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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA


LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

ÉMILLY SANTANA SANTOS


NATÂNIA CONCEIÇÃO SILVA
PEDRO ROGÉRIO DE OLIVEIRA CORREIA

Relatório da Viagem de Campo

FEIRA DE SANTANA/BA
JUN – 2018
ÉMILLY SANTANA SANTOS
NATÂNIA CONCEIÇÃO SILVA
PEDRO ROGÉRIO DE OLIVEIRA CORREIA

Relatório da Viagem de Campo

Atividade apresentada ao Colegiado


de Geografia, Departamento de
Ciências Humanas e Filosofia, da
Universidade Estadual de Feira de
Santana, como requisito avaliativo do
componente curricular Organização do
Espaço Baiano, do curso de
Licenciatura em Geografia, ministrado
pela Professora Alessandra Oliveira
Teles.

FEIRA DE SANTANA/BA
MAI – 2018
Sumário

Introdução 3
Município 1: Feira de Santana 4
Município 2: São Gonçalo dos Campos 7
Município 3: Conceição da Feira 8
Município 4: Cachoeira 10
Município 5: São Félix 12
Município 6: Santo Amaro da Purificação 13
Considerações Finais 14
Anexos: 15
Referências: 16
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Introdução

A disciplina Organização do Espaço Baiano, ministrada pela professora


Alessandra Oliveira Teles, tem como objetivo estudar a organização do espaço
do nosso estado, analisando seu processo de formação territorial além de
compreender os aspectos economicos, e a importância dos espaços rurais e
urbanos para o Estado da Bahia.

No dia 05/06/2018, foi realizada uma aula de campo, que tinha como
objetivo compreender as dinâmicas espaciais de Feira de Santana e algumas
cidades vizinhas. Nessa atividade foi possível relatar os aspectos fisiográficos
dos munícipios visitados e das paisagens que compuseram o trajeto (clima
predominante, tempo, vegetação, atividades econômicas, urbanização, dentre
outras). Também foi possível perceber alguns problemas presentes nas
cidades, assim como a atuação do poder público.

O trajeto percorrido teve início em Feira de Santana, com saída da


UEFS às 08h30min. O destino final eram os municípios de Cachoeira e São
Félix, passando pelos munícipios de São Gonçalo dos Campos, Conceição da
Feira e o Distrito de Belém da Cachoeira. O retorno envolveu o trajeto
passando por Santo Amaro da Purificação.

Através de um trabalho de campo é possível relacionar os


conhecimentos teóricos aprendidos em sala de aula e observá-los na prática,
facilitando também o processo de ensino e aprendizagem. “A pesquisa de
campo constitui para o geógrafo um ato de observação da realidade do outro,
interpretada pela lente do sujeito na relação com o outro sujeito.”
(SUERTEGARAY, 2002, p. 3).
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Município 1: Feira de Santana

Feira de Santana é o segundo município mais populoso da Bahia, com


uma população estimada de 627.477 pessoas. Está localizado na região
agreste do Estado, apresentando uma vegetação de transição entre o sertão e
a zona da mata. Por estar localizada entre três rodovias federais (BR 101, BR
116 e BR 324), promove e facilita um eixo de circulação de mercadorias e de
pessoas, e é um centro polarizador por ser extremamente dinâmico em
questões como saúde, educação, comércio, dentre outras. Possui um comércio
muito intenso, com uma forte ligação histórica que também compõe a cultura
sertaneja do município.

A saída da UEFS foi as 08h30min, e a primeira parada consistiu no


mirante do bairro Gabriela na Av. Eduardo Froes Mota. O bairro Gabriela é um
modelo de ocupação popular da classe trabalhadora, e a urbanização nesta
área foi tardia porque no passado era desvalorizada. Entretanto, atualmente a
valorização espacial e o rápido povoamento promovem a urbanização desse
local.

Figura 1 - Bairro Gabriela

Fonte: Pedro Correia (2018)


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Seguindo através da Av. Eduardo Froes Mota, pôde-se ver o bairro


Viveiros, exemplo de segregação residencial. Isso se deu através do programa
de modernização que o Governo Federal estava implantando nos municípios
na década de 80, que consistia em industrialização e em urbanização. Esse
empreendimento não foi finalizado no caso do Viveiros, a população invadiu
aquele espaço e o governo o abandonou. Nos dias atuais, o poder público
municipal ainda não oferece, em termo de serviços, condições a quem mora
naquela localidade.

Figura 2 - Bairro Viveiros ao fundo, exemplo de segregação residencial.

Fonte: Pedro Correia (2018)

O CIS (Centro Industrial Subaé), localizado na região sul da cidade, é o


principal centro industrial de Feira de Santana. Criado na década de 60, possui
grande influência na organização urbana da cidade; seu estabelecimento
originou bairros residenciais vizinhos que atendem as necessidades das
indústrias ali presentes. A localização do CIS é estratégica por estar próxima
ao 35º Batalhão de Infantaria, uma forma de suprimir possíveis manifestações
dos trabalhadores.
A Av. Banco do Brasil é o limite municipal de Feira de Santana com São
Gonçalo dos Campos. A conturbação presente nessa localidade desassiste a
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população vivente ali; há uma incerteza a respeito da jurisdição municipal


presente, dificultando a atuação dos serviços públicos.

