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RIMA

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL


USINA SOLAR FOTOVOLTAICA
CANINDÉ DE SÃO FRANCISCO

CANINDÉ DE SÃO FRANCISCO, 22 DE MARÇO DE 2023


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA)
USINA SOLAR FOTOVOLTAICA CANINDÉ DE SÃO FRANCISCO

ELABORAÇÃO LOCAL REVISÃO


MARÇO/2023 CANINDÉ DE SÃO FRANCISO/SE 00

APRESENTAÇÃO
A facilidade de transporte da eletricidade e seu baixo índice de perda energética
durante conversões incentivam o uso da energia renovável em grande escala no
mundo todo, inclusive no Brasil.
A matriz elétrica é um conjunto de fontes de energia utilizadas para a produção
de energia elétrica. No Brasil, usamos a força da água para produzir energia elétrica,
ou a luz do sol, ou a força dos ventos. A matriz elétrica brasileira é composta em 83%
de fontes renováveis. O dado é da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento
Energético do Ministério de Minas e Energia, em janeiro de 2020. Ou seja, para gerar
energia elétrica no Brasil as fontes são: hidrelétrica (63,8%), eólica (9,3%), biomassa
e biogás (8,9%), solar (1,4%) e nuclear (%).
O Brasil é privilegiado em termos de radiação solar. O Nordeste brasileiro
apresenta radiação comparável às melhores regiões do mundo nessa variável. O que,
porém, não ocorre em localidades mais distantes da linha do Equador, como as
regiões Sul e Sudeste.
O Brasil é um país de grande potencial para a utilização fonte solar para
geração de energia elétrica, em especial em larga escala. Isto ocorre por uma série
de características naturais favoráveis, tais como os altos níveis de insolação. Tais
fatores potencializam a atração de investidores e o desenvolvimento da fonte,
permitindo que se vislumbre um papel importante na matriz elétrica para esta fonte.
A energia solar fotovoltaica é a energia obtida através da conversão direta da
luz em eletricidade e tem como base o efeito fotovoltaico, que é o aparecimento de
uma diferença de potencial nos extremos de uma estrutura de material semicondutor,
produzida pela absorção da luz. A geração fotovoltaica possui grande flexibilidade
locacional, principalmente no caso da geração distribuída, assim como facilidade de
instalação, dado o curto tempo necessário para execução dos projetos.
O Projeto ora apresentado foi elaborado em conformidade com as diretrizes
constantes em normas e legislações ambientais vigentes e compõe os estudos
ambientais necessários para a obtenção da da Licença Prévia da Usina Solar
Fotovoltaica Canindé de São Francisco.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABAS Associação Brasileira de Águas Subterrâneas


ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ADA Área Diretamente Afetada
ADEMA Administração Estadual do Meio Ambiente AID Área de
Influência Direta
AII Área de Influência Indireta
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária APA Área de
Proteção Ambiental
APP Área de Proteção Permanente
ASV Autorização de Supressão de Vegetação
BH Bacia Hidrográfica
BHSF Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco
CA Corrente Alternada
CC Corrente Contínua
CEMA Conselho Estadual de Meio Ambiente CHESF
Companhia Hidrelétrica do São Francisco
COELBA Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia CONAMA
Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONERH/SE Conselho Estadual de Recursos Hídricos de
SergipeCPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de
TransportesEMBRAPAEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FV Fotovoltaico
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
NaturaisRenováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMBIO Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
IN Instrução Normativa
IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
MMA Ministério do Meio Ambiente
NBR Norma Brasileira Regulamentadora
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NR Norma Regulamentadora
PAIPA Projeto de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico
PEA Programa de Educação Ambiental
PEAT Programa de Educação Ambiental para Trabalhadores
PGA Programa de Gestão Ambiental
PGRS Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
PRADA Plano de Recuperação de Áreas Degradadas e Alteradas
RAIPA Relatório de Avaliação de Impacto ao Patrimônio
Arqueológico
SE Subestação
SEMARH Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos
Hídricos
SIN Sistema Interligado Nacional
SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente
SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
UC Unidade de Conservação
UFV Usina Solar Fotovoltaica
UTM Universal Transversa de Mercator
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Planta de Localização Georreferenciada .................................................. 24


Figura 2: Layout da UFV Canindé de São Franciso. ................................................ 27
Figura 3: Esquema elétrico do eletrocentro. ............................................................. 30
Figura 4: Esquema elétrico da string box. ................................................................ 31
Figura 5: Rede básica do SIN. ................................................................................. 37
Figura 6: LT 500 kV UFV CSF - SE XINGÓ – Planta do Traçado Preliminar. .......... 38
Figura 7: Cercas e mourões da usina fotovoltaica. .................................................. 41
Figura 8: Cronograma do período de execução das obras de implantação dos
parques / etapas (sintetizado). .................................................................................. 57
Figura 9: Alternativa locacional 01 de implantação da Usina Solar Poço da Areia. . 61
Figura 10: Alternativa locacional 02 de implantação da Usina Solar Poço da Areia . 62
Figura 11: Alternativa locacional 03 de implantação da Usina Solar Poço da Areia. 63
Figura 12: Áreas de Influência do Empreendimento. ............................................... 71
Figura 13: Áreas de Influência do Empreendimento. ............................................... 73
Figura 14: Área de influência direta e diretamente afetada - UFV Canindé de São
Francisco. .................................................................................................................. 75
Figura 15: Mapa Geológico da ADA e da AID do empreendimento. ........................ 78
Figura 16: Morfologia ampla de Cuesta em escarpa mantida pela formação Taracatu
em meio a um relevo aplainado constituído por solos rasos e pedregosos em clima
semiárido, num cenário típico da Depressão Sertaneja. ........................................... 79
Figura 17: Curvas de nível nas áreas de influência do empreendimento. ................ 80
Figura 18: Pedologia das áreas de influência do empreendimento. ......................... 82
Figura 19: A- Erosão pluvial do solo do tipo luvissolo, rico em cascalhos e
fragmentos dos metapelitos; B- Ravinas no solo provenientes da erosão das chuvas
torrenciais. ................................................................................................................. 83
Figura 20: Títulos minerários na ADA do empreendimento. ..................................... 84
Figura 21: Sítios arqueológicos das áreas de influência do empreendimento. ........ 85
Figura 22: Recursos hídricos das áreas de influência da UFV Canindé de São
Francisco. .................................................................................................................. 87
Figura 23: Corpos hídricos cortando a ADA em diversos pontos. ............................ 89
Figura 24: Bioma Caatinga. ...................................................................................... 93
Figura 25: Uso e cobertura do solo no município de Canindé de São Francisco,
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destacando-se os remanescentes florestais. ............................................................ 94


Figura 26: Fitofisionomia da Caatinga – Caatinga arbórea. ..................................... 95
Figura 27: Fitofisionomia da Caatinga – Caatinga arbustiva. ................................... 95
Figura 28: Fitofisionomia da Caatinga – Mata seca.................................................. 95
Figura 29: Fitofisionomia da Caatinga – Carrasco.................................................... 95
Figura 30: Aspectos da vegetação de Savana-Estépica no município de Canindé de
São Francisco. .......................................................................................................... 97
Figura 31: Diversidade de espécies arbóreas / arbustivas na área diretamente
afetada da UFV Canindé de São Francisco. ............................................................. 99
Figura 32: Diversidade de espécies de cactáceas na ADA do empreendimento. .. 100
Figura 33: Diversidade de espécies herbáceas na ADA do empreendimento........ 101
Figura 34: Gráficos de distribuição das espécies por hábito, ameaça de extinção,
endemismo e origem das espécies identificadas na área de influência do
empreendimento. .................................................................................................... 102
Figura 35: Salvator merianae (Teiú) - registro de carcaça. .................................... 104
Figura 36: Ameivula ocellifera (Calanguinho-listrado). ........................................... 104
Figura 37: Tropidurus torquatus (Calango). ........................................................... 105
Figura 38: Tropidurus semitaeniatus (Calango-de-ladejo). .................................... 105
Figura 39: Pithecopus nordestinus (Perece-verde). ............................................... 105
Figura 40: Scinax fuscovaria (Perereca-de-Banheiro). ........................................... 105
Figura 41: Rhinella crucifer (Sapo-cururu).............................................................. 105
Figura 42: Crotalus durissus (Cascavel). ............................................................... 105
Figura 43: Cathartes burrovianus (Urubu-de-cabeça-amarela). ............................. 107
Figura 44: Coragyps atratus (Urubu-de-cabeça-preta). .......................................... 107
Figura 45: Cathartes aura (Urubu-de-cabeça-vermelha). ....................................... 107
Figura 46: Caracara plancus (Carcará). ................................................................. 107
Figura 47: Vanellus chilensis (Quero-quero). ......................................................... 107
Figura 48: Paroaria dominicana (Cardeal-do-nordeste). ........................................ 107
Figura 49: Gnorimopsar chopi (Assum-preto). ....................................................... 108
Figura 50: Nyctidromus hirundinaceus (Bacurauzinho-da-caatinga). ..................... 108
Figura 51: Furnarius rufus (João-de-barro). ........................................................... 108
Figura 52: Crotophaga ani (Anu-preto). .................................................................. 108
Figura 53: Bubulcus ibis (Garça-boieira). ............................................................... 108
Figura 54: Pitangus sulphuratus (Bem-te-vi). ......................................................... 108
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Figura 55: Guira Guira (Anu-Branco). .................................................................... 110


Figura 56: Columbina picui (Rolinha-branca). ........................................................ 110
Figura 57: Columbina squammata (Rolinha-fogo-apagou)..................................... 110
Figura 58: Troglodytes musculus (Corruíra ou Garrincha). .................................... 110
Figura 59: Forpus xanthopterygius (Tuim).............................................................. 110
Figura 60: Pseudoseisura cristata (Casaca-de-couro ). ......................................... 110
Figura 61: Lepidocolaptes angustirostris (Arapaçu-de-cerrado). ............................ 111
Figura 62: Tyrannus melancholicus (Suiriri). .......................................................... 111
Figura 63: Mimus saturninus (Sabiá-do-campo)..................................................... 111
Figura 64: Fluvicola nengeta (Lavadeira). .............................................................. 111
Figura 65: Passer griseus (Pardal-de-cabeça-cinzenta). ....................................... 111
Figura 66: Eupsittula cactorum (Periquito-da-caatinga). ........................................ 111
Figura 67: Rupornis magnirostris (Gavião-carijó). .................................................. 112
Figura 68: Milvago chimachima (Gavião-carrapateiro). .......................................... 112
Figura 69: Eupetomena macroura (Beija-flor-tesoura). .......................................... 112
Figura 70: Cyanocorax cyanopogon (Cancão). ...................................................... 112
Figura 71: Nothura boraquira (Codorna-do-nordeste). ........................................... 112
Figura 72: Athene cunicularia (Coruja-buraqueira). ................................................ 112
Figura 73: Euphractus sexcinctus (Tatu-peba) - registro de toca. .......................... 114
Figura 74: Callithrix jacchus (Sagui-do-tufo-branco). ............................................. 114
Figura 75: Didelphis albiventris (Gambá-de-orelha-branca ou saruê). ................... 114
Figura 76: Herpailurus yagouaroundi (Gato-mourisco) - registro de filhote. ........... 114
Figura 77: Kerodon rupestris (Mocó). ..................................................................... 115
Figura 78: Cavia aperea (Preá). ............................................................................. 115
Figura 79: Cerdocyon thous (Cachorro-do-mato). .................................................. 115
Figura 80: Lycalopex vetulus (Raposa-do-campo). ................................................ 115
Figura 81: Conepatus semistriatus (Cangambá ou gambá-listrado). ..................... 115
Figura 82: Mazama gouazoubira (Veado-catingueiro) - registro de pegadas. ........ 115
Figura 83: Procyon cancrivorus (Guaxinim ou mão-pelada) - registro de pegadas.
................................................................................................................................ 116
Figura 84: Dicotyles tajacu (Cateto) - registro de filhote. ........................................ 116
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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Dados climáticos do local ........................................................................ 25


Quadro 2: Características do módulos fotovoltaicos. ............................................... 28
Quadro 3: Características gerais dos inversores. ..................................................... 29
Quadro 4: Características do eletrocentro ................................................................ 29
Quadro 5: Arranjo fotovoltaico. ................................................................................. 32
Quadro 6: Configurações dos arranjos das unidades geradoras ............................. 32
Quadro 7: Características gerais dos Trackers. ....................................................... 35
Quadro 8: Cronograma de entrada em operação..................................................... 36
Quadro 9: Etapas da execução da obra. .................................................................. 39
Quadro 10: Consumo diário de água por tipo de atividade....................................... 47
Quadro 11: Ações preventivas e cronograma proposto. .......................................... 51
Quadro 12: Cronograma do período de execução das obras de implantação dos
parques / etapas (sintetizado). .................................................................................. 56
Quadro 13: Descrição das áreas. ............................................................................. 60
Quadro 14: Avaliação das condicões climáticas....................................................... 64
Quadro 15: Avaliação dos acessos dos critérios de acesso e área urbana. ............ 64
Quadro 16: Avaliação quanto aos critérios fisiográficos. .......................................... 64
Quadro 17: Avaliação quanto aos critérios técnicos/econômicos............................. 65
Quadro 18: Avaliação final das alternativas locacionais. .......................................... 65
Quadro 19: Áreas de influência do empreendimento. .............................................. 71
Quadro 20: Classificação de impactos ambientais. ................................................ 129
Quadro 21: Valoração de impactos ambientais. ..................................................... 130
Quadro 22: Ficha de Avaliação de Impacto Ambiental – Fase de Planejamento. .. 131
Quadro 23: Ficha de Avaliação de Impacto Ambiental – Fase de Implantação. .... 132
Quadro 24: Ficha de Avaliação de Impacto Ambiental – Fase de Operação. ........ 137
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SUMÁRIO

1 IDENTIFICAÇÃO1 ................................................................................................ 13
1.1 Dados da contratada ......................................................................................... 14
1.2 Dados da contratante ........................................................................................ 14
1.3 Equipe técnica .................................................................................................. 14
2 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 18
3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 20
4 CONCEPÇÃO DA UFV CANINDÉ DE SÃO FRANCISCO .................................. 22
4.1 Localização e acessos ..........................................................................................23
4.2 Recurso solar e condições climáticas ..................................................................25
4.3 Caracterização da área da Usina Solar Fotovoltaica Canindé de São Francisco
25
4.4 Concepção técnica da UFV ..................................................................................26
4.4.1 Módulos fotovoltaicos ..................................................................................... 28

4.4.2 Inversores ....................................................................................................... 28

4.4.3 Eletrocentro .................................................................................................... 29

4.4.4 Configuração dos arranjos .............................................................................. 31

4.5 Descrição dos demais componentes e sistemas .................................................32


4.5.1 Caixa de junção e proteção CC (String Box) .................................................. 32

4.5.2 Circuitos e condutores elétricos em corrente contínua ................................... 33

4.5.3 Conectores ..................................................................................................... 33

4.5.4 Rede de média tensão .................................................................................... 33

4.5.5 Aterramento e proteção contra descargas atmosféricas ................................. 34

4.5.6 Estruturas de suporte dos módulos fotovoltaicos ............................................ 34

4.5.7 Serviços auxiliares .......................................................................................... 35

4.5.8 SE Coletora Canindé de São Francisco e Interligação ao SIN ....................... 35

4.5.9 Etapas construtivas ........................................................................................ 39

4.5.10 Histogramas de mão de obra e equipamentos ............................................... 48

4.5.11 Operação do Complexo Fotovoltaico .............................................................. 49


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4.6 Aspectos ambientais .............................................................................................52


4.6.1 Uso da água ................................................................................................... 52

4.6.2 Efluentes líquidos............................................................................................ 53

4.6.3 Emissões atmosféricas ................................................................................... 54

4.6.4 Ruídos e vibrações ......................................................................................... 54

4.6.5 Processos erosivos ......................................................................................... 54

4.6.6 Qualidades das águas .................................................................................... 55

4.6.7 Flora e fauna ................................................................................................... 55

4.6.8 Impactos socioeconômicos ............................................................................. 55

4.7 Cronograma de execução de obras .....................................................................56


5 ALTERNATIVAS LOCACIONAIS ...................................................................... 58
5.1 Condicionantes tecnológicas ............................................................................ 59
5.2 Descrição das áreas ........................................................................................... 60
5.2.1 Alternativa locacional 01 ................................................................................. 60

5.2.2 Alternativa locacional 02 ................................................................................. 61

5.2.3 Alternativa locacional 03 ................................................................................. 62

5.3 Hierarquização das áreas ................................................................................... 63


5.3.1 Climática ......................................................................................................... 64

5.3.2 Critério de acesso e área urbana .................................................................... 64

5.3.3 Critérios fisiográficos....................................................................................... 64

5.3.4 Critérios técnicos/econômicos ........................................................................ 65

5.4 Indicativo das áreas ............................................................................................ 65


6 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................ 66
7 DIAGNÓSTICO ..................................................................................................... 69
7.1 Áreas de influência do empreendimento ........................................................... 70
7.1.1 Área de influência indireta .............................................................................. 72

7.1.2 Área de influência direta ................................................................................. 74

7.1.3 Área diretamente afetada ............................................................................... 75

7.2 Meio físico ......................................................................................................... 76


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7.2.1 Climatologia e condições meteorológicas ....................................................... 76

7.2.2 Geologia e geomorfologia ............................................................................... 77

7.2.3 Pedologia ........................................................................................................ 80

7.2.4 Recursos minerários ....................................................................................... 83

7.2.5 Patrimônio arqueológico ................................................................................. 84

7.2.6 Recursos Hídricos .......................................................................................... 86

7.2.7 Qualidade do ar, ruído e vibração ................................................................... 89

7.3 Meio biótico ....................................................................................................... 89


7.3.1 Caracterização da flora ................................................................................... 90

7.3.2 Metodologia .................................................................................................... 90

7.3.3 Fitofisionomia.................................................................................................. 91

7.3.4 Caatinga ......................................................................................................... 92

7.3.5 Caracterização da fauna (terrestre, aquática, aérea e cavernícola).............. 102

7.4 Meio antrópico ................................................................................................ 116


7.4.1 Histórico ........................................................................................................ 117

7.4.2 Caracterização .............................................................................................. 118

7.4.3 Atividades econômicas ................................................................................. 119

7.4.4 Área de proteção legal e de fragilidade ........................................................ 122

7.4.5 Parque Natural Municipal Lagoa do Frio....................................................... 123

8 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS ..... 125


8.1 Aspectos metodológicos do processo de avaliação .......................................... 127
8.2 Metodologia ...................................................................................................... 128
9 PLANOS E PROGRAMAS AMBIENTAIS ......................................................... 139
9.1 Programa de gestão ambiental ......................................................................... 140
9.2 Programa de controle ambiental de obras ........................................................ 141
9.3 Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) ............. 141
9.4 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos ................................................... 142
9.5 Programa de educação ambiental .................................................................... 142
9.6 Programa de educação sexual.......................................................................... 143
9.7 Programa de controle e monitoramento de ruídos ............................................ 143
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9.8 Programa de gerenciamento de emissões atmosféricas .................................. 144


9.9 Plano de compensação ambiental .................................................................... 144
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 146
11 REFERÊNCIA .................................................................................................... 148
GLOSSÁRIO ........................................................................................................... 158
TERMO DE ENCERRAMENTO .............................................................................. 161
1 IDENTIFICAÇÃO1

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1.1 Dados da contratada

Razão Social Energias do São Francisco LTDA

Nome Fantasia: ENESF


CTF /
CNPJ: 28.629.837/0001-13 8295140
IBAMA:
Endereço: Fazenda Santa Fé, Rodovia SE-230, KM 183, Povoado Canabrava

Município: Canindé de São Francisco / SE CEP: 49.820-000


Responsável
Liu Ming
legal:
Telefone: (48) 98834-3684

Email: liu.ming@novaparticipações.com

1.2 Dados da contratante

Razão Social Gabriela Almeida Consultoria Ambiental EIRELI

Nome Fantasia: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental


CTF /
CNPJ: 37.021.558/0001-63 7679018
IBAMA:
Endereço: Rua Minervino de Souza Fontes, nº 150, Bairro Salgado Filho

Município: Aracaju / SE CEP: 49.020-430


Responsável
Maria Gabriela Bispo Almeida
legal:
Contato: (79) 99991-5397

Email: gabriela@gabrielaalmeidaconsultoria.com.br

1.3 Equipe técnica

Profissional: Maria Gabriela Bispo Almeida


Formação: Doutora em Biotecnologia Industrial e Especialista em Meio Ambiente
Registro
CREA nº 27079318455SE CTF / IBAMA: 6770632
profissional:
Contato: (79) 99991-5397

Email: gabriela@gabrielaalmeidaconsultoria.com.br

ART: Nº SE20220275192

Função: Coordenação do estudo

Assinatura:

Profissional: Tatiane Feitosa Santos

Formação: Engenheira Ambiental


Registro
CREA nº 2718355174SE CTF / IBAMA: 7516984
profissional:

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Contato: (79) 99689-4798

Email: contato@gabrielaalmeidaconsultoria.com.br

ART: Nº SE20220279837
Função: Coordenação do estudo

Assinatura:

Profissional: Maria Luiza de Oliveira Leite


Formação: Bióloga
Registro
CRBio 59.463/08-D CTF / IBAMA: 5538289
profissional:
Contato: (79) 99689-4798

Email: contato@gabrielaalmeidaconsultoria.com.br

ART: -

Assinatura:

Profissional: Mário Sérgio Melo Barreto


Formação: Ciências biológicas
Registro
CRBio 105.219/08-D CTF / IBAMA: 5499746
profissional:
Contato: (79) 99123-7462

Email: marioeas2511@gmail.com

ART: N° 8-20588/22

Assinatura:

Profissional: Paula Luiza Santos Ismerim

Formação: Engenheira Florestal, mestre em agrossistemas


Registro
CREA nº 13231SE CTF / IBAMA: 7796113
profissional:
Contato: (79) 99971-5720

Email: p.luizas@gmail.com

ART: Nº SE20220279897

Assinatura:

Profissional: Thadeu Ismerim Silva Santos


Formação: Engenheiro Florestal, mestre em agrossistemas
Registro
CREA nº 13173SE CTF / IBAMA: 4893178
profissional:
Contato: (79) 99964-4244

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ART: Nº SE20220279910

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MARÇO/2023 CANINDÉ DE SÃO FRANCISO/SE 00

Assinatura:

Profissional: Orlando Figueiredo Souza de Araújo


Formação: Advogado
Registro
OAB/SE 14444 CTF / IBAMA: -
profissional:
Contato: (79) 99967-3045

Email: contato@orlandoaraujoadv.com

Assinatura:

Profissional: Ítalo Santana Santos

Formação: Geólogo
Registro
CREA nº 2714266177SE CTF / IBAMA: 7403259
profissional:
Contato: (79) 998314105

Email: sn_italo@hotmail.com

ART: SE20220275192

Assinatura:

Profissional: Liu Ming


Formação: Engenheiro civil
Registro
2501521765 / SC CTF / IBAMA: 302296
profissional:
Contato: 48 8834-3684

Email: liu.ming@novaparticipacoes.com

ART: -

Assinatura: -

Profissional: Paulo Roberto Fraga Zuch


Formação: Engenheiro eletricista – eletrônica
Registro
2206037831 CTF / IBAMA:
profissional:
Contato: 48 8834-3684

Email: zuch@zuch.com.br

ART: Nº SE20210237066 (cargo e função)

Assinatura: -

Profissional: Fernanda Regina dos Santos Silva

Formação: Estagiária – Tecnóloga em Saneamento Ambiental

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Registro
- CTF / IBAMA: 8094905
profissional:
Contato: (79) 99804-0499

Email: eu.fernadaregina@hotmail.com

Assinatura:

Profissional: Laíza Lima Santos

Formação: Estagiária de Geologia – 10º período


Registro
- CTF / IBAMA: 8296704
profissional:
Contato: (79) 99133-8659

Email: limaglaiza@gmail.com

Função: Diagnóstico do meio físico

Assinatura:

Profissional: Camila Cavalcante


Licenciatura em História
Formação:
Estagiária de Arqueologia – 10º período.
Registro
- CTF / IBAMA: 8294834
profissional
Contato: (79) 99133-7529
Email: mih.cavalcantih@gmail.com

Assinatura

Profissional: Beatriz da Silva Lima Moreira

Formação: Arqueóloga
Registro
- CTF / IBAMA: 8294841
profissional
Contato: (79) 99117-1334
Email: contato@gabrielaalmeidaconsultoria.com.br

Função Patrimônio cultural, arqueológico e natural

Assinatura

Profissional: Carolline Batista dos Santos

Formação: Arquiteta e Urbanista


Registro
A261672-6 CTF / IBAMA: 8296241
profissional
Contato: (79) 99831-6631

Email: contato@gabrielaalmeidaconsultoria.com.br

Assinatura

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RIMA – UFV

2 INTRODUÇÃO
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O empreendimento objeto desse projeto é a Usina Solar Fotovoltaica (UFV)


Canindé de São Francisco, com previsão de potência instalada de 1.152 MW, numa
área de 3.191,1868 há. A usina está localizada o povoado Canabrava, às margens da
SE-230, no municipio de Canindé de São Francisco, Estado de Sergipe. O município
situa-se no noroeste do estado, próximo às divisas com os estados da Bahia e de
Alagoas.
Em sua concepção inicial, a usina contará com 2.271.744 módulos fotovoltaicos
fabricados a partir da tecnologia de silício monocristalino, bifacial, e potência unitária
de 640 Wp, sistema de rastreamento solar de 1 eixo e 384 inversores solares com
potência de 3.001kVA cada, a temperatura de 50°C, sendo limitada à 3.000 kW, por
ação de controle, para que a cada Usina totalize 300.000 kW de potência instalada,
exceto a UFV CSF III. A usina ocupará uma área total 3191,1868 ha, onde serão
prospectadas 22 propriedades.
A energia produzida pelos módulos fotovoltaicos e imposta aos inversores, será
coletada por uma rede de média tensão em 34,5 kV com destino à Subestação
Coletora da Usina em 34,5/500 kV. A SE Coletora destina-se à proteção e manobra
da Usina e à elevação da tensão gerada de modo a possibilitar a conexão ao Sistema
Interligado Nacional. A subestação possuirá uma área aproximada de 80.000 m² e
possuirá uma saída de linha de transmissão em 500 kV, comprimento aproximado de
22,85 km, destinadas à Subestação Xingó.
Quando em operação o Parque Fotovoltaico Canindé de São Francisco
produzirá energia suficiente para suprir a demanda de 1.350.000 residências
brasileiras e fará com que a matriz energética brasileira deixe de gerar cerca de
289.000 toneladas de gás carbônico por ano.

