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Realidade socioeconômica do município sul mineiro de Delfim

Moreira

Resumo

O desenvolvimento socioeconômico de um município pode ser definido


pelas características do clima, relevo e geografia onde o mesmo está
inserido. A história sociocultural também é um importante fator de
desenvolvimento, visto que, alguns lugares mantém e valorizam suas
tradições e culturas locais. Neste artigo faremos um levantamento
socioeconômico e territorial do munícipio de Delfim Moreira, localizado
na Serra da Mantiqueira, no sul de Minas Gerais. O município possui
características únicas e de grande extensão de área vegetada,
possuindo, desta forma, seus recursos hídricos bem preservados,
utilizados como uma das fonte de renda dos delfinenses.

Introdução

Em face do cenário atual o tema desenvolvimento socioeconômico


é cada vez mais difundido e discutido nas instituições e sociedade,
devido as grandes mudanças ocorridas no mundo nas últimas décadas,
incluindo o grande avanço de ferramentas tecnológicas, que alteraram a
forma de produção de quase tudo que conhecemos atualmente.
Paralelamente, alguns grupos tentam manter ou resgatar saberes
antigos com o objetivo de se diferenciar das práticas comuns. Produtos
artesanais ou regionais têm encontrado espaço nesse novo mercado.

“O desenvolvimento socioeconômico tem sido


conceituado como sendo parte de um processo de
ampliação das escolhas das pessoas para que obtenham
capacidades e oportunidades de ser o que desejam ser, e
contempla de início, entre outros elementos, o aumento
da produtividade, a acumulação, o capital, a renda real
per capita, sua estrutura operacional, e a distribuição de
seus custos e benefícios entre agentes desse processo”
(PIMENTA et al, 2022).

O município de Delfim Moreira

De acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística, Delfim Moreira é um município de Minas Gerais, localizado
na Microrregião de Itajubá, sul do estado, tendo como munícipios
limítrofes os municípios mineiros de Marmelópolis, Virgínia, Maria da Fé
e Itajubá e os municípios paulistas de Piquete, Campos do Jordão e
Guaratinguetá. O município possuí área total de 408,473 km² (2022) e a
estimativa populacional em 2021 era de 8.007 pessoas.

Com a topografia predominantemente montanhosa, o município


abriga em seus rincões 37 bairros rurais, cuja população se dedica às
atividades agropecuárias.

Figura 1 - Mapa da cidade de Delfim Moreira

Fonte: Site Blog Projeto Escola Estrada a fora (2023)


O quadro a seguir, mostra a distribuição populacional por sexo e
região conforme informações do censo do IBGE, realizado em 2010.

Quadro 1 – Distribuição populacional – Censo IBGE 2010

Fonte: Site Estados e Cidades (2023)

Origem de Delfim Moreira

A origem do município de Delfim Moreira está ligada a mineração.


Conforme informações encontradas no sítio da Prefeitura Municipal, sua
fundação não pode ser precisada com certeza, possivelmente ocorreu
entre os anos de 1.703 a 1.705, fundada pelo bandeirante paulista,
Miguel Garcia Velho, que durante 05 anos permaneceu no arraial
faiscando ouro. O arraial que deu origem a Delfim Moreira, que
inicialmente recebeu o nome de Minas Novas de Itagybá ou Novo
Descoberto do Itagybá, surgiu à margem direita do rio Santo Antônio,
quase em frente à cachoeira formado por este rio. Itagybá é um nome
tupi que significa: lugar onde o rio das pedras cai de cima ou cachoeira
do rio das pedras. Foi em razão desta cachoeira que Delfim Moreira
obteve seu primitivo nome. No decorrer de sua história, o arraial teve
diversas alterações em seu nome e sofreu divisões em seu território,
sendo que a vila original se tornou o município de Delfim Moreira,
enquanto Itajubá se desenvolveu em outro ponto, mais abaixo no vale.
Atividade econômica

Inicialmente, Delfim Moreira teve como principal atividade


econômica à extração do ouro, porém, após o esgotamento do mineral,
seus moradores passaram a viver da agricultura de subsistência do
milho, feijão, fumo, criação de gado e suínos. Também praticavam um
pequeno comércio desses gêneros com a região do Vale do Paraíba
paulista, onde trocavam por pólvora, ferro e sal. A fruticultura já era
praticada desde o final da mineração como atividade de subsistência.