Figura 3 – Av. Banco do Brasil

Fonte: Emilly Santana (2018)

O roteiro do trabalho de campo proporcionou um retorno para a UEFS


através da Av. Nóide Cerqueira, onde pudermos ver um exemplo de rápida
valorização espacial. Normalmente o poder público é lento para atuar em
algumas localidades; entretanto, neste caso o governo gastou muito para a
construção dessa avenida (asfalto, iluminação, ciclovias) atendendo os
interesses imobiliários dos proprietários ali presentes e valorizando toda a área
próxima.
Durante todo o percurso ao longo do município o tempo estava
chuvoso.
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Município 2: São Gonçalo dos Campos

São Gonçalo dos Campos é o 73º munícipio mais populoso do Estado,


com uma população estimada de 38.018 habitantes. Está localizado no
Recôncavo Baiano, apesar de sua vegetação original estar bastante
devastada. O município é cortado pela BA 502 e pela BR 101. A economia do
município é baseada no CIS, localizado na região norte da cidade e limítrofe
com Feira de Santana, além da fumicultura, da avicultura, da agricultura em
geral e da pecuária.
Em nossa segunda parada após termos deixado CIS em Feira de
Santana, pudemos ver em São Gonçalo dos Campos uma concentração de
empresas que são instaladas naquela região devido aos incentivos fiscais
(melhores do que em Feira de Santana) e pelas vantagens locacionais
(próxima a rodovias que ligam a grandes municípios).
Também são visíveis grandes áreas de terra e os denominados part-time
farmer, que é quando o trabalhador rural utiliza uma parte de seu tempo
trabalhando em sua propriedade e a outra parte ele se dedica a uma renda fora
do seu espaço.

Figura 4 – Grande propriedade de terra próxima a São Gonçalo dos Campos

Fonte: Pedro Correia (2018)

Durante todo o percurso ao longo do município o tempo estava chuvoso.


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Município 3: Conceição da Feira

Conceição da Feira é o 163º município baiano mais populoso, com uma


população estimada de 23.024 habitantes. Está localizado no Recôncavo
Baiano e apresenta alguns resquícios de mata atlântica. O município também é
cortado pela BR 101 e pela BA 502, com essa última passando pelo centro da
cidade. A maior fonte econômica do munícipio é baseada na avicultura.
Seguindo através da BA 502 depois de ter deixado São Gonçalo dos
Campos, era visível uma grande quantidade de granjas próximas a Conceição
da Feira, evidenciando a forte criação de aves para produção de alimentos. Na
cidade pudemos observar alguns conjuntos habitacionais que no passado eram
voltados para a classe trabalhadora, mas que nunca contemplaram quem de
fato precisava, a ocupação sempre era pelas pessoas que possuíam uma
renda maior. O surgimento do projeto Minha Casa Minha Vida veio justamente
para atender as pessoas carentes.

Figura 5 – Projeto Minha Casa Minha Vida em Conceição da Feira

Fonte: Emilly Santana (2018)

A cidade não desenvolve por estar próxima a outros centros urbanos


que impedem seu crescimento; a migração pendular de seus habitantes
também contribui para que não haja esse desenvolvimento. Durante nosso
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trajeto também pudemos observar a presença das vans que são os principais
meios de transporte para estas pessoas se deslocarem para os grandes
centros, principalmente Feira de Santana, Cruz das Almas e Santo Antônio de
Jesus.
Durante todo o percurso ao longo do município o tempo estava
chuvoso.
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Município 4: Cachoeira

Cachoeira é o 84º município mais populoso da Bahia, com uma


população estimada de 35.139 habitantes. Está localizado nas margens do Rio
Paraguaçu e em um relevo de mares de morro, apresenta uma vegetação
típica da mata atlântica. As rodovias BR 101, BA 502, BA 420 passam pelo
munícipio, além da BA 880 que leva ao distrito de Santiago do Iguape. A
economia é baseada principalmente no turismo, e nas atividades comerciais; a
implantação de um campus da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia) também contribuiu para uma nova dinâmica local.
Nossa primeira parada no município consistiu no distrito de Belém da
Cachoeira onde pudemos ver o emprego do termo “rugosidade”, criado por
Milton Santos, para descrever determinado espaço. Esse termo se refere
quando um local perde a função e a importância que tinha no passado, porém
continua ali sem se desenvolver. Belém da Cachoeira tinha grande importância
na época em que Cachoeira estava em seu auge econômico; era um ponto
estratégico por onde passava os chamados caminhos de gado.
A Igreja de Nossa Senhora de Belém, fundada em 1686, fica no centro
da vila; é uma localização estratégica que servia também como proteção militar
além de seu papel religioso.

