALHO DE FIM DE ENGENHARIA CIVIL

CONTRUÇÃO DE SAÍDAS DE EMERGÊNCIA EM EDIFÍCIOS


PÚBLICOS NO MUNICÍPIO DO LUBANGO: UM ESTUDO DE CASO
NO EDIFÍCIO DO MACONGE

ANGELINA DOMINGAS DA COSTA JOAQUIM

LUBANGO, 2022

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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA

CONTRUÇÃO DE SAÍDAS DE EMERGÊNCIA EM EDIFÍCIOS


PÚBLICOS NO MUNICÍPIO DO LUBANGO: UM ESTUDO DE CASO
NO EDIFÍCIO DO MACONGE

ANGELINA DOMINGAS DA COSTA JOAQUIM

Trabalho de Fim Curso para obtenção de


grau de Licenciado em ENGENHARIA
CIVIL

Orientador: Tavalic Pascoal, Msc.

LUBANGO, 2022
2
DEDICATÓRIA

Aos meus pais xxxxxxx e xxxxxxxxxxxxx

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus, supremo pai, pelo dom da vida, por permitir que eu
conquista-se mais uma batalha e me conceder forças e saúde.

Aos meus familiares, especialmente aos meus pais, xxxxxxxx e xxxxxxxxx, e aos meus
irmãos xxxxxx, xxxxxx, xxxxxx e xxxxxxxx, pelos valores e princípios que sempre me
ensinaram, e por serem um testemunho e demonstração de força na minha vida.

Ao meu orientador Msc. Tavalic Pascoal, figura ímpar, não só por ter aceitado acompanhar
este trabalho, mas pela motivação e empenho que sempre demostrou ao longo da nossa
vivência em comum, sem dúvida um exemplo de determinação e persistência.

A todos que cruzaram o meu percurso académico, professores, colegas, familiares, amigos e
anónimos, o meu profundo obrigado.

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RESUMO

SIGLAS E ACRÓNIMOS

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Classificação das edificações quanto às suas características construtivas................40

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Escada de emergência externa...................................................................................12


Figura 2. Sinalização de emergência........................................................................................13
Figura 3. Unidade residencial - Centralidade da Quilemba/Lubango.......................................14
Figura 4. Edifício público - Administração Municipal do Lubango.........................................16
Figura 5. Acessibilidade nas instituições..................................................................................18
Figura 6. Acessibilidade e respectivos componentes................................................................19
Figura 7. Eliminação de obstáculos em acessibilidade.............................................................20
Figura 8. Escada comum...........................................................................................................23
Figura 9. Representação da escada enclausurada protegida.....................................................25
Figura 10. Representação da escada à prova de fumaça...........................................................27
Figura 11. Escadas à prova de fumaça pressurizada.................................................................28
Figura 12. Sentido de abertura das portas e portas corta-chamas.............................................29
Figura 13. Ilustração de guarda-corpo......................................................................................32
Figura 14. Representação da área de refúgio............................................................................33
Figura 15. Luminária de emergência de 30 Led’s....................................................................34
Figura 16. Sinalização de segurança contra incêndio e pânico.................................................36
Figura 17. Simbologia da sinalização de comando...................................................................36
Figura 18. Sinalização de segurança contra incêndio e pânico.................................................37
Figura 19. Sinalização de segurança contra incêndio e pânico.................................................38
Figura 20. Sinalização de segurança contra incêndio e pânico.................................................38

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Índice

INTRODUÇÃO..........................................................................................................................8

Objectivos de investigação.......................................................................................................10

Ideia a defender.........................................................................................................................10

Métodos de investigação...........................................................................................................12

Justificativa do problema..........................................................................................................12

1.1. Caracterização histórica e gnosiológica (Saídas de emergência)..................................13

1.2. Tipos de edifícios...........................................................................................................15

1.1.1. Funcionalidade dos edifícios.........................................................................................18

1.1.2. Importância da acessibilidade nos edifícios..................................................................19

1.3. Tipos de saídas de emergência.......................................................................................22

1.4. Iluminação e sinalização de emergência........................................................................35

1.5. Dimensionamento das saídas de emergência.....................................................................41

1.4.1. Acessos...........................................................................................................................42

1.4.2. Número de saídas e Distância máxima percorrida..........................................................42

1.6. Vantagens das saídas de emergências............................................................................44

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INTRODUÇÃO

Saídas de emergência são estruturas em adição especial às saídas regulares de um


determinado ambiente permitindo uma evacuação rápida, como em casos de incêndio,
possibilitando alternativas de fuga no caso de impossibilidade da utilização das saídas
regulares do ambiente (Mesquita, 2017).

Segundo a NBR 9077 da ABNT (1993), saída de emergência é um caminho continuo e


protegido para que os transeuntes da edificação percorram em caso de incêndio ou outra
emergência, até que esses cheguem a via pública ou a um espaço protegido.

Então o nosso parecer para a realidade angolana, especificamente, no cidade do Lubango, é


que saidas de emergência são dispositivos ligados às edificações de modo a garantir
acessibilidade e segurança aos utentes. Portanto, evolução da sociedade e a sua sensibilização
para a segurança tem aumentado nos últimos anos e incrementado a necessidade de se estudar,
planear e implementar medidas de segurança e higiene nas mais diversas áreas.

Segundo Wagner (2008), as saídas de emergência são importantes porque estabelecem


critérios mínimos necessários para o dimensionamento, para que sua população possa
abandoná-las, em caso de incêndio ou pânico, protegida em sua integridade física e permitir o
acesso de guarnições de bombeiros para o combate ao fogo ou retirada de pessoas.

Podemos ainda considerar a ideia de Silva (2001) apud NSCISC:94, que ressalta a importância
das saídas de emergência admitindo que são condições exigíveis que devem possuir a edificação a
fim de que suas populações possam abandoná-las, e para possibilitar o fácil acesso de auxílio
externo, são constituídas, por escadas, rampas, passarelas e elevadores de emergência, todos
elementos estruturais, que devem ser trabalhados na fase de criação do conceito arquitetónico.

Considerada como medida de protecção passiva, uma subdivisão nos projetos de segurança contra
incêndios, as saídas de emergência, são incorporadas ao sistema construtivo do edifício que é
funcional durante o uso normal da edificação e que reage passivamente ao desenvolvimento do
incêndio, não estabelecendo condições propícias ao seu crescimento e propagação.

Assim, pensamos que a saída de emergência deverá proporcionar ao indivíduo que percorrer
em casos de incêndios, deslizamento de terra e outras situações de calamidade, rapidez e
segurança, garantindo a integridade física de todos os indivíduos até uma via pública ou área
aberta daquele ambiente.

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A execução de uma edificação, seja ela, residencial, comercial ou industrial, envolve uma equipe
multidisciplinar que, de acordo com pesquisas realizadas pelo mundo e contextualizado para o
nosso país, correspondem em sua maioria a um modelo sequencial de desenvolvimento do
processo de projeto, sem interação de todos os envolvidos. É assim que se verifica maior parte das
construções em Angola e particularmente na província da Huíla, edifícios sem as mínimas
condições sobre a temática de saídas de emergência.

Na cidade do Lubango, é notável que muitos edificios que não apresentam saídas de
emergências, uns porque são erro de concepção e outros porque os sistemas de sergunça
tornaram obsoletos a medida que o tempo vai passando. Tal cenário verifica-se nos edificios
antigos, onde normalmente funcionam as instituições públicas, como o edificio onde funcina
o Ministério das Obras Públicas, o Notário, o Ministério da Indústria, o Ministério do
Comércio e ainda, edificios de habitações como o edíficio conhecido como Prédio do
Maconge. Assim, são muitos edificios com saídas de emergência inexistentes ou obsoletas.

Em função do exposto, temos como problema de investigação: a falta de saídas de emergência


nos edificios públicos da cidade do Lubango. Mediante a melhoria exposta levantamos o
seguinte problema: até que ponto a falta de saída de emergência nos edifícios da cidade
do Lubango, pode perigar a vida dos moradores?