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RIMA – UFV

3 JUSTIFICATIVA

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A crescente preocupação com a preservação do meio ambiente e a busca pela


diversificação da matriz elétrica, associado com o aumento na demanda por energia
e desenvolvimento da indústria, impulsionou a geração de energia elétrica no mundo
a partir de fontes renováveis, como a fonte solar. O Brasil possui um ótimo índice de
radiação solar, principalmente no Nordeste.
O processo de geração de energia solar é considerado um dos mais
sustentáveis levando em consideração o ciclo desde a fabricação dos equipamentos
e materiais necessários para a montagem do sistema fotovoltaico, incluindo os painéis
solares – que é feita por processos industriais controlados, que não poluem o meio
ambiente, passando pelo efeito fotovoltaico que converte os raios solares em energia
elétrica sem emitir CO2 na atmosfera, em um processo com ausência total de poluição
sonora.
A produção de energia elétrica utilizando a irradiação solar possui diversos
benefícios ambientais e econômicos:
 Redução da poluição e taxas de carbono: a energia solar é uma grande aliada
na redução da poluição, pois ela não retira da natureza nenhum recurso, gera
qualquer desequilíbrio ambiental e não emite nenhum resíduo (químico ou
sonoro), causadores do efeito estufa;
 Energia infinita: considerando que a fonte da geração de energia fotovoltaica é
o sol, podemos afirmar que essa alternativa nunca acabará.
 Sustentabilidade: a sustentabilidade da produção de energia fotovoltaica fica
por conta do seu processo natural de geração, o qual necessita apenas da
radiação solar para existir.
Diante disso, considerando o compromisso de ampliar a participação de fontes
renováveis na matriz energética e o potencial solar nos estados da região Nordeste,
entende-se a importância da instalação da Usina Canindé de São Francisco para o
setor energético atual e para a economia do município de Canindé de São Francisco,
através de pagamentos de impostos e geração de aproximadamente 800 empregos
na fase de implantação.

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RIMA – UFV

4 CONCEPÇÃODA
UFV CANINDÉ DE
SÃO FRANCISCO

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Nos itens que seguem serão descritas e detalhadas a localização e acessos, a


concepção técnica, as obras civis, a instalação e operação e os aspectos ambientais
da Usina Solar Fotovoltaica Canindé de São Francisco. Para a implantação da usina
serão investidos aproximadamente R$5.810.000.000,00 (cinco bilhões e oitocentos e
dez milhões de reais).

4.1 Localização e acessos

A Usina Fotovoltaica será implantada no município de Canindé de São


Francisco no estado de Sergipe, coordenadas de referência Latitude 610.600 m e
Longitude 8.941.355 m, no sistema de coordenadas UTM – SIRGAS 2000, 24 S. A
área prospectada constitui-se por propriedades rurais acessadas através da rodovia
SE-230, distante cerca de 32 km de centro de Canindé de São Francisco, no sentido
do municipio de Paulo Afonso, no estado da Bahia (Figura 1).
O acesso a partir de Aracaju, é feito através das rodovias pavimentadas BR-
235, BR-101 e SE-206, num percurso aproximado de 213 km (via Nossa Senhora das
Dores), ou através das rodovias BR235/SE-106/SE-206 (via Itabaiana). O acesso à
usina se dá através de uma estrada em revestimento primário de aproximadamente
4,5 km que liga a entrada da usina à rodovia estadual SE-230.

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Figura 1: Planta de Localização Georreferenciada


Fonte: GA Consultoria ambiental, 2022.

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4.2 Recurso solar e condições climáticas

Para a adequada análise do desempenho do sistema de geração solar foi


realizado o estudo da incidência solar na localidade, conforme mostra no Quadro
1Erro! Fonte de referência não encontrada.. Os dados de radiação solar foram
obtidos da certificação dos dados solarimétricos.

Quadro 1: Dados climáticos do local


Radiação global Radiação difusa
Temperatura Velocidade do
Mês horizontal diária diária média
(°C)* vento (m/s)
média (kWh/m²)* (kWh/m²)**
Janeiro 29,40 3,73 6,55 2,65
Fevereiro 29,42 3,60 6,61 2,64
Março 29,41 3,35 6,35 2,45
Abril 28,27 3,43 5,50 2,27
Maio 26,62 3,29 4,65 2,10
Junho 24,91 3,50 4,17 2,03
Julho 24,15 3,56 4,29 2,13
Agosto 24,53 3,97 5,03 2,32
Setembro 26,10 4,44 5,83 2,57
Outubro 28,00 4,39 6,65 2,48
Novembro 29,29 4,01 7,03 2,33
Dezembro 29,40 3,83 6,71 2,48
[*] Dados meteorológicos derivado de Satélite calibrados com medição local.
[**] Dados derivado de Satélite calibrados com medição local – calculado.
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022

4.3 Caracterização da área da Usina Solar Fotovoltaica Canindé de São


Francisco

O empreendimento apresenta as seguintes características gerais:


 Topografia: Plana com leve declividade. Existe espaço disponível e condições
para locação adequadas dos blocos de geração.
 A área de intervenção é antropizada sendo em sua maior parte utilizada para
agricultura. O restante da área é formado por pasto para a criação de gado, ou
por vegetação de pequena estatura e com alguns aglomerados de caatinga de
baixa densidade arbórea.
 Terraplanagem: É necessária a limpeza e supressão da vegetação de toda a

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área prevista para a instalação dos módulos solares e outras edificações,


devendo ser prevista uma terraplanagem para nivelamento de elevações
pontuais que possam dificultar o alinhamento das estruturas. Eventual
derrocamento de pequenos afloramentos rochosos poderá ser necessário.

4.4 Concepção técnica da UFV

Nos itens 4.4.1 a 4.4.4 são descritas e detalhadas as características dos


principais elementos, a solução típica dos arranjos e layout da usina.

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Figura 2: Layout da UFV Canindé de São Franciso.


Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

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4.4.1 Módulos fotovoltaicos

Para a Usina Fotovoltaica UFV Canindé de São Francisco foram especificados


módulos fotovoltaicos (FV) do tipo monocristalino, com potência nominal nas
condições padronizadas de teste (STC1) de 640 Wp. As principais características dos
módulos são apresentadas no Quadro 2.

Quadro 2: Características do módulos fotovoltaicos.


Dados Elétricos
Fabricante Canadian Solar
Modelo CS7N-640MB-AG
Potência Nominal (Pmáx) Wp 640
Tensão operacional ideal (Vmp) V 37,5
Corrente operacional ideal (Imp) A 17,07
Tensão de circuito aberto (Voc) V 44,6
Corrente de curto-circuito (Isc) A 18,31
Eficiência do módulo % 20,6
Tensão máxima do sistema V 1500
Corrente máxima do fusível A 35

Características de temperatura
Coeficiente de temperatura (Pmáx) (%/°C) -0,34
Coeficiente de temperatura (Voc) (%/°C) -0,26
Coeficiente de temperatura (Isc) (%/°C) 0,05
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

Os módulos serão manuseados e instalados de acordo com as


especificaçõese recomendações do fabricante.

4.4.2 Inversores

A configuração módulo/inversor ou dos arranjos é resultado do estudo que


concilia os padrões elétricos dos módulos e as características de operação doinversor,
definindo a solução do sistema em corrente contínua. O número de módulosem série
é definido de acordo com a tensão de funcionamento do inversor. O Quadro 3
apresenta os quantitativos adotados na formação do arranjo fotovoltaico.

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Quadro 3: Características gerais dos inversores.


Dados do Inversor
Fabricante Ingeteam
Modelo 1690TL B630
Intervalo de Tensão MPPT V 895 a 1.300
Máxima tensão CC V 1.500
Máxima corrente CC A 3.955
Entradas CC - 10
Entradas MPPT - 1
Proteção contra sobretensão - Sim
Proteção dos polos de entrada - Fusível
Tensão nominal CA V 630
Potência CA nominal (temp. 40°C) kVA 3.492
Potência CA nominal (temp. 50°C) 3001
Faixa de ajuste do FP - 0,0 – 1,0
Corrente máxima de saída A 3.200
Número de fases/configuração - 3
Eficiência Máxima % 98,9
Eficiência Européia % 98,5
Comunicação - Modbus, RS485, USB
Faixa de operação padrão °C (-20 a 60)
Faixa de umidade relativa % rel. (0 a 100)
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

4.4.3 Eletrocentro

Eletrocentro é uma estação onde se encontram os inversores, transformador,


cubículos de média tensão, além de equipamentos auxiliares. As principais
características constam no Quadro 4.

Quadro 4: Características do eletrocentro


Dados do Eletrocentro
Dimensões modelo (C/L/A) m 11,39 / 2,10 / 2,46
Grau de Proteção - IP55
Controle de temperatura - Ventilação ar natural
Inversor kVA 2x 3.492
Cubículo de proteção MT
Tensão nominal kV 34,5
Dispositivo de manobra/proteção - Disjuntor
Transformador
Potência kVA 6.984
Tensão primária kV 34,5
Tensão secundária kV 0,63-0,63
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

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Na Figura 3 é lustrada a arquitetura do eletrocentro típico.

Figura 3: Esquema elétrico do eletrocentro.


Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022

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A Figura 4 ilustra a arquitetura de stringbox típica.

Figura 4: Esquema elétrico da string box.


Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022

4.4.4 Configuração dos arranjos

A configuração módulo/inversor ou dos arranjos é resultado do estudo que


concilia os padrões elétricos dos módulos e as características de operação doinversor,
definindo a solução do sistema em corrente contínua. O número de módulosem série
é definido de acordo com a tensão de funcionamento do inversor. O Quadro 5Erro!
Fonte de referência não encontrada. apresenta os quantitativos adotados na
formação do arranjo fotovoltaico.

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Quadro 5: Arranjo fotovoltaico.


Formação do arranjo fotovoltaico
Quantidade módulo por string 34
Quantidade de strings por stringbox 18
Quantidade de stringbox por inversor 10 (9x18 + 1x12)
Quantidade de strings por inversor 174
Quantidade de inversores por eletrocentro 2
Quantidade de strings por mesa 3
Dimensões aproximada da mesa (C x L) 49,2 x 4,7 m
Afastamento entre estruturas 6,5 m
Quantidades de trackers por eletrocentro 116
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

A UFV Canindé de São Francisco apresenta a configuração elétrica


apresentada no Quadro 6.

Quadro 6: Configurações dos arranjos das unidades geradoras


UFV CSF UFV CSF UFV CSF UFV CSF Total
Configuração dos arranjos
I II III IV

Número total de módulos 591.600 591.600 496.944 591.600 2.271.744


Número total de strings 17.400 17.400 14.616 17.400 66.816
Número total de stringbox 1.000 1.000 840 1.000 3.840
Número total de inversores 100 100 84 100 384
Potencial CA nominal inversores
3.000 3.000 3.000 3.000 -
(kW)
Número total de trackers 5.800 5.800 4.872 5.800 22.272
Número total de eletrocentros 50 50 42 50 192
Potência CA (kW) 300.960 300.960 200.640 300.960 1.103.520
Potência CC (kWp) 377.214 377.214 251.476 377.214 1.383.117
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

4.5 Descrição dos demais componentes e sistemas

Nos itens 4.5.1 a 4.5.7 estão descritos os principais critérios e características


técnicas dos demais equipamentos e materiais aplicados no projeto.

4.5.1 Caixa de junção e proteção CC (String Box)

O sistema fotovoltaico possuirá quadros de proteção e paralelização no lado de


corrente contínua. Cada quadro possuirá fusíveis, dispositivos de proteção contra

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surtos e chave de seccionamento. São previstas caixas com 18 entradas.

4.5.2 Circuitos e condutores elétricos em corrente contínua

De maneira geral as conexões começam na ligação em série entre os módulos


fotovoltaicos, formam-se assim as strings (ou séries de módulos) formando um circuito
direcionado às strings boxes (ou caixas de junção) e então o circuito é encaminhado
aos inversores para conversão CC/CA (corrente contínua / corrente alternada). Dos
inversores a energia será conduzida para os transformadores elevadores para então
ser transmitida para a subestação coletora.
Os cabos CC das strings serão encaminhados pelas estruturas metálicas de
suporte e as travessias entre mesas serão realizadas por meio de eletrodutos até as
caixas de junção. Na sequência, até os inversores, os cabos serão encaminhados
através de valas, sendo previsto o método de instalação diretamente enterrado.
Os condutores elétricos serão dimensionados respeitando-se as capacidades
máximas admissíveis. Devido as grandes distâncias, admite-se uma queda máxima
de tensão de 1,75 % em cada circuito CC e perda de potência máxima CC de 1 %. Os
condutores serão instalados em locais apropriados, capazes de suportar os esforços
mecânicos permanentes e variáveis, de maneira a evitar balanços, tensões ou
estrangulamentos. Os condutores de corrente contínua terão isolação de 1,8 kV. Os
cabos das strings serão conduzidos pela estrutura metálica até a caixa de junção e
têm bitola de 6 mm².

4.5.3 Conectores

Os conectores CC fazem a conexão elétrica entre os cabos das strings e o cabo


principal que faz o paralelo do circuito e chega até o inversor. Todas as conexões de
strings utilizam conectores Multi Contact® tipo MC4 ou similares que apresentem os
mesmos padrões. Em terminações de cabos que não utilizam conectores do tipo MC4,
deverão ser utilizados terminais pré-isolados.

4.5.4 Rede de média tensão

A rede de média tensão em 34,5 kV será formada pela conexão entre os

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eletrocentros e a conexão desses com as subestações intermediárias e os cubículos


de média tensão instalados na SE Coletora.
O cabo de média tensão será da classe de tensão 20/35 kV, seções
transversais entre 150 mm² e 500 mm². Os cabos considerados são unipolares,
isolação em EPR, temperatura máxima de operação contínua 105 °C, condutores de
alumínio, protegidos para uso diretamente enterrado. Os circuitos foram
dimensionados admitindo-se uma queda máxima de tensão de 2 % em cada circuito
e perda de potência máxima de 3 %. No cálculo das perdas elétricas, além dos
circuitos de média tensão, são considerados os transformadores 0,55/34,5 kV, 34,5/69
kV e linha de transmissão 69 kV.
Os cabos serão instalados em valas suficientes para que o fator de
agrupamento a ser aplicado no dimensionamento dos circuitos não ultrapasse 0,76
(equivalente ao agrupamento de três circuitos).

4.5.5 Aterramento e proteção contra descargas atmosféricas

O sistema de aterramento deve ser dimensionado de modo a garantir um


percurso de pouca resistência à terra e o consequente escoamento de eventuais
correntes elétricas provenientes de uma falta ou de descargas atmosféricas.
A região a ser protegida abrange os módulos fotovoltaicos, stringboxes,
cabeamento de baixa e média tensão e eletrocentros.
O sistema de aterramento da Usina Fotovoltaica Canindé de São Francisco
será composto, em resumo, pela equipotencialização de todas as estruturas metálicas
dos trackers, hastes de aterramento sob as stringboxes, malha de aterramento com
hastes de aterramento sob os eletrocentros interligados entre si e à subestação
coletora, além de cabos de cobre nu por todas as valas de baixa e média tensão.
Ainda, como proteção contra descargas atmosféricas, a cerca metálica ao redor do
empreendimento também será aterrada, além de dispositivos de proteção contra
surtos instalados nas stringboxes, entre ambos os polos dos paralelos dos strings e à
terra.

4.5.6 Estruturas de suporte dos módulos fotovoltaicos

A estrutura metálica de suporte dos módulos será do tipo tracker com eixos

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horizontais N- S (norte-sul). A estrutura de suporte dos módulos é dimensionada para


ser resistente às condições ambientas e suportar os esforços causados pelos módulos
fotovoltaicos e cargas adicionais causadas pelos ventos na região. A estrutura deve
comportar-se de tal modo que a estabilidade seja assegurada; deformações
localizadas devem ser evitadas, a fim de não causar danos aos painéis.
No Quadro 7 são resumidas as principais características dos trackers.

Quadro 7: Características gerais dos Trackers.


Características gerais dos Trackers
Amplitude de giro 120°
Configuração (disposição dos módulos) Eixo horizontal bifileira
Dimensões gerais (C x L x H) (68,17 x 2,38 x 4,59) m

Dados Elétricos
Suprimento de Energia Autônomo (FV) ou CA mono
Sistema de comunicação RS-485
Monitoramento e controle Sistema SCADA
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

4.5.7 Serviços auxiliares

Está previsto a iluminação local na entrada da usina e pátio de recepção. As


demais cargas previstas são das câmeras do serviço de segurança e as cargas
internas aos eletrocentros e SE Coletora.

4.5.8 SE Coletora Canindé de São Francisco e Interligação ao SIN

As redes de média tensão em 34,5 kV formadas pelos eletrocentros são


direcionadas para uma Subestação Coletora 34,5/500 kV, onde terão sua tensão
elevada para conexão ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
O transformador elevador de cada usina, CSF I, II e IV, terá potência de 335
MVA. Em cada barra em 34,5 kV serão conectados 8 (oito) alimentadores, em outra
barra também de 34,5kV serão conectados 9 (nove) alimentadores, totalizado 17
(dezessete) alimentadores.
A usina CSF III terá o transformador elevador com potência de 280 MVA. Em
cada barra em 34,5 kV serão conectados 7 (sete) alimentadores, totalizado 14
(catorze) alimentadores.

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O pátio de 500 kV, com esquema de manobra em disjuntor e meio, conforme


determinação dos Procedimentos de Rede do ONS, será composto por 2,5 vãos
completos, totalizando 4 módulos para conexão de transformadores, 3 módulos de
interligação de barra e 1 módulo de entrada de linha. O módulo de entrada de linha
conectará a Usina ao SIN através de uma linha de transmissão em 500 kV, circuito
simples (3x900 MCM Ruddy), comprimento aproximado de 22,85 km, entre a SE
Coletora Canindé de São Franciso e a SE Xingó 500 kV.
A princípio todos as etapas dos Módulo 1 (Etapas I e II) e Módulo 2 (Etapas III
e IV) da UFV Canindé de São Francisco deverão ser interligados ao SIN, através da
Subestação Xingó, a ser confirmado pelo Parecer de Acesso do ONS. O cronograma
de entrada em operação é conforme apresentado na Quadro 8.

Quadro 8: Cronograma de entrada em operação.


UFV Canindé de São Francisco
Cronograma de entrada em operação
Módulos Módulo 1 Módulo 2
Etapas Etapa I Etapa II Etapa III Etapa IV
Potência 300 MW 300 MW 252 MW 300 MW
Entrada operação Jan / 2024 Jan / 2026 Jan / 2029 Jan / 2030
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

A Subestação Xingó, localizada no município de Canindé de São Francisco,


estado de Sergipe, serve a Usina Hidrelétrica de Xingó com potência de 3.162 MW,
fazendo parte da Rede Básica do SIN e está conectada às Subestações Angelim II,
Messias, Jardim e Paulo Afonso IV. A SE Xingó é de responsabilidade da Companhia
Hidrelétrica do São Francisco (CHESF).
A Figura 5 apresenta a localização da UFV Canindé de São Francisco em
relação à Rede Básica da região.

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Figura 5: Rede básica do SIN.


Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

Figura 6 A exibe o traçado preliminar da LT 500 kV da UFV Canindé de São


Francisco, de comprimento aproximado de 22,85 km e 56 torres de transmissão,
instalação e operação da usina fotovoltaica.

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Figura 6: LT 500 kV UFV CSF - SE XINGÓ – Planta do Traçado Preliminar.


Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022

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4.5.9 Etapas construtivas

No Quadro 9 estão listadas as principais atividades a serem desenvolvidas na


implantação da usina fotovoltaica. A execução das obras, a partir do momento em que
as áreas estiverem liberadas, seguirá a seguinte sequência:
 Instalações preliminares;
 Obra civil;
 Montagem Mecânica;
 Montagem Elétrica;
 Comissionamento.

Quadro 9: Etapas da execução da obra.


Etapas Atividade
Mobilização
Levantamento Topográfico
1 - Instalações Preliminares
Instalação de cercas e portões
Construção do canteiro de obras
Execução da supressão vegetal/raspagem do solo
Locação complementar das fundações
2 - Obra Civil - Usina
Execução dos acessos internos
Valas (drenagem e cabeamento)
Cravação das hastes metálicas
3 – Montagem mecânica Montagem das mesas de suporte
Instalação dos módulos fotovoltaicos
Lançamento dos cabos BT
Instalação das caixas de junção
4 - Montagem elétrica Execução do sistema de aterramento
Lançamento dos cabos MT
Subestações Unitárias
Inspeção visual
5 - Comissionamento
Medição e testes funcionais
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

O projeto dos equipamentos e sistemas deve fornecer níveis máximos de


confiabilidade, disponibilidade e segurança. Todos os materiais e sistemas serão
projetados, fabricados e montados em conformidade com as normas e regulamentos
pertinentes, bem como com os manuais de instalação dos fabricantes dos
equipamentos componentes do sistema.

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4.5.9.1 Instalações preliminares

a) Mobilização

A mobilização será realizada no mês inicial das obras, de forma a atender as


respectivas exigências do cronograma. A desmobilização ocorrerá parcialmente, nos
meses finais das obras.

b) Canteiro de obras

O canteiro de obras será situado prioritariamente em área ao norte do


complexo, margeando sua faixa de domínio junto à rodovia BA-230. Para sua
implantação, na fase de obtenção da Licença de Instalação (LI) do Complexo
Fotovoltaico, será entregue os projetos executivos das instalações do canteiro de
obras.
A distribuição das instalações do canteiro de obras será concebida para se
obter um adequado atendimento às necessidades de produção e fluxo das atividades
que serão desenvolvidas.
Para a agilidade necessária de construção são consideradas instalações
padronizadas de simples montagem e desmontagem, como construções modulares e
painéis pré-pintados de madeira e/ou containers metálicos. O uso de tendas também
é considerado.
Na distribuição das diversas instalações no canteiro de obras foram
consideradas premissas básicas, visando dar o máximo de funcionalidade ao mesmo,
respeitando-se todos os padrões de segurança e saúde ocupacional.
As edificações, de maneira geral, serão construídas com painéis de madeira,
com exceção dos sanitários, ambulatórios e cozinha, que deverão ser em alvenaria,
pelo menos até meia parede, para permitir uma melhor condição de salubridade. A
disposição das estruturas e características gerais constará nos desenhos do projeto
executivo.