No início do século XX a fruticultura passa a ter um


aproveitamento mais racional, com a instalação das primeiras fábricas de
polpas, que passam a aproveitar a grande produção de marmelos da
localidade, que por anos rendeu ao município o apelido de “cidade do
marmelo”. Por diferentes motivos, o marmelo deixou de ser um bom
negócio no campo e alguns delfinenses partiram para outras cidades em
busca de novas oportunidades.

Daí em diante, o município se reinventou e passou a enxergar a


pecuária leiteira como base econômica do local, destacando-se os
pequenos produtores, que vendem seu produto para laticínios da região.
Nos últimos anos, atividades ligadas ao ecoturismo vêm ganhando
importância na cidade em vista do grande potencial existente na
localidade.
Figura 2 - Curso Agropecuária – Fundação ROGE

Fonte: Site ROGE (2023)

Figura 3 – Cachoeira Ninho da Águia

Fonte: Site Prefeitura Municipal de Delfim Moreira (2023)

O quadro a seguir mostra os dados econômicos do município, as


informações estão disponíveis no site do IBGE.
Quadro 2 – Informações sobre dados econômicos do município

DADOS ECONÔMICOS
PIB per capita [2020] R$ 14.118,12
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
0,669
(IDHM) [2010]
Salário médio mensal dos trabalhadores formais 1,9 salários
[2020] mínimos
Pessoal ocupado [2020] 925 pessoas
População ocupada [2020] 11,5 %
Percentual da população com rendimento nominal
39,90%
mensal per capita de até 1/2 salário mínimo [2010]

Dados agrupados pelo autor – fonte: Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) (2023)

Considerações finais

Após pesquisas secundárias, podemos observar que o município


escolhido teve suas atividades socioeconômicas alteradas durante sua
história, a população foi se adaptando e se reinventando. No últimos
anos as principais fontes de renda advém de atividades rurais e do
ecoturismo. O município busca manter viva suas festas típicas, como por
exemplo a festa do marmelo.

Referências bibliográficas:

MINAS GERAIS, DELFIM MOREIRA. Site do município. Disponível em:


<https://www.delfimmoreira.mg.gov.br/portal/servicos/1001/historia> Acesso
em 30/03/2023 às 18:50

BRASIL, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE)


Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/delfim-moreira/panorama>
Acesso em 30/03/2023 às 19:30
MINAS GERAIS, DELFIM MOREIRA. Escola Estadual Marquês de Sapucaí.
Blog Projeto Escola Estrada afora. Disponível em:
<http://projetoescolaestradaafora.blogspot.com/2013/06/projeto-escola-estrada-
afora_17.html> Acesso em 02/04/2023 às 12:50

MINAS GERAIS, DELFIM MOREIRA. Site do estado. Disponível em:


<https://www.estadosecidades.com.br/mg/delfim-moreira-mg.html> Acesso em
02/04/2023 às 13:00

MINAS GERAIS, DELFIM MOREIRA. Site Fundação ROGE. Disponível em:


<https://www.fundacaoroge.org.br/mais-de-20-anos-de-historia> Acesso em
02/04/2023 às 13:10

MINAS GERAIS, DELFIM MOREIRA. Disponível em:


<https://delfimmoreira.webnode.page/historia/> Acesso em 02/04/2023 às 13:30

PIMENTA, Carlos Alberto Máximo et al. Desenvolvimento, Economia e Turismo:


diálogos entre o Sul de Minas Gerais (Brasil) e o Minho (Portugal), 2022.
Disponível em:
<https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_gestao/article/view/7422/3734>

Acesso em 05/04/2023 às 13:10

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