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1. Introdução
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seja, do governo, que deveria ser um dos pilares para a produção do espaço
urbano durante esse período de valorização local, ocasionou uma
urbanização totalmente desorganizada proporcionando a concentração de
renda em uma única área, como foi o caso do bairro de Boa viagem no litoral
sul da cidade de recife, capital pernambucana (LEÃO; BRITO 2018). A região
hoje é conhecida como um dos bairros mais nobres da cidade, fato que
deu-se muito provavelmente por conta do tamanho de Recife em relação a
outras capitais brasileiras, somado a localização privilegiada do local, que se
encontra a beira-mar, chamando atenção da elite capitalista e das grandes
redes de construções imobiliárias.
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ao bairro (FELIPE, 2020). Além disso, o governo do estado marca um papel
importante como agente fundiário, pois ele foi responsável por entregar parte
dessas obras que atingem de forma direta na valorização das terras nesta
região.
Os valores atribuídos às terras nessa região passam a se tornar
inacessíveis a uma grande parcela da população, parcela essa, que se
encontra desprovida do capital que está sob total poder dos capitalistas.
Boa Viagem por si só garante 50% dos lances imobiliários registrados
(LEÃO; BRITO 2018), um processo que não só aconteceu em Boa Viagem
mas também em diversos outros bairros ao redor formando um conjunto de
12 bairros que foram atingidos pela presença dos produtores imobiliários.
Esse processo era ainda mais perceptível no Bairro de Boa Viagem, pois
algumas leis foram estabelecidas para as construções imobiliárias nos outros
bairros ao redor, porém, essas leis não abrangeram o bairro em questão
(LEÃO; BRITO, 2018).
Um fato extremamente importante para a caracterização da urbanística
de Boa Viagem e que muita das vezes acaba sendo esquecida são as
periferias e comunidades que se formaram no do bairro, as mesmas têm que
resistir diariamente ao mercado imobiliário para não perderem suas
moradias. A maior comunidade do Bairro de Boa viagem curiosamente se
chama “Entra Apulso” que é um grande exemplo de um grupo da população
que é frequentemente excluído. Essa comunidade está situada às margens
do Shopping Recife como demonstrado na Fig.1. Com a construção do
Shopping Recife, dezenas de famílias da antiga comunidade Mata-Sete que
se estabelecia no local foram expulsas e com isso se alojaram nas partes de
Boa Viagem que ainda não tinham sido ocupadas formando algumas
comunidades dentre elas a de Brasília Teimosa e a própria Entra Apulso que
tem esse nome pois quando as famílias estavam tentando se restabelecer
novamente, passavam noites reconstruídos seus barracos para morarem e
no dia seguinte a gestão municipal os derrubava (GONZAGA, 2019).
Hoje em dia a comunidade Entra Apulso se caracteriza como como um
grande ponto de resistência à especulação imobiliária. Houve uma melhoria
das condições financeiras da população presente nessa comunidade, então
muitas construções passaram de barracos para casas de alvenaria, passou a
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ter escolas, creches e até associação de moradores, abrigando uma
população de baixa renda no geral e sendo alvo de alguns projetos sociais
(GONZAGA, 2019).
3. Conclusão
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Boa viagem tiveram de passar para que áreas como o Shopping Recife, o
edifício Holiday e outros fossem construídos sem nenhum tipo de suporte do
governo, órgão que deveria ser responsável pela implementação de políticas
públicas que, ao menos, dessem uma opção viável para essas pessoas. Por
fim, o estado é o responsável por entregar diversos serviços à população, a
quantidade e a qualidade desses serviços oferecidos irão determinar quem
vive em determinado local, ou seja, o governo age como um grande
proprietário de terras regulando sua dinâmica urbanística.
4. Referências