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4.5.9.1.1 Cercas e portões de acesso

O projeto de cercas e portão de acesso será apresentado em documento


específico do projeto executivo (Licença de Instalação). A Figura 7 ilustra as cercas e
os mourões que serão utilizados na UFV CSF.

Figura 7: Cercas e mourões da usina fotovoltaica.


Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

Serão utilizados mourões de concreto armado pré-moldado com 2,70m, sendo


0,50 m cravados em uma base de concreto simples. A cerca é aterrada com uma
haste de aço de Ø de 3/8” e 1 metro de comprimento a cada 25 metros lineares de
cerca, sem seccionamento. Será construído também uma viga de baldrame com
blocos de concreto para impedir a entrada de animais no complexo.

4.5.9.2 Obra Civil

Nos itens que se seguem são descritas com maiores detalhes algumas das
atividades dentro do pacote de obra civil.

a) Supressão / Raspagem

Com base nas características técnicas dos módulos fotovoltaicos e no projeto

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de implantação do empreendimento, a supressão da vegetação se justifica pelas


seguintes razões:
 A vegetação arbórea precisa ser suprimida para evitar o sombreamento dos
módulos fotovoltaicos e comprometer a geração;
 Devido à topologia de ligação em série nas usinas solares, o sombreamento
parcial de um módulo fotovoltaico compromete a geração de um arranjo inteiro;
 É inviável ter a vegetação nativa em baixo dos painéis devido ao risco a
integridade dos módulos;
 A supressão da vegetação é necessária para não interferir na manutenção dos
módulos fotovoltaicos, pois é preciso ter acesso aos equipamentos por todos
os lados.
Nesta etapa é feita a limpeza do terreno, retirada de árvores, arbustos, raízes,
que impossibilitam a implantação dos trackers e/ou podem gerar algum tipo de
sombreamento. Além da limpeza superficial da vegetação, é feita a remoção de uma
camada de aproximadamente 20 cm do solo a fim de retirar todas as raízes. Em áreas
de pastagem não é necessária a realização da supressão.
As atividades de supressão vegetal e raspagem da camada vegetal serão
realizadas de acordo com as especificações técnicas de projeto e a Autorização de
Supressão Vegetal (ASV) a ser emitida pelo órgão ambiental. A implantação do da
UFV Canindé de São Francisco não exige total nivelamento do seu local de
implantação. Desta forma, serão realizados prioritariamente os ajustes necessários
para a perfeita implantação dos suportes metálicos, limitando-se à movimentação de
terra nos locais onde a declividade do terreno precisa ser corrigida para não extrapolar
os limites de desnível máximos definidos em projeto. A seguir são resumidas as
atividades que compõem a etapa de supressão e raspagem.

Supressão de vegetação: todas as atividades necessárias à supressão


estarão detalhadas no Inventário Florestal e Plano de Exploração Vegetal que será
apresentado ao Órgão Ambiental visando integrar o processo de Autorização para
Supressão Vegetal.

Raspagem do solo: é prevista uma raspagem do terreno (em média de 20 cm)


para remoção do material vegetal resultante para evitar futuras interferências de uma
possível revegetação nas instalações do projeto.

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Compactação: realizada principalmente para aumento da resistência do solo,


servindo também para uniformização de deformidades resultantes da raspagem.

Terraplanagem / Regularização: Realizada a supressão vegetal, novo


levantamento topográfico deve ser feito com o objetivo de se analisar as declividades
resultantes no terreno. De posse da topografia, dois critérios devem ser atendidos.
Primeiramente, tendo em vista o tipo de caminhões que trafegarão pelas vias de
acesso interno, as mesmas devem ter uma rampa máxima de 10%. Em segundo lugar,
o tracker apresenta limitações quanto à declividade máxima do terreno para sua
instalação, variando de acordo com o fabricante, mas em média sendo de 15%. Esta
declividade máxima pode ser alterada com a permissão do fabricante, mas é a
indicada para o correto funcionamento do tracker. Assim, para as áreas onde estes
critérios não são atendidos é necessário realizar ações de terraplenagem (corte e
aterro).
Após regularização do terreno, a equipe de topografia procederá a locação dos
eixos e marcação dos pontos de cravação das fundações metálicas.
As operações de movimentação de terra devem ser executadas utilizando-se
equipamentos adequados, complementados com o emprego de serviço manual. A
escolha do equipamento deve se dar em função da densidade e do tipo de vegetação
local e dos prazos exigidos para a execução da obra.
Os serviços de movimentação de terra devem ser executados de acordo com
as normas do DNIT 104/2009, 106/2009 e 108/2009.
Todas as escavações e aterros deverão apresentar taludes estáveis e
superfícies com acabamento uniforme e drenagem adequada, sendo que a
construtora será responsável pela estabilidade e proteção dos taludes provisórios e
pelo escoramento adequado das escavações.
Tendo em vista a topografia relativamente plana do terreno da Usina
Fotovoltaica Canindé do São Francisco, são previstas intervenções de pequeno porte
para a regularização do terreno para instalação dos trackers, além da supressão
vegetal. O material resultante das escavações deverá ser preferencialmente utilizado
nos aterros de regularização e o excedente encaminhado para as áreas de bota-fora
localizadas no interior da usina ou destinados para empresas licenciadas por órgão
ambiental competente.

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a) Locação topográfica complementar

Após realização dos serviços de desmatamento e limpeza da área, a equipe de


topografia realizará novo levantamento topográfico com objetivo de identificar
possíveis irregularidades existentes na topografia que possam interferir na
implantação dos suportes metálicos e/ou que comprometam o potencial de geração
solar.

4.5.9.3 Montagem mecânica

No ato do recebimento dos materiais e equipamentos, tanto para os trackers


quanto para os módulos fotovoltaicos, a equipe de montagem realizará uma inspeção
visual para detectar possíveis falhas de produção e acabamento (testes de
eletroluminiscência amostral).
Além desta inspeção, é procedimento a aplicação de um check-list para
certificar o pleno recebimento das peças, evitando assim improdutividade no processo
de montagem gerada pela falta de peças.
Na etapa de separação e distribuição dos materiais as peças serão separadas
e escalonadas conforme sequência de montagem. A distribuição das peças será
executada conforme o planejamento semanal de atividades para cada equipe.
Fazem parte desta etapa as seguintes atividades, previsão sequencial de
execução:
 Montagem das mesas;
 Posicionamento dos módulos;
 Fixação dos módulos;
 Fixação das strings boxes e acionadores dos trackers;
 Posicionamento do eletrocentro.
 A seguir são descritas algumas das etapas com maior nível de
detalhamento:

a) Montagem das mesas

A cravação das fundações somente será iniciada após validação formal pela
equipe de topografia e gestão da obra. As peças metálicas serão implantadas com

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equipamentos hidráulicos capazes de exercer os esforços especificados em projeto


para cravação das peças metálicas. Para tanto, o sistema de cravação deverá ser
definido com auxílio de estudos geológicos e geotécnicos, sendo finalizado por testes
de arrancamento, os quais deverão indicar a melhor metodologia de implantação dos
montantes de sustentação e suas fundações.
Para a montagem dos suportes metálicos, os equipamentos utilizados para
fixação das peças de ligação serão alimentados por bateria recarregável com objetivo
de reduzir prazo de execução, geração de resíduos e segurança nas atividades.

b) Módulo fotovoltaico

O processo desta etapa consiste no recebimento dos módulos, nova inspeção,


posicionamento (nivelamento e ajuste de eixos) e fixação. Para a montagem dos
módulos fotovoltaicos, os equipamentos utilizados para fixação das peças de ligação
serão alimentados por bateria recarregável com objetivo de reduzir prazo de
execução, geração de resíduos e segurança nas atividades.

c) Revisão

Toda a produção diária deverá ser revisada na mesma data, ao final de cada
período de trabalho, pela mesma equipe que efetuou a montagem. Este procedimento
visa garantir a qualidade e padronização das etapas construtivas e assim liberar a
produção diária de montagem para a próxima etapa e equipe de trabalho (montagem
elétrica).

4.5.9.4 Montagem elétrica

Fazem parte desta etapa as seguintes atividades, previsão sequencial de


execução:
 Aterramento das estruturas;
 Lançamento dos cabos (Strings – Strings Box);
 Conexão dos Módulos (Formação das Strings);
 Montagem Elétrica das Strings Boxes;
 Lançamento dos cabos (String Box – Eletrocentro);

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 Aferição da tensão dos módulos em circuito aberto (Voc);


 Aferição da corrente de curto-circuito dos módulos em curto-circuito
(Icc);
 Lançamento de cabos MT;
 Lançamento dos cabos de comunicação;
 Instalação dos eletrocentros.

Além do lançamento de toda a cablagem, a instalação dos conectores tipo MC-


4 e fixação dos cabos na estrutura metálica de suporte ganham destaque. A fixação
dos cabos será executada através de cintas plásticas com objetivo de organizar o feixe
de cabos e também evitar o movimento excessivo dos cabos em virtude da ação do
vento.
Após execução da conexão, toda a cablagem receberá identificação através de
“Tags” impressos conforme indicação do projeto executivo.

4.5.9.5 Comissionamento

O processo de comissionamento consiste na aplicação integrada de um


conjunto de técnicas e procedimentos de engenharia para verificar, inspecionar e
testar cada componente físico do Empreendimento. Este processo assegura que os
sistemas e componentes da Central estejam projetados, instalados e testados, de
acordo com as necessidades e requisitos operacionais.
Dentre os itens inseridos nesta atividade estão compreendidos:
 Inspeção visual;
 Termografia dos módulos;
 Medições e testes funcionais (Polaridade, Curva I x V, Ponto a ponto,
etc);
 Resistência de Isolamento e Aterramento.

4.5.9.6 Gestão de segurança, higiene e medicina do trabalho

Conduzida por pela Equipe de Segurança do Trabalho, a área de higiene e


segurança do trabalho visa ao desenvolvimento de atividades que contribuem
diretamente para a melhoria das condições de segurança individual ou coletiva do

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pessoal envolvido na obra. Visa ainda evitar a ocorrência de acidentes e danos a


máquinas, equipamentos, instalações e serviços já executados ou em execução,
orientados a todo o nível de supervisão quanto às condições de segurança do
trabalho.

4.5.9.7 Consumo de água nas atividades de construção

a) Água não potável

O consumo de água não potável na frente de trabalho foi estimado de acordo


com a programação das atividades de construção. Foi considerado o pior cenário de
vazão diária necessária. Os números foram resumidos no Quadro 10:

Quadro 10: Consumo diário de água por tipo de atividade.


Descrição Unidade Quantidade
Compactação do solo m³ 75
Revestimento de pista m³ 100
Umidificação de pista m³ 50
Demanda Pico Diária m³ 225
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

Não é previsto o uso de concreto armado moldado in loco, desta forma a


qualidade da água a ser utilizada é menos restritiva. Sendo assim, considerando a
aplicação em concreto simples, é apenas necessária a análise do nível de cloretos
presente na amostra, o qual não deve ser superior a 4500 mg/litro de água.

b) Água potável – canteiro

A seguir são apresentadas as premissas de cálculo para estimativa do


consumo de água potável no canteiro. Destaca-se que o consumo principal é relativo
ao uso do refeitório, sendo os números vinculados à quantidade de refeições previstas
no pico de obra da Usina Fotovoltaica Canindé do São Francisco.
 A referência utilizada indica que em estabelecimentos do perfil restaurante, o
consumo é de 25 litros de água fria consumidos por dia a cada refeição servida.
Interpreta-se que este valor já inclui eventuais usos de instalações sanitárias
pelos usuários, bem como o valor atribuído ao consumo dos escritórios. O

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número máximo diário de refeições previsto é igual a oitocentos (950);


 Já está incluso no número estimado de ocupantes do escritório, os profissionais
de limpeza, cozinha, ambulatório e demais serviços de manutenção do
canteiro.
 Considerando que os operários permanecerão a maior parte do período de
trabalho nas frentes de obra (cerca 80% do tempo), onde existirão sanitários
químicos de apoio, estima-se que apenas durante 20% do período de trabalho
farão uso dos vestiários do canteiro de obras.
 É destacado ainda que não haverá alojamento de funcionários no local devido
à proximidade da cidade.
Dessa forma, estima-se um volume de 100 L/dia por pessoa. Considerando-se
o pico de mão de obra exposto no item 4.7.4.10 - Histograma de mão-de-obra e
equipamentos, de aproximadamente 1000 pessoas, o consumo diário de água potável
é estimado em 35.000 l/dia, ou 35,0 m³/dia.

4.5.10 Histogramas de mão de obra e equipamentos

Considerando tanto os operários de campo, quanto os ocupantes de escritório,


assim como os profissionais de limpeza, cozinha, ambulatório e demais serviços de
manutenção do canteiro, o número de trabalhadores estimados no pico de mão de
obra é de 350 pessoas.
Tem-se como meta utilizar 20% de mão de obra local para construção deste
empreendimento. Um número maior não é plausível devido à especialização
necessária de algumas funções e também pelo conhecimento do andamento de
grandes obras de infraestrutura na região, o que desfavorece a oferta deste tipo de
mão de obra.
Durante a fase de execução do da usina solar, é previsto o tráfego interno pico
de 15 caminhões diários, e de caminhões externos de entrega de equipamentos e
matérias, pico de 9 caminhões diários.
Esse número é importante tanto para o dimensionamento executivo dos
acessos internos, quanto para o estudo dos acessos externos, verificando se há
alguma necessidade de melhoria de projeto geométrico ou de reforço da via tendo em
vista o carregamento dos caminhões. Este estudo deverá ser realizado em fase
executiva de projeto.

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Os materiais e equipamentos de uso definitivo serão sempre entregues nas


obras pelos respectivos fabricantes. Ficando estes obrigados a garantir a perfeita
condição do produto entregue no site.
Durante a fase de construção haverá movimentação intensa de caminhões e
equipamentos de construção que deverão seguir o plano de sinalização e trafego e as
normas de segurança do empreendimento.

4.5.11 Operação do Complexo Fotovoltaico

Nos itens 4.5.11.1 a 4.5. são apresentas as atividades de operação e


manutenção necessárias e respectivos requisitos, referentes ao monitoramento do
sistema, limpeza, ações preventivas e corretivas.

4.5.11.1 Monitoramento do sistema

A avaliação do desempenho do sistema e os relatórios devem fazer parte das


atividades de manutenção preventiva das usinas. Devem-se processar as
informações produzidas pelo sistema de monitoramento e os resultados devem ser
apresentados através de gráficos, valores ou alarmes para o operador que será capaz
de agir em caso de necessidade de intervenções. Um operador é suficiente para
avaliar as variáveis e identificar remotamente problemas através de uma operação
assistida.

4.5.11.2 Limpeza dos módulos

Ao longo do tempo, a sujeira e a poeira podem acumular-se sobre a superfície


de vidro do módulo, reduzindo a sua potência. Normalmente, as partículas de pó são
lavadas pela precipitação. Recomenda-se limpeza periódica dos módulos
fotovoltaicos para garantir a potência máxima, em especial em regiões com baixa
precipitação.
É recomendada a limpeza manual dos módulos utilizando os seguintes
equipamentos:
Barra telescópica;
Plataformas de serviço manuais ou motorizadas, inclusive com condições de

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operação em altura.
Há também máquinas no mercado que são especificadas para limpeza de
módulos que podem ser utilizadas também.
A metodologia adequada para a limpeza dos módulos deve ser estabelecida
durante a etapa de desenvolvimento do Projeto Executivo. Os procedimentos finais
devem ser repassados para o departamento responsável. A descrição da metodologia
de limpeza deve estar inclusa no Manual de Operação e Manutenção da usina e deve
ser acompanhada por uma declaração da empresa fornecedora dos módulos,
certificando que as práticas adotadas não causarão impactos na garantia e
desempenho dos módulos.
A superfície de vidro dos módulos fotovoltaicos deve ser limpa com uma escova
macia, usando água limpa com uma pressão inferior a 700 kPa.
A fim de evitar danos ao equipamento, não é indicado a utilização de vapor ou
produtos químicos para facilitar a limpeza de módulos. Não se usa ferramentas
agressivas ou materiais abrasivos que possam riscar ou danificar a superfície do vidro.
O não cumprimento dessas exigências pode afetar negativamente o desempenho do
módulo e acarretar perda de garantia.

a) Cronograma de limpeza

O local de instalação do projeto em questão, Canindé do São Francisco/SE,


pertence à região semiárida, local que apresenta período de chuva característico.
Durante o período chuvoso não será previsto nenhuma limpeza dos módulos, a própria
água da chuva é capaz de remover a sujeira acumulada. No período anual é
programada apenas uma limpeza.
Porém, o desempenho dos módulos deve ser monitorado para, caso seja
necessário, se realizar uma limpeza não prevista devido a sujeira excessiva dos
módulos.

b) Volume de água

Considera-se o uso de três mil litros de água por MWp instalado. Para a
capacidade instalada nos quatro parques de 300 MW, é previsto o volume total
aproximado de 4.560 m³ por limpeza.

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O volume diário necessário para atender demanda de água para limpeza pode
ser atendido por caminhões pipa ou pela perfuração de poços, se houver viabilidade
ambiental e econômica.
A vazão requerida para atender o uso contínuo de 3 máquinas de limpeza é
perfeitamente atendível. A previsão é que se tenham apenas três frentes de limpeza
simultânea.

4.5.11.3 Manutenção preventiva

Deve ser feito um plano de manutenção preventiva para o sistema fotovoltaico,


incluindo a frequência e o cronograma de cada atividade de manutenção. A
manutenção preventiva envolve a limpeza do módulo, conservação do inversor,
manutenção da estrutura de montagem e inspeção dos equipamentos e materiais. A
inspeção do sistema inclui a inspeção das caixas de proteção e medição,
encaminhamento de eletrodutos, caixas de junção, equipamentos de comunicação,
equipamentos de monitoramento, trackers, etc.
A frequência de manutenção preventiva depende do nível do impacto na
produção de energia se o componente parasse de funcionar. Neste sentido, a
manutenção preventiva do inversor deve receber a maior atenção no plano de O&M.
Esta atividade preventiva deve incluir, pelo menos, a inspeção e aperto de conexões,
verificação da estanqueidade, limpeza e substituição de filtros, lubrificação das peças
móveis, como ventilador, alças e conectores, condução de autodiagnosticos
eletrônicos e identificação de pontos quentes com termo visor.
O Quadro 11 fornece uma visão geral de manutenção preventiva dos
componentes principais. Um plano detalhado de manutenção preventiva de cada
equipamento, configuração e sistemas considerados na planta, deve ser desenvolvido
durante o projeto executivo e previamente ao início de operação comercial da usina.

Quadro 11: Ações preventivas e cronograma proposto.


Manutenção Preventiva
Inspeção geral: ferrugem, corrosão,
conexões de cabos frouxos, testes
do sistema de comunicação, salas
Sistema Geral Mensal
dos inversores e, infraestrutura da
planta FV

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Módulo Limpeza 2 vezes por ano

Inspeção: limpeza, substituição


dos filtros de ar. Garantia de De acordo com o
Inversores
serviço de acordo com as fabricante
instruções do fabricante
Inspeção, aperto dos parafusos,
De acordo com o
Trackers ferrugem, motor, engrenagens e
fabricante
eixo
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

4.5.11.4 Manutenção corretiva

A manutenção corretiva / reparo pode ser crítica e não crítica. Reparos críticos
são necessários para conter as perdas de produção e são mais susceptíveis devido à
falha do inversor. Outras causas podem ser advir de medidores defeituosos, falhas de
comunicação e interrupções do local. Nestes casos são necessárias medidas
imediatas para limitar o tempo de inatividade total.
Os reparos não críticos resultam principalmente de perda de comunicações e
de monitoramento, painéis quebrados, sombreamento e sujeira. Ou seja, não
necessariamente prejudicam significativamente a produção de energia, mas resultam
em degradação / redução do desempenho. Um tempo de reconhecimento típico é de
24 horas e apresentação de um plano de ação no prazo de 48 horas.
Muitas vezes, reparos não críticos podem aguardar uma visita programada de
manutenção no local. A manutenção corretiva pode ocorrer também devido a eventos
de força maior, como roubo e principalmente vandalismo.

4.6 Aspectos ambientais

Nesse capítulo são apresentados os aspectos inerentes à fase de instalação e


operação da Usina Solar Fotovoltaica Canindé de São Francisco.

4.6.1 Uso da água

Tendo em vista que a região não é atendida pela Companhia de Saneamento


de Sergipe (Deso), o abastecimento de água para implantação da Usina Fotovoltaica
será realizado através de caminhão-pipa para a água não potável, bem como para

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operação, que poderá ser utilizada também as águas pluviais que ficarão
armazenadas em cisternas. A água potável será realizada através da aquisição de
galões de água mineral para o consumo.

4.6.2 Efluentes líquidos

4.6.2.1 Sanitários

Na fase inicial da implantação da usina serão utilizados banheiros químicos de


empresas devidamente licenciadas pelo órgão ambiental competente.
A limpeza de cada cabine só é realizada até que o uso seja finalizado, os
resíduos permanecem concentrados em caixas de detritos com capacidade de até
220 litros, onde são lançadas substâncias desodorizantes que tendem a ser
biodegradáveis. O efluente oriundo dos banheiros químicos enquadra-se na categoria
de resíduos líquidos domésticos e devem ser adequadamente retirados e
encaminhados para tratamento, por uma empresa especializada, evitando que seu
despejo irregular no ambiente ocasione impactos negativos tanto para o meio
ambiente como para a saúde pública.
Em paralelo, na fase de operação do empreendimento, serão construídos
banheiros nas unidades de apoio com seus respectivos sistemas de tratamento de
efluentes sanitários constituído por tanque séptico, filtro anaeróbio e sumidouro.

4.6.2.2 Industriais

Não há geração de efluentes industriais.


Na fase de operação do empreendimento, periodicamente será realizada a
lavagem dos módulos fotovoltaicos. A água de lavagem por não haver nenhum tipo
de surfactante e aditivos químicos terá evaporação natural e absorção no solo.

4.6.2.3 Oleosos

O canteiro de obras contará com uma oficina para a troca de óleo dos veículos
e equipamentos utilizados na implantação do empreendimento. As águas oleosas,
oriundas da limpeza e lavagem das áreas de oficina, lubrificação e borracharia,

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deverão ser encaminhadas para caixas coletoras e separador de água e óleo, para
posterior remoção do óleo através de caminhões sugadores ou de dispositivos
apropriados.
A instalação e operação do sistema de drenagem oleosa deverão seguir as
diretrizes estabelecidas nas condicionantes, nos termos da Deliberação Normativa
COPAM nº 108/2007.
Posteriormente, o óleo deverá ser retirado e acondicionado em recipientes
adequados para armazenamento temporário, assim como os outros resíduos oleosos,
em área específica, devidamente sinalizada e impermeabilizada, onde ficarão
estocados até o encaminhamento para a disposição final para empresa devidamente
licenciada, enquanto a água poderá ser encaminhada para a reutilização na aspersão
das vias de acesso.

4.6.3 Emissões atmosféricas

As emissões atmosféricas da UFV Canindé de São Francisco são concentradas


na fase implantação do empreendimento, onde será realizada a prevenção e controle
de emissões de particulados por meio da umectação das vias de tráfego não
pavimentadas; limitação de velocidade de veículos nas vias internas; monitoramento
de "fumaça preta" feita através de metodologia adequada; realização da manutenção
e regulagem de todos os equipamentos envolvidos nas obras (tratores, caminhões,
etc.), pavimentação e manutenção de acessos definitivos.

4.6.4 Ruídos e vibrações

As fontes de ruído serão inerentes à fase de implantação do empreendimento,


onde serão obedecidos os limites estabelecidos nas NBR’s nº 10.151 e nº 10.152 da
ABNT, referenciadas pela Resolução Conama nº 01/90. Durante a operação do
empreendimento não haverá alteração nos níveis de pressão sonora.