Objectivos de investigação

Objectivo geral: Propor a construção da saídas de emergências nos edifícios públicos da


cidade do Lubango.

Objectivos específicos

o Identificar o que esta na base da inexistência das saídas de emergências nos edifícios da
cidade do Lubango;
o As principais vantagens e desvantagens das saídas de emergência.
o Propor a construção de saídas de emergência nos edifícios da cidade do Lubango

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Ideia a defender

A implementação de saídas de emergências nos edificios públicos da cidade do Lubango,


principalmente, no local em estudo de forma a melhorar as condições de acessibilidade e
segurança dos utentes.

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1ª Tarefa

Na etapa facto perceptivel da investigação

o Realizar uma caracterização sobre as saídas de emergências, sua origem e


desenvolvimento;
o Identificar os edificios da cidade do Lubango sem saídas de emergências ou com saídas
de emergências obsoletas;

Diagnóstico

A ausência de saídas de emergências nos edifícios públicos da cidade do Lubango, causa


constragimentos de acessibilidade nos seus utentes;

2ª Tarefa

Elaboração de uma proposta de um projecto para dar solução ao problema da pesquisa,


nomeadamente, a inexistência de saídas emergência nos edificios públicos na cidade do
Lubango.

Métodos de investigação

Para alcançar os objectivos da presente pesquisa utilizaram-se métodos teóricos e empíricos.

Métodos Teóricos:

o Histórico-lógico: recorreu-se a este método para uma análise da problemática de forma


lógica desde a antiguidade até aos nossos dias.

o Analise-síntese: para tratar dos problemas essenciais que têm relação com a temática;

o Método hipotético-dedutivo: para fazer generalizações sobre determinados aspectos que a


pesquisa comporta;

Métodos Empíricos:

o Documental: para a consulta de documentos e revisão bibliográfica de materiais com


semelhança com o tema em questão;

o Modelação: para elaborar modelo da proposta que viabiliza o tema proposto.

11
o Consulta de peritos: para avaliar a proposta e validar a proposta a ser apresentada no
presente trabalho;

o Estatísticos: para processar os dados obtidos da aplicação dos inquéritos por questionário.

Justificativa do problema

Das pesquisas de campo já realizadas, podemos constatar que as saídas de emergência são de
extrema importância, por exemplo no combate a incêncio, pois qualquer evacuação da área
ocupada pelos indivíduos em caso de incêndios será uma alternativa de fuga e ainda, tem
muita importância para o combate pela brigada de emergência ou pelo corpo de bombeiros.

Neste sentido, a justificativa de introdução de novas tecnologias no ambiente construído, que


acontece no sector das edificações no Lubango, exige cada vez mais o conhecimento específico
para a concepção de projectos de segurança, que deve levar em consideração a engenharia civil.
Esta evolução na engenharia e no estudo da prevenção em edificações, vem de encontro ao
conceito do projeto baseado no desempenho das edificações.

A importância deste estudo deve-se ao facto de que a falta ou a má contrução das saídas de
emegência pode ocasionar o mau funcionamento dos edifícios fazendo com que em casos de
acidentes as entidades competentes tenham dificuldades em prestar socorro e alargando o
tempo de resposta. E com este estudo pretende-se propor soluções para permitir que menos
vidas se percam ao longo dos tempos e que se tenha maior eficácia, segurança e comodidade.
Deste modo, será feito um estudo de caso, analisando-o com base nas metodologias que
existem sobre o tema, com um delineamento bibliográfico e documental sobre o assunto em
discussão e completando-se com a recolha de informação nas bibliografias existentes.

Também serve de justificação para a elaboração do presente trabalho, o facto do mesmo ser um
documento que pode servir como fonte informativa que que poderá esclarecer junto aos
profissionais do Comando Municipal de Protecção Civil e Bombeiros do Lubango, sobre a
aplicação deste novo conceito de projecto, aplicado em conjunto à norma prescritiva.

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1.1. Caracterização histórica e gnosiológica (Saídas de emergência)

A segurança em edifícios constitui uma preocupação constante da sociedade, pelo que a


ocorrência de sinistros, mais ou menos importantes, em diferentes pontos do mundo levou a
que se olhasse para esta temática da segurança com maior cuidado. As organizações, de uma
forma geral, têm múltiplas razões para implementarem um plano de segurança, uma vez que
uma resposta débil a uma situação de emergência poderá ter como consequência danos
humanos, de natureza social, materiais e ambientais. De uma forma genérica pode-se dizer
que, cada vez mais, estão sendo sensibilizadas para a questão da segurança e para a
importância de uma atitude preventiva (Montenegro, 2016).

Mas a consciência sobre as saídas de emergência sem sempre foi segundo o que esta escrito
no texto acima. Pois salientar que são muitos os acidentes ocorridos pelo mundo e que deviam
ser evitados se as saídas de emergência fossem a maior preocupação. Neste sentido, destaca-
se os eventos do desastre do Victoria Hall em Sunderland, Inglaterra, em 1883, no qual mais
de 180 crianças morreram porque uma porta foi trancada na parte inferior de uma escada, o
governo britânico deu início a medidas legais para fazer cumprir os padrões mínimos de
segurança de construção. Isso lentamente levou à exigência legal de que os locais devam ter
um número mínimo de saídas de emergência com abertura externa, bem como travas que
poderiam ser abertas por dentro (Mesquita, 2017).

No entanto, esses movimentos não foram copiados globalmente por algum tempo. Por
exemplo, nos Estados Unidos, 146 operários morreram no incêndio da Triangle Shirtwaist
Factory em 1911, quando foram parados por saídas trancadas, e 492 pessoas morreram no
incêndio em Cocoanut Grove em uma boate de Boston em 1942. Isso levou a regulamentos
exigindo as saídas de grandes edifícios abrem para fora e que saídas de emergência suficientes
sejam fornecidas para acomodar a capacidade do edifício (idem).

Desastres semelhantes em todo o mundo também resultaram em fúria pública e pedidos de


mudanças nas regulamentações e fiscalização de emergência. Uma investigação foi lançada
pelo governo federal argentino depois que 194 pessoas foram mortas durante o incêndio na
boate República Cromañón em 2004 , em Buenos Aires, Argentina . As saídas de emergência
foram fechadas com corrente pelos proprietários, para evitar que as pessoas entrassem
sorrateiramente na boate sem pagar (Wagner, 2008).

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Figura 1. Escada de emergência externa. Fonte: Mesquita, 2017

Segundo Mesquita (2017), Anna Connelly foi uma das primeiras mulheres a apresentar uma
idéia ao escritório de patentes, sobre as saidas de emergência. A primeira escada externa de
aço, antecessora da actual escada de incêndio, foi patenteada (No. 368.816 - Patented Aug.
23, 1887 ). O projeto Connelly foi uma forma revolucionária de tornar os edifícios mais
seguros, adicionando uma escada externa com plataformas entre os níveis, que impedia as
pessoas caíssem vários andares em caso de pânico durante uma emergência. Também permitia
que os bombeiros combatessem de maneira mais eficaz os incêndios, permitindo que
transportassem água para áreas específicas da estrutura, o que diminuiu o risco para os
bombeiros e permitiu combater o incêndio mais rapidamente.

Salientar que o sinal de saída de emergência foi projetado pelo professor Yukio Ota e sua
equipe na Tama Art University no Japão em 1982 tinha como objectivo informar que a porta
está disponível para fuga. O mesmo sinal é uma figura humana correndo em direcção à
entrada da porta. Em 1987, foi adoptado pela ISO e pela BS 5499 como um sinal de saída de
emergência.

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Figura 2. Sinalização de emergência. Fonte: NBR 13434, parte 2 - Sinalização de segurança contra incêndio e
pânico (2004).

1.2. Tipos de edifícios

Edifício latim aedificĭum, popularmente prédio, é uma construção com a finalidade de abrigar
actividades humanas. Cada edifício caracteriza-se pelo seu uso, assim, podem ser casas,
prédios, apartamentos, armazéns, igrejas, ginásios de esportes, fortes, aeroportos, torres de
comando, faróis, postos de combustíveis, usinas hidroelétricas, usinas nucleares, espaços para
indústrias, estações de tratamento de água, entre outros (Quaroni, 1987 citado por Cunha,
2019).