Figura 6 – Igreja de Nossa Senhora de Belém, Belém da Cachoeira

Fonte: Emilly Santana (2018)


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Em Cachoeira nós pudemos observar os prédios históricos tombados


pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), um grande
patrimônio histórico que hoje caracteriza o turismo presente ali. No passado,
Cachoeira era o município que tinha a maior dinâmica econômica da região; as
pessoas e as mercadorias que entravam e saíam do Estado passavam por
Salvador e Cachoeira. Um sistema multimodal contribuía para essa dinâmica;
as pessoas que iam para o interior do Estado desembarcavam em Salvador,
depois navegavam em saveiros para Cachoeira de onde pegavam o trem para
seguir viagem. Com o rodoviarismo da década 60, as pessoas deixam de usar
o esse sistema, modificando a circulação de mercadorias e pessoas que agora
não precisam mais passar por Cachoeira e a cidade perdeu sua importância
econômica.

Figura 7 – Vista de Cachoeira a partir de São Félix

Fonte: Emilly Santana (2018)

Durante todo o percurso ao longo do município o tempo estava chuvoso.


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Município 5: São Félix

São Félix é o 256º município mais populoso da Bahia, com uma


população estimada de 15.310 habitantes. Está localizado na margem do Rio
Paraguaçu, do lado oposto a Cachoeira. Assim como sua cidade-irmã também
está localizado no Recôncavo Baiano, com um relevo de mares de morro e
uma vegetação de mata atlântica. Cortam o município as BAs 420, 502 e 517.
Sua economia é marcada pelas fábricas de charutos que compõem a indústria
fumageira da região e pela agricultura de subsistência; não apresenta um
comércio forte.
Em nossa sétima parada nós vimos em São Félix construções maiores e
mais grandiosas que em Cachoeira. A fábrica de charutos Dannemann foi uma
empresa de extrema importância para a economia local e ainda mantém sua
produção, voltada principalmente para o exterior. No passado, o açúcar era o
principal produto produzido, seguido pelo fumo.

Figura 8 – Ponte que liga os municípios de Cachoeira e São Félix

Fonte: Pedro Correia (2018)

Durante todo o percurso ao longo do município o tempo estava chuvoso.


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Município 6: Santo Amaro da Purificação

Santo Amaro da Purificação é o 37º município baiano mais populoso,


com uma população estimada de 61.961 habitantes. Está localizado no
Recôncavo Baiano com o Rio Subaé atravessando a cidade, e apresenta
alguns resquícios de mata atlântica. A BA 420 atravessa o munícipio, ligando-o
a Cachoeira e a BR 324. Sua economia é baseada na agricultura de
subsistência e na pecuária, os serviços e o comércio são voltados para atender
a população local.
Considerado um dos municípios originários, Santo Amaro da Purificação,
apresentava uma grande dimensão territorial quando houve um processo de
repartição e emancipação de outros municípios: Amélia Rodrigues, Terra Nova
e Teodoro Sampaio.

Figura 9 – Teatro Dona Canô em Santo Amaro da Purificação

Fonte: Emilly Santana (2018)

No passado Santo Amaro da Purificação era um dos principais


produtores de açúcar do Estado. Atualmente, o município sofre um processo de
estagnação e não se desenvolve mais.
Durante todo o percurso ao longo do município o tempo estava
chuvoso.
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Considerações Finais

As análises feitas no trabalho de campo desenvolvido na disciplina


Organização do Espaço Baiano ilustraram o nosso conhecimento teórico
construído em sala de aula. As dinâmicas espaciais foram semelhantes e
diferentes em alguns municípios. Pudemos observar e constatar o porquê do
desenvolvimento de Feira de Santana, assim como a estagnação de
municípios que antes eram centros econômicos importantes para o Estado.
As observações relatadas pela professora Alessandra permitiram que
nós observássemos aspectos que em muitas vezes não podem facilmente
serem vistos ou constatados, como por exemplo, o impacto do rodoviarismo em
Feira de Santana e em Cachoeira.
Com esse trabalho também foram observados a atuação do poder
público nesses municípios que impactam diretamente em sua organização
espacial.
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Anexos

Figura 10 – Mapa Mental do Roteiro do Trabalho de Campo

Autores: Emilly Santana, Natânia Conceição e Pedro Correia (2018)


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Referências

IBGE. IBGE Cidades. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/>.

PREFEITURA DE CONCEIÇÃO DA FEIRA. O Município. Disponível em:


<https://www.conceicaodafeira.ba.gov.br/o-municipio/>.

PREFEITURA DE SÃO FÉLIX. Conheça o Município. Disponível em:


<http://www.saofelix.ba.gov.br/historia>.

PREFEITURA DE SÃO GONÇALO DOS CAMPOS. Sobre a Cidade.


Disponível em: <http://www.saogoncalodoscampos.ba.gov.br/cidade>.

SUERTEGARAY, D. M. A.; Pesquisa de Campo em Geografia. UFRS. Rio


Grande do Sul, 2002.

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