4.6.5 Processos erosivos

Toda a área de implantação deverá ter um sistema de drenagem de águas


pluviais, de forma a garantir a trafegabilidade no complexo e a adequada drenagem

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superficial das áreas internas. As águas pluviais deverão ser armazenadas em bacias
de contenção ou cisternas, para uso no processo de lavagem dos módulos
fotovoltaicos ou de irrigação da cobertura vegetal e umectação das vias de acesso
para redução de poeira em suspensão (se necessário).
Os processos erosivos deverão ser contidos através do sistema de drenagem
pluvial a ser implantado em todo empreendimento. Taludes serão protegidos e pontos
de descargas de efluentes da drenagem pluvial serão protegidos por estruturas de
dissipação de energia.

4.6.6 Qualidades das águas

O empreendimento não irá gerar impactos de qualquer natureza sobre a


qualidade das águas superficiais e subterrâneas.

4.6.7 Flora e fauna

A supressão vegetação necessária acontecerá após a Autorização de


Supressão de Vegetação (ASV) expedida pelo órgão ambiental competente. Poderá
haver afungentamento de alguns animais na fase de supressão de vegetação, como
também causado por possível reflexão da luz solar sobre as placas (principalmente
aves), como também por conta do aumento no fluxo de veículos e o aumento
temporário da densidade demográfica local durante a fase de instalação.

4.6.8 Impactos socioeconômicos

Na fase de implantação do empreendimento serão gerados empregos, um


percentual desses empregos será destinado aos moradores das proximidades da área
e entorno do empreendimento, além de geração de receitas ao município de Canindé
de São Francisco, na fase de implantação e operação. Os ruídos, devido ao transporte
e instalação de equipamentos, obedecerão aos limites estabelecidos nas ABNT NBR
10.151 e 10.152 e as obras serão realizadas em horário comercial, não causando
desconfortos à população.

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4.7 Cronograma de execução de obras

O cronograma execução e entrega da UFV Canindé de São Francisco segue detalhado no Quadro 12 e na Figura 8. As obras de
instalação do complexo, em sua totalidade, estão previstas para durarem em torno de 5 anos.

Quadro 12: Erro! Fonte de referência não encontrada.


MARCOS DE IMPLANTAÇÃO

ETAPA DO COMPLEXO SOLAR Início Obras de SE Início Operação


Início Início Início Operação em
CANINDÉ DE S. FRANCISCO Início de Obras de Conexão e LT Comercial
Concretagem Montagem Teste Unidades
Civis de Interesse Unidades
Skids Arranjos FV Geradoras FV
Restrito Geradoras

UFV CSF I - 378,624 MWp / 01/08/2024 01/10/2024 01/02/2025 01/03/2025 01/12/2025 31/01/2026
300 MW

UFV CSF II Fase 1 -128,732 MWp 01/10/2025 01/12/2025 01/02/2026 01/03/2026 01/09/2026 30/09/2026
/ 102 MW

UFV CSF II Fase 1a- 249,892 01/08/2026 01/10/2026 01/02/2027 01/03/2027 01/01/2028 30/01/2028
MWp / 198 MW

UFV CSF III - 318,044 MWp / 01/08/2027 01/10/2027 01/02/2028 01/03/2028 01/01/2029 30/01/2029
252 MW

UFV CSF IV - 378,624 MWp / 01/08/2028 01/10/2028 01/02/2029 01/03/2029 01/01/2030 30/01/2030
300 MW
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

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Figura 8: Cronograma do período de execução das obras de implantação dos parques / etapas (sintetizado).
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

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5 ALTERNATIVAS
LOCACIONAIS

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O estudo de alternativas locacionais é uma das fases mais importantes dos


instrumentos de planejamento ambiental, pois muitos impactos ambientais podem ser
evitados ou minimizados com a escolha de local adequado para a implantação do
empreendimento.
A localização de área para gerenciamento de uma usina fotovoltaica é um
processo de decisão de natureza multicritério, no qual são considerados diversos
atributos e implica na avaliação e seleção de áreas aptas, entre várias alternativas
possíveis, com base em alguns critérios.
Um aspecto que tem sido motivo de preocupação na análise multicritério é a
questão do risco associado à decisão. Em um problema desta natureza está implícita
a avaliação de diferentes aspectos que contribuem para uma decisão. A forma de
combinar os critérios, a consideração de todos ou apenas parte deles, e a forma como
uns podem compensar outros, são aspectos que assumem grande importância nas
decisões, particularmente em contextos de recursos escassos. Dentre as atitudes –
conservadoras e arriscadas – mais extremas de risco na avaliação, pode haver lugar
para cenários que sejam mais compatíveis com as condições que contextualizam a
decisão.
Decisão é definida como a escolha entre alternativas. Estas podem representar
diferentes localizações, planos, classificações ou hipóteses sobre um fenômeno. A
decisão é suportada pela consideração de critérios que servem como normas para
encontrar as melhores alternativas e representam condições possíveis de quantificar
ou avaliar contribuindo para a tomada de decisão.

5.1 Condicionantes tecnológicas

Os principais critérios analisados do ponto de vista da operacionalização e


viabilidade do empreendimento são os aspectos ambientais referentes à climática,
localização e redondezas, condições ambientais locais, condições elétricas,
legabilidade e viabilidade econômica, aspectos que influenciam nos impactos
antrópicos e ambientais.
A partir dos critérios acima mencionados, pode-se elaborar um sistema de
pontuação que permita a avaliação e seleção de áreas aptas à implantação da Usina

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Solar Fotovoltaica Canindé de São Francisco. Selecionam-se indicadores


técnicos, ambientais e econômicos e é estabelecido um critério de pontuação e
ponderação da importância relativa a cada indicador.

5.2 Descrição das áreas

O Quadro 13Erro! Fonte de referência não encontrada.Erro! Fonte de


referência não encontrada. lista as três alternativas locacionais para implantação da
UFV Canindé de São Francisco.

Quadro 13: Descrição das áreas.


Coordenadas
Área Local
(UTM SIRGAS 2000)
610.600 m E/ 8.941.355
01 Povoado Canabrava, Rodovia SE-230.
mS
02 616.076 m E/ 8.904.673 Povoado Nova Vida, divisa com Pedro Alexandre/BA.

03 624861 m E/ 8.924.899 Povoado Capim Grosso, Rodovia SE-403.


Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

5.2.1 Alternativa locacional 01

A alternativa 1 (Erro! Fonte de referência não encontrada.) localizada p


róxima à SE-230, na Zona de Expansão de Canindé, tem como principal qualidade os
acessos existentes. Entretanto, a área é margeada por um importante afluente do
Riacho da Onça e situada próximo à sede municipal, na zona de expansão, o que
pode causar incômodos à população devido ao tráfego intenso de veículos durante a
fase de instalação.

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Figura 9: Alternativa locacional 01 de implantação da Usina Solar Poço da Areia.


Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental (2022).

5.2.2 Alternativa locacional 02

A área 2, situada no Povoado Canabrava, Canindé de São Francisco, próxima


à Rodovia SE-230 (Figura 10). Possui como características favoráveis à implantação
desde sua formação geológica, longe das áreas urbanas e de fácil acesso por rodovias
existentes. Apresenta como fator restritivo a presença de um corpo hídrico.

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Figura 10: Alternativa locacional 02 de implantação da Usina Solar Poço da Areia


Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental (2022).

5.2.3 Alternativa locacional 03

A área 3 (Figura 11) localizada no Povoado Capim Grosso, tem como principal
qualidade a proximidade com a Subestação Coletora de Xingó, em torno de 10 km.
Contudo, além da topografia variada, com a presença de vários picos de elevação, a
área se trata de um assentamento rural, já regularizado pelo INCRA.

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Figura 11: Alternativa locacional 03 de implantação da Usina Solar Poço da Areia.


Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental (2022).

5.3 Hierarquização das áreas

Com o objetivo de permitir uma melhor sistematização da análise e


hierarquização das áreas estudadas, foram selecionados alguns indicadores técnicos
e ambientais e estabelecidos critérios de pontuação da importância relativa de cada
indicador, que possibilitaram o estabelecimento de uma avaliação/comparação
qualitativa das áreas pré-selecionadas.
Todos os indicadores receberam pontuações variando de 0 a 10, de acordo
com a sua maior adequação para implantação da UFV Canindé de São Francisco, ou
seja, quanto maior a pontuação mais favorável é a área em relação àquele indicador.
Apresenta-se a seguir, os indicadores selecionados e os critérios de pontuação
utilizados:

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5.3.1 Climática

Este indicador é de grande importância quando voltado para uma Usina Solar,
o Quadro 14 detalha a avaliação desse critério.

Quadro 14: Avaliação das condicões climáticas.


Área Condições Nota
A01 Ótimas 10,0
A02 Ótimas 10,0
A03 Ótimas 10,0
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

5.3.2 Critério de acesso e área urbana

Este indicador, também procura refletir os custos operacionais no transporte de


operação, manutenção, pois quanto pior as condições mais custos. Além disso,
viabiliza considerar maior ou menor possibilidade de haver alguma interferência ou
incômodo com a população e consequente rejeição ao empreendimento, o Quadro 15
detalha a avaliação desse critério.

Quadro 15: Avaliação dos acessos dos critérios de acesso e área urbana.
Área Detalhamento Nota
Localizada às margens da Rodovia SE-230, a cerca de 32 km da
A01 sede municipal de Canindé de São Francisco e 13 km de distância 10,0
do núcleo populacional mais próximo, o Povoado Curituba.
Localizada há aproximadamente 12 km da Rodovia SE-309. Dista 38
A02 km da sede municipal de Canindé de São Francisco e 22 km do 7,0
núcleo populacional mais próximo, o Povoado Nova Vida.
Localizada às margens da Rodovia SE-403, dista 13 km da sede
A03 municipal de Canindé de São Francisco e está inserida no Povoado 7,0
Capim Grosso.
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

5.3.3 Critérios fisiográficos

Este indicador reflete o impacto sobre a vegetação natural, presença de corpos


hídricos, topografia e declividade, além das atividades ou ocupações presentes na
área. O Quadro 16 detalha a avaliação desse critério.

Quadro 16: Avaliação quanto aos critérios fisiográficos.


Área Condições Nota
A01 Área consideravelmente plana, com a presença de alguns corpos 9,0
hídricos / canais de drenagem, além da vegetação nativa associada

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ao uso para pastagem.


Presença de apenas um único corpo hídrico / canal de drenagem,
A02 vegetação nativa associada ao uso para pastagem, além da 5,0
topografia acentuada com bastante declividade.
Cortado por inúmeros corpos hídricos / canais de drenagem, além da
A03 5,0
presença de vários picos / elevações ao longo do terreno.
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

5.3.4 Critérios técnicos/econômicos

Estudos de viabilidade técnica consideram uma distância aceitável de 30 km à


rede de distribuição elétrica (Subestação Coletora do Sistema Interligado Nacional)
para a Linha de Transmissão. O Quadro 17 reúne a avaliação dos critérios
técnicos/econômicos para a implantação da UFV Canindé de São Francisco.

Quadro 17: Avaliação quanto aos critérios técnicos/econômicos.


Área Detalhamento Nota
A01 Distância de aproximadamente 23 km da Subestação Xingó. 10,0
A02 Distância de aproximadamente 33 km da Subestação Xingó. 7,0
A03 Distância de aproximadamente 10 km da Subestação Xingó. 10,0
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

5.4 Indicativo das áreas

O Quadro 18 apresenta a classificação das áreas pelos resultados da aplicação


dos critérios de hierarquização estabelecidos, onde se verifica a seguinte sequência
em termos de preferência:

Quadro 18: Avaliação final das alternativas locacionais.


Área Nota Final
A01 - Povoado Canabrava, Rodovia SE-230. 9,75
A02 - Povoado Nova Vida, divisa com Pedro Alexandre/BA. 7,25
A03 - Povoado Capim Grosso, Rodovia SE-403. 8,00
Fonte: Nova Engevix Engenharia, 2022.

Do ponto de vista técnico, ambiental e antrópico, apenas a alternativa 1 foi


considerada apta, as alternativas 2 e 3, por serem de difícil acesso e topografia e
declividade bastante acentuada, foram descartadas para a implantação da UFV
Canindé de São Francisco.
A alternativa 1 foi considerada com as melhores condições para a implantação
da Usina Fotovoltaica Canindé de São Francisco.

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6 LEGISLAÇÃO
AMBIENTAL

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA)
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O licenciamento ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão


ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades que se utilizam de recursos ambientais, consideradas
efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam
causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares
e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
Foi instituída pela Lei n° 6.938/81 a Política Nacional do Meio Ambiente,
devidamente regulamentada pelo Decreto n° 99.274/90, que estabelece a
obrigatoriedade de Licenciamento Ambiental para Atividades Potencialmente
Poluidoras, em três fases:
Licença Prévia, Licença de Instalação e Licença de Operação, prevendo a
competência do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) para fixar as
atividades sujeitas ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA), o qual regulamentou o
procedimento através de uma série de resoluções, das quais as mais relevantes ao
tema são as de n° 001/86 e n° 237/97.
O artigo 225 da Constituição Federal de 1988 dispõe que: “Todos têm direito
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para a presente e futuras gerações”.
Assim dispondo, erige o Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado à
qualidade de Bem Jurídico, com características de Bem Coletivo sobre o qual têm
direito mesmo àqueles que ainda sequer nasceram. Nestes termos, o inciso IV do §
1.o do referido artigo determina que, para assegurar a efetividade deste direito,
incumbe ao Poder Público exigir, na forma da lei, Estudo Prévio de Impacto Ambiental,
para a instalação de obra ou atividade considerada potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, bem como dar-lhe a devida publicidade.
Ademais também, constitucionalmente, encontramos previsão no inciso VI do
artigo 170, determinando que a ordem econômica, fundar-se-á na valorização do
trabalho humano e na livre iniciativa, tendo por fim assegurar a todos, existência digna,
conforme os ditames da justiça social, observado dentre outros o princípio da defesa
do meio ambiente. O que significa dizer que toda e qualquer atividade econômica
desenvolvida deve ser orientada no sentido de possibilitar a todos, existência digna,
que somente poderá ser atingida em um meio ambiente adequado e ecologicamente
equilibrado, tratando-se, pois, de requisito essencial.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA)
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Já de maneira mais específica, a Resolução n° 237/97 do CONAMA, prevê, em

seu artigo 3o, a obrigatoriedade de realização do Estudo de Impacto Ambiental e


respectivo Relatório de Impacto Ambiental para empreendimentos e atividades
consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do
meio ambiente, bem como determinando sua publicidade.
Para que atinja seus objetivos, segue uma série de requisitos legais, previstos
principalmente na Resolução n° 01/86 e n° 237/97 do CONAMA. O artigo 5° da
Resolução n° 01/86, dispõe que o EIA, “além de atender à legislação, em especial os
princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente” deverá
observar a algumas diretrizes gerais, como:
I – Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto,
confrontando as com a hipótese de não execução do projeto;
II – Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados
nasfases de implementação e operação da atividade;
III – Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada
pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os
casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza;
IV – Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em
implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade.
Também deverá observar as diretrizes específicas que o órgão licenciador
estabelecer. Já o RIMA, é o instrumento através do qual serão apresentadas as
conclusões obtidas durante a realização do EIA.
Seguem legislações de âmbitos federal, estadual e municipal relacionadas a
este estudo.

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7 DIAGNÓSTICO
AMBIENTAL

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O Diagnóstico Ambiental tem como objetivo retratar a situação dos meios físico,
bióticos e antrópicos em que se encontram as áreas de influências da instalação e
operação da Usina Fotovoltaica Canindé de São Francico. Além de uma análise
integrada dos aspectos sociais, econômicos e culturais da população residente no
município de Canindé do São Francisco inserido na área de influência do referido
empreendimento.

7.1 Áreas de influência do empreendimento

Os estudos dos impactos ambientais de uma área de influência é um dos


requisitos legais (CONAMA 01/86) de grande importância para o direcionamento da
coleta de dados para a obtenção de um diagnóstico ambiental.

Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada


pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando,
em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza; (Artigo 5º, inciso
III).

Nesse sentido, no presente estudo foram definidos espaços territoriais


passíveis de sentirem os efeitos, negativos ou positivos, provocados de forma direta
e indireta pelo empreendimento proposto, a curto, médio e longo prazo.
A área de influência define:
 Área de estudos e de identificação de impacto;
 Órgãos públicos a serem consultados;
 Locais de audiências públicas;
 Inclusão ou exclusão de pessoas ou grupos de pessoas, comunidades
indígenas e/ou tradicionais;
 Competência administrativa e jurisdicional.
As áreas de influência são afetadas de forma direta ou indireta pelos impactos
decorrentes da implantação e operação do empreendimento. Dessa maneira, para
melhor esclarecimento dos aspectos ambientais da área os estudos são divididos,
dependendo da sua variável, em meios físicos, bióticos e socioeconômicos (Figura
12):

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Figura 12: Áreas de Influência do Empreendimento.


Fonte: Repórter Brasil, 2020.

a) O meio físico: o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos


minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime
hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas;
b) O meio biológico e os ecossistemas naturais: a fauna e a flora,
destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e
econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente;
c) O meio socioeconômico: o uso e ocupação do solo, os usos da água e
a sócio-economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e
culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os
recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.
Cada um desses subespaços recebe impactos nas fases de construção e
operação do empreendimento, ora com relações causais diretas, ora indiretas, e daí
a denominação, além da ADA onde se localiza o empreendimento propriamente dito,
muitas vezes chamada de área de intervençãoTabela 1: Áreas de influência do
empreendimento.

Quadro 19: Áreas de influência do empreendimento.

AII AID ADA

A área real ou potencialmente


Área sujeita aos impactos
afetada pelos impactos
direto da atividade. A
indiretos da implantação e
delimitação desta área é
operação do A área destinada à
função das características
empreendimento, abrangendo implantação do
físicas, biológicas e
os ecossistemas e o sistema empreendimento e operação
socioeconômicas dos
socioeconômico que podem do empreendimento.
ecossistemas do campo e
ser impactados por alterações
das características da
ocorridas na Área de
atividade.
Influência Direta.
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

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7.1.1 Área de influência indireta

A AII é definida como a área real ou potencialmente afetada pelos impactos


indiretos da implantação e operação do empreendimento, abrangendo os
ecossistemas e o sistema socioeconômico que podem ser impactados por alterações
ocorridas na Área de Influência Direta (AID) (IBAMA, 2005).
Para os meios físico e biótico, a AII abrange uma área que será afetada pelo
empreendimento, mas nos quais os impactos e efeitos decorrentes do mesmo são
considerados menos significativos do que nos territórios das outras duas áreas de
influência (AID e a ADA). O município de Canindé de São Francisco está inserido na
Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, na região hidrográfica, Unidade de
Planejamento Hídrico (UPH) do Baixo São Francisco, portanto, para esse estudo, na
AII, considerou-se a bacia hidrográfica mencionada.
De acordo a SEMARH (2016), o uso predominante do solo na área é pastagem,
lavoura/terra nua e matagal lenhoso. A apresentação temática de cultivo e habitação
das áreas de impacto do projeto está descrita na Figura 13.

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Figura 13: Áreas de Influência do Empreendimento.


Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

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7.1.2 Área de influência direta

A área de influência direta é a área geográfica diretamente sujeita aos efeitos


do impacto causado pelas atividades de implantação do empreendimento que
poderão ser atingidas pelos impactos potenciais, positivos ou negativos, da
implantação e operação do empreendimento, em vista da rede de relações físicas,
bióticas, sociais, econômicas e culturais estabelecidas.
Para cada impacto negativo identificado, deverão ser propostas medidas e
programas ambientais que visem sua mitigação, controle ou compensação. De forma
contrária, os impactos positivos devem ser estimulados e ampliados. São os
programas ambientais que nortearão as ações desenvolvidas para proteger o meio
ambiente e a comunidade dessas modificações, sendo essenciais nos Estudos de
Impacto Ambiental e para a manutenção da qualidade ambiental do ecossistema e da
população afetados.
O objetivo da definição da área de influência pode variar segundo dois pontos
de vistas: para o empreendedor, o conhecimento da área permite conhecer o perfil do
local, permitindo maior foco nas definições estratégicas de instalação; para as
instâncias públicas responsáveis, a área de influência permite prever impactos, que
resultem no agravamento decorrente do empreendimento.
Sobre a importância da área de influência direta, Vargas (2004) diz que:

“a delimitação da área de influência é peça-chave nos estudos de localização,


uma vez que somente a partir do seu reconhecimento é que será possível
orientar as diferentes análises temáticas, bem como a intensidade dos
impactos possíveis de ocorrerem pelo empreendimento”.

No presente estudo, a AID é formada pelos meios físico, biótico e


socioeconômico, ao qual englobam um buffer de 1 km a partir da área de implantação
do empreendimento, limitando-se à divisa estadual / município de Santa Brígida, no
estado da Bahia, com área total de 3.028,43 ha. De acordo com a SEMARH (2016), o
uso do solo predominantemente da AID é pastagem, conforme representação
apresentada na Erro! Fonte de referência não encontrada.. Na AID do e
mpreendimento, se encontra a Usina Fotovoltaica Poço da Areia, com Licença de
Instalação nº 163/2021, que possui capacidade instalada de 100 MW para geração de
energia.

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Figura 14: Área de influência direta e diretamente afetada - UFV Canindé de São Francisco.
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

7.1.3 Área diretamente afetada

A área diretamente afetada (ADA) corresponde àquela de fato ocupada pela


planta objeto de avaliação de impacto ambiental, local que será objeto de intervenção,
com a implantação do empreendimento e de suas estruturas auxiliares, incluindo
atividades de corte e aterro, supressão de vegetação, dentre outras decorrentes das
atividades de implantação e operação do empreendimento.
Nessa área o empreendedor terá mecanismos e ferramentas de controle,
mitigação e compensação de eventuais danos que possam vir a ocorrer ao meio
ambiente.
A ADA do empreendimento compreende toda a área necessária à instalação e
operacionalização da Usina Solar Fotovoltaica Canindé de São Francisco, englobando
uma área total de 3.191,1868 ha, sendo caracterizada segundo a SEMARH (2016)
quanto ao uso do solo, como área de pastagem (Figura 13 e Figura 14). Quanto à
topografia, apresenta curvas de nível variando entre 220 e 270 m, sendo uma área
consideravelmente plana.

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A área do empreendimento está totalmente situada na zona de amortecimento


do Monumento Natural do Rio São Francisco, uma categoria de Unidade de
Conservação (UC), detalhada no item 7.4.4.

7.2 Meio físico

O meio físico, em seu conceito fundamental, é o espaço que acomoda todos os


outros meios. Caracterizado no Art. 6º da Resolução CONAMA nº. 001/86 como “o
subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os
tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas
e as correntes atmosféricas”. Sendo assim, o meio físico engloba todos os estudos
relacionados à geologia, pedologia, geomorfologia, hidrologia, meteorologia.
Para compor o diagnóstico do meio físico da Área de Influência Indireta (AII),
Área de Influência Direta (AID) e Área Diretamente Afetada (ADA), foram avaliados os
seguintes temas: climatologia (chuvas, temperatura, velocidade e direção dos ventos,
umidade do ar e outros), patrimônio arqueológico, recursos hídricos (águas
superficiais e aquíferos). Ademais, foi avaliada a vulnerabilidade dos terrenos a partir
dos aspectos: geologia (rochas e suas características), geomorfologia (relevo),
pedologia (tipos de solo) e uso e ocupação do solo e cobertura vegetal.
Durante vistorias de campo para estudo do meio físico, objetivou-se
caracterizar, identificar e mapear os elementos componentes da paisagem, que é de
fundamental importância para entender o ambiente no qual o empreendimento será
alojado.