Todo edifício costuma ser considerado uma obra arquitetónica, apesar de alguns críticos
afirmarem que ele apenas o é quando seu projecto possui certas intenções que vão além do
simples raciocínio construtivo e incluem certas considerações estéticas, funcionais, sociais e
culturais. No entanto há arquitetos, como Renzo que dizem não haver diferença entre obra
arquitetónica e simples construção (Cunha, 2019).

Para Silveira (2007), o edifício, do ponto de vista de sua construção é tradicionalmente visto
como um sistema orgânico, munido de órgãos (ou subsistemas) interdependentes cuja
cooperação é essencial para o seu adequado funcionamento. É possível identificar os
seguintes elementos (órgãos) componentes do edifício: fundações (ou infraestrutura);
superestrutura; vedos; cobertura; caixilharia; paramentos (revestimentos em geral); e os
diversos sistemas prediais adaptados a cada situação (em geral as instalações elétricas,
instalações hidráulicas, ar condicionado, entre outros.).

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Figura 3. Unidade residencial - Centralidade da Quilemba/Lubango

A palavra tipologia vem do grego, tupos + logos, definida no dicionário Houiass (2003) como
“o estudo sistematizado dos carateres tipográficos usados nos primeiros tempos da imprensa”.
Neste sentido, tipo” é aquilo que produz fé como modelo ou a coisa que reúne em si os
caracteres que distinguem uma classe ou, ainda, símbolo, exemplar, modelo. Já no na
definição proposta no Vocabulário Técnico e Crítico de Arquitetura, tipo é o molde que dá
origem a outros moldes ou o modelo original trabalhado a partir de um arquétipo e
determinando a forma de uma série de objectos dele derivados acrescentando ainda que
diversos objectos podem derivar do mesmo tipo (Vieira, 2018).

Contudo, a literatura apresenta um rol diversificado de partidos arquitectónicos, referente a


plantas de apartamentos, destaca-se como interessante a classificação tipológica realizada por
Schneider (1998), que distinguiu oito tipologias de plantas de apartamentos, exclusivamente
de edifícios residenciais, observando sua organização espacial e formas de articulação,
determinando, deste modo, as seguintes categorias: plantas tipo corredor, caixa inserida, com
sala de estar central, com separação das áreas funcionais, orgânica, fluida, flexível e circuito.

Portanto, segundo Vieira (2018), os classificação dos edificios quanto ao tipo varia, em
função de alguns aspectos e apresentam:

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1. Quanto ao seu uso: edifício militar (destinado a usos militares); edifício do governo (para
uso do governo ou de funcionários oficiais); edifício residencial (aquele destinado a ser
utilizado como habitação); edifício industrial (aquele destinado às actividades
produtivas); edifício comercial (aquele destinado ao comércio); edifício desportivo
(destinado a um ou mais desportos); edifício educacional (para uso educacional, didático
e cultural); edifício religioso (destinado a credos e cultos espirituais);

Figura 4. Edifício público - Administração Municipal do Lubango

2. Quanto a propriedade: edifício público (aquele pertencente a propriedade pública, local,


estatal); edifício particular (no caso de o proprietário ser uma pessoa singular ou
colectiva).

3. Quanto ao sistema estrutural: estrutura protendida, estrutura em betão; estrutura de


madeira; estrutura de ferro; estrutura pré-fabricadas;

4. Quanto ao seu arranjo: isolado e casa geminada

5. Quanto ao número de compartimentos: nesta catogoria podemos destacar as habitações


do tipo T2, T3 e adiante.

1.1.1. Funcionalidade dos edifícios


A análise do desempenho físico e funcional dos edifícios continua em debate. Os actuais
modelos de desenvolvimento urbano e a crescente complexidade e especialização dos grupos
sociais induzem a necessidade de novos critérios informadores dos actos de projectar,

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construir e gerir edifícios. Os edifícios, suporte operacional das actividades de organização
social, devem adequar-se, na concepção e uso, ao devir dessas actividades e dessa
organização. As mudanças físicas e funcionais de um edifício têm de ser ponderadas em fases
do projecto e devem ser estudadas ao longo da sua vida útil (Porangaba, 2014).

Hertzberger (2006) propõe uma arquitectura cuja estrutura espacial seja passível de alterações
para abrigar novas funções, sem, contudo, descaracterizar-se ou perder a sua identidade.
Pretende, com isto, proporcionar uma arquitectura em que os edifícios despertem de um
"sistema espacial/construtivo" com flexibilidade para atender às necessidades do momento e
ao máximo de actualizações que possam surgir futuramente.

Um edifício que acolhe um sistema destinado para determinada organização social, sofre um
processo de adaptação. Essa adaptabilidade sustenta a possibilidade de sobrevivência desse
sistema, porque a adaptabilidade não depende, exclusivamente, do espaço edificado. É uma
propriedade determinada pela relação entre o habitante e o edificado. O processo evolutivo
(ou de mera sobrevivência) de um edifício depende da sua estrutura (construtiva, espacial,
funcional, social) mas depende, também, de relações específicas com um contexto envolvente
(implantação geográfica, significado histórico, valor de memória, extensão dos laços
comunitários, funcionalidade económica) (Hertzberger (2006).

Sendo objectos sociais, os edifícios não podem ser analisados como simples abrigos de
sobrevivência e organização dos grupos humanos. Em contrapartida também não são seres
naturais. Não podendo evoluir segundo uma evolução natural adaptativa, têm de ser
concebidos e têm de ser geridos por critérios que permitam a coerência da relação
espaço/função consoante foi assumida na génese do edifício, na matriz social, espacial e
territorial que suportou o acto de construir (Gouveia, 2010).

1.1.2. Importância da acessibilidade nos edifícios


Nas edificações de uso coletivo, a garantia de acessibilidade está sujeita à eliminação
completa das barreiras arquitetônicas, tal como determinam a ABNT NBR 9050/2004, que
regulamenta as leis federais e municipais, o acesso de pessoas portadoras de deficiência a
edificações, espaços, mobiliários e equipamentos urbanos. O investimento em acessibilidade é
a forma de garantir o direito de ir e vir com segurança e autonomia a uma expressiva parcela
da sociedade, permitindo seu fortalecimento social, político e econômico (Araujo, 1994;
Guimarães, 1995).

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A respeito disto, Gouveia (2010), ao referir que acessibilidade pode ser definida como a
capacidade do meio (espaços, edifícios ou serviços) de proporcionar a todos uma igual
oportunidade de uso, de uma forma directa, imediata, permanente e o mais autónoma
possível”, comprova que deve existir uma igualdade de oportunidades para todos, no acesso e
utilização dos espaços, bens e serviços, essencial para a realização de uma vida independente
e para uma participação ativa na comunidade.

Figura 5. Acessibilidade nas instituições. Fonte: Gouveia, 2010

Refletir sobre a questão da integração social remete, necessariamente, ao seu reverso, a exclusão. A
situação dos portadores de deficiência física ou com mobilidade reduzida está sujeita às dinâmicas de
diferenciação que culminam com a exclusão e discriminação de âmbito sócio-econômico (ADA,
2000).

Diante desses factos, faz-se necessário o fomento de efetivos programas de eliminação das
barreiras arquitetônicas e promoção do conceito de Desenho Universal, em manutenção da
garantia de acessibilidade às edificações, vias públicas, mobiliários urbanos, transportes e
habitações, com o intuito de criar condições que permitam a equiparação de oportunidades a
todos os cidadãos. Contudo, apesar das leis conexas, a garantia de resultados concretos
depende da complexa articulação e entendimento de todos os envolvidos, directa ou
indirectamente, além da constante revisão daquilo que os orienta na promoção da inclusão
social e que requerem acções práticas dos poderes públicos, as quais não devem estar
alienadas dos interesses políticos, econômicos e privados envolvidos (velados ou explícitos).
(Vaz, 1996 citado por Mineiro, 2017).

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Figura 6. Acessibilidade e respectivos componentes. Fonte: Gouveia, 2010

Apesar de sua importância, o princípio da acessibilidade nos espaços edificados não é


assegurado. Não se verifica a aplicação efectiva ou adequada desse princípio nos
equipamentos e serviços da cidade, principalmente nas instituições de ensino, o que pode
gerar um significado e uso oposto àquele merecido ou desejado, a expressão maior do direito
de ir e vir e promoção da integração social. Por isso, há a necessidade de se desenvolver
estudos pertinentes ao tema, com o intuito de valorizar a acessibilidade da pessoa portadora de
deficiência ou com mobilidade reduzida (Oliveira, 2001).

Neste contexto, a acessibilidade passa pela prevenção ou a eliminação de obstáculos à


utilização dos produtos e serviços mais comuns. Permite às pessoas com limitações
funcionais, inclusive as pessoas com deficiência, percecionar, utilizar e compreender estes
produtos e serviços, em igualdade de condições com as demais pessoas (Comissão Europeia,
2015).

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Figura 7. Eliminação de obstáculos em acessibilidade
Fonte: Mineiro, 2017

Para Mineiro (2017), quando se projecta uma determinada acessibilidade em desenho


universal, obedecesse a vários princípios, concretamente:

o Uso equitativo: o design é útil e pode ser utilizado por pessoas com diferentes
capacidades;

o Flexibilidade de utilização: o design permite escolher o modo de utilização e garante


adaptabilidade ao utilizador;

o Uso simples e intuitivo: fácil de compreender, com informação coerente e acessível,


independentemente das capacidades cognitivas ou linguísticas do utilizador;

o Informação percetível: com uma comunicação simples e eficaz, utilizando diferentes


formatos (braille, pictogramas);

o Tolerância ao erro: minimiza riscos, alerta para os riscos ou erros, eliminando possíveis
ações acidentais;

o Esforço físico mínimo: pode ser utilizado confortavelmente e com o mínimo de fadiga;

o Dimensão e espaço de abordagem e de utilização: o tamanho e o espaço devem ser


apropriados para uma aproximação e manuseamento ao utilizador. Deve estar visível a
acessível em altura a todos os que necessitam.

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A acessibilidade é uma questão de direito e de atitudes, aspectos intrinsecamente relacionados
entre si. Como direito, tem sido conquistada gradualmente ao longo da história social; como
atitude, no entanto, depende de uma gradual mudança nas crenças, valores, significados,
atitudes e comportamentos para com a pessoa com deficiência na sociedade. Não é uma
condição apenas favorável, mas obrigatória, trata-se de um direito fundamental e universal de
qualquer cidadão em ter acesso a espaços, informações e serviços. Aproximando-se do tema
multidisciplinar, concentramo-nos na contribuição principal que um profissional da
Arquitetura pode oferecer na produção espacial (Cunha, 2019).

Ainda para Cunha (2019), esta condição deve ser incorporada desde a concepção de projectos,
em grau de relevância e importância tão elevada quanto seu sentido mais óbvio. Projectar
espaços para a utilização de pessoas se faz necessário ampliar o conceito de acessibilidade
para a sua plenitude e caráter universal: o usuário não se encerra no “modulor” corbusiano ou
no homem vitruviano: o usuário é um ser humano tão variado quanto a espécie permite. A
padronização de elementos arquitetónicos e a insensibilidade de projetistas, apesar do
histórico, continuam a contribuir para a formação de barreiras.

No caso dos edifícios públicas, o não cumprimento desses direitos pode restringir seu
potencial inclusivo, já que as barreiras físicas e sociais podem impedir os estudos de pessoas
com deficiência ou com mobilidade reduzida. Além de profissionais qualificados, precisa
formar cidadãos e possuir um ambiente que atenda as normas de acessibilidade e estudos de
desenho universal é uma lição de inclusão para todos que utilizam esse espaço.

1.3. Tipos de saídas de emergência

Em uma edificação a circulação de pessoas pode ser analisada sob duas formas. A primeira
envolve o uso diário com o objectivo de deslocamento, a segunda chamada de saída de
emergência determina a forma como as pessoas irão abandonar a edificação em caso de risco
de incêndio. As saídas de emergência representam uma medida de proteção contra incêndio
passiva, independem da acção humana, e se bem dimensionada executada e orientada, pode
ser um meio de fuga eficaz, devendo para tal estabelecer uma relação de familiaridade com o
usuário e o espaço, através de sinalizações adequadas (Gill et al, 2006)..

Ainda segundo (Gill et al, 2006), para que o procedimento de abandono seja bem sucedido, é
necessário que as medidas de protecção activa da edificação (alarme, sinalização de
emergência, detecção) funcionem em conjunto. A BS 7974 - British Standards Institute
22
(2001), determina que para o funcionamento adequado das saídas de emergência outros
factores devem ser levados em consideração. São eles:

o Tempo de detecção do incêndio: pode ser curto quando as pessoas estão despertas e no
recinto em que iniciou o incêndio, ou longo se o incêndio ocorrer em sala distante das
pessoas e não houver sistema de detecção automática de incêndio;

o Tempo de alarme: depende das ações realizadas pelas pessoas que tomaram conhecimento
do incêndio ou das características dos sistemas de detecção e alarme;

o Tempo de reconhecimento: mesmo após o alarme, muitas pessoas podem querer se


certificar da situação antes de decidir se abandonam o local;

o Tempo de resposta: algumas pessoas ainda podem executar certas tarefas antes de
iniciarem o abandono. Estas tarefas podem ser de caráter pessoal ou tarefas necessárias
referentes a algum tipo de processo produtivo. A soma do tempo de reconhecimento e de
resposta é denominada de tempo de pré-movimento;

o Tempo de percurso: é aquele efetivamente gasto no deslocamento da saída. Inúmeros


fatores influem neste tempo como o estado físico e mental das pessoas e a idade, este é o
tempo que está relacionado às distancias de caminhamento citadas nas normas e
regulamentações.

Segundo a NBR 9077:1993 a saída de emergência é compreendida por todo caminho


contínuo, protegido, proporcionado por portas, corredores, halls, passagens externas, balcões,
vestíbulos, escadas, rampas ou outros dispositivos ou combinação destes, a ser percorrido
pelo usuário, em um incêndio, até atingir a via pública ou espaço aberto, protegido do
incêndio, em comunicação com o logradouro.

 Escada comum ou não enclausurada

Segundo a NSCISC:1994, a escada comum destinada à saída de emergência que apresenta


como requisito, ser construída em concreto armado ou material de equivalente resistência ao
fogo por duas horas, não sendo admitidos degraus em leque. A NBR 9077:1993 salienta que
escada embora possa fazer parte de uma rota de fuga se comunica directamente com demais
ambientes, como corredores, halls e outros, em cada pavimento, não possuindo portas corta-
fogo.
23
Figura 8. Escada comum
Fonte: Seito, 2008

De acordo com Seito et al. (2008), aponta as seguintes características para os tipos de
escadas não enclausuradas:

o Possuir material estrutural e de compartimentação incombustível.


o Oferecer resistência ao fogo nos elementos estruturais além da
incombustibilidade.
o Quanto aos materiais de acabamento e revestimento devem atender à propagação
superficial de chamas com índice A da NBR 9442 e também atender à densidade máxima
de emissão de fumaça inferior a 450, conforme parâmetros da norma ASTM E 662.
o Ser dotadas de guardas em seus lados abertos.
o Ser dotadas de corrimãos em ambos os lados.
o Atender a todos os pavimentos, acima e abaixo da descarga, mas terminando
obrigatoriamente no piso de descarga, não podendo ter comunicação direta com outro
lanço na mesma prumada.
o Deve possuir iluminação de emergência.
o Deve possuir sinalização de balizamento indicando a rota de fuga e descarga.
o Ter os pisos em condições antiderrapantes, com no mínimo 0,5 de coeficiente de atrito
dinâmico.
o Possuir degraus dimensionados pela fórmula de Blondel e patamares balanceados.
o Em ambos os lados de vão da porta, deve haver patamares com comprimento mínimo
igual à largura da folha da porta.

24
o As paredes das caixas de escadas, das guardas, dos acessos e das descargas devem ter
acabamento liso.
 Escada enclausurada protegida

Por determinação da NBR 9077(2001, p.2), define escada devidamente ventilada situada em
ambiente envolvido por paredes corta-fogo e dotada de portas resistentes ao fogo. A escada
conta com uma caixa isolada por parede resistente ao fogo por no mínimo duas horas, com
portas de acesso com resistência mínima ao fogo de trinta minutos, sendo dotada de janelas
com ventilação permanente, abrindo para o espaço livre exterior.

De acordo com Seito et al.(2008, p.109), aponta as seguintes características para os tipos
de escadas protegidas:

o Suas caixas isoladas por paredes resistentes a 2 horas de fogo, no mínimo;


o Ter as portas de acesso à caixa de escada do tipo corta-fogo (PCF), com resistência de 90
minutos de fogo;
o Serem dotadas, em todos os pavimentos (exceto no da descarga, em que isto é
facultativo), de janelas com área de ventilação efetiva de 0,80 m², abrindo para o espaço
livre exterior, situadas junto ao teto ou, no máximo, a 15 cm deste, estando o peitoril, no
mínimo, a 1,1 m acima do piso do patamar ou degrau adjacente e tendo largura mínima
de 80 cm, podendo ser aceitas na posição centralizada, acima dos lances de degraus,
devendo pelo menos uma das faces da janela estar a no máximo 15 cm do teto.
o Ser dotadas de janela que permita a ventilação em seu término superior, com área mínima
de 0,80 m², devendo estar localizada na parede junto ao teto ou no máximo a 15 cm deste,
no término da escada.
o Devem também possuir ventilação permanente inferior, com área de 1,20 m² no mínimo,
devendo ficar junto ao solo da caixa da escada, podendo ser no piso do pavimento térreo
ou no patamar intermediário entre o pavimento térreo e o pavimento imediatamente
superior, que permita a entrada de ar puro, em condições análogas à tomada de ar dos
dutos de ventilação.

25
Figura 9. Representação da escada enclausurada protegida. Fonte: Seito, 2008

 Escada enclausurada à prova de fumaça

O NBR 9077:1993, não há referências com relação a este tipo de escada. Mas a NSCISC:1994
refere que escada enclausurada é a escada cercada por paredes corta-fogo e de portas corta-
fogo, em que a acessibilidade é por antecâmara igualmente enclausurada ou por local aberto,
visando evitar fumaça em caso de incêndio.

Seito et al.(2008, p.109) conceitua, escadas enclausuradas protegidas, além de atender aos
requisitos das escadas comuns, também devem ter:

o Ter suas caixas enclausuradas por paredes resistentes a 4 h de fogo.


o Ter ingresso por antecâmaras ventiladas, terraços ou balcões.
o Ser providas de portas corta-fogo (PCF) com resistência de 60 minutos ao fogo.
o A iluminação natural das caixas de escadas enclausuradas, recomendável, mas não
indispensável, quando houver, deve ser obtida por abertura provida de caixilho de perfil
metálico reforçado, provido de fecho acionável por chave ou ferramenta especial,
devendo ser aberto somente para fins de manutenção ou emergência, este caixilho deve
ser guarnecido com vidro aramado, transparente ou não, malha de 12,5 mm, com
espessura mínima de 6,5 mm, em paredes dando para o exterior, sua área máxima não
pode ultrapassar 0,5 m², em parede dando para antecâmara ou varanda, pode ser de até 1
m². Havendo mais de uma abertura de iluminação, a distância entre elas não pode ser

26
inferior a 0,5 m e a soma de suas áreas não deve ultrapassar 10% da área da parede em
que estiverem situadas.

As antecâmaras, para ingressos nas escadas enclausuradas à prova de fumaça, devem:

o Ter comprimento mínimo de 1,8 m.


o Ter pé-direito mínimo de 2,5 m.
o Ser dotadas de porta corta-fogo (PCF) na entrada e na comunicação da caixa da
escada, com resistência de 60 min de fogo cada.
o Ser ventiladas por dutos de entrada e saída de ar.
o Ter a abertura de entrada de ar do duto respectivo situada junto ao piso ou, no
máximo, a 15 cm deste, com área mínima de 0,84 m² e, quando retangular,
obedecendo à proporção máxima de 1:4 entre suas dimensões.
o Ter a abertura de saída de ar do duto respectivo situada junto ao teto ou no máximo, a
15 cm deste, com área mínima de 0,84 m² e, quando retangular, obedecendo à
proporção máxima de 1:4 entre suas dimensões.
o Ter, entre as aberturas de entrada e de saída de ar, a distância vertical mínima de 2 m,
medida eixo a eixo.
o Ter a abertura de saída de ar situada, no máximo, a uma distância horizontal de 3 m,
medida em planta, da porta de entrada da antecâmara, e a abertura de entrada de ar
situada, no máximo, a uma distância horizontal de 3 m, medida em planta, da porta de
entrada da escada.
o Ter paredes resistentes ao fogo por no mínimo 120 min.
o As aberturas dos dutos de entrada e saída de ar das antecâmaras deverão ser
guarnecidas por telas de arame, com espessura dos fios superior ou igual a 3 mm e
malha com dimensões mínimas de 2,5 cm por 2,5 cm.

27
Figura 10. Representação da escada à prova de fumaça. Fonte: Seito, 2008

 Escadas à prova de fumaça pressurizada

Segundo a NBR 9077(2001, p.2), define “Escada à prova de fumaça, cuja condição de
estanqueidade à fumaça é obtida por método de pressurização. Em definição sobre a
pressurização das escadas de acordo com de Seito et al.(2008, p.113). Em exercícios de
evacuação realizados, quando a escada está com a densidade populacional elevada, as trocas
de ar originadas pela respiração de seus ocupantes, no início permanecem ideais e aos poucos
baixam o nível de oxigênio do ambiente, tornando-o abafado e saturado. Com a injeção de ar
renovado pelo sistema de pressurização, as pessoas conseguem vencer o percurso (ponto de
partida até o ponto de reunião) em condições satisfatórias de segurança e conforto. Outra
finalidade da escada pressurizada é por ocasião de incêndios. A maior parte das perdas
humanas é decorrente de intoxicações pelos fumos e gases tóxicos oriundos do incêndio.
Esses gases se expandem através de aberturas especialmente das escadas cortando a rota de
fuga dos usuários de edifícios em chamas. Para assegurar a segurança e conforto térmico na
evacuação de edifícios, em casos de emergência, aparece a sugestão da pressurização de
escadas, tornando a pressão existente no corpo da escada superior ao hall de circulação, de
modo a evitar a penetração de fumaça na escada mesmo com uma porta aberta.

28
Figura 11. Escadas à prova de fumaça pressurizada. Fonte: Seito, 2008

 Portas corta-fogo para saída de emergência

A NBR 11742(2003, p.2) define como uma porta com eixo vertical, constituída por folha
batente ou marco, ferragens e, eventualmente, mata-juntas e bandeira, que compõe um
equipamento de segurança destinado ao combate de incêndio, resistente ao fogo impedindo ou
retardando sua passagem, além da passagem de fumaça, tendo uma resistência à transmissão
de calor, garantindo a proteção, resgate e a fuga de pessoas da área de incêndio. As portas das
rotas de saídas e aquelas das salas com capacidade acima de 50 pessoas, em comunicação
com os acessos e descargas, devem abrir no sentido do trânsito de saída.

29
Figura 12. Sentido de abertura das portas e portas corta-chamas. Fonte: CBM – CE, Norma Técnica N°005 /
2008 – Saída de Emergência.

As portas corta-fogos para saídas de emergência são indicadas na instalação dos seguintes
locais definidos pela NBR 11742/2003:

o Antecâmaras e escadas de edifícios;


o Entrada de escritórios e apartamentos;
o Áreas de refúgio;
o Paredes utilizadas na separação de riscos industriais e comerciais e compartimentos de
áreas, desde que utilizadas exclusivamente para passagem de pessoal;
o Locais de acesso restrito, que se comunicam diretamente com rotas de fuga;
o Acesso às passarelas e intercomunicação entre edifícios;
o Portas em corredores integrantes de rotas de fuga;
o Acesso a recintos de medição, proteção e transformação de energia elétrica.

Ainda dispõem de dispositivo de fechamento automático, que funciona sem a necessidade de


ato humano, além de um selecionador de fechamento, destinado a fazer sobreposição correta
das folhas. As portas corta-fogo e resistentes ao fogo são denominadas pela letra “P” seguido
por um número que significa o tempo mínimo que resiste ao fogo, assim as portas corta-fogo
para saídas de emergência são separadas em quatro classes, segundo o seu tempo de
resistência, no ensaio a que são submetidas, de acordo com a NBR 6479/1992, a saber:

o Classe P-30: porta corta-fogo cujo tempo de resistência mínima ao fogo é de 30 minutos;
o Classe P-60: porta corta-fogo cujo tempo de resistência mínima ao fogo é de 60 minutos;

30
o Classe P-90: porta corta-fogo cujo tempo de resistência mínima ao fogo é de 90 minutos;
o Classe P-120: porta corta-fogo cujo tempo de resistência mínima ao fogo é de 120
minutos.

Assim de acordo com a NBR- 11742/2003 estão submetidas a recomendações de utilização:


o A porta P- 30, destinada ao fechamento de aberturas de parede corta fogo de resistência 1
hora (CF-60), e proteção de apartamento em edifícios residenciais;
o A porta P- 30 à prova de fumaça destinam-se a acesso às escadas das saídas de
emergência com antecâmara de áreas de refúgio, corredores de circulação de saídas de
emergência;
o A porta P- 60: fechamento de abertura em paredes corta-fogo de resistência 2 h (CF-120);
ao fechamento do acesso à antecâmara das escadas de saídas de emergência; proteção de
escritórios em edifícios comerciais e industriais;
o A porta P- 60 à prova de fumaça (PF-60): fechamento de aberturas de acesso a escadas de
saídas de emergência sem antecâmara;
o P-90: Destinada ao fechamento de aberturas em paredes corta-fogo de resistência 3 h
(CF-180); substituição de porta corta-fogo de madeira revestida de metal exclusivamente
com uma folha e em passagens para pessoas, nas interligações de escritórios com locais
de industrialização, comercialização e armazenamento; fechamento do acesso a recintos
de medição, proteção e transformação de energia elétrica;
o P – 120: Destinada ao fechamento de aberturas em paredes corta-fogo de resistência 4
horas (CF-240); substituição de porta corta-fogo de madeira revestida de metal
exclusivamente com uma folha e em passagens para pessoas, nas interligações não
revestidas para P-90 e sempre nos casos de parede com resistência de 4 horas.

 Porta resistente ao fogo

Este tipo de porta composta por uma folha de madeira maciça ou compensado maciço, em
que o tempo de resistência ao fogo é de trinta minutos, devendo ter espessura de 35 mm e
pintada nas duas faces com tinta ou verniz ignifugo. Destinadas ao acesso a descargas de
caixas de escadas enclausuradas protegidas, e a unidades como apartamentos e escritórios.

 Rampas

31
É um aclive ou declive de uma rota de saída, que liga dois ambientes com diferença de nível,
oferecendo livre transição, construída solidamente com rodapé e guarda-corpo.

Assim segundo Campos e Conceição (2006, p. 109), é obrigatório o uso de rampas:

o Para união de dois pavimentos de diferentes níveis em acessos a áreas de refúgio em


edificações dos grupos H-2 e H-3.
o Na descarga e acesso de elevadores de emergência.
o Sempre que a altura a vencer for inferior a 0,48 cm, já que são vedados lanços de escadas
com menos de três degraus.
o Para unir o nível externo ao nível do saguão térreo das edificações em que houver
usuários de cadeiras de rodas.

 Corredores

Trata-se de um ambiente alargado, destinado a servir de conector para unir diferentes


divisões, utilizado como passagem sem permanência, possibilitando dirigir-se de um lugar
para outro dentro de uma edificação. É no corredor que a calma necessária durante a
evacuação é formada e onde a área deve ser suficiente para acomodar as pessoas com relativo
conforto e segurança. Um corredor que não possua ou que não leve a uma escada de
segurança, a uma área de refúgio ou ao piso de entrada não deve entrar no projeto de uma rota
de fuga, os corredores devem ter as características: de posição e espaço completamente
desobstruídos, com trânsito livre para as pessoas, além de luz e ventilação necessárias ao bom
andamento, também deve possuir materiais de acabamento e de revestimento incombustível e
largura de acordo com as necessidades de unidades de passagem (Seito et al. 2008, p.105).

 Guarda-corpo e corrimãos

A NBR 9077(2001, p.3) define guarda-corpo “Barreira protetora vertical, maciça ou não,
delimitando as faces laterais abertas de escadas, rampas, patamares, terraços, balcões, galerias
e assemelhados, servindo como proteção contra eventuais quedas de um nível para outro”.

Assim segundo Campos e Conceição (2006, p.89), qualquer desnível superior a 19 cm deve
ser dotado de guardas em seus lados abertos.
o A altura das guardas deve ser, no mínimo, de 1,05m, podendo ser reduzida para 92 cm
nas escadas internas;

32
o A altura das guardas em escadas externas, quando a mais de 12m acima do solo adjacente
deve ser, no mínimo, 1,30m;
o As guardas vazadas não devem permitir que uma esfera de 15 cm de diâmetro2 possa
passar por nenhuma abertura, ser isentas de quaisquer elementos que possam enganchar
em roupas e ser constituídas por materiais não-estilhaçáveis, exigindo-se o uso de vidros
aramados ou de segurança laminados, se for o caso;
o Devem resistir a cargas transmitidas por corrimãos nelas fixados ou calculadas para
resistir a uma força horizontal de 730 N/m aplicada a 1,05 m de altura, adotando-se a
condição que conduzir maiores tensões;
o Ter seus painéis, longarinas, balaústres e assemelhados calculados para resistir a uma
carga horizontal de 1,20 kPa aplicada à área bruta da guarda ou equivalente da qual
façam parte.

Figura 13. Ilustração de guarda-corpo. Fonte: Campos e Conceição, 2006

 Corrimãos

Segundo a NBR 9077(2001, p.2) define corrimãos “Barra, cano ou peça similar, com
superfície lisa, arredondada e contínua, localizada junto às paredes ou guardas de escadas,
rampas ou passagens para as pessoas nela se apoiarem ao subir, descer ou se deslocar.

Assim segundo Campos e Conceição (2006), determinam orientações para a instalação dos
corrimões:

o Devem ser situados entre 80 cm e 92 cm acima do nível do piso;

33
o Uma escada pode ter corrimãos em diversas alturas, além do corrimão principal na altura
normal exigida de acordo com as necessidades específicas da população da edificação;
o Devem permitir o deslocamento da mão ao longo de toda a sua extensão, sem encontrar
quaisquer obstruções, arestas ou soluções de continuidade;
o No caso de seção circular, seu diâmetro varia entre 38 mm e 65 mm;
o Devem estar afastados, no mínimo, 40 mm das paredes ou guardas às quais forem fixados;
o Escadas com mais de 2,20 m de largura devem ter corrimão intermediário, no máximo, a
cada 1,80 m. Os lanços determinados pelos corrimãos intermediários devem ter, no
mínimo, 1,10m de largura;
o Em ocupações H2 e H3, utilizadas por pessoas muito idosas e deficientes físicos, que
exijam máximo apoio com ambas as mãos em corrimãos, pode ser prevista, em escadas
largas, uma unidade de passagem especial com 69 cm entre corrimãos;
o As extremidades dos corrimãos intermediários devem ser dotadas de balaústres ou outros
dispositivos para evitar acidentes;
o Escadas externas de caráter monumental podem, excepcionalmente, ter apenas dois
corrimãos laterais, independentemente de sua largura, quando não forem utilizadas por
grandes multidões;
o Devem ser calculados para resistirem a uma carga de 900 N, aplicada em qualquer ponto
deles, verticalmente de cima para baixo e horizontalmente em ambos os sentidos.

 Áreas de refúgio

Segundo a NBR 9077(2001, p.19) define área de refúgio como sendo “É a parte de um
pavimento separada do restante por paredes corta-fogo e portas cortafogo, tendo acesso direto,
cada uma delas, a uma escada de emergência”.

34
Figura 14. Representação da área de refúgio. Fonte: NBR 9077(2001, p.21), PCF = Porta corta-fogo; V =
Varanda.

1.4. Iluminação e sinalização de emergência

É um sistema de iluminação autossuficiente e adequada para viabilizar orientação visual a


uma saída fácil e segura para o exterior de uma edificação, na ocasião de uma falta da energia
elétrica ou em caso de sinistros. A iluminação de emergência é uma luz provida de fonte de
alimentação própria, que deve clarear áreas escuras de passagens horizontais e verticais,
incluindo áreas técnicas e de trabalho, na falta de iluminação normal, para orientar pessoas em
situação de emergência. Suas características são: instalada permanentemente;
automaticamente entrarem em operação e permanecerem constantemente acesas. Suas
funções devem satisfazer os seguintes requisitos: de balizamento, ou seja, de orientar direção
e sentido das pessoas; de aclaramento, ou seja, proporcionar nível de iluminamento que
permita o deslocamento seguro das pessoas; prevenção de pânico. (Seito et al, 2008).

Assim as determinações segundo a NBR – 10898/1999, o sistema de iluminação de


emergência deve:

o Permitir o controle visual das áreas abandonadas para localizar pessoas impedidas de
locomover-se;
o Manter a segurança patrimonial para facilitar a localização de estranhos nas áreas de
segurança pelo pessoal da intervenção;
35
o Sinalizar inconfundivelmente as rotas de fuga utilizáveis no momento do abandono do
local;
o Sinalizar o topo do prédio para a aviação comercial.

A iluminação de emergência pode ser classifica em dois tipos: a iluminação de ambiente ou


aclaramento, e de balizamento ou sinalização.

A iluminação de ambiente ou aclaramento: É um sistema de iluminação onde


disponibiliza intensidade suficiente para os ambientes e rotas de saídas. Sendo
obrigatória em todos os locais onde haja circulação vertical ou horizontal de pessoas.

Figura 15. Luminária de emergência de 30 Led’s. Fonte: Campos e Conceição, 2006

O sistema centralizado com grupos motogeradores é de grande importância para o


funcionamento de iluminação de emergência, com base nas informações de Campos e
Conceição (2006), é um sistema complexo utilizado como fonte principal ou como fonte
auxiliar, composto por um gerador acionado por motor de combustão, fundamental para a não
interrupção das atividades ocorrentes naquela edificação. Em caso de incêndio onde os
primeiro atos para combatê-lo é o desligamento da chave geral, o gerador alimenta a
iluminação de emergência e os demais circuitos funcionais.

 Sinalizações de emergência

As sinalizações de emergência tem por objetivo a redução de ocorrência de incêndio por


meio do alerta de risco existente, guiando o indivíduo a adotar medidas adequadas à situação
de risco, como ações de combate ao sinistro e localização de equipamentos destinados ao
acaso, ao qual são proporcionadas por sinalizações compostas por cores, orientando a rotas de

36
saídas seguras. A sinalização de emergência e as cores de segurança são também um dos
aspectos marcantes no sucesso do projeto de abandono de uma edificação. A sinalização de
emergência conjugada com as cores de segurança irá orientar a população que transita pelas
rotas de fuga, pessoas que podem estar emocionalmente alteradas e precisam de um
componente de alívio para não entrar em pânico. Uma sinalização adequada e que transmita
as informações necessárias a quem dela necessite é fator primordial. (SEITO et al, 2008,
p.107).

Assim de acordo com Campos e Conceição (2006, p.125), classifica os tipos de sinalizações
de emergência, em cinco tipos, sendo quatro básicos e um complementar.
o Orientação e Salvamento: indica as rotas de fuga;

o Comando: garante condições adequadas para a utilização das rotas de fuga (sinalização
ignorada pela revisão da norma);
o Equipamentos e emergência: indica a localização dos equipamentos contra incêndio;

o Proibição: veda ações capazes de conduzir incêndio;

o Alerta: atenta para existência de material com potencial de risco.

o Complementar: completa as sinalizações básicas com textos ou faixas apostas ou


próximas a elas.

A sinalização é destinado a instruir o indivíduo a uma rota de fuga ou adotar medidas


necessárias para o determinado acesso, onde a indicação é feita por uma placa quadrada ou
retangular abrangendo a cor verde. Segundo a NBR 13435(1995) “cuja função é indicar as
rotas de saída e ações necessárias para o seu acesso”.

Segundo a NBR 13434, parte 2 (2004), orienta que a sinalização de orientação e salvamento
deve constituir:

o Forma: quadrada ou retangular;


o Cor do fundo (cor de segurança): verde;
o Cor do símbolo (cor de contraste): fotoluminescente;
o Margem (opcional): fotoluminescente.

Figura 15: Simbologia da sinalização de orientação.

37
Figura 16. Sinalização de segurança contra incêndio e pânico. Fonte: NBR 13434, 2004

 Sinalização de comando

Segundo a NBR 13435 (1995) “cuja função é requerer ações que garantam condições
adequadas para a utilização das rotas de saída”.

De acordo com Campos e Conceição (2006), com forma circular, cor de fundo azul, símbolo
e margem branca ou amarela fotoluminescente.

Figura 17. Simbologia da sinalização de comando. Fonte: Manual de incêndio (2006).

o Sinalização de equipamentos de combate e alarme

38
Tem por objetivo indicar os tipos de equipamentos disponíveis na edificação e a localidade do
mesmo, em caso de sinistro. Por definição da NBR 13435 (1995) cuja função é indicar a
localização e os tipos de equipamentos de combate a incêndios disponíveis.

Por determinação da NBR 13434, parte 2 (2004), para as sinalizações de equipamentos de


combate a incêndio deve-se cumprir:

o Forma: quadrada ou retangular;


o Cor de fundo (cor de segurança): vermelha;
o Cor do símbolo (cor de contraste): fotoluminescente;
o Margem (opcional): fotoluminescente.

Figura 18. Sinalização de segurança contra incêndio e pânico


Fonte: NBR 13434, 2004

 Sinalização de proibição

Este tipo de sinalização tem por objetivo esclarecer ao indivíduo em um determinado


ambiente a proibição de efetuar algum ato capaz de ocasionar um possível sinistro ou a
seu agravamento. Por definição da NBR 13435(1995, p.2) “cuja função é proibir ações
capazes de conduzir ao início do incêndio”.
Por determinação da NBR 13434, parte 2 (2004, p.6), para as sinalizações de equipamentos
de combate a incêndio deve-se cumprir:

o Forma: circular;
39
o Cor de contraste: branca;
o Barra diametral e faixa circular (cor de segurança): vermelha; do símbolo: preta;
o Margem (opcional): branca.

Figura 19. Sinalização de segurança contra incêndio e pânico


Fonte: NBR 13434, 2004

 Sinalização de alerta

Por definição da NBR 13435(1995, p.2) “cuja função é alertar para áreas e materiais com
potencial de risco”.

Assim, por indicação da NBR 13434, parte 2 (2004, p.6), para as sinalizações de alerta de
combate a incêndio deve-se cumprir conforme abaixo:

o Forma: triangular;
o Cor do fundo (cor de contraste): amarela;
o Moldura: preta;
o Cor do símbolo (cor de segurança): preta;
o Margem (opcional): amarela.

40
Figura 20. Sinalização de segurança contra incêndio e pânico
Fonte: NBR 13434, 2004

 Sinalização complementar

É um conjunto de sinalizações definidas com cores ou mensagens escritas em que englobam


as sinalizações básicas. NBR 13435(1995, p.2). A sinalização complementar é a sinalização
composta por faixas de cor ou mensagens, devendo ser empregada nas seguintes situações:

o Indicação continuada das rotas de saída;


o Indicação de obstáculos, como pilares, arestas de paredes, etc.;
o Indicação de pisos, espelhos, rodapés e corrimãos de escadas;
o Indicação da silhueta de equipamentos de combate a incêndio;
o Mensagens escritas específicas que acompanham a sinalização básica, onde for necessária
a complementação da mensagem dada pelo símbolo. NBR 13435(1995, p.2).

1.5. Dimensionamento das saídas de emergência

De acordo com NBR 9077/2001, para dimensionar a largura das saídas, deve-se levar em
consideração o número de pessoas que irá transitar por este acesso, e pelo pavimento que
sirvam a população, assim para dimensionar escadas, rampas e descargas, tem em função do
pavimento de maior população, o qual determina as larguras mínimas para os lanços
correspondentes aos demais pavimentos, considerando-se o sentido da saída. Assim para
dimensionar a largura das saídas de emergência, escadas, descargas, utiliza-se a seguinte
fórmula: N=P /C ; Onde: N = número de unidades de passagem, arredondado para número
inteiro. P = população, conforme coeficiente das referidas normas e; C = capacidade da
unidade de passagem, também esta tabelado.
41
1.4.1. Acessos
Segundo Campos e Conceição (2006, p.85) o acesso permite um fácil escoamento de todos os
indivíduos de uma edificação, devendo permanecer sem obstrução e serem devidamente
sinalizados, iluminados, e indicando com clareza o caminho a ser percorrido pela saída de
emergência, constituindo a rota de saída horizontal permitindo o alcance à escada ou rampa
ou área de refúgio ou descarga.

Sendo as rotas verticais utilizadas com maior frequência são as escadas de emergência
que integram a uma rota de saída. Elas podem ser escadas enclausuradas à prova de
fumaça, escadas enclausuradas protegidas ou escadas não enclausuradas. Além das
escadas, existem as rampas, que são partes inclinadas de uma rota de saída, que unem
dois níveis de pavimento, e os elevadores de emergência. Outro aspecto a ser observado
nos acessos são as larguras mínimas das saídas que, em qualquer caso (corredores,
escadas, rampas), devem ser as seguintes:
o 1,10 m, correspondendo a duas unidades de passagem;
o 2,20 m, para permitir a passagem de macas, camas, e outros, nas ocupações do grupo H,
divisão H-31.

De acordo com a Norma Técnica N° 005 do CBM-CE (2008), os acessos da saída de


emergência devem cumprir as seguintes condições:

o Permitir o escoamento fácil de todos os ocupantes da edificação;


o Permanecer desobstruídos em todos os pavimentos;
o Ter larguras de acordo com o estabelecido no item 3.1.1 da norma;
o Ter pé-direito mínimo de 2,5m, com exceção de obstáculos representados por vigas,
vergas de portas e outros, cuja altura mínima livre deve ser de 2m;
o Ser sinalizados e iluminados (iluminação de emergência de balizamento) com indicação
clara do sentido de saída.

1.4.2. Número de saídas e Distância máxima percorrida


Para determinar o número mínimo de saídas, leva-se em consideração o tipo de ocupação, sua
altura, dimensões da planta e suas características construtivas. A distância máxima a ser
percorrida no momento do incêndio é composta por uma rota de fuga traçada de qualquer
ponto da edificação até um local seguro, determinada pelo número de saídas da edificação,

42
características construtivas identificadas na tabela abaixo, e composta ou não por um sistema
de chuveiros automáticos (NBR 9077, 2001).

Tabela 1. Classificação das edificações quanto às suas características construtivas.

Código Tipo Especificação Exemplos


Edificações em Edificações com estrutura e Prédios estruturados em madeira,
X que a propagação entrepisos combustíveis entrepisos de ferro e madeira, pavilhões
do fogo é fácil em arcos de madeira laminada e outros
Edificações com paredes-cortinas de
vidro ("cristaleiras"); edificações com
Y Edificações com Edificações com estrutura
janelas sem peitoris (distância entre
mediana resistente ao fogo, mas com
vergas e peitoris das prédios com
resistência ao fácil propagação de fogo
aberturas do andar seguinte menor que
fogo entre os pavimentos
1,00 m); lojas com galerias elevadas e
vãos abertos e outros
Prédios com concreto armado calculado
Prédios com estrutura para resistir ao fogo, com divisórias
Edificações em
resistente ao fogo e incombustíveis, sem divisórias leves,
Z que a propagação
isolamento entre com parapeitos de
do fogo é difícil
pavimentos alvenaria sob as janelas ou com abas
prolongando os entrepisos e outros
Fonte: Adaptada da NBR 9077/2001

Algumas considerações devem ser descritas com relação ao levantamento das normas
analisadas, para a determinação da restrição projectual. Em primeiro lugar a forma de
dimensionamento de cada uma delas leva em consideração factores geométricos diferentes. A
NSCISC:1994, restringe o número de pavimentos máximos para cada situação, ao contrário
da NBR 9077:1993, que só faz referencias as alturas máximas. Em segundo lugar, a
NSCISC:1994 exige, que em alguns casos onde são necessários 02 unidades de escada, seja
feita a combinação entre modelos diferentes, por exemplo 01 escada enclausurada e 01 a
prova de fumaça. A NBR 9077:1993, por outro lado, não faz referências ao uso de mais de
um tipo de escada exigindo, quando for o caso, 02 ou 03 escadas sempre do mesmo modelo.

Quanto ao processo construtivo a NSCISC:1994, possui duas diferença em relação a NBR


9077:1993. O primeiro faz referências à escada comum, onde a NSCISC:1994, diz que os
materiais utilizados na sua concepção devem possuir resistência ao fogo por no mínimo duas
horas. O segundo factor diz respeito às escadas enclausuradas, que não são previstas na NBR
9077:1993, e que por sua vez não pode servir como referência para a comparação entre as
duas normas. Em termos quantitativos, das situações analisadas, 27% das proibições
apresentadas, foram provenientes da NSCISC:1994, contra 20% das proibições apresentadas
pela NBR 9077:1993.

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Com tudo, conclui-se que a NSCISC:1994, é significativamente mais restritiva que a NBR
9077:1993, pelos seguintes factores:

o Maior exigência no processo construtivo;

o Utilização de tipos de saídas diferentes, quando utilizado mais de uma unidade, sendo a
segunda sempre com nível de segurança maior;

o Número de proibições 7% maior;

o Exigência de utilização de escada enclausurada, que não está prevista na norma de


regulamentação brasileira e em demais normas brasileiras, sendo um fator complicador
para projetos de edificações desenvolvidos em outros estados.

1.6. Vantagens das saídas de emergências

São muitas vantagens que alguns autores apresentam sobre a existência das saídas de emergência.
Portanto, a partir de Montenegro (2016) pode-se destacar que as saídas de emergências têm a
vantagem de permitir que as pessoas, principalmente com deficiência ou mobilidade reduzida, acesso
com segurança e autonomia aos espaços, edificações, equipamentos urbanos, transportes, informação,
entre outros.

Cunha (2019) relata que umas das vantagens da existência das saídas de emergência é que em
situações de incêndios, ou acidentes, de forma geral dentro dos edíficios, os utentes podem deslocar-se
de forma simples e segurança para fora da zona afectada, sem que tenha vítimas ou, função da
gravidade, reduzir ao máximo o número de sinistrados.

Portanto, resumidamente, ao se analisar as saídas de emergência, os tipos, as suas funções denota-se


claramente que a sua implementação em edificios de construção vertical, principalmente, de 2 ou mais
andares, conforme o presente estudo proconiza, só consegue-se uma serie de vantagens pois de
encontro a protecção da vida e dignidade humana, sendo que em situações catastroficas, as saídas de
emergência podem minimizar os traumas consequentes dos acidentes nos edifícios.

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