7.2.1 Climatologia e condições meteorológicas

Climatologia é o estudo dos climas do globo. Esse estudo apoia-se


fundamentalmente na observação dos tipos de tempo. Implica não só a observação,
durante longos anos, dos elementos climáticos (temperatura, umidade, pressão
atmosférica, massas de ar, ventos e precipitação atmosféricas) e dos fatores
climáticos (latitude, altitude, continentalidade, etc). Como também a observação geral
da atmosfera, levando-se em conta as posições características das frentes e das
massas de ar.
O clima é um dos elementos de maior influência no contexto de organização

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socioespacial. Exercido tanto em consequência das amplitudes térmicas quanto das


distribuições de pressão e umidade, a influência climática transforma o relevo, a
hidrologia, a composição do solo e a vegetação, entre outros fatores, além de exercer
influência também nas atividades antrópicas, como na escolha das áreas de ocupação
territorial, produção agrícola e condições de habitabilidade.
O clima da região onde está situado o empreendimento, de acordo com a
classificação climática de Köppen, é do tipo Bsh, cuja precipitação média anual varia
entre 500 e 900 mm, com prolongada estiagem e um curto período chuvoso durante
o inverno, marcadamente entre os meses de maio e agosto (Nimer, 1989). Durante os
meses do ano, o município de Canindé de São Francisco tem pouca variação no
tempo da duração do dia, tendo uma variação média de 41 minutos para mais ou para
menos na duração de 12 horas, em relação a temperatura, a região possui uma média
em torno dos 26° C, podendo chegar à máxima de 35° C entre novembro e fevereiro
e mínima de 18° C no mês de julho.

7.2.2 Geologia e geomorfologia

O conjunto dos conhecimentos geológicos e geomorfológicos permite


determinar os melhores e mais seguros locais para qualquer tipo de construção, indica
onde se pode captar água de boa qualidade para consumo, onde se localizam os
melhores locais para a deposição de resíduos sólidos ou não, compatíveis com a
natureza do ambiente e onde pode construir infraestruturas subterrâneas como túneis,
armazenamento de gás natural, entre muitos outros. Nesse sentido, procurou-se
relatar a história geológica- geomorfológica mais recente dos ambientes naturais que
compõem o território da AII, AID e ADA para implantação da UFV Canindé de São
Francisco.

7.2.2.1 Geologia da área de influência do empreendimento

O município de Canindé de São Francisco está localizado sobre a Faixa


Sergipana inserida na Província Borborema, onde apresenta-se como uma unidade
geotectônica situada entre o Cráton do São Francisco e o Maciço Pernambuco-
Alagoas. A Faixa Sergipana é dividida por seis domínios, sendo um deles o Domínio
Canindé, depositado no município por plutonismo granítico.

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A ADA e a AID são contempladas principalmente por um complexo Gnáissico-


Migmatitico da Faixa Sergipana, além de sedimentos da Formação Tacaratu, da sub-
Bacia Tucano. Além disso, todas as três unidades do Domínio Canindé afloram na
ADA. A unidade Novo Gosto, a Unidade Mulungu e a Unidade Gentileza (Figura 15).

Figura 15: Mapa Geológico da ADA e da AID do empreendimento.


Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

A geologia da ADA é toda definida por depósitos vulcânicos e metavulcânicos


do Domínio Canindé, que de acordo com a definição de Santos et al. (1998), são
depósitos da Unidade Novo Gosto. Essas rochas são truncadas pela suíte gabróica e
está em contato tectônico com os granitóides do tipo Garrote e os litotipos da Suíte
Ígnea Bimodal Gentileza Curralinho.

7.2.2.2 Geomofologia da área de influência do empreendimento

A Usina Solar Fotovoltaica Energias do São Francisco está inserida num


contexto geomorfológico pediplanado dentro da depressão sertaneja (IBGE, 1995)
que apresenta uma vasta superfície de erosão e compreende um diversificado
conjunto de padrões de relevo com predomínio de formas aplainadas com relevo

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suavemente ondulado (Carvalho; Martins, 2017) denotado de um longo período de


estabilidade tectônica.
A Usina Solar Fotovoltaica está inserida na unidade geomorgologica estrutural
pertencente ao núcleo nordestino de escudo brasileiro (Figura 16). Topograficamente,
corresponde a uma área deprimida, com um nível de base local de aproximadamente
320m de altitude, circundada ao norte pelas bordas da Província Parnaíba e ao sul
por afloramentos de gnaisse composto por inselbergs e maciços residuais,
correspondendo à fácies mais resistentes, com altitudes de aproximadamente 600m.

Figura 16: Morfologia ampla de Cuesta em escarpa mantida pela formação Taracatu em meio a um
relevo aplainado constituído por solos rasos e pedregosos em clima semiárido, num cenário típico da
Depressão Sertaneja.
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

Em nível local, na área de intervenção do empreendimento, o relevo se


apresenta bastante homogêneo que varia de aplanado a levemente ondulado, cortado
por talvegues pouco acentuados trabalhados pela dinâmica da drenagem pluvial ao
longo dos anos geológicos. A topografia segue o padrão acima descrito, apresentando
cotas que variam entre 220 m, na porção Nordeste do empreendimento e 270 m, na
porção sul (Figura 17). Nesta Unidade, o relevo apresenta declividades de 2 a 5 %,

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caracterizando tipologias de relevo suave e suave ondulado.

Figura 17: Curvas de nível nas áreas de influência do empreendimento.


Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

7.2.3 Pedologia

A origem e evolução dos solos estão relacionadas a fatores que traduzem as


características dos condicionantes climáticos, litológicos e de relevo ao longo do
tempo. Guerra e Mendonça (2004) dizem que “a formação dos solos é o resultado da
interação de muitos processos, tanto geomorfológicos como pedológicos”. Ainda
segundo esses autores, os processos de formação de solos resultam de uma
variabilidade temporal e espacial bastante significativa.
Agente ativo que interfere definitivamente no processo de formação dos solos
e a atividade biológica. Nesse aspecto, sob o viés geoquímico o solo é a interface
entre a litosfera e a biosfera (FONSECA, 1999). Nesse entendimento, a relação
estabelecida ente clima, geologia, topografia, relevo, atividade biológica e tempo
conferem aos solos características de elementos dinâmicos que estão em constante
evolução e vão se adaptando às diversas formas de variações de fluxos de massas e
energias, gradientes termodinâmicos e demais condições exógenas (GUERRA &

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MENDONÇA, 2004).
De acordo com o novo sistema brasileiro de classificação de solos, a definição
é:

Uma coleção de corpos naturais, constituídos por partes sólidas, líquidas e


gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e
orgânicos que ocupam a maior parte do manto superficial das extensões
continentais do nosso planeta, contém matéria viva e podem ser vegetados
na natureza onde ocorrem e, eventualmente, terem sido modificados por
interferências antrópicas (EMBRAPA, 2006, P.31).

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária - EMBRAPA (2006),


os solos normalmente possuem várias camadas sobrepostas, designadas por
horizontes. Estas camadas são formadas pela ação simultânea de processos físicos,
químicos e biológicos e podem distinguir-se entre si através de determinadas
propriedades, como por exemplo a cor, a textura e o teor em argilas.
Os solos do município de Canindé de São Francisco são predominam solos
profundos e pouco férteis, cobertos pela vegetação da caatinga e das florestas
caducifólias e apresenta diferentes tipos de solo: do tipo Planossolos, Luvissolos,
Nessolos e Neossolos Litólicos Eutróficos (AGUIAR NETTO; SANTANA, 2015).
Segue representação temática na Figura 18.

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Figura 18: Pedologia das áreas de influência do empreendimento.


Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

7.2.3.1 Pedologia da área de influência do empreendimento

O solo predominante da região do empreendimento é o do tipo Luvissolo bruno


não cálcico (JACOMINE, 1975) constituído por sedimentos oriundos de rochas
metamórficas e/ou ígneas, com predominância de vegetação gramínea e árvores de
pequeno porte (Figura 19). Este solo se apresenta em diversas cores e texturas na
área, sendo de baixa profundidade e baixo teor de matéria orgânica.
A erosão pluvial é intensa no solo raso, geralmente formada pela precipitação
de água meteórica intensa e pontual no inverno sertanejo. As erosões foram
encontradas tanto no solo, como também nos afloramentos rochosos.

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Figura 19: A- Erosão pluvial do solo do tipo luvissolo, rico em cascalhos e fragmentos dos
metapelitos; B- Ravinas no solo provenientes da erosão das chuvas torrenciais.
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

7.2.4 Recursos minerários

Diante da consulta dos processos minerários da base de dados do Sistema de


Informações Geográficas da Mineração (SIGMINE), da Agência Nacional de
Mineração (ANM), a maioria dos processos registrados no município de Canindé de
São Francisco, AII do empreendimento, estão na fase de autorização de pesquisa
para as substâncias de minério de cobre, mármore, granito, quartzito e turfa; dois
processos, em fase de requerimento de pesquisa para as substâncias mármore e
quartzito e três títulos em disponibilidade para as substâncias minério de níquel e de
cobre.
Na ADA do empreendimento foram identificados 7 títulos minerários junto à
ANM, sendo 6 referentes à autorização de pesquisa e 1 de requerimento de pesquisa,
conforme Figura 20, para as substâncias de mármore e quartzito.
Apesar da existência desses títulos na área de implantação do
empreendimento, a maioria não teve o relatório final de pesquisa aprovado ou já
consta de desistência da pesquisa homologada e publicada pela ANM. Enquanto o
requerimento de pesquisa (878034/2016), título que ocupa um percentual maior na
área da UFV Canindé de São Francisco, 21,09%, comprometendo 71,16% da área

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total do título, teve seu indeferimento em 13 de setembro de 2016 pelo não


cumprimento de exigências da ANM.

Figura 20: Títulos minerários na ADA do empreendimento.


Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

7.2.5 Patrimônio arqueológico

Todos os bens de natureza arqueológica são definidos e protegidos pela


Constituição Brasileira de 1988, em seu artigo 216, e pela Lei n° 3.924, de 26 de julho
de 1961, sendo creditados como bens patrimoniais da União e tutelados pelo IPHAN.
São passíveis de processo judicial por danos ao patrimônio da União e omissão, por
exemplo, os proprietários de terras que encontrarem qualquer achado arqueológico e
não comunicarem ao IPHAN no prazo de 60 dias.
Há um processo em andamento junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN), protocolado sob o número 01504.000129/2022-23. A
atividade desenvolvida pelo empreendimento é classificada, de acordo com Instrução
Normativa (IN) do IPHAN nº 01, de 25 de março de 2015, como nível III, onde há de
média a alta interferência sobre as condições vigentes do solo e dessa maneira se faz
necessário a elaboração do Projeto de Avaliação de Impacto ao Patrimônio

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Arqueológico (PAIPA) a ser previamente autorizado por Portaria do IPHAN, Relatório


de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico (RAIPA) e procedimentos
subsequentes, conforme arts. 18 e 19 da IN.
A compilação de informações dos sítios arqueológicos cadastrados em
Canindé de São Francisco resultou na Figura 21, onde é possível visualizar todas as
áreas de influência da UFV Canindé de São Francisco. São 58 sítios arqueológicos
cadastrados no município, sendo o Paraíso da Caatinga, localizado na AID do
empreendimento. O Paraíso da Caatinga se trata de um sítio Pré-Histórico
Unicomponencial com Presença de Pintura Rupestre.

Figura 21: Sítios arqueológicos das áreas de influência do empreendimento.


Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

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7.2.6 Recursos Hídricos

Entre os recursos naturais indispensáveis no desenvolvimento humano, a água


ocupa uma posição de destaque, por sua importância no equilíbrio de vida no planeta.
O crescimento demográfico, a urbanização e a expansão industrial têm originado
significativas demandas de recursos hídricos, muitas vezes acima da disponibilidade
dos respectivos cursos de água. O resultado desse impacto é o comprometimento da
qualidade e quantidade hídrica disponível.
Entre os recursos naturais indispensáveis no desenvolvimento humano, a água
ocupa uma posição de destaque, por sua importância no equilíbrio de vida no planeta.
O crescimento demográfico, a urbanização e a expansão industrial têm originado
significativas demandas de recursos hídricos, muitas vezes acima da disponibilidade
dos respectivos cursos de água. O resultado desse impacto é o comprometimento da
qualidade e quantidade hídrica disponível.
A Figura 22 exibe o mapa hidrográfico das áreas de influência da UFV de
Canindé de São Francisco, com informações os recursos hídricos superficiais e
subterrâneos.

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Figura 22: Recursos hídricos das áreas de influência da UFV Canindé de São Francisco.
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

7.2.6.1 Águas superficiais

O município de Canindé de São Francisco/SE está inserido na região do Baixo


São Francisco que vai da cachoeira de Paulo Afonso até a foz, entre os municípios de
Piaçabuçu/AL e Brejo Grande/Se, mais especificamente na sub-bacia do rio Curituba.
Na sua margem direita, que limita o município a nordeste. Todos os seus afluentes e
subafluentes são intermitentes. Seus principais tributários são os rios Curituba e os
riachos da Cachoeirinha, Lajedinho, da Onça e da Urtiga. O padrão de drenagem
predominante é do tipo dendrítico, sobre rochas granito-gnaissicas em superfície
aplainada (CPRM, 2005).
Fundamental pelo volume de água transportada para o Semiárido, essa Região

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Hidrográfica é essencial para o desenvolvimento de agricultura, sendo uma das mais


importantes atividades econômicas, mas a regularização das vazões do rio São
Francisco proporcionada pelos grandes reservatórios também tem proporcionado
maior segurança operacional de diversas captações para abastecimento de água.

7.2.6.2 Águas subterrâneas

São aquelas presentes no subsolo do planeta Terra, localizando-se,


principalmente, em espaços vazios entre as rochas. Estas águas representam uma
importante fatia da água doce do planeta e estão presentes, principalmente, nos
aquíferos.
Com relação à disponibilidade de água subterrânea, o município encontra-se
em uma área com disponibilidade hídrica variável, que passa de áreas geralmente
muito baixa, para áreas geralmente baixa e de pouca produtividade ou não aquífera.
Três aquíferos estão inseridos no município de Canindé de São Francisco, o Aquífero
Fraturado Semiárido, o Aquífero Brígida-Curituba e o Aquífero Tacaratu-Inajá.

7.2.6.3 Recursos hídricos da área de influência do empreendimento

A ADA é banhada por três corpos hídricos principais catalogados pela


SEMARH/SRH (Figura 23), além da identificação de canais de drenagem, conforme
Erro! Fonte de referência não encontrada.. Ao Oeste a área do empreendimento é b
anhada por um afluente do Riacho Baixo do Quixabeira, corpo que possui 7 km de
extensão e tem um regime intermitente. Mais ao leste da ADA, um afluente do Riacho
Xingozinho corta a área com uma extensão de 6,5 km. No extremo leste, um corpo
hídrico afluente do Riacho da Cachoeirinha, com 7 km de extensão banha a ADA e a
AID com um regime também intermitente (SEMARH/SRH, 2010).

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Figura 23: Corpos hídricos cortando a ADA em diversos pontos.


Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

7.2.7 Qualidade do ar, ruído e vibração

No tocante à qualidade do ar, não foi identificada na ADA, tampouco na AID,


nenhuma fonte emissora que possa comprometer a qualidade do ar, uma vez que, a
atividade industrial é inexistente na região.
Como na maioria de áreas rurais de áreas com elevada aridez, os maiores
problemas de qualidade do ar se apresentam por efeitos das queimadas – acidentais
ou programadas, que somadas à resuspensão de material particulado pelo tráfego de
caminhões são os causadores dos principais incômodos no que diz respeito a
qualidade do ar.
As fontes de ruído serão inerentes à fase de implantação do empreendimento,
onde serão obedecidos os limites estabelecidos nas NBR’s nº 10.151 e nº 10.152 da
ABNT, referenciadas pela Resolução Conama nº 01/90. Durante a operação do
empreendimento não haverá alteração nos níveis de pressão sonora. Não foram
realizadas medições de ruído dentro da AID, por ser considerado desnecessário em
função da ambiência rural e ausência de fontes emissoras de ruído.

7.3 Meio biótico

O estudo do meio biótico permite a realização do levantamento sobre o


ecossistema terrestre, englobando a fauna e a flora presentes na área de influência
do empreendimento e do seu entorno, permitindo a avaliação dos impactos que
podem advir da sua implementação.
Ademais, o conhecimento do meio biótico permite a formulação de medidas

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corretivas e/ou mitigadoras e o monitoramento ambiental após a instalação do


empreendimento.

7.3.1 Caracterização da flora

O município de Canindé de São Francisco está inserido no domínio da


Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, que abrange cerca de 10,1% do território
nacional, e tido como o mais rico em termos de biodiversidade, considerando-se as
regiões semiáridas do mundo (IBGE, 2019; MMA, 2022).
A Caatinga apresenta uma significativa heterogeneidade ambiental,
caracterizada por um mosaico de tipologias vegetais, geralmente caducifólia, xerófila
e, por vezes, espinhosa, que varia de acordo com a pedologia e a disponibilidade
hídrica. A vegetação classificada como típica de caatinga está localizada nas
depressões sertanejas, uma ao norte e outra ao sul do bioma, limitadas por uma série
de serras que constituem uma barreira geográfica para diversas espécies. Todavia,
os diferentes tipos de vegetação de caatinga também se estendem por regiões mais
elevadas e de relevo variado, e compõem a caatinga arbustiva a arbórea, a mata seca,
a mata úmida, o carrasco e as formações abertas com a predominância de cactáceas
e bromeliáceas (VELLOSO et al., 2002).
Na Área de Influência Direta (AID) foram averiguados o meio físico e o meio
biótico, de modo que o conhecimento e a compreensão destes auxiliem nas medidas
mitigadoras ou compensatórias, caso seja necessário.

A Área de Influência Direta – AID – é a área geográfica diretamente


afetada pelos impactos decorrentes do empreendimento/projeto e
corresponde ao espaço territorial contíguo e ampliado da ADA, e
como esta, deverá sofrer impactos, tanto positivos quanto negativos.
Tais impactos devem ser mitigados, compensados ou
potencializados (se positivos) pelo empreendedor. Os impactos e
efeitos são induzidos pela existência do empreendimento e não como
consequência de uma atividade específica do mesmo (ARCADIS,
p.74, 2015).

7.3.2 Metodologia

Para caracterização da vegetação da área do empreendimento foram


necessárias duas etapas: a primeira concentrou esforços no levantamento de dados

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secundários, tendo como principal objetivo descrever a Área de Influência Direta - AID
e a Área de Influência Indireta – AII; a segunda manteve foco no levantamento de
dados primários para para a caracterização da Área Diretamente Afetada - ADA.
O levantamento de dados secundários teve por base referências bibliográficas
realizadas em livros e periódicos que abordassem o assunto, bem como homepages
de órgãos públicos e institutos de pesquisa científica. Já o levantamento primário foi
realizada a caracterização florística dos indivíduos arbóreos presentes no interior da
ADA.
A classificação das formas de vida da flora vascular considerou o Manual
Técnico da Vegetação Brasileira (IBGE, 2012), determinando-se as espécies
arbóreas, arbustivas e herbáceas. A identificação das espécies foi realizada por meio
de consultas a referências específicas, tais como o projeto Flora e Funga do Brasil
(2022) e levantamentos florísticos desenvolvidos na região. Quanto a terminologia das
espécies, bem como a grafia correta, seus autores, entre outros dados, foram
legitimados mediante verificação na base de dados do Flora e Funga do Brasil (2022).
No que concerne a identificação das espécies ameaçadas de extinção,
consultaram-se a Portaria MMA Nº 443/2014 (MMA, 2014), o Livro Vermelho da Flora
Ameaçada do Brasil (MARTINELLI & MORAES, 2013) e a base de dados do Centro
Nacional de Conservação da Flora - CNC Flora (2022) vinculada ao conjunto de dados
do Flora e Funga do Brasil (em construção). Já o nível de endemismo foi analisado
por meio dos dados de distribuição disponibilizados no Flora e Funga do Brasil (em
construção), sendo classificados em quatro níveis: (1) não endêmica; (2) endêmica do
Brasil; (3) endêmica da região nordeste; (4) endêmica do Estado de Sergipe.

7.3.3 Fitofisionomia

O levantamento da fitofisionomia ajuda na compreensão da complexidade


existente nos ambientes naturais mediante identificação das espécies, sejam elas
raras comuns e/ou abundantes. Ademais auxilia na análise da frequência e da riqueza
de determinada flora em um ecossistema.
É importante compreender como as espécies estão arranjadas, sua
interdependência, como funcionam, como crescem e como se comportam em seus
ecossistemas e no fenômeno de sucessão.

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Desta forma, o estudo da composição florística é de fundamental


importânciapara o conhecimento da estrutura da flora ao fornecer
informações qualitativas e quantitativas sobre a área em estudo e
possibilitar a tomada dedecisões para o manejo mais adequado para
cada tipo de vegetação (CHAVES et al., 2013).

Assim sendo, buscou-se caracterizar a flora existente na ADA e na AID na qual


será construída a UFV Canindé de São Francisco/SE.

7.3.4 Caatinga

Tendo em vista as subdivisões de biodiversidade do bioma Caatinga e as


ecorregiões propostas por Velloso et al. (2002), o município de Canindé de São
Francisco está inserido na ecorregião Depressão Sertaneja Meridional, caracterizada
pelo cenário típico do semiárido nordestino, ou seja, extensas planícies baixas, de
relevo predominantemente suave-ondulado, com elevações residuais distribuídas na
paisagem, apresentando a vegetação de caatinga arbustiva a arbórea, com uma
diversidade significativa de espécie.
O Bioma no qual será realizado o empreendimento da usina fotovoltaica é a
caatinga, desse modo faz-se aqui uma breve caracterização desse tipo de bioma, no
intuito de identificar a vegetação característica desse tipo de bioma.

Compõe a caatinga uma vegetação xerófila essencialmente


heterogênea no que diz a respeito à fitofisionomia e estrutura. O
aspecto da vegetação caracteriza-se por árvores e arbustos de porte
pequeno, folhas pequenas e caducifólias, com mecanismos de
adaptação como espinhos, desenvolvidos como forma de recolher
o excesso de transpiração causada pelo longoperíodo de estiagem
(DRUMOND et al., 2002).

O bioma Caatinga compreende uma área de 862.818 Km² e engloba os estados


de Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia
e Minas Gerais (IBGE, 2019). O nome “caatinga” é de origem Tupi-Guarani e significa
floresta branca, que certamente caracteriza bem o aspecto da vegetação na estação
seca, quando as folhas caem (PRADO, 2003). Apresenta uma grande potencialidade
para pagamento por serviços ambientais, uso sustentável e bioprospecção, que se
explorado corretamente, será determinante para o desenvolvimento regional (MMA,
2022).
Naturalmente a vegetação existente não é uniforme apresentando ampla

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variação de forma e cor no decorrer de sua extensão, como se observa na Figura 24.

Figura 24: Bioma Caatinga.


Fonte: <https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/geografia/caatinga>

A Figura 25 evidencia o mapa de uso e cobertura da terra da região do


empreendimento corresponde ao município de Canindé de São Francisco, o qual
apresenta ao longo de sua extensão, diversos fragmentos de vegetação, classificado
como Caatinga Arbustiva Arbórea, cercados por pastagens.

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Figura 25: Uso e cobertura do solo no município de Canindé de São Francisco, destacando-se os
remanescentes florestais.
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

7.3.4.1 Caracterização da vegetação do bioma caatinga

Na caatinga existem cerca de 944 espécies de plantas, muitas delas inclusive


são endêmicas. Cabe frisar que a caatinga não é homogênea, assim sendo possui
grande variedade de vegetação categorizada como fitofisionomia, sendo conhecida
por muitos pesquisadores por caatingas, no plural, devido a sua elevada
homogeneidade de formas, de aparência. Tal homogeneidade é influenciada,
sobretudo pelo clima, relevo e solo característicos e adaptados as elevadas
temperaturas e baixa pluviosidade.
Nas Figura 26 a Figura 29 se evidencia as possíveis fitofisionomias da caatinga,
a saber: caatinga arbórea, caatinga arbustiva, mata seca e carrasco.

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Figura 26: Fitofisionomia da Caatinga – Caatinga arbórea.


Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

Figura 27: Fitofisionomia da Caatinga – Caatinga arbustiva.


Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

Figura 28: Fitofisionomia da Caatinga – Mata seca.


Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

Figura 29: Fitofisionomia da Caatinga – Carrasco.


Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

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A vegetação possui diversas adaptações para sobreviver aos períodos mais


secos, as folhas são pequenas, cobertas por substância cerosa, a cutícula, a qual
mantém a impermeabilidade das folhas impedindo perda excessiva de água.
Algumas plantas adotam outras estratégias, como por exemplo, escape ou fuga
de escassez de água. Nessa estratégia a planta adianta ou retarda seu ciclo de vida,
podendo também adiar o período de germinação para períodos em que o solo esteja
mais úmido, assim elas germinam, florescem e morrem no período chuvoso,
aproveitando assim a água disponível no ambiente.
Com o armazenamento de água e nutrientes, as plantas deixam as folhas
caírem no final do período chuvoso, ficando muitas vezes, totalmente desfolhadas no
período seco. Desta forma, não ocorre perda de água para o ambiente através das
folhas. Sem as folhas verdes, a taxa fotossintética é drasticamente reduzida e a planta
entra em estágio de economia de energia e uso das suas reservas (SENA, 2011, p.
25).
O bioma da caatinga é bastante característico e predominante na área onde
será realizado o empreendimento. A vegetação estudada na área diretamente afetada
da UFV Canindé de São Francisco apresenta uma significativa heterogeneidade,
devido às características de solo, disponibilidade hídrica e influência antrópica (Figura
30). Em diagnóstico realizado na área, os remanescentes de vegetação foram
classificados em quatro tipologias: Savana-Estépica Arborizada associada a solos
arenosos e afloramentos rochosos, Vegetação em estágio de regeneração natural,
Savana-Estépica Arborizada e Savana-Estépica associada a cursos d’água
intermitentes.

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Figura 30: Aspectos da vegetação de Savana-Estépica no município de Canindé de São Francisco.


Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

7.3.4.2 Composição florística da área de influência do empreendimento

A composição florística das tipologias estudadas na área do empreendimento


contempla um total de 105 espécies distribuídas em 39 famílias botânicas.
As famílias com maior número de espécies foram a Fabaceae (13 espécies),
Euphorbiaceae (11 espécies), Malvaceae (7 espécies), Cactaceae (7 espécies),
Bromeliaceae (7 espécies), Asteraceae (5 espécies), Sapindaceae (4 espécies),
Bignoniaceae (3 espécies), Anacardiaceae (3 espécies), Capparaceae (3 espécies) e
Verbenaceae (3 espécies). As demais famílias apresentaram uma ou duas famílias.
Das 13 espécies pertencentes à família Fabaceae, nove delas possuem o hábito de
vida arbóreo, destacando-se a espécie Cenostigma pyramidale, que foi registrada em
todas as tipologias estudadas.
As Figura 31 a Legenda: A - Bromelia laciniosa (macambira); B - Encholirium
spectabile Mart. Ex Schult. F. (macambira-de-flecha); C - Tillandsia loliacea Mart. ex
Schult. & Schult.f.; D - Euphorbia phosphorea Mart. (cipó-de-leite); E - Tillandsia
streptocarpa Baker.

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Figura 33 agrupam os registros fotográficos da diversidade das espécies de


caatinga encontrada na UFV Canindé de São Francisco.

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Legenda: A - Sapium argutum (Müll.Arg.) Huber (burra-leiteira); B - Jatropha molíssima (Pohl)


Baill.(pinhão-bravo); C - Psidium cattleyanum Sabine (araçá); D - Sarcomphalus joazeiro (Mart.)
Hauenshild (juazeiro); E - Cnidoscolus obtusifolius Pohl ex Baill (favela).; F - Annona vepretorum Mart.
(araticum).
Figura 31: Diversidade de espécies arbóreas / arbustivas na área diretamente afetada da UFV
Canindé de São Francisco.
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

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Legenda: A - Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luetzelb. (cabeça-de-frade); B - Tacinga palmadora
(Britton & Rose) N.P. Taylor & Stuppy (quipá); C - Xiquexique gounellei (F.A.C.Weber) Lavor &
Calvente (xique-xique); D - Tacinga inamoena (K. Schum.) N.P. Taylor & Stuppy (palma-brava); E -
Pilosocereus catingicola (Gürke) Byles & Rowley (facheiro).; F - Cereus jamacaru DC. (mandacaru).
Figura 32: Diversidade de espécies de cactáceas na ADA do empreendimento.
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

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Legenda: A - Bromelia laciniosa (macambira); B - Encholirium spectabile Mart. Ex Schult. F.


(macambira-de-flecha); C - Tillandsia loliacea Mart. ex Schult. & Schult.f.; D - Euphorbia phosphorea
Mart. (cipó-de-leite); E - Tillandsia streptocarpa Baker.
Figura 33: Diversidade de espécies herbáceas na ADA do empreendimento.
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

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Com relação a forma de vida, as árvores representam 30,48%, os arbustos


20,00%, as subarbustivas 12,38%, as herbáceas 28,57% e as trepadeiras 8,57%.
Quanto ao nível de endemismo, 51,43% das espécies não são endêmicas do Brasil
e 36,19% são endêmicas do Brasil. Sendo que a maioria das espécies registradas
são nativas da flora brasileira e representam 81,90%. Identificaram-se ainda 7
espécies naturalizadas, com destaque para a Prosopis juliflora (algaroba), que é
uma espécie forrageira comum no semiárido brasileiro para alimentação animal
(Legenda: (DD) deficiente de dados; (EM) em perigo; (VU) vulnerável; (NE) não
avaliada; (LC) pouco preocupante; (NT) quase ameaçada; (SI) sem informação.
Figura 34).

Legenda: (DD) deficiente de dados; (EM) em perigo; (VU) vulnerável; (NE) não
avaliada; (LC) pouco preocupante; (NT) quase ameaçada; (SI) sem informação.
Figura 34: Gráficos de distribuição das espécies por hábito, ameaça de extinção, endemismo e
origem das espécies identificadas na área de influência do empreendimento.
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

7.3.5 Caracterização da fauna (terrestre, aquática, aérea e cavernícola)

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O estudo da fauna terrestre, aquática, aérea e cavernícola foi desenvolvido nos


meses de março/2022 a abril/2022 no município de Canindé de São Francisco – SE.
Foram consideradas as atuais peculiaridades ambientais da área, sendo que estas
influenciam diretamente a qualidade de vidas dos animais nativos da região.
7.3.5.1 Ictiofauna

Sabendo que o bioma Caatinga possui quatro regiões hidrográficas em seu


domínio, que são: Maranhão-Piauí, Nordeste Médio-Oriental, bacias do Leste e São
Francisco (ROSA et al., 2003), sendo nesta última inserida a área de estudo deste
projeto, durante o inventário de campo, foram encontradas evidências de cursos
d’água intermitentes na ADA, o que nos leva à necessidade do mapeamento de
espécies deste grupo.
Para a Ictiofauna o levantamento se restringiu aos dados secundários, pois
além da escolha pela não captura de nenhum espécime, os riachos presentes na ADA
estavam secos, devido ao período de estiagem.
Os estudos bibliográficos mais recentes concluiram que a caatinga possui 240
espécies de peixes, sendo que destas 136 podem ser consideradas endêmicas
(ANTUNES; ALCÂNTARA & SANTOS, 2021), sendo a ecorregião da Bacia do São
Francisco a que possui o maior número de espécies endêmicas (ROSA et al., 2003).

7.3.5.2 Hepertofauna

Os anfíbios e répteis possuem a capacidade de fornecer informações


importantes sobre o meio ambiente, pois possuem alta sensibilidade a quaisquer
modificações ambientais (POUGH et al., 2008). Por se tratarem de espécimes de tão
grande valia para os estudos ambientais, também se faz necessária a identificação de
seu habitat, afim de realizar o manejo adequado das populações.
O levantamento primário dos indivíduos foi realizado através de inventário de
campo por meio de busca ativa a partir de estratégias de visualização e também da
procura auditiva da vocalização, que por vezes é executada pelos espécimes durante
o período reprodutivo em áreas alagadas/brejosas. Durante o levantamento também
foi dada atenção a busca passiva pela identificação de vestígios (carcaças, pegadas,
fezes e tocas). Ambas metodologias foram aplicadas com o objetivo de investigar os
diferentes ambientes existentes na ADA e AID do empreendimento.

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A nomenclatura utilizada para as espécimes foram realizadas conforme a


classificação para as espécies de répteis e anfíbios do Brasil (SEGALLA, 2021;
COSTA; BÉRNILS, 2018), publicadas pela Sociedade Brasileira de Herpetologia
(SBH). O grau de ameaça seguiu a listagem do Livro Vermelho da Fauna Brasileira
Ameaçada de Extinção (INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA
BIODIVERSIDADE, 2018) e a The IUCN Red List of Threatened Species (THE IUCN,
2021). As informações sobre aspectos alimentares, hábitos e habitat foram obtidos
mediante consultas em dados secundários. Não houve coleta de espécimes, sendo
estes, mantidos nos locais de captura.
O esforço de campo resultou na identificação de dezesseis espécies da
Herpetofauna, sendo doze da ordem Squamata, três da ordem Anura e uma espécie
da ordem Testudinata.
As Figura 35 a Figura 42 agrupam os registros fotográficos da herpetofauna da
ADA do empreendimento.
Cabe salientar que na área do futuro empreendimento os ambientes são
tipicamente do bioma caatinga. Há grande diversidade de fitofisionomias naturais e o
ambiente já foi bastante alterado pelo ser humano. Chama atenção a baixa frequência
de áreas com bom estado de conservação para a amostragem.

Figura 35: Salvator merianae (Teiú) - registro de Figura 36: Ameivula ocellifera (Calanguinho-
carcaça. listrado).
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, Fonte: Gabriela Almeida Consultoria
2022. Ambiental, 2022.

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Figura 37: Tropidurus torquatus (Calango). Figura 38: Tropidurus semitaeniatus (Calango-
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, de-ladejo).
2022. Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022.

Figura 39: Pithecopus nordestinus (Perece- Figura 40: Scinax fuscovaria (Perereca-de-
verde). Banheiro).
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
Ambiental, 2022. 2022.

Figura 41: Rhinella crucifer (Sapo-cururu). Figura 42: Crotalus durissus (Cascavel).
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
Ambiental, 2022. 2022.

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7.3.5.3 Avifauna

As aves são o grupo zoológico de melhor observação e identificação, pois seus


hábitos são principalmente diurnos e abrangem intensa vocalização. Consistem nos
vertebrados mais catalogados e descritos na bibliografia, inclusive permitindo trabalho
de campo mais ágil, se comparado aos outros grupos (STOTZ et al., 1996).
O levantamento primário dos indivíduos foi realizado utilizando a busca ativa
pelo reconhecimento visual por meio de binóculos, a olho nu e por armadilhas
fotográficas, também foi dada atenção às vocalizações; o segundo protocolo de busca
foi o de ponto fixo, que consiste na permanência em determinado local por um período
mais longo, entre 1 e 2 horas. A busca passiva foi realizada a partir da procura dos
vestígios de ocorrência de espécimes, como por exemplo, penas e ninhos, enquanto
se percorriam os transectos delimitados e pela realização de entrevistas com a
comunidade do entorno, com a finalidade de extrapolar a identificação de espécies,
que por ventura não fossem identificadas durante a busca ativa.
A nomenclatura seguiu a classificação do Comitê brasileiro de Registros
Ornitológicos (PACHECO et al., 2021). Nenhuma das espécies identificadas na área
de estudo está relacionada com alto grau de ameaça ou extinção, segundo a listagem
do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (INSTITUTO CHICO
MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE, 2018) e a The IUCN Red List
of Threatened Species (THE IUCN, 2021). As informações sobre aspectos
alimentares, hábitos e habitat foram obtidos mediante consultas em dados
secundários. Não houve coleta de espécimes, sendo estes, mantidos nos locais de
captura.
O levantamento de avifauna resultou na identificação de 36 espécies, dentre
14 ordens e 23 famílias, as Erro! Fonte de referência não encontrada. a Erro! Fonte de
referência não encontrada. agrupam os registros fotográficos da avifauna da ADA
do empreendimento:

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Figura 43: Cathartes burrovianus (Urubu-de- Figura 44: Coragyps atratus (Urubu-de-cabeça-
cabeça-amarela). preta).
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022. 2022.

Figura 45: Cathartes aura (Urubu-de-cabeça- Figura 46: Caracara plancus (Carcará).
vermelha). Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.
2022.

Figura 47: Vanellus chilensis (Quero-quero). Figura 48: Paroaria dominicana (Cardeal-do-
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, nordeste).
2022. Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022.

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Figura 49: Gnorimopsar chopi (Assum-preto). Figura 50: Nyctidromus hirundinaceus


Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, (Bacurauzinho-da-caatinga).
2022. Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022.

Figura 51: Furnarius rufus (João-de-barro). Figura 52: Crotophaga ani (Anu-preto).
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022. 2022.

Figura 53: Bubulcus ibis (Garça-boieira). Figura 54: Pitangus sulphuratus (Bem-te-vi).
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022.

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Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,


2022.

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Figura 55: Guira Guira (Anu-Branco). Figura 56: Columbina picui (Rolinha-branca).
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022. 2022.

Figura 57: Columbina squammata (Rolinha- Figura 58: Troglodytes musculus (Corruíra ou
fogo-apagou). Garrincha).
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022. 2022.

Figura 59: Forpus xanthopterygius (Tuim). Figura 60: Pseudoseisura cristata (Casaca-de-
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, couro ).
2022. Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022.

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Figura 61: Lepidocolaptes angustirostris Figura 62: Tyrannus melancholicus (Suiriri).


(Arapaçu-de-cerrado). Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.
2022.

Figura 63: Mimus saturninus (Sabiá-do-campo). Figura 64: Fluvicola nengeta (Lavadeira).
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022. 2022.

Figura 65: Passer griseus (Pardal-de-cabeça- Figura 66: Eupsittula cactorum (Periquito-da-
cinzenta). caatinga).
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022. 2022.

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Figura 67: Rupornis magnirostris (Gavião- Figura 68: Milvago chimachima (Gavião-
carijó). carrapateiro).
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022. 2022.

Figura 69: Eupetomena macroura (Beija-flor- Figura 70: Cyanocorax cyanopogon (Cancão).
tesoura). Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.
2022.

Figura 71: Nothura boraquira (Codorna-do- Figura 72: Athene cunicularia (Coruja-
nordeste). buraqueira).
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022. 2022.

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7.3.5.4 Mastofauna

Os mamíferos pertencem a Classe Mammalia, possuem o corpo geralmente


coberto por pelos, são endotérmicos, as fêmeas possuem glândulas mamárias, a
dentição é extremamente adaptável aos mais variados tipos de alimentação. Os
mamíferos possuem elevada capacidade de obter conhecimento, uma vez que
possuem o encéfalo bem desenvolvido, este fato os auxilia em uma melhor captação
de estímulos do ambiente, a visão é bem detalhada, o olfato e a audição são apurados
e o tato bem desenvolvido também. Há variações e adaptações morfológicas e
anatômicas que lhes permite viver em praticamente todos os hábitats.
O bioma da caatinga abriga cerca de 183 espécies da classe Mammalia, sendo
que 11 podem ser consideradas endêmicas (CARMIGNOTTO; ASTÚA, 2017). Os
mamíferos atuam como mantenedores da biodiversidade ao agirem nos mais diversos
níveis tróficos, sejam como predadores ou herbívoros. Regulam o quantitativo de
outras espécies, bem como, participam da dispersão de sementes, contribuindo para
a recomposição florestal de forma natural, havendo grande interdependência com o
habitat. Consequentemente, sendo de grande importância na identificação dos
impactos ambientais.
O levantamento primário dos indivíduo foi realizado a partir do uso da
metodologia de busca ativa durante o percurso pelas trilhas e estradas da ADA e AID
onde foram utilizados os protocolos de escuta, vocalização dos animais, observações
diretas (a olho nu), o uso de binóculos e os registros de imagem realizados por
armadilhas fotográficas (câmera trap). A busca passiva foi realizada a partir da busca
por vestígios que demonstrassem a presença da mastofauna no local, também foram
feitas entrevistas junto à comunidade para obter informações sobre outras espécies
que não tenham sido localizadas durante a busca ativa. A nomenclatura seguiu a
classificação seguiu a listagem da Sociedade Brasileira de Mastozoologia (ABREU et
al, 2021). As informações sobre aspectos alimentares, hábitos e habitat foram obtidos
mediante consultas em dados secundários. Não houve coleta de espécimes, sendo
estes, mantidos nos locais de captura.
O levantamento da mastofauna resultou na identificação identificação de 16
espécies sendo 1 da ordem Artiodactyla, 7 da ordem Carnivora, 1 da Cetartiodactyla,
1 da Chiroptera, 1 da ordem Cingulata, 1 da Didelphimorphia, 1 da ordem Pilosa, 1 da
Primates e 2 da Rodentia. Desta pesquisa resultaram que três das espécies

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levantadas estão com estado Vulnerável (VU) e uma espécie Em Perigo (EN),
respectivamente, Lycalopex vetulus, Puma yagouaroundi, Kerodon rupestris e
Leopardus tigrinus, seguindo a listagem do Livro Vermelho da Fauna Brasileira
Ameaçada de Extinção (INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA
BIODIVERSIDADE, 2018) e a The IUCN Red List of Threatened Species (THE IUCN,
2021).
As Erro! Fonte de referência não encontrada. aErro! Fonte de referência nã
o encontrada. grupam os registros fotográficos da avifauna da ADA do
empreendimento:

Figura 73: Euphractus sexcinctus (Tatu-peba) - Figura 74: Callithrix jacchus (Sagui-do-tufo-
registro de toca. branco).
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022. 2022.

Figura 75: Didelphis albiventris (Gambá-de- Figura 76: Herpailurus yagouaroundi (Gato-
orelha-branca ou saruê). mourisco) - registro de filhote.
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022. 2022.

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Figura 77: Kerodon rupestris (Mocó). Figura 78: Cavia aperea (Preá).
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022. 2022.

Figura 79: Cerdocyon thous (Cachorro-do- Figura 80: Lycalopex vetulus (Raposa-do-
mato). campo).
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022. 2022.

Figura 81: Conepatus semistriatus (Cangambá Figura 82: Mazama gouazoubira (Veado-
ou gambá-listrado). catingueiro) - registro de pegadas.
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022. 2022.

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Figura 83: Procyon cancrivorus (Guaxinim ou Figura 84: Dicotyles tajacu (Cateto) - registro de
mão-pelada) - registro de pegadas. filhote.
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental,
2022. 2022.

7.4 Meio antrópico

Para uma avaliação completa da influência do objeto de estudo faz-se


necessário o desenvolvimento deste diagnóstico que busca qualificar o meio
socioeconômico, compreendendo os fatores históricos, políticos, éticos e sociais
(econômicos e culturais) que ocorrem na área de estudo, no caso, o município de
Canindé de São Francisco. Este diagnóstico tem como objetivo avaliar a coesão do
desenvolvimento a expansão do município com o advento da implantação do
empreendimento.
Devido à proximidade da área de implantação da Usina Solar Fotovoltaica
Canindé de São Francisco com o município de Santa Brígida, no estado da Bahia,
optou-se, incialmente fazer uma breve caracterização do referido município.
O Município de Santa Brígida está localizado na região planejamento Nordeste
do Estado da Bahia, limitando-se a leste com o Estado de Sergipe, a sul com o
Município de Pedro Alexandre, a oeste com Jeremoabo e a norte com Paulo Afonso.
A área municipal é de 934,461 km², a sede municipal tem altitude de 285 metros e
coordenadas geográficas 9°44’00” de latitude sul e 38°08’00” de longitude oeste. O
acesso, a partir de Salvador, é efetuado pelas rodovias pavimentadas BR-324, BR-
116, BR410, BR-110 e BA-305 num percurso total de 424 km.
O município foi criado pela Lei Estadual nº 1.757 de 27.06.1962. A população
estimada total é de 14.063 habitantes, com densidade demográfica de 17,06 hab/km2.
O município apresenta infraestrutura de serviços satisfatória, contando com uma

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agência do Bradesco, uma casa lotérica que funciona como posto bancário da Caixa
Econômica Federal, uma agência postal, um hotel e uma pensão com 44 leitos no
total, empresa de transporte rodoviário interurbano, estação repetidora de televisão,
estações de rádio e terminais telefônicos com acesso DDD, DDI e celular, e energia
elétrica, distribuída pela COELBA - Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia,
sendo o consumo no município de 8.950 mwh assim distribuídos: 2.018 residenciais,
11 industriais, 113 comerciais, 83 serviços e poderes públicos, 58 rurais e 1 de
consumo próprio.
O município de Santa Brígida está inserido no “Polígono das Secas”,
apresentando um clima do tipo megatérmico semiárido e árido, com temperatura
média anual de 24.3ºC, precipitação pluviométrica média no ano de 498 mm e período
chuvoso de março a maio. O relevo, esculpido em rochas sedimentares da bacia do
Tucano e das formações Tacaratu e Curituba e, em rochas metamórficas/ígneas da
faixa de dobramentos Sergipana, corresponde à chapada do Raso da Catarina,
pediplano, serras, morros arredondados e planícies fluviais cortadas por rios e riachos
da bacia hidrográfica do Rio São Francisco. Solos dos tipos planossolo solódico
eutrófico, neossolo e luvissolo sustentam a vegetação nativa caracterizada por
caatinga arbórea aberta sem palmeiras, contato cerrado-caatinga-floresta estacional
e contato cerrado-caatinga. Parte da vegetação nativa foi substituída por pastos e
culturas cíclicas.
Nos tópicos que seguem é apresentada a caracterização do município de
Canindé de São Francisco.

7.4.1 Histórico

A história do município está ligada ao morgado de Porto da Folha. A princípio


chama-se Canindé, depois Curituba para denominar-se finalmente, Canindé do São
Francisco pela Lei nº 890 de 11 de janeiro de 1958.
O território teve seu acesso através do rio Curituba em 1629, para atender a
ambição das bandeiras.
Canindé fazia parte da sesmaria de 30 léguas de terras, concedidas aos Burgos
família da Bahia chefiada pelo desembargador Cristóvão Burgos e Contreiras - que
lhes foi doada em 1629 pelo governador de Pernambuco, D. João de Souza. Essas
mesmas terras pertenceram depois ao Morgado de Porto da Folha, instituído por

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Antônio Gomes Ferrão Castelo Branco. Conforme registro na Enciclopédia dos


Municípios Brasileiros, nos tempos do Brasil Colonial o território de Canindé foi
devassado pela cobiça das bandeiras. Mas, por causa da seca que sempre castigou
toda a região sertaneja, os primeiros desbravadores acabaram perdendo o interesse.
No fim do século passado só havia quatro fazendas no território, quando
Francisco Cardoso de Brito Chaves (Coronel Chico Porfírio) comprou ao capitão Luiz
da Silva Tavares o referido morgado construindo nele a sede da fazenda e um curtume
de couro em sociedade com o Coronel João Bernardes de Brito, fato que contribuiu
para formação do povoado.
Em Canindé de Cima havia algumas taperas pertencentes aos pescadores
João e José Alves, Ota, José de Terto, Libório, Antônio Fininho, Neco de Carlota e a
outras famílias. Na de Baixo, onde foi implantado o curtume, surgiram várias casas,
transformando a povoação numa das mais importantes da beira do Velho Chico. Sua
emancipação em 1936, a povoação já contava com 120 casas e uma capela. Com
isso foi Estabelecida a Lei estadual nº 368, de 7 de novembro de 1899 onde o povoado
foi promovido à sede de Distrito de Paz, mas a lei revogada até que o Decreto-Lei nº
69, de 28 de março de 1938 que a restabeleceu como sede de distrito. Dois anos
depois, através da lei nº 69, de 28 de março, passava à condição de vila.
Por volta de 1940, o curtume foi desativado, causando enorme prejuízo à vila,
mas não impediu sua caminhada para a emancipação, que aconteceu no dia 25 de
novembro de 1953, através da lei nº 525-A. A lei 377, de 31 de dezembro de 1943,
havia mudado o nome do lugarejo para Curituba para evitar a pluralidade de nomes
no país. Isso contrariou a população, mas em 1958 a lei nº 890, de 11 de janeiro,
devolveu ao município seu nome de origem indígena, que significa arara e papagaio,
que passou a se chamar Canindé do São Francisco.

7.4.2 Caracterização

O município de Canindé do São Francisco situa-se no extremo noroeste do


Estado de Sergipe, estando limitado a norte com o Estado de Alagoas, a oeste e sul
com o Estado da Bahia e a leste com o município de Poço Redondo. Abrange uma
superfície total de 933,467km². Limita-se com os municípios de Poço Redondo
(Sergipe), Paulo Afonso, Santa Brígida e Pedro Alexandre na Bahia, Piranhas e Olho
d’Água do Casado, em Alagoas. Sua sede municipal, com 68 metros de altitude, é

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determinada geograficamente pelas coordenadas 09°38'40" de latitude sul e 37°37'16"


de longitude oeste. O acesso a partir de Aracaju, é feito através das rodovias
pavimentadas BR 235, BR-101 e SE206, num percurso aproximado de 213km (via
N.S. das Dores), ou através das rodovias BR235/SE-106/SE-206 (via Itabaiana).

7.4.3 Atividades econômicas

O Cadastro Central de Empresas, elaborado pelo IBGE, aponta a existência de


1.329 empresas atuantes no Território Alto Sertão Sergipano, em 2016. Neste mesmo
ano Canindé do São Francisco contava com 325 empresas e outras organizações. Os
dados referentes à variação do pessoal ocupado total no acima citado território que,
em 2010, contabilizavam 10.453 pessoas, indicam taxas maiores de crescimento
apresentando variação positiva de 17,16%, com 12.247 pessoas totais ocupadas em
2016.
A renda média salarial mensal, que em 2010 era de 2,8 salários mínimos, indica
expressivo crescimento real nos últimos anos, considerando a comparação com o ano
de 2016 que era de 11,6 salários mínimos para o município de Canindé do São
Francisco.
A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e
Tecnologia (SEDETEC) identificou, em todo o Estado de Sergipe, 17 Arranjos
Produtivos Locais (APL), responsáveis por significativa parcela do emprego e renda,
dos quais três estão localizados no município de Canindé do São Francisco. Os
registros indicam incidência na região deste município das atividades de bovino-
caprino-cultura; piscicultura e pecuária do leite. As principais atividades econômicas
estão relacionadas a agricultura (milho, tomate, feijão e algodão), pecuária (bovinos,
caprinos e ovinos) e avicultura (galináceos). Atualmente, vem crescendo a atividade
turística na região da Hidrelétrica de Xingó, o que estimula de forma efetiva a
economia de toda a microrregião.
A evolução do emprego formal apurado pelo Cadastro Geral de Empregados e
Desempregado (CAGED) em janeiro de 2019 aponta o número de 2.087 empregos
formais para o município de Canindé do São Francisco.

7.4.3.1 Produção agrícola

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As lavouras temporárias são áreas destinadas ao plantio de culturas de curta


duração e que necessitam de novo plantio a cada colheita. Estas áreas possuem
grande importância na agricultura do município em análise por ocuparem grandes
áreas rurais. Os principais cultivos temporários deste município são feijão, mandioca
e milho.
Existe uma baixa produção permanente em Canindé do São Francisco, sendo
a banana e o coco-da-baía os principais produtos cultivados. Para promover o
desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida na região semiárida
foi implantado no município o Projeto de Irrigação, o qual já promoveu a diversificação
das culturas na região. E além das áreas irrigadas, existem as áreas de sequeiro, cuja
principal vocação é a criação de animais soltos pela caatinga.
A colheita do quiabo chega a 500 toneladas por semana, que abastecem
estados como Bahia, Alagoas e Pernambuco, além disso, a acerola, o milho, a
macaxeira que também são produzidos na região devido aos sistemas de irrigação
rende de lucro para o município de cerca de R$ 2 milhões.

7.4.3.2 Pecuária

A pecuária é a atividade econômica dominante no município em questão.


Dentro dos segmentos da pecuária a avicultura possui grande importância para o
Estado de Sergipe, tanto que estes possuem um grande número de propriedades
criadoras de aves. Mas, mesmo com a alta produção de aves a pecuária bovina se
sobressai neste município.
A pecuária bovina possui caráter extensivo com baixo nível tecnológico, onde
os animais são criados soltos pela caatinga. Este modo de produção é explicado pelo
baixo preço das terras que facilita extensão das propriedades rurais, ao invés do
investimento por modernização e aumento da produtividade.

7.4.3.3 Extração vegetal

A coleta de frutos é muito presente nas comunidades, frutos como o umbu, o


cacto cabeçade-frade e o maracujá-do-mato são utilizados de várias maneiras pela
população local, assim como as plantas medicinais da caatinga nordestina. Estas são
amplamente utilizadas na medicina popular pelas comunidades locais. Todavia, pouco

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se sabe sobre uso destes recursos naturais nos centros de origem, inclusive seus
efeitos fitoterápicos e, por conseguinte os princípios ativos. Entre elas, destacam-se a
aroeira (adstringente), araticum (antidiarreico), quatro-patacas (catártica), pau-ferro
(antiasmática e anticéptica), catingueira (antidiarreica), velame e marmeleiro
(antifebris), angico (adstringente), sabiá (peitoral), juazeiro (estomacal), jericó
(diurético), entre outras.

7.4.3.4 Extração mineral

Segundo a Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais


do Estado de Sergipe (CODISE), o Estado de Sergipe possui um solo rico em petróleo,
gás e recursos minerais.
O segmento de petróleo e gás é responsável por cerca de 16% do Produto
Interno Bruto de Sergipe, sendo que o óleo encontrado é considerado o mais
valorizado do mercado pela qualidade do produto. Já com relação aos minerais não
metálicos o estado possui as matérias primas: enxofre, gás natural, salvinita (cloreto
de potássio e sódio), calcário e carnalita (cloreto de magnésio), taquiditra, dolomita,
salgema, argila vermelha e água mineral. Há ocorrências ainda de areia quartzoza,
cobre, rochas ornamentais (granitos e mármores) e turfa.

7.4.3.5 Pesca

A piscicultura no baixo São Francisco foi implantada no início dos anos de 1980,
recomendada como uma alternativa de substituição (ou complemento) das atividades
tradicionais de subsistência da população local: a pesca e a agricultura de vazante.
Essas atividades foram prejudicadas pelos planos de desenvolvimento
implementados no vale do rio, executados pela Companhia Hidroelétrica do São
Francisco (CHESF) e pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e do Parnaíba (CODEVASF).

7.4.3.6 Usina Hidrelétrica de Xingó

A Usina Hidrelétrica de Xingó, localizada na divisa dos Estados de Alagoas e


Sergipe, é a 33ª maior hidrelétrica brasileira e a maior do Nordeste. Ao represar o rio

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São Francisco e utilizar a força hídrica para mover as turbinas e gerar energia, a Usina
Hidrelétrica de Xingó se tornou responsável pelo abastecimento de cerca de 10
milhões de habitantes no Nordeste.

7.4.3.7 Turismo

O município de Canindé de São Francisco, no interior sergipano, era


desconhecido do turismo brasileiro até pouco mais de 25 anos atrás. Foi nessa época
que a recém-formada represa da hidrelétrica de Xingó, no rio São Francisco, criou ali
o quinto maior cânion navegável do mundo, permitindo com isso que barcos tivessem
acesso a fantásticos labirintos de formações rochosas de 60 milhões de anos e com
até 50 metros de altura.
Hoje a cidade tem o turismo como um dos principais pilares da economia. O
‘Vale dos Mestres’, com vegetação intocada, ‘Trilha do Cangaço’, cânions e cavernas
com pinturas rupestres datadas de 3 mil anos, além das rochas em formatos que
lembram animais e figuras humanas, atraem turistas de todas as regiões do Brasil. O
destino está entre os mais crescentes do país, junto com o Beto Carreiro World,
parque temático, que fica em Santa Catarina.

7.4.4 Área de proteção legal e de fragilidade

Unidade de Conservação (UCs) são Áreas de Proteção Ambiental (APA),


legalmente instituídas pelo poder público, nas suas três esferas (municipal, estadual
e federal).
Elas são reguladas pela Lei nº 9.985, de 2000, que institui o Sistema Nacional
de Unidades de Conservação (SNUC). Estão divididas em dois grupos:
a) Proteção integral: não podem ser habitadas pelo homem, sendo
admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais - em atividades como
pesquisa científica e turismo ecológico, por exemplo.
b) Uso sustentável: unidades de conservação de uso sustentável
admitem a presença de moradores. Elas têm como objetivo compatibilizar a
conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos naturais.
O município de Canindé de São Francisco conta com a presença de 03
Unidades de Conservação: Parque Natural Municipal Lagoa do Frio, Monumento

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Natural Grota do Angico e Monumento Natural do Rio São Francisco.

7.4.5 Parque Natural Municipal Lagoa do Frio

O Parque Natural Municipal Lagoa do Frio está localizado no município de


Canindé de São Francisco, extremo Norte do estado de Sergipe, é uma Unidade de
Conservação de Proteção Integral do semiárido e compõe a ecorregião denominada
Depressão sertaneja meridional.
Apesar de ser uma UC de proteção integral, a Lagoa do Frio não possui
nenhuma infraestrutura para gerenciamento, tanto de instalações (sede, guarita,
alojamento dentre outros) quanto em relação à gestão. A UC foi criada através do
Decreto nº 41 de 23 de outubro de 2001, pela condição de conservação da flora local
e pela presença da Lagoa que abastece todas as áreas circunvizinhas à Unidade,
principalmente o Povoado Lagoa do Frio que fica em seu entorno, e que através da
existência de tal povoado originou-se o nome da Unidade de Conservação.

7.4.4.1 Monumento Natural Grota do Angico

Criado pelo Decreto Estadual n°24.922, de 21 de dezembro de 2007, com área


de 2.138 hectares (ha) nos municípios de Poço Redondo e Canindé de São Francisco,
à margem direita do rio São Francisco.
Abriga 25 espécies de mamíferos; 150 de aves; 45 de répteis e anfíbios; e 180
de vegetais. A reserva foi criada pelo Governo do Estado, sendo administrado pela
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (SEDURBS),
por meio da Superintendência de Recursos Hídricos e Meio Ambiente. Tem uma
importância fundamental para a preservação da Caatinga e da fauna também região.

7.4.4.2 Monumento Natural do Rio São Francisco

O Monumento Natural do Rio São Francisco foi criado pelo Decreto Lei s/no de
05 de junho de 2009. Esta unidade de conservação encontra-se inserida no bioma
Caatinga, localizada entre os Estados de Alagoas, Bahia e Sergipe. A área
compreende 26.736,30 ha e distribui-se entre os municípios de Piranhas, Olho D'Água

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do Casado e Delmiro Gouveia, no estado de Alagoas, Paulo Afonso, na Bahia, e


Canindé de São Francisco, no Estado de Sergipe.
Tem por objetivo conservar ecossistemas naturais de grande relevância
ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o
desenvolvimento de atividades de educação ambiental, de recreação em contato com
a natureza e de turismo ecológico.

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RIMA – UFV

8 AVALIAÇÃO DOS
IMPACTOS AMBIENTAIS
E MEDIDAS
MITIGADORAS

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Impacto Ambiental é qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou


benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de
uma organização.
Segundo CONAMA 01/86, Impacto Ambiental é definido como qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada
por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que,
direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o bem estar da população, as
atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio
ambiente e a qualidade dos recursos ambientais.
A avaliação de impactos ambientais tem por objetivo prever qual a nova
condição ambiental a ser verificada na área de intervenção e região de influência
direta do empreendimento, nas fases de planejamento, implantação, operação e
encerramento.
Para realizar esta avaliação são utilizadas ferramentas objetivas que propiciem
um levantamento qualitativo e quantitativo dos níveis de impactos ambientais aos
quais a área será submetida.
Os impactos são avaliados por fase de execução do empreendimento
(planejamento, implantação, operação e encerramento). Para cada impacto são
indicados programas e medidas mitigadoras, compensatórias e de monitoramento. No
mínimo, os seguintes impactos são avaliados:

Fase de Planejamento

 Conformidade com a Legislação Municipal;


 Geração de expectativa da população com a implantação do empreendimento,
incluindo a geração de empregos e renda;
 Dominialidade da área.

Fase de Implantação

 Alteração do uso do solo;


 Supressão de vegetação nativa/interferência em APPs;
 Interferências no patrimônio arqueológico;
 Alteração no tráfego local e pressão na infraestrutura viária.

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Fase de Implantação/Operação

 Intensificação dos Processos de Dinâmica Superficial;


 Impactos sobre a fauna local e/ou migratória;
 Alteração no tráfego local e pressão na infraestrutura viária;
 Incômodos à população e risco de acidentes;
 Alteração da paisagem;
 Interferências em infraestruturas e serviços públicos;
 Alteração da qualidade do ar pela emissão de gases de máquinas, veículos e
particulados.

Fase de Operação

 Interferência na fauna devido à refração das placas solares.

8.1 Aspectos metodológicos do processo de avaliação

O principal objetivo dos estudos de avaliação de impacto ambiental é analisar


qual será a integração de um empreendimento com a sua área de influência, verificar
ainda se a gleba selecionada para o empreendimento tem condições de suporte para
recebê-lo. Portanto, é necessário que se tenha uma clara definição do projeto
proposto, aliado a um amplo conhecimento dos recursos ambientais da região sob
influência do empreendimento.
Baseando-se no diagnóstico ambiental e caracterização do empreendimento é
possível identificar os principais impactos que poderão ocorrer em função das diversas
ações previstas desde o planejamento até o encerramento do empreendimento.
Assim, a identificação e avaliação dos impactos ambientais foram
desenvolvidas considerando-se as potencialidades e as fragilidades naturais da região
onde se pretende implantar a Usina Solar Fotovoltaica Canindé de São Francisco,
baseados nos dados obtidos nos diagnósticos físico, biótico e socioeconômico; bem
como nas características técnicas do projeto proposto. Dessa forma, a metodologia a
ser adotada na avaliação dos impactos ambientais irá privilegiar em um primeiro
momento a análise de impactos ambientais das variáveis do meio físico: solo, recursos

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hídricos superficiais, recursos hídricos subterrâneos, condições atmosféricas, solo e


níveis de ruído.
Obtidos os resultados dos níveis de alterações ambientais que o ecossistema
sob influência do empreendimento estará sujeito, são propostas medidas mitigadoras
e compensatórias, que objetivam promover a redução dos níveis de impactos
ambientais. Algumas medidas mitigadoras fazem parte da própria concepção
tecnológica do empreendimento e, portanto, são também tratadas como fatores
redutores dos impactos ambientais.

8.2 Metodologia

O método matricial foi utilizado para avaliação dos impactos gerados ou


previsíveis pelas ações do projeto sobre o sistema ambiental, da área de influência
física, direta, indireta e funcional. Este método associa os impactos de cada ação de
um empreendimento às características dos meios físico, biótico ou socioeconômico.
A Matriz de Impactos, ou Matriz de Correlação Causa X Efeito, foi inicialmente
proposta por Leopold, em 1971, e vem sendo alterada e aperfeiçoada, com o intuito
de melhor adequa-la aos objetivos do Estudo de Impacto Ambiental.
Utilizou-se, neste estudo, uma Matriz em que se procurou, para cada ação do
empreendimento, identificar os seus impactos nos meios físico, biótico e
socioeconômico, e avalia-los em termos dos seguintes atributos: natureza, forma de
incidência, prazo de ocorrência, duração, reversibilidade, abrangência, magnitude e
significância.
Neste tipo de Matriz fica fácil identificar cada característica e o meio afetados
por uma determinada ação do empreendimento, tendo-se, ao mesmo tempo, uma
avaliação do impacto, bem como uma abordagem descritiva do mesmo.
No Quadro 20 são apresentados os conceitos utilizados para os parâmetros de
avaliação dos vários atributos usados na Matriz.

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Quadro 20: Classificação de impactos ambientais.


Classificação Impacto Descrição
Positivo ou Quando uma ação resulta na melhoria de qualidade de um fator
benéfico ou parâmetro ambiental.
Natureza
Negativo ou Quando a ação resulta em um dano à qualidade de um fator ou
adverso parâmetro ambiental

Quando resulta de uma simples relação de causa e efeito;


Direto
também chamado impacto primário ou de primeira ordem.
Forma de
incidência Quando é uma reação secundária em relação à ação ou
quando é parte de uma cadeia de reações; também chamado
Indireto
impacto secundário, ou de enésima ordem (segunda, terceira,
etc.) de acordo com sua situação na cadeia de reações.
Pontual Quando a ação afeta o local da atividade.

Local Quando a ação afeta apenas o próprio sítio e suas imediações.


Abrangência
Quando um efeito se propaga por uma área além das
Regional
imediações do sítio onde ocorre a ação.

Imediato Quando o efeito surge no instante em que se dá a ação.

Prazo de Quando o efeito se manifesta depois de decorrido certo tempo


Médio prazo
ocorrência após a ação.
Quando o efeito se manifesta depois de decorrido longo tempo
Longo prazo
após a ação.
Quando o efeito permanece por um tempo determinado após a
Temporário
execução da ação.

Duração Quando, uma vez executada a ação, os efeitos não cessam de


Permanente
se manifestar num horizonte temporal conhecido.

Cíclico Quando o efeito ocorre em ciclos


Quando após a ocorrência do impacto torna-se possível reverter
Reversível
à situação original.
Reversibilidade
Situação onde após a ocorrência do impacto, não há
Irreversível
possibilidade de reverter à situação original
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

Os impactos ambientais identificados, após realização de sua classificação, são


valorados de acordo com o seguinte critério de sua Magnitude, Significância e
Mitigabilidade, conforme Quadro 21:

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Quadro 21: Valoração de impactos ambientais.


Parâmetro Critério Descrição
Baixo Impacto O impacto gera danos pouco significativos, reversíveis
com ações simples.
Médio Impacto O impacto gera danos consideráveis, reversíveis em
Magnitude
médio prazo.
Alto Impacto O impacto gera danos severos, efeitos irreversíveis
em médio prazo.
Impacto ambiental que cause qualquer alteração de
Impacto
alta magnitude das propriedades físicas, químicas e
significativo
biológicas do meio ambiente.
Significância
Impacto ambiental de cause qualquer alteração de
Impacto não
baixa magnitude das propriedades físicas, químicas e
significativo
biológicas do meio ambiente.
Quando, através da aplicação de medidas
Mitigável mitigadores, torna-se possível reparar ou minimizar o
Mitigabilidade impacto.
Quando não há possibilidades de mitigar ou minimizar
Não mitigável
um determinado impacto.
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

Com relação às Medidas Mitigadoras dos impactos ambientais passíveis de


ocorrência na área, estas são apresentadas de forma associada aos respectivos
impactos e ao status atual da gleba em questão, onde já estão identificados: a fase
do empreendimento, o impacto propriamente dito, as atividades geradoras do impacto
e a respectiva justificativa técnica. Os programas e medidas indicados nos quadros de
avaliação de impactos ambientais serão detalhados no Capítulo 9 deste mesmo
estudo.
Visando uma melhor interpretação da análise dos impactos ambientais, são
apresentadas quatro Fichas de Impacto Ambiental, do Quadro 22 ao
Quadro 24, conforme segue.

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Quadro 22: Ficha de Avaliação de Impacto Ambiental – Fase de Planejamento.

ASPECTOS E IMPACTOS CLASSIFICAÇÃO VALORAÇÃO

REVERSIBILIDADE

MITIGABILIDADE
SIGNIFICÂNCIA
ABRANGÊNCIA

OCORRÊNCIA

MAGNITUDE
INCIDÊNCIA
MEDIDAS MITIGADORAS E

NATUREZA

FORMA DE

PRAZO DE

DURAÇÃO
ASPECTO
MEIO

IMPACTO
COMPENSATÓRIAS

Criação e execução de
Abertura de Supressão de Não Não programas de compensação
Flora Negativo Direto Local Imediato Temporário Reversível Baixo
picadas vegetação Significativo Mitigável ou reposição florestal na
etapa da ASV
Biótico

Abertura de Afugentament Não Adoção de técnicas para


Fauna Negativo Direto Local Imediato Temporário Reversível Baixo Mitigável
picadas o de animais Significativo minimização dos impactos

Limpeza e
escavação da Afugentament Não Adoção de técnicas para
Fauna Negativo Direto Pontual Imediato Temporário Reversível Baixo Mitigável
área p/ estudo o de animais Significativo minimização dos impactos
arqueológico

Geração de Geração de Esclarecimento da


Emprego e Region Médio
expectativa na emprego e Positivo Direto Temporário Reversível Médio Significativo NA população através de
Socioeconômico

renda al prazo
população renda palestras e programas

Abertura de Perda de
picadas p/ patrimônio Criação de programa de
Não
Arqueologia prospectar arqueológico Negativo Direto Local Imediato Temporário Reversível Baixo Mitigável prospecção e resgate
significativo
sítios eventualment arqueológico
arqueológicos e existente

Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

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Quadro 23: Ficha de Avaliação de Impacto Ambiental – Fase de Implantação.


MEDIDAS MITIGADORAS
ASPECTOS E IMPACTOS CLASSIFICAÇÃO VALORAÇÃO
E COMPENSATÓRIAS

REVERSIBILIDADE

MITIGABILIDADE
SIGNIFICÂNCIA
ABRANGÊNCIA

OCORRÊNCIA

MAGNITUDE
INCIDÊNCIA
NATUREZA

FORMA DE

PRAZO DE

DURAÇÃO
ASPECTO

IMPACTO
MEIO

Efetuar monitoramentos
periódicos nos sistemas de
Compactação de Médio Não
Solo Terraplanagem Negativo Direto Local Temporário Reversível Médio Significativo drenagem, e dispositivos de
solo prazo Mitigável
contenção de material
carreado

Implantação do Programa
Geração de
de Gestão de Resíduos da
Instalação de disposição de Médio Não
Solo Negativo Direto Local Temporário Reversível Baixo Mitigável Construção Civil (PGRCC)
canteiro de obras resíduos da prazo Significativo
e Programa de Controle
Físico

construção civil
Ambiental de Obras.

Contaminação do
Inspeção e manutenção
solo por
regulares do sistema de
Geração de vazamento de Médio Não
Solo Negativo Direto Pontual Temporário Reversível Baixo Mitigável tratamento de efluentes
efluentes líquidos efluentes prazo Significativo
sanitários e do sistema
sanitários e
SAO.
industriais
Contaminação de
águas superficiais
e subterrâneas
Geração de Médio Não Inspeção e manutenção
Água por vazamento de Negativo Direto Local Temporário Reversível Baixo Mitigável
efluentes líquidos prazo Significativo regulares
efluentes
sanitários e
industriais
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

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Quadro 23: Ficha de Avaliação de Impacto Ambiental – Fase de Implantação. (continuação)

ASPECTOS E IMPACTOS CLASSIFICAÇÃO VALORAÇÃO

REVERSIBILIDADE

MITIGABILIDADE
SIGNIFICÂNCIA
ABRANGÊNCIA

OCORRÊNCIA
MEDIDAS MITIGADORAS E

MAGNITUDE
INCIDÊNCIA
NATUREZA

FORMA DE

PRAZO DE
MEIO

DURAÇÃO
ASPECTO

IMPACTO
COMPENSATÓRIAS

Tráfego de veículos e
movimentação de Umectação das vias de acesso,
máquinas para a Emissão de implantação do programa de
Ar Negativo Direto Local Imediato Temporário Reversível Médio Significativo Mitigável
terraplanagem e particulado gerenciamento de emissões
transporte de atmosféricas.
equipamentos
As máquinas, equipamentos e
veículos empregados na obra
deverão passar por rigoroso
controle e manutenção,
Tráfego de veículos e
devendo ser observados os
movimentação de
dispositivos e reposição de
máquinas para a Incômodo à
Ruído Negativo Direto Local Imediato Temporário Reversível Médio Significativo Mitigável peças com fadiga que poderão
terraplanagem e circunvizinhança
Físico

atenuar os ruídos produzidos;


transporte de
Colocação de placas para o
equipamentos
controle da velocidade e o uso
de buzina pelos veículos leves e
pesados; As obras serão
realizadas em horário comercial.
As vias internas devem receber
conservação periódica de
Tráfego de veículos e maneira que não tenham
movimentação de buracos e desníveis que
máquinas para a Incômodo à Não possam causar deslocamentos
Vibração Negativo Direto Imediato Temporário Reversível Médio Significativo Mitigável
terraplanagem, circunvizinhança Significativo no solo de forma desnecessária;
empréstimo e bota fora Limitação da velocidade dos
de material veículos. Além da implantação
do Programa de controle e
monitoramento de ruídos.
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

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Quadro 23: Ficha de Avaliação de Impacto Ambiental – Fase de Implantação. (continuação)


ASPECTOS E IMPACTOS CLASSIFICAÇÃO VALORAÇÃO

REVERSIBILIDAD

MITIGABILIDADE
SIGNIFICÂNCIA
ABRANGÊNCIA

OCORRÊNCIA

MAGNITUDE
INCIDÊNCIA
NATUREZA
MEDIDAS MITIGADORAS

FORMA DE

PRAZO DE

DURAÇÃO
ASPECTO

IMPACTO
MEIO
E COMPENSATÓRIAS

E
Realização do
procedimento de supressão
de vegetação de acordo
Limpeza da Supressão da Longo Não com o procedimento da
Flora Negativo Direto Local Permanente Irreversível Alto Significativo
área/corte cobertura vegetal prazo Mitigável ADEMA. Além da
elaboração e entrega do
plano de compensação /
reposição florestal.

Solicitação da ALA emitida


Supressão da
pelo CMBio, órgão gestor
cobertura vegetal da Supressão da Longo
Flora Negativo Direto Local Permanente Irreversível Alto Significativo Mitigável da UC e execução das
ZA da UC Mona do vegetação prazo
medidas compensatórias
Rio São Francisco
definida pelo mesmo.

Educação Ambiental dos


envolvidos com relação à
Remoção da
Biótico

Afugentamento Longo Não vegetação e fauna; técnicas


Fauna vegetação (limpeza Negativo Direto Local Permanente Irreversível Alto Significativo de mínimo impacto; Criação
da fauna silvestre prazo Mitigável
e corte) de programa de
recomposição vegetal.
Sinalização de velocidade
máxima permitida;
Programa de educação
ambiental sobre direção
defensiva; Instalação de
sinalizadores e redutores de
Movimentação de Mortalidade da Direto velocidade em locais de
Médio maior incidência de
Fauna fauna terrestre por fauna terrestre Negativo / Local Cíclico Irreversível Alto Significativo Mitigável
prazo acidentes; Implantação de
atropelamento por atropelamento Indireto
corredores locais de fauna;
Implantação de Programa
de proteção da fauna.
Condução da ACF em
consonância com os
procedimentos da ADEMA.
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

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Quadro 23: Ficha de Avaliação de Impacto Ambiental – Fase de Implantação. (continuação)


ASPECTOS E IMPACTOS CLASSIFICAÇÃO VALORAÇÃO

REVERSIBILIDADE

MITIGABILIDADE
SIGNIFICÂNCIA
ABRANGÊNCIA

OCORRÊNCIA

MAGNITUDE
INCIDÊNCIA
NATUREZA
MEDIDAS MITIGADORAS

FORMA DE

PRAZO DE

DURAÇÃO
ASPECTO

IMPACTO
MEIO
E COMPENSATÓRIAS

Manutenção dos veículos e


equipamentos para reduzir
Direto emissão de ruídos;
Afugentamento Médio
Fauna Emissão de ruídos Negativo / Local Temporário Reversível Médio Significativo Mitigável Implantação de corredores
da fauna silvestre prazo
Indireto locais de fauna;
Implantação de Programa
Biótico

de proteção da fauna.

Solicitação da ALA emitida


Supressão da
pelo ICMBio, órgão gestor
vegetação da ZA da Perda de habitat Longo
Fauna Negativo Direto Local Permanente Irreversível Alto Significativo Mitigável da UC e execução das
UC Mona do Rio dos animais prazo
medidas compensatórias
São Francisco
definida pelo mesmo.

Palestras educativas, além


Direto
Número elevado de Aumento Médio da implantação do
Populacional Negativo / Local Temporário Reversível Médio Significativo Mitigável
funcionários populacional prazo Programa de Educação
Indireto
Sexual.
Socioeconômico

Criação de cadastro
Emprego e Contratação de mão Geração de Direto / Médio municipal de empregos;
Positivo Regional Temporário Reversível Alto Significativo NA
renda de obra local emprego e renda Indireto prazo Divulgação das vagas em
locais de amplo acesso.

Aquisição de
Emprego e Geração de Direto/I Médio Ações de incentivo e
produtos básicos no Positivo Regional Temporário Reversível Alto Significativo NA
renda emprego e renda ndireto prazo fomento à economia.
comércio local

Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

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Quadro 23: Ficha de Avaliação de Impacto Ambiental – Fase de Implantação. (continuação)


ASPECTOS E IMPACTOS CLASSIFICAÇÃO VALORAÇÃO

REVERSIBILIDAD

MITIGABILIDADE
SIGNIFICÂNCIA
ABRANGÊNCIA

OCORRÊNCIA

MAGNITUDE
MEIO

INCIDÊNCIA
NATUREZA
MEDIDAS MITIGADORAS

FORMA DE

PRAZO DE

DURAÇÃO
ASPECTO

IMPACTO
E COMPENSATÓRIAS

E
Perda de
Anuência do IPHAN após o
Terraplanagem, patrimônio
Médio Não desenvolvimento dos
Arqueologia empréstimo e bota arqueológico Negativo Direto Local Temporário Irreversível Alto Significativo
Socioeconômico

prazo Mitigável estudos necessários para


fora de material eventualmente
tal.
existente

Maior
Cobrança de arrecadação e
Finanças Direto/I Longo
impostos estaduais movimentação Positivo Regional Permanente Irreversível Alto Significativo NA -
públicas ndireto prazo
e municipais econômica
municipal

Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

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Quadro 24: Ficha de Avaliação de Impacto Ambiental – Fase de Operação.


MEDIDAS MITIGADORAS E
ASPECTOS E IMPACTOS CLASSIFICAÇÃO VALORAÇÃO
COMPENSATÓRIAS

MITIGABILIDADE
REVERSIBILIDA

SIGNIFICÂNCIA
ABRANGÊNCIA

OCORRÊNCIA

MAGNITUDE
INCIDÊNCIA
NATUREZA

FORMA DE

PRAZO DE

DURAÇÃO
ASPECTO

IMPACTO
MEIO

DE
Demanda de água
para manutenção do
Adoção de técnicas para
Físico

parque solar e Escassez dos Não


Água Negativo Direto Local Imediato Temporário Reversível Baixo Mitigável reaproveitamento das águas
projetos de recursos hídricos Significativo
pluviais.
compensação /
reposição florestal
Criação de Programa de
monitoramento da avifauna na
ADA e Programa de
Biótico

Refração das placas Compensação das espécies


Fauna Morte da avifauna Negativo Direto Local Imediato Permanente Irreversível Alta Significativo Mitigável
solares na avifauna perdidas, além do investimento
em pesquisas científicas, com o
objetivo de proporcionar o
equilíbrio da avifauna da região.
Aumento da
visibilidade do
Emprego Fomento ao Direto/ Longo
município de Positivo Regional Permanente Irreversível Alto Significativo NA -
e renda turismo Indireto prazo
Canindé de São
Francisco.
Geração de energia
Socioeconômico

limpa, contribuindo
Geração com a diversificação
Geração de Direto/ Longo
de da matriz energética Positivo Regional Permanente Irreversível Alto Significativo NA -
energia limpa Indireto prazo
energia e contribuindo com
o crescimento
econômico do país.
Aumento na
arrecadação de
Cobrança de
Emprego impostos e na Direto/ Longo
impostos estaduais Positivo Regional Permanente Irreversível Alto Significativo NA -
e renda movimentação Indireto prazo
e municipais
econômica
municipal
Fonte: Gabriela Almeida Consultoria Ambiental, 2022.

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Normalmente utilizada nas políticas de meio ambiente e gestão ambiental a


Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) possibilita assegurar que os efeitos gerados em
detrimento da implantação e operação da Usina Fotovoltaica Poço da Areia trarão mais
benefícios que malefícios, uma vez que se trata de uma atividade sustentável, sendo os
impactos positivos de longa duração, ao contrário dos negativos, que em sua maioria
serão de baixa e média duração, apresentando-se principalmente durante a fase de
instalação do empreendimento.
Cabe ainda ressaltar, que a execução das medidas mitigadoras e compensatórias
propostas para correção dos impactos negativos terá como principal efeito a inserção do
município de Canindé do São Francisco no polo das cidades percursoras no
desenvolvimento sustentável, promovendo dessa forma melhorias socioambientais e
econômicas aliadas ao uso das novas tecnologias de geração de energia.

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RIMA – UFV

9 PLANOS E
PROGRAMAS
AMBIENTAIS

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Após a identificação dos impactos ambientais no capítulo anterior, foram


elaborados planos e programas, medidas mitigadoras, compensatórias e de
monitoramento, com o intuito de reduzir a abrangência e a intensidade dos possíveis
impactos adversos e mitigáveis, ocasionados pelas fases de planejamento,
implantação e operação do empreendimento.
Os planos e programas serão de responsabilidade da empresa Energias do
São Francisco LTDA (ENESF), responsável pela Usina Solar Fotovoltaica Canindé de
São Francisco, que poderá executar tais atividades ou contratar uma instituição,
empresa especializada, ou profissionais habilitados para sua implantação.

9.1 Programa de gestão ambiental

O gerenciamento integrado das ações ambientais, tanto para as etapas de


implantação, quanto para a operação da UFV Canindé de São Francisco, se justifica
na medida em que é essencial realizar a prevenção da ocorrência de impactos
socioambientais sobre situações que podem causar algum tipo de dano ao meio
ambiente.
A Gestão Ambiental anseia instaurar um processo de implementação de uma
cultura organizacional, com vistas à conscientização de todos os funcionários, e
demais partes interessadas, para a otimização da utilização de recursos, para um
efetivo combate ao desperdício, visando uma melhor qualidade do ambiente de
trabalho.
Em virtude da necessidade de se avaliar o desempenho socioambiental do
empreendimento, será implementado e mantido durante as fases de Implantação e
Operação da Usina Solar Poço da Areia, um Sistema de Gestão Integrada (SGI), do
qual faz parte a gestão de todas as atividades envolvidas.
A partir desse conjunto de técnicas de gestão socioambiental providos pelo
SGI, será possível avaliar e controlar os riscos e impactos de suas atividades bem
como o cumprimento à legislação, em consonância com os objetivos e metas
corporativos e da boa relação com todas as partes interessadas, alcançando a
excelência no desempenho socioambiental de suas atividades.
Desta forma, o Programa de Gestão Ambiental (PGA) prevê elementos de
gestão que integrados, fornecerão suporte ao empreendedor a alcançar seus
objetivos econômicos atendendo às questões socioambientais relacionadas, visando

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a melhoria contínua.
9.2 Programa de controle ambiental de obras

A implantação da UFV Canindé de São Francisco está associada as atividades


de terraplenagem, com a remoção da cobertura vegetal, retirada dos horizontes
superficiais dos solos e a compactação. As alterações localizadas na geometria do
relevo, a exposição do solo residual e as alterações ocasionadas por estas atividades
irão interferir e modificar a dinâmica superficial das águas.
O Programa de Controle Ambiental de Obras possui um conjunto de diretrizes
que visa garantir condições ambientais e de segurança satisfatórias ao
empreendimento, prevenindo e mitigando os impactos decorrentes das diferentes
ações de projeto previstos.
Neste sentido, incorpora diretrizes e critérios ambientais a serem adotados na
execução de trabalhos de terraplenagem, sistemas de drenagens, estabilidade do
aterro e na segurança dos trabalhadores.
O desenvolvimento e a implementação do Programa de Controle Ambiental de
Obras deverão ser baseados nas práticas ambientais vigentes, possibilitando que
medidas de proteção e recuperação ambiental sejam aplicadas da forma eficaz.
A correta execução do Programa resultará na redução de passivos ambientais,
dada a possibilidade de minimização dos impactos diretos da implantação dos
componentes do projeto, e, portanto, na redução significativa da implantação de
medidas corretivas e compensatórias.
Por estes motivos, o presente Programa se justifica, pois estabelece
orientações e indicações destinadas a minimizar ou a impedir os processos de
degradação, estabelecendo as providências a serem incorporadas ao planejamento
executivo da construção, bem como para garantir a reabilitação das áreas
eventualmente afetadas pelas obras.

9.3 Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC)

A geração dos Resíduos da Construção Civil – RCC se deve, em grande parte,


às perdas de materiais de construção nas obras através do desperdício durante o seu
processo de execução, assim como pelos restos de materiais que são perdidos por
danos no recebimento, transporte e armazenamento. No Brasil, onde 90% dos

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resíduos gerados pelas obras são passíveis de reciclagem e levando em conta a sua
contínua geração, a reciclagem dos Resíduos da Construção Civil (RCC) é de
fundamental importância ambiental e financeira no sentido de que os referidos
resíduos retornem para a obra em substituição a novas matérias-primas que seriam
extraídas do meio ambiente.
A Resolução 307/2002 estabeleceu e determinou a execução de um PLANO
INTEGRADO DE GERENCIAMENTO DE RCC, cabendo aos Municípios e Distrito
Federal, buscar soluções para o gerenciamento dos pequenos volumes de resíduos,
bem como com o disciplinamento da ação dos agentes envolvidos com os grandes
volumes. Assim, o PGRCC a ser implantado pela UFV Canindé de São Francisco
deverá contemplar as etapas de caracterização dos resíduos, triagem,
acondicionamento, transporte e destinação.

9.4 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) demonstra a


capacidade de um empreendimento de gerir seus resíduos gerados de forma
ambientalmente adequada. Nele são descritos os procedimentos que serão adotados
pela UFV Canindé de São Francisco quanto ao gerenciamento dos resíduos nas
etapas de segregação, armazenamento, coleta, transporte, tratamento, destinação ou
disposição final.

9.5 Programa de educação ambiental

De acordo com a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.795/1999),


a educação ambiental consiste em processos por meio dos quais o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, conhecimento, habilidade, atitudes, e
competências voltadas para a conservação do meio, qualidade de vida e
sustentabilidade.
A formação de uma consciência preservacionista depende não apenas da
existência de um conjunto ordenado de leis, mas principalmente da concepção dos
valores éticos, morais e ambientais. Dessa forma, será de grande valia para o meio
ambiente da área do empreendimento a implementação de um programa de educação
ambiental desenvolvido especificamente para os trabalhadores que serão absorvidos

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pelo projeto e comunidades.


No sentido de coibir ações predatórias sobre a fauna e flora, lançamento de
resíduos em locais inadequados ou outras atitudes nocivas ao meio ambiente e à
vizinhança, o empreendimento deve tomar medidas educativas e demonstrar a todas
as pessoas, especialmente a população afetada diretamente pelo empreendimento e
os trabalhadores envolvidos na operação, tem voz ativa e devem participar das
decisões e nas ações que diminuam os impactos ambientais na região em que vivem.

9.6 Programa de educação sexual

Historicamente, a implantação de grandes obras de infraestrutura contribuía


para o aumento de possíveis casos de exploração sexual em canteiros de obras.
A implantação da UFV Canindé de São Francisco será empregado em torno de
1.790 funcionários na fase de instalação e 22 trabalhadores na fase de operação,
tendo como objetivo a contratação preferencial de mão de obra local com família já
estabelecida no município, ou seja, não se pretende realizar a instalação de
alojamentos para abrigar operários vindos de outros municípios.
Desse modo, foi realizado o Programa de Educação Sexual que será aplicado
no decorrer das fases de instalação e operação do empreendimento, tendo como
estratégia principal a educação continuada dos funcionários do empreendimento em
relação a exploração sexual em canteiros de obras.

9.7 Programa de controle e monitoramento de ruídos

Os níveis de ruído emitidos pelas atividades do empreendimento deverão


atender aos padrões estabelecidos pela Resolução Conama nº 1 de 1990, seguidas
pelas ABNT NBR nº 10.151 e 10.152 de 2019 e suas erratas, comparando-os
posteriormente aos níveis de pressão sonora encontrados.
Durante as fases de implantação da UFV Canindé de São Francisco, as obras
de abertura de vias de acesso e de construção de edificações, poderão provocar o
aumento dos níveis de pressão sonora nas imediações do empreendimento.
Dessa forma, o Programa de Controle e Monitoramento de Ruídos fará um
acompanhamento e verificação das emissões sonoras na área do empreendimento e
no entorno, de modo que os níveis de ruído atendam aos padrões legais de emissão,

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não gerando incômodos para a vizinhança.

9.8 Programa de gerenciamento de emissões atmosféricas

As emissões atmosféricas da UFV Canindé de São Francisco são concentradas


na fase implantação, cujas atividades propiciam a emissão de materiais particulados
resultantes da suspensão de partículas finas do solo e gases de combustão
provenientes de terraplenagem, movimentações de caminhões e equipamentos em
acessos sem pavimentação, compactação, dentre outros.
O objetivo desse programa será a realização de monitoramentos das emissões
resultantes do fluxo intenso de veículos e equipamentos e da qualidade do ar. Quando
necessário, serão propostas melhorias nas medidas de controle já adotadas para
minimizar as emissões atmosféricas gerais decorrentes da implantação e operação
da UFV Canindé de São Francisco, atendendo às especificações da Resolução
CONAMA nº 491, de novembro de 2018, que dispõe sobre a qualidade do ar.

9.9 Plano de compensação ambiental

A compensação ambiental é um instrumento de política pública que, intervindo


junto aos agentes econômicos, proporciona a incorporação dos custos sociais e
ambientais da degradação gerada por determinados empreendimentos, em seus
custos globais.
Conforme previsto no Artigo 36 da Lei Federal n° 9.9851, de 18 de julho de
2000, nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo
impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com
fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o
empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de
conservação do Grupo de Proteção Integral. Ainda que o empreendimento cause
alterações ao meio ambiente, é possível manter e recuperar as características naturais
da flora local, o que induzirá a manutenção da fauna associada a essa vegetação. A
proteção das espécies ainda existentes nas áreas que serão impactadas pelas ações
decorrentes da implantação do empreendimento, só será possível através de
Unidades de Conservação bem delimitadas, legalmente protegidas, devidamente
manejadas e fiscalizadas.

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A compensação ambiental é, portanto, um importante mecanismo fortalecedor


do Sistema Nacional de Unidades Conservação (SNUC).

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RIMA – UFV

10 CONSIDERAÇÕES
FINAIS

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Normalmente utilizada nas políticas de meio ambiente e gestão ambiental a


Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) possibilita assegurar que os efeitos gerados
em detrimento da implantação e operação da Usina Solar Fotovoltaica Canindé de
São Francisco trarão mais benefícios que malefícios, uma vez que se trata de uma
atividade sustentável, sendo os impactos positivos de longa duração, ao contrário dos
negativos, que em sua maioria serão de baixa e média duração, apresentando-se
principalmente durante a fase de instalação do empreendimento.
Cabe ainda ressaltar, que a execução das medidas mitigadoras e
compensatórias propostas para correção dos impactos negativos terá como principal
efeito a inserção do município de Canindé do São Francisco no polo das cidades
percursoras no desenvolvimento sustentável, promovendo dessa forma melhorias
socioambientais e econômicas aliadas ao uso das novas tecnologias de geração de
energia.

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RIMA – UFV

11 REFERÊNCIA

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USINA SOLAR FOTOVOLTAICA CANINDÉ DE SÃO FRANCISCO

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(CONAMA). Resolução CONAMA Nº 001, de 08/03/1990. Dispõe sobre os critérios de
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comerciais, sociais ou recreativas.

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(CONAMA). Resolução CONAMA Nº 237, de 19/12/1997. Dispõe sobre conceitos,
sujeição, e procedimento para obtenção de Licenciamento Ambiental.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Conselho Nacional do Meio Ambiente


(CONAMA). Resolução CONAMA Nº 491, de 19/11/2018. Dispõe sobre padrões de
qualidade do ar.

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agosto de 1981, que dispõem, respectivamente sobre a criação de Estações
Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, e dá outras providências.

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MARÇO/2023 CANINDÉ DE SÃO FRANCISCO/SE 00

[por] Ângelo Trévia Vieira, Felicíssimo Melo, Hermínio Brasil V. Lopes,

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EGVP00344/00-50-DU-0002 - Usina - Inversores e Eletrocentro - Diagrama Multifilar


Típico.

EGVP00344/00-50-DU-0003 - Usina CSF I, II, III e IV - Redes de Média Tensão -


Diagrama Unifilar - FL. 1/4.

EGVP00344/00-50-DU-0004 - Usina CSF I, II, III e IV - Redes de Média Tensão -


Diagrama Unifilar - FL. 2/4.

EGVP00344/00-50-DU-0005 - Subestação Coletora 34,5/500 kV- Diagrama Unifilar


Simplificado Geral.

EGVP00344/00-50-DU-0006 - Subestação Coletora 34,5/500 kV - Setor 34,5 kV -


Diagrama Unifilar Simplificado Geral.

EGVP00344/00-50-DU-0007 - Subestação e Conexão - SE XINGO 500 kV - Setor 500


kV - Diagrama Unifilar Simplificado Geral.

EGVP00344/00-50-DU-0008 - Usina CSF I, II, III e IV - Redes de Média Tensão -


Diagrama Unifilar - FL. 3/4.

EGVP00344/00-50-DU-0009 - Usina CSF I, II, III e IV - Redes de Média Tensão -


Diagrama Unifilar - FL. 4/4.

EGVP00344/00-50-DU-0012 - SE Xingo 500 kV - BAY de Conexão – Setor 500 kV –


Diagrama Unifilar.

EGVP00344/00-50-DU-0013 - Usina CSF V - Redes de Média Tensão - Diagrama


Unifilar - FL. 1/6.

EGVP00344/00-50-DU-0014 - Usina CSF V - Redes de Média Tensão - Diagrama


Unifilar - FL. 1/6.

EGVP00344/00-50-DU-0015 - Usina CSF V - Redes de Média Tensão - Diagrama


Unifilar - FL. 1/6.

EGVP00344/00-50-DU-0016 - Usina CSF V - Redes de Média Tensão – Diagrama


Unifilar - FL. 1/6.

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MARÇO/2023 CANINDÉ DE SÃO FRANCISCO/SE 00

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Conservação Ambiental; The Nature Conservacy, 2002. 76p.

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GLOSSÁRIO

IM
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Arranjo: distribuição e configuração da central solar.

Célula fotovoltaica: dispositivo eletrônico que converte diretamente a radiação solar


em eletricidade.
Corrente alternada (CA): corrente elétrica caracterizada por sua intensidade e
direção que variam periodicamente – ao contrário da corrente contínua –, sendo
capaz de ser transportada por longas distâncias, portanto, sendo a mais utilizada em
grandes potências.
Corrente contínua (CC): corrente elétrica caracterizada por possuir tensão e
corrente unidirecionais, exercendo sua função por meio do fluxo de elétrons,
portanto, seu circuito possui polaridade positiva e negativa, não comprometendo seu
sentido de circulação.

C
Datasheet: folha de dados ou folha de especificações é um documento que resume
o desempenho e outras características técnicas de um produto, máquina,
componente, material, subsistema ou software em detalhe suficiente para que possa
ser usado por um engenheiro de projeto para integrar o componente em um sistema.

E
Eletrocentro: ala elétrica construída com estruturas metálicas, projetada e montada
com centros de distribuição de carga, quadros elétricos, sistema de climatização,
iluminação, detecção e combate a incêndio, controle e automação, tudo integrado na
mesma solução.

Inversor: dispositivo projetado para converter a potência de corrente contínua (CC)


em potência de corrente alternada (CA).
M

Módulo fotovoltaico: placa ou painel constituído por 60 ou 72 células fotovoltaicas.

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As células são conectadas e encapsuladas com materiais protetores (vidro


transparente, polímeros finos) e quadros, para aumentar a força do módulo.

Rastreador solar: dispositivo usado para orientar a superfície dos painéis


fotovoltaicos em direção ao sol. O rastreador solar horizontal gira do leste para o oeste
em um eixo paralelo ao solo.

Silício monocristalino: possuem uma cor uniforme, indicando silício de alta pureza
e cantos tipicamente arredondados, são feitos a partir de um único cristal de silício
ultrapuro

String boxes: caixas de junção ou combinadoras são usadas para colocar cadeias
de módulos em paralelo e para a conexão dos subcampos de usina fotovoltaica para
os inversores.

String: cadeias de módulos.

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TERMO DE ENCERRAMENTO

Esta página refere-se ao encerramento do Relatório de Impacto Ambiental

(RIMA) da Usina Solar Fotovoltaica (UFV) – Canindé de São Francisco Ltda,

elaborado pela empresa Gabriela Almeida Consultoria Ambiental e Sanitária EIRELI.

O presente documento é composto por 158 páginas